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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA INSTITUTO DE CIEˆNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE MATEMA´TICA AULA 2 - TUTORIA DE EQUAC¸O˜ES DIFERENCIAIS I Questa˜o 1. Determine o(s) valor(es) de b para os quais a equac¸a˜o 2ex + x5 + 3x2y + ( bx3 + 1 y2 + 1 + sen y ) dy dx = 0 e´ exata. Resoluc¸a˜o: Temos M(x, y) = 2ex + x5 + 3x2y e N(x, y) = ( bx3 + 1 y2 + 1 + sen y ) . Assim, ∂M ∂y = 3x2 e ∂N ∂x = 3x2b. Para que a equac¸a˜o diferencial dada seja exata devemos ter ∂M ∂y = ∂N ∂x , para todo (x, y) pertencente a um retaˆngulo R = (α, β) × (γ, δ) e tambe´m as func¸o˜es M,N, ∂M ∂y , ∂N ∂x devem ser cont´ınuas em R. Ja´ que 3x2 = 3x2b, para todo x ∈ (α, β), segue que b = 1. Ale´m disso, as func¸o˜es M,N, ∂M ∂y , ∂N ∂x sa˜o cont´ınuas em R pois sa˜o somas de func¸o˜es cont´ınuas. Questa˜o 2. Considere a equac¸a˜o diferencial 2t2y′ + 8ty = cos(3t). (a) Verifique que a equac¸a˜o na˜o e´ exata. (b) Mostre que existe um fator integrante µ(t) que torna a equac¸a˜o exata. (c) Resolva a equac¸a˜o de duas maneiras distintas. Resoluc¸a˜o: (a) Temos M(t, y) = 8ty − cos(3t) e N(t, y) = 2t2. Logo ∂M ∂y = 8t e ∂N ∂t = 4t. Como ∂M ∂y 6= ∂N ∂t , para todo (t, y) ∈ A = {(t, y) ∈ R2 : t 6= 0}, segue que a equac¸a˜o diferencial dada na˜o e´ exata. (b) Para obter µ(t) usaremos a fo´rmula deduzida em sala de aula µ(t) = e ∫ ( ∂M ∂y − ∂N ∂t N ) dt · Assim µ(t) = e ∫ ( 8t−4t 2t2 ) dt = e ∫ ( 2 t ) dt = e2 ln |t|+C = eln |t| 2+C = t2eC = Kt2· Logo µ(t) = Kt2, como K = eC 6= 0 podemos considerar µ(t) = t2, pois a constante K pode ser simplificada nos ca´lculos para obter a soluc¸a˜o da EDO. (c) Primeiramente resolveremos multiplicando a equac¸a˜o dada pelo fator integrante ob- tido no item b. Temos t2(8ty − cos(3t)) + t22t2y ′ = 0 ⇐⇒ (8t3y − t2 cos(3t)) + 2t4y ′ = 0. Devemos agora determinar uma func¸a˜o ψ(t, y) tal que ∂ψ ∂t = 8t3y − t2 cos(3t) e ∂ψ ∂y = 2t4 (1) Integrando-se a segunda igualdade de (1) em relac¸a˜o a varia´vel y obtemos que ψ(t, y) = 2t4y + h(t). (2) Derivando-se a func¸a˜o ψ dada em (2) em relac¸a˜o a varia´vel t e comparando-a com a primeira equac¸a˜o de (1) obtemos que h′(t) = −t2 cos(3t). Logo h(t) = ∫ −t2 cos(3t) dt. (3) Usando a te´cnica de integrac¸a˜o por partes, u = t2 e dv = cos(3t)dt, temos∫ t2 cos(3t) dt = ∫ u dv = uv − ∫ v du = t2sen(3t) 3 − ∫ sen(3t) 3 2t dt (∗∗). Vamos resolver a integral ∫ sen(3t) 3 2t dt tambe´m por partes, fazendo neste caso u = t e dv = sen(3t)dt. Temos ∫ sen(3t) 3 2tdt = 2 3 ∫ tsen(3t)dt = 2 3 ∫ udv = 2 3 ( uv − ∫ vdu ) = = 2 3 ( −t cos(3t) 3 − ∫ − cos(3t) 3 dt ) = = 2 3 ( −t cos(3t) 3 + sen(3t) 9 ) + C (∗ ∗ ∗). Substituindo (∗ ∗ ∗) em (∗∗) obtemos ∫ t2 cos(3t) dt = t2sen(3t) 3 − ∫ sen(3t) 3 2t dt = = t2sen(3t) 3 − 2 3 ( −t cos(3t) 3 + sen(3t) 9 ) − C. (4) Logo ψ(t, y) = 2t4y + h(t) = 2t4y − ∫ t2 cos(3t) dt = = 2t4y − t2sen(3t) 3 + 2 3 ( −t cos(3t) 3 + sen(3t) 9 ) + C e 2t4y − t2sen(3t) 3 + 2 3 ( −t cos(3t) 3 + sen(3t) 9 ) = K e´ a soluc¸a˜o geral da EDO dada. Agora resolveremos a equac¸a˜o 2t2y′ + 8ty = cos(3t) pelo me´todo de fator integrante para equac¸o˜es lineares de 1a ordem, caso geral. Para isso devemos ter a equac¸a˜o na forma y ′ + p(t)y = q(t). Temos que 2t2y′ + 8ty = cos(3t) ⇐⇒ y′ + 4 t y = cos(3t) 2t2 , para t 6= 0. Note que o caso t = 0 na˜o satisfaz a equac¸a˜o. Para obter µ(t) usaremos a fo´rmula deduzida em sala de aula µ(t) = e ∫ p(t)dt. Logo µ(t) = e ∫ p(t)dt = e ∫ 4 t dt = e4 ln |t|+C = eln |t| 4 eC = Kt4. Como K = eC 6= 0 podemos considerar µ(t) = t4, pois a constante K pode ser simplificada nos ca´lculos para obter a soluc¸a˜o da EDO. Multiplicando a equac¸a˜o y′ + 4 t y = cos(3t) 2t2 por µ obtemos t4y′ + 4t3y = t2 cos(3t) 2 ⇒ (t4y) ′ = t2 cos(3t) 2 ⇒ ∫ (t4y) ′ dt = ∫ 1 2 t2 cos(3t) dt ⇒ t4y = 1 2 ∫ t2 cos(3t) dt. Usando-se a integral calculada em (4) obtemos que y = sen(3t) 6t2 + cos(3t) 9t3 − sen(3t) 27t4 +K2. Questa˜o 3. Resolva o PVI dy dt = t+ 3y t− y y(1) = −1. Resoluc¸a˜o: A equac¸a˜o dy dt = t+ 3y t− y pode ser escrita na forma dy dt = t ( 1 + 3y t ) t ( 1− y t ) = 1 + 3y t 1− y t , logo essa equac¸a˜o e´ homogeˆnea, para t 6= 0. Fazendo v = y t temos y = tv e dy dt = v + t dv dt = v + tv ′. Assim a equac¸a˜o diferencial pode ser escrita na forma v + tv ′ = 1 + 3v 1− v ⇒ tv ′ = 1 + 3v 1− v − v ⇒ tv ′ = 1 + 3v − v(1− v) 1− v ⇒ tv ′ = v2 + 2v + 1 1− v ⇒ ( 1− v v2 + 2v + 1 ) dv = dt t ⇒ ∫ ( 1− v v2 + 2v + 1 ) dv = ∫ dt t (∗) Vamos resolver a integral ∫ ( 1− v v2 + 2v + 1 ) dv, usando o me´todo de frac¸o˜es parciais. Te- mos 1− v v2 + 2v + 1 = 1− v (v + 1)2 = A (v + 1) + B (v + 1)2 = A(v + 1) +B (v + 1)2 ⇒ A(v + 1) +B = 1− v ⇒ A = −1 e A+B = 1 ⇒ A = −1 e B = 2. Portanto, ∫ ( 1− v v2 + 2v + 1 ) dv = ∫ A (v + 1) dv + ∫ B (v + 1)2 dv = − ∫ 1 (v + 1) dv + ∫ 2 (v + 1)2 = − ln |1 + v| − 2 (v + 1) + C (∗∗). De (∗) e (∗∗) obtemos − ln |1 + v| − 2 (v + 1) = ln |t|+K. Como v = y t , segue que − ln ∣∣∣1 + y t ∣∣∣− 2y t + 1 = ln |tK2|, onde K = lnK2. ⇒ − ln ∣∣∣∣t+ yt ∣∣∣∣− 2y + t t = ln |tK2| ⇒ − ln ∣∣∣∣t+ yt ∣∣∣∣− 2ty + t = ln |tK2| ⇒ − 2t y + t = ln |tK2|+ ln ∣∣∣∣t + yt ∣∣∣∣ = ln |K2(t+ y)|, com K2 > 0 e y 6= −t. Se y = −t, enta˜o y′ = −1 e t+ 3y t− y = t− 3t t− (−t) = −2t 2t = −1 = dy dt . Logo verificamos que y = −t tambe´m e´ soluc¸a˜o dessa equac¸a˜o. Nenhuma das soluc¸o˜es − 2t y + t = ln |K2(t + y)|, com K2 > 0 e y 6= −t, passa pelo ponto (1,−1). Logo y = −t e´ a u´nica soluc¸a˜o do PVI.
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