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Assedio Moral Conceito

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Conceito.
Quando se menciona a palavra “assédio”, vem em mente logo, o assédio sexual, por ser algo polêmico e ocorrido frequentemente. No entanto, vale lembrar que, o assédio moral é corriqueiro, porém, ocultado, devido a grande dificuldade de a vítima provar o ocorrido. Assédio moral ou violência moral no trabalho não é um fenômeno novo. Pode-se dizer que ele é tão antigo quanto o trabalho. 
Buscando a etimologia da palavra Assédio, ver-se que ela vem do latim ad sedere, que significa “sentar-se em frente de”. O verbo Assédiar significa importunar, molestar, aborrecer, incomodar, perseguir com insistência inoportuna, enquanto o substantivo Assédio quer dizer cerco, limitação, humilhar até quebrar sua força, quebrar sua vontade, assim assédio é a insistência impertinente feito por uma pessoa em relação a outra.
A moral advém da palavra latina "moralis" e da palavra latina "more", que significa "costume" ou "hábito". Moral então seria um conjunto de regras de conduta ou hábitos de um grupo ou sociedade. 
Já vimos que a Moral é um conjunto de regras no convívio, porém difere do direito e tem uma aplicação muito mais ampla, por isso que dizemos no nosso dia a dia “nem todas as regras morais são regras jurídicas”. Uma possível semelhança entre Direito e Moral são formas de controle social. Assim não é possível estudar esse fenômeno sem levar em conta a perspectiva ética ou moral, portanto, o que sobra para as vítimas do assédio moral é o sentimento de terem sido maltratadas, desprezadas, humilhadas, rejeitadas.
O assédio moral é definido assim como, um conjunto de comportamentos abusivos que abala a natureza interior do ser, ocasionando lesões à integridade física ou psíquica de uma pessoa, provocando uma onda de sentimentos que levam consequentemente ao pensamento, atentando sofrimentos psíquicos constantes, com a degradação do ambiente de trabalho.
É importante aludir o conceito de assédio moral para Sonia Mascaro Nascimento publicado no artigo O Assédio moral no ambiente do trabalho que assim afirma: 
“Conduta abusiva, de natureza psicológica, que atenta contra a dignidade psíquica, de forma repetitiva e prolongada e que expõe o trabalhador a situações humilhantes e constrangedoras, capazes de causar ofensa à dignidade ou à integridade psíquica, e que tenha por efeito excluir a posição do empregado no emprego ou deteriorar o ambiente de trabalho, durante a jornada de trabalho no exercício de suas funções”
Margarida Maria Silveira Barreto, entende que assédio moral:
 “É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situação humilhante e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam as condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado (s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego (2000)”
	Importante conceito de nosso objeto de estudo encontra-se no texto normativo da Lei nº 12.250, de 9 de fevereiro de 2006 do Estado de São Paulo, cabe então trazermos o artigo da aludida lei:
“Artigo 2º - Considera-se assédio moral para os fins da presente lei, toda ação, gesto ou palavra, praticada de forma repetitiva por agente, servidor, empregado, ou qualquer pessoa que, abusando da autoridade que lhe confere suas funções, tenha por objetivo ou efeito atingir a auto-estima e a autodeterminação do servidor, com danos ao ambiente de trabalho, ao serviço prestado ao público e ao próprio usuário, bem como à evolução, à carreira e à estabilidade funcionais do servidor...:”
Então não nos resta dúvida que assédio moral é a conduta ilícita do empregador ou seus prepostos, por ação ou omissão, por dolo ou culpa, de forma repetitiva e geralmente prolongada, de natureza psicológica, causando ofensa à dignidade, à personalidade e integridade do trabalhador, assim também tem entendido nossa jurisprudência:
ASSÉDIO MORAL. CONFIGURAÇÃO. O instituto jurídico do assédio moral se caracteriza por atitudes constantes e reiteradas praticadas pelos empregadores, seus prepostos ou colegas de trabalho que violentam a integridade moral da vítima, se revelando em prática semelhante a uma tortura de ordem psicológica. (TRT-5 - RecOrd: 00011846120135050651 BA 0001184-61.2013.5.05.0651, Relator: MARIZETE MENEZES, 3ª. TURMA, Data de Publicação: DJ 14/11/2014.)
RECURSO ORDINÁRIO. ASSÉDIO MORAL. O assédio moral se trata de conduta abusiva de natureza psicológica, que atenta contra a dignidade psíquica do indivíduo, de forma reiterada, tendo por efeito a sensação de exclusão do ambiente de trabalho e do convívio social. O assédio moral, portanto caracteriza-se pela frequência e intencionalidade da conduta, não se confundindo com uma desavença isolada ou esporádica no ambiente de trabalho. Sentença que se reforma.
(TRT-1 - RO: 00127425320145010571 RJ , Relator: LEONARDO DA SILVEIRA PACHECO, Data de Julgamento: 16/06/2015, Oitava Turma, Data de Publicação: 25/06/2015)
ASSÉDIO MORAL. O assédio moral se caracteriza pela ameaça ou intimidação habitual, bem como pelo abuso do poder diretivo por parte do empregador para, por exemplo, ensejar a ruptura contratual, obtenção de maior produtividade ou de objetivos escusos, como na hipótese tratada nos autos. (TRT-1 - RO: 1433006820085010072 RJ , Relator: Mirian Lippi Pacheco, Data de Julgamento: 02/09/2013, Quinta Turma, Data de Publicação: 30-09-2013)
Dessa forma, analisando os conceito exposto e valores abordados é possível afirmar que o assédio moral é um abuso psicológico caracterizado pela iteratividade sistêmica de condutas, as quais ocorrem na maioria dos casos de maneira insidiosa, seja por meio de tratamento com rigor excessivo, seja por condutas degradantes, vexatórias e humilhantes, com perseguições psicológicas ao empregado, de forma a degradar deliberadamente o ambiente de trabalho, comprometendo a manutenção do vínculo de emprego, até que o trabalhador não suporte mais a hostilidade.
REFERENCIAS:
Nascimento, Sonia Mascaro, in O Assédio moral no ambiente do trabalho, in Revista Ltr, 68- 70/922
BARRETO, Margarida Maria Silveira. Violência, saúde, trabalho: uma jornada de humilhações. São Paulo: EDUC – Editora da Puc-SP, 2000.
HIRIGOYEN, Marie-France, Assédio Moral: a violência perversa no cotidiano. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2001.
<http://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/2006/lei-12250-09.02.2006.html>. Acesso em 27/11/2015
<http://trt-5.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/158316256/recurso-ordinario-record-11846120135050651-ba-0001184-6120135050651>. Acesso em 27/11/2015

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