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Nome: Vitória de Almeida Fonseca
Número USP: 8601450
Curso: Ciência da Informação e da Documentação, 1° semestre
Matéria: História dos Meios de Transmissão Cultural e dos Equipamentos Culturais
Professora: Giulia Crippa
 
Resenha: Entre Volumen e Codex – A Leitura no Mundo Romano
	O texto de Gugliemo Cavallo já começa com uma pergunta importante para o decorrer da leitura: “A partir de que momento é possível falar de uma presença real do livro e do surgimento de práticas de leitura em Roma?”. O texto gira em torno da leitura no mundo romano, e com isso, poderemos obter a devida resposta para a pergunta no início do texto.
	No início, a escrita só fazia parte de grupos nobres, e os chamados “livros de Numa”, em 181 a.C., eram feitos em rolos de papiro envoltos em folhas de cedro. Rolos que serviram como suporte dos textos literários no mundo romano. Com isso, há o nascimento de uma literatura latina inspirada em modelos gregos e que chega em Roma, mostrando a importância da relação entre textos, livros e homens.
	A leitura no mundo romano se torna uma prática de intimidade em muitos casos, um ato de privacidade, que com o aumento de leitores deu origem às primeiras bibliotecas privadas, ou bibliotecas latinas, que conduzirá à transição da época imperial, na qual o cenário da leitura em Roma vai mudar. O público leitor foi crescendo progressivamente durante todo o Império romano, e esse aumento deve ser visto como consequência do maior alfabetismo nessa época. Esse aumento de exigências na leitura leva ao surgimento de bibliotecas públicas em Roma e no em todo o mundo romano, local que era frequentado por leitores que procuravam obras antigas para ler rapidamente, e ainda, como um local de encontro.
	Certos livros na época eram produzidos nas próprias residências dos proprietários, mas há evidências do aumento de livrarias, conduzidas por escravos livros ou pela classe pobre. Não devemos nos esquecer, que, essas livrarias também eram locais para os homens se socializarem. 
	As condições de aprendizagem da leitura são diversas na época, eram realizadas em família, em escolas públicas ou com professores particulares, e com essa aprendizagem, a leitura passava a se tornar mais segura e rápida, levando a leituras silenciosas (apenas visuais), embora a maneira mais habitual de ler era em voz alta.
	Nos primeiros séculos do Império, o novo leitor não é mais aquele “obrigado” a ler, é um leitor “livre”, que lê por prazer e que cultiva os gestos de leitura. 
Outro grande destaque e que devemos evidenciar na Roma republicana, é a presença de algumas mulheres e jovens cultas que mantinham relações aproximadas com a cultura escrita e a leitura, embora para a sociedade romana, não era convencional uma mulher ter este tipo de conhecimento.
Ainda na época imperial, mostrando ser causa do crescimento de leitores, surge a literatura de entretenimento, colocando o livro como um intermediário entre todas suas palavras e emoções e o leitor, que passa a viver o livro.
E uma pergunta importante era: Havia barreiras culturais na leitura romana? Sim, mas elas não implicavam em leituras diferenciadas, todo mundo lia mais ou menos as mesmas obras. A diferença encontra-se no modo de ler, compreender e apreciar o texto. Alguns liam em voz alta, outros em silêncio, alguns mais rápidos, outros mais lentos.
Por fim, temos que a época imperial marca a difusão de uma literatura para alfabetizados que acompanham literaturas tradicionais, para leitores mais instruídos que não permaneciam focados nessas literaturas tradicionais. Com isso, podemos assistir a uma queda do modelo originário do “volumen literário”, cujo objetivo é a difusão ampla para camadas sociais pouco instruídas. O fato é que o objetivo passou a ser o de aproximar o livro do leitor, fazer com que esse leitor obtenha um acesso mais fácil a esse livro, e esse objetivo levou ao aparecimento do “códex” (códice), um livro-caderno com páginas, que além de abreviar o tempo e preservar a economia de material, permitia ao leitor ficar com uma mão livre.
O códice de conteúdo literário foi uma revolução inventada pelo mundo romano, e com essa invenção, houve a queda do livro em rolo. Mas quem inventou essa grande inovação no mundo da escrita e da leitura? Os cristãos foram os grande responsáveis por essa invenção. Em uma jogada incrível, os cristãos conseguiram observar que a sociedade obtinha acesso às informações através da escrita, e com isso, decidiram recorrer aos livros para disseminar sua mensagem, mas queriam um veículo de mais fácil acesso, e assim, surgiu o códice.
A difusão do códice não modificou logo de início o modo de leitura e sua compreensão, mas à medida que o códice se difundia nos séculos III e V, profundas transformações se realizavam na sociedade e na cultura. O códice, além de ser uma resposta do aumento dos leitores, vai crescendo aos poucos, e no início, torna-se um livro para as minorias, pois por conter textos principais e textos acessórios ( um único livro com várias unidades textuais ), exigia um esforço maior do leitor. Futuramente, se mostra como uma leitura “aos pedaços”, que tornavam a leitura mais clara e com maior sentido para o leitor.
Por fim, vemos que o códice e a noção de livro e leitura, tornaram-se parte de uma leitura “intensiva”, de poucos textos, e que na Antiguidade tardia romana, o códice e a leitura representavam uma autoridade e intelectualidade humana.

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