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Aulas TRJ II (7)

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Aula 01-Teoria das Relações Jurídicas II – 27jul09 – Profº Rainer 
Czajkowski 
 
Código Civil – Parte Geral – Art. 1 a 232 
 - Pessoa Natural, Juridica, Domicilio, Bens e sua Classificação – Art 1 
a 103. 
 - Art. 104 a 232 – Livro III Dos Fatos Jurídicos 
 - Analise do Negócio jurídico - Art .104 a 184 
 - Atos Meramente Lícitos – Art. 185 
 - Atos Ilícito – Art. 186 a 188 
 - Prescrição e Decadência – Art. 189 a 211 
 - Prova dos Fatos Jurídicos – Art. 212 a 232 
 
 
Quadro Geral dos Fatos Jurídicos 
 1. Fatos Naturais ou Fatos Jurídicos no Sentido Senso 
Fato Jurídico 
 2. Atos Jurídico ou Atos Jdcos no Sentido Amplo 
 2.1 Atos Lícitos 
 2.2 Atos Ilícitos 
 
Fato Jurídico em sentido amplo (lacto sensu) 
– é qualquer evento da natureza ou decorrente da manifestação da 
vontade humana (exteriorização de vontade) que gera 
conseqüência(efeitos, reflexos) no universo jurídico. Criação, modificação 
ou extinção de um evento. 
- fatos jurídicos seriam os acontecimentos, previstos em norma de direito, 
em razão dos quais nascem, se modificam, subsistem e se extinguem as 
relações jurídicas; para Savigny, são os acontecimentos em virtude dos 
quais as relações nascem e se extinguem; pode ser natural ou humano. 
1. Fatos Naturais ou Fatos Jurídicos no Sentido Estrito (Stricto Sensu) 
– São fatos da natureza relevantes para o direito. Tem que analisar 
em cada caso concreto, se ele é relevante para o direito. Ex.: Um incêndio 
causado por um raio. 
– São eventos relacionados à condição humana. Ex.: O nascimento 
de uma pessoa humana, nem sempre é da vontade dos pais, assim como é 
a morte no decurso do tempo. 
- é o acontecimento independente da vontade humana que produz 
efeitos jurídicos, criando, modificando ou extinguindo direitos. 
Os fatos naturais são classificados em ordinários e extraordinários. 
São Fatos Naturais Ordinários (esperados): o nascimento, a 
morte, a maioridade, o decurso de tempo (ex. usucapião, prescrição e 
decadência), etc; 
 São Fatos Naturais Extraordinários (imprevisíveis, aleatórios): 
o terremoto, os raios, as tempestades, e todos os demais atos que se 
enquadram na categoria de caso fortuito ou força maior. 
 É importante ressaltar que para as tempestades, o terremoto, as 
chuvas, etc, por si só não geram efeitos jurídicos, somente o serão se forem 
realmente relevantes para o ordenamento, ou seja, se gerarem 
conseqüências jurídicas, que é o caso, por exemplo, das chuvas que 
destruíram a cidade de Blumenau - SC, tal foi a relevância deste fato da 
natureza, que certamente este acontecimento natural gerará várias 
obrigações, principalmente no que tange ao pagamento de seguros. 
2. Atos Jurídicos ou Ato Jurídico de Sentido Amplo(Lacto Sensu): 
- manifestação de vontade do ser humano. 
 2.1 Atos Lícitos 
2.1.1 Negocio jurídico ( Rechgeschnft) – é vontade 
humana exteriorizada em conformidade com a lei e que visa 
atingir, alcançar objetivos ou resultados 
específicos(conhecidos). Com a idéia de CRIAR, MODIFICAR, 
PRESERVAR E EXTINGUIR o direito. Todo contrato é um 
negocio Judi rico, mas nem todo o negocio jurídico é um 
contrato. Ex.: Um Casamento. 
2.1.2 Atos jurídico em sentido estrito ou meramente 
licito (Stricto Sensu) – 
Art 185 - Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios 
jurídicos, aplicam-se, no que couber, as disposições do Título 
anterior. 
- Existe a manifestação da pessoa humana em conformidade 
com a lei, mas não tem o conhecimento ou a consciência dos 
resultado(efeitos) que esta produzindo com os atos. Ex.: 
Interpelação judicial – notificação a uma parte para que 
cumpra a obrigação. Provocam efeitos que muitas vezes a 
parte não sabe o que está ocorrendo. Ex.: Reconhecimento 
de paternidade – o pai que reconhece não precisa ter 
conhecimento de todos os efeitos que essa vontade está 
gerando. 
- o agente não possui a faculdade de moldar os efeitos que 
sua manifestação de vontade produzirá. 
- Um exemplo que ilustra essa ausência de autonomia do 
agente no Ato Jurídico em Sentido Estrito é o reconhecimento 
de filho ilegítimo: Digamos que uma pessoa teve um filho fora 
do casamento. O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 
8.069/90), em seu artigo 26, permite que este filho seja 
reconhecido no próprio termo de nascimento, por 
testamento, mediante escritura, etc. Nesse caso, o agente não 
possui a autonomia de impor condições para o 
reconhecimento da paternidade. Dessa forma, ele não poderá 
impor ao reconhecimento da paternidade, por exemplo, a 
condição de não contrair nenhuma relação jurídica com o 
filho, visto que do reconhecimento surgem efeitos jurídicos 
previstos na norma como o direito ao nome, pátrio-poder, 
obrigação de prestar alimentos, direitos sucessórios, etc. 
 
 2.2 Atos Ilícitos – há a contrariedade a lei. Art 186 - Aquele que, 
por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e 
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. - O 
operador do direito tem que analisar no caso concreto se é licito ou não. Associa-
se o art 186, CC ao art 927, CC. – O cometimento do ilícito é punível com a 
indenização. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, 
fica obrigado a repará-lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de 
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente 
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos 
de outrem. 
 
 O ilícito é jurídico? Sim!! Se dizer que algo é jurídico ou não, não 
tem nada haver com a lei.. mas com a conformidade do fato. Jurídico significa 
relevante para o direito. 
 
Existe uma outra categoria mas não está prevista no Código Civil e não 
aceita por alguns doutrinadores. 
- A categoria dos Atos-Fatos Jurídicos: 
- Tem gente que acha desnecessária está classificação. Seriam eventos que 
são conseqüência de uma manifestação de uma vontade humana(conduta 
humana), mas neles, a vontade humana é solenemente ignorada, desconsiderada. 
O evento entra mundo jurídico como Fato e não como um Ato. Desconsidera a 
vontade humana. Se houve discernimento(consciência) é irrelevante. Ex.: Uma 
Criança absolutamente incapaz por razão da pouca idade vai ao armazém e 
compra um doce. Nessa situação é um contrato nulo. Ex.: Um incapaz leva um 
peixe pra casa. No caso a apreensão do peixe, da posse do peixe, mas não pode 
ocorrer, pois ele é incapaz e não pode ter posse. 
- No ato-fato jurídico, apesar de existir conduta volitiva, não se leva em 
consideração o que a vontade, a consciência ou intenção humana, mas sim a 
conseqüência do ato produzido. 
- Nos atos-fatos jurídicos a vontade humana é irrelevante, o que importa é o 
resultado produzido. Nestes casos o elemento psíquico pouco importa, ou seja, não 
é relevante que o ato-fato jurídico tenha sido praticado por um incapaz, por 
exemplo. 
- Exemplo disto é um louco encontrar um tesouro. Ele não tinha intenção de 
encontrar o tesouro, mas o encontrou. Para o ordenamento importa que ele o 
achou, e independentemente do agente ser capaz e da intenção dele, ainda assim 
serão aplicadas as normas do artigo 1264 do Código Civil, ou seja, 
independentemente de um louco ter achado o tesouro, ele será dono de parte dele. 
 
 
 
Aula 02-Teoria das Relações Jurídicas II – 20Ago09 – Profº Rainer 
Czajkowski 
 
Negócio Jurídico Vontade(caráter Histórico). 
  Rechtsgeschnft 
Histórico: 
 - Revolução Francesa: Código Civil Frances(Napoleão) 1804. Código que 
virou um monumento para todo o mundo. 
 - Alemanha: Escola pandectista do direito alemão- BGB – 1896. Código 
muito bom, que buscou superar o francês. Foi nesse código que desenvolveu o 
conceitode negócio jurídico. Os Pandectistas revitalizaram o direito romano 
clássico. Transformando-o no Direito Germânico Moderno. 
- Fundamentos burgueses nos códigos: – A garantia da propriedade 
privada, não existe burguesia sem a noção de propriedade privada. – Principio da 
autonomia da vontade, deve-se dar as pessoas na sociedade a maior liberdade 
possível, elas devem ser livres para manifestar a vontade que querem e esta 
vontade deve prevalecer, O Estado não deve se intrometer nas relações sociais. – 
As leis eram Patrimonialista 
- Defeitos nestes códigos: como protegiam os burgueses, acabou não 
favorecendo as outras classes sociais. Por isso o Estado teve que agir nos 
negócios jurídicos, para que proteger todos. Só falava sobre contratos e nada 
sobre as pessoas. 
- O Patrimonialismo fora sendo amenizadas para proteger o homem. 
 - Ambos os códigos estão sendo usadas até hoje. 
 - Nosso Direito Civil é de fonte direita do direito francês e alemão. 
 Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, 
quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons 
costumes. 
 Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função 
social do contrato. 
 - Estes artigos mostram que a liberdade negocial não é absoluta. 
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, 
como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. 
 - Para que haja o negocio tem que haver a probidade e a boa-fé 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos 
bons costumes. 
 - O abuso de direito está logo abaixo do artigo que fala o que ato 
ilícito. O abuso é exceder à função social. 
 
NEGÓCIO JURÍDICO: É voltado a vontade da pessoa 
- Como analisar a manifestação da vontade? 
- TEORIAS: 
 - As teorias eram bem divergentes; 
 - Teoria da vontade (Willenstheorie) 
 - O operador do direito deve sempre buscar a 
verdadeira(real) intenção do agente, o que o individuo efetivamente queria 
alcançar, mesmo manifestando ou tentando manifestar de forma precária. Não 
importa a forma o que manifestou, mas sim a intenção que ele queria manifestar. 
 - Teoria da declaração (Erklarnngstheorie): 
 - Dá ênfase a forma, para o direito vale a vontade nos 
termos que ela foi declarada. Não cabe ao juiz fazer elucubrações para saber o 
que passava na mente da pessoa. Então, vale da forma que foi exteriorizada, não 
a pretensão. 
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas 
consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. 
- Com base no artigo 112, adotamos a teoria da vontade, mas não se 
perde a teoria da declaração, pois existe um aplicabilidade residual para a 
teoria da declaração. 
- Os efeitos deste artigo 112: vícios de vontade( ao manifestar a vontade, a 
pessoa deve um falsa percepção da realidade, se constatado pode-se anular o 
contrato, pois a outra pessoa pode tê-lo enganado), outro vicio de vontade é a 
coação (se a ameaça para assinar um contrato for séria, como ameaçar o 
seqüestro de um filho, o contrato seria anulado). 
- Caso que usa a teoria da declaração: 
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a 
reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha 
conhecimento. 
Reserva mental: preservar a verdadeira intenção do agente. Ex.: Alguém 
quer desfazer a venda do carro, porque no fundo no fundo não queria vendê-lo, 
mas não pode desfazer o contrato. Neste caso a reserva é irrelevante. 
Se a reserva mental for recíproca pode-se anular o contrato, pois toda 
simulação é nula. Ex.: O homem não queria vender de verdade o carro e a outra 
parte sabia disso, mas finge que não sabe para se aproveitar, deste modo o 
contrato é anulado. 
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente. 
- Para Negócios benéficos e atos de renúncias, o juiz deve-se a ter as 
formas que foram manifestadas, sem procurar a intenção. 
 
Art. 819. A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva. 
 
Art. 843. A transação interpreta-se restritivamente, e por ela não se transmitem, 
apenas se declaram ou reconhecem direitos. 
- Transação é um acordo para prevenir ou por fim a litígios. E deve ser 
interpretar da forma que foi manifestada(escrita). 
 
 
 
Aula 03-Teoria das Relações Jurídicas II – 24Ago09 – Profº Rainer 
Czajkowskia 
 
- Haverá aula dia 29/08 das 10:20 até 12:00; 
 
Classificação da manifestação de vontade 
1. Quanto à forma: 
 - expressa: de forma direita, sem dar margens da dúvida. Ex.: Quando se 
assina um contrato é uma manifestação expressa. No casamento é manifestação expressa. 
 - tácita: existe um comportamento do agente, comportamento indireto, 
reflexo, indiciário. Analisando todo o comportamento, conseguimos retirar o que quer dizer 
mesmo quem não expresse ela. Ex.: Art. 1324 - O condômino que administrar sem oposição 
dos outros presume-se representante comum. – neste caso até pode existir um 
comportamento, como por exemplo: ligar para o condômino para saber se tudo na fazenda 
está tudo bem, ou enviam dinheiro para o condômino para cuidar do local. Art. 1805 - A 
aceitação da herança, quando expressa, faz-se por declaração escrita; quando tácita, há de 
resultar tão-somente de atos próprios da qualidade de herdeiro. Obs.: A renúncia da herança 
deve ser expressa. 
 - silêncio: a simples omissão, o simples não agir pode ser manifestação de 
vontade. Art. 111 - O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o 
autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. Ex.: Contrato a 
distância – e-mail ou correspondência com uma proposta de contrato, no final do contrato diz 
que se no final do prazo de “tanto” dias, se você não responder ou mandar uma 
contraproposta, vou entender que aceitou o contrato. Ex.2: Art. 539 - O doador pode fixar 
prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, 
ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação 
não for sujeita a encargo. – ou seja, se o donatário não se manifestar, a lei presumi que ele 
aceitou( Presunção de aceitação). Ex.3: Art 299 - Art. 229. Ninguém pode ser obrigado a 
depor sobre fato: I - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar segredo; - 
transferir dívida de uma pessoa para outra, precisa da anuência do credor. Ex.: O juiz de paz 
não pode considerar as pessoas casadas se não houver manifestação expressa. 
2. Quanto ao destinatário: 
 - receptícias: quando o resultado, o efeito perseguido só se produz quando 
a vontade manifestada atingi o destinatário certo. Ex.: Contrato a distância – se você enviar 
para a pessoa errada. Neste caso o silêncio não pode se aplicar a aceitação do contrato. Por 
isso, sempre a manifestação deve existir neste caso. Ex. 2: Interpelação(é um negocio em 
sentido estrito) através da notificação – o devedor não me paga e entro com uma notificação 
previamente para que ele pague em 48 horas senão vou colocar ele em cobrança judicial. 
Neste caso, a interpelação tem que chegar ao devedor senão a interpelação não vale 
 - não receptícias: Testamento é um exemplo clássico: a validade do 
testamento não necessita da validação de ninguém, apenas do testador. Outro exemplo é a 
promessa de recompensa – Ex.: A madame paga para a devolução do poodle perdido. 
 
 
 
 
Planos do negócio jurídico 
 Você discute o plano para delimitar os seus efeitos. A análise do negocio jurídico 
passa com os planos. Principal autor que expôs foi Pontes de Miranda. 
1. Planosda Existência 
- Constata-se apenas fatos, não se preocupa-se com qualificações jurídicas. É uma 
analise sociológica. No plano da existência se define o suporte fático do negocio jurídico 
antes da entrada dele no mundo jurídico. 
- Os elementos são simples de serem compreendidos: 
 1.1 Manifestação de vontade – sem manifestação exteriorizada não existe negócio 
jurídico, ou seja, exteriorização de vontade, mesmo que seja o silêncio. 
 1.2 Agente – precisa-se de alguém para que possa atribuir e imputar a manifestação 
de vontade, ou seja, um sujeito. 
 1.3 Objeto – entendido em regra como o bem de vida sobre o qual a vontade recai. 
Também chamada de atividade ou utilidade que se pretende realizar. 
 1.4 Forma – é o meio pelo qual a vontade se manifestou. 
2. Plano da Validade 
 - Aqui há entrada do suporte fático no mundo jurídico, portanto, discute a qualidade 
jurídica, discute a aptidão dos suportes fáticos para que compõe um negocio jurídico positivo 
a luz do que diz no nosso ordenamento jurídico. 
2.1 A Vontade – precisa ser LIVRE, CONSCIENTE e de BOA FÉ – essas expressões 
qualificam a vontade. 
- Quando falta Liberdade e Consciência estamos diante do vícios de vontade ou 
vícios do consentimento, que são o ERRO, o DOLO, a COAÇÃO(absoluta), o ESTADO DE 
PERIGO e a LESÃO. Com esse vícios torna o negocio jurídico anulável – Art. 171, II. 
- Quando falta a boa fé são os vícios sociais, que são dois: FRAUDE CONTRA 
CREDORES( Art. 158 e seguintes) que torna o negocio jurídico anulável (art. 171, II) ou a 
SIMULAÇÃO, todo negócio jurídico simulado é nulo.(Art. 167). E quando há a FRAUDE À 
LEI(art. 166, VI) tornado o negócio jurídico nulo. 
2.2 Agente – precisa ser CAPAZ e LEGITIMADO – qualificação jurídica. 
- quando o negocio jurídico for feito por um ABSOLUTAMENTE INCAPAZ(Art. 3º) o 
negócio é nulo. Art 166, I 
- quando for RELATIVAMENTE INCAPAZ(Art. 4º) sem a devida assistência são atos 
jurídicos anuláveis. Art. 171, I 
- Especial legitimação: quando a lei impõe uma formalidade especial ou veda a 
pratica jurídica para determinadas pessoas. Ex.: Art. 496- É anulável a venda de ascendente 
a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente 
houverem consentido. – porque é pra proteger o direito dos outros descendentes a receber o 
bem. Ex.2: Art. 497 - Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta 
pública: I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à 
sua guarda ou administração; Ou seja, O tutor não pode comprar os bens do tutelado, nem o 
juiz pode comprar o objeto que é parte de um litígio judicial no lugar onde servirem ou que se 
atender a sua autoridade. Ex.3: Art. 1.649 - Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos 
cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: I - 
alieiwebnar ou gravar de ônus real os bens imóveis; - ou seja, precisa da autorização do 
outro cônjuge para venda de um bem. 
Aula 04-Teoria das Relações Jurídicas II – 27Ago09 – 
Profº Rainer Czajkowskia 
 
Continuação da Aula 03 
 
2. Plano da Validade 
*** ART 104 – É o plano da validade – 
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: 
I - agente capaz; 
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III - forma prescrita ou não defesa em lei. 
 
2.3 – Objeto: Ele deve ser licito, possível, determinado ou determinável 
O objeto imediato é o resultado jurídico. . É o resultado pretendido. 
O Objeto mediato é o bem de vida sobre o qual a manifestação de vontade lhe cai. 
No caso do Possível, é mais fácil analisar os casos de impossibilidades. 
Formas de Impossibilidade 
Impossibilidade pode ser absoluta: quando é insuscetível de apropriação do homem, 
os direitos da personalidade, herança de pessoa viva(Art.426-Pacta corvina). 
Impossibilidade pode ser relativa: Associação entre a coisa(o bem) e o agente do 
negócio jurídico não é possível. Ex.: Compra e venda a non domino( de quem não é dono). 
Nem sempre estou na frente um negocio jurídico invalido. Art. 106, CC - A impossibilidade 
inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de 
realizada a condição a que ele estiver subordinado. Contrato I 
Determinado: é o que mais acontece, qualifica com exatidão o objeto – Ex.: Compra 
e Venda de um imóvel. 
Determinável: alusão aos contratos aleatórios – Art. 458 e seguintes, CC – Nesses 
contratos há uma incerteza do que é devido a uma das partes. Relativamente 
envolvidos com o risco por uma das partes. Ex.: BM&F. 
Se a indeterminação for absoluta, estamos em um caso de nulidade. 
2.4 – Forma: 
O negocio jurídico precisa ter a forma prescrita e não proibida em lei. 
- A regra geral é a liberdade de forma. Art. 107, CC - A validade da declaração de 
vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. 
Negócios Jurídicos “ad solenitatem” (solenes ou formais) – a forma para o n.j. prevista 
em lei é da substância do ato, da essência do ato. No descumprimento leva à nulidade do 
n.j. – Art. 166, IV e V 
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: 
IV - não revestir a forma prescrita em lei; 
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; 
Exemplos: 
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos 
negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de 
direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no 
País. 
Art. 1.864. São requisitos essenciais do testamento público: 
I - ser escrito por tabelião ou por seu substituto legal em seu livro de notas, de acordo 
com as declarações do testador, podendo este servir-se de minuta, notas ou apontamentos; 
II - lavrado o instrumento, ser lido em voz alta pelo tabelião ao testador e a duas 
testemunhas, a um só tempo; ou pelo testador, se o quiser, na presença destas e do oficial; 
III - ser o instrumento, em seguida à leitura, assinado pelo testador, pelas testemunhas 
e pelo tabelião. 
Parágrafo único. O testamento público pode ser escrito manualmente ou 
mecanicamente, bem como ser feito pela inserção da declaração de vontade em partes 
impressas de livro de notas, desde que rubricadas todas as páginas pelo testador, se mais 
de uma. 
Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se 
não lhe seguir o casamento. 
 
Art. 1.533. Celebrar-se-á o casamento, no dia, hora e lugar previamente designados 
pela autoridade que houver de presidir o ato, mediante petição dos contraentes, que se 
mostrem habilitados com a certidão do art. 1.531. 
 
Negócios Jurídicos “ad probationem” – não que a lei determina a forma pra sua 
celebração, mas determina os modos que ela deve ser provado. 
Exemplo: 
Art. 227. Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se admite 
nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo vigente 
no País ao tempo em que foram celebrados. 
Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é 
admissível como subsidiária ou complementar da prova por escrito. 
- Neste caso, de 10x do maior salário mínimo, a prova testemunhal não é suficiente para 
prová-lo. 
Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito podem 
provar a existência da sociedade, mas os terceiros podem prová-la de qualquer modo. 
- Terceiros que se negociem com as entidades irregulares podem se provar de qualquer 
maneira, mas os sócios deverão prová-los por escrito que tem um entidade irregular. 
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento 
público, este é da substânciado ato. 
 - A lei permite que a convenção das partes vale para a substancia do ato. Ou seja, a 
forma nem sempre é exigida em lei. 
 
3. PLANO DA EFICÁCIA 
- Se reporta a determinados elementos que pode ser inseridos no negócios jurídico pelos 
envolvidos. 
- E esse elementos inserido pela iniciativa do agente, restringem os efeitos da eficácia do 
negócio. 
- Estudo do Termo, Condição e do Encargo(Modo). – Elementos Acidentais do 
Negócios Jurídicos - Art. 121 a 137, CC 
 
 
CAUSA DO NEGÓCIO JURÍDICO 
França e Itália: os estudioso do direito privado atribuíram grande importância à causa ou 
motivação do negócio. – Sistema Causalista 
Alemanha: não interessa o motivo(causa), é irrelevante para o direito. – Sistema Anti-
Causalista. O que interessa é o OBJETO. Adotado no Brasil 
 
Em alguns momentos nosso sistema jurídico fazem alusão ou referência a causa. 
Excepcionalmente. 
Ex. de Exceção : 
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: 
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; - Simulação Maliciosa 
 
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão 
determinante. – Vicio de Vontade. Será que o motivo pode motivar a invalidação do 
negocio?!? A primeira vista o artigo mostra uma insegurança, mas no final ele diz que só é 
falso se for expresso como razão determinante. 
 
Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a 
restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários. – Você tem 
que explicar o porquê do enriquecimento. 
 
Elementos essenciais, naturais e acidentais do Negócio Jurídico 
 
Elementos Essenciais: 
 - Genéricos: demandam a analise do art. 104 – É o Plano da Validade 
 - Específicos: são os característicos de cada negócio. Ex.: Contratos típicos ou 
nominados – Art 481, CC e seguintes – São os mais clássicos. 
Ex.: Compra e Venda – Art. 482 – res, pretium et consensus ( a coisa, o preço e o 
consenso). 
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, 
desde que as partes acordarem no objeto e no preço. 
Elementos Naturais: 
 - São os efeitos, resultados pretendidos a alcançar – Objeto imediato do N.J. 
Elementos Acidentais: 
 - Plano da Eficácia. 
 
 
 
 
 
Aula 05-Teoria das Relações Jurídicas II – 29Ago09 – 
Profº Rainer Czajkowskia 
 
Classificação do negócio jurídico 
1. Quanto ao número de partes: 
 - N.J. unilateral  1 só manifesta a vontade: Testamento, Promessa 
de Recompensa, Confissão de Dívida, Renúncia Obs.: A Aceitação da 
herança não tem nada haver com o constituição do testamento. 
 
 - N.J. bilateral  2 manifestações de vontade correspectivas. Como 
fossem Peças de quebra-cabeças – pois os conteúdos da vontade não são 
iguais mas quando juntas ela tem o mesmo fim. Ex.: C. e Venda, Doação. 
 
 - N.J. Plurilaterais  + de duas manifestações de vontade ou + de 
duas partes. Ex.: Contrato de sociedade. Art. 981 - Celebram contrato de 
sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens 
ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, 
dos resultados. Ex.2: Consórcio – De um lado há o administrativo e do outro 
os consorciados autônomos. 
 
 
 
- Parte ≠ Indivíduo  Parte pode ser várias pessoas ou até um ou 
mais pessoas jurídicas. 
 - Pessoa Jurídica – Associação: se forma por uma reunião de 
pessoas. Art. 53, Parágrafo Único - Não há, entre os associados, direitos e 
obrigações recíprocos. N.J Unilateral, pois há uma constituição da sociedade, 
ou seja, manifestando a mesma vontade. 
 Sócio 1  
 Sócio 2  
 Sócio 3  
 • Nas sociedades, os sócios tem obrigações um com o outro. Há um 
contrato(há direito e obrigações recíprocas), é bilateral ou plurilateral. (Obs.: 
A sociedade pode nunca a vir a ser uma PJ) 
 • Fundações – Pode ser de um testamento, destinando seus bens à 
uma fundação. Ou também pode ser por escritura pública. A pluralidade de 
indivíduos é acidental, pois o fato principal a união de bens, independe se for 
uma pessoa só ou várias. Por isso, é um N.J. Unilateral, pois há a mesma 
vontade entre os indivíduos. 
2. Quanto as vantagens patrimoniais 
 - N.J. Gratuitos ou Benéficos – NÃO HÁ IDÉIA DE PRESTAÇÃO E 
CONTRAPRESTAÇÃO As vantagens patrimoniais ou benefícios são todos 
concentrados em uma das partes ou em um dos envolvidos. 
 - Ex.: Doação(tradicional-clássica): contrato  2 partes. Todas as 
vantagens patrimoniais se garantem no donatário, quem recebe. 
 - Ex.: Testamento – como o testamento é unilateral , um dos 
herdeiros é um envolvido com vantagens não há a idéia de prestação e 
contraprestação. 
 - Metáfora: É como se fosse uma via de mão única, todos os 
veículos(vantagens patrimoniais) trafegam no mesmo sentido. 
 - N.J. Onerosos: prestação e contraprestação. Há vantagens recíprocas 
nem sempre equivalentes. Metáfora: Via de mão dupla. 
 - Comutativos: são aqueles nos quais que no momento da sua 
formação já se sabe com exatidão qual é a extensão e o conteúdo da prestação e 
da contraprestação. Ex.: C e V são em geral comutativas, pois o vendedor 
individualiza o imóvel que vai vender. E na hora da celebração há a clareza do 
imóvel. 
 - Aleatórios: Art. 458 e seguintes – Neste contratos há um incerteza 
total ou parcial no objeto da prestação e contraprestação. Uma das partes 
assume a insegurança sobre o conteúdo do negócio. Ex.: Ações, Mercado Futuros. 
 - Doações Modais, ou seja, doações com encargos – o Código trata 
como doações onerosas. Ex.: Art. 441, Parágrafo Único – Eu dôo a minha casa 
para a pessoa, desde que ela mantenha uma creche nela. Ela aceitação a doação, 
assume a obrigação de manter a creche(encargo), mas isso é discutível, pois 
mesmo havendo o encargo não é preço, por tanto tem quem diz que não é 
oneroso, já que o donatário não recebe contraprestação pela doação feita.(Idéia 
de Caio Mário). Mas o Legislador usou como terminologia a Doação Modal como 
um N.J. oneroso. 
 Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato 
comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, 
que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe 
diminuam o valor. 
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às 
doações onerosas. 
3. Quanto ao momento da produção de efeitos: 
 - N.J. Inter Vivos: A produção de efeitos começa em vida das partes do 
negócio ou de todos em vida. 
- Existem eventos que começam na vida e podem ter seus efeitos 
após sua morte. Ex.: Seguro de Vida. Ex.2: Nas promessas de compra e 
venda, as obrigações continuam mesmo se uma das partes morrerem, se 
estendendo para seus herdeiros. 
 - N.J Causa Mortis: Testamento (codicilos, pequenas disposições sobre 
seus objetos pessoais, não se caracteriza como um testamento, porque pode ser 
formal). O N.J só começa com a morte do individuo. 
4. Quanto à existência: 
 - N.J Principais: são aqueles que tem existência autônoma, não depende de 
nenhuma outra relação jurídica pra existirem no mundo jurídico. 
 - N.J. Acessórios: eles dependem, se subordinam à existência de outro. 
Não tem existência autônoma. Ex.: Garantias reais(exemplo a hipoteca) e 
pessoais(fiança). 
 Pacto Antenupcial – Art. 1653 - É nulo o pacto antenupcial se não for feito 
por escritura pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento. – definição do 
regime de bens . Só vale se o casamento se der 90 dias. Se não houver casamento, 
não há pacto. 
 
 
Aula 06-Teoria das Relações Jurídicas II – 31Ago09 – 
Profº Rainer Czajkowskia 
 
 Classificação do negócio jurídico 
5. Quanto à forma: 
 - n.j. solenes (ou formais): 
 - N.j. “ad substantia” – negócios jurídicos previsto em lei. 
 - Art. 108, 1.864 e seguintes,1.533 e seguintes, 1.653. 
 - n.j. consensuais ou informais: Art. 107, Art. 166 
6. Quanto ao exercício dos direitos: 
 - n.j de disposição: eles abrangem nj de alienação e de constituição 
de direitos reais. 
 - alienação: transferir a titularidade, tirar do seu patrimônio para 
outro. Ex.: Doação, C e V, Permuta. 
 - constituição de dtos reais: art. 1.225 – Constituir hipoteca não 
é um modo de alienação pois não a transferência de patrimônio, apenas você 
dar o direito da alienação caso não consiga cumprir o compromisso 
 Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; 
III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do 
promitente comprador do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a 
anticrese. XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; XII - a 
concessão de direito real de uso. 
 - n.j de administração: todos os demais. Os de natureza pessoal, 
obrigacional. Ex.: Locação, comodato… 
 - Aplicação pratica: Art. 1.691 
 Art. 1.691. Não podem os pais alienar, ou gravar de ônus real os imóveis 
dos filhos, nem contrair, em nome deles, obrigações que ultrapassem os limites 
da simples administração, salvo por necessidade ou evidente interesse da prole, 
mediante prévia autorização do juiz. – Atos de disposição, os pais só podem 
praticar com autorização do juiz. 
 Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, 
emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser 
demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração. – 
o prodigo não poderia se dispor do seu patrimônio, apenas atos de 
administração. A prudência diz que atos administrativos de valor significativos é 
necessário o curador. 
 
6. Quanto ao conteúdo: 
 - n.j patrimoniais: são os n.j com conotação econômico intrínseca. Que se 
possa impor um valor. Em qualquer momento você pode converter o n.j em 
dinheiro Ex.: Contratos são n.j patrimoniais. 
 - n.j extra-patrimoniais: eles possuem reflexos econômicos, mas eles 
extrapolam o fim econômico, a essência atende a outros objetivos. Normalmente 
associados ao Dto de Família. Ex.: Casamento – a idéia é estabelecer uma 
comunhão de vida, os efeitos econômicos são secundários. Ex.2: Emancipação – 
você emancipa o filho, se e quando é um benefício para o filho, não pensando 
necessariamente em dinheiro. – Ex.3: Reconhecimento extrajudicial da 
paternidade, pois a qualquer momento o pai pode assumir o filho, pois 
reconhecer o filho não tem como fim principal o efeito econômico, o significado 
do reconhecimento é o fato de dar um assistência moral, mais do que a material. 
Mas tem parte da doutrina diz que o reconhecimento não é negocio jurídico, mas 
ato jurídico de sentido estrito. 
 
7. Quanto à causa 
 - n.j. causais: todos aqueles que se leva em conta o meio subjetivo que os 
agentes tem para celebrar o n.j. Ex.: Doação tem razão subjetiva pra celebrar o nj 
com uma determinada pessoa e não com a outra. – Doutrina francesa. 
 - n.j abstratos: seriam n.j onerosos em que o pagamento é representado 
por um titulo de credito. E esse titulo é circulável por endosso.(Cheque ou nota-
promissória), pois você desvincula da causa que gerou o cheque inicialmente. 
Ex.: A compra um livro de B, B endossou o cheque e repassou para C. A deve 
pagar C, independente de haver algum problema no livro que B vendeu. 
 
8. Quanto ao objeto: 
 - n.j direitos: em que os envolvidos utilizam o modelo jurídico previsto em 
lei para os fins nos quais o modelo se destina. Ex.: Contrato C e V é um contrato 
tipo e regulado em lei, para comprar um objeto e vendê-lo. 
 - n.j indiretos: E quando você um modelo jurídico de forma errado, para 
produzir outros resultados. Você usa o modelo jurídico de um certo fim para um 
outro fim distinto. Ex.: Art 685 - Um mandato em causa própria, uma pessoa 
recebe uma procuração com vários poderes, ao em vez de C e V o imóvel, faça 
esse mandato para economizar a transferência do bem. Ex.2: C e V para excluir 
uma doação. Embora a pratica do nj indireto é um indicio de ilegalidade, mas 
nem sempre é verdade. 
 
 
 
Representação 
Regulado no Art. 115 a 120. 
A representação pode sair da lei ou de forma negocial. 
Negocial – prática de atos em nome do outro. 
Conceito: Quando uma pessoa manifesta uma determinada vontade em nome e 
no interesse de outro que não quer ou não pode estar presente para praticar o 
ato. 
 
A X B 
Representado Representante outra parte 
Quem é parte é representado 
Quem manifesta a vontade é a representante - para entender o art 116 
Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus 
poderes, produz efeitos em relação ao representado. 
A representação tem vários negócios jurídicos, não necessariamente a um 
mandato. A procuração é um instrumento de mandato. 
Representante ≠ núncio( mensageiro da vontade alheia). 
 
 
Aula 07-Teoria das Relações Jurídicas II – 03Set09 – 
Profº Rainer Czajkowskia 
 
 Representação (cont) 
Poder de representação: é a prerrogativa que a pessoa tem em manifestar a 
vontade em nome e interesse de outro. Esta prerrogativa pode também decorrer 
da lei. “O poder de agir no meu interesse, em determinados fins”. Pode ser divido 
em 3 elementos: 
- Ânimo: elemento subjetivo. A intenção do representante. O represente 
tem que ter a consciência que não está agindo no interesse próprio, mas do 
representado. Normalmente associado a idade média, quando dizia em 
contemplatio domini, que significa, o representante está atuando em 
“contemplação” ao verdadeiro direito. 
- Manifestação de vontade do representante: é na realidade uma 
substituição a manifestação do representado. 
- Contenção da vontade do representante: no sentido de limitação da 
vontade do representante. É encontrado no n.j que atribui a ele o poder de 
representação(representação voluntaria) ou na lei(representação legal). 
Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome 
do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o 
fazendo, responder pelos atos que a estes excederem. – Aplicação da boa fé objetiva(é 
um padrão de comportamento, de honestidade, de transparência, da posição ética que 
se espera das pessoas com que vamos negociar), Dever de informação do 
Representante e Responsabilidade civil do representante(excessos). Em nome da boa 
fé objetiva, ele tem a obrigação de dever de informação. Toda vez que faltar clareza 
nos propósitos nos quais que o atua, responderá civilmente. 
Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses 
com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento (padrão mediano de 
comportamento dos indivíduos na sociedade) de quem com aquele tratou. A possibilidade 
de anulação do n.j. sempre que o representante ao vez de agir em favor do 
representado, subverte e age contra os interesses do representado. O representante e 
a outra parte estão conluiados, agiram de má fé. 
Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da 
cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste 
artigo. Não corre prazos decadências para os absolutamente incapazes. 
Tipos de representação: 
 Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado. 
Art. 120. Os requisitos e os efeitos da representação legal são os estabelecidos nas normas 
respectivas; os da representação voluntária são os da Parte Especial deste Código. 
 - Voluntária – Também chamada de representação própria. É a vontade 
dos envolvidos que tem um fundamento negocial. Ex.: N.J. de Mandato(natureza 
jurídica de contrato), por isso n.j. bilateral 
Art.653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em 
seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato. 
 . Ex.2: Art 710 - Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter 
não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta 
de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona 
determinada, caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua 
disposição a coisa a ser negociada. Ex.3: Contrato de Sociedade é comum que se 
estabelece um dos sócios que vai administrar a entidade, antes mesmo da 
sociedade se torna uma pessoa jurídica. – Art. 981 - . Celebram contrato de 
sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou 
serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos 
resultados. Ex.4: Empregado pode receber alguns atos em nome da empresa. 
Ex.5: Contrato de locação – em uma das clausulas que diz que o locador está 
permitido participar nas reuniões do condomínio. 
 
-------------------------------> X -----------------------><---------- 
representado representante outra parte 
Manifestação válida de vontade do representado 
 
- Legal - decorre da lei. Chamada de Representação Imprópria. A 
representação toda, em bloco é uma competência intransferíveis. 
 
-------------------------------> X -----------------------><---------- 
representado representante outra parte 
Não Manifestação válida de vontade do representado 
 
 - Pais, decorre apenas da lei -> filhos menores (16 anos) – Art. 
1.634, V, CC 
Art. 1.634. Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores: 
IV - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais 
não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar; 
- Tutor, depende de uma decisão judicial -> tutelado (16 anos), após 
isso ele assisti e deixa de representá-lo. Art. 1.740 
Art. 1.740. Incumbe ao tutor, quanto à pessoa do menor: 
I- dirigir-lhe a educação, defendê-lo e prestar-lhe alimentos, conforme os seus 
haveres e condição; 
II - reclamar do juiz que providencie, como houver por bem, quando o menor haja 
mister correção; 
III - adimplir os demais deveres que normalmente cabem aos pais, ouvida a opinião 
do menor, se este já contar doze anos de idade. 
 - Curador, depende de uma decisão judicial -> interdição ( 
absolutamente incapaz) – Art. 1781; Ausência – Art. 22 
Art. 1.781. As regras a respeito do exercício da tutela aplicam-se ao da curatela, com 
a restrição do art. 1.772 e as desta Seção. 
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não 
houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o 
juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a 
ausência, e nomear-lhe-á curador. 
- A representação quando aplicada a Pessoa jurídica é “duplamente 
imprópria”, que quase chegar a ser um equivoco. Teoria dos órgãos: as 
pessoas dentro da PJ são órgãos dela. 
Art. 46. O registro declarará: 
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e 
extrajudicialmente; 
Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites 
de seus poderes definidos no ato constitutivo. 
Art. 12. Do CPC. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: 
I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, por seus 
procuradores; 
II - o Município, por seu Prefeito ou procurador; 
III - a massa falida, pelo síndico; - A massa falida(conjunto de bens) é 
representado pelo sindico(administrador judicial), por exemplo: o 
sindico pode cobrar cotas de condomínio não pagas. 
IV - a herança jacente ou vacante(espólio pelo qual não aparecem 
herdeiros), por seu curador; 
V - o espólio, pelo inventariante; 
VI - as pessoas jurídicas, por quem os respectivos estatutos designarem, 
ou, não os designando, por seus diretores; 
VII - as sociedades sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber 
a administração dos seus bens; 
VIII - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou 
administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no 
Brasil (art. 88, parágrafo único); 
IX - o condomínio, pelo administrador ou pelo síndico. 
 
 
Obs Finais: 
 - Gestor de Negócios Alheios ou Gestão de Negócios: Art. 861 a 875. É um caso 
de representação Intermediária entre o voluntária e legal. 
- Mesmo sem haver o poder de representação a lei admite em hipóteses 
excepcionais, por urgência, por espírito fraternidade, que uma pessoa atue em 
beneficio da outra mesmo sem autorização da pessoa e esta atuação poderá 
convalidada posteriormente pelo representado. Ex.: Uma pessoa se dirige a uma 
instituição privada para representar o direito de outro, sem o outro saber. . 
Posteriormente apresenta a procuração. 
- Mas se o representado não autorizar a posteriore, dessa forma o ato é invalido 
e o gestor é responsável civilmente pelo ato praticado. 
 
 
 
Aula 08-Teoria das Relações Jurídicas II – 10Set09 – 
Profº Rainer Czajkowskia 
 
 Representação (cont) 
Considerações: 
 - Contrato consigo mesmo ou auto-contrato: o contrato consigo 
mesmo(representante) é anulável, mas podia ser válido. A validade de um 
negocio que ele faça com ele mesmo, é um ato excepcional. 
Ex.: Alex faz uma procuração a Ber para vender uma casa e Alex viaja. Ber vai 
vistoriar a casa, gosta dela e acaba comprando. Esta situação é esdrúxula, pois o 
Ber pode colocar o valor da casa no preço que desejar, salvo se o representado 
autorizar em sua procuração, com preço já definido. O grande problema é 
explicar a situação para o tabelionato, caso não haja na procuração a autorização. 
Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que 
o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo. 
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o 
negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido subestabelecidos. 
Ex.2: Alex faz uma procuração a Ber para vender uma casa e decorrência recebe 
uma outra procuração de Cesar querendo comprar uma casa. Obs.: A procuração 
não define o preço certo. No caso não se sabe que interesses deve-se defender. 
Art. 685. Conferido o mandato com a cláusula "em causa própria", a sua revogação não terá 
eficácia, nem se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário 
dispensado de prestar contas, e podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto 
do mandato, obedecidas as formalidades legais. – negócio jurídico indireto. 
 o Mandato em causa própria confirma a excepcionalidade do Art. 117, que 
autoriza o contrato consigo mesmo. 
 
- Procuração como n.j. autônomo (abstrato, unilateral, receptício) : é um modo de 
proteger terceiro que celebram negócios com o procurador, que fazem de forma 
perfeita. Descolar o negocio jurídico subjacente à procuração. Não é adotado pelo 
Código Civil. 
 MANDATO É CONTRATO – E A PROCURAÇÃO É INSTRUMENTO (art. 653) 
– ou seja, o CC não adota a procuração como nj autônomo. 
- Extinção da representação: 
 - Representação: 
 - Legal: 
-pais que representarem o filhos  16 anos, 16 a 18 é 
simples assistência. 
- tutor  tutelado(16 anos) – destituído, por exemplo por 
negligencia ou improbidade. 
- curador  curatelado (interdição levantada) (destituição) 
- P.J  quando demiti um funcionário, ou quando sócio-
gestor se encerra com a dissociação da sociedade. 
 - Voluntária: 
 - Mandato término do prazo, a pratica do ato(ex.: 
procuração de venda da casa, eu fui lá e vendi a casa, extingui a representação), a 
morte de qualquer daspartes(salvo “em causa própria”), a interdição, nulidade 
ou anulação do n.j., o mandante pode a qualquer momento revogar o mandato ou 
o mandatário renunciar. 
 
Elementos acidentais do negócio jurídico ou o Plano da Eficácia ou A 
Analise do Termo, da Condição e do Encargo 
 
- Elemento volitivos eventuais: sempre se originam do interesse dos indivíduos 
envolvidos no negócios, não decorrem da lei. São eventuais pois podem estar ou 
não presentes. 
- São admitidos na generalidade dos n.j. e a lei não precisa dizer expressamente, 
tendo o termo, a condição e do encargo pode existir no n.j. 
Exceções: 
- N.J que tem haver com Família é um caso que não existe os elementos 
acidentais do n.j. Ex.: A Condição do n.j. do casamento não pode ser imposta. 
- Ex.2.: Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a 
termo. 
 
Termo: - Art. 131 a 135 
- Termo é um elemento acidental que restringe a eficácia de um n.j. no tempo. 
- É um Evento futuro e certo, porque o termo está intimamente interligado ao 
decorrer do tempo e para o direito o decorrer do tempo é invariável. 
- Termo inicial ou Termo “a quo” ou Dias “a quo”: marca cronológica que pões a 
data inicial do n.j. para produção de seus efeitos. 
- Termo final ou termo “ad quem” ou dias “ad quem”: é marca que define o fim 
dos efeitos do n.j. 
- Prazo = Termo Final - Termo inicial  Prazo é o período que percorre entre o 
termo inicial e o final. 
- N.j que constitui n.j. a termo, são exemplos de n.j de direitos atuais, mesmo 
que o efeito seja posto em uma data futura. 
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito. 
Aplicações praticas: 
Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exeqüíveis desde logo, 
salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo. 
 - Deve avaliar em dois momentos: a celebração do n.j. e o cumprimento dele. 
Quando você celebrar o n.j. válido e não se restringe o tempo, a execução do 
negocio se faz logo em seguida. Ex.: Comprar um pão na padaria – é efetivado no 
momento, de imediato. 
Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o 
pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente. 
- Se não dispor prazo de vencimento de dívida, pode exigir de imediato. 
 - O Desde Logo e o Imediatamente deve ser temperado pelo bom senso. 
Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de 
pleno direito em mora o devedor. 
Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação 
judicial ou extrajudicial. 
- Inadimplemento. Mora  O não cumprimento da obrigação pelo seu 
vencimento(termo), constitui de pleno direito em mora o devedor. Ex.: Não 
pagar a conta na data prevista, incide a multa e o juros moratório(mora tem 
haver com descumprimento, não observância do n.j.). “dias interpelat pro 
homine”  a constituição em mora é automática, basta o devedor não cumprir o 
prazo previsto. 
- Quando não havendo o termo, a mora não é automática, para que haja a mora é 
necessário a interpelação judicial ou extrajudicial, exemplo: por notificação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 09-Teoria das Relações Jurídicas II – 14Set09 – 
Profº Rainer Czajkowskia 
 
Termo (arts. 131 a 135) 
 - É Evento Futuro e Certo 
 Classificação: 
 - certo: certeza da ocorrência e certeza do momento, em que o evento 
vai ocorrer. Generalidade dos Prazos. Ex.: O contrato X vigerá até Dez/09 
 - incerto: a certeza da ocorrência mas não do momento. Ex.: A morte de 
alguém. Ex.2: Calendário Acadêmico. 
 Modo de Contagem dos Prazos 
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os 
prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento. 
§ 1o Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o 
seguinte dia útil. 
§ 2o Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia. 
§ 3o Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou 
no imediato, se faltar exata correspondência.  Se o prazo é fixado em meses ou 
anos, mantenham a expressão empregado no instrumento de negócio. 
§ 4o Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto. 
OBS.: 
Art. 133. Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos 
contratos, em proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das 
circunstâncias, resultar que se estabeleceu a benefício do credor, ou de ambos os 
contratantes. 
 Testamento: existem varias obrigações e deveres que os herdeiros 
devem cumprir. Herdeiros necessários: filhos. Legado: A terceiro. Para o 
cumprimento do legado, pode haver um prazo para que os herdeiros cumpram 
essas obrigações. Como o prazo é a favor deles, não pode cobrar as obrigações 
deles até que se encerre o prazo. 
  Contratos: Os prazos são dilatórios, ou seja, eles contam a favor do 
devedor, que tem que cumprir certa obrigação. O Credor não pode cobrar antes 
que se extingue o prazo. Ex.: Dar um prazo para pintar uma casa, não pode 
cobrar dele antes de terminar o prazo. 
Art. 135. Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições relativas à 
condição suspensiva e resolutiva. 
 
 
 
Condição: Art. 121 a 129 
 - Evento Futuro e Incerto 
 Conceito: 
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da 
vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto. 
 - Vontade das partes: improbidade da lei. Algumas condições são 
impostas por apenas de uma das partes. Ex.: Testamento e Herança 
 - Condição deriva da manifestação de vontade de um ou de mais pessoas 
no n.j. e não da lei. 
 Tipos: 
 - Suspensiva: N.j que constitui um direito sobre condição suspensiva, o 
Direito é Futuro, não pode ser considerado adquirida pela parte que o deseja. 
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, 
enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa. 
 
 - Resolutiva: n.j sobre condição resolutiva constitui um Direito Atual 
 - Ex.: Alienação fiduciária: 
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio 
jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido. 
 
 Classificação das condições invalidas 
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados: 
I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas; 
- Impossibilidade física: estar em dois lugares ao mesmo tempo ou superar 
um grande espaço em pouco tempo. 
 - Impossibilidade jurídica: quando é vedada pela lei. Ex.: Aquisição de um 
bem que é considerado inalienável. 
 - É invalido todo o n.j. 
Art. 124. Têm-se por inexistentes(não escritas) as 
condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não 
fazer coisa impossível. 
 
II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; 
 - Ex.: Faço uma doação de um casa, se você matar uma pessoa. 
 - A lei não fala em leis penais, ou seja, pode ser civil, exemplo: adultério. 
 
III - as condições incompreensíveis ou contraditórias. 
 - Ex.: Testamento fazendo determinadas condições para que haja a 
distribuição da herança, mas herança está muito obscura, de difícil 
entendimento, neste caso a condição é inválida. 
 - Obs.: Nos caso em que a pessoa estiver vivo, é só pedir àquele que 
esclareça a suas condições. 
 - Ex.2: Comodato com a condição de obrigações condições que acabam 
por ficar + caras que a locação. 
 - Os incisos II e III aplicam-se tanto para condições suspensivas quanto 
condições resolutivas. 
 
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contráriasà lei, à ordem 
pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de 
todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 10-Teoria das Relações Jurídicas II – 17Set09 – 
Profº Rainer Czajkowskia 
 
Condição: Art. 121 a 129 
 
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem 
pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de 
todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes. 
- Condição ilícitas 
- Condições ilícitas por equiparação 
 - Cond.: 
 - ordem pública 
 - bons costumes 
 - Principio da dignidade humana 
 Exemplo de condição que afronta ao principio é criar uma 
situação onde obriga alguém a casar com outrem. 
 - Condição defesas(proibidas): referência as condições contraditórias. 
 - As Condições podem ser: 
 - Causais: são aquelas em que eu faço depender a eficácia do n.j de 
um fato da natureza, também, em condutas de terceiros estranhos ao n.j. 
 - Potestativas: 
 - puramente potestativas: é ilícita. (aquelas que subordinam 
o negócio ao puro arbítrio de uma das partes). Ex.: “Daqui 6 meses, se eu estiver 
de bom humor, eu confirmo o negócio”. 
 - simplesmente potestativas: são admissíveis. A condição se 
propõe em parte de um comportamento de um dos agentes, mas há um 
acréscimo de um elemento externo que foge do controle dos indivíduos. 
 - Condição: Comport. do Agente + Elemento Externo 
 
 
 
 
 
 - Questão da retroatividade da questão: 
 
 1. Condições suspensivas – Art. 125 
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, 
enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa. 
Regra Geral: a irretroatividade em condições suspensivas tem efeito “ex nunc” 
 
Exceção: 
Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, pendente 
esta, fizer quanto àquela novas disposições, estas não terão valor, realizada a condição, se 
com ela forem incompatíveis. 
 
 - Nulidade  Art. 166, VII- É nulo o negócio jurídico quando: a lei 
taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. 
 - Efeitos retroativos 
2. Condição Resolutiva 
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o 
negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido. 
 
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o 
direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou 
periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos 
já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos 
ditames de boa-fé. 
Regra Geral: A Retroatividade de Propriedade Resolúvel. 
Art. 1.359. Resolvida a propriedade pelo implemento da condição ou pelo advento 
do termo, entendem-se também resolvidos os direitos reais concedidos na sua pendência, e 
o proprietário, em cujo favor se opera a resolução, pode reivindicar a coisa do poder de 
quem a possua ou detenha. 
 - A condição resolutiva em regra geral tem efeitos “ex tunc”. 
Exceção: 
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o 
direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou 
periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto 
aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e 
conforme aos ditames de boa-fé. 
- Nos n.j de execução continuada o advento da condição resolutiva não tem 
efeitos retroativos. Embora a segunda parte do art. 128 é uma norma supletiva. 
 
 
OBSERVAÇÕES FINAIS SOBRE CONDIÇÕES: 
1ª Obs.: 
Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo 
implemento for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer, considerando-se, 
ao contrário, não verificada a condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem 
aproveita o seu implemento. 
 - Sanção ao dolo: 
 - Dolo é premeditação. É igual ao entendimento do Penal. 
 
- Se o titular força(malícia) a ocorrência da condição. A Lei entende que ela não 
ocorreu. 
 
- Se o titular impede a ocorrência da condição. A lei entende que ela ocorre. 
 
2ª Obs.: 
Art. 130 – Legitimidade Excepcional 
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou 
resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo. 
 
 - Autoriza que se atue em defesa de algo que ainda não compõe seu 
patrimônio jurídico. Obs.: Ninguém pode em nome próprio defender o direito 
alheio, mas há também está exceção de legitimidade excepcional. 
Quando aplicada a condição suspensiva: 
 
 
 
Quando aplicada a condição resolutiva: A referencia a esta condição, para alguns 
doutrinadores, é um descuido do legislador, pois só faz lógica na condição 
suspensiva. Mas ele vai para os sucessores titulares do direito eventual. 
 
 
3ª Obs.: 
Art. 876. Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir; 
obrigação que incumbe àquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a condição. 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 11-Teoria das Relações Jurídicas II – 21Set09 – 
Profº Rainer Czajkowskia 
 
Encargo (modo) 
 - Elemento acidental que só se encontra em doações e 
testamentos(herança e legado). 
 - É uma obrigação que o beneficiário assume. 
 - Autor da liberalidade está presente tanto na doação modal(doador) 
quanto no testamento(testador)  o Autor cria o encargo 
 - Beneficiário: na doação(donatário), testamento(herdeiro ou legatário). 
 o Beneficiário assume a obrigação de cumprir o encargo. 
 - Ex.: Doação da casa X, se você aceita a doação vai ter que cumprir o 
encargo(manter a casa para creche). 
 - Encargo ≠ preço 
 - O Encargo não integra a formação do negocio, mas execução. 
 - O preço faz parte da formação do n.j. 
 - Basta a pessoa aceitar a doação ou testamento para que o n.j. se 
conclua, se ela vai cumprir o encargo, já é outro assunto. 
 - Não existe correlação econômica do bem com o encargo. 
- doação modais é referente a doação com encargo, chamada de doação onerosa, 
mas não confundir, pois não há onerosidade. 
 - Não é condição suspensiva, pois está condição é para bens futuros, já 
que no encargo o beneficiário já recebe a titularidade do bem, antes mesmo de 
cumprir o encargo. 
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo 
quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição 
suspensiva. 
 - Se houver uma condição o beneficiário não será titular de direito do bem 
até que se complete a condição. 
 - Se houver duvida se é encargo ou condição suspensiva, opta-se como 
encargo pois ele é mais favorável ao beneficiário. 
 - Os herdeiros que recebem o bem com encargo, exceto quando o encargo 
é personalíssimo, deverão continuar com o encargo. Ex.: Michael Jackson morre e 
não faz os shows previstos, o encargo de realizar os shows não se passam para os 
herdeiros. 
Conceito de reserva mental: 
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a 
reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha 
conhecimento. 
 
- Caráter coercitivo do encargo 
 - Encargo é obrigação 
 - O cumprimento do encargo é judicialmente exigível. 
 - No caso de condição suspensiva não se exige o cumprimento. 
 - Encargo pode envolver uma: 
 1. Obrigação de dar(pagar) – Ex.: Doação da casa X com o encargodo donatário fazer doações por 10 anos às creches.  Ação de cobrança – não é 
necessário que seja o autor que tenha que cobrar a obrigação. 
 2. Obrigação de fazer  Ação cominatória – CPC, Art. 461 
Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o 
juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará 
providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. (Redação 
dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994) 
 3. Obrigação de não fazer – Ex.: Deve conservar a casar em suas 
características originais.  Ação cominatória. 
 - No caso de doação: o doador de cobrar o encargo, se o doador 
morrer, os herdeiros, os terceiro beneficiados pelo cumprimento do encargo ou o 
Ministério Público pode exigir o cumprimento do encargo, no caso do MP exige 
quando há o interesse geral(interesse social ou publico). 
Art. 553. O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a 
benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral. 
Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o Ministério Público poderá 
exigir sua execução, depois da morte do doador, se este não tiver feito. 
 - O mesmo se aplica por interpretação extensivas para o caso do 
Legado. 
Art. 1.938. Nos legados com encargo, aplica-se ao legatário o disposto neste Código quanto 
às doações de igual natureza. 
 
- Ação Revocatória da Doação 
 Art. 562. A doação onerosa pode ser revogada por inexecução do encargo, se o 
donatário incorrer em mora. Não havendo prazo para o cumprimento, o doador poderá 
notificar judicialmente o donatário, assinando-lhe prazo razoável para que cumpra a 
obrigação assumida. 
- Se não tiver claro o prazo para a execução do encargo, o doador deve 
entrar com uma notificação. 
- A ação revocatória é privativa do doador, ou seja, ele em vida tem que 
ajuizar a demanda.  Venosa dá ao entender que a ação revocatória podia ser 
dos herdeiros também, mas não é o entendimento geral. 
Art. 560. O direito de revogar a doação não se transmite aos herdeiros do doador, 
nem prejudica os do donatário. Mas aqueles podem prosseguir na ação iniciada pelo doador, 
continuando-a contra os herdeiros do donatário, se este falecer depois de ajuizada a lide. 
- A ação revocatória não tem efeitos retroativos. 
Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o 
motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico. 
 - Ex.: Doar uma casa como legado, com o encargo de manter lá um 
prostíbulo, neste caso o encargo é ilícito, sendo desconsiderado o encargos. 
 
================== Matéria da 1ª Prova acaba aqui ================== 
 
Cap. V - Defeitos do Negócio Jurídico 
- Plano da Validade: o elemento do suporte fático vontade precisa ser livre, 
consciente e de boa-fé 
 - Quando falta a liberdade e a consciência  vícios de vontade ou vícios 
de consentimentos. Havendo neste momento o ERRO, DOLO, COAÇÃO, ESTADO 
DE PERIGO E A LESAO.  Tornam o n.j anulável. 
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: 
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude 
contra credores. 
 - Quando falta a boa-fé  Simulação e a Fraude Contra Credores são 
vícios sociais. O erro está nos objetivos da manifestação de vontade, falta a boa-
fé. A simulação acarreta a nulidade e a fraude contra os credores acarreta a 
anulabilidade. 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se 
válido for na substância e na forma. 
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: 
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude 
contra credores. 
 - Fraude à Lei também é hipótese de nulidade 
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: 
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; 
Aula 12-Teoria das Relações Jurídicas II – 24Set09 – 
Profº Rainer Czajkowskia 
 
Erro ( art. 138 a 144) 
 - Falsa percepção da realidade das coisas, pela pessoa. 
 - o Código Civil reportar o Erro à Ignorância, sendo a ignorância o 
desconhecimento da realidade. 
 Porque invalida um negocio juridico? 
 Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade 
emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, 
em face das circunstâncias do negócio. 
 - Requisitos para o Erro ser anulável: 
 - Erro substancial: diz a respeito a essência(a alma) do n.j., se não 
fosse o erro, o n.j. seria realizado. O Erro diz respeito ao fundamental do n.j. 
 - Erro escusável(desculpável): quem vai analisar este erro é o juiz. 
Analisa a diligência média do homem, para saber se ele era capaz de entender o 
n.j. dentro dos padrões humanos, qualquer pessoa nesse padrão poderia ter 
cometido este equívoco. A ordem jurídica não pode tutelar a irresponsabilidade. 
 - Classificação do Erro: 
Art. 139. O erro é substancial quando: 
I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma 
das qualidades a ele essenciais; 
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a 
declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante; 
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou 
principal do negócio jurídico. 
 - Erro de fato: 
 Inciso I – 
Erro quanto a natureza do negócio.(error in negotio) – 
refere-se ao um equivoco no instituto jurídico que utiliza. Erra nos 
instrumentos. Ex.: Confundi o comodato(cede para o uso e quer de 
volta posteriormente) com a doação(entrega a titularidade do 
bem), ao manifestar a vontade diz um modelo jurídico, mas na 
verdade queria outro modelo. Ex.: Financiamento para comprar no 
banco. Diferença entre a Hipoteca(valor econômico está vinculado 
ao bem, mas você continua dono do bem) e a Alienação 
Fiduciária(você não é dono enquanto não termina de pagar o bem) 
Erro quanto à identidade(error in corpore) – a pessoa erra a 
respeito do bem que pretende adquirir. Ex.: Vai comprar um 
colheitadeira, pede um tipo mas na verdade, confundido com a 
necessidade, queria o outro. 
 Erro quanto à substância do objeto (error in substantia) – 
diz respeito as qualidades, as características da que você queria 
comprar. Ex.: Trocar o ouro pelo cobre, o plástico pelo vidro. Ex.2: 
Um empresa vai comprar um produto químico, mas se equivoca, e 
compra outro com diferentes características. 
 Inciso II 
 Erro quanto à pessoa – n.j. está ligado a pessoalidade. Ex.: 
Você almeja um destinatário especifico que não se confundi com as outras. Nesse 
n.j a confusão que se faça, querendo contratar A e acaba contratando B, aí 
estamos em um erro quanto à pessoa. 
 Ex.2: Direito de Família – anulação de casamento por 
erro essencial quanto à pessoa. Ex.:Acaba casando com um aidético sem saber. 
Art. 1.556. O casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte 
de um dos nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro. 
Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge: 
I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que 
o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado; 
II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne 
insuportável a vida conjugal; 
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável, ou de moléstia 
grave e transmissível, pelo contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro 
cônjuge ou de sua descendência; 
IV - a ignorância, anterior ao casamento, de doença mental grave que, por suanatureza, torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado. 
 Inciso III 
 Erro de Direito – novidade do código atual, importado do 
direito europeu. Aplicação em casos excepcionais. 
 Art. 3o do LICC - Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. 
 - Em determinados casos, o desconhecimento de minúcias 
da lei, pode haver a anulação do n.j. 
 - Ex.: Dto de Família – No ultimo artigo da Lei do Divorcio, 
diz que os artigos tais e tais, passam a ter a seguinte redação... Em um dos artigos 
fala sobre o regime supletivo, passando a comunhão universal de bens, para 
parcial de bens. Nos primeiros meses as pessoas continuavam se 
casando(achando que ainda casavam com comunhão universal), sem saber desta 
alteração. Então, dezenas de casais entram na justiça pedindo a alteração do 
regime parcial para universal. 
 Erro quanto ao motivo da realização do negócio. 
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como 
razão determinante. 
 - Caracteriza uma exceção no n.j.: 
 - Regra: irrelevância da causa. 
 - Exceção(art. 140): vicio de consentimento. Requisitos da causa: 
 - Determinante – a causa deve ser determinante 
 - Expressa – deve estar expressa. 
Exemplo de Erro quanto no motivo da realização do negócio: 
Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o caráter 
de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao 
valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto. 
 Erro na declaração interposta de vontade: 
Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos 
mesmos casos em que o é a declaração direta. 
 - O que é anulável é o n.j e não o vontade. 
 - Reporta aos contratos celebrado a distância. 
 - Ex.: Contrato celebrado pela internet – por alguns problemas técnicos o 
contrato sai truncado, devido a problema de transmissão dos dados. 
 - Ex.2: Mensageiros de vontade alheia – Você manda o Office boy entregar 
os documentos A,B e C para as empresas 1,2 e 3, respectivamente, mas ele 
entrega errado. 
 
Princípio da Conservação 
Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de 
vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder 
identificar a coisa ou pessoa cogitada. 
Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade. 
Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a 
quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da 
vontade real do manifestante. 
 - Entendemos que nem a lei, nem o legislador, nem o juiz tem algum 
especial interesse de ir invalidando ou desfazer as manifestações de vontade dos 
indivíduos. 
 - Sempre que invalidamos temos problemas para a sociedade, para o juiz, 
por isso não há interesse na invalidação do n.j. 
 - Sempre que possível retificar, modificar, tentar salvar o n.j. defeituoso, 
deve ser tentado. 
 - Art. 142, 143 – Erros acidentais  Uma pessoa fazendo seu testamento 
diz assim: “Deixo a casa para A, pois me ajudando,blábláblá. “ Você justifica 
quando não está beneficiando um parente próximo. Na hora que você vai 
escrever o nome do beneficiário, você esquece o nome. É possível descobrir 
quem é ele, não é necessário anular o negocio.  Se você erra no calculo básico, 
não é necessário anular, só arrumar o cálculo. 
 - Art. 144 – Mais importante. O erro até pode ser substancial, mas há o 
convalescimento do n.j.  Destinatário de uma manifestação de vontade também 
recebe o nome de declaratário. Ele pode se dispor a retificar o erro do n.j, extra-
judicionalmente, neste caso não é necessário anular o n.j. 
 
Distinção entre Erro e Vicio Redibitório 
 
Erro Vicio Redibitório 
Defeito na manifestação de vontade Defeito oculto da coisa (art. 441) – Ex.: 
Você vai a loja e compra um carro com 
defeito, sem saber do defeito. 
 
Desdobramento do erro 
Art. 145 a 150 
 Dolo é todo expediente malicioso, é todo artifício, ardil, astucia que uma 
pessoa emprega para enganar, induzir à outra a um equivoco. 
 Dolo é o erro induzido. 
 Para você entrar com uma ação anulatório por dolo, você precisa provar 
que houve esta indução ao dolo ( não precisa apresentar os prejuízos; mas se 
pedir acumulação por perdas e danos a apresentação dos prejuízos da vitima do 
dolo é obrigatório. 
 É usual encontrarmos o dolo em nj bilaterais ( uma parte induz a outra ) 
 Ex.: C e V uma das partes induz a outra falsificando uma avaliação feita 
por uma imobiliária. 
 Conceitualmente, pode-se encontrar dolo em nj unilaterais. Ex.: conduzir 
a vontade do testador por meio de informações falsas sobre outra pessoa para a 
qual o testador deixaria uma casa. 
 Ex.2: Um individuo some com o poodle da madame e diz a ela pedir um 
resgate. 
Fraude  Conceito Amplo 
Dolo  É uma modalidade de fraude, ou seja, o dolo é um dos tipos de conduta 
fraudulenta 
Direito Civil Tradicional: 
 Dolo (vício de vontade) 
 Dolus Bonus: Exagero; o argumento retórico para facilitar a realização de 
um nj qualquer, é a blasonaria( “ conversa de vendedor”) É algo tão ingênuo, tão 
exagerado, que uma pessoa de inteligência mediana não acredita. 
 No Direito do Consumidor: esta distinção (dolo e dolus bônus) tende a 
desaparecer – art. 36 a 38 CDC (propaganda abusiva, enganosa) gera 
indenização. 
 A concepção de dolo no direito civil é diferente da concepção de dolo no 
direito do consumidor(neste é mais amplo) 
 Classificação do DOLO 
1. Quanto à extensão 
- Dolo principal(primário, causal, determinante, essencial)  A indução da 
pessoa em erro foi essencial para a existência e celebração do nj 
Art. 145 
- Dolo acidental(incidental, “dolus incidens”, secundário)  induz uma das 
partes em erro em questões secundarias (que não causa determinantes do nj). 
Não anula o nj inteiro; revisa 
Art. 146  as condições sobre as quais o nj foi alterado 
No CDC: está classificação tende a desaparecer como medida protetora do 
consumidor. 
Um mero elemento acidental pode ser motivo do desfazimento do nj. 
2. Quanto à atuação do agente 
- Dolo comissivo: o agente presta informações falsas, forja documentos, inventa 
testemunhas, cria cenários. Existe uma atuação do agente, ele constrói o ardil 
que induz o outro ao erro. 
- Dolo omissivo: abstenção maliciosa (o sujeito deveria prestar informações e 
não presta) infração do principio da boa-fé objetiva 
Art. 147: exige-se que o nj seja bilateral (quando na forma comissiva). 
Estabelecimento do nexo de causalidade( relação de causa e efeito) 
 Para que se possa anular um nj por dolo omissivo, este deve ser o 
principal do nj – causa determinate. 
 O grande problema do dolo omissivo ~e o nexo de causalidade  este 
dolo tem que ser determinante para a realização do nj 
CDC, art 46  para fins de consumo, consegue-se anular um nj por dolo omissivo 
(mesmo que este dolo seja acessório). Esta classificação tende a desaparecer 
 
 Desdobramento do dolo - DOLO DE TERCEIRO 
Art. 148 
 Um estranho ao nj que é o agente doloso 
A(beneficiado) < -------C ( 3º Agente doloso) ------ > B (vítima do dolo) 
 Quem induz uma das partes ao erro 
 Beneficia uma das partes e prejudica outra: no ex: beneficia A e 
prejudica, induz B ao erro 
 O 3º não pode ser representante - preposto de A. 
 O 3º é amigo / parente de uma das partes ou interessado indiretamente 
na celebração do nj que beneficia A e prejudica B. 
 Se A sabia ou deveria saber da conduta do 3º, o nj é anulável (vale a 
regra geral)  É viciado 
 Deveria Saber: esta expressão é uma orientação do juiz para que o A 
no padrão médio de comportamento.

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