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CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA 01 – INQUÉRITO POLICIAL Caros alunos de todo o Brasil, sejam bem vindos a nossa primeira aula! Hoje veremos um tema importante e que é objeto de questionamento por praticamente todas as bancas de prova: O inquérito policial. É um assunto interessante e que constantemente lemos nos jornais e escutamos falar nos telejornais... O problema é que muitas vezes tal tema é tratado de uma maneira incorreta e esses erros acabam ficando na cabeça. Observe o texto publicado pelo jornal “o globo” em 16/04/2009: “A origem das balas com cocaína que levaram 17 crianças e adolescentes a passar mal em uma escola municipal de Santo Antonio da Posse vai ficar sem resposta. A polícia decidiu nesta quinta-feira arquivar o inquérito que apurava o caso.” Será que este texto está correto? Será que a autoridade policial pode arquivar o inquérito? Bom, estas e outras perguntas serão respondidas no decorrer da aula e, ao final, você começará a prestar mais atenção nas notícias... Afinal, só mesmo concurseiros “de carteirinha” ficam procurando (e encontrando) erros que quase ninguém acha nos jornais!!! Dito isto, vamos ao que interessa? Bons estudos!!! ************************************************************************** 1.1 CONCEITO Constantemente vemos na sociedade fatos que são claramente infrações penais, entretanto não é possível, de pronto, a determinação da autoria e a configuração correta do delito. Assim, surge no ordenamento jurídico, mais precisamente no Código de Processo Penal (CPP), a figura do inquérito policial, um procedimento administrativo que tem por finalidade o levantamento de informações a fim de servir de base à ação penal ou às providências cautelares. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 2 Você deve lembrar-se do recente e triste caso da menina Isabella Nardoni onde ouvimos falar muito no inquérito. Qual era a real finalidade deste procedimento? Exatamente a apuração dos autores do delito e a definição de como efetivamente ele ocorreu, a fim de propiciar a atuação do Ministério Público. Conforme lição do saudoso Prof. Mirabete, o “inquérito policial é todo procedimento policial destinado a reunir os elementos necessários à apuração da prática de uma infração penal e de sua autoria. Trata-se de uma instrução provisória, preparatória, informativa em que se colhem elementos por vezes difíceis de obter na instrução judiciária...“. Regra geral, os inquéritos são realizados pela Polícia Judiciária (Polícias Civis e Polícia Federal) e são presididos por delegados de carreira, entretanto o art. 4º, parágrafo único, do Código de Processo Penal deixa claro que existem outras formas de investigação criminal como, por exemplo, as investigações efetuadas pelas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) e o inquérito realizado por autoridades militares para apurar infrações de competência da Justiça Militar (IPM). Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função. (grifo nosso) 1.2 CARACTERÍSTICAS • PROCEDIMENTO ESCRITO Conforme dito anteriormente, a grande finalidade do inquérito é servir de base para uma posterior ação penal. Desta forma o art. 9º do CPP deixa claro que as peças do inquérito serão reduzidas a escrito ou datilografadas, não sendo possível a ocorrência de uma investigação verbal. Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 3 OBSERVAÇÃO: Algumas vezes você encontrará a expressão “o depoimento foi REDUZIDO A TERMO”. Isso só quer dizer que foi escrito ou datilografado. • PROCEDIMENTO SIGILOSO O CPP no seu art. 20 nos diz: Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. O sigilo é um elemento de que dispõe a autoridade policial para facilitar seu trabalho na elucidação do fato. Tal sigilo encontra-se extremamente atenuado, pois, segundo entendimento do STF, é um direito do advogado examinar, em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento. É importante ressaltar que para os atos que dependem de autorização judicial, segundo a CF (escuta, interceptação telefônica etc.), o advogado só terá acesso se possuir PROCURAÇÂO ESPECÍFICA. Neste sentido já se pronunciaram por diversas vezes o STF e o STJ. Também é permitido o acesso total aos autos ao Ministério Público e ao Juiz. O sigilo deverá ser observado também como uma forma de preservar a intimidade do investigado, resguardando-se seu estado de inocência. Devido a esta presunção, dispõe o CPP em seu Art. 20, Parágrafo Único: Art. 20 [...] Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que Ihe forem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes, salvo no caso de existir condenação anterior. ***O inquérito policial é público, não podendo a autoridade policial impor sigilo, ainda que necessário à elucidação do fato. Gabarito: ERRADA CAIU EM PROVA! CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 4 • INDISPONIBILIDADE Nos termos do art. 17 do CPP, a autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. Este é um ponto que gera inúmeras dúvidas, pois se contrapõe ao que normalmente imaginamos como válido. Entretanto, fique tranquilo que tudo ficará claro quando tratarmos do arquivamento, o último tópico de nossa aula. • OFICIOSIDADE O início do inquérito independe de provocação e DEVE ser determinado de ofício quando houver a notícia de um crime. A oficiosidade decorre do princípio da legalidade (ou obrigatoriedade) da ação pública. Existem algumas ações para as quais o inquérito não segue este princípio, mas voltaremos neste assunto quando tratarmos das espécies de ação. É importante frisar que não é por toda notícia que deverá ser instaurado imediatamente o inquérito, sendo razoável uma avaliação preliminar para determinar se o ato noticiado realmente constitui crime. Entretanto, a requisição de instauração do inquérito por parte do Ministério Público ou do Juiz tem natureza de ordem e não deve ser questionada ou verificada pela autoridade policial. ***A autoridade policial poderá promover o arquivamento do IP, desde que comprovado cabalmente que o indiciado agiu acobertado por uma causa excludente da ilicitude ou da culpabilidade Gabarito: ERRADA CAIU EM PROVA! ***A requisição do MP para instauração do IP tem a natureza de ordem, razão pela qual não pode ser descumprida pela autoridade policial, ainda que, no entender desta, seja descabida a investigação. Gabarito: CORRETA CAIU EM PROVA! CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDROIVO www.pontodosconcursos.com.br 5 • OFICIALIDADE Somente órgãos de direito público podem realizar o inquérito policial. Ainda quando a titularidade da ação penal é atribuída ao particular ofendido (ação penal privada), não cabe a este a efetuação dos procedimentos investigatórios. • INQUISITIVO ATENÇÃO Î ESTA É A CARACTERÍSTICA MAIS EXIGIDA EM PROVA!!! É inquisitivo o procedimento em que as atividades visando à elucidação do fato e à determinação da autoria ficam concentradas em uma única autoridade, no caso a figura do Delegado de Polícia. Este poderá, discricionariamente, decidir como vai proceder para alcançar a finalidade do inquérito. Durante o inquérito não há que se falar em contraditório e ampla defesa, pois ainda não existe acusado e o indiciado não é sujeito de direitos, mas objeto de investigação. O ilustre mestre Alexandre de Moraes dispõe que: "O contraditório nos procedimentos penais não se aplica aos inquéritos policiais, pois a fase investigatória é preparatória da acusação, inexistindo, ainda, acusado, constituindo, pois, mero procedimento administrativo, de caráter investigatório, destinado a subsidiar a atuação do titular da ação penal, o Ministério Público". ***Pelo fato de o IP ser um procedimento administrativo de natureza inquisitorial, a autoridade policial tem discricionariedade para determinar todas as diligências que julgar necessárias ao esclarecimento dos fatos, pois a persecução concentra-se, durante o inquérito, na figura do delegado de polícia. GABARITO: CORRETA CAIU EM PROVA! ATENÇÃO!!! O ÚNICO INQUÉRITO QUE ADMITE O CONTRADITÓRIO É O INSTAURADO PELA POLICIA FEDERAL, A PEDIDO DO MINISTRO DA JUSTIÇA, OBJETIVANDO A EXPULSÃO DE ESTRANGEIRO CONFORME A LEI Nº. 6.815/80. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 6 Do exposto podemos resumir: 1.3 INCOMUNICABILIDADE A incomunicabilidade do investigado está regulamentada no art. 21 do Código de Processo Penal nos seguintes termos: Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil Na atualidade há uma grande divergência doutrinária quanto à recepção dessa previsão pela Constituição Federal vigente. Embora a doutrina majoritária incline-se para a inconstitucionalidade do dispositivo este artigo continua sendo exigido (e muito) em provas. A incomunicabilidade deve ser decretada pelo JUIZ e não poderá exceder três dias. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 7 1.4 VALOR PROBATÓRIO Digamos que determinado indivíduo, durante um inquérito, confessou ao delegado de polícia a participação em um crime e tal confissão foi reduzida a termo. Será que a decisão condenatória poderia ser apoiada exclusivamente nesta confissão extrajudicial? A resposta é não, pois, segundo o STF, não se justifica sentença condenatória baseada unicamente no inquérito policial. Realmente, agora que já sabemos que o inquérito policial é um procedimento inquisitivo, não seguindo os princípios da ampla defesa e do contraditório, fica fácil entender o valor probatório relativo atribuído a tal procedimento administrativo pela Suprema Corte. Como peça meramente informativa, destinada tão somente a autorizar o exercício da ação penal, não pode por si só servir de lastro à sentença condenatória, sob pena de se infringir o princípio do contraditório, garantia constitucional. 1.5 VÍCIOS Os vícios do inquérito não contaminam ou ocasionam nulidades no processo. Tal fato tem por base o caráter meramente informativo da fase inquisitorial. Assim, se uma confissão foi obtida mediante tortura na fase do inquérito, esta situação não será passível de gerar a anulação da ação penal. 1.6 A NECESSIDADE DO INQUÉRITO Para se chegar à conclusão da obrigatoriedade ou não do inquérito policial basta pensar na real finalidade de tal procedimento. Se, sem nenhuma investigação policial, for possível a determinação da autoria e do fato, é razoável que esta fase preliminar seja dispensada. O art. 39 § 5o , do CPP deixa claro esta não obrigatoriedade: ***Eventuais nulidades ocorridas no curso do inquérito policial contaminam a subseqüente ação penal. GABARITO: ERRADA CAIU EM PROVA! CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 8 Art. 39. [...] § 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias. (grifo nosso) No mesmo sentido já definiu o STF: 1.7 “NOTITIA CRIMINIS” É a fase preliminar do inquérito policial. Conforme leciona o professor Fernando Capez, dá- se o nome de notitia criminis (notícia do crime) ao conhecimento espontâneo ou provocado, por parte da autoridade policial, de um fato aparentemente criminoso. É com base nesse conhecimento que a autoridade dá início às investigações. 1.7.1 CLASSIFICAÇÃO: 1. NOTITIA CRIMINIS DE COGNIÇÃO DIRETA OU IMEDIATA Também chamada de espontânea ou inqualificada, caracteriza-se pela inexistência de um ato jurídico formal de comunicação da ocorrência do delito Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento direto do ilícito através de suas atividades de rotina, de jornais, pela descoberta do corpo do delito, por comunicação da polícia preventiva, por investigações da polícia judiciária, etc. "O inquérito policial não é imprescindível ao oferecimento de denúncia ou queixa, desde que a peça acusatória tenha fundamento em dados de informação suficiente à caracterização da materialidade e autoria da infração penal (STF, RTF 76/741; TRF 3ª Reg., HC 98.03.010696, 1ª Turma, Rel. des. Fed. Roberto Haddad, RT 768/719)". (p. 08). CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 9 Nestes casos, a autoridade policial deve proceder a uma investigação preliminar, com a máxima cautela e discrição, a fim de verificar a verossimilhança da informação, somente devendo instaurar o inquérito na hipótese de haver um mínimo de consistência nos dados informados. 2. NOTITIA CRIMINIS DE COGNIÇÃO INDIRETA OU MEDIATA Também chamada de notitia criminis provocada ou qualificada. Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do ilícito por meio de algum ato jurídico de comunicação formal do delito. São exemplos de notitia criminis de cognição indireta: • Delatio criminis simples Î É a comunicação por escrito ou verbal, prestada por pessoa identificada. (CPP, art. 5º, § 3o ). § 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito. • Requisição da autoridade judiciária ou do Ministério PúblicoÎ (CPP, art. 5º, II) • Requisição do Ministro da Justiça Î (CP, art.7º, §3º, b) • Representação do ofendido Î (CPP, art. 5º, §4º) 3. NOTITIA CRIMINIS DE COGNIÇÃO COERCITIVA Ocorre no caso de prisão em flagrante. Nesta hipótese, a comunicação do crime é feita mediante a própria apresentação de seu autor por servidor público no exercício de suas funções ou por particular. O assunto pode ser resumido através do quadro abaixo que facilita a memorização: CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 10 1.8 O INÍCIO DO INQUÉRITO POLICIAL O início do inquérito dependerá do tipo de ação penal. Sobre este tema, para a compreensão deste tópico, faz-se necessário apresentar alguns breves apontamentos. Aprofundaremos o assunto na próxima aula. COOGGNNIÇÃÃO DIIRRETA OOUU IMEDDIATTA CCOOGGNNIIÇÇÃÃOO INNDDIRRETTAA OOUU MMEEDDIIAATTAA CCOOGGNNIIÇÇÃÃOO COOEERRCCITTIIVAA 1-ATIVIDADES ROTINEIRAS 2-JORNAIS 3-INVESTIGAÇÕES 4-CORPO DO DELITO 5-DELAÇÃO APÓCRIFA INNEEXXISTÊNCIAA DDE UM AATO JURRÍDIICOO FOORRMAAL !!!! 1-DELATIO CRIMINIS 2-REQUISIÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO 3-REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA 4-REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO EXISSTTÊÊNNCIA DEE UM ATO JJUURRÍÍDDIICCOO FFOORRMMAALL !!!!!! PRISÃO EM FLAGRANTE NNOOTTIITTIIAA CCRRIIMMIINNIISS CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 11 1.8.1 ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL No nosso país as ações penais são divididas em dois grandes grupos: 1. AÇÃO PENAL PÚBLICA 2. AÇÃO PENAL PRIVADA Essa divisão atende a razões de exclusiva política criminal e é isso que entenderemos agora através de exemplos. Imaginemos que um indivíduo comete um homicídio. Este delito, obviamente, importa sobremaneira a toda sociedade, pois, a partir de tal fato, fica claro que há um indivíduo no mínimo desequilibrado solto na sociedade. Desta forma, a ação recebe a classificação de pública Incondicionada e não depende de qualquer pedido ou condição para ser iniciada bastando o conhecimento do fato pelo Ministério Público. Pensemos agora em outra situação em que uma mulher chega para um homem e diz que ele é “mais feio que briga de foice no escuro”. Neste caso, temos claramente um crime contra a honra e eis a pergunta: O que este delito importa para a sociedade? Na verdade, ele fere a esfera íntima do indivíduo e, devido a isto, o Estado concede a possibilidade de o ofendido decidir se inicia ou não a ação penal, atribuindo a este a titularidade. Temos ai a ação privada. Em um meio termo entre a Pública Incondicionada e a Privada temos a Pública Condicionada. Neste caso, o fato fere imediatamente a esfera íntima do indivíduo e mediatamente (secundariamente) o interesse geral. Desta forma, a lei atribui a titularidade da ação ao Estado, mas exige que este aguarde a manifestação do ofendido para que possa iniciar a ação. Tal fato ocorre, por exemplo, no delito de ameaça. É importante ressaltar que a regra geral é a ação penal pública, sendo a privada, a exceção. Do exposto podemos resumir: CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 12 1.8.1.1 AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA É a ação que pode ser iniciada logo que o titular para impetrá-la tiver conhecimento do fato, não necessitando de qualquer manifestação do ofendido. Exemplos de crimes perseguidos por ação pública incondicionada: roubo, corrupção, seqüestro. Sobre a titularidade para iniciar a ação dispõe o Código de Processo Penal: Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. (grifo nosso) Conforme o CPP a titularidade da ação pública incondicionada é do Ministério Público, podendo instaurar o processo criminal independente da manifestação de vontade de qualquer pessoa e até mesmo contra a vontade da vítima ou de seu representante legal. AÇÃO PENAL PÚBLICA PRIVADA INCONDICIONADA CONDICIONADA CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 13 1.8.1.2 AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA É a ação PÚBLICA cujo exercício está subordinado a uma condição. Essa condição tanto pode ser a demonstração de vontade do ofendido ou de seu representante legal (REPRESENTAÇÂO), como a REQUISIÇÃO do Ministro da Justiça. Neste tipo de ação, a TITULARIDADE, assim como na ação pública incondicionada, é do Ministério Público. São exemplos previstos no Código Penal: Perigo de contágio venéreo (art. 130), ameaça (art. 147), violação de correspondência comercial (art. 152), divulgação de segredo (art. 153), furto de coisa comum (art. 156), o estupro e o atentado violento ao pudor quando a vítima não tem dinheiro para financiar a ação privada (art. 225, §1º e 2º) etc. 1.8.1.3 AÇÃO PENAL PRIVADA Neste tipo de ação, o delito afronta tão intimamente o indivíduo que o ESTADO transfere a legitimidade ativa da ação para o ofendido. Perceba que nesta transferência de legitimidade reside a diferença fundamental entre a ação penal PÚBLICA E PRIVADA. Neste tipo de ação o Estado visa impedir que o escândalo do processo provoque um mal maior que a impunidade de quem cometeu o crime. AÇÃO PENAL PRIVADA CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 14 Exemplo de crime perseguido por ação privada: todos os crimes contra a honra (calúnia, injúria, difamação - Capítulo V do Código Penal), exceto em lesão corporal provocada por violência injuriosa (art. 145). 1.8.2 FORMAS DE INICIAR O INQUÉRITO POLICIAL NOS CRIMES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA (CPP, art. 5º, I e II, §§ 1º, 2º e 3º) 1- Portaria da autoridade policial de ofício, mediante simples notícia do crime. Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: I - de ofício; 2- Requisição do Ministério Público Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: [...] II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público 3- Requisição do juiz de Direito 4- Requerimento de qualquer pessoa do povo Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: [...] OBSERVAÇÃO IMPORTANTE A REQUISIÇÃO DO JUIZ E DO MINISTÉRIO PÚBLICO POSSUEM CONOTAÇÃO DE EXIGÊNCIA, DETERMINAÇÃO, RAZÃO PELA QUAL NÃO PODERÁ SER DESCUMPRIDA PELA AUTORIDADE POLICIAL. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 15 II – [...] ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. § 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível: a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. (grifo nosso) Neste caso a autoridade policial não precisa “cumprir” o que é solicitado pelo indivíduocaso entenda descabido o requerimento. Entretanto, a fim de dar garantias ao solicitante e impedir indeferimentos arbitrários, preceitua o parágrafo 2º do art. 5º do CPP: § 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia . Mas quem é o chefe de polícia? Para a prova de vocês é o SECRETÁRIO DE SEGURANÇA PÚBLICA. 5- Auto de prisão em flagrante(APF) Î Apesar de não mencionado expressamente no artigo 5º o APF é forma inequívoca de instauração de inquérito policial, dispensando a portaria subscrita pelo delegado de polícia. 1.8.3 FORMAS DE INICIAR O INQUÉRITO POLICIAL NOS CRIMES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA (CPP, art. 5º, § 4º) 1- Mediante RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO do ofendido ou de seu representante legal Art. 5º [...] § 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 16 Por representação, também conhecida como delatio criminis postulatória, compreende-se a manifestação pela qual a vítima ou seu representante legal autoriza o Estado a desenvolver as providências necessárias à investigação e apuração judicial nos crimes que a requerem. Nada impede que a representação esteja incorporada na comunicação de ocorrência policial e neste sentido já se manifestou, por diversas vezes, o STJ. Observe o julgado: 2- Mediante requisição do ministro da justiça. Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça[...]. Existem alguns delitos que, por questões de política, necessitam da manifestação do Ministro da Justiça para que possam ser investigado. Como exemplo podemos citar os crimes cometidos por estrangeiro fora do País e os crimes contra a honra cometidos contra o Presidente da República. HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. PENAL. ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. MENOR DE QUATORZE ANOS. VIOLÊNCIA PRESUMIDA. AUMENTO DE PENA. CORRETA APLICAÇÃO DO ART. 9° DA LEI N.° 8.072⁄90. MISERABILIDADE DA VÍTIMA E DE SUA FAMÍLIA. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. ORDEM DENEGADA. A representação nos crimes de ação penal pública condicionada prescinde de qualquer formalidade, sendo necessário apenas a vontade inequívoca da vítima ou de seu representante legal, mesmo que realizada na fase policial. Precedentes desta Corte e do STF. (STJ, HC, Nº 46.455 – RJ) CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 17 1.8.4 FORMAS DE INICIAR O INQUÉRITO POLICIAL NOS CRIMES DE AÇÃO PENAL PRIVADA (CPP, art. 5º, § 5º) 1- Mediante requerimento escrito ou verbal, reduzido a termo neste último caso, do ofendido ou de seu representante legal. Art. 5º [...] § 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. 1.9 PROVIDÊNCIAS – ART. 6º DO CPP Imaginemos um inquérito policial para apurar um homicídio duplamente qualificado e outro para averiguar um furto de galinhas no quintal do vizinho. O inquérito será exatamente igual? Ou melhor, será que seria possível definir um rito procedimental exato a ser executado pela autoridade policial em qualquer situação? É claro que a resposta é negativa, e o que encontramos no art. 6º do CPP é uma série de procedimentos que, via de regra, deverão ser executados, entretanto para cada caso será uma ritualização diferente, conveniente e oportuna. Observe o disposto: Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; ***Em todas as espécies de ação penal, o IP deve ser instaurado de ofício pela autoridade policial, isto é, independentemente de provocação, pois tem a característica da oficiosidade. GABARITO: ERRADA CAIU EM PROVA! CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 18 II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; IV - ouvir o ofendido; V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter. Agora resumindo o que importa para sua PROVA: O inciso I do supracitado artigo nos traz que a autoridade policial deverá dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e a conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais. Para esta regra existe uma exceção na lei nº. 5.970/73 que nos diz que para acidentes de trânsito a autoridade ou o agente policial que primeiro tomar conhecimento do fato poderá autorizar a imediata remoção dos feridos, bem como dos veículos se estiverem prejudicando o tráfego. Seguindo no artigo 6º, a autoridade deverá apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais. Esta busca e apreensão poderá ocorrer: 1- No local do crime 2- Em domicílio 3- Na própria pessoa A autoridade policial ouvirá o ofendido e o indiciado, que poderão ser conduzidos coercitivamente para prestar esclarecimentos caso não atendam às intimações. Poderão ser realizadas acareações e o reconhecimento de pessoas e coisas. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 19 Deverá ser determinada a realização do exame de corpo de delito sempre que a infração deixar vestígios. 1.9.1 REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS Reza o art. 7º do CPP: Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. A reprodução simulada é um instrumento importante de que dispõe a autoridade policial para elucidar um crime. Desde que não contrarie a moralidade ou a ordem pública, todos os passos do delito podem ser refeitos com acompanhamento de peritos, possibilitando um maior número de informações para o inquérito. O indiciado poderá ser forçado a comparecer, mas não a participar da reconstituição, pois, segundo a Constituição Federal, ninguém é obrigado a produzir prova contra si. 1.9.2 IDENTIFICAÇÃO DATILOSCÓPICA Datiloscopia é o processo de identificação humana por meio das impressões digitais. O art. 6o, VIII do CPP trata da identificaçãodatiloscópica, dizendo que a autoridade policial deverá determiná-la. ***A reprodução simulada dos fatos ou reconstituição do crime pode ser determinada durante o inquérito policial, caso em que o indiciado é obrigado a comparecer e participar da reconstituição, em prol do princípio da verdade real. GABARITO: ERRADA CAIU EM PROVA! CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 20 Aqui há um ponto importantíssimo que precisa ser deixado bem claro: Dispõe a súmula 568 do STF que a identificação criminal não constitui constrangimento ilegal, ainda que o indiciado já tenha sido identificado civilmente. Entretanto, tal dispositivo foi editado pela Suprema Corte em 1977 e encontra-se superado pela Constituição de 1988 que traz expressamente no art. 5º LVIII o seguinte texto: Art. 5º [...] LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; Isso quer dizer então que NUNCA o civilmente identificado será submetido à identificação criminal? A resposta é negativa, pois o próprio texto constitucional deixa claro que salvo nas hipóteses previstas em lei. Esta lei, no caso, é a nº. 10.054/2000, limitando e restringindo a identificação criminal de quem já tenha sido identificado civilmente. 1.10 PRAZO DO INQUÉRITO O art. 10 do CPP assim dispõe: Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. A partir deste artigo podemos definir a seguinte regra geral para a conclusão do inquérito: • INDICIADO PRESOÎ 10 DIAS. • INDICIADO SOLTOÎ 30 DIAS. O parágrafo 3º do supracitado artigo admite a prorrogação do prazo quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto: CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 21 § 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz. Tal prorrogação não encontra um limite definido no CPP, entretanto, segundo entendimento doutrinário e jurisprudencial deve ser razoável à elucidação dos fatos. Conforme enfatizado, o previsto no art. 10 do CPP é a regra e esta é excepcionada por algumas leis especiais que fixam outros prazos. 1.10.1 PRAZOS ESPECIAIS 1-- CCRIIMMES COONNTRAA A ECCONOOMMIIAA PPOPULLAAR –– LLeei nnºº. 11.5221//511: • INDICIADO PRESO OU SOLTO Î 10 DIAS. 2-- LLEEII DEE TTÓÓXXIICCOS – Leii nº.. 111.3443//006 : • INDICIADO PRESOÎ 30 DIAS. • INDICIADO SOLTOÎ 90 DIAS 3- IINQUUÉÉRRITO PPOOLLIICIAAL MMILLIITTAR:: • INDICIADO PRESOÎ 20 DIAS. • INDICIADO SOLTOÎ PRAZO DE 40 DIAS PRORROGÁVEL POR MAIS 20 DIAS. 4- PPOOLLÍÍCIAA FEDEERAAL –– Leei 55.0110//666:: • INDICIADO PRESOÎ PRAZO DE15 DIAS PRORROGÁVEL POR MAIS 15. • INDICIADO SOLTOÎ 30 DIAS ***O inquérito policial não pode ter seu prazo de conclusão prorrogado. GABARITO: ERRADA CAIU EM PROVA! CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 22 1.10.2 CONTAGEM DO PRAZO O prazo para o término do inquérito segue a regra do art. 798 § 1º do CPP, ou seja, despreza-se o dia inicial e inclui-se o dia final. Como exemplo, se determinado inquérito teve início no dia 15 de fevereiro às 16:00h, completará a contagem do primeiro dia às 24:00 do dia 16. É importante ressaltar que para a contagem do prazo do inquérito não há que se falar em sábados, domingos e feriados, pois a Polícia Judiciária possui expediente em tempo integral. 1.11 O FIM DO INQUÉRITO Concluídas as investigações, a autoridade policial deverá fazer um relatório detalhado de tudo o que foi apurado no inquérito, indicando, se necessário, as testemunhas que não foram ouvidas e as diligências não realizadas. Art. 10 [...] § 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente. § 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas. A autoridade não deve emitir opiniões ou qualquer juízo de valor sobre os fatos narrados, os indiciados, ou qualquer outro aspecto relativo ao inquérito ou à sua conclusão. Concluído o relatório, os autos do inquérito serão remetidos ao juiz competente, acompanhados dos instrumentos do crime e dos objetos que interessam à prova. Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito. Deverá também a autoridade policial enviar informações relativas ao inquérito ao Instituto de Identificação e Estatística, nos termos do art. 23 do CPP. Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 23 repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado. 1.12 ARQUIVAMENTO Agora será tratado um tema importantíssimo para concurso público e que consequentemente deve ser muito bem estudado. O art. 28 do CPP assim dispõe: Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. 1.12.1 COMPETÊNCIA PARA O ARQUIVAMENTO O primeiro ponto que deve ser deixado claro é que a autoridade competente para o arquivamento de um inquérito é o Juiz. Diferentemente do que muitos pensam, a autoridade policial (Delegado) não pode determinar tal ato, conforme expressamente previsto no já analisado art. 17 do CPP. Outro ponto importante é a participação do Procurador Geral quando ocorre divergência de entendimento entre o MP e a autoridade judicial quanto ao cabimento ou não do arquivamento. 1.12.2 DESARQUIVAMENTO Dispõe o art. 18 do CPP: Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 24 Perceba que a autorização é SOMENTE para a realização de novas pesquisas, se surgirem NOVAS PROVAS. Embora tal artigo trate especificamente da autoridade policial, o STF, na súmula 524, amplia a abrangência consolidando a jurisprudência: SÚMULA 524: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas. Assim, podemosconcluir que o despacho que arquivar o inquérito é irrecorrível, sendo excetuada tal regra somente nos casos de crime contra a economia popular, onde cabe recurso oficial e no caso das contravenções penais previstas nos art. 58 e 60 do Decreto- Lei nº. 6.259/44, quando caberá recurso em sentido estrito. OBSERVAÇÕES: 1- Não existe número máximo de desarquivamentos, mas, por ser evidente, se ocorrer a prescrição, decadência ou outra causa extintiva da punibilidade, não será possível o desarquivamento. 2- Quando o arquivamento é determinado em virtude da atipicidade do fato, não é possível o desarquivamento constituindo, excepcionalmente, coisa julgada material. 3- O Juiz não pode arquivar o inquérito sem a manifestação neste sentido do titular da ação. 4- Segundo o STJ, o Juiz não pode desarquivar o inquérito policial de ofício, ou seja, se o IP foi arquivado a requerimento do Ministério Público, e este não concorda com a reabertura, a autoridade judicial não poderá reabri-lo para determinar novas diligências. ***Por entender inexistente o crime apurado em inquérito policial, o representante do Ministério Público requereu ao juiz competente o arquivamento dos autos. Em tal caso o juiz, aceitando o pedido do Ministério Público e arquivando o inquérito policial, não poderá desarquivá-lo diante de novas provas. GABARITO: ERRADA CAIU EM PROVA! CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 25 Podemos compreender o trâmite do arquivamento através do seguinte quadro esquematizado: 1.13 REGRAS PROCEDIMENTAIS REFERENTES AO INQUÉRITO Para finalizar nossa aula é importante citar que algumas regras meramente procedimentais compõe o texto do Código Penal quando este trata do inquérito. Citarei aqui as que são importantes para a sua PROVA: Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. DELEGADO MINISTÉRIO PÚBLICO JUIZ Oferecer denúncia Solicitar arquivamento Solicitar diligências complementares ARQUIVAMENTO PROCURADOR GERAL Determinar ou oferecer a denúncia DDeetteerrmmiinnaarr ao Juiz o arquivamento SIM NÃO CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 26 O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. *********************************************************************************** Futuros aprovados, Chegamos ao término da aula e agora é hora de praticar e complementar o aprendizado através dos exercícios. Abraços, bons estudos e até a próxima aula. Pedro Ivo É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa. Mas graça das graças é não desistir nunca. Dom Hélder Câmara CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 27 PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS EM AULA Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função. Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: I - de ofício; II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. § 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível: a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. § 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia. § 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito. § 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado. § 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 28 Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito. Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial. Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado. Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que Ihe forem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes, salvo no caso de existir condenação anterior. Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente serápermitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 29 EXERCÍCIOS 1. (AGU / 2010) Embora o inquérito policial tenha natureza de procedimento informativo, e não de ato de jurisdição, os vícios nele existentes podem contaminar a ação penal subsequente, com base na teoria norte-americana dos frutos da árvore envenenada, ou fruits of the poisonouss tree. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Os vícios do inquérito não contaminam a ação penal. 2. (AGU / 2010) O arquivamento do inquérito policial não gera preclusão; todavia, uma vez arquivado o inquérito a pedido do promotor de justiça, somente com novas provas pode ser iniciada a ação penal. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: O arquivamento, por não impedir pesquisas supervenientes (art. 18 do CPP), não produz coisa julgada formal, ou seja, não gera preclusão. Veja: Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. Todavia, nos termos da súmula 524 do STF, arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas. 3. (DPU / 2010) Segundo o STJ, a recusa da autoridade policial em cumprir requisição judicial relativa a cumprimento de diligências configura o crime de desobediência. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Embora não esteja a autoridade policial sob subordinação funcional do juiz ou ao membro do Ministério Público, tem ela o dever funcional de realizar as diligências requisitadas por estas autoridades. A recusa no cumprimento das diligências requisitadas não consubstancia, sequer em tese, o crime de desobediência, repercutindo apenas no âmbito administrativo-disciplinar (STJ, RT 747/624). CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 30 4. (POLÍCIA CIVIL-PB / 2008) O IP acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: Exige do candidato o conhecimento do artigo 12 do CPP. Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. 5. (Polícia Federal/2009) O término do inquérito policial é caracterizado pela elaboração de um relatório e por sua juntada pela autoridade policial responsável, que não pode, nesse relatório, indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Contraria o Art. 10 § 2o do CPP. Observe que é possível que a autoridade indique testemunhas. Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas. 6. (Polícia Federal/2009) No inquérito policial, o ofendido ou seu representante legal e o indiciado poderão requerer qualquer diligência que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. GABARITO: CORRETA COMENTÁRIOS: Reprodução exata do disposto no artigo 14 do CPP. Veja: Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. 7. (Polícia Federal/2009) O inquérito policial tem natureza judicial visto que é um CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 31 procedimento inquisitório conduzido pela polícia judiciária com a finalidade de reunir os elementos e informações necessárias à elucidação do crime. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Inquérito com natureza judicial??? Pode parar por aqui, pois o inquérito tem natureza administrativa. 8. (Polícia Federal/2009) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial não poderá proceder novas pesquisas se de outras provas tiver notícia, salvo com expressa autorização judicial. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Contraria o artigo 18 que afirma que a autoridade policial PODERÁ proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. Veja: Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. 9. (Ministério Público do Estado de Roraima – Promotor de Justiça/2008) Considere a seguinte situação hipotética. Foi instaurado inquérito policial contra Sérgio, visando apurar a prática de crime contra as relações de trabalho. O inquérito foi encaminhado ao promotor de justiça, que promoveu o arquivamento do feito, considerando que o fato em apuração não era típico, argumentação que foi acolhida pelo juiz. Posteriormente, o fato foi levado a conhecimento do procurador da República, que entendeu ter-se configurado crime, sendo a competência da justiça federal, uma vez que teria havido ofensa a direitos coletivos do trabalho. Assim sendo, ofereceu denúncia contra Sérgio. Nessa situação, a denúncia deverá ser recebida, uma vez que o arquivamento foi determinado por juiz absolutamente incompetente. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Conforme vimos, independentemente da competência ou não da autoridade judicial, se a atipicidade foi levantada pelo titular da ação, no caso o Ministério Público, não é possível o desarquivamento. 10. (Procurador Municipal do município de vitória/2007) Considere a seguinte situação hipotética. Um indivíduo, deliberadamente, feriu um desafeto, produzindo-lhe lesões CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 32 corporais de natureza leve. A autoridade policial, ao tomar conhecimento do fato, instaurou o competente procedimento, cuidando, porém, de colher previamente a manifestação da vítima no sentido de ver processado o autor do delito. Nessa situação, atuou corretamente a autoridade policial, pois a representação do ofendido em casos como esse é condição de procedibilidade para a persecução penal. GABARITO: CORRETA COMENTÁRIOS: A lesão corporal leve é um delito que dá ensejo à ação penal pública condicionada, sendo necessária a manifestação da vítima ou seu representante legal para a instauração do inquérito. 11. (Agente da Polícia Federal/2004) Um promotor de justiça requereu o arquivamento de um inquérito policial fundamentado na prescrição da pretensão punitiva. Nessa situação, caso o juiz discorde, considerando improcedentes as razões invocadas, deverá encaminhar os autos a outro promotor para que este ofereça a denúncia. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: O Juiz, caso discorde, deverá enviar os autos ao Procurador-Geral que poderá oferecer a denúncia, determinar o arquivamentoou designar outro órgão do Ministério Público para dar início a ação penal. 12. (Agente da Polícia Federal/2004) Verificando que o fato evidentemente não constitui crime, o delegado poderá mandar arquivar o inquérito policial, desde que o faça motivadamente. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Com base no Art. 17 do CPP, a autoridade policial não poderá determinar o arquivamento dos autos. 13. (TRE-MA-2009) Tratando-se de crime de ação penal pública condicionada à representação, a autoridade policial não pode se recusar a instaurar inquérito, se houver requerimento do ofendido. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Como vimos nos delitos de ação penal pública condicionada a autoridade policial NÃO É OBRIGADA a iniciar o inquérito após a representação. O Delegado avaliará a representação dando início ao inquérito CASO realmente haja indícios de que tenha ocorrido um crime. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 33 14. (Magistratura – SP/167°) Nos crimes de ação penal privada, o inquérito policial pode iniciar-se por representação do ofendido ou seu representante legal. GABARITO: CORRETA COMENTÁRIOS: Segundo o CPP no seu Art. 5º, parágrafo 5º, nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder o inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. 15. (Magistratura – SP/172°) Relativamente ao princípio do contraditório, diz-se que o inquérito policial observa-o, necessariamente, para a elaboração do relatório final. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: A atividade que se desenvolve no IP é administrativa e não jurisdicional, não sendo aplicável o princípio do contraditório. 16. (Procuradoria Geral do Estado – MA/2003) Notitia criminis espontânea é aquela em que o conhecimento da infração penal pelo destinatário ocorre direta e imediatamente, pela autoridade policial, no exercício de sua atividade funcional; GABARITO: CORRETA COMENTÁRIOS: A notitia criminis de cognição direta, espontânea, inqualificada ou imediata ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do fato infringente da norma por suas atividades rotineiras. 17. (Delegado de Polícia – SP/2002) Caso o inquérito policial seja eivado de vício de forma será mera irregularidade, que deverá ser sanada a qualquer tempo. GABARITO: CORRETA COMENTÁRIOS: O inquérito não é ato de manifestação do poder jurisdicional, mas mero procedimento informativo que visa fornecer dados ao titular da ação. Assim os vícios existentes no IP não ocasionam nulidades processuais. 18. (TJ-CE – 2008) O inquérito policial, uma vez instaurado, deve ser concluído no prazo de 10 dias, se o réus estiver preso, ou de trinta dias, se responder solto, podendo esse prazo ser prorrogado, em caso de necessidade, pela própria autoridade que presidir o inquérito, quando se tratar de casos de alta complexidade ou houver CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 34 pluralidade de indiciados GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Observe o que dispõe o CPP: Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. [...] § 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz. A prorrogação é possível e deve der solicitada AO JUIZ, não podendo ser determinada de ofício pela autoridade policial. A prorrogação pode, dentre várias situações, ser solicitada no caso de alta complexidade ou quando houver pluralidade de indiciados. 19. (CGU / 2008) Analise os itens a seguir e marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. ( ) O inquérito policial é um procedimento persecutório de caráter administrativo com diligências realizadas pela polícia judiciária, tendo como destinatário mediato o juiz. ( ) O inquérito é um procedimento inquisitivo, não se aplicando os princípios do contraditório e da ampla defesa. ( ) Os vícios existentes no inquérito policial não têm o condão de infirmar validade jurídica do subseqüente processo penal condenatório. ( ) Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. A) V, F, F, V B) F, V, F, V C) V, V, V, V D) V, F, V, F E) F, F, V, F CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 35 GABARITO: C COMENTÁRIOS: Analisando as alternativas: Assertiva “I” Î Verdadeira Î Reproduz algumas das principais características do inquérito, ou seja, um procedimento de caráter administrativo ( não faz parte do processo judicial), realizado pela polícia judiciária e tendo como destinatário MEDIATo o juiz. Lembre-se que o destinatário imediato do inquérito é o Ministério Público ou o ofendido (no caso da ação penal privada). Assertiva “II” Î Verdadeira Î Outra importante característica do inquérito é o caráter inquisitivo, ou seja, o procedimento está concentrado no Delegado de polícia não sendo cabível o contraditório e a ampla defesa. Assertiva “III” Î Verdadeira Î Os vícios do inquérito não contaminam a ação penal. Assertiva “IV” Î Verdadeira Î A autoridade policial, nos crimes de ação penal privada, dependerá da manifestação de vontade do ofentido para poder iniciar o inquérito. 20. (TJ-PA-2009) No caso do Promotor de Justiça requerer o arquivamento do inquérito policial por entender ausente a justa causa para a instauração da ação penal, havendo discordância do Juiz, este deverá A) intimar a vítima para propor ação penal privada. B) determinar, de ofício, a devolução do inquérito policial à polícia para novas diligências. C) nomear outro Promotor de Justiça para ofertar a denúncia. D) remeter os autos à consideração do Procurador- Geral de Justiça. E) remeter ao Presidente do Tribunal de Justiça. GABARITO: D COMENTÁRIOS: Nos termos do art. 28 do CPP, se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. 21. (MPE-SE – 2009) O inquérito policial A) pode ser iniciado de ofício, ainda que se trata de crime de ação penal pública condicionada. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 36 B) deverá terminar no prazo de dez dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante. C) obedece ao contraditório. D) tem rito próprio. E) pode ser arquivado por ordem da autoridade policial. GABARITO: B COMENTÁRIOS: Analisando as alternativas: Alternativa “A” Î Incorreta Î A ação penal pública condicionada depende da representação do ofendido ou representante legal, não podendo ter início ex officio. Alternativa“B” Î Correta Î O art. 10 do CPP define o prazo para o término do inquérito como sendo de 10 dias se o indiciado estiver preso e 30 dias caso esteja solto. Alternativa “C” Î Trata-se o inquérito de um procedimento inquisitivo que não se submete ao contraditório. Alternativa “D” Î O CPP define as linhas mestras para o inquérito, todavia cada crime é diferente do outro. Por tratar-se de um procedimento administrativo, cabe ao Delegado a prerrogativa de determinar a melhor forma de atingir o objetivo da investigação. Alternativa “E” Î Só o Juiz pode determinar o arquivamento. 22. (TRE-GO – 2009) No que se refere ao inquérito policial, assinale a opção correta. A) Nos crimes de ação penal pública condicionada, a representação não é necessária para dar início ao inquérito policial, mas apenas à propositura da ação penal respectiva. B) Em caso de indiciado menor de idade, a autoridade policial não precisará nomear curador, considerando a natureza inquisitorial do inquérito policial, que dispensa contraditório. C) Nos crimes de ação penal pública, o inquérito policial poderá ser iniciado a requerimento do ofendido. Nessa situação, caberá recurso para o chefe de polícia contra despacho que, eventualmente, indeferir o requerimento de abertura do inquérito. D) A autoridade policial mandará arquivar os autos de inquérito, quando o fato evidentemente não constituir infração penal ou quando tiver sido praticado em situação que exclua a antijuridicidade. E) N.R.A GABARITO: C COMENTÁRIOS: Analisando as alternativas: CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 37 Alternativa “A” Î Incorreta Î Nos crimes de ação penal pública condicionada, a representação é necessária tanto para a instauração do inquérito quanto para o início da ação. Alternativa “B” Î Incorreta Î Nos termos do art. 15 do CPP, se o indiciado for menor, ser- lhe-á nomeado curador pela autoridade policial. Alternativa “C” Î Correta Î Está em perfeita consonância com o art. 5º do CPP. Alternativa “D” Î Incorreta Î AUTORIDADE POLICIAL NÃO PODE MANDAR ARQUIVAR OS AUTOS DE INQUÉRITO!!! 23. (MPE-CE – 2009 - Adaptada) Se o ofendido requerer a instauração de inquérito policial, em crime de ação penal A) privada e a autoridade policial indeferir o requerimento, não caberá recurso algum no âmbito administrativo, podendo o ofendido todavia dirigir outro requerimento ao juiz de direito. B) pública incondicionada, a autoridade policial, necessariamente, deverá instaurar o inquérito policial, em virtude do princípio da oficialidade. C) pública incondicionada, dependerá a autoridade policial de representação formal. D) pública condicionada, manifestando interesse em que o autor do crime seja processado, o requerimento poderá valer como representação. E) N.R.A. GABARITO: D COMENTÁRIOS: Analisando as alternativas: Alternativa “A” Î Incorreta Î Nos termos do art. 5º, § 2o, do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia. Alternativa “B” Î Incorreta Î Imagine se a autoridade policial fosse iniciar o inquérito para todo requerimento... Não iriam ser suficientes os policiais existentes. Assim, deve-se proceder uma investigação preliminar para, caso necessário, ser iniciado o inquérito. Alternativa “C” Î Incorreta Î A ação penal pública incondicionada não depende de representação. Alternativa “D” Î Incorreta Î Está correta. Segundo a jurisprudencia atual, a representação não depende de um formalismo rígido podendo, portanto, ser suprida pelo requerimento. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 38 24. (Promotor – MP-SP – 2008) Assinale a alternativa correta. A) O inquérito policial não é indispensável à propositura da ação penal nos crimes em que se procede mediante queixa do ofendido. B) Como regra geral, não deve a autoridade policial determinar o indiciamento do autor da infração se este já se identificou civilmente. C) A incomunicabilidade do preso não poderá exceder a 5 (cinco) dias, salvo se prorrogada a prisão, por igual prazo, por nova decisão judicial. D) Da decisão judicial que determina o arquivamento de autos de inquérito policial, a pedido do Ministério Público, cabe oposição por parte da autoridade policial E) N.R.A GABARITO: A COMENTÁRIOS: Analisando: Alternativa “A” Î Correta Î Quando não há dúvidas quanto ao fato e a autoria, não há que se falar em necessidade do inquérito policial. Alternativa “B” Î Incorreta Î O fato de já haver se identificado civilmente o autor não encontra relação direta com a possibilidade de se iniciar ou não um inquérito. Alternativa “C” Î Incorreta Î Segundo o parágrafo único do art. 21 a incomunicabilidade não excederá três dias. Alternativa “D” Î Incorreta Î A autoridade policial não pode se opor à determinação judicial. 25. (Agente Penitenciário – RO – 2008) Os arts. 4 a 23 (CPP) prefixam sobre o inquérito policial. Sobre o inquérito policial, marque o item correto: A) O inquérito policial é um processo. B) O inquérito policial é um procedimento administrativo, informativo, provisório, preparatório, destinado a fornecer o mínimo de elementos necessários ao órgão de acusação para a propositura da ação penal. C) O inquérito policial é um procedimento que não necessita de informações sobre materialidade e indícios de autoria. D) O inquérito policial pode ser considerado um processo informativo, provisório, preparatório. E) O inquérito policial é um processo informativo, provisório, destinado a fornecer o mínimo de elementos necessários ao órgão de acusação para a propositura da ação penal. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 39 GABARITO: B COMENTÁRIOS: Analisando as alternativas: Alternativa “A” Î Incorreta Î O inquérito policial é um procedimento administrativo. Alternativa “B” Î Correta Î Resume de forma perfeita o inquérito policial. Alternativa “C” Î Incorreta Î O inquérito visa justamente determinar o autor e como ocorreu o fato. Esta é a finalidade do procedimento administrativo. Alternativa “D” Î Incorreta Î Inquérito não é PROCESSO!!! Alternativa “E” Î Incorreta Î Mais uma vez, agora com letras maiores: INQUÉRITO NÃO É PROCESSO!!! 26. (Agente Penitenciário – RO – 2008) Os autos de inquérito policial, uma vez relatados e encaminhados a Juízo, não poderão mais ser devolvidos, exceto: A) A requerimento do Promotor para diligências imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. B) A requerimento do Promotor em qualquer hipótese. C) Por determinação do Juiz. D) Por requerimento do ofendido. E) Por requerimento de qualquer interessado. GABARITO: A COMENTÁRIOS: A questão exige do candidato o conhecimento do art. 16 que dispõe: Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. 27. (Juiz Substituto – TJ-MG – 2008) Relativamente ao inquérito policial, é correto afirmar que: A) a autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato, aplicando, porém, em todas as suas manifestações, os princípios do contraditório e da ampla defesa. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 40 B) a autoridade policial poderá mandar arquivarautos de inquérito por falta de base para a denúncia. C) o inquérito deverá terminar no prazo de 30 dias, se o indiciado estiver preso, ou no prazo de 60 dias, quando estiver solto. D) o inquérito policial não acompanhará a denúncia ou queixa quando servir de base a uma ou outra. E) o indiciado poderá requerer à autoridade policial a realização de qualquer diligência. GABARITO: E COMENTÁRIOS: Analisando as alternativas: Alternativa “A” Î Incorreta Î A alternativa começa correta, mas torna-se incorreta ao dizer que o inquérito segue o contraditório e a ampla defesa. Como vimos trata-se de procedimento INQUISITIVO e, portanto, não abarca tais princípios. Alternativa “B” Î Incorreta Î AUTORIDADE POLICIAL NÃO PODE MANDAR ARQUIVAR OS AUTOS!!! Alternativa “C” Î Incorreta Î Nos termos do art. 10 do CPP o prazo é de 10 dias no caso do indiciado estar preso e 30 no caso de estar solto. Alternativa “D” Î Incorreta Î Contraria o art. 12 do CPP: Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. Alternativa “E” Î Correta Î Está de acordo com o art. 14 do CPP: Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. 28. (TJ-RJ – 2008) Julgue os itens a seguir, relativos ao inquérito policial. I Se a ação penal for de iniciativa privada, o inquérito será instaurado a requerimento da vítima ou de seu representante legal. II Como o inquérito policial é procedimento administrativo, deverá a autoridade policial garantir o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, sob pena de haver nulidade na ação penal subseqüente. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 41 III O inquérito policial pode ser arquivado, de ofício, pelo juiz, por membro do Ministério Público ou pelo delegado de polícia, desde que fique comprovado que o indiciado agiu acobertado por causa excludente da antijuridicidade ou da culpabilidade. IV Uma vez relatado o inquérito policial, o Ministério Público não poderá requerer a devolução dos autos à autoridade policial, ainda que entenda serem necessárias novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. Nesse caso, deverá oferecer a denúncia desde já, requerendo ao juiz que as provas sejam produzidas no curso da instrução processual. V De acordo com o Código de Processo Penal (CPP), a autoridade policial poderá decretar a incomunicabilidade do indiciado, pelo prazo máximo de três dias. A quantidade de itens certos é igual a A) 1. B) 2. C) 3. D) 4. E) 5. GABARITO: A COMENTÁRIOS: Analisando as assertivas: Assertiva I Î Correta Î De acordo com o art. 5º, § 5o do CPP. Assertiva II Î Incorreta Î O inquérito é inquisitivo, ou seja, não segue o contraditório e a ampla defesa. Assertiva III Î Incorreta Î Só o juiz é a autoridade competente para arquivar os autos do inquérito. Assertiva IV Î Incorreta Î O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. Assetiva V Î Incorreta Î Só o Juiz pode determinar a incomunicabilidade. 29. (TRF-4ª Região -2007) Nos crimes de ação penal pública incondicionada, a instauração do inquérito policial A) depende de comunicação verbal do ofendido. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 42 B) depende de requisição do Ministério Público. C) depende de requisição da autoridade judiciária. D) depende de requerimento escrito do ofendido. E) pode ser feita, de ofício, pela autoridade policial. GABARITO: E COMENTÁRIOS: A ação penal pública incondicionada, como o próprio nome diz, independe de qualquer condição. Desta forma, poderá a autoridade policial instaurá-lo ex officio. 30. (Juiz Substituto - TJ-PI- 2007) Acerca do inquérito policial (IP), assinale a opção incorreta. A) O réu não é obrigado a participar da reconstituição do crime, pois ninguém é obrigado a produzir prova contra si. B) Em nenhuma situação, a autoridade policial poderá mandar arquivar autos de IP. C) Em caso de réu preso, a regra geral é a de que o prazo de conclusão do IP seja de 10 dias, salvo em caso de necessidade de diligências complementares, quando o juiz poderá conceder dilação do prazo, fundamentando a decisão, independentemente da soltura do réu. D) Segundo o Código de Processo Penal, é cabível a incomunicabilidade do indiciado, que dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. GABARITO: C COMENTÁRIOS: Analisando: Alternativa “A” Î Correta ÎEmbora a reprodução simulada dos fatos esteja prevista no CPP, não há obrigatoriedade da aceitação da participação por parte do indiciado. Alternativa “B” Î Correta Î Só o juiz pode determinar o arquivamento dos autos do inquérito. Alternativa “C” Î Incorreta Î Para que ocorra a dilação do prazo será obrigatória a soltura do réu. Alternativa “D” Î Correta Î Praticamente reproduz o art. 21 do CPP. Observe o disposto: Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 43 LISTA DOS EXERCÍCIOS APRESENTADOS 1. (AGU / 2010) Embora o inquérito policial tenha natureza de procedimento informativo, e não de ato de jurisdição, os vícios nele existentes podem contaminar a ação penal subsequente, com base na teoria norte-americana dos frutos da árvore envenenada, ou fruits of the poisonouss tree. 2. (AGU / 2010) O arquivamento do inquérito policial não gera preclusão; todavia, uma vez arquivado o inquérito a pedido do promotor de justiça, somente com novas provas pode ser iniciada a ação penal. 3. (DPU / 2010) Segundo o STJ, a recusa da autoridade policial em cumprir requisição judicial relativa a cumprimento de diligências configura o crime de desobediência. 4. (POLÍCIA CIVIL-PB / 2008) O IP acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. 5. (Polícia Federal/2009) O término do inquérito policial é caracterizado pela elaboração de um relatório e por sua juntada pela autoridade policial responsável, que não pode, nesse relatório, indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas. 6. (Polícia Federal/2009) No inquérito policial, o ofendido ou seu representante legal e o indiciado poderão requerer qualquer diligência que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. 7. (Polícia Federal/2009) O inquérito policial tem natureza judicial visto que é um procedimento inquisitório conduzido pela polícia judiciária com a finalidade de reunir os elementos e informações necessárias à elucidação do crime. 8. (Polícia Federal/2009) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial não poderá proceder novas pesquisas se de outras provas tiver notícia, salvo com expressa autorização judicial. 9. (Ministério Público do Estado de Roraima – Promotor de Justiça/2008) Considere a seguinte situação hipotética. Foi instaurado inquérito policial contra Sérgio, visando apurar a prática de crime contra as relações de trabalho. O inquérito foi encaminhado
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