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PORTFÓLIO A FORMAÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL BRASILEIRA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER
SERVIÇO SOCIAL
NORIANE REIS DE OLIVEIRA COSTA, RU: 1793738
TUTOR LOCAL: ROBERTO LIMA
	
RELATÓRIO DE PESQUISA DE PORTFÓLIO
CICLO 1: MODULO C - FASE I
FORMAÇÃO SOCIO HISTÓRICA DO BRASIL
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
ITIÚBA/BA
2017
NORIANE REIS DE OLIVEIRA COSTA, RU: 1793738
RELATÓRIO DE PESQUISA DE PORTFÓLIO
CICLO 1: MODULO C - FASE I
FORMAÇÃO SOCIO HISTÓRICA DO BRASIL
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
Relatório do Portfólio do Ciclo 1: MODULO C Fase I Apresentado para fins de avaliação nas disciplinas do Curso de Bacharelado em Serviço Social do Centro Universitário Internacional UNINTER.
Tutor Local: Roberto Lima
Centro Associado (PAP): Itiúba/Bahia
 
ITIÚBA/BA
A FORMAÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL BRASILEIRA
RESUMO:
A ideia de nação e nacionalismo começou a ser mobilizada na Europa a partir do século XVIII para designar a identidade de cada povo. Entre 1830 e 1880, momento do liberalismo triunfante, havia, segundo Eric Hobslawn, “três critérios que permitiam a um povo ser firmamente classificado como nação, sempre que fosse suficientemente grande para passar da entrada”: “O primeiro destes critérios era sua associação histórica com um Estado existente ou com um Estado de passado recente e razoavelmente durável”; “O segundo critério era dado pela existência de uma elite cultural longamente estabelecida, que possuísse um vernáculo administrativo e literário escrito”; “O terceiro critério, que infelizmente precisa ser dito, era dado por uma provada capacidade para a conquista”. Para formar uma nação era preciso, portanto, há haver um estado de fato, que possuísse uma língua e uma cultura comum, além de demonstrar força militar.
Foi em torno desses três pontos que se formaram as identidades nacionais europeias. A construção de uma identidade nacional passa, assim, por uma série de mediações que permitem a invenção de uma língua comum, uma história cujas raízes sejam as mais longínquas possíveis, nacionais, um folclore, uma natureza particular, uma bandeira e outros símbolos oficiais ou populares.
O propósito deste artigo visa demonstrar a importância da formação da identidade nacional brasileira, trata-se de uma pesquisa bibliográfica qualitativa e tem o objetivo de demostrar a formação da identidade nacional brasileira como uma convenção socialmente necessária a partir dos conceitos relativos ao tema que estão relacionados às teorias do campo dos Estudos Culturais e às ideias de autores como Darcy Ribeiro, 1995, DA MATA, 1997, Hall, Stuart, 1998.
Palavras-chave: Formação de identidade nacional; diversidade cultural; miscigenação.
Introdução
Nosso país é constituído de grupos étnicos que por meio de colonização (século XVI) e depois, pelas imigrações por volta dos séculos XVIII e XIX. Temos então uma pluralidade de identidades, caracterizadas pelas diferenças.
Diversas vezes dizemos que somos o povo brasileiro! Que vivemos no país do futebol e do carnaval. Pelo menos é assim que nos veem os outros povos. Contudo, quando somos indagados e questionados sobre nossa identidade nacional, ou seja, que povo realmente somos? E, qual o sentido da nossa formação enquanto ação? Como definir quem realmente somos em meio à diversidade cultural? A questão é: como vivemos, enquanto povo e nação ao longo da história, construindo nossa identidade nacional? Mas, será que temos mesmo uma única e autêntica identidade nacional?
Somos um povo que surgiu de uma grande influência! Miscigenados! Ou seja, o povo brasileiro foi formado, a princípio, a partir de uma miscigenação, que foi a mistura de basicamente três “raças”: O índio, o branco e o negro.
Mas, quando tentamos entender como o país formou-se historicamente, como se formou um novo povo, a língua que hoje falamos, vemos que as coisas são mais complexas do que parecem. Nosso território é ocupado por povos de diferentes origens, muitos dos quais já estavam aqui antes da chegada dos europeus e que ainda falam outras línguas, e possuem uma cultura própria rica, como é o caso dos povos indígenas. Outros povos africanos foram trazidos à força em regime de escravidão e foram vários, com línguas e culturas próprias: bantos, sudaneses, malês, entre outros. Depois foram trazidos e/ou vieram imigrantes de vários países do mundo.
Mas desde logo, aprendemos que o Brasil foi e está sendo construído ao redor de alguns personagens e acontecimentos, em geral, dos que controlavam o poder ou que estavam a serviço dele. No Brasil, poder se confunde com Estado e o Estado com o povo. Assim, para contar a história da sociedade brasileira é preciso analisar a forma como o Estado constituiu-se e transformou-se.
Por meio de escolas, todos nós conhecemos uma história do Brasil que valoriza os “heróis da Pátria”, isto é, homens e mulheres que teriam lutado pelo país. Esses símbolos da pátria também estão presentes em museus, na música, nos filmes e nas telenovelas. Muitos desses símbolos tornam-se nomes de ruas, são transformados em esculturas e expostos nas praças de várias cidades. 
A IDENTIDADE DO BRASIL E DO BRASILEIRO
Identidade nacional é o conceito que sintetiza um conjunto de sentimentos, os quais fazem um indivíduo sentir-se parte integrante de uma sociedade ou nação. Esse conceito começa a ser definido somente a partir do século XVIII, e se consolida no século XIX, não havendo, antes disso, a concepção de não propriamente dita. Ela é construída por meio de uma autodescrição da cultura patrimonial de uma sociedade, que se pode apresentar a partir de uma consciência de unidade identidária ou como forma de alteridade, buscando demonstrar a diferença com relação a outras culturas. A síntese da cultura consiste na definição de fatores de integração nacional, baseados na língua, monumentos históricos, modelos de virtudes nacionais, paisagem típica, enfim... Segundo José Luiz Fiorin, há dois princípios que regem as culturas, princípios esses, que se definem pela exclusão e pela participação. A exclusão se manifesta por meio da triagem e segregação dos indivíduos, já a participação promove a heterogeneidade e a expansão cultural.
O convívio social promove a assimilação da identidade do grupo, além de sua veiculação pela mídia, tradições e mitologia. Identidade são criações, por isso são frágeis, suscetíveis a distorções, simplificações e interpretações variando entre os indivíduos.
Defender todas as contribuições essenciais à construção da pesquisa e do pensamento antropológico, historiográfico e sociológico no Brasil, as principais obras e autores de referência, ao se pensar em quem são o Brasil e o brasileiro, acabam, de certa forma, por nos apresentá-los afirmativamente a partir de seu caráter “identitário”, ainda que por uma identidade construída por meio da diferença, do ecletismo, da miscigenação da dominação.
No entanto, embora podendo surpreender pela força da expressão, é possível se encontrar essa identidade nacional do brasileiro? Poderíamos tentar responder a isso iniciando por apontar aquilo de mais visível e básico na constatação da diversidade que predomina sobre os fatores de identidade e unidade. Pensemos como tanto se fala, na dimensão e diversidade geográfica e territorial do Brasil, nada apresentando de semelhante entre suas regiões, na multiplicidade de costumes, culinários, vestuários, sotaques na diversidade de valores, religiões, etc. Conforme muito bem nos demonstra DA MATA, em o que faz o brasil, Brasil? (DA MATA,1997).
No entanto o que nos faz ser reconhecidos como “brasileiros”, especialmente quando somos vistos pelo olhar de fora, pelo olhar estrangeiro? Como grupos de brasileiros das mais diferentes regiões, se identificam e são reconhecidos como tal.
Para HAAL, a “identidade nacional” não passa de uma “comunidade imaginada”, porém não real. A construção de padrões unificadores de uma naçãoconstitui também a ideia de uma “unidade cultural nacional”, porém essa ideia é uma “representação simbólica”, não existe, de fato. O sentido de “culturais nacionais” é mesmo o sentido de “nação” é imaginário (HALL: 1998 p.48/49). Esse sentido, a “identidade nacional” de acordo com HALL, seria mantida ideologicamente, de várias formas: através do discurso e da narrativa sobre a nação, encontrada nas obras literárias.
Renan mostra que uma nação é feita de “um rico legado de lembranças”, que é aceito por todos (1947, p. 903). Ela é uma herança, simbólica e material (THIESSE, 1999, p. 12). Assim, “pertencer a uma nação é ser um dos herdeiros desse patrimônio comum, reconhecê-lo, reverenciá-lo” (THIESSE, 1999, p. 12). A nacionalidade é, portanto, uma identidade.
Darcy Ribeiro descreveu como aconteceu a “gestação do Brasil” e dos brasileiros como um povo. Nessa reconstituição ele fala da união ocorrida entre portugueses, índios e negros, matrizes, étnicos do brasileiro.
Um povo novo que, de acordo com Darcy, se enfrentam e se fundem, fazendo surgir, “um novo modelo de estruturação societária”. Para ele, essa mestiçagem fez nascer um novo gênero humano. Nova gente, mestiça na carne e no espírito.
Segundo Darcy essa gente fez-se diferente:
“Novo porque surge como uma etnia nacional, diferenciada culturamente de suas matrizes formadoras, fortemente mestiça, dinamizada por uma cultura sincrética e singularizada pela redefinição de traços culturais delas naturais. Também novo porque se vê a si mesmo e é visto como uma gente nova, um novo gênero humano diferente de quantos exista. Novo, inclusive pela alegria e espantosa vontade de felicidade, num povo tão sacrificado, que alenta e comove a todos os brasileiros” (1996, p. 19). 
Com pequena exceção a grupos que sobrevivem de maneira isolada, que mantendo seus costumes, mas que, segundo Darcy, não podem afetar a macro etnia em que se encontram.
O Brasil, sendo um país de enorme diversidade cultural, econômico, social e étnica tem no idioma português um elemento de unificação do país. O conceito de identidade nacional brasileira é frequentemente discutido, e vários autores indicam que é difícil haver coesão e uma forte identidade econômica sociais, políticas.
A identidade nacional brasileira foi decorrente de um processo de construção histórica, como em diversos outros países. Apesar de ter se iniciado após a Independência, em 1822, o processo de constituição da identidade nacional ganhou um impulso maior após a década de 1930, quando Getúlio Vargas chegou ao poder. A partir disso, pôde-se perceber que a construção da identidade, para além de um processo cultural, era também um processo político.
Por conseguinte, anos depois, no âmbito da Literatura, o surgimento do Romantismo buscou também contribuir com a construção dessa identidade. As obras de José de Alencar foram um exemplo de aliar a imagem da nação brasileira às suas belezas naturais, como também mitificação do indígena como componente principal de nação brasileira.
Considerações finais
A identidade nacional não é a única dentro do país. Existem outras formas de identidade cultural que rivalizam com ela e em alguns períodos da história foram até mais importantes. Elas dividem a nação em grupos menores, de acordo com região, etnia, religião, gênero, classe social, intelectualidade, ou qualquer outra característica que os indivíduos tenham em comum. Ao analisarmos por esta perspectiva notamos que a identidade nacional deve ser fortalecida para que haja a consolidação do Estado. O período histórico em que este fenômeno se torna mais evidente é durante o século XIX, na formação dos Estados Nacionais na Europa, quando países como Itália e Alemanha, constituídos de várias províncias, se unificaram.
O Brasil é hoje um dos países com maior extensão territorial, devido principalmente ao grande poder de coesão que o poder central usou para manter a unidade nacional, reprimindo vários movimentos, em todas as regiões que buscam autonomia. No entanto, percebe-se que o Brasil é um todo com algumas características que os homogeneízam, como a língua os traços herdados dos portugueses, negros e índios. E uma heterogeneidade que foi colocada nos vários brasis de cada região.
Darcy coloca que os trações herdados das três raças constituintes no Brasil, mesmo que por alguns autores possam ser colocados como defeito aventureiro, maior gosto pelo ócio e pelo negócio, que resulturam anarquismo e a desordem. Por sua vez, essas características permitiram o desenvolvimento do país, pois se fossem características que podem ser consideradas boas não teríamos do Brasil que temos hoje.
 
Referências Bibliográficas. 
DA MATA, Roberto. O que faz o Brasil? Rio de Janeiro, Rocco, 1997.
FIORINI, José Luiz. A construção da identidade nacional brasileira. São Paulo: Bakhtiniana, 2009.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro, DPSA Editora, 1998.
RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro. A formação e o sentido do Brasil, São Paulo. Ed. Companhio da Letras, 1995.
THIESSE. Anne-Marie. La création des identités nationales. Europe XVIIIe – XXe siècle. Paris: Editions du Seuil, 1999.

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