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curso 13901 aula 02 v4

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Aula 02
Direito Civil p/ TRF 2ª Região (Analista Judiciário - Área Judiciária e Oficial) - Com
videoaulas 
Professor: Aline Santiago
02697927328 - ISABELLE PRATA
 
 
 
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DIREITO CIVIL ± TRF 2ª REGIÃO (AJAJ) 
Teoria e Questões 
Aula 02 ± Profa Aline Santiago / Prof. Jacson Panichi 
 
 
Aula 02 
Pessoas Jurídicas 
 
 
Apresentação da Aula 02 .............................................................................................................. 2 
Cronograma da Aula - 02 .............................................................................................................. 3 
Relação dos Assuntos com o Código Civil ...................................................................................... 3 
Pessoas Jurídicas (CC arts. 40 a 69). .............................................................................................. 4 
Constituição da Pessoa Jurídica .................................................................................................... 6 
Capacidade e Representação da Pessoa Jurídica ........................................................................... 8 
Classificação da Pessoa Jurídica .................................................................................................... 9 
Grupos Despersonalizados ......................................................................................................... 12 
Sociedades de Fato .................................................................................................................... 14 
Começo e Fim (extinção) da Existência Legal da Pessoa Jurídica .................................................. 14 
Processo de Extinção da Pessoa Jurídica ..................................................................................... 18 
Associações ............................................................................................................................... 19 
Fundações ................................................................................................................................. 22 
Desconsideração da Pessoa Jurídica ........................................................................................... 30 
�ĞƐĐŽŶƐŝĚĞƌĂĕĆŽ� ?ŝŶǀĞƌƐĂ ?�ĚĂ�WĞƐƐŽĂ�:ƵƌşĚŝĐĂ ............................................................................ 32 
Proteção dos Direitos da Personalidade ..................................................................................... 33 
Responsbilidade das Pessoas Jurídicas ....................................................................................... 34 
Domicílio da Pessoa Jurídica ....................................................................................................... 35 
Considerações Finais .................................................................................................................. 36 
Resumo da Matéria .................................................................................................................... 37 
Questões da CONSULPLAN/FCC .................................................................................................. 38 
Questões Comentadas ............................................................................................................... 39 
Lista de Questões ....................................................................................................................... 76 
Gabarito .................................................................................................................................... 92 
02697927328
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Teoria e Questões 
Aula 02 ± Profa Aline Santiago / Prof. Jacson Panichi 
 
 
$8/$��� 
3(662$6�-85Ë',&$6� 
Apresentação da Aula 02 
Olá amigos! 
 
Prontos para mais uma aula de direito civil? Esperamos que a sua 
resposta para esta pergunta seja positiva -. 
Esta aula, assim como a nossa aula anterior, não tem um conteúdo 
teórico muito extenso. Mas tenha cuidado! Os assuntos: Pessoa Natural e 
Pessoa Jurídica normalmente são cobrados em provas e as questões que 
envolvem estes itens, de certa forma, não apresentam grandes dificuldades, 
VHQGR� PXLWDV� YH]HV� TXHVW}HV� ³UHSHWLGDV´� RX�� HQWmR�� OLWHUDLV� DR� WH[WR� GD� OHL��
portanto, procure assimilar bem estes conteúdos para garantir acertos na hora 
da prova. 
 
Nesta aula, falaremos ainda sobre o domicílio civil, agora no que diz 
respeito à pessoa jurídica. 
 
Vamos começar os trabalhos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Teoria e Questões 
Aula 02 ± Profa Aline Santiago / Prof. Jacson Panichi 
 
Cronograma da Aula - 02 
 
AULA Tópicos abordados DATA 
AULA 02 
Parte Geral: Das Pessoas. Das pessoas jurídicas: 
Associações e Fundações. 
(06/12/2016) 
 
Relação dos Assuntos com o Código Civil 
 
A
U
L
A
 0
2
 Tópicos que serão abordados neste curso Artigos da Lei 
Pessoas jurídicas. 
Art. 40 ao 69 do CC 
Art. 75 ao 78 do CC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2%6(59$d­2� ,03257$17(�� HVWH� FXUVR� p� SURWHJLGR� SRU� GLUHLWRV� DXWRUDLV�
�FRS\ULJKW��� QRV� WHUPRV� GD� /HL� ���������� TXH� DOWHUD�� DWXDOL]D� H� FRQVROLGD� D�
OHJLVODomR�VREUH�GLUHLWRV�DXWRUDLV�H�Gi�RXWUDV�SURYLGrQFLDV� 
*UXSRV� GH� UDWHLR� H� SLUDWDULD� VmR� FODQGHVWLQRV�� YLRODP� D� OHL� H� SUHMXGLFDP� RV�
SURIHVVRUHV� TXH� HODERUDP�RV� FXUVRV�� 9DORUL]H�R� WUDEDOKR�GH�QRVVD�HTXLSH�
DGTXLULQGR�RV�FXUVRV�KRQHVWDPHQWH�DWUDYpV�GR�VLWH�(VWUDWpJLD�&RQFXUVRV�
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Teoria e Questões 
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Pessoas Jurídicas (CC arts. 40 a 69). 
Em nossa aula passada, estudamos as pessoas naturais, a respeito do seu 
começo e do seu fim, da capacidade e da personalidade. Estas pessoas (pessoas 
naturais) são dotadas de capacidade jurídica, porém, para a realização de 
determinados empreendimentos uma só pessoa se torna fraca e, sozinha, 
dificilmente alcançaria seus objetivos. Com isto, surge a necessidade de se 
agrupar as pessoas para que, então, juntas tenham mais força de realização. 
 Da necessidade de conjugação de esforços, para a realização de 
determinados fins, temos a atribuição de capacidade jurídica a entes abstratos, 
formados ora pelo ¹conjunto de pessoas, ora por ²conjugação patrimonial. 
 As pessoas jurídicas são entidades as quais a lei confere personalidade. 
Uma vez tendo personalidade jurídica, estas pessoas podem ser sujeitos de 
direitos e obrigações. 
É importante observarmos que a personalidade da pessoa jurídica não 
se confunde, em regra, com a personalidade de cada um dos seus 
membros. 
Desta forma, uma de suas principais características é a atuação na vida 
jurídica com personalidade distinta da de seus membros. Esta separação de 
personalidades leva também à separação dos patrimônios ± respeitando o 
princípio da Autonomia Patrimonial. Assim, em regra, não podem, por 
exemplo, ser penhorados os bens dos sócios por dívidas da sociedade1. 
As pessoas jurídicas que surgirão poderão ter os mais variados fins, sem 
agora numerá-lastaxativamente, podemos citar, desde o próprio conceito de 
Estado, passando pelas fundações, pelas sociedades, associações de bairro e 
associações esportivas. 
 
³0DV�GH�RQGH�YHP�à QDWXUH]D�MXUtGLFD�GHVWDV�SHVVRDV"´ 
Existem diversas teorias que tentam explicar a natureza jurídica da pessoa 
jurídica. Dentre essas teorias existem as que negam a existência da pessoa 
jurídica ± ¹Teorias Negativistas, e as que afirmam sua existência ± ²Teorias 
Afirmativistas. 
 
1 Você verá que, em algumas situações, o patrimônio dos sócios poderá ser atingido. Isto 
será explicado ainda nesta aula. 
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Para a Teoria Negativista só existem no Direito os seres humanos, 
carecendo as denominadas pessoas jurídicas de qualquer atributo de 
personalidade. Por isso chama-se negativista, porque nega existência à 
pessoa jurídica. Os que a defendem sustentam que a denominação 
pessoa jurídica mascara um patrimônio coletivo ou uma propriedade 
coletiva. 
 
 
As Teorias Afirmativistas estão divididas entre ¹Teorias da Ficção 
e ²Teorias da Realidade. 
 
São duas as Teorias da Ficção: 
 A Teoria da Ficção Legal ± criada por Savigny, que considera a pessoa 
jurídica uma criação artificial da lei, ou seja, uma ficção jurídica, uma abstração 
diversa da realidade. Deste modo, os adeptos desta teoria dizem que os direitos 
são prerrogativas concedidas apenas ao homem nas relações com seus 
semelhantes. Pois somente o homem tem existência real e psíquica para 
expressar a sua vontade para deliberar e o seu poder de ação. Assim, quando se 
atribuem direitos a pessoas de outra natureza, isso se trata de simples criação 
da mente humana, constituindo-se uma ficção jurídica. A capacidade das pessoas 
jurídicas, sendo criação ficta do legislador, é limitada na medida de seus 
interesses; 
A Teoria da Ficção Doutrinária ± que vem a ser uma variação da teoria 
explicada acima, defende que a pessoa jurídica não tem existência real, mas 
apenas intelectual, sendo uma ficção criada pela doutrina. 
 
São três as Teorias da Realidade: 
A primeira é a Teoria da Realidade Objetiva ou Orgânica ± a pessoa 
jurídica é considerada por esta teoria como sendo uma realidade sociológica, que 
nasce através de imposição das forças sociais; 
A segunda é a Teoria da Realidade Jurídica ou Institucionalista ± é 
parecida com a teoria objetiva pela importância dada aos eventos sociológicos. 
Deste modo, considera a pessoa jurídica como uma organização social destinada 
a um serviço ou ofício e, por isso, personificada; 
A terceira é a Teoria da Realidade Técnica ± que diz que a personificação 
de grupos sociais é um expediente de ordem técnica. É um atributo deferido 
pelo Estado a certas entidades que o merecem e que observaram os requisitos 
por ele estabelecidos. 
 
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A teoria da realidade técnica é a adotada pelo código civil de 
2002. 
 
Passada a rápida conceituação acima, retornamos agora a ideia trabalhada 
anteriormente de que todo o ordenamento jurídico é destinado a regular a vida 
dos indivíduos. O direito tem por finalidade o homem como sujeito de direitos. 
Deste modo, criam-se institutos jurídicos em prol do indivíduo, criam-se também 
pessoas jurídicas como forma de se atribuir maior força ao ser humano, para 
que, assim, este possa realizar determinadas tarefas que seriam impraticáveis se 
estivesse sozinho. 
Mas entenda que da mesma forma que o Direito atribui direitos ele 
também impõe obrigações às pessoas jurídicas. Existirão, para cada tipo de 
pessoa jurídica, condições, objetivas e subjetivas, determinadas em lei. 
Portanto, o conceito de pessoa jurídica é uma objetivação do ordenamento 
jurídico. Encara-se a pessoa jurídica como uma realidade técnica, como uma 
criação do direito, porque assim está estabelecido em lei. 
 
Constituição da Pessoa Jurídica 
Não basta simplesmente que as pessoas se agrupem para formar uma 
pessoa jurídica. Há um requisito muito importante, qual seja, a vontade das 
pessoas sobre a criação de uma pessoa jurídica e para um determinado fim. É 
esta vinculação de vontades, vinculação jurídica entre as pessoas que dá 
unidade orgânica ao ente criado, com isto, este ente se torna uma pessoa com 
características próprias, uma pessoa jurídica, desvinculada da vontade e da 
personalidade daquelas pessoas que a criaram e com autonomia perante seus 
membros. 
 
Através desta unidade de vontades de criar um ente abstrato surge 
a personificação. 
 
Vocês se recordam, quando estudamos pessoas naturais, que a partir do 
momento em que uma pessoa nasce com vida ela adquire personalidade? Pois 
bem, para a pessoa jurídica este momento de aquisição da personalidade se dá 
quando há uma conjunção de vontades em torno da criação deste ente abstrato. 
A partir deste momento este adquire personalidade própria, independente da 
personalidade de seus sócios. 
Contudo, entenda que não basta a simples vontade dos indivíduos para 
a constituição da pessoa jurídica. Certos requisitos são impostos por lei, estes 
requisitos serão mais severos ou menos severos de acordo com a modalidade 
de ente a ser criado. 
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Preenchendo estes requisitos, a pessoa jurídica será considerada regular 
e estará apta a utilizar-se de todas as suas prerrogativas em sua vida jurídica. 
 Acreditamos que você já pôde perceber que se regula a pessoa jurídica de 
PRGR�PXLWR�SDUHFLGR�FRP�D�SHVVRD�QDWXUDO��+DYHUi�R�PRPHQWR�GR�³QDVFLPHQWR´��
registro, aquisição de personalidade, capacidade, determinação do domicílio, 
³PRUWH´�- podendo inclusive, existir uma regulação quanto à sucessão. 
Além do explicado até aqui (mas pensando especificamente em questões 
de provas), saiba que para as pessoas jurídicas de direito privado (assunto 
que abordaremos mais a frente) temos o seguinte: 
 
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a 
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando 
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no 
registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. 
Parágrafo único. Decai2 em três anos o direito de anular a constituição das pessoas 
jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da 
publicação de sua inscrição no registro. 
 
Art. 46. O registro declarará: 
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; 
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; 
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e 
extrajudicialmente; 
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; 
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; 
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse 
caso. 
 
Desta forma os estatutos e os atos constitutivos das pessoas jurídicas de 
direitoprivado são registrados no Cartório de Registro Civil das pessoas 
jurídicas. Este registro além de servir de prova, possui natureza constitutiva, 
por ser o atributivo de personalidade e da capacidade da pessoa jurídica. 
 
 
Não esqueça esta informação! A existência legal da pessoa 
jurídica de direito privado começa com o registro do ato 
constitutivo. Não é quando as pessoas celebram o contrato e não é 
quando elaboram o estatuto. Ela começa quando ocorre o 
registro. 
 
2 Os institutos da decadência e da prescrição serão abordados detalhadamente em outra aula. 
Mas você já pode ³LU�PHPRUL]DQGR´ alguns prazos. - 
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 Para a constituição da pessoa jurídica existem três requisitos básicos: 
¹a vontade humana criadora, ²a obediência às condições legais para sua 
formação e ³a finalidade lícita. 
 
 A ¹vontade humana criadora ou o direcionamento da vontade de várias 
pessoas em torno de uma finalidade comum e de um novo organismo é 
fundamental. No início existe apenas uma pluralidade de membros que, por sua 
vontade, formarão uma unidade, a pessoa jurídica que futuramente passará a 
existir como um ente autônomo. 
 Superada esta primeira fase de manifestação da vontade a pessoa jurídica 
já existe em um estado latente, mas para que exista de fato será preciso observar 
um segundo requisito: ²a observância das determinações legais. Deve se 
respeitar e cumprir, em especial, o que a lei determinar a respeito de sua criação. 
É a lei que ditará qual o caminho a seguir para que aquela vontade se materialize 
num corpo coletivo. 
 Por fim, a pessoa jurídica, que resultou de uma vontade, que foi criada de 
acordo com a lei, deve também obedecer a um terceiro requisito: ³ter um fim 
lícito. Não se pode admitir que uma pessoa jurídica, criada de acordo com a lei, 
venha a atentar contra esta, através de atos ilícitos. A sua finalidade e seus atos 
precisam estar em conformidade com a lei, em prol de toda a sociedade, de 
acordo com os bons costumes e com o direito, ou seja, a sua finalidade precisa 
ser lícita. 
 
Capacidade e Representação da Pessoa Jurídica 
Quando estudamos a capacidade da pessoa natural, vimos que ela é 
decorrente da personalidade atribuída à pessoa. Com a pessoa jurídica ocorre o 
mesmo, porém, se para a pessoa natural esta capacidade será plena para a 
pessoa jurídica ela vai ser limitada à finalidade para a qual a pessoa foi 
criada. 
 Os poderes atribuídos à pessoa jurídica estão estipulados nos ¹atos 
constitutivos, em seu ²ordenamento interno e, também, na ³lei, uma vez 
que seus estatutos não podem contrariar normas cogentes. 
Assim, depois de registrada a pessoa jurídica o Direito 
reconhece a atividade no mundo jurídico. Neste momento de reconhecimento, a 
pessoa jurídica recebe: denominação, domicílio e nacionalidade (todos 
decorrentes da personalidade). 
 Sob o aspecto da representação, para o exercício do direito, a pessoa 
jurídica não pode agir senão através do homem. Há, portanto, uma vontade 
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Teoria e Questões 
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humana que opera na pessoa jurídica, condicionada a suas finalidades3. Na 
realidade, nem sempre a vontade do diretor ou administrador que se manifesta 
pela pessoa jurídica coincide com a sua própria vontade. Ele é apenas um 
instrumento ou órgão da pessoa jurídica, entendendo-se assim, que há duas 
vontades que não se confundem. Por exemplo, o diretor ou presidente pode 
manifestar a vontade da pessoa jurídica em assembleia geral, mas esta vontade 
não necessariamente precisará coincidir com a sua própria vontade. 
 
Classificação da Pessoa Jurídica 
Este item, apesar de não estar expresso no edital, também compõe o 
assunto pessoas jurídicas (tacitamente é preciso estudá-lo -). 
 
 
Preste muita atenção nesta classificação! Apesar de não ser muito 
extensa, ela apresenta alguns detalhes e subdivisões, sendo 
amplamente cobrada em provas. 
 
Vamos a ela! 
 
 
I. Quanto à nacionalidade ª estas podem ser ¹nacionais e ²estrangeiras. 
A nacionalidade da pessoa jurídica deve ser vista sob o prisma da sua 
constituição. 
¾ A nacional é a que foi organizada conforme a lei brasileira e tem no país a sede de 
sua administração. 
¾ A estrangeira, qualquer que seja o seu objeto, não poderá, sem autorização do Poder 
Executivo, funcionar no país, ainda que por estabelecimentos subordinados, podendo, 
todavia, ressalvados os casos previstos em lei, ser acionista de sociedade anônima 
brasileira. Se autorizada a funcionar no Brasil: sujeitar-se-á às leis e aos tribunais 
brasileiros, quanto aos atos aqui praticados; deverá ter representante no Brasil; e 
poderá nacionalizar-se, transferindo sua sede para o Brasil. 
 
 
II. Quanto à estrutura interna ª estas podem ser divididas em 
¹corporação e ²fundação. 
 
3 Não há de se confundir esta representação da pessoa jurídica, com aquela representação dos 
incapazes. Enquanto no caso dos incapazes a representação irá ocorrer porque existe a 
incapacidade de fato ou de exercício, no caso da pessoa jurídica a representação existe apenas 
para que esta possa agir e praticar atos da vida civil. 
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¾ A corporação (universitas personarum) é um conjunto de pessoas que, apenas 
coletivamente, goza de certos direitos e os exerce por meio de uma vontade única. 
Exemplos: as associações e as sociedades. 
¾ A fundação (universitas bonorum) é o patrimônio personalizado destinado a um 
fim que lhe dá unidade. São as fundações (públicas e privadas). 
 
Observação: As associações e as sociedades também têm um patrimônio, que 
representa um meio para a consecução dos fins perseguidos pelos sócios, mas, 
nas fundações, juntamente com o objetivo a que esta se destina, o patrimônio 
é o elemento principal. 
 
 
III. A terceira classificação (e, talvez, a mais importante pensando em 
provas) é quanto à função e capacidade ª sendo divididas em duas 
espécies, conforme expresso no CC, as pessoas jurídicas de ¹direito público 
e as pessoas jurídicas de ²direito privado. 
¾ As pessoas jurídicas de direito público 
¾ As pessoas jurídicas de direito privado ± são instituídas por iniciativa de particulares 
e dividem±se em: fundações particulares, associações, sociedades simples e 
empresárias, organizações religiosas, partidos políticos e, ainda, incluídas pela lei 
12.441 de 2011, as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
 
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito 
privado. 
 
Veja que as pessoas jurídicas de direito público são subdivididas em 
direito público interno ou externo. 
 
Direito público externo, regulamentadas pelo direito internacional e 
abrangendo: as nações estrangeiras, a Santa Sé, as Uniões Aduaneiras, os 
Organismos Internacionais. Neste sentido, temos artigo 42 do CC: 
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas 
as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.Direito público interno, que podem ser da administração direta (União, 
Estados, Territórios 4 , Distrito Federal e Municípios) ou podem ser da 
administração indireta ± descentralizados, criados por lei, com personalidade 
 
4 A classificação dos territórios não é pacifica. Alguns civilistas os colocam como fazendo 
parte da administração direta, já para o direito administrativo estes são colocados como da 
administração indireta. De todo modo, destacamos que conforme a Constituição Federal, 
art.18, §2, os territórios federais integram a União, ou seja, territórios não são considerados 
entes da federação. 
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Teoria e Questões 
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jurídica própria para o exercício de atividades de interesse público, tais como as 
Autarquias, as Associações Públicas, as Fundações Públicas, as Agências 
executivas e reguladoras. 
 
Estão elencados no art. 41: 
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
 
As pessoas jurídicas de direito privado estão preistas no art. 41 do CC : 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos. 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
 
 
 
Preste atenção! Já foi cobrado em provas: 
¾ Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado. 
¾ Os sindicatos embora não mencionados expressamente no art. 44, possuem 
natureza de associação civil, estando, pois, dentro das pessoas jurídicas de direito 
privado. 
¾ Cuidado para não confundir um profissional autônomo com empresa 
individual. Empresa individual está normatizada no art. 980-$�GR�&&��TXH�GL]��³A 
empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa 
titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior 
a 100 (cem) vezes o maior salário-PtQLPR�YLJHQWH�QR�3DtV´� (Artigo incluído pela Lei 
nº 12.441, de 2011). Assim, qualquer pessoa ± tanto física com jurídica, pode 
constituir uma empresa individual. Já o profissional autônomo é pessoa física que 
presta serviços de forma eventual sem relação de emprego. Enquadra-se também 
como profissional autônomo, o profissional liberal, que é aquela pessoa que exerce, 
por conta própria, atividade econômica, de natureza urbana, com fins lucrativos ou 
não. 
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¾ Outro detalhe importante é o que diz respeito às fundações, estas, embora 
genericamente estejam listadas entre as pessoas jurídicas de direito privado, se 
tiverem atuação que, de certa forma, se assemelhem às Autarquias, terão 
personalidade jurídica de direito público (em prova, estará escrito unicamente 
Fundações Públicas). 
 
 
³9RFrV� SRGHP� H[SOLFDU� FRPR� ILFD� D� VLWXDomR�� SRU� H[HPSOR�� GH�
condomínios e de sociedades irregulares? Em que classificação 
estas entidades se enquaGUDP"´ 
Há determinadas entidades com muitas das características das pessoas 
jurídicas que vimos até agora, mas que, no entanto, não chegam a ganhar 
personalidade, são grupos despersonalizados. Faltam requisitos 
imprescindíveis à personificação, são os grupos com personificação anômala, 
alguns autores utilizam também o termo personalidade judiciária. 
Temos como exemplos destas entidades: a família; a massa falida; o 
espólio; o condomínio; a herança jacente ou vacante. Em geral, estes grupos, 
embora não possuam personalidade, possuem uma capacidade processual e 
também legitimidade ativa e passiva para demandar e ser demandado em ações 
judiciais. 
 
Grupos Despersonalizados 
Os grupos despersonalizados que mais aparecem em questões de concurso 
são: 
 
 
A massa falida - nome que é dado ao conjunto de bens após a sentença 
declaratória de falência. Será representado por um síndico, que será o 
substituto da empresa ou pessoa que faliu. 
 
 
A herança jacente ou vacante - herança jacente é o nome que se dá a 
herança quando uma pessoa morre sem deixar testamento e não se 
conhece nenhum herdeiro. Os bens da herança jacente são declarados 
vacantes quando não se apresentar nenhum herdeiro ou, se aparecer 
algum, este renunciar a herança. Este acervo de bens será representado 
por um curador. 
 
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O espólio - é o conjunto de direitos e obrigações do de cujus5. Será 
representado em juízo, até que se nomeie um inventariante, por um 
administrador provisório. 
 
 
O condomínio ± sobre o condomínio há controvérsias na doutrina. 
Quando se tratar de condomínio que é a propriedade comum ou conjunta 
sobre alguma coisa, este não possui personalidade jurídica. O problema 
está nos condomínios de edifícios. Portanto tenha uma atenção extra se 
isto aparecer em prova. Como regra considere-os despersonalizados. 
Será representado pelo síndico. 
 
 
Também se destaca a família como uma entidade não personificada, 
pois, apesar de seus laços de sangue, cada membro preserva sua 
individualidade e é responsável por suas obrigações. 
 
Veja como esse assunto foi cobrado pela FCC: 
 
FCC 2009 / TJ-PA / Auxiliar Judiciário. 
Foi considerado errado o seguinte enunciado: Considerando que a ideia de 
personalidade exprime a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair 
obrigações, diante do Direito Positivo, é correto afirmar que os órgãos públicos, 
o espólio, a massa falida e a herança jacente são dotados de personalidade. 
Comentário: 
Os órgãos públicos, o espólio, a massa falida e a herança jacente são entes 
despersonalizados. 
 
 
Vamos treinar? Veja como esse assunto foi cobrado pela FCC: 
FCC 2014 / TRT - 24ª REGIÃO (MS) / Juiz do Trabalho Substituto. Assinale a 
alternativa em que nenhum ente mencionado possui personalidade jurídica 
a) a organização religiosa, a família e o partido político. 
b) a fundação, o espólio e a família. 
 
5 Expressão jurídica para denominar a pessoa que faleceu. 
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c) a família, o espólio e a sociedade em conta de participação. 
d) o espólio, a associação e o condomínio. 
e) a sociedade em nome coletivo, a empresa individual de responsabilidade limitada e 
a firma individual. 
 
Comentário: 
A família ª não possui personalidade jurídica. 
O espólio ª não possui personalidade jurídica. Será representado por um 
inventariante. 
A sociedade em conta de participação ª não possui personalidade jurídica. O sócio 
ostensivo é a pessoa jurídica, não a sociedade. 
Gabarito letra CSociedades de Fato 
As sociedades sem personalidade jurídica - são aquelas que 
existem e funcionam, mas não possuem existência legal justamente porque não 
fizeram seu registro no órgão competente ou então porque lhes falta autorização 
legal para funcionamento. Serão representadas pela pessoa a quem couber a 
administração de seus bens. 
As sociedades irregulares ou de fato são aquelas que não cumpriram 
alguns requisitos para sua regular formação, como por exemplo, uma empresa 
que deixa de registrar seu ato constitutivo na Junta Comercial. Estas empresas 
possuem legitimidade para cobrar em juízo seus créditos, não podendo o devedor 
alegar a irregularidade de sua constituição para se negar ao pagamento da dívida. 
Mas não podem ser sujeitos de direitos, e os bens particulares dos sócios 
respondem igualmente com os bens da empresa por dívidas contraídas em nome 
desta. 
 
Começo e Fim (extinção) da Existência Legal da 
Pessoa Jurídica 
A pessoa jurídica tem sua origem, em regra, com um ¹ato jurídico ou ²em 
decorrência de normas. Existe diferença, porém, entre a origem das pessoas 
jurídicas de direito público e das de direito privado. 
As pessoas jurídicas de direito público se não são criadas em razão de 
fatos históricos (criação do próprio Estado, por exemplo), o são por normas, 
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sejam estas: constitucionais; legais; ou, até mesmo, por meio de tratados 
internacionais (no caso das pessoas jurídicas de direito público externo). 
Já as pessoas jurídicas de direito privado obedecem a um processo que 
pode se dar de três formas: o ¹sistema da livre associação (a emissão de 
vontade dos instituidores é suficiente para a criação do ente personificado); o 
²sistema do reconhecimento (há necessidade de um decreto de 
reconhecimento); e o ³sistema das disposições normativas (neste sistema dá-
se liberdade de criação humana, sem necessidade de ato estatal que a reconheça, 
mas exige-se que a criação dessa pessoa obedeça a condições predeterminadas). 
Em nosso direito, são duas as fases para a concretização da pessoa 
jurídica: o ¹ato constitutivo e a formalidade do ²registro. 
 
Na primeira fase, há a constituição da pessoa jurídica por um ato unilateral 
entre pessoas vivas ou por testamento (se a pessoa faleceu e deixou estipulado 
a sua criação como ato de última vontade). Nesta fase temos um elemento 
material que se exterioriza nos atos de reunião dos sócios, nas condições dos 
estatutos, etc. Há, também, um elemento formal que é a transcrição do que foi 
acertado por escrito. Este ato poderá ser público ou particular. As fundações 
são exceção, pois para elas o instrumento público ou o testamento são essenciais. 
 
Após a existência do ato escrito e da autorização passa-se à segunda fase: 
o registro. O ato de constituição das pessoas jurídicas de direito privado e o 
seu registro estão normatizados nos artigos 45 e 46 do CC: 
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a 
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando 
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registo 
todas as alterações por que passar o ato constitutivo. 
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas 
jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da 
publicação de sua inscrição no registro. 
Art. 46. O registro declarará: 
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; 
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; 
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e 
extrajudicialmente; 
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; 
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; 
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse 
caso. 
Veja como esse assunto foi cobrado pela FCC: 
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FCC 2008 / TCE-AL / Auditor. 
Foi considerado correto o seguinte enunciado: A existência legal das 
pessoas jurídicas de direito privado começa com a inscrição do ato constitutivo 
no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou 
aprovação do Poder Executivo. 
 
 
FCC 2013 / AL-PB/ Procurador 
Foi considerado correto o seguinte enunciado: Quanto às pessoas jurídicas, é 
correto afirmar: Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas 
jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da 
publicação de sua inscrição no registro. 
Enquanto para a pessoa natural o fim da existência ocorre com a morte 
(real ou presumida), para a pessoa jurídica pode ocorrer por causas diversas. 
Basicamente, o fim da existência legal da pessoa jurídica, pode ocorrer: 
 
 De forma convencional ± ou seja, quando seus membros decidirem pelo seu 
fim, de acordo com o quórum previsto nos estatutos da empresa ou na lei. 
De forma legal ± em razão de motivos determinados em lei, mais 
precisamente no art. 1.034 do CC: 
Art. 1.034 A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a requerimento de qualquer 
dos sócios, quando: 
I - anulada a sua constituição; 
II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexequibilidade. 
De forma administrativa ± quando a pessoa jurídica, para seu 
funcionamento, precisa de autorização do poder público e pratica atos nocivos ou 
contrários aos seus fins. 
 De forma Judicial ± que decorre dos casos de dissolução previstos em 
lei ou no estatuto, principalmente quando a sociedade se desviar dos fins para 
os quais foi constituída. 
 
 
As formas de extinção se relacionam, e como vimos acima são a 
convencional, a legal, a administrativa e a judicial. 
 
No entanto, a extinção legal tem este nome porque os motivos que 
levam à sua extinção advêm da lei (exemplo art. 1.034). Mas entenda que a 
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extinção não é automática, para que ela aconteça também serão necessárias 
algumas medidas judiciais. 
A extinção pela forma administrativa acontecerá quando for necessária uma 
autorização da administração pública para o funcionamento da Pessoa Jurídica. 
Neste caso, quando a PJ pratica atos nocivos ou contrários aos seus fins, o 
mesmo poder administrativo que concedeu esta autorização poderá retirá-
la ou, então, negar a sua renovação. 
 
 
Vamos treinar? Veja como esse assunto foi cobrado pela FCC: 
FCC 2013 / SEFAZ-SP / Agente Fiscal de Rendas. No tocante às pessoas naturais 
e jurídicas: 
a) A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com o início 
efetivo de suas atividades civis ou empresariais. 
b) As autarquias, União, Estados e Municípios, bem como os partidos políticos, são 
pessoas jurídicas de direito público interno. 
c) As associações, as fundações, as organizações religiosas, os partidos políticos e as 
empresas individuais de responsabilidade limitada sãopessoas jurídicas de direito 
privado. 
d) A personalidade civil da pessoa natural começa do nascimento com vida, evento a 
partir do qual serão protegidos também os direitos do nascituro. 
e) Somente as pessoas naturais possuem atributos da personalidade e, assim, apenas 
elas podem sofrer danos morais. 
 
Comentário: 
De acordo com o art. 44 do CC. 
Gabarito letra C 
 
FCC 2013 / TRT - 12ª Região (SC) / Analista Judiciário. No tocante às pessoas 
jurídicas: 
a) começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com o início 
efetivo de suas atividades ao público. 
b) de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes 
que, nessa qualidade, causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra 
os causadores do dano, se houver por parte destes culpa ou dolo. 
c) a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das instituições 
religiosas é condicional, por ser laico o Estado brasileiro, que deverá autorizar ou não 
seu reconhecimento e registro. 
d) os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito público interno. 
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e) as autarquias e as associações públicas são pessoas jurídicas de direito privado. 
 
Comentário: 
De acordo com o art. 43 do CC. 
Gabarito letra B 
 
 
Processo de Extinção da Pessoa Jurídica 
Após o encerramento das atividades da pessoa jurídica, o seu processo de 
extinção se realizará através da ¹dissolução e da ²liquidação. Este processo 
se mostra necessário para que se dê destinação aos bens da empresa, se pague 
todas as dívidas e para que se faça a partilha do que restar entre os sócios. 
 A liquidação da pessoa jurídica, segundo o art. 51 do CC, ocorrerá nos 
casos de dissolução ou de cassação de autorização para funcionamento. 
 
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu 
funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua. 
§ 1º. Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua 
dissolução. 
§ 2º. As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às 
demais pessoas jurídicas de direito privado. 
§ 3º. Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da 
pessoa jurídica. 
 
 Desta forma, podemos perceber que o cancelamento da inscrição da pessoa 
jurídica no registro não acontece no momento em que ela é dissolvida. O 
cancelamento da sua inscrição acontece somente depois de encerrada a sua 
regular liquidação. 
 
Continuando a análise do Código Civil, há duas pessoas jurídicas, para as 
quais o nosso o código reservou alguns itens específicos, são elas: ¹as 
associações e ²as fundações. 
 
Então vamos ao seu estudo mais detalhado! 
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Associações 
No código civil de 2002, as associações estão compreendidas entre os 
artigos 53 a 61. O artigo 53 nos dá uma primeira ideia sobre as associações: 
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins 
não econômicos. 
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. 
 
As associações se prestam aos mais variados fins, desde que não 
econômicos, e preenchem, assim, as mais variadas finalidades na sociedade. 
Qualquer atividade lícita e de fins não econômicos pode ser buscada por uma 
associação. 
Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. Uma vez que 
as associações não se formam por contrato e sim pela união de pessoas sem 
direitos e obrigações recíprocos6. 
Uma observação que devemos fazer é a seguinte: 
A associação até pode obter lucro, no entanto, este lucro deverá ser reinvestido 
na própria entidade. A associação não pode ter o lucro como finalidade essencial 
e nem distribuí-lo entre seus associados. 
 
No artigo 54 do CC estão enumerados os requisitos obrigatórios que 
devem constar nos estatutos de toda e qualquer associação: 
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: 
I - a denominação, os fins e a sede da associação; 
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; 
III - os direitos e deveres dos associados; 
IV - as fontes de recursos para sua manutenção; 
V ± o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; 
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. 
VII ± a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. 
 
Outras disposições podem ser acrescentadas, mas estas, que estão no texto 
da lei, são essenciais. Os estatutos são a lei orgânica da pessoa jurídica, a norma 
de obediência obrigatória para os fundadores da associação e, também, para 
todos aqueles que no futuro venham a ela se associar. A vontade dos novos 
 
6 Nelson Nery Júnior, Código Civil Comentado, Revista dos Tribunais, 8ª ed., pág. 271. 
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membros se manifesta através da adesão à associação e consequentemente aos 
seus regulamentos. 
 
Algumas observações: 
 Nada impede que a associação tenha várias sedes, sendo uma principal e 
outras subsidiárias; 
 A admissão de novos sócios deve atender aos interesses da associação, o 
estatuto pode determinar que sejam preenchidos certos requisitos para que 
alguém tenha a qualidade de sócio; 
 A demissão não se confunde com a exclusão, porque esta tem caráter de 
penalidade e só pode ser aplicada se for dado direito à ampla defesa ao associado 
envolvido (art. 57), já a demissão decorre da iniciativa do próprio interessado, 
por oportunidade ou conveniência sua; 
 É importante que o estatuto estabeleça a providência de fundos, se este vai 
ser proveniente de contribuições dos próprios sócios ou de terceiros, ou se, então, 
a associação vai exercer alguma atividade que lhe forneça meios financeiros, 
entretanto sem que com isso descaracterize sua finalidade. 
 
O artigo 55 do CC nos diz: 
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, MAS o estatuto poderá instituir 
categorias com vantagens especiais. 
 
Este artigo pode dar margem para algumas confusões. A dificuldade estaria 
no sentido de se saber, no caso concreto, se é válida a atribuição de vantagens 
especiais a sócios, o que contraria a finalidade primeira do dispositivo que é a 
igualdade de direitos. O melhor é interpretar que toda associação deve garantir 
os direitos mínimos aos associados e que as vantagens são excepcionais a 
algumas categorias, que por sua natureza sejam diferenciadas. 
Seguindo com a nossa conversa! No art. 56 encontramos o seguinte: 
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser 
o contrário. 
Parágrafo único: Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da 
associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade 
de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.Temos aqui a figura dos associados com e sem em quotas ou fração ideal 
do patrimônio da entidade (chamados respectivamente de sócios patrimoniais e 
de sócios meramente contributivos). Na verdade, o que este artigo quer proteger 
é o interesse da associação, pois cabe à própria entidade definir quem poderá 
ingressar como associado. 
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O simples fatR�GH�WUDQVIHULU�XPD�TXRWD�RX�D�³TXDOLGDGH´�GH�DVVRFLDGR�SDUD�
outra pessoa pode não ser o suficiente para esta pessoa passar a ser sócia, é 
preciso analisar a permissão estatutária. 
 A ideia fundamental é no sentido de permitir que a associação faça um 
juízo de oportunidade e conveniência para a admissão de novos associados. Uma 
vez admitido o associado, a sua exclusão somente será possível por justa 
causa, obedecido o estatuto. É o que diz o artigo 57 do CC: 
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim 
reconhecida em procedimento que assegure o direito de defesa e de recurso, nos 
termos previstos no estatuto. 
 
Nenhuma decisão de exclusão de associado pode prescindir de 
procedimento que permita ao sócio produzir sua defesa e suas provas, ainda que 
o estatuto permita e ainda que decidida em assembleia geral, convocada para tal 
fim. Também neste sentido temos o artigo 58 do CC: 
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe 
tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou 
no estatuto. 
 
O estatuto ou a lei estabelecerão os limites ao exercício dos direitos 
sociais. 
 A assembleia geral é órgão necessário da associação, exerce papel de 
³SRGHU� OHJLVODWLYR´� Qa instituição 7 . O artigo 59 do CC elenca as matérias 
privativas da assembleia. 
 
Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral: 
I ± destituir os administradores; 
II ± alterar o estatuto. 
Parágrafo único: Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é 
exigido deliberação da assembleia especialmente convocada para este fim, cujo quórum 
será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores. 
 
No mesmo sentido o artigo 60 do CC determina: 
A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantindo a 1/5 
(um quinto) dos associados o direito de promovê-la. 
De acordo com a norma legal do artigo 59 do CC ± que é uma norma de 
ordem pública, ou seja, é preceito imperativo, que não admite disposição em 
 
7 2�³3RGHU�([HFXWLYR´�GD�SHVVRD�MXUtGLFD�p�H[HUFLGR�SRU�XP�GLUHWRU�RX�XPD�GLUHWRULD��SRGHQGR�VHU�
criados outros órgãos auxiliares, dependendo do tamanho da entidade. 
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contrário pela vontade privada, competirá somente à assembleia geral a 
¹destituição dos administradores e a ²alteração do estatuto. 
 
³9RFrV� IDODUDP� HP� GLVVROXomR� GD� SHVVRD� MXUtGLFD�� 0DV� R� TXH�
acontecerá com o patrimônio de uma associação quando esta 
IRU�GLVVROYLGD"´ 
A resposta à sua pergunta está no art. 61, o seu estudo deve ser literal ao 
texto do CC (assim é cobrado em prova): 
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois 
de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do 
art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no 
estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, 
estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. 
§ 1º. Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem 
estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em 
restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao 
patrimônio da associação. 
§ 2º. Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em 
que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que 
remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito 
Federal ou da União. 
Para finalizarmos o assunto associação, observe este enunciado do STJ: 
Jornada III STJ 142 ± 
³2V�partidos políticos os sindicatos e as associações religiosas possuem 
natureza associativa, aplicando-se-lhes o &&´� 
 
Fundações 
Antes de iniciarmos nosso estudo sobre as fundações, temos que noticiá-lo 
sobre uma importante alteração ocorrida dia 29/07/2015, onde a Lei nº 13.151 
alterou vários dispositivos do CC/2002 sobre as fundações privadas. 
Deste modo, vamos fazer um quadro comparativo entre como era o artigo ou 
inciso, e como ficou. Mas, desde já alertamos que a citada lei já está em vigor, 
pois, de acordo com seu art. 7º, ela entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Então vamos lá! 
 
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Vimos que, nas associações, o que importa são as pessoas, a reunião de 
pessoas, a coletividade. Já nas fundações, há de início um patrimônio 
despersonalizado, destinado a um fim. 
 
As fundações têm sua razão de ser no patrimônio destinado a determinada 
finalidade. A Lei nº 13.151, de 2015 alterou a redação do artigo 62 do CC, da 
seguinte forma: 
Lei nº 10.406, de 2002 Lei nº 13.151, de 2015 
Art. 62. Para criar uma fundação, o 
seu instituidor fará, por escritura 
pública ou testamento, dotação 
especial de bens livres, 
especificando o fim a que se destina, 
e declarando, se quiser, a maneira de 
administrá-la. 
Parágrafo único. A fundação 
somente poderá constituir-se para 
fins religiosos, morais, culturais ou de 
assistência. 
 
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu 
instituidor fará, por escritura pública ou 
testamento, dotação especial de bens 
livres, especificando o fim a que se destina, 
e declarando, se quiser, a maneira de 
administrá-la. 
Parágrafo único. A fundação somente 
poderá constituir-se para fins de: 
I ± assistência social; 
II ± cultura, defesa e conservação do 
patrimônio histórico e artístico; 
III ± educação; 
IV ± saúde; 
V ± segurança alimentar e nutricional; 
VI ± defesa, preservação e conservação do 
meio ambiente e promoção do 
desenvolvimento sustentável; 
VII ± pesquisa científica, desenvolvimento de 
tecnologias alternativas, modernização de 
sistemas de gestão, produção e divulgação 
de informações e conhecimentos técnicos e 
científicos; 
VIII ± promoção da ética, da cidadania, da 
democracia e dos direitos humanos; 
IX ± atividades religiosas; 
 
 
Trata-se, como se depreende do artigo, de um conjunto de bens, que 
recebe personalidade para a realização de um fim determinado. O patrimônio se 
personaliza quando obtém sua existência legal, deste modo, uma fundação não 
é qualquer conjunto de bens. A dotação se fará por escritura pública ou 
testamento. 
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A construção da fundação é voltada para a realização de fins socialmente 
relevantes, úteis e nobres. Afasta-se assim taxativamente no parágrafo 
único a possibilidade de instruírem-se fundações com fins ociosos e fúteis. 
A fundação somente poderá constituir-se para fins de assistência 
social; cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; 
educação; saúde; segurança alimentar e nutricional; defesa, 
preservação e conservação do meio ambiente e promoção do 
desenvolvimento sustentável; pesquisa científica, desenvolvimento de 
tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção 
e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; 
promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; 
e das atividades religiosas. 
 
Observe que agora a finalidade da fundação, ou seja, seu campo de atuação 
ficou maior e mais determinado. Temos, no parágrafo único do art. 62, um campo 
de atuação maior do que tínhamos na antiga redação, o que reforça os 
entendimentos da doutrina, tribunais e enunciados, de que a fundação poderia 
atuar em outros campos além dos descritos no antigo § único do art. 62. 
Atenção! Tenha em mente que esta é a redação atual do art. 62 do CC. 
A Lei nº 13.151 já está em vigor. 
 
Para que se aperfeiçoe a personalidade jurídica da fundação, ou 
seja, para que se possa dizer que esta existe como pessoa jurídica, é necessário 
o preenchimento dos seguintes requisitos: instituição, por meio de escritura 
pública ou testamento, de dotação especial de bens livres de ônus, da qual conste 
a finalidade específica da fundação, que deve ser religiosa, moral, cultural ou de 
assistência; estatutos que a regerão; aprovação dos estatutos pelo órgão do 
Ministério Público e o registro da escritura de instituição. 
 A criação da fundação se dá pelo denominado negócio jurídico fundacional 
e o registro a personifica, fazendo com que tenha capacidade, patrimônio, sede 
e administração8. 
No primeiro requisito (instituição) para a criação de uma fundação, 
existem dois momentos bem definidos: um é a ¹vontade de sua constituição, 
que neste caso se exterioriza no ato de fundação propriamente dito; e o outro é 
o ato de ²dotação de um patrimônio, que lhe dará vida. Neste ato de dotação, 
 
8 Diniz. Direito Fundacional. 
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estão compreendidos: a reserva de bens livres9, a indicação dos fins e a maneira 
pela qual o acervo será administrado. 
 
- Modalidades de formação da fundação: 
1. Direta ± neste modo, a própria pessoa instituidora projeta e regulamenta a 
fundação. 
2. Fiduciária ± neste modo, o instituidor entrega a tarefa de organizá-la a outra 
pessoa. 
 
 
Atenção! O instituidor da fundação pode ser tanto pessoa 
natural quanto pessoa jurídica. 
 
Vimos que a constituição da fundação é feita com dotação de bens, mas 
o que ocorre quando esta dotação não for suficiente? Esta situação está 
expressa no art. 63 do CC: 
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados 
serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação 
que se proponha a fim igual ou semelhante. 
 
Então, se caso os bens forem insuficientes para a constituição da 
fundação, eles serão destinados a outra fundação que tenha a mesma ou 
semelhante finalidade da que não pôde ser criada, mas isso só acontecerá se 
o instituidor não tiver disposto de forma diferente no estatuto. 
A tarefa de elaborar o estatuto ± que é a lei interna da fundação - cabe ao 
instituidor ou, então, o instituidor deverá designar quem elabore o estatuto. 
Depois de ultrapassada esta fase, o estatuto será apresentado ao Ministério 
Público 10 ± órgão fiscalizador das fundações, que examinará se foram 
observadas as bases da fundação e se os bens são suficientes para atender as 
suas finalidades. Neste sentido temos o artigo 66 do CC: 
Art.66 Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. 
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério 
Público do Distrito Federal e Territórios 
 
9 Estes bens têm que ser livres, pois qualquer ônus sobre eles colocaria em risco a existência da 
entidade. 
10 Esta fiscalização será feita por meio da Promotoria de Justiça das Fundações, nas cidades em 
que houver este cargo na divisão administrativa da instituição. Nas cidades menores esta tarefa 
caberá ao Promotor Público. 
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§2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em 
cada um deles, ao respectivo Ministério Público. 
 
Importante! De acordo caput do art. 66 do CC, as fundações depois de 
criada, serão fiscalizadas pelo Ministério Público do Estado onde situadas. 
 
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. 
 
O caput do art. 66 fala em Ministério Público do Estado. E se a fundação 
estiver situada no Distrito Federal, quem irá fiscalizá-la? Quem vela pelas 
fundações localizadas no DF? O Ministério Público do Distrito Federal e 
Territórios (MPDFT). 
 
A Lei n.º 13.151/2015 alterou o § 1º do art. 66 do CC com o objetivo 
de deixar isso expresso no texto do Código. 
 
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo 
ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. 
 
Desse modo, mesmo antes da alteração da Lei n.º13.151/2015, por força 
de decisão do STF, a atribuição para fiscalizar as fundações privadas localizadas 
no DF já era do MPDFT. 
 
(2013 - AL-PB ± Procurador). Foi considerado correto o seguinte 
enunciado: De acordo com o STF, cabe ao Ministério Público do Distrito Federal 
e Territórios velar pelas fundações públicas e de direito privado em 
funcionamento no DF, sem prejuízo da atribuição, ao Ministério Público Federal, 
da veladura das fundações federais de direito público que funcionem, ou não, 
no DF ou nos eventuais territórios. 
 
A Lei nº 13.151/2015 corrige a falha do Código Civil e se adequa ao que 
foi decidido pelo STF, deixando claro que se a fundação privada funcionar no 
Distrito Federal ou em Território caberá o encargo ao MPDFT. 
 
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E se a fundação abranger mais de um Estado/DF? Se ela 
funcionar em dois, três, quatro Estados/DF, quem fiscaliza? 
 
Se as atividades da fundação se estenderem por mais de um Estado, 
caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público (§ 2º do 
art. 66). 
([��)XQGDomR�³$´�DWXD�HP�63��0*�H�')��2�0363�LUi�ILVFDOL]DU�DV�DWLYLGDGHV�
dessa fundação em SP, o MPRJ no MG e o MPDFT no DF. 
 
(2007 - AGU - Procurador Federal). Foi considerado errado o 
seguinte enunciado: Se uma fundação estender suas atividades por mais de um 
estado, independentemente de ser federal ou estadual, sua veladura caberá ao 
Ministério Público Federal.Compete, então, ao Ministério Público do Distrito Federal velar pelas 
fundações no DF. 
 
¾ Em se tratando de fundações federais de direito público esta atribuição de 
velar cabe, sim, ao Ministério Público Federal, independentemente de funcionar 
ou não no DF ou nos eventuais Territórios. 
¾ Nos Estados, esta competência é do Ministério Público do Estado em que se situa 
a fundação. 
 
Nesta mesma perspectiva, de ação do Ministério Público, temos o parágrafo 
único, do artigo 65 do CC: 
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo 
ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art.62), o estatuto 
da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade 
competente, com recurso ao juiz. 
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, 
não havendo prazo, em 180 (cento e oitenta) dias, a incumbência caberá ao 
Ministério Público. 
 
Como vimos, se o instituidor não fizer o estatuto e a pessoa por ele 
designada também não fizer, caberá ao Ministério Público esta tarefa. Qualquer 
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alteração do estatuto também deve ser submetida à apreciação do Ministério 
Público. 
 
Sobre alterações no estatuto temos o artigo 67 do CC: 
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: 
I ± seja deliberada por 2/3 (dois terços) dos componentes para gerir e representar 
a fundação; 
II ± não contrarie ou desvirtue o fim desta; 
III ± seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, 
poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. 
E, aqui, temos a última alteração. Agora temos um prazo máximo para 
que o MP analise a proposta de mudança do estatuto. Observe como ficou a nova 
redação do inciso III do art. 67 do CC: 
Art. 67. III ± seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 
(quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, 
poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. 
 
Deste modo o art. 67 ficou da seguinte forma: 
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: 
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação; 
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta; 
III ± seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e 
cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-
la, a requerimento do interessado. 
 
ATENÇÃO! Colocamos os dispositivos, o antigo e o novo da Lei nº 
13.151, como forma de comparação, mas o que está valendo é a redação nova. 
Fique atento. ;) 
 
Caso a alteração não tenha sido aprovada por unanimidade, a minoria 
vencida poderá requerer a impugnação no prazo de 10 dias, isso conforme o 
artigo 68 do CC: 
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os 
administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, 
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requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em 10 (dez) 
dias. 
 
Existem certas peculiaridades no que diz respeito às fundações: 
 
9 A primeira é quanto aos seus bens, estes não podem ser vendidos. 
Normalmente, tais bens são inalienáveis, porque é sua existência que 
assegura a vida das fundações, não podendo, desta forma, serem desviados 
de sua destinação original. É claro que, dependendo da situação, comprovada a 
necessidade da venda, esta pode ser autorizada pelo juiz competente11, com a 
audiência do Ministério Público. O produto da venda deve ser aplicado na 
fundação ou em outros bens destinados a sua manutenção; 
9 Na fundação, o elemento pessoa natural pode não ser múltiplo, uma vez que 
basta uma só pessoa para sua criação; 
9 O patrimônio é o elemento fundamental das fundações; 
9 Os fins também são imutáveis, porque são fixados pelo instituidor; 
9 Nas fundações os administradores não são sócios, podem ser denominados como 
membros contribuintes, fundadores, beneméritos, efetivos, etc. 
 
Outra peculiaridade está no artigo 64 do CC: 
Art. 64. Constituída a fundação por negócio Jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado 
a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o 
fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial. 
 
Portanto, a promessa do instituidor, que se materializa na dotação de 
bens ou direitos, possui caráter irrevogável e irretratável. Se uma pessoa 
prometer e não cumprir, poderá o juiz através de mandado judicial executar a 
promessa. 
 
Sobre o tema extinção da fundação temos o artigo 69 do CC e o artigo 
765 do CPC: 
³CC art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou 
vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe 
promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no 
ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a 
ILP�LJXDO�RX�VHPHOKDQWH�´ 
³CPC art. 765. Qualquer interessado ou órgão do Ministério Público promoverá a extinção da 
fundação quando: 
I ± se tornar ilícito o seu objeto; 
II ± for impossível a sua manutenção; 
 
11 Sem esta autorização a venda será nula. 
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III ± VH�YHQFHU�R�SUD]R�GH�VXD�H[LVWrQFLD´� 
 
Passemos agora a outro assunto muito importante, a chamada desconsideração 
da pessoa jurídica! 
 
Desconsideração da Pessoa Jurídica 
 Quando estudamos a natureza jurídica das pessoas jurídicas, as 
classificamos como realidade técnica. A pessoa jurídica decorre da técnica do 
direito, é uma criação jurídica para a realização de certos objetivos. 
 Neste sentido temos que as pessoas jurídicas possuem existência distinta 
em relação a seus membros. Existem, porém, determinados casos onde esta 
distinção entre a pessoa jurídica e a pessoa natural não pode ser mantida. 
Casos estes em que a personalidade da pessoa jurídica foi utilizada para 
fugir das suas finalidades, para lesar terceiros. 
 Quando isto acontece, a personalidade jurídica deve ser desconsiderada, 
decidindo o julgador como se o ato ou negócio houvesse sido praticado pela 
pessoa natural. 
 
Não se trata de considerar sistematicamente nula a pessoa jurídica, mas, em 
casos específicos e determinados, apenas desconsiderá-la temporariamente. 
O assunto está regulado pelo artigo 50 do CC: 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo ¹desvio 
de finalidade, ou pela ²confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da 
parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de 
certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares 
dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
 
Portanto, a teoria da desconsideração(ou disregard of the legal entity), 
como assinala Venosa12, ³���DXWRUL]D�R�MXL]��TXando há desvio de finalidade, a não 
considerar os efeitos da personificação, para que sejam atingidos bens 
particulares dos sócios ou até mesmo de outras pessoas jurídicas, 
mantidos incólumes, pelos fraudadores, justamente para propiciar ou facilitar a 
fraXGH´� 
 
O abuso da personalidade jurídica conforme expresso no CC ocorre em dois 
casos: 
 
12 Silvio de Salvo Venosa, Direito Civil I, 11 ed. 
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 Desvio de finalidade13 
 Confusão patrimonial14. 
 
Como assinala Galhardo Jr., ³SDUD� TXH� VH� GHVFRQVLGHUH� D� SHVVRD� MXUtGLFD�� p�
necessário que o dano causado seja decorrente do uso fraudulento ou abusivo 
da autonomia patrimonial. Quando a fraude e o abuso de direito podem ser 
combatidos sem a necessidade de afastar-se a personalidade distinta da 
pessoa jurídica (como quando é aplicável o regramento dos vícios dos atos 
jurídicos), a teoria da desconsideração é inócua �����´� 
 
 
³6HPSUH�VHUi�QHFHVViULR�R�XVR�IUDXGXOHQWR�GD�SHVVRD�MXUtGLFD"´ 
 
A disregard of legal entity originariamente foi feita para atingir casos de 
fraude e de má-fé. Existem, no entanto, duas teorias sobre a 
desconsideração: 
 A Teoria maior, em princípio, exige dois requisitos: o abuso e o prejuízo. É a 
teoria adotada pelo Código Civil. Apenas observando que no caso de confusão 
patrimonial, esta será o pressuposto necessário e suficiente. 
 Teoria menor, que exige como requisito apenas o prejuízo ao credor. 
 
E veja dois enunciados relacionados ao assunto: 
Jornada I STJ 7: ³Vy� VH� DSOLFD� D� GHVFRQVLGHUDomR� GD� SHUVRQDOLGDGH� MXUtGLFD�
quando houver a prática de ato irregular, e limitadamente, aos administradores 
RX�VyFLRV�TXH�QHOD�KDMDP�LQFRUULGR´� 
Jornada III STJ 146: ³1DV� UHODo}HV� FLYLV�� LQWHUSUHWDP-se restritivamente os 
parâmetros de desconsideração da personalidade jurídica previstas no CC 50 
�GHVYLR�GH�ILQDOLGDGH�RX�FRQIXVmR�SDWULPRQLDO�´ (Este Enunciado não prejudica o 
Jornada I STJ 7). 
 
A teoria menor por vezes é adotada pela jurisprudência, principalmente 
no que diz respeito às relações de consumo (art.28 e parágrafos da Lei 
8.078/1990). Mas o assunto é polêmico. Também é apontada pela doutrina uma 
 
13 Desvio de finalidade - o ato intencional dos sócios em fraudar terceiros com o uso abusivo 
da personalidade jurídica. 
14 Confusão Patrimonial - subentendida como a inexistência, no campo dos fatos, de 
separação patrimonial entre o patrimônio da pessoa jurídica e de seus sócios, ou, ainda, dos 
haveres de diversas pessoas jurídicas. 
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problemática nas relações trabalhistas, pois, segundo ela, a teoria da 
desconsideração tem sido utilizada de forma indiscriminada. 
 
 
Você precisa estar muito atento(a) em uma questão que aborde o 
tema. De todo modo, respondendo à pergunta, entenda que nem 
sempre será necessária a comprovação da intenção de fraudar. 
 
Veja como esse assunto foi cobrado pela FCC: 
 
FCC 2011 / DPE-RS / Defensor Público. 
Foi considerado correto o seguinte enunciado: Pessoas jurídicas de direito 
privado, seu processo de personificação e desconsideração de sua personalidade 
jurídica. É cabível a desconsideração da personalidade jurídica "inversa", visando 
a alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar 
bens pessoais, com prejuízo a terceiros. 
 
DesconsiGHUDomR�³LQYHUVD´�GD�3HVVRD�-XUtGLFD 
Existe uma situação que ocorre o seguinte: O sócio, com objetivo prejudicar 
a terceiro, oculta ou desvia seus bens pessoais para a pessoa jurídica. Estes 
³bens da pessoa jurídica´��QD�UHDOLGDGH�VmR�EHQV�RFXOWRV�GR�VyFLR) poderão ser 
atingidos em uma desconsideração. 
 
 Jornada IV STJ 283: ³e�FDEtYHO�D�GHVFRQVLGHUDomR�GD�SHUVRQDOLGDGH�MXUtGLFD�
GHQRPLQDGD�µLQYHUVD¶�SDUD�DOFDQoDU�EHQV�GH�VyFLR�TXH�VH�YDOHX�GD�SHVVRD�MXUtGLFD�
para ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuí]R�D�WHUFHLURV´� 
 
 
³3URIHVVRUHV��$QWHV�GH�HQFHUUDU�R�DVVXQWR��HX� OL� DOJR�VREUH�D�
necessidade de insolvência e a desconsideração da 
SHUVRQDOLGDGH�MXUtGLFD��R�TXH�p�LVWR"´ 
A comprovação da insolvência (que é quando a PJ não pode cumprir 
com suas obrigações) não é necessária. Além disso, segundo a doutrina, a 
aplicação da teoria da desconsideração conforme já falamos não importa 
dissolução ou anulação da sociedade. Importa apenas a sua desconsideração. 
Sobre o assunto há inclusive o seguinte Enunciado da Jornada IV STJ 
281: 
³$� DSOLFDomR� GD� WHRULD� GD� GHVFRQVLGHUDomR�� GHVFULWD� QR� &&� ���� SUHVFLQGH� GD�
demonstração de iQVROYrQFLD�GD�SHVVRD�MXUtGLFD´� 
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Proteção dos Direitos da Personalidade 
As pessoas jurídicas são abrangidas pela proteção dos direitos da 
personalidade. 
 
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da 
personalidade. 
 
Veja como esse assunto foi cobrado pela FCC: 
 
FCC 2015 / TJ-PE / Juiz Substituto. 
Foi considerado correto o seguinte enunciado: Segundo a legislação civil vigente, 
aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da 
personalidade. 
 
 
FCC 2015 / TRE-PB / Analista Judiciário. 
Foi considerado INCORRETO o seguinte enunciado: Não se aplica, em qualquer 
hipótese, a proteção dos direitos da personalidade tratando-se de 
incompatibilidade legal de institutos. 
 
 
FCC 2006 / PGE-RR / Procurador do Estado. 
Foi considerado correto o seguinte enunciado: Aplica-se às pessoas jurídicas, no 
que couber, a proteção dos direitos da personalidade. 
 
Observe que a aplicação da proteção aos direitos da personalidade não é 
feita indistintamente para todos os casos. Quanto a este assunto temos o 
seguinte enunciado do STJ: 
STJ 227: ³D�SHVVRD�MXUtGLFD�SRGH�VRIUHU�GDQR�PRUDO´ 
 
Porém, atente que o dano moral será objetivo, relativo a atributos sujeitos 
à valoração extrapatrimonial da sociedade, como o bom nome, por exemplo. 
Isso porque a pessoa jurídica não tem direito à reparação do dano moral 
subjetivo, uma vez que não possui capacidade afetiva. E a honra subjetiva está 
relacionada aos sentimentos de autoestima. 
 
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Este assunto já foi cobrado, mas por outra banca, no concurso do 
MPU/2013: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral nos casos 
de violação à sua honra subjetiva. 
De acordo com o que vimos está incorreto. 
 
Responsbilidade das Pessoas Jurídicas 
A responsabilização vai acontecer quando uma pessoa for prejudicada, 
quando houver um dano ± seja ele patrimonial ou moral, sendo necessário 
também que exista um nexo de causalidade entre este dano e o ato

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