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Penal Pag 22 apostila Riski e 41 resumo do greco - Comissivos – é aquele praticado através de uma ação. Nos crimes comissivos o agente direciona sua conduta a uma finalidade ilícita. - Omissivos – o agente comete o crime ao deixar de fazer alguma coisa. - Próprios (puros ou simples) – se conclui pela simples abstenção, independentemente, de um resultado posterior - ex.: “omissão de socorro”. São objetivamente descritos no tipo com uma conduta negativa, de não fazer o que a lei determina, consistindo a omissão na transgressão da norma jurídica e não sendo necessário qualquer resultado naturalístico (são portanto delitos formais). São delitos nos quais existe o chamado dever genérico (de todos) de proteção. - Impróprios (comissivos por omissão ou omissivos qualificados) – o agente, por uma omissão inicial, dá causa a um resultado posterior, que ele tinha o dever jurídico de evitar - ex.: a mãe, que tinha o dever jurídico de alimentar seu filho, deixa de fazê-lo, provocando a morte da criança (a simples conduta de deixar de alimentar não constitui crime, mas o resultado morte que dela decorre constitui infração penal). Somente as pessoas referidas no §2o do artigo 13, do CP, podem praticá-los, pois existe o chamado dever especial de proteção. Nesses crimes, o agente deve encontrar-se numa posição de garante ou garantidor, que pode ocorrer de três formas distintas: Deve ter a obrigação legal de cuidado, proteção ou vigilância; De outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; Com o seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. Superveniência de causa independente § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputa-se a quem os praticou. Relevância causal da omissão (crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão) § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância - dever de proteção e assistência para com os filhos (obrigação resultante da lei civil - CC e ECA) - ex.: pai que intencionalmente deixa de alimentar seu filho recém-nascido, causando sua morte, responde por “homicídio doloso”; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado - pode resultar de relação contratual, profissão ou quando, por qualquer outra forma, assumiu a pessoa a posição de garantidora de que o resultado não ocorreria; o dever jurídico não decorre da lei, mas de uma situação fática - ex.: salva-vidas que zela pela segurança dos banhistas de um clube; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado - ex.: aquele que, por brincadeira, joga uma pessoa na piscina e, posteriormente, percebe que esta não sabe nadar tem o dever de salvá-la; se não o fizer, responde pelo crime. Pag. 4 apostila Riski e Pag. 8 Resumo Greco PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE Norma especial afasta a aplicação da norma geral. Lex specialis derrogat generali. Na norma especial há um plus, ou seja, um detalhe a mais que sutilmente a distingue da norma geral. Ex.: Homicídio e Infanticídio. CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE A norma subsidiária é considerada um “soldado de reserva” (NELSON HUNGRIA), ou seja, na ausência ou impossibilidade de aplicação da norma principal mais grave, aplica-se a norma subsidiária menos grave. Lex primaria derrogat legi subsidiariae. A SUBSIDIARIEDADE PODE SER EXPRESSA OU TÁCITA. Expressa – a própria lei faz a sua ressalva, deixando transparecer seu caráter subsidiário. Ex.: art. 132, do CP, que será aplicado somente se a conduta não constituir crime mais grave. Tácita ou implícita – o artigo, embora não se referindo expressamente ao seu caráter subsidiário, somente terá aplicação nas hipóteses de não-ocorrência de um delito mais grave que, neste caso, afastará a aplicação da norma subsidiária. Ex.: art. 311 do Código de Trânsito Brasileiro, que descreve uma espécie de crime de perigo, que é transitar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, etc. Se atropelar alguém, causando-lhe a morte, o crime será outro. PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE DIFERENÇA ENTRE ESPECIALIDADE E SUBSIDIARIEDADE Na subsidiariedade, ao contrário do que ocorre na especialidade, os fatos previstos em uma e outra norma não estão em relação de espécie e gênero, e se a pena do tipo principal (sempre mais grave que a do tipo subsidiário) é excluída por qualquer causa, a pena do tipo subsidiário pode apresentar-se como “soldado de reserva” e aplicar-se pelo residuum. Observa-se a aplicabilidade do princípio nos casos de crimes de ação múltipla ou de conteúdo variado, ou seja, crimes plurinucleares, nos quais o tipo penal prevê mais de uma conduta em seus vários núcleos. Ex.: artigo 12 da Lei de Tóxicos (lei 6.368/76): Art. 12. Importar ou exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda ou oferecer, fornecer ainda que gratuitamente, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar ou entregar, de qualquer forma, a consumo substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Se o sujeito pratica três verbos diferentes, não responde por concurso material, mas sim uma única vez, sem que se possa falar em concurso de infrações penais. O princípio da alternatividade diz que o agente só pode ser punido por uma das modalidades inscritas no tipo penal, ainda que possa praticar duas ou mais condutas. Ocorre quando para um mesmo fato aparentemente existem duas ou mais normas que poderão sobre ele incidir. Diz-se aparentemente, pois o conflito só ocorre a princípio, antes de uma análise mais detida do problema, tendo em vista que o próprio ordenamento esclarece quais os métodos a serem usados para esclarecer a questão. No âmbito penal, o conflito ocorre quando uma mesma conduta delituosa pode enquadrar-se em diversas disposições da lei penal. São os seguintes princípios responsáveis pela solução do conflito: PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO Pode-se aplicar o princípio da consunção: a) quando um crime é meio necessário ou fase normal de preparação ou de execução de outro crime (progressão criminosa e crime progressivo) – a consumação absorve a tentativa e esta absorve o incriminado ato preparatório; o crime de lesão absorve o correspondente crime de perigo; o homicídio, a lesão corporal; o furto em casa habitada, a violação de domicílio. b) nos casos de antefato e pós-fato impuníveis ANTEFATO IMPUNÍVEL (não punível) – situação antecedente praticada pelo agente a fim de conseguir levar a efeito o crime por ele pretendido inicialmente e que, sem aquele, não seria possível. Ex: para praticar estelionato com um cheque que o sujeito ativo encontrou na rua é necessário que cometa um delito de falso, ou seja: que o preencha e o assine. Súmula 17 – STJ – “quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade ofensiva, é por este absorvido”. PÓS-FATO IMPUNÍVEL (não punível) – é um exaurimento do crime principal praticado pelo agente e, portanto, por ele não pode ser punido. Ex.: a venda pelo ladrão de coisa furtada como própria não constitui estelionato. Se o agente falsifica moeda e depois a introduz em circulação pratica apenas o crime de moeda falsa. Pag. 16 Apostila Riski e Pag 29 Resumo Greco ABOLITIO CRIMINIS NOVATIO LEGIS IN MELLIUS NOVATIO LEGIS IN PEJUS NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA A lei nova extingue um tipo legal de crime. A lei deixa de considerar crime condutaque antes era incriminada. Em face do princípio da retroatividade da lei mais benéfica, a abolitio criminis alcança o fato em qualquer fase em que ele se encontre. Se não há processo, o mesmo não pode ser iniciado; se há ação penal, a mesma deve ser trancada; se há condenação, a pena não pode ser executada; se o condenado está cumprindo pena, deve o mesmo ser solto imediatamente. Nesses casos, há uma exceção ao princípio do tempus regit actum: mesmo que já exista coisa julgada, dá-se a retroatividade benéfica, prevista na CF, art. 5o, XL, e no CP, art. 2o, caput e §1o, além do art. 107, III, que prevê a abolitio criminis como causa de extinção de punibilidade. A lei nova cria uma condição para um tipo legal de crime já existente que, em comparação com a lei anterior, é mais favorável ou menos gravosa ao agente (lex mitior). A lei posterior cria uma condição para um tipo legal de crime já existente que, em comparação com a lei anterior, é mais gravosa ou mais desfavorável ao agente (lex gravior). Também pelo princípio da irretroatividade, ela não se aplica a situações ocorridas anteriormente à sua vigência; A lei posterior cria um novo tipo legal de crime; Esta lei cria um tipo legal para uma conduta que antes era indiferente penal. Esta lei não possui efeito retroativo, não alcançando, portanto, fatos anteriores à data de início da sua vigência. CONFLITO DAS LEIS PENAIS NO TEMPO Classificação dos crimes Material – são aqueles que dependem de um resultado naturalístico (corpo), perceptível aos sentidos humanos e com modificação no mundo exterior (admitem tentativa). Formal – são aqueles que embora possuam resultado, este não é perceptível aos sentidos humanos e que possa gerar uma modificação concreta no mundo exterior. Os crimes formais são chamados de consumação antecipada, uma vez que a execução e consumação se confundem no mesmo ato. Ex: injúria ou ameaça verbal – iniciativa privada de menor potencial ofensivo. De mera conduta – são aqueles que não possuem qualquer resultado naturalístico pois sua consumação ocorre com a simples conduta (não admite tentativa). Ex: ato obsceno, atentado ao pudor e invasão a domicílio. Crime permanente – crime que ocorre instantaneamente. Ex: sequestro e cárcere privado. Crime instantâneo - cuja consumação é instantânea. Ex: lesão corporal, tentativa de homicídio. Crime instantâneo de efeito permanente – Homicídio. Crime habitual – (NÃO SE CONFUNDE COM CRIME PERMANENTE) é aquele que só se consuma pela repetição de atos, os quais, individualmente não são criminosos. Comum – cometido por qualquer pessoa sem que necessite de uma qualidade especial. Ex: Estupro. Próprio – admite coautoria. Ex: Peculato. De mão própria – não admite coautoria. Ex: Infanticídio. Dano – exige resultado como a morte no caso no homicídio, ou a marca corporal no caso da lesão. Perigo – despensa o resultado. Ex: Omissão de socorro. Art. 135. Lei penal no espaço (Página 33- Resumo do Greco) Princípio da Territorialidade 1.Lugar do crime Assim como o tempo do crime, o lugar do crime tem três teorias que lhe explicam: Teoria da atividade: o lugar do crime é o da ação ou omissão, ainda que outro seja o lugar de ocorrência do resultado. Teoria do resultado: despreza o lugar da conduta e entende que o lugar do crime será, tão somente, aquele em que ocorrer o resultado. Teoria Mista ou da Ubiquidade: adota as duas posições anteriores e diz que lugar do crime será o da ação ou omissão ou onde se produziu o resultado. OBS: o Código Penal Brasileiro adotou a Teoria da Ubiquidade. De acordo com seu art. 6º OBS²: Tempo do crime = Teoria da atividade Lugar do crime = Teoria da Ubiquidade 2. Territorialidade Art. 5º, CP O Brasil não adotou a Teoria Absoluta, mas sim a Teoria da Territorialidade temperada, tendo em vista que o Estado pode abrir mão de sua jurisdição em atendimento a convenções, tratados e regras de Direito Internacional. 3. Extraterritorialidade É o Princípio que permite a aplicação da Lei Penal Brasileira para crimes ocorridos fora do território Brasileiro. 3.1 Incondicionada Art. 7º, CP Inciso I – Porque a Lei não exige quaisquer condições. 3.2 Condicionada Art. 7º, CP Inciso II – Exige o concurso de condições. 4. Princípios Aplicadores da Lei Penal no Espaço 4.1 Princípio da Territorialidade (Citado acima item 2) 4.2 Princípio da Real Defesa ou da Proteção de Interesses Art. 7º, CP Inciso I A lei Penal aplicável é a do País dono do bem jurídico lesado. Ex: Indonésia. 4.3 Princípio da Nacionalidade ou da Personalidade Art. 7º, CP Inciso II Letra B e § 3º A lei Penal aplicável é a do País de origem do autor ou da vítima do crime. 4.4 Princípio da Universalidade ou da Justiça Mundial (ou Cosmopolita) Art. 7º, CP Inciso II Letra A A lei Penal é aplicável a todos os crimes, independentemente ao lugar de sua ocorrência, da nacionalidade do autor ou do titular do bem jurídico. 4.5 Princípio da Representação, da Bandeira ou do Pavilhão Art. 7º, CP Inciso II Letra C A lei Penal aplicável é a do país em que está registrada a embarcação ou a aeronave, ou cuja Bandeira ostenta quando ocorra o crime no estrangeiro e lá não seja julgado. Elementares do Crime – Pag. 23 e 24 apostila Riski e pag 47 resumo Greco Elementares são figuras essenciais da conduta tipificada, sem as quais pode ocorrer duas formas de atipicidade: uma absoluta e outra relativa. ATIPICIDADE ABSOLUTA – ocorre quando, pela falta da elementar, o fato se torna um indiferente penal. Ex.: se o sujeito furta coisa própria, pensando ser de outrem, não pratica furto, por lhe faltar a elementar “coisa alheia móvel”, prevista no tipo. ATIPICIDADE RELATIVA – ocorre quando, pela ausência da elementar, ocorre desclassificação do fato para uma outra figura típica. Ex.: se a mãe, logo após o parto, mata o filho sem estar sob a influência do estado puerperal, não poderá responder por infanticídio (art. 123), mas responderá por homicídio (art. 121). Portanto: Atipicidade absoluta – indiferente penal; Atipicidade relativa – desclassificação do crime. 6.1 Elementos que integram o Tipo Os elementos que integram o tipo podem ser OBJETIVOS e SUBJETIVOS. Os ELEMENTOS OBJETIVOS descrevem a ação, o objeto da ação, o resultado (se for o caso), as circunstâncias externas do fato, a pessoa do autor e o sujeito passivo (se for o caso). O objetivo dos elementos subjetivos é fazer com que o agente tome conhecimento de todos os dados necessários à caracterização da infração penal. Os ELEMENTOS OBJETIVOS podem ser normativos ou descritivos. Elementos objetivos descritivos – têm a finalidade de traduzir o tipo penal, ou seja, evidenciar o que pode ser facilmente constatado pelo intérprete. Elementos objetivos normativos – são criados e traduzidos por uma norma ou que, para sua devida compreensão, carecem de valoração por parte do intérprete. Ex.: conceitos como mulher honesta, sem justa causa, decoro. Os ELEMENTOS SUBJETIVOS dizem respeito à vontade do agente. Quer dizer elemento anímico (ânimo). O dolo é, por excelência, o elemento subjetivo do tipo. Existe também a culpa e outros elementos explícitos no corpo do tipo penal. Ex.: artigo 159, do CP: OBS: Art. 159. Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate. Crimes Omissivos (Vide questão 1) Lei Penal no Tempo Art. 3º, CP (Vide questão 3, resumo do Greco pág. 28 à 32) Questões 9 e 10 serão casos concretos (do 5 ao 10)
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