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Obra Celso Ribeiro Bastos, Curso de Direito Constitucional

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U t L ^ U ttlOcrttU DMê>IU9 
P » U . U a i v GflrA da tncHuW Qrasletro 04 uvwia CmilíLiaar-l PiogaBsU do EMdo H 
Sflo PhJD. AoHuor JurUicD - ' 
CURSO DE 
DIREITO 
CONSTITUCIOIMAL 
1 5 : ôdiçio, 
ampliada a atuaUzada 
1994 
• S A R A I V A 
ICO CURSO DE DIREITO CDNSTÍTUCIOMAL 
O primeira destes prii|çipios é o da independência nacional, que poderia 
raumir-se no poder de autodelerminação do Eslado brasileiro, t interessante 
notai que ao prever lal dispo&iEivo o Brasil nfio o fez olhando apenas para si 
mesmo, uma vez que previu o principio da não-inlervenção, o que significa ad-
mitir a independência daa outras nações. No que tange à autodeterminação 
dos povos, algumas veies se faz confusáo, Embora a ordem internacional rei-
nante repouse sobre a noção de soberania do Estado, o constituinte pretendeu 
indicar que nossa política intemacíona] respeita também, ao lado da indepen-
dência cslHEai, a autodeterminação dos povos especíEcos, Mo se dã pelo falo 
de que muitas vezes um povo nflo £ independente, mas se submete a imposições 
de Outros povos. Era o caso das colônias. Porém, apôs a Segunda Guerra 
Mundial, D conceito perdeu bastante valor, uma vez que aquelas colõnicas tor-
naram-se independentes. No entanto, é importante notar que ainda hoje, na 
própria Europa, povos hÉ que nfio conseguiram sua independência, caso do 
Povo Basco, que vive c iu cunilaule coiiflito coin u Estado espanhol. 
Além destes princípios que tèm por objetivo o respeito à independência 
nacional c das outras nações e pirvos, o Brasil adere ã lula peJos direitos huma-
nos, luta esta multissecuLar. A ^ m Tica obrigado a dar guarida, por nemplo, à 
Dedaraçfio Universal dos Dirnlos do H o m ^ . aprovada pela Assembléia Ge-
ral da ONU, em 10 de dezembro de 1948; e por conseqüência fica também 
obrigado a repudiar Ioda violaçfio a estes direitos. No mesmo passo impõe-sco 
repúdio ao terrorismo e ao racismo. A concessão de asilo político também en-
contra-se arrolada no arl. 4f. 
Numa terceira ordem de princípios lemos a soluçfio padfica dos conflitos 
e a defesa da paz, do que resulta a exclusão da guerra, como medida razoável 
para a decisão de conflitos; porém, não faz o Texto qualquer mençflo a uma 
hierarquia na procura dos meios pacíficos que deverão ser trilhados na busca 
da paz. E é sabido que hã uma variedade destes, a começar dos judsdicionais, 
que compreendem o recurso à Corte Internacional de Justiça e à arbitragem, 
alÈ os nSo-jurisdicionais. que implicam os bons ofícios, na conciliaçSo e na 
mediação. 
Outro principio proclamado pdo Texto diz respeito á cooperação entre os 
povos para o progresso da humanidade. Este dispositivo parecc-nos estar pre-
üuiiiiiibiuementc voltado ao uiieccSmbko de conhecimento cientifico. 
' TÍTULO H 
DOS D/RE/TOS E GARANTIAS 
FUNDAMENTAIS 
CAPÍTULO I 
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS 
CLÁSSICOS AOS MODERNOS 
DIREITOS SOCIAIS 
S U M A B I O ' I - HifiL&rlcfF. 2. A Declaração FíHicMa 3. A Dedaraçflo Anvnca-
na 4. Nova& perspectivas dtu direiun iiulivklLUÉ. 5. Evolução dos nludicH indi-
viduais. A. Situação iDb B ^iüe da ConslitviçãQ dc IM7 T. ^lUçOo atual. 
8, ConleüdD da OnJacaçAD Universal dos piicilús do Hcmem. 9. ETtcãçia da 
TkcbcBçAa. 
1. HiSTÔniCO 
Dá-sc o nome de Uberdades públicas, de direitoc humanoB ou individuais 
àquelas prerrogativas que tem o rndividun em face do Estado, È um dos com-
ponentes minimdJB do Estado constitucional ou do Estado dc Direito. Neste, o 
exercido dos seus podeces soberanos nfio vai ao ponto de ignorar que hà limi-
tes para a sua atividade além dos quais se invade a esfera jurídica do cidadflo. 
Há como que uma repartição da tutela que a ordem Jurídica oferece: de um la-
do ela guampce o Estado com instrumentos necessános ú suaaçfio, e de outro 
protege uma área de inteicsses do indivíduo contra qualquer intromissão do 
aparato ofícial. 
Estas liberdades públicas dizem respeito, ao menos num primeiro momen-
to, Buma inibiçfio do poder estatal ou, se preferirmos, a uma prestação mera-
mente negativa. É dizer, o Estado se exonera dos seus deveres nesses campos, 
abstendo-se da prática de certos atos. Dissemos num primeiro momento por-
CURSO DE OmBTO COHS nTUCKJNAL 
queha j f co rs » i i nfio v pusam MâtaoKiSeaHlB. Ao&tsdo nfio compefe 
tao-somentí devern dc absíençáo. mof taíaUmdemtidepfn»clD, m u bio 
saá examinado mars adíanie Poi ora cremos sei válidas idéia dequcfHdirq-
Eos ÍDdiviifuBB flásblçot, BO mcnos, são saiisfeitos por meio de uma meri 
omissio do Estado, 
Omissão de quê? Pcrguiiia-st. Basicamenre dc agredirem-ie ou oíende-
rem-secertos inleresses tomo o intcFcsse ávida, ãliberdadee ãpropriedade. O 
seu rol, hoje, è mais amplo, mas com um poueo de esforço sempre se pode re-
duzir qualquer dos direitos individuais ã proteção da iocDlumidade física, á l i -
berdade nas suas múlüplaj expressões (locoinoçao. expreaBo do pentamenlo. 
adoçflo de religião ou organiiação de grupos) e, finalmente, i própria prote-
ção doa ínleresses ntileniis. 
O que è importanle analisar t a formação histórica dessas Uberdads. A 
n a sicniTicactD « u u uBo pode aer apreendida senão BTniiando-ie w kniu pro-
cesso pdo qual H deu 1 m i aquíikçJo. Ê que r » inicio dominava a ihmiEBção 
^ poder Btatal, Mesmo nas sociedades que se gOLeroaram por um principio 
MnoCrfctko, as Jiberdadn puhbcit, tai eomo a; entendemos hoje, não exis-
tiam, mesmo porque a ídíia de md^-iduo, enquan:o algo difemle da socieda-
de que o ciiToNe, foi m u lon» aguiüção d i humaitidade, 
OCristUrúsDW. com a idéia de que cada pessoa é criada à imagem esemo-
Dutiça de Deus, teve uma coniríbuição grande. Do ponlc de vista prálíco. con-
tudo, ainda demurou para que se efetuassem conquistas contra a cidadela do 
poder monárquico, Esla começa a receber as primeiras fissuras quando os reia 
da Idade Média pactuavam com seus súditos acordos, mediante os quais eitea 
úIlbnoB cbDfimiavam a supremacia monárquica, enquanto o rei, por sua vez, 
fazia algumas eonce»0« a certos estamentos sociais. A mau célebre destas 
Cartas, denominada em latim Magna Carla Liberiatum. foi extraída pela no-
breza inglesado Rei Joio Sem Terra em 1315, quando este « apresentava n i -
fiaquecjdti pelai derrotas milirara que lofrera. Não seria o C K O , aqui, de hia-
toriar todos os avanços e recuos dsie processo. Importa, no enranio, coniig-
nar que no século XVtL foram feitas conqüistai substancUis e denmliv&s. De-
po.i da gusra entre o rd e o Partamano ooafúnmm-fe w priviLégk» dme 
ulumo e, era conseqüência, enfraqiMceu-aé o poder rf^io. ReaTirmou-ie o di-
iviso mo Habna Corpuj, qvc jA fora alado em e que alêhoje é • expres-
são fundamental do direiio i liberdade física. Em 1688 «ilrouem vigora Peti-
ção de Dnetlo?- Mas, para B compreeoiflo do surgimento das liberdadn públi-
cas, é necessário fazer especuil referência a duas outras funtet primordiais: o 
Pénsamenio numinjsui da França do século XVIIE e H Independência 
Amertcana'. 
i-A.OODUksCHUHrvt. TwiriçfUgmdoyiirnilhOcotamucional p 244: "LwnwnD-
CDdOBB vlgCMn M i m llndujiainiCdncdúpnilicBníicial una tabla dcrrchm íjn-ümcfuata, 
k ^ B B hnadnngliraadrvcmlirKnBdn püftllCflS, Ofro^ dnmlKKdcrLilirrakra 'no ri^fidamer-
tf 6»VBldaBBCB r hinMce-l T cuilfn Jcbrm uniles. Tafct doed™ fuDdrnimtMla - nro-
DDQdov [ n c I v i B d H 1 i n n n a d a por l« CgfKilUÜúu — « • IvrriKn dircla dc b i priaurn 
Z. A DECLARAÇÃO FRAT4CESA 
Quinto fi França, é sabido que da também mlaboroa cooi i fração dw 
direitos indKiduais por meio de unta declaiação qur alè hoje, possivelmente, 
seja a mais célebre: a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 
1789.0 que ela lera de particular é a sua umversaJidftiJt e o seu ainho teórico ou 
radonal. Enquanio aa DeciaraçOes anglo-sHfinicas aprcsenlavara-sc emincr-
temenie vinculadas àa circunstancias históricas que as precederam e, por essa 
luSn, se aflguravani como ümiladasao próprio fimbllo sobre o qual vigiam, a 
Declarftçlo Francês se considera vfilida para toda a humanidade. O raciona-
Liamo próprio do pensamento francês ina empECíiai uma base leãiica de que as 
prodjmaçfles de direitos inglesas carcceritm. Foram muitos os autores que 
Pi . i lnttoi i i i fli rnwãw ãr fjiais de4 mk» w m . a área. ^ « D r a o » Je ! ? dr JMD dt 
i rq tDKtoHlOa dcDnebm àri Bom PuriA» de V^tMaj yd^ 4 de '^râo inttmfi a a D f D f ^ 
ndío àr iDftrpcibBfl ^ kn EfeUdoi LFnkkB^ T tu E T U H r D G c W i d w de DefKtw « d 
HDIDNT > dd C^udBÚuu dí 2É de «iBin * rS9 » dt i» * 'unio de |79JI. 
E i i u DeÚL-UDMfi labüa en cornUnsu s rk l e^ Or^ rBCrvO i d r r-rtKtanuzion prFVBi lodi 
TiUlxií'! iet>r Ezi pgrtiAiJ. ]D que K dinlMiBbB r» p>iXtBrTuh|aB d e u k ^ D i t i ^ 
nvnrAtaicBic humano dr rimos drKcfoL EABdcnchoi ruiiiiB)a l o i u ufd rreenca refifioH u 
niaiòriuijuc«?ndEbe oLortif imonMra jHd fhBrun coDoctdo T sautir drredbo&lirTsisinh 
ea 4 •• I lUiniB O B Jfl denkmria 4rl W X D Rry-Rcino cuuidc d pnmmh li W I B I B BI ao r ^ m r 
loiHlaHbiu fuDdanvmales dr Ica sQbdil« P w a s£r apraiün üi daediob oiuy rúDcrelasriAe 
irivindneioiKi polltka especificis. Ias Decliinicioíia oiflOji aiJopiBron mia fonnolKien nbs-
Irt^B, pneral y univasalínlH, propu áe Ia filoBolH Tacio<»al>il9 de Ia ilusIiacLAn. 
1 at tVvbracicnes ameriainaa mdu^n, iuniu • imundeisdorics poUlicas rdacÍDoadas coii nj 
lUern de IndepaLdcnoB fmile B InglarenH. Hflin«eWUB •"Limii a ia i ' 'IraToi km honibra sOn por 
niEuialeu iBiBlmeaLe übree iriikpên<lmitei yiHnen d i ^ « dcrecbus iiuuus', iodoslosbombia 
*on ncvl.H jEuales 'an docndu por m Ciudor de o m n danliO* lEialjeniibles, entre \w cualn 
rUÀ \x vLiJí. blibenad v Ia busqncdn dc Ix Febridtd' 'p*i" (eiinTiur nros dcrahis sc insCluyHi 
EiOTv kn houlbes Bobieroos, euv« poderei tegluiiu • dnivin dri 4wueotimi»'o de los to-
bcrudot' L v •rriiEBaoiKS-rs.-ij:BBihiblBndc'kHdcrrcrventrui^LeJ. ( i ^ ^ 
ftlbaühT': lod i penou cciuideiadx LBocer.ie buia i^c j . a dcdiiHU iiulpeiíc': doc-
^dcpfoCHdBd H d q w [xitenKe « lodd cnidadu» dc foai. dc JDfo«;, de Bcuerdosnia 
OÜecip. de « a bÉCBBh dc M piBariH, dei froCo dr n [raCu^o T de n mÉtoPil'. 
La HOHAB MnítivãiiB de i » E*™*™ d a b r x x w i iw ifcBC en caem kl eüttDcta de de-
Tv^m eeBudvne. :r i •. po- cj™pki. ^ d" »w™t»£vv, cji a* b intuía tal* deDp«r*<3a*dtBa, 
iniaffldcaBipoesirtciuieaie pÕHücrooauen ei sind^Bi m^iuvi,IEpo-RiB rjEtdBmfde 
DB ifcítcho invocado sou protüsibn en 1» iDlDru litdim dc hi r i i T l i M a f^viatldas amt 
I n Impcrioi cDiUiluiu o por IBE ariomu limlc m\ napauliiiDO •tDopdlIBD. et dereclH • l l 
•ulDdnennUtBd^ de los pufiblos. 
U •• Drriaiiundn de Independencíii acnefloLM « Inicki laa o i u palabiss: 'C inada ca d 
cumo de Im •conlcdinicDUft biumanos, se hanc ncfOBrio piia JH rweblodmlvcr los vilKUlos pob-
I t » que Ic haci lidado a acro v rom&r oitic Ias noduiics de •• ILTPU d pucslo, leiiarado e igual, a 
que Jv leve* HIC Ifl naluEolca y dei [hos deeSB nBUirBlcfBn le dan deraho, Uti justD [CspcTO d juido 
de Ia ElLiinHTildBd Ir uMiga Bdcderac Eas CBIUBS que 1u iininiaan a l i lepuraciãn'. 
Le i DerixcadonA de DeraJua. pese a qoe fu pteiEimOn jnmeditu «iDipedLt Ia üianía deu-
iro de fBdafJaciãnivaqiH.scBtiEi Ia francesa de 1^89. 'U iinarBneia. el alvklnaelde^eciodel» 
deiechm dd tuflibce son Ias UDHBS eanui de loi rnaJei puUiaa y de l l COmipoún de los G o l n -
Dn')<n mUdid roínpinodias fromcnsde l u posibícr giniiciai coniciucioules de cada Estado 
pvn («herriF al oi S I I ^ D de prEXecelOn In1(nuee>rul J «ipci oUFaL ddiido jm1>-
iimre 1 u condiciéo, radial y prrria, de Eionsfri?" 
W CURSO DE OIR BTO CONSTITUCfONA L 
e]al>araram a idéia, mas foi cerUmenle Rousseau. na sua obra Coitírirro so-
cial, qne thc deu a fmrDiilaçao definíEiva. É muita freqüente fazer-se uma ana-
logia do an. i : da Declaraçflo com s frase que abre o Contraio social Ambas 
afirmam: "Os homens nascem livres". É óbvio que a DecIaraçBo não èmera 
reprodução do Contrato social, que é uma obra de grande complexidade. De 
resto, outras influências também se fazem aentir como, principal menle, aquela 
de Montesquleu. Rouaseau parle do postulado fundameuta] da Escola de Di-
reito Natural: a existência de um Estado de natureza no qual o homem ê livre e 
a concJusfio de um contrato social pelo qual o homem funda a sociedade. 
No primeiro, vigoraria a liberdade plena. No segundo surgiria o poder 
que limita os liberdades individuais. De qualquer sorte csle poder sô tem o con-
teúdo rcBullante das delegações que cada homem cm particular faz. A fonte úl-
tima do poder é, pois, o próprio indivíduo que continuará no gozo de todas as 
prerrogativas das quais nfio abriu mfio por ocasifio do conlralo social. 
Rousseau procurou superar o antagonismo entre poder e liberdade. De 
que manecta? Afirmando que cada homem se entrega üiteiramenTe â sociedade 
sem reter nada para si. 
Nessa sociedade de iguais o poder vai residir na vontade gerai. No contra-
io social o homem decidiu submêier-se a ela. Ao obedecê-Ja, pois, nfio faz ou-
tro coisa senfio obedecer a si mesmo. B o que fr a vontade gcal? Ela nfio pode 
ser a só vontade unfinime de todos pmque Roussean wbe que em todo grupo a 
unanimidade só ocorre em situaçOes excepcionais. E como fica a minoria ven-
cida? Ainda se pode falar em liberdade para ek? Para Rousseau, sim. Funda-
menta sua posição lembrando queos hmnens, ao celebrarem o contrato social, 
se comprometeram a obedecer ã vontade geral. Esta, por sua vez, se sipressa 
pela maioria. Os que dela discordam o fazem por mero engano e devem, pron-
tamente, reconduzir a sua vontade fi vontade da maioria. 
Foram profundas as repercussões desse pensamento na icoiia da r^resen-
laçio. A vontade geral só se capta por meio da participação de todos. Partid-
paçfio direta que nfio comporta delegação. 
O cerne do pensamento roussoaumano parece repousar na aflmraçBo de 
que o homem, ao submeter-se integralmente fi vontade geral, escapa a toda su-
ieíçlo a uma vontade panicular. Obedecendo & lei para cuja claboTaçAo dcdi-
rctametile caniribuiu, o homem nfio obedece senão a si mesmo-
A Declaração tornou alguns pontos fundamentais desse pensamento mas 
repeliu outros. O que foi retido, principalmente, foi a necessidade de estipular 
cotdo fim da sociedade o asíegurameuto da liberdade natural do homem, as-
sim como a idéia de que a lei, expressfio da vontade geral, não pode, por natu-
reza, s « um instrumento de opressão. Este culto fi lei dominou todo o pensa-
mento liberal. Ele inspirou o direilo positivo que reserva ao legislador, com a 
exclusão do Executivo, a elaboração do estatuto das liberdades pdbücas. O 
que foi abandonado foi o ponto de vista segundo D qual o homem, oo contrato 
soda], se entrega, inteb-amente, ã sociedade sem reler nada para ú- Esta idéia 
repele o próprio princípio de uma declaração de direitos individuais, pois esta 
nada mais é do que um rol de direitos que o homem pode opor ao poder. 
Goa dlraliDH B BBfBFtiH fuKdamantih 1 K 
Os conslimintes franceses preferiram inspirar-se em Locke, tal como ab-
sorvido pilas Declarações Americanas. Os constituintes se distanciaram de 
Rousseau na matéria atinente i representação. Seria mesmo difícil para pes-
soas deltas seguirem no mesmo terreno, o que implicaria, para elas, uma re-
núncia á 3ua própria missão. 
A Declaração Francesa inspirou-se em todo o clima Intelectual do século 
XV[[, encampando pontos, contudo, extraídos de autores os mais diversos. 
De Monlesquieu foi tomada de empréslinio a sua deíconfiança fundamental 
em face do poder e o principio dai decorrente da separação dc funções. Ao la-
do de Monlesquieu influenciarani muito a Declaração os economistas fisiocra-
taí, que nam ardorosos adimradmes da livre inidaliva em matéria econômica. 
Esta também presente Vollaíre, nflo só na invocação Hmlnar ao Ser Supremo, 
como principalmente noespirito de tolerância rebgíosa que impregna toda a 
Declaração. ^ 
. - •,[ i 
3. A DECLARAÇÃO AMERICANA I 
Ainda antes da Declaração Francesa houve as Americanas. Estas ocorre-
ram logn a partir da Independência das Colônias em 1776. A mais importante 
delas é a do Estado de Virgínia, que proclama em seu art. 1?: 
"Que lodosos homens são, por natureza, igualmente livres e independen-
tes, e t ^ certos direitos inatos, dos quais, quando entram em estado de stxde-
dade, nflo podem por qualquer acordo privar ou despojar seus pósteros e que 
são: o gozo da vida e da liberdade com os meios de adquirir e de possuir a pro-
priedade cdc buscar e obter felicidade e segurança". 
As influftndas dessas DeclaraçóeE são, em parte, as mesmas da própria 
Declaração Francesa. Autores como Locke. Monlesquieu e Rousseau também 
as mfluenciaram acentuadamenle, assim como o liberalismo inglls, que sem-
pre repercutiu profundamente na sua Colônia. Mas houve, também, causas es-
pednra.'^ às Colônias Americanas. 
Desde o Inicio da colonização, levada a efeito sobretudo por puritanos 
que fugiam da Inglaterra por razões religiosas, esteve sempre presente uma l i -
berdade de culto na qual muitos autores pretendiam ver a inspiração mais for-
te de todos os direitos do homem. 
Para os colonizadores, também, a idéia de um contrato social não C ia ex-
clusivamente teórica porque encontravam bases empíricos na sua própria his-
tória: alguns pactos fomm firmados dentro dos navios que coEiduziom os pri-
meiros imigrantes, estatuindo as regras que iriani nortear a vida das futuras 
Colônias. 
É curioso que a Constituição Federal de 1737 nflo induia, inrdalinente, 
nenhuma Declaração de DireiloB; no entanto, dois anos depois, foram votados 
dez artigos adicionais, por meio de emendas, que continham a consfigração 
dos direitos fundamenlais. Outras emendas, mais tarde, vieram a alargar 
esse roL 
w cmtso tx nFiErtO coNSTmxiOaiBk 
A NOVAS PERSPECTIVAS DOS DIREITOS INDIVIDUAIS 
A fonru a Quaí melKof ^cio • vrconhAida a íaxa dos ditenen indj-
vUuoii i I proposta peio liberaliuno que prega o cararn- negaína darei du«-
Im, ê dizer; O Estado os saiufu por um absier-se, por um nio aluar. Por 
exrmplo, o díreiro á liberdade, i propriedade Coniidera-oi. também, como 
aueguradorn dc uma área dc inibiçAo da atuação estatal, o que ^ i k di/cr: 
uma forma dc repartição dc compeiêiKias enireo E^iado e o mdtviduo O pri-
meiio è compcipm^e para ludo, salvo para imiscuIr-se naquelas queitõei cuja 
decisão cabe ^oberanamcnie ao indivíduo. Fiualmenrc, » i a área dc liberdade 
nlo t senflo a reprodução, no campo daileü, de uma série de direito? queprce-
xlBiun k própna fonnaçlo do Eitado (JuanaturaLuDo). 
B qtndo que um rof de dira lm indrvidiuis, n m caiáier mersmenlc nega-
rivo, nflo foi cuTiciniie para garantir • ptcna libcjddJe imllviduar. 
Em primeiro lugar, loqo » ocuuiaiou que bt alguru dueuo? cuja uUifa-
c A o i n t c ^ podc-u dar dnde que D Efiado não 1 nirlK. Pot nemplo. a liber-
dade r u k i Todavia, cnirrcn direboi, como o da igualdade, nlo se uturazem 
com a sua mera pioclarnaçlo a titulo formal, que se dá quando as Corstitui-
çftn, bombasfiCHunente, alardeiam "rodw vdo iguass peranif Q lei^' o que leva 
a criticas lEôiucas: "Tanto o pobte ctano o nco vão iguais para donturcm de-
baiio da pome". È conipretnsivel, pms, que ve tenha procuTado, já em uma 
época mais modema, conferir um ciri ler substancial a ccni i liberdades pro-
porcionai] do-Ihe? não somente a garanlia da Constituição mas também oi 
meios para nercê-Jas. 
Quem contudo desfechou um golpe fjttal fl concepção liberal dosdirdiot 
indivídiiaD cUsskos, tflo profundo que acabou por deãfigiiifl-ta por oompleio. 
foi o marxismo. Paraesle, é a própria idéia da ewêucia do que seja a indivíduo 
que e aiierada. Para de a essência do homein não t uma absiraçAo inerenie ao 
indivíduo LuUdo. Na verdade, ê um loniuntodCRlacdes si>~iais- Para efe am-
da, o homem nlo lem senfln uma e\ièncu sodAl do que resulta que nflo pode 
bastai-se a si pr6;KÍG e só consiga franformar-se em homem toia!a.iim\H de 
uma nova sociedade. Ê fácil entender-v quea panii dai • que residia protegi-
do £ • sociedade c nflo u Imntem. Toma-se kniebfivel também qiK a cnaçfla 
d u condições materiais, poisibibradoru do livre "desabrnchir" dos direiios 
individuais, venha a justificai a apropnaçlo ctrieljva dos meios dc produçlo e 
B gestãi> coletiva da econocnia. 
Nada obstante partir de uma ideologia totahnente diversa, B crítica mar-
túla leve. sem dürida, o condflo de repercutir nav fonsulacOes clássicas, mv 
bratudo cni doU pomos, na insuficréncui dn i iua l i i ans inD meiamenic formal e 
no caráter multas vercs plaiônico dc certos direiios, quando náo aeompanba-
do? de condiçõa maiciiaiv neceisiriu á sua plena efetivação, 
O mérito, contudo, do liberaTiurvo clássico foi cer rido a suficicnEe flcxibt 
.Sdade paia absorver estas crfiKai, criando Luna forma de trazei reparo fl? I D U -
ficáências social? de maneira Ifll a repelir aaposlulaçdes exticmadas do marxlt-
Doo. E cse canunho consiitiu. lobieiudo. na f ormulaçAo de direitos ecofiõnu-
coi, sodais. poCIlki» e aiburali, que viermn enriquecer a cojnriaçdo clásuca. 
Att im, nlo hfl hoje CoDSliTUfCflo que náo dispense enorme impwilnda aos de-
veres de pmtat lo por parte do Estado, que tinilfl mais sâo do que fl contrapar-
tida de díreitc-s cio indivíduo que nflo podcm ser lathfeitoi senflo mediante 
unu prstação ou, se se prcfcnr, o fornecimento dc um bem por parte do Ejtadu. 
N lo h i negar-?e que tal caminho nflo uouie solução para todt» os prohle-
m u íocifli?, ma? pelo menos amcniiou t i o flcentiiadamente » injustiças ?o-
ciaiv que se pode iranqUilaniciiic afirmar que a? sociedades desenvolvida? dO 
Ocidente Htao muito mais prínimas d i cridcfio dc um homem livre, tafllo for-
mal quanto lubsiaonalnvenre, do que o niposin homem comanisia, até hoje 
enteado em uma ?rrie de cerceamcntoi de UM) Hberdada de mnaáo. locdoo-
çflo, pioflufloetc. em uma sliuaçfloíle iiuuncttncla lamanha i|uejflcornada 
produzir alguma reação, se bem que ainda muito timida. 
É precMO ainda atentar para D fato de que a lei nlo lem poder raâgicoflbÉ 
certos aspectos do mundo real que esíapain-lhe necesanarocoic às g a m e 
denire eles se inclui aqueles que forçosamente dependerão sempre dc um esfor-
ço individual, como é o caso da dignidade, que nfio pode ser gratuitamente 
ofertada, mas sim moislmenfe adquirida pelo cidadio. 
S. EVOLUÇÃO DOS DIREITOS INDIVIDUAIS 
A l Ifberdadcs públicas lêm hoje uma configuração multo mais comploa 
A i q t t t Ibos fins do século XVTIl. Já K viu como o bbcralkstio proctuoa WK-
fMT vma liberdade contra o Esudo, gannttndo a vidaeodirciio de locxnnO-
çáo. de cxpTssio do pensamento c de propriedade. Ao lado desses direito* 
procurou ic-rnar efeijva a particip&;lo do indivíduo na fcmucão da vontade 
do Estado 
Era 1 cociagraçao do governo denocrátko- Eue quadro fnkial, conludo. 
sofreu fone evolução cujos causas dircm respeito i necessidade dc enfrentar 
i w v u ameaças e novos dcaarim psmoi pek» séculos .NTX e ?tX. 
Os direiios clásicos nlo dcsapaiccefam. Perderam, tlo-somoiie, o seu 
carltcr absoluto para ganhai uma dimensão mus relativa surgida da impcrio-
udade de compatibilizai o direito com outros princípios consiirLidonii?. Um 
exemplo tornará claro o cxpo-rto. No ?écülO XVfH e inicio do XLX a propriC' 
dade era assegurada de forma absoluta. Ao proprierario era deferidas possibi-
lidade de eiwlher a desiinoçao que quisesse dai ao bem Esse dlrcius, porian-
ID, náo encontrava limites a nflo ser quirtilo se delroinisse com outro de igual 
n i turea 
Dcvk aquele [empo ale esta parte, todavia, desenvoJvru-se • consciência 
da tocifdadr de que o uso dado ao bem não afeta, iflo-somente, • proprietá-
rio, maa também a sociedade. Esta inn mtetevse rm que da le j i ualiradf de 
maneira condizentecom oS nns sociais: se rural • pfopriedwJe. normahncnte. 
V i CUItSO ÜE OMIQ CltMilTruaCMAL 
K nige que ela seja plenameoir uiflirada, aiunentando. destarte, a produçto 
agrícola e pastofil, assim COAID U aportunidades de emprego 
As Constituições modemu falam em função social da propriedade ojm 
ÍBO querendo signincar que o direito existe na medida ern que tucja a dc-
•empenhar uma função Hnuve, portanto, o que se pode chamar uma relalívi-
aaçiif de direitcH que os condiciona a um uso noraul e nâo abusivo. M u maío-
r « alf eraçõQ omneram 
No inicia, jà vimos, osdirehtH individuais existiwn para proteger o indivi-
duo contra o ^ a d o - Hoje. j i se acenas pffueçflD do indivfduoconta OVITM 
mdíviduo? ou grupos de iruliríduos. 
Nflo se tem por licito, por exemplo, que o empregador. vaJendo-scdOi po-
dara que laf situsçflD lhe confere, exija do empregado a sdoçto desta ou da-
qneU relúdAo. Há. ooia, um scm-numcro de siiiiscOes em que u amncu f l i II-
bCfdidB públtcu vCm de outros purtiodarc O Estado nflc pode permanetcr 
indirercBte a eaus opressOa e age cm funçlo reprimindo-s. Essa própria re-
gra, todavia. Eem de ser enicndidt cob cntos abnndamcntos Um pcopricii-
rio de jornal, pot exemplo, iem direito de exigir do jornalista que se compdrlC 
de forma kal paia coru • ideologia da emf^esa. sem que se possa ver ^ MM 
violação do direito de fivre expressio do pecssníeiUD. 
Alèm disso, a própria natureza dos direitos protegidos modificou-v. De 
Um lado porque se passou a reconhecer que mui tu vezes i necessário pTOieger 
O grupo e nfio o jndivjduD isoladamente- As Constituições hoje conferem pro-
teçflo expressa à família Muilos outros grupos pululam na sociedade moder-
na: sindicatos, igrejas, associações profissionais, culturais e recrealivai etc. 
De outro lado, e e^ sa nfvez seja a aheracflo mais profunda, surgiram o* 
dueiios cujo conteúdo consiste na possibilidade de o mdividuo receber alguma 
prestaçflo do EsUdo. Este nlo perbaDCcc neuiro dianie das chipandadei lo-
ciais, O principio da iguatdadr, muiio p n n a v d i m t e o D M Í I ãnporttott doi 
direitos dá^cu , loniDu-se imu irriião. Como^^aAMobaervoVi COMÉRlliB 
d i a t qw a lá asHcnva ifuat dfRÍM da p obn « ricM dora iRn 
ponie. Esu ignaUade pmptc • Iri p a m i a cftamarte formal pira opor-m a 
umaoatnaqaeiedaioBdwH material. Na eUboraçio desta última teve ím-
pot lDcia dednvi o psntamoBio marxista ao demonsirar que o exercício doi 
direiios depende de meios. Por exemplo, a liberdade de eicolbcr o doniciho 
ená na dependência dc ( O - K O dinheiro para pagar o aluguel 
O Estado pasHHJ. graças a uma bnervençto crescente na ordem econômi-
ca e social, a pcixeguir uma mais i iuia dHiríbiuçflo dos bens de tal soru qucfl 
iodos fosscni facLÍiladoa recursos mínimos para a fruiçflo dos direrios funda-
meniaií clã.vTÍcos. Isto. contudo, nflo foi possível senflo por meio de irnposiçlo 
de regulameniações e de nova* obrigações ao cidadlo. o que, de certa forma, 
repudia a liberdade que no inicio se quiã as^gurai. InfeliEmeTile. numa «r ia 
medida, esses direuos de liberdade c igualdade Mo antagônicos A liberdade 
implica a exialénda do risco Quando alguém se lança a um empreenduncnto 
o u H d c sabe que o malofro t uma das suas possibilidades A segurança que o 
EtJido Moderno procura propiciar repudia o espirito de aventura, dai ciMBáP 
um novo risco que é o de rransfotmai iodo cidadlo num ptcaio bucocTaOtO-
(etido pelas gaiamUs oncíais. Ocom que a invEniiva c • cnanvidade indivi-
dual sflo indispensáveis para o desenvolvimento c o progrcsio, dai a necessida-
de hoje de nlo se exagerar no elenco de medidas previdcnciárias ou incorrerna 
demuia de benefícios sociais. 
Nflo se deve cimcluii. todavia, que haja sempre um iiieiiudiãvd emcon-
lotnivel conflito CBlrt as Hbenlades dâssícai e ot dirciíoa sociais moderno*. 
Hà muiia? liberdades que nenlnnn piejuizo sof lem com o nir^menlo das no-
w modalidades proferoras do hocnem. demonstiando que numa giande área 
hfl plrrucomplementarMladc entrei? duas sortes de garaiitia. Essa a razflo pe-
la qual direito-s, como a vida, ã iDcamoeflc, à cxptcssio do pcnsamenio, de 
reuniflo, de associação, de inviotoWtidiílc do diunicilio, sflo plenamente atuais 
t consítuem uro múuoio bàbik n V H ^ n a r uma afcra de Livre escolha dos par-
licvlara. 
I . SITUAÇÃO SOB A ÉGIDE DA CONSTTTUIÇAO DE 1K7 
A anterior Cofisrnuiclo comportava, cenamenle, acrtrcimos oo que diz 
reipeifo aos direíitn fundamentais nas suas divcnoi vertenlcs. Na individual 
propriamente dita, na polilica e na social. No que dir rcrpcJlo à primeira, i 
bom lembrar que o cntlo consagrado datava do Texto de 1946 e desde ertso 
•lé aquela pane forain diversas as conquistas feiiHs em outros Estados, sobre-
tudo para enfrentar forma* dc ilegalidade, assumida* pelo Estado nos último* 
tempos por íorça incluiivc do pròpno avanço lecrológico Neste particular, 
contudo, t boa Dorar que quando meno* w eípcn, nada obstante mesmo o 
ighBP generoso dc quem redige estes direiios. a verdade é que quando nvno* 
MptNMDia-sea rsvaUr para o lado [XMIITÍIIO. t dizer: aquele em que o Esta-
do fka d f^unrark tn dc aiictrecbos irinnno* pon a sua atuação- Ponanio, t 
pfecuo moita e»«eli,Binltaaíenc4o para erKoiHrw-ie aquele justo «niiHlwto 
cptít m inlereasa do indivíduo e o» nflo raou» kgtfimos uMereses do EstidO-
ND que dig remeto ao* dlrãcos ponrico» t forçoui recoolim-se que u 
foram modensa* dc panldpaçlOlinflrica m a u • pupíciiw nudolidada dc di-
reiloiL ainda não plraamcnle consagrados no no i » Tono. 
J i IM locanu i t aquisiçOa sociab. iimbém aqui o lema É auauaiuciite 
Mttãdroao. M o bà dúvida que ninguém possa ser. em lew, contra a que se 
confira BTodDsdlreiiD a habitação, fl alimentação, fl educação, à *aÍHk. Masé 
necessário compoginai estes direitos mm a* reais posubiiidades do F-stado-
Sobretudo com a manutenção do indivíduo, dos móveis psicológico* e 
itiaUrlais que o levam a pugnar pela sua existéndn e ao assim fazer propiciai à 
ciiiMividadc o fruto do leu trabalho e da sua criatividade. O de que todos pare-
cem hojí « dar conta é que o excesso de prcMBÇÍieí sociais, verificado em al-
luris Estados, ciia um piofundodcscstlmulo ao trabalho eao piogrcsso indivi-
dual, ilèm de unu piofunda dependência paia com o Estado. 
7B0 CURSD DE DIREITO COMSTITUCIONAL 
7, srruf lçAo A T U A L 
AtÉ t> momento analiidmos a problcmáiica dos dircjlm individuais ou da^ 
libeidodQ pública* a parJir dos diverso* iiaUmenlos jundicos dados ao fona 
pdo direüo constitucinnai de cada pai*. Convém nour, no enlanlo. que o is-
sunio pda sua transcendência jã «irapolov o» l imito dc cadi ESUÍ ID p a i m 
loniar uma quesUlo de interesse inicrnaeional, 
A via cKOlhida icm sido a da procltmacão de direhos de fimbiio Iransna-
cional F-ssas Declarações respondem a uma tríplice preocupação. Em primei-
fo lugar, à neces&Ldade de conferir uma proteção ao estrangeiro era face das 
Baloridades do Estado sob cujo rerritóno ele se encontre. Em segundo lugar, à 
preocupação de assegurar uma defesa de cada nacional contra eventual opres-
são de *eu próprio Estado Rm terceiro lugar, ao desejo de se le\'ar a efeito 
uma consagração imernaclonal de uma concepção universalisEa dos direitos do 
homem. Aigurnas dilicuJüatles exisiern ne**a* tentativas. Jniciafmeiite não ê 
fácil pftr-se de acordo sobre quais OE direlio* que devem ser protegidos. Mâxi-
mc quando se sabe qtie o mundo eslâ dividido em paires com realidades sócio 
econômicas c ideológicas muiio diferenles. Ao depois, e este provavelmente é 
o cmpeço major, não é FáciJ pòr-se cm funcionaníenlo um sistema internacio-
nal de garantias, dado que o indivíduo, que normalmente t a víEinia da lc*âo 
dodirdlo por parte do Estado, nfio í reconhecido como pessoa jurídicamenie 
rdevaole perante a ordeni nitanadoiial. O mais imponanle dos documentos 
àtaa uEuesa i m Dcdaracio Lhdiwnl dos Ikreiro*do Hocnem. que foi vou-
do pdB Assembléia Geraí da ONU, cm dezembro dcl948. O lejito fm aprova-
do por quaimia votos e rato abstonçOn. 
I . COMTf O D O D A D E C L A R A Ç Ã O U N I V E R S A L DOS 
DIREITOS DO HOMEM 
A Declaração Universal preocupa-se, fundamemalmente, com quatro or-
liens de direiios indlvidusis. Logo de inicio, sflp proclamados os direitos pes-
soais do inidivliduo: direito â vídâ, ã liberdade e à segurança. Num segundo 
grupo encontram-se expostos os direitos do indivíduo em face das coletivida-
des; direilo A nacionalidade, direito de axilo para lodo aquele perseguido (sal-
vo os cuçs de crime de direito cominn). direiro de I P T C circulação e de residên-
cia, lanlo no inlerior como no exterior e, rinalmenle, direito de propriedade. 
Num outro grupo são tratadas a* liberdade* piiblicas e os direito* püblkos: l i -
berdade de pensaraento, de consciência e rriigião. de opinião e de expres^, 
áK rainião e de as&ociBçAo. principio na direção dos negócios públicos. Num 
quarto grupo figuram os direilo* econômicos e lodais: direito ao trabalho, ã 
simjicaliiaçlo. ao repooso e á educação 
E ialeressante observar que a Declaração, por ter de agradar tanto à* con-
cepções ideológicas dos países do Leste como do Oeste, finda por inaurer nn-
ma certa falta de rigor na demarcação do* direitos. È o que acontece com a 
propriedade que é assegurada a ioda pessoa^ tanto só quanto em coletividade. 
Quanto A liberdade dc ensino a Declaraçãn eniípula que os pais tem, prioiila-
riamentc, o diiciio dc cicolhci o gênero de educação a ser dado a seus Filhos. 
1 
Oo* ülraUQB « garjuiü» furtdamtnUl* H1 
9. EFICÁCIA D A D E C L A R A Ç Ã O 
Do ponto de vi*ia csinTamemc jurídico, a Dcdançâo não t senão um» 
Resolução, cujo conteúdo não pode larnai-sc obrigatório pura o* Estados, a 
não sei quando ele ê retomado *oba tonu deumaCadvaicAoMpaaoaltR 
eles Rnuado. È que a Aucmblcia Geral da ONU tào tem compelCaeia para 
editar ooraias cogente* aos seu* membios. £ bom que *e diga, de rn to , QM B 
Assembléia nunca pretendeu ir além de uma solene declaiação de príndpén. 
Sua signiricação í, poi*, eminentemente raoral. A lua jurlsdicronalização fk> 
na dependência de pacto* que venham a lhe couFerir eficácia Ocorre, entre-
tanto, que mesmo o* dois pactn^ s j i firmados, um sobre o* direitM econGmkos 
c social* e outro sobre os direiro* individual* [radlcioriaís clássicos, não desem-
bocaram em um sistema efícaí de proteção da vítima, Ficou, t certo, criada 
uma Comissão de PtoleçSo ao* Direitos do Homem, cujos membro* *flo elei-
lo^ PEIOE EsiadoE sigiuitárioc do pado. rnmií^ flo essa, no entanto, de púdCiCS 
muito reduzido*. O máximo a que ela pode chegar é â conslalaçâo da ocorrên-
cia de lesão de direiios Individuais^ 
A forma que confere eflcáclB ao* direitos individuais cstâ ainda na depen-
dência da sua definição ao nível da Icgislaçfio dc cada pai*. É de&lc*, no fundo, 
que deperidera lauto a extensão dt>s direitos quaolo a definição das garantias 
que o* ínstrumenum, estas de ordem cmineniementcjurisdiaonal. K m prejul-
EO de ouliB* forma* de muito menos imponãncia que possam euslir. 
As primnras consistem em vias de acesso difercDciado e privilegiado BO 
Poda Judídário. No comum a* ações immtam sob o regime de um procedi-
menio ordinário cuja sohição fiC» relegada para a fase final. D»do o caráter da 
ação do Estado que b. ainda, sem dúvida o maior infrator dos direito* indivi-
duais, cumpria que se üesenvol^ evsem meios rápidos e célebres de presiacão 
jurisdicional. com a força *uflcirnle para fazer abortar a violação iminente an-
tes, contudo, queeta se tenha consumado num dano irreparável. É [fio impor-
tante a existênda deua* garantias que, em alguns casos, a própria extensão do 
direilo protegido í dada pela maior ou menor força do instrumento que o lute-
la. É o que acontece, sobretudo, com o Habeas Corpus, que protege a liber-
dade Física dc locomoção do indivíduo. Foi a implantação e a consolidação 
desse instituto, de ordein eminenremenle processual, que permitiu ao juiz expe-
dir decisão liminar de soltura do preso, que vao a tornar certo • direito de if e 
vir de cada um. 
De grande utilização, também, é o Mandado de SeguranC»- EMenome id-
véiu do OOE&Ü si*iema jurídico, ma* outros ordeiuiiienlos, com denOininpçãJ 
diversa, ^ p i ^ l h a m meàidam •nátogat, T T I » - M de proteger O ipiMviduo coiitra 
<H atos itegai* do* poderea pAbHc», |iraiicid«can noBncia • o t t ro i dkdtn 
que não o de liberdade de locomoção. 
lAcián dr liR dírechn^ de libalid nonrnr irlruincH jurídka Oiá* qii« cn fl de qur Ufiaa H co-
cádeEdf iti ooiuiiEiicLDiiAl formal. íideijiJtE, tuBodoLa modiricacioD de l u DUrmis rcauladom 
de dicliffi dciKhffi noe* i^sible mAi que bajo dcrla^ condickim» ^ axiSdS ipm ejempla, medianT;

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