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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MBA EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS Fichamento de Estudo de Caso Nicole de Mello Batista Trabalho da disciplina Comunicação nas organizações Tutor: Prof. Ana Shirley de Franca Moraes Florianópolis, SC 2017 2 Estudo de Caso : Thomas Green Poder, Política Interna e uma Carreira em Crise REFERÊNCIA: SASSER, W . E.; BECKMAHN, H. T. Thomas Green: Poder, Política Interna e uma Carreira em Crise. Harvard Business School, mai. 2008. Thomas Green era especialista sênior de mercado Na Dynamic Display, uma empresa provedora de serviços de autoatendimento para companhias aéreas, hotéis e locadoras de automóveis. A empresa fornecia todo o pacote de serviços, como hardware, software, engenharia e suporte na manutenção dos quiosques de autoatendimento. Thomas Green, filho de um carteiro e de uma secretária de escola, nasceu e fez universidade na Geórgia, onde se formou em economia. Trabalhou em um armazém e lavava carros enquanto estudava e, após formado, obteve um sucesso impressionante como vendedor na National Business Solution em Atlanta. Em 2007 foi recrutado para trabalhar como gerente de contas na Dynamic Display, atendendo o segmento de viagens e hospitalidade; Green pensava ser essa uma excelente oportunidade para seus planos de alcançar posições executivas. Green, conforme planejava, surpreendeu a todos na empresa fechando um contrato para uma das maiores empresas de transporte aéreo já em seus primeiros quatro meses de trabalho. Os executivos seniores estavam ansiosos para conquistar seu comprometimento com a organização. Em julho de 2007 Green participou de um treinamento por uma semana 3 na matriz, onde conheceu Shannon McDonalds, vice-presidente da divisão, e Mary Jacobs, diretora nacional de venda. A empatia entre Green e McDonalds foi imediata, eram conterrâneos, frequentaram a mesma universidade e criaram afinidade. Após vários encontros entre Green e McDonald, este concordou que em pouco tempo Green já havia conseguido desenvolver ideias inusitadas sobre o mercado e, assim que Green apresentou explicações e estratégias sobre as oportunidades de mercado que visualizava, McDonald o promoveu a especialista sênior de mercado. Ao promovê-lo, McDonald salientou que, embora Green fosse brilhante e ambicioso, precisaria adquirir novas habilidades no novo cargo, pois só havia ocupado posições de vendas e a posição gerencial era bastante diferente. Recomendou que Green compensasse sua inexperiência gerencial buscando orientação de alguns gestores mais experientes. Vale mencionar que Green deu “um salto” na carreira; geralmente um gerente de contas teria que ocupar a posição de especialista de mercado antes de chegar a posição sênior. Os demais especialistas seniores tinham em torno de 40 anos, enquanto Green tinha apenas 28. Frank Davis, a quem Green deveria se reportar, esperava poder ter escolhido o novo especialista sênior de mercado e este não seria Green, tornando a missão deste ainda mais desafiadora. Na segunda semana no novo cargo, Green e Davis fizeram um tour pelas maiores companhias aéreas do segmento. Davis concordou que os clientes foram receptivos às ideias de Green, mas considerou que poderiam ter sido mais eficazes se Green houvesse se planejado melhor e apresentado detalhes e dados de mercado para respaldar suas propostas. Em 8 de outubro Green participou do Plano de Metas de 2008, no qual Davis apresentou as projeções de vendas para o ano seguinte. Como Davis ocupava a posição de Green quando as projeções foram feitas, os números da região leste haviam sido trabalhados sem as considerações de Green. Na reunião, Davis ratificou as metas esperadas pelos especialistas e seus times: uma estimativa de 10% de crescimento para a região leste. Green considerou as expectativas de Frank irreais e a meta inalcançável, então, manifestou sua preocupação durante a reunião.Davis não gostou nada da manifestação pública de oposição de Green e comentou sobre a a atitude negativa deste com McDonald. Para Davis a meta era real e possível e a preocupação de Green demonstrava que pensava como um gerente de contas, não como um especialista sênior. 4 Em 15 de outubro de 2007, Frank Davis convocou Green para uma reunião sobre seu desempenho. Havia uma lista de problemas encontrados até o momento: não atualizou a agenda do Outlook, fazendo com que Davis não soubesse onde encontrá-lo ao precisar entrar em contato; não respondeu às três solicitações de Davis pedindo explicação por que o VIP Group Hotel não havia comprado nenhum quiosque; não enviou o posicionamento solicitado por Davis sobre a divisão de jatos da Journey Airliness; ao ser questionado sobre a estrutura organizacional de dois clientes em Charlott e Raleigh, respondeu: “Qual a importância dessas informações? Estão na minha cabeça”. Green não pareceu concordar com as queixas, considerou que as solicitações de seu supervisor eram irrelevantes.Alguns dias após a reunião, Davis encaminhou um email a McDonalds, com cópia a Green, enfatizando os tópicos discutidos na reunião. Green investiu quase todos os meses de novembro, dezembro e janeiro trabalhando de forma independente no projeto de um software especial e viajando para encontrar -se com especialistas de mercado e vários clientes. Era carismático e pensava muito rápido, mas seus clientes, mas seus clientes queriam dados que pudessem garantir a redução de seus custos, memorandos e apresentações que pudessem ser encaminhadas a seus superiores, a fim de justificar o investimento. Thomas preferia discutir esses temas pessoalmente e deixava a desejar na materialidade de suas ideias. Green tentava evitar o contato com Davis e continuava comentando com outras equipes sobre as metas irreais; mantendo-se firme na sua posição. Green sentia que Davis queria “se ver livre dele”. No dia 28 de janeiro houve outra reunião sobre o desempenho de Green, a qual concentrou-se nas falhas. Após a reunião, Davis enviou um email a McDonald relatando que Green era um jovem inteligente e capaz, mas que não estava dando seu melhor. Em resposta às considerações de Davis, McDonald enviou uma mensagem curta para Green solicitando seu ponto de vista sobre s situação. Comentários: Thomas Green era um profissional com vasto conhecimento e habilidade, e sabia disso; talvez a autoconfiança em excesso tenha feito com que ele não soubesse ouvir e acatar sugestões e ensinamentos de um superior pelo qual já não tinha grande afinidade. Preocupou-se apenas com a atividade em si, com os resultados, desconsiderando as normas internas da empresa. Assim, não havia o alinhamento de informações necessário para alcançar as metas da organização. Para um novato, penso que discordar publicamente de seu superior já na primeira reunião não tenha sido uma atitude 5 coerente; a propósito, queixas e comentários negativos são mais propícios a conversas particulares. Desacatar as exigências de Davis simplesmente por discordar de sua relevância foi bastante imaturo e irresponsável. Dentro de uma empresa, há uma hierarquia a ser seguida e o dever de se prestar informações aos superiores. A postura não receptiva de Davis com Green também é um ponto a ser destacado sobre um aspecto de má liderança. De acordo com Kotler (2003), a comunicação trata-se da arte de fazer dos principais interlocutores internos e externos da organização aliados duráveis que estejam a seu favor e a auxiliema vencer. A comunicação interna – seja ela formal ou informal – implica que todos devem tomar para si determinada mensagem e se autoconvencer do que precisam e devem fazer. Nos feedbacks, Davis não olhava nos olhos de Green e concentrava-se nos pontos negativos, deixando claro para Green que Davis não o queria na equipe. Dificilmente alguém irá se motivar a acatar as exigências de outrem sabendo que este está desgostoso com sua presença e seu trabalho. É certo que Green deveria se concentrar em tentar mudar os preconceitos de Davis dando seu melhor. Mas Davis, como líder, tinha função de propiciar estímulos à motivação de seus subordinados, livrando-se de julgamentos pessoais.
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