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Aula 01 Inquerito Policial

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CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA 01 – INQUÉRITO POLICIAL 
Caros alunos de todo o Brasil, sejam bem vindos a nossa primeira aula! 
Hoje veremos um tema importante e que é objeto de questionamento por praticamente todas 
as bancas de prova: O inquérito policial. 
É um assunto interessante e que constantemente lemos nos jornais e escutamos falar nos 
telejornais... O problema é que muitas vezes tal tema é tratado de uma maneira incorreta e 
esses erros acabam ficando na cabeça. 
Observe o texto publicado pelo jornal “o globo” em 16/04/2009: 
“A origem das balas com cocaína que levaram 17 crianças e adolescentes a passar mal em 
uma escola municipal de Santo Antonio da Posse vai ficar sem resposta. A polícia decidiu 
nesta quinta-feira arquivar o inquérito que apurava o caso.” 
Será que este texto está correto? Será que a autoridade policial pode arquivar o inquérito? 
Bom, estas e outras perguntas serão respondidas no decorrer da aula e, ao final, você 
começará a prestar mais atenção nas notícias... Afinal, só mesmo concurseiros “de 
carteirinha” ficam procurando (e encontrando) erros que quase ninguém acha nos jornais!!! 
Dito isto, vamos ao que interessa? 
Bons estudos!!! 
************************************************************************** 
1.1 CONCEITO 
Constantemente vemos na sociedade fatos que são claramente infrações penais, entretanto 
não é possível, de pronto, a determinação da autoria e a configuração correta do delito. 
Assim, surge no ordenamento jurídico, mais precisamente no Código de Processo Penal 
(CPP), a figura do inquérito policial, um procedimento administrativo que tem por 
finalidade o levantamento de informações a fim de servir de base à ação penal ou às 
providências cautelares. 
 
 
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Você deve lembrar-se do recente e triste caso da menina Isabella Nardoni onde ouvimos 
falar muito no inquérito. Qual era a real finalidade deste procedimento? 
Exatamente a apuração dos autores do delito e a definição de como efetivamente ele 
ocorreu, a fim de propiciar a atuação do Ministério Público. 
Conforme lição do saudoso Prof. Mirabete, o “inquérito policial é todo procedimento policial 
destinado a reunir os elementos necessários à apuração da prática de uma infração penal e 
de sua autoria. Trata-se de uma instrução provisória, preparatória, informativa em que se 
colhem elementos por vezes difíceis de obter na instrução judiciária...“. 
Regra geral, os inquéritos são realizados pela Polícia Judiciária (Polícias Civis e Polícia 
Federal) e são presididos por delegados de carreira, entretanto o art. 4º, parágrafo único, do 
Código de Processo Penal deixa claro que existem outras formas de investigação criminal 
como, por exemplo, as investigações efetuadas pelas Comissões Parlamentares de Inquérito 
(CPI) e o inquérito realizado por autoridades militares para apurar infrações de competência 
da Justiça Militar (IPM). 
 Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no 
território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das 
infrações penais e da sua autoria. 
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de 
autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma 
função. (grifo nosso) 
1.2 CARACTERÍSTICAS 
• PROCEDIMENTO ESCRITO 
Conforme dito anteriormente, a grande finalidade do inquérito é servir de base para 
uma posterior ação penal. 
Desta forma o art. 9º do CPP deixa claro que as peças do inquérito serão reduzidas a 
escrito ou datilografadas, não sendo possível a ocorrência de uma investigação verbal. 
Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, 
reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela 
autoridade. 
 
 
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OBSERVAÇÃO: Algumas vezes você encontrará a expressão “o depoimento foi 
REDUZIDO A TERMO”. Isso só quer dizer que foi escrito ou datilografado. 
• PROCEDIMENTO SIGILOSO 
O CPP no seu art. 20 nos diz: 
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação 
do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. 
O sigilo é um elemento de que dispõe a autoridade policial para facilitar seu trabalho 
na elucidação do fato. 
Tal sigilo encontra-se extremamente atenuado, pois, segundo entendimento do STF, é 
um direito do advogado examinar, em qualquer repartição policial, mesmo sem 
procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento. 
É importante ressaltar que para os atos que dependem de autorização judicial, 
segundo a CF (escuta, interceptação telefônica etc.), o advogado só terá acesso se 
possuir PROCURAÇÂO ESPECÍFICA. Neste sentido já se pronunciaram por diversas 
vezes o STF e o STJ. 
Também é permitido o acesso total aos autos ao Ministério Público e ao Juiz. 
O sigilo deverá ser observado também como uma forma de preservar a intimidade do 
investigado, resguardando-se seu estado de inocência. Devido a esta presunção, 
dispõe o CPP em seu Art. 20, Parágrafo Único: 
Art. 20 
[...] 
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que Ihe forem solicitados, a 
autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a 
instauração de inquérito contra os requerentes, salvo no caso de existir 
condenação anterior. 
***O inquérito policial é público, não podendo a autoridade policial 
impor sigilo, ainda que necessário à elucidação do fato. 
Gabarito: ERRADA 
CAIU EM PROVA! 
 
 
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• INDISPONIBILIDADE 
Nos termos do art. 17 do CPP, a autoridade policial não poderá mandar arquivar autos 
de inquérito. 
Este é um ponto que gera inúmeras dúvidas, pois se contrapõe ao que normalmente 
imaginamos como válido. Entretanto, fique tranquilo que tudo ficará claro quando 
tratarmos do arquivamento, o último tópico de nossa aula. 
• OFICIOSIDADE
O início do inquérito independe de provocação e DEVE ser determinado de ofício 
quando houver a notícia de um crime. A oficiosidade decorre do princípio da 
legalidade (ou obrigatoriedade) da ação pública. 
Existem algumas ações para as quais o inquérito não segue este princípio, mas 
voltaremos neste assunto quando tratarmos das espécies de ação. 
É importante frisar que não é por toda notícia que deverá ser instaurado 
imediatamente o inquérito, sendo razoável uma avaliação preliminar para determinar 
se o ato noticiado realmente constitui crime. Entretanto, a requisição de instauração do 
inquérito por parte do Ministério Público ou do Juiz tem natureza de ordem e não deve 
ser questionada ou verificada pela autoridade policial. 
***A autoridade policial poderá promover o arquivamento do IP, desde que 
comprovado cabalmente que o indiciado agiu acobertado por uma causa 
excludente da ilicitude ou da culpabilidade 
Gabarito: ERRADA 
CAIU EM PROVA! 
***A requisição do MP para instauração do IP tem a natureza de ordem, 
razão pela qual não pode ser descumprida pela autoridade policial, ainda 
que, no entender desta, seja descabida a investigação. 
Gabarito: CORRETA 
CAIU EM PROVA! 
 
 
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• OFICIALIDADE
Somente órgãos de direito público podem realizar o inquérito policial. Ainda quando a 
titularidade da ação penal é atribuída ao particular ofendido (ação penal privada), não 
cabe a este a efetuação dos procedimentos investigatórios. 
• INQUISITIVO
ATENÇÃO Î ESTA É A CARACTERÍSTICA MAIS EXIGIDA EM PROVA!!! 
É inquisitivo o procedimento em que as atividades visando à elucidação do fato e à 
determinação da autoria ficam concentradas em uma única autoridade, no caso a 
figura do Delegado de Polícia. Este poderá, discricionariamente, decidir como vai 
proceder para alcançar a finalidade do inquérito. 
Durante o inquérito não há que se falar em contraditório e ampla defesa, pois ainda 
não existe acusado e o indiciado não é sujeito de direitos, mas objeto de investigação. 
O ilustre mestre Alexandre de Moraes dispõe que: 
"O contraditório nos procedimentos penais não se aplica aos inquéritos policiais, pois 
a fase investigatória é preparatória da acusação, inexistindo, ainda, acusado, 
constituindo, pois, mero procedimento administrativo, de caráter investigatório, 
destinado a subsidiar a atuação do titular da ação penal, o Ministério Público". 
***Pelo fato de o IP ser um procedimento administrativo de natureza 
inquisitorial, a autoridade policial tem discricionariedade para determinar todas 
as diligências que julgar necessárias ao esclarecimento dos fatos, pois a 
persecução concentra-se, durante o inquérito, na figura do delegado de polícia. 
GABARITO: CORRETA 
CAIU EM PROVA! 
ATENÇÃO!!! 
O ÚNICO INQUÉRITO QUE ADMITE O CONTRADITÓRIO É O INSTAURADO PELA 
POLICIA FEDERAL, A PEDIDO DO MINISTRO DA JUSTIÇA, OBJETIVANDO A 
EXPULSÃO DE ESTRANGEIRO CONFORME A LEI Nº. 6.815/80. 
 
 
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Do exposto podemos resumir: 
1.3 INCOMUNICABILIDADE 
A incomunicabilidade do investigado está regulamentada no art. 21 do Código de Processo 
Penal nos seguintes termos: 
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho 
nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a 
conveniência da investigação o exigir. 
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será 
decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade 
policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, 
o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do 
Brasil 
Na atualidade há uma grande divergência doutrinária quanto à recepção dessa previsão pela 
Constituição Federal vigente. Embora a doutrina majoritária incline-se para a 
inconstitucionalidade do dispositivo este artigo continua sendo exigido (e muito) em provas. 
A incomunicabilidade deve ser decretada pelo JUIZ e não poderá exceder três dias. 
 
 
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1.4 VALOR PROBATÓRIO 
Digamos que determinado indivíduo, durante um inquérito, confessou ao delegado de polícia 
a participação em um crime e tal confissão foi reduzida a termo. Será que a decisão 
condenatória poderia ser apoiada exclusivamente nesta confissão extrajudicial? 
A resposta é não, pois, segundo o STF, não se justifica sentença condenatória baseada 
unicamente no inquérito policial. 
Realmente, agora que já sabemos que o inquérito policial é um procedimento inquisitivo, não 
seguindo os princípios da ampla defesa e do contraditório, fica fácil entender o valor 
probatório relativo atribuído a tal procedimento administrativo pela Suprema Corte. 
Como peça meramente informativa, destinada tão somente a autorizar o exercício da ação 
penal, não pode por si só servir de lastro à sentença condenatória, sob pena de se infringir o 
princípio do contraditório, garantia constitucional. 
1.5 VÍCIOS 
Os vícios do inquérito não contaminam ou ocasionam nulidades no processo. Tal fato tem 
por base o caráter meramente informativo da fase inquisitorial. 
Assim, se uma confissão foi obtida mediante tortura na fase do inquérito, esta situação não 
será passível de gerar a anulação da ação penal. 
1.6 A NECESSIDADE DO INQUÉRITO 
Para se chegar à conclusão da obrigatoriedade ou não do inquérito policial basta pensar na 
real finalidade de tal procedimento. Se, sem nenhuma investigação policial, for possível a 
determinação da autoria e do fato, é razoável que esta fase preliminar seja dispensada. O 
art. 39 § 5o , do CPP deixa claro esta não obrigatoriedade: 
 
***Eventuais nulidades ocorridas no curso do inquérito policial contaminam a 
subseqüente ação penal. 
GABARITO: ERRADA 
CAIU EM PROVA! 
 
 
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Art. 39. 
[...] 
§ 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a 
representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação 
penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias. (grifo 
nosso) 
No mesmo sentido já definiu o STF: 
1.7 “NOTITIA CRIMINIS” 
É a fase preliminar do inquérito policial. Conforme leciona o professor Fernando Capez, dá-
se o nome de notitia criminis (notícia do crime) ao conhecimento espontâneo ou provocado, 
por parte da autoridade policial, de um fato aparentemente criminoso. É com base nesse 
conhecimento que a autoridade dá início às investigações. 
 1.7.1 CLASSIFICAÇÃO:
1. NOTITIA CRIMINIS DE COGNIÇÃO DIRETA OU IMEDIATA 
Também chamada de espontânea ou inqualificada, caracteriza-se pela inexistência de 
um ato jurídico formal de comunicação da ocorrência do delito 
Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento direto do ilícito através de suas 
atividades de rotina, de jornais, pela descoberta do corpo do delito, por comunicação da 
polícia preventiva, por investigações da polícia judiciária, etc. 
"O inquérito policial não é imprescindível ao oferecimento de 
denúncia ou queixa, desde que a peça acusatória tenha 
fundamento em dados de informação suficiente à caracterização 
da materialidade e autoria da infração penal (STF, RTF 76/741; 
TRF 3ª Reg., HC 98.03.010696, 1ª Turma, Rel. des. Fed. 
Roberto Haddad, RT 768/719)". (p. 08). 
 
 
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Nestes casos, a autoridade policial deve proceder a uma investigação preliminar, com a 
máxima cautela e discrição, a fim de verificar a verossimilhança da informação, somente 
devendo instaurar o inquérito na hipótese de haver um mínimo de consistência nos dados 
informados. 
2. NOTITIA CRIMINIS DE COGNIÇÃO INDIRETA OU MEDIATA
Também chamada de notitia criminis provocada ou qualificada. Ocorre quando a 
autoridade policial toma conhecimento do ilícito por meio de algum ato jurídico de 
comunicação formal do delito. 
São exemplos de notitia criminis de cognição indireta: 
• Delatio criminis simples Î É a comunicação por escrito ou verbal, prestada por 
pessoa identificada. (CPP, art. 5º, § 3o ). 
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de 
infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por 
escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a 
procedência das informações, mandará instaurar inquérito. 
• Requisição da autoridade judiciária ou do Ministério PúblicoÎ (CPP, art. 5º, II) 
• Requisição do Ministro da Justiça Î (CP, art.7º, §3º, b) 
• Representação do ofendido Î (CPP, art. 5º, §4º) 
3. NOTITIA CRIMINIS DE COGNIÇÃO COERCITIVA
Ocorre no caso de prisão em flagrante. Nesta hipótese, a comunicação do crime é feita 
mediante a própria apresentação de seu autor por servidor público no exercício de suas 
funções ou por particular. 
O assunto pode ser resumido através do quadro abaixo que facilita a memorização: 
 
 
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1.8 O INÍCIO DO INQUÉRITO POLICIAL 
O início do inquérito dependerá do tipo de ação penal. 
Sobre este tema, para a compreensão deste tópico, faz-se necessário apresentar alguns 
breves apontamentos. Aprofundaremos o assunto na próxima aula. 
COOGGNNIÇÃÃO 
DIIRRETA OOUU 
IMEDDIATTA 
CCOOGGNNIIÇÇÃÃOO 
INNDDIRRETTAA OOUU 
MMEEDDIIAATTAA 
CCOOGGNNIIÇÇÃÃOO 
COOEERRCCITTIIVAA 
1-ATIVIDADES ROTINEIRAS
2-JORNAIS 
3-INVESTIGAÇÕES 
4-CORPO DO DELITO 
5-DELAÇÃO APÓCRIFA 
INNEEXXISTÊNCIAA DDE UM AATO 
JURRÍDIICOO FOORRMAAL !!!! 
1-DELATIO CRIMINIS 
2-REQUISIÇÃO DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO 
3-REQUISIÇÃO DO 
MINISTRO DA JUSTIÇA 
4-REPRESENTAÇÃO DO 
OFENDIDO 
EXISSTTÊÊNNCIA DEE UM ATO 
JJUURRÍÍDDIICCOO FFOORRMMAALL !!!!!! 
PRISÃO EM FLAGRANTE 
NNOOTTIITTIIAA 
CCRRIIMMIINNIISS 
 
 
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 1.8.1 ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL
No nosso país as ações penais são divididas em dois grandes grupos: 
1. AÇÃO PENAL PÚBLICA 
2. AÇÃO PENAL PRIVADA 
Essa divisão atende a razões de exclusiva política criminal e é isso que entenderemos 
agora através de exemplos. 
Imaginemos que um indivíduo comete um homicídio. Este delito, obviamente, importa 
sobremaneira a toda sociedade, pois, a partir de tal fato, fica claro que há um indivíduo no 
mínimo desequilibrado solto na sociedade. 
Desta forma, a ação recebe a classificação de pública Incondicionada e não depende de 
qualquer pedido ou condição para ser iniciada bastando o conhecimento do fato pelo 
Ministério Público. 
Pensemos agora em outra situação em que uma mulher chega para um homem e diz que 
ele é “mais feio que briga de foice no escuro”. 
Neste caso, temos claramente um crime contra a honra e eis a pergunta: O que este 
delito importa para a sociedade? 
Na verdade, ele fere a esfera íntima do indivíduo e, devido a isto, o Estado concede a 
possibilidade de o ofendido decidir se inicia ou não a ação penal, atribuindo a este a 
titularidade. Temos ai a ação privada. 
Em um meio termo entre a Pública Incondicionada e a Privada temos a Pública 
Condicionada. 
Neste caso, o fato fere imediatamente a esfera íntima do indivíduo e mediatamente 
(secundariamente) o interesse geral. Desta forma, a lei atribui a titularidade da ação ao 
Estado, mas exige que este aguarde a manifestação do ofendido para que possa iniciar a 
ação. Tal fato ocorre, por exemplo, no delito de ameaça. 
É importante ressaltar que a regra geral é a ação penal pública, sendo a privada, a 
exceção. 
Do exposto podemos resumir: 
 
 
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 1.8.1.1 AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
É a ação que pode ser iniciada logo que o titular para impetrá-la tiver conhecimento do 
fato, não necessitando de qualquer manifestação do ofendido. 
Exemplos de crimes perseguidos por ação pública incondicionada: roubo, corrupção, 
seqüestro. 
Sobre a titularidade para iniciar a ação dispõe o Código de Processo Penal: 
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do 
Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do 
Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver 
qualidade para representá-lo. (grifo nosso) 
Conforme o CPP a titularidade da ação pública incondicionada é do Ministério Público, 
podendo instaurar o processo criminal independente da manifestação de vontade de 
qualquer pessoa e até mesmo contra a vontade da vítima ou de seu representante 
legal. 
AÇÃO 
PENAL 
PÚBLICA
PRIVADA
INCONDICIONADA 
CONDICIONADA 
 
 
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 1.8.1.2 AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA 
É a ação PÚBLICA cujo exercício está subordinado a uma condição. Essa condição 
tanto pode ser a demonstração de vontade do ofendido ou de seu representante legal 
(REPRESENTAÇÂO), como a REQUISIÇÃO do Ministro da Justiça. 
Neste tipo de ação, a TITULARIDADE, assim como na ação pública incondicionada, é 
do Ministério Público. 
São exemplos previstos no Código Penal: Perigo de contágio venéreo (art. 130), 
ameaça (art. 147), violação de correspondência comercial (art. 152), divulgação de 
segredo (art. 153), furto de coisa comum (art. 156), o estupro e o atentado violento ao 
pudor quando a vítima não tem dinheiro para financiar a ação privada (art. 225, §1º e 
2º) etc. 
 1.8.1.3 AÇÃO PENAL PRIVADA
Neste tipo de ação, o delito afronta tão intimamente o indivíduo que o ESTADO 
transfere a legitimidade ativa da ação para o ofendido. Perceba que nesta 
transferência de legitimidade reside a diferença fundamental entre a ação penal 
PÚBLICA E PRIVADA. 
Neste tipo de ação o Estado visa impedir que o escândalo do processo provoque um 
mal maior que a impunidade de quem cometeu o crime. 
AÇÃO PENAL PRIVADA
 
 
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Exemplo de crime perseguido por ação privada: todos os crimes contra a honra 
(calúnia, injúria, difamação - Capítulo V do Código Penal), exceto em lesão corporal 
provocada por violência injuriosa (art. 145). 
1.8.2 FORMAS DE INICIAR O INQUÉRITO POLICIAL NOS CRIMES DE AÇÃO PENAL 
PÚBLICA INCONDICIONADA (CPP, art. 5º, I e II, §§ 1º, 2º e 3º)
1- Portaria da autoridade policial de ofício, mediante simples notícia do crime. 
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I - de ofício; 
2- Requisição do Ministério Público 
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
[...] 
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público
3- Requisição do juiz de Direito 
4- Requerimento de qualquer pessoa do povo 
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
[...] 
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE 
A REQUISIÇÃO DO JUIZ E DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
POSSUEM CONOTAÇÃO DE EXIGÊNCIA, 
DETERMINAÇÃO, RAZÃO PELA QUAL NÃO PODERÁ 
SER DESCUMPRIDA PELA AUTORIDADE POLICIAL. 
 
 
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II – [...] ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para 
representá-lo.
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível: 
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; 
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de 
convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de 
impossibilidade de o fazer; 
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. 
(grifo nosso) 
Neste caso a autoridade policial não precisa “cumprir” o que é solicitado pelo indivíduocaso entenda descabido o requerimento. Entretanto, a fim de dar garantias ao solicitante 
e impedir indeferimentos arbitrários, preceitua o parágrafo 2º do art. 5º do CPP: 
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito 
caberá recurso para o chefe de Polícia 
. 
Mas quem é o chefe de polícia? Para a prova de vocês é o SECRETÁRIO DE 
SEGURANÇA PÚBLICA. 
5- Auto de prisão em flagrante(APF) Î Apesar de não mencionado expressamente no 
artigo 5º o APF é forma inequívoca de instauração de inquérito policial, dispensando a 
portaria subscrita pelo delegado de polícia. 
1.8.3 FORMAS DE INICIAR O INQUÉRITO POLICIAL NOS CRIMES DE AÇÃO PENAL 
PÚBLICA CONDICIONADA (CPP, art. 5º, § 4º)
1- Mediante RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO do ofendido ou de seu representante legal 
Art. 5º 
[...] 
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de 
representação, não poderá sem ela ser iniciado. 
 
 
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Por representação, também conhecida como delatio criminis postulatória, compreende-se 
a manifestação pela qual a vítima ou seu representante legal autoriza o Estado a 
desenvolver as providências necessárias à investigação e apuração judicial nos crimes 
que a requerem. 
Nada impede que a representação esteja incorporada na comunicação de ocorrência 
policial e neste sentido já se manifestou, por diversas vezes, o STJ. Observe o julgado: 
2- Mediante requisição do ministro da justiça. 
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do 
Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do 
Ministro da Justiça[...]. 
Existem alguns delitos que, por questões de política, necessitam da manifestação do 
Ministro da Justiça para que possam ser investigado. Como exemplo podemos citar os 
crimes cometidos por estrangeiro fora do País e os crimes contra a honra cometidos 
contra o Presidente da República. 
HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. PENAL. 
ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. MENOR DE QUATORZE 
ANOS. VIOLÊNCIA PRESUMIDA. AUMENTO DE PENA. 
CORRETA APLICAÇÃO DO ART. 9° DA LEI N.° 8.072⁄90. 
MISERABILIDADE DA VÍTIMA E DE SUA FAMÍLIA. 
LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO. INEXISTÊNCIA 
DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. ORDEM DENEGADA. 
A representação nos crimes de ação penal pública 
condicionada prescinde de qualquer formalidade, sendo 
necessário apenas a vontade inequívoca da vítima ou de 
seu representante legal, mesmo que realizada na fase 
policial.
Precedentes desta Corte e do STF. (STJ, HC, Nº 46.455 – RJ) 
 
 
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1.8.4 FORMAS DE INICIAR O INQUÉRITO POLICIAL NOS CRIMES DE AÇÃO PENAL 
PRIVADA (CPP, art. 5º, § 5º)
1- Mediante requerimento escrito ou verbal, reduzido a termo neste último caso, do 
ofendido ou de seu representante legal. 
Art. 5º 
[...] 
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá 
proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. 
1.9 PROVIDÊNCIAS – ART. 6º DO CPP 
Imaginemos um inquérito policial para apurar um homicídio duplamente qualificado e outro 
para averiguar um furto de galinhas no quintal do vizinho. O inquérito será exatamente igual? 
Ou melhor, será que seria possível definir um rito procedimental exato a ser executado pela 
autoridade policial em qualquer situação? 
É claro que a resposta é negativa, e o que encontramos no art. 6º do CPP é uma série de 
procedimentos que, via de regra, deverão ser executados, entretanto para cada caso será 
uma ritualização diferente, conveniente e oportuna. Observe o disposto: 
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade 
policial deverá: 
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e 
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; 
 
***Em todas as espécies de ação penal, o IP deve ser instaurado de ofício pela 
autoridade policial, isto é, independentemente de provocação, pois tem a 
característica da oficiosidade. 
GABARITO: ERRADA 
CAIU EM PROVA! 
 
 
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II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos 
peritos criminais 
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas 
circunstâncias; 
IV - ouvir o ofendido; 
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no 
Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado 
por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; 
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; 
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a 
quaisquer outras perícias; 
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se 
possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; 
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, 
familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo 
antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que 
contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter. 
Agora resumindo o que importa para sua PROVA: 
O inciso I do supracitado artigo nos traz que a autoridade policial deverá dirigir-se ao local, 
providenciando para que não se alterem o estado e a conservação das coisas, até a chegada 
dos peritos criminais. 
Para esta regra existe uma exceção na lei nº. 5.970/73 que nos diz que para acidentes de 
trânsito a autoridade ou o agente policial que primeiro tomar conhecimento do fato poderá 
autorizar a imediata remoção dos feridos, bem como dos veículos se estiverem prejudicando 
o tráfego. 
Seguindo no artigo 6º, a autoridade deverá apreender os objetos que tiverem relação com o 
fato, após liberados pelos peritos criminais. Esta busca e apreensão poderá ocorrer: 
1- No local do crime 
2- Em domicílio 
3- Na própria pessoa 
A autoridade policial ouvirá o ofendido e o indiciado, que poderão ser conduzidos 
coercitivamente para prestar esclarecimentos caso não atendam às intimações. Poderão ser 
realizadas acareações e o reconhecimento de pessoas e coisas. 
 
 
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Deverá ser determinada a realização do exame de corpo de delito sempre que a infração 
deixar vestígios. 
 1.9.1 REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS
Reza o art. 7º do CPP: 
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de 
determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução 
simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem 
pública. 
A reprodução simulada é um instrumento importante de que dispõe a autoridade policial 
para elucidar um crime. 
Desde que não contrarie a moralidade ou a ordem pública, todos os passos do delito 
podem ser refeitos com acompanhamento de peritos, possibilitando um maior número de 
informações para o inquérito. 
O indiciado poderá ser forçado a comparecer, mas não a participar da reconstituição, pois, 
segundo a Constituição Federal, ninguém é obrigado a produzir prova contra si. 
 
 1.9.2 IDENTIFICAÇÃO DATILOSCÓPICA
Datiloscopia é o processo de identificação humana por meio das impressões digitais. 
O art. 6o, VIII do CPP trata da identificaçãodatiloscópica, dizendo que a autoridade policial 
deverá determiná-la. 
***A reprodução simulada dos fatos ou reconstituição do crime pode ser 
determinada durante o inquérito policial, caso em que o indiciado é obrigado a 
comparecer e participar da reconstituição, em prol do princípio da verdade real. 
GABARITO: ERRADA 
CAIU EM PROVA! 
 
 
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Aqui há um ponto importantíssimo que precisa ser deixado bem claro: 
Dispõe a súmula 568 do STF que a identificação criminal não constitui constrangimento 
ilegal, ainda que o indiciado já tenha sido identificado civilmente. 
Entretanto, tal dispositivo foi editado pela Suprema Corte em 1977 e encontra-se superado 
pela Constituição de 1988 que traz expressamente no art. 5º LVIII o seguinte texto: 
 
Art. 5º 
[...] 
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, 
salvo nas hipóteses previstas em lei; 
Isso quer dizer então que NUNCA o civilmente identificado será submetido à identificação 
criminal? A resposta é negativa, pois o próprio texto constitucional deixa claro que salvo 
nas hipóteses previstas em lei. 
Esta lei, no caso, é a nº. 10.054/2000, limitando e restringindo a identificação criminal de 
quem já tenha sido identificado civilmente. 
1.10 PRAZO DO INQUÉRITO 
O art. 10 do CPP assim dispõe: 
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver 
sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, 
nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no 
prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 
A partir deste artigo podemos definir a seguinte regra geral para a conclusão do inquérito: 
• INDICIADO PRESOÎ 10 DIAS. 
• INDICIADO SOLTOÎ 30 DIAS. 
O parágrafo 3º do supracitado artigo admite a prorrogação do prazo quando o fato for de 
difícil elucidação, e o indiciado estiver solto: 
 
 
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§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a 
autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores 
diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz. 
Tal prorrogação não encontra um limite definido no CPP, entretanto, segundo entendimento 
doutrinário e jurisprudencial deve ser razoável à elucidação dos fatos. 
Conforme enfatizado, o previsto no art. 10 do CPP é a regra e esta é excepcionada por 
algumas leis especiais que fixam outros prazos. 
 1.10.1 PRAZOS ESPECIAIS
1-- CCRIIMMES COONNTRAA A ECCONOOMMIIAA PPOPULLAAR –– LLeei nnºº. 11.5221//511: 
• INDICIADO PRESO OU SOLTO Î 10 DIAS. 
2-- LLEEII DEE TTÓÓXXIICCOS – Leii nº.. 111.3443//006 : 
• INDICIADO PRESOÎ 30 DIAS. 
• INDICIADO SOLTOÎ 90 DIAS 
3- IINQUUÉÉRRITO PPOOLLIICIAAL MMILLIITTAR:: 
• INDICIADO PRESOÎ 20 DIAS. 
• INDICIADO SOLTOÎ PRAZO DE 40 DIAS PRORROGÁVEL POR MAIS 
20 DIAS. 
4- PPOOLLÍÍCIAA FEDEERAAL –– Leei 55.0110//666:: 
• INDICIADO PRESOÎ PRAZO DE15 DIAS PRORROGÁVEL POR MAIS 
15. 
• INDICIADO SOLTOÎ 30 DIAS 
***O inquérito policial não pode ter seu prazo de conclusão prorrogado. 
GABARITO: ERRADA 
CAIU EM PROVA!
 
 
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 1.10.2 CONTAGEM DO PRAZO
O prazo para o término do inquérito segue a regra do art. 798 § 1º do CPP, ou seja, 
despreza-se o dia inicial e inclui-se o dia final. Como exemplo, se determinado inquérito 
teve início no dia 15 de fevereiro às 16:00h, completará a contagem do primeiro dia às 
24:00 do dia 16. 
É importante ressaltar que para a contagem do prazo do inquérito não há que se falar em 
sábados, domingos e feriados, pois a Polícia Judiciária possui expediente em tempo 
integral. 
1.11 O FIM DO INQUÉRITO 
Concluídas as investigações, a autoridade policial deverá fazer um relatório detalhado de 
tudo o que foi apurado no inquérito, indicando, se necessário, as testemunhas que não foram 
ouvidas e as diligências não realizadas. 
Art. 10 
[...] 
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará 
autos ao juiz competente. 
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem 
sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas. 
A autoridade não deve emitir opiniões ou qualquer juízo de valor sobre os fatos narrados, os 
indiciados, ou qualquer outro aspecto relativo ao inquérito ou à sua conclusão. 
Concluído o relatório, os autos do inquérito serão remetidos ao juiz competente, 
acompanhados dos instrumentos do crime e dos objetos que interessam à prova. 
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à 
prova, acompanharão os autos do inquérito. 
Deverá também a autoridade policial enviar informações relativas ao inquérito ao Instituto de 
Identificação e Estatística, nos termos do art. 23 do CPP. 
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a 
autoridade policial oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou 
 
 
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repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e 
os dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado. 
1.12 ARQUIVAMENTO 
Agora será tratado um tema importantíssimo para concurso público e que 
consequentemente deve ser muito bem estudado. O art. 28 do CPP assim dispõe: 
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, 
requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de 
informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, 
fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este 
oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para 
oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o 
juiz obrigado a atender. 
 1.12.1 COMPETÊNCIA PARA O ARQUIVAMENTO
O primeiro ponto que deve ser deixado claro é que a autoridade competente para o 
arquivamento de um inquérito é o Juiz. Diferentemente do que muitos pensam, a 
autoridade policial (Delegado) não pode determinar tal ato, conforme expressamente 
previsto no já analisado art. 17 do CPP. 
Outro ponto importante é a participação do Procurador Geral quando ocorre divergência 
de entendimento entre o MP e a autoridade judicial quanto ao cabimento ou não do 
arquivamento. 
 1.12.2 DESARQUIVAMENTO
Dispõe o art. 18 do CPP: 
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade 
judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá 
proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. 
 
 
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Perceba que a autorização é SOMENTE para a realização de novas pesquisas, se 
surgirem NOVAS PROVAS. Embora tal artigo trate especificamente da autoridade policial, 
o STF, na súmula 524, amplia a abrangência consolidando a jurisprudência: 
SÚMULA 524: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a 
requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem 
novas provas. 
Assim, podemosconcluir que o despacho que arquivar o inquérito é irrecorrível, sendo 
excetuada tal regra somente nos casos de crime contra a economia popular, onde cabe 
recurso oficial e no caso das contravenções penais previstas nos art. 58 e 60 do Decreto-
Lei nº. 6.259/44, quando caberá recurso em sentido estrito. 
OBSERVAÇÕES: 
1- Não existe número máximo de desarquivamentos, mas, por ser evidente, se 
ocorrer a prescrição, decadência ou outra causa extintiva da punibilidade, não 
será possível o desarquivamento. 
2- Quando o arquivamento é determinado em virtude da atipicidade do fato, não 
é possível o desarquivamento constituindo, excepcionalmente, coisa julgada 
material. 
3- O Juiz não pode arquivar o inquérito sem a manifestação neste sentido do 
titular da ação. 
4- Segundo o STJ, o Juiz não pode desarquivar o inquérito policial de ofício, ou 
seja, se o IP foi arquivado a requerimento do Ministério Público, e este não 
concorda com a reabertura, a autoridade judicial não poderá reabri-lo para 
determinar novas diligências. 
***Por entender inexistente o crime apurado em inquérito policial, o 
representante do Ministério Público requereu ao juiz competente o 
arquivamento dos autos. Em tal caso o juiz, aceitando o pedido do Ministério 
Público e arquivando o inquérito policial, não poderá desarquivá-lo diante de 
novas provas. 
GABARITO: ERRADA 
CAIU EM PROVA! 
 
 
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Podemos compreender o trâmite do arquivamento através do seguinte quadro 
esquematizado: 
1.13 REGRAS PROCEDIMENTAIS REFERENTES AO INQUÉRITO 
Para finalizar nossa aula é importante citar que algumas regras meramente procedimentais 
compõe o texto do Código Penal quando este trata do inquérito. Citarei aqui as que são 
importantes para a sua PROVA: 
ƒ Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, 
acompanharão os autos do inquérito. 
ƒ O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a 
uma ou outra. 
DELEGADO 
MINISTÉRIO 
PÚBLICO 
JUIZ 
Oferecer denúncia 
Solicitar arquivamento 
Solicitar diligências 
complementares 
ARQUIVAMENTO 
PROCURADOR 
GERAL 
Determinar ou 
oferecer a denúncia
DDeetteerrmmiinnaarr ao Juiz o 
arquivamento 
SIM 
NÃO
 
 
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ƒ O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer 
diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. 
ƒ Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial. 
ƒ O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade 
policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. 
*********************************************************************************** 
Futuros aprovados, 
Chegamos ao término da aula e agora é hora de praticar e complementar o aprendizado 
através dos exercícios. 
Abraços, bons estudos e até a próxima aula. 
Pedro Ivo 
É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa. 
Mas graça das graças é não desistir nunca. 
Dom Hélder Câmara
 
 
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PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS EM AULA
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas 
respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua 
autoria. 
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades 
administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função. 
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
I - de ofício; 
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento 
do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível: 
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; 
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou 
de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; 
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. 
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para 
o chefe de Polícia. 
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em 
que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, 
e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito. 
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá 
sem ela ser iniciado. 
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito 
a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. 
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado 
modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que 
esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. 
Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito 
ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. 
 
 
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Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em 
flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia 
em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, 
mediante fiança ou sem ela. 
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, 
acompanharão os autos do inquérito. 
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a 
uma ou outra. 
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer 
diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. 
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial. 
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade 
policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. 
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. 
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta 
de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de 
outras provas tiver notícia. 
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos 
ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, 
ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado. 
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou 
exigido pelo interesse da sociedade. 
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que Ihe forem solicitados, a autoridade 
policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito 
contra os requerentes, salvo no caso de existir condenação anterior. 
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e 
somente serápermitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação 
o exigir. 
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por 
despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do 
Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do 
Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil. 
 
 
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EXERCÍCIOS
1. (AGU / 2010) Embora o inquérito policial tenha natureza de procedimento 
informativo, e não de ato de jurisdição, os vícios nele existentes podem contaminar a 
ação penal subsequente, com base na teoria norte-americana dos frutos da árvore 
envenenada, ou fruits of the poisonouss tree. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Os vícios do inquérito não contaminam a ação penal. 
2. (AGU / 2010) O arquivamento do inquérito policial não gera preclusão; todavia, uma 
vez arquivado o inquérito a pedido do promotor de justiça, somente com novas provas 
pode ser iniciada a ação penal. 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: O arquivamento, por não impedir pesquisas supervenientes (art. 18 do 
CPP), não produz coisa julgada formal, ou seja, não gera preclusão. Veja: 
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade 
judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá 
proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. 
Todavia, nos termos da súmula 524 do STF, arquivado o inquérito policial, por despacho do 
juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas 
provas. 
3. (DPU / 2010) Segundo o STJ, a recusa da autoridade policial em cumprir requisição 
judicial relativa a cumprimento de diligências configura o crime de desobediência. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Embora não esteja a autoridade policial sob subordinação funcional do juiz 
ou ao membro do Ministério Público, tem ela o dever funcional de realizar as diligências 
requisitadas por estas autoridades. A recusa no cumprimento das diligências requisitadas 
não consubstancia, sequer em tese, o crime de desobediência, repercutindo apenas no 
âmbito administrativo-disciplinar (STJ, RT 747/624). 
 
 
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4. (POLÍCIA CIVIL-PB / 2008) O IP acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que 
servir de base a uma ou outra. 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Exige do candidato o conhecimento do artigo 12 do CPP. 
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que 
servir de base a uma ou outra. 
5. (Polícia Federal/2009) O término do inquérito policial é caracterizado pela elaboração 
de um relatório e por sua juntada pela autoridade policial responsável, que não pode, 
nesse relatório, indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Contraria o Art. 10 § 2o do CPP. Observe que é possível que a autoridade 
indique testemunhas. 
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver 
sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, 
nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no 
prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 
 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem 
sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas. 
6. (Polícia Federal/2009) No inquérito policial, o ofendido ou seu representante legal e 
o indiciado poderão requerer qualquer diligência que será realizada, ou não, a juízo da 
autoridade. 
GABARITO: CORRETA 
COMENTÁRIOS: Reprodução exata do disposto no artigo 14 do CPP. Veja: 
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão 
requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da 
autoridade. 
7. (Polícia Federal/2009) O inquérito policial tem natureza judicial visto que é um 
 
 
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procedimento inquisitório conduzido pela polícia judiciária com a finalidade de reunir 
os elementos e informações necessárias à elucidação do crime. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Inquérito com natureza judicial??? Pode parar por aqui, pois o inquérito 
tem natureza administrativa. 
8. (Polícia Federal/2009) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela 
autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial não 
poderá proceder novas pesquisas se de outras provas tiver notícia, salvo com 
expressa autorização judicial. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Contraria o artigo 18 que afirma que a autoridade policial PODERÁ 
proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. Veja: 
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade 
judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá 
proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. 
9. (Ministério Público do Estado de Roraima – Promotor de Justiça/2008) Considere a 
seguinte situação hipotética. Foi instaurado inquérito policial contra Sérgio, visando 
apurar a prática de crime contra as relações de trabalho. O inquérito foi encaminhado 
ao promotor de justiça, que promoveu o arquivamento do feito, considerando que o 
fato em apuração não era típico, argumentação que foi acolhida pelo juiz. 
Posteriormente, o fato foi levado a conhecimento do procurador da República, que 
entendeu ter-se configurado crime, sendo a competência da justiça federal, uma vez 
que teria havido ofensa a direitos coletivos do trabalho. Assim sendo, ofereceu 
denúncia contra Sérgio. Nessa situação, a denúncia deverá ser recebida, uma vez que 
o arquivamento foi determinado por juiz absolutamente incompetente. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Conforme vimos, independentemente da competência ou não da 
autoridade judicial, se a atipicidade foi levantada pelo titular da ação, no caso o Ministério 
Público, não é possível o desarquivamento. 
10. (Procurador Municipal do município de vitória/2007) Considere a seguinte situação 
hipotética. Um indivíduo, deliberadamente, feriu um desafeto, produzindo-lhe lesões 
 
 
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corporais de natureza leve. A autoridade policial, ao tomar conhecimento do fato, 
instaurou o competente procedimento, cuidando, porém, de colher previamente a 
manifestação da vítima no sentido de ver processado o autor do delito. Nessa 
situação, atuou corretamente a autoridade policial, pois a representação do ofendido 
em casos como esse é condição de procedibilidade para a persecução penal. 
GABARITO: CORRETA 
COMENTÁRIOS: A lesão corporal leve é um delito que dá ensejo à ação penal pública 
condicionada, sendo necessária a manifestação da vítima ou seu representante legal para a 
instauração do inquérito. 
11. (Agente da Polícia Federal/2004) Um promotor de justiça requereu o arquivamento 
de um inquérito policial fundamentado na prescrição da pretensão punitiva. Nessa 
situação, caso o juiz discorde, considerando improcedentes as razões invocadas, 
deverá encaminhar os autos a outro promotor para que este ofereça a denúncia. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: O Juiz, caso discorde, deverá enviar os autos ao Procurador-Geral que 
poderá oferecer a denúncia, determinar o arquivamentoou designar outro órgão do 
Ministério Público para dar início a ação penal. 
12. (Agente da Polícia Federal/2004) Verificando que o fato evidentemente não 
constitui crime, o delegado poderá mandar arquivar o inquérito policial, desde que o 
faça motivadamente. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Com base no Art. 17 do CPP, a autoridade policial não poderá determinar 
o arquivamento dos autos. 
13. (TRE-MA-2009) Tratando-se de crime de ação penal pública condicionada à 
representação, a autoridade policial não pode se recusar a instaurar inquérito, se 
houver requerimento do ofendido. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Como vimos nos delitos de ação penal pública condicionada a autoridade 
policial NÃO É OBRIGADA a iniciar o inquérito após a representação. O Delegado avaliará a 
representação dando início ao inquérito CASO realmente haja indícios de que tenha ocorrido 
um crime. 
 
 
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14. (Magistratura – SP/167°) Nos crimes de ação penal privada, o inquérito policial 
pode iniciar-se por representação do ofendido ou seu representante legal. 
GABARITO: CORRETA 
COMENTÁRIOS: Segundo o CPP no seu Art. 5º, parágrafo 5º, nos crimes de ação privada, a 
autoridade policial somente poderá proceder o inquérito a requerimento de quem tenha 
qualidade para intentá-la. 
15. (Magistratura – SP/172°) Relativamente ao princípio do contraditório, diz-se que o 
inquérito policial observa-o, necessariamente, para a elaboração do relatório final. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: A atividade que se desenvolve no IP é administrativa e não jurisdicional, 
não sendo aplicável o princípio do contraditório. 
16. (Procuradoria Geral do Estado – MA/2003) Notitia criminis espontânea é aquela em 
que o conhecimento da infração penal pelo destinatário ocorre direta e imediatamente, 
pela autoridade policial, no exercício de sua atividade funcional; 
GABARITO: CORRETA 
COMENTÁRIOS: A notitia criminis de cognição direta, espontânea, inqualificada ou imediata 
ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do fato infringente da norma por suas 
atividades rotineiras. 
17. (Delegado de Polícia – SP/2002) Caso o inquérito policial seja eivado de vício de 
forma será mera irregularidade, que deverá ser sanada a qualquer tempo. 
GABARITO: CORRETA 
COMENTÁRIOS: O inquérito não é ato de manifestação do poder jurisdicional, mas mero 
procedimento informativo que visa fornecer dados ao titular da ação. Assim os vícios 
existentes no IP não ocasionam nulidades processuais. 
18. (TJ-CE – 2008) O inquérito policial, uma vez instaurado, deve ser concluído no 
prazo de 10 dias, se o réus estiver preso, ou de trinta dias, se responder solto, 
podendo esse prazo ser prorrogado, em caso de necessidade, pela própria autoridade 
que presidir o inquérito, quando se tratar de casos de alta complexidade ou houver 
 
 
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pluralidade de indiciados 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Observe o que dispõe o CPP: 
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver 
sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, 
nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no 
prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 
[...] 
§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a 
autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores 
diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz. 
A prorrogação é possível e deve der solicitada AO JUIZ, não podendo ser 
determinada de ofício pela autoridade policial. 
A prorrogação pode, dentre várias situações, ser solicitada no caso de alta 
complexidade ou quando houver pluralidade de indiciados. 
19. (CGU / 2008) Analise os itens a seguir e marque com V a assertiva verdadeira e 
com F a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. 
( ) O inquérito policial é um procedimento persecutório de caráter administrativo com 
diligências realizadas pela polícia judiciária, tendo como destinatário mediato o juiz. 
( ) O inquérito é um procedimento inquisitivo, não se aplicando os princípios do 
contraditório e da ampla defesa. 
( ) Os vícios existentes no inquérito policial não têm o condão de infirmar validade 
jurídica do subseqüente processo penal condenatório. 
( ) Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a 
inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. 
A) V, F, F, V 
B) F, V, F, V 
C) V, V, V, V 
D) V, F, V, F 
E) F, F, V, F 
 
 
 
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GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Analisando as alternativas: 
Assertiva “I” Î Verdadeira Î Reproduz algumas das principais características do inquérito, 
ou seja, um procedimento de caráter administrativo ( não faz parte do processo judicial), 
realizado pela polícia judiciária e tendo como destinatário MEDIATo o juiz. Lembre-se que o 
destinatário imediato do inquérito é o Ministério Público ou o ofendido (no caso da ação penal 
privada). 
Assertiva “II” Î Verdadeira Î Outra importante característica do inquérito é o caráter 
inquisitivo, ou seja, o procedimento está concentrado no Delegado de polícia não sendo 
cabível o contraditório e a ampla defesa. 
Assertiva “III” Î Verdadeira Î Os vícios do inquérito não contaminam a ação penal. 
Assertiva “IV” Î Verdadeira Î A autoridade policial, nos crimes de ação penal privada, 
dependerá da manifestação de vontade do ofentido para poder iniciar o inquérito. 
20. (TJ-PA-2009) No caso do Promotor de Justiça requerer o arquivamento do inquérito 
policial por entender ausente a justa causa para a instauração da ação penal, havendo 
discordância do Juiz, este deverá 
A) intimar a vítima para propor ação penal privada. 
B) determinar, de ofício, a devolução do inquérito policial à polícia para novas diligências. 
C) nomear outro Promotor de Justiça para ofertar a denúncia. 
D) remeter os autos à consideração do Procurador- Geral de Justiça. 
E) remeter ao Presidente do Tribunal de Justiça. 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Nos termos do art. 28 do CPP, se o órgão do Ministério Público, ao invés 
de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer 
peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará 
remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a 
denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido 
de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. 
21. (MPE-SE – 2009) O inquérito policial 
A) pode ser iniciado de ofício, ainda que se trata de crime de ação penal pública 
condicionada. 
 
 
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B) deverá terminar no prazo de dez dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante. 
C) obedece ao contraditório. 
D) tem rito próprio. 
E) pode ser arquivado por ordem da autoridade policial. 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: Analisando as alternativas: 
Alternativa “A” Î Incorreta Î A ação penal pública condicionada depende da 
representação do ofendido ou representante legal, não podendo ter início ex officio. 
Alternativa“B” Î Correta Î O art. 10 do CPP define o prazo para o término do inquérito 
como sendo de 10 dias se o indiciado estiver preso e 30 dias caso esteja solto. 
Alternativa “C” Î Trata-se o inquérito de um procedimento inquisitivo que não se submete 
ao contraditório. 
Alternativa “D” Î O CPP define as linhas mestras para o inquérito, todavia cada crime é 
diferente do outro. Por tratar-se de um procedimento administrativo, cabe ao Delegado a 
prerrogativa de determinar a melhor forma de atingir o objetivo da investigação. 
Alternativa “E” Î Só o Juiz pode determinar o arquivamento. 
22. (TRE-GO – 2009) No que se refere ao inquérito policial, assinale a opção correta. 
A) Nos crimes de ação penal pública condicionada, a representação não é necessária para 
dar início ao inquérito policial, mas apenas à propositura da ação penal respectiva. 
B) Em caso de indiciado menor de idade, a autoridade policial não precisará nomear curador, 
considerando a natureza inquisitorial do inquérito policial, que dispensa contraditório. 
C) Nos crimes de ação penal pública, o inquérito policial poderá ser iniciado a requerimento 
do ofendido. Nessa situação, caberá recurso para o chefe de polícia contra despacho que, 
eventualmente, indeferir o requerimento de abertura do inquérito. 
D) A autoridade policial mandará arquivar os autos de inquérito, quando o fato evidentemente 
não constituir infração penal ou quando tiver sido praticado em situação que exclua a 
antijuridicidade. 
E) N.R.A 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Analisando as alternativas: 
 
 
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Alternativa “A” Î Incorreta Î Nos crimes de ação penal pública condicionada, a 
representação é necessária tanto para a instauração do inquérito quanto para o início da 
ação. 
Alternativa “B” Î Incorreta Î Nos termos do art. 15 do CPP, se o indiciado for menor, ser-
lhe-á nomeado curador pela autoridade policial. 
Alternativa “C” Î Correta Î Está em perfeita consonância com o art. 5º do CPP. 
Alternativa “D” Î Incorreta Î AUTORIDADE POLICIAL NÃO PODE MANDAR 
ARQUIVAR OS AUTOS DE INQUÉRITO!!! 
23. (MPE-CE – 2009 - Adaptada) Se o ofendido requerer a instauração de inquérito 
policial, em crime de ação penal 
A) privada e a autoridade policial indeferir o requerimento, não caberá recurso algum no 
âmbito administrativo, podendo o ofendido todavia dirigir outro requerimento ao juiz de 
direito. 
B) pública incondicionada, a autoridade policial, necessariamente, deverá instaurar o 
inquérito policial, em virtude do princípio da oficialidade. 
C) pública incondicionada, dependerá a autoridade policial de representação formal. 
D) pública condicionada, manifestando interesse em que o autor do crime seja processado, o 
requerimento poderá valer como representação. 
E) N.R.A. 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Analisando as alternativas: 
Alternativa “A” Î Incorreta Î Nos termos do art. 5º, § 2o, do despacho que indeferir o 
requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia. 
Alternativa “B” Î Incorreta Î Imagine se a autoridade policial fosse iniciar o inquérito para 
todo requerimento... Não iriam ser suficientes os policiais existentes. Assim, deve-se 
proceder uma investigação preliminar para, caso necessário, ser iniciado o inquérito. 
Alternativa “C” Î Incorreta Î A ação penal pública incondicionada não depende de 
representação. 
Alternativa “D” Î Incorreta Î Está correta. Segundo a jurisprudencia atual, a 
representação não depende de um formalismo rígido podendo, portanto, ser suprida pelo 
requerimento. 
 
 
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24. (Promotor – MP-SP – 2008) Assinale a alternativa correta. 
A) O inquérito policial não é indispensável à propositura da ação penal nos crimes em que se 
procede mediante queixa do ofendido. 
B) Como regra geral, não deve a autoridade policial determinar o indiciamento do autor da 
infração se este já se identificou civilmente. 
C) A incomunicabilidade do preso não poderá exceder a 5 (cinco) dias, salvo se prorrogada a 
prisão, por igual prazo, por nova decisão judicial. 
D) Da decisão judicial que determina o arquivamento de autos de inquérito policial, a pedido 
do Ministério Público, cabe oposição por parte da autoridade policial 
E) N.R.A 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: Analisando: 
Alternativa “A” Î Correta Î Quando não há dúvidas quanto ao fato e a autoria, não há que 
se falar em necessidade do inquérito policial. 
Alternativa “B” Î Incorreta Î O fato de já haver se identificado civilmente o autor não 
encontra relação direta com a possibilidade de se iniciar ou não um inquérito. 
Alternativa “C” Î Incorreta Î Segundo o parágrafo único do art. 21 a incomunicabilidade 
não excederá três dias. 
Alternativa “D” Î Incorreta Î A autoridade policial não pode se opor à determinação judicial. 
25. (Agente Penitenciário – RO – 2008) Os arts. 4 a 23 (CPP) prefixam sobre o inquérito 
policial. Sobre o inquérito policial, marque o item correto: 
A) O inquérito policial é um processo. 
B) O inquérito policial é um procedimento administrativo, informativo, provisório, preparatório, 
destinado a fornecer o mínimo de elementos necessários ao órgão de acusação para a 
propositura da ação penal. 
C) O inquérito policial é um procedimento que não necessita de informações sobre 
materialidade e indícios de autoria. 
D) O inquérito policial pode ser considerado um processo informativo, provisório, 
preparatório. 
E) O inquérito policial é um processo informativo, provisório, destinado a fornecer o mínimo 
de elementos necessários ao órgão de acusação para a propositura da ação penal. 
 
 
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GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: Analisando as alternativas: 
Alternativa “A” Î Incorreta Î O inquérito policial é um procedimento administrativo. 
Alternativa “B” Î Correta Î Resume de forma perfeita o inquérito policial. 
Alternativa “C” Î Incorreta Î O inquérito visa justamente determinar o autor e como ocorreu 
o fato. Esta é a finalidade do procedimento administrativo. 
Alternativa “D” Î Incorreta Î Inquérito não é PROCESSO!!! 
Alternativa “E” Î Incorreta Î Mais uma vez, agora com letras maiores: INQUÉRITO 
NÃO É PROCESSO!!! 
26. (Agente Penitenciário – RO – 2008) Os autos de inquérito policial, uma vez 
relatados e encaminhados a Juízo, não poderão mais ser devolvidos, exceto: 
A) A requerimento do Promotor para diligências imprescindíveis ao oferecimento da 
denúncia. 
B) A requerimento do Promotor em qualquer hipótese. 
C) Por determinação do Juiz. 
D) Por requerimento do ofendido. 
E) Por requerimento de qualquer interessado. 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: A questão exige do candidato o conhecimento do art. 16 que dispõe: 
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito 
à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao 
oferecimento da denúncia. 
27. (Juiz Substituto – TJ-MG – 2008) Relativamente ao inquérito policial, é correto 
afirmar que: 
A) a autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato, aplicando, 
porém, em todas as suas manifestações, os princípios do contraditório e da ampla defesa. 
 
 
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B) a autoridade policial poderá mandar arquivarautos de inquérito por falta de base para a 
denúncia. 
C) o inquérito deverá terminar no prazo de 30 dias, se o indiciado estiver preso, ou no prazo 
de 60 dias, quando estiver solto. 
D) o inquérito policial não acompanhará a denúncia ou queixa quando servir de base a uma 
ou outra. 
E) o indiciado poderá requerer à autoridade policial a realização de qualquer diligência. 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: Analisando as alternativas: 
Alternativa “A” Î Incorreta Î A alternativa começa correta, mas torna-se incorreta ao dizer 
que o inquérito segue o contraditório e a ampla defesa. Como vimos trata-se de 
procedimento INQUISITIVO e, portanto, não abarca tais princípios. 
Alternativa “B” Î Incorreta Î AUTORIDADE POLICIAL NÃO PODE MANDAR 
ARQUIVAR OS AUTOS!!! 
Alternativa “C” Î Incorreta Î Nos termos do art. 10 do CPP o prazo é de 10 dias no caso 
do indiciado estar preso e 30 no caso de estar solto. 
Alternativa “D” Î Incorreta Î Contraria o art. 12 do CPP: 
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que 
servir de base a uma ou outra. 
Alternativa “E” Î Correta Î Está de acordo com o art. 14 do CPP: 
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão 
requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da 
autoridade. 
28. (TJ-RJ – 2008) Julgue os itens a seguir, relativos ao inquérito policial. 
I Se a ação penal for de iniciativa privada, o inquérito será instaurado a requerimento 
da vítima ou de seu representante legal. 
II Como o inquérito policial é procedimento administrativo, deverá a autoridade policial 
garantir o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, sob 
pena de haver nulidade na ação penal subseqüente. 
 
 
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III O inquérito policial pode ser arquivado, de ofício, pelo juiz, por membro do 
Ministério Público ou pelo delegado de polícia, desde que fique comprovado que o 
indiciado agiu acobertado por causa excludente da antijuridicidade ou da 
culpabilidade. 
IV Uma vez relatado o inquérito policial, o Ministério Público não poderá requerer a 
devolução dos autos à autoridade policial, ainda que entenda serem necessárias 
novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. Nesse caso, deverá 
oferecer a denúncia desde já, requerendo ao juiz que as provas sejam produzidas no 
curso da instrução processual. 
V De acordo com o Código de Processo Penal (CPP), a autoridade policial poderá 
decretar a incomunicabilidade do indiciado, pelo prazo máximo de três dias. 
A quantidade de itens certos é igual a 
A) 1. 
B) 2. 
C) 3. 
D) 4. 
E) 5. 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: Analisando as assertivas: 
Assertiva I Î Correta Î De acordo com o art. 5º, § 5o do CPP. 
Assertiva II Î Incorreta Î O inquérito é inquisitivo, ou seja, não segue o contraditório e a 
ampla defesa. 
Assertiva III Î Incorreta Î Só o juiz é a autoridade competente para arquivar os autos do 
inquérito. 
Assertiva IV Î Incorreta Î O Ministério Público não poderá requerer a devolução do 
inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao 
oferecimento da denúncia.
Assetiva V Î Incorreta Î Só o Juiz pode determinar a incomunicabilidade. 
29. (TRF-4ª Região -2007) Nos crimes de ação penal pública incondicionada, a 
instauração do inquérito policial 
A) depende de comunicação verbal do ofendido. 
 
 
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B) depende de requisição do Ministério Público. 
C) depende de requisição da autoridade judiciária. 
D) depende de requerimento escrito do ofendido. 
E) pode ser feita, de ofício, pela autoridade policial. 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: A ação penal pública incondicionada, como o próprio nome diz, independe 
de qualquer condição. Desta forma, poderá a autoridade policial instaurá-lo ex officio. 
30. (Juiz Substituto - TJ-PI- 2007) Acerca do inquérito policial (IP), assinale a opção 
incorreta. 
A) O réu não é obrigado a participar da reconstituição do crime, pois ninguém é obrigado a 
produzir prova contra si. 
B) Em nenhuma situação, a autoridade policial poderá mandar arquivar autos de IP. 
C) Em caso de réu preso, a regra geral é a de que o prazo de conclusão do IP seja de 10 
dias, salvo em caso de necessidade de diligências complementares, quando o juiz poderá 
conceder dilação do prazo, fundamentando a decisão, independentemente da soltura do réu. 
D) Segundo o Código de Processo Penal, é cabível a incomunicabilidade do indiciado, que 
dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da 
sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Analisando: 
Alternativa “A” Î Correta ÎEmbora a reprodução simulada dos fatos esteja prevista no 
CPP, não há obrigatoriedade da aceitação da participação por parte do indiciado. 
Alternativa “B” Î Correta Î Só o juiz pode determinar o arquivamento dos autos do 
inquérito. 
Alternativa “C” Î Incorreta Î Para que ocorra a dilação do prazo será obrigatória a soltura 
do réu. 
Alternativa “D” Î Correta Î Praticamente reproduz o art. 21 do CPP. Observe o disposto: 
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho 
nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a 
conveniência da investigação o exigir. 
 
 
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LISTA DOS EXERCÍCIOS APRESENTADOS
1. (AGU / 2010) Embora o inquérito policial tenha natureza de procedimento 
informativo, e não de ato de jurisdição, os vícios nele existentes podem contaminar a 
ação penal subsequente, com base na teoria norte-americana dos frutos da árvore 
envenenada, ou fruits of the poisonouss tree. 
2. (AGU / 2010) O arquivamento do inquérito policial não gera preclusão; todavia, uma 
vez arquivado o inquérito a pedido do promotor de justiça, somente com novas provas 
pode ser iniciada a ação penal. 
3. (DPU / 2010) Segundo o STJ, a recusa da autoridade policial em cumprir requisição 
judicial relativa a cumprimento de diligências configura o crime de desobediência. 
4. (POLÍCIA CIVIL-PB / 2008) O IP acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que 
servir de base a uma ou outra. 
5. (Polícia Federal/2009) O término do inquérito policial é caracterizado pela elaboração 
de um relatório e por sua juntada pela autoridade policial responsável, que não pode, 
nesse relatório, indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas. 
6. (Polícia Federal/2009) No inquérito policial, o ofendido ou seu representante legal e 
o indiciado poderão requerer qualquer diligência que será realizada, ou não, a juízo da 
autoridade. 
7. (Polícia Federal/2009) O inquérito policial tem natureza judicial visto que é um 
procedimento inquisitório conduzido pela polícia judiciária com a finalidade de reunir 
os elementos e informações necessárias à elucidação do crime. 
8. (Polícia Federal/2009) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela 
autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial não 
poderá proceder novas pesquisas se de outras provas tiver notícia, salvo com 
expressa autorização judicial. 
9. (Ministério Público do Estado de Roraima – Promotor de Justiça/2008) Considere a 
seguinte situação hipotética. Foi instaurado inquérito policial contra Sérgio, visando 
apurar a prática de crime contra as relações de trabalho. O inquérito foi encaminhado

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