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TCC A CONTRIBUIÇÃO DA NEUROPSICOPADAGOGIA

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FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ
A INTERVENÇÃO DA NEUROPSICOPEDAGOGIA NOS 
TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM
RIVERSUL/SP
2017
FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ
JAQUELINE DE FÁTIMA DA ROSA
A INTERVENÇÃO DA NEUROPSICOPEDAGOGIA NOS 
TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM
Trabalho entregue à Faculdade de Educação São Braz, como requisito legal para convalidação de competências, para obtenção de certificado de Especialização Lato Sensu, do curso de Neuropsicopedagogia, conforme Norma Regimental Interna e Art. 47, Inciso 2, da LDB 9394/96.
Orientador: Francisco Carlos Somavilla
RIVERSUL/SP
2017
2017
Olá, 
Eu me chamo Somavilla e irei orientá-lo(a) no desenvolvimento desse TCC! Buscarei de forma clara apontar os elementos que precisam ser revistos para enriquecer essa produção e a articulação das ideias apresentadas. Lembrem-se sempre que as indicações buscam, portanto, contemplar elementos fundamentais em um trabalho acadêmico que são obrigatórios (normas ABNT, sustentação teórica, etc). 
Para otimizar a correção, segue a legenda das indicações realizadas:
Palavra: 	Palavras destacadas em verde – será preciso rever a ortografia (palavras escritas erradas). 
Trechos: 	Trechos destacados em azul – releiam o trecho em questão e reescrevam. Esses destaques indicam que o texto foi encontrado em fontes da internet (que pode não ser necessariamente a mesma que consultou) e precisa ser readaptado para ser aceito
Trechos: 	Trechos destacados em amarelo – contemplem as indicações a serem realizadas 
Nomes\Nomes: 	Os nomes marcados em rosa no seu trabalho têm seus respectivos documentos listados nas referências, ou seja está correto, quando não há uma referência de citação marcada com a cor vermelha é necessário inserir o documento nas referências.
Peço que NÃO retire as marcações! Apenas realize os ajustes e deixem comigo a padronização final, ok? Sinta-se livre para inserir qualquer comentário que achar pertinente, só marque com cor diferente para facilitar a localização.
Desejo-lhe um excelente trabalho!
Atenciosamente, Profº Francisco Carlos Somavílla
RESUMO
A escola no enfrentamento da problemática das dificuldades de aprendizagem, apresentadas pelos alunos, vem reformulando suas concepções sobre o processo da aprendizagem, considerando às contribuições das Neurociências, na área da Neuropsicopedagogia. Com o objetivo de aprofundar sobre os estudos da Neuropsicopedagogia, que demonstra o entendimento da relação entre funcionamento do sistema nervoso e o processo da aprendizagem; através da metodologia da revisão de literatura, realizou-se a elaboração desse artigo. A utilização da literatura da Neurociência através da Psicologia Cognitiva e da Pedagogia apresenta novos procedimentos para a identificação, diagnóstico, reabilitação e prevenção dos distúrbios das aprendizagens. A aplicação dos estudos da Neuropsicopedagogia, através da atuação do neuropsicopegagógico, na escola, é uma base de sustentação; orientando os professores, esclarecendo as dúvidas, avaliando os alunos quanto aos distúrbios mais comuns relacionados à aquisição de linguagem e habilidades matemáticas, e as habilidades que a criança precisa ter desenvolvido e recomendando novas alternativas de metodologias de ensino, realizando um acompanhamento diferenciado; procedimentos esses que incorporados às práticas pedagógicas vão encontrar um novo caminho para o desenvolvimento da aprendizagem, atenuando os problemas educacionais.
Palavras-chave: Distúrbios de aprendizagem. Intervenção. Neuropsicopedagogia. 
1. INTRODUÇÃO
Um grande desafio da escola é cumprir uma de suas finalidades, garantir o pleno desenvolvimento do educando, favorecendo sua formação no campo cognitivo, para a assimilação dos conhecimentos e operações mentais, para o alcance de uma aprendizagem bem sucedida; devido o aumento do número de alunos que apresentam deficiências de aprendizagem. A escola, para a superação das deficiências de aprendizagem, apresentadas pelos alunos, vem buscando reformulação de suas concepções sobre o processo da aprendizagem, considerando às contribuições das Neurociências, na área da Neuropsicopedagogia.
A Neuropsicopedagogia apresenta o entendimento da relação entre funcionamento do sistema nervoso e a aprendizagem, fundamentada nas pesquisas e estudos da Neurociência. A utilização da literatura da Neurociência através da Psicologia Cognitiva e da Pedagogia apresenta novos procedimentos para a identificação, diagnóstico, reabilitação e prevenção dos distúrbios das aprendizagens. A atuação do neuropsicopedagogo na escola contribui no enfrentamento das dificuldades e distúrbios das aprendizagens, identificando a origem das alterações na aprendizagem, diagnóstico, reabilitação e prevenção, através de um trabalho interdisciplinar. 
O objetivo desse trabalho é demonstrar a importância das contribuições da Neuropsicopedagogia no contexto escolar, para trabalhar com alunos que apresentam deficiências na aprendizagem, proporcionando novas expectativas.
Para a elaboração deste trabalho realizou-se a revisão de literatura através de pesquisas sobre materiais publicados em livros, artigos, dissertações, revistas e disponíveis na web, envolvendo procedimentos de leitura e interpretação de obras literárias, os quais promoveram o resultado e discussão sobre o propósito da intervenção da Neuropsicopedagogia nas deficiências da aprendizagem. 
O desenvolvimento deste artigo está organizado na seguinte sequencia: Revisão de literatura, subdividida em tópicos: 2.1. Neurociência, 2.2. Neuropsicopedagogia, 2.3. Aprendizagem e os transtornos da aprendizagem; na segunda parte relatamos sobre os Métodos e Materiais utilizados para a realização desse trabalho, o resultado e discussão dos estudos e as considerações finais, apresentando a aquisição dos conhecimentos decorrentes desse estudo.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Neurociência (deixe sem negrito todos os subtítulos)
Conforme Medical Dictionary apud Wikipédia, a enciclopédia livre, “a neurociência é o estudo cientifico do sistema nervoso”, um estudo sistemático de investigação e análise do sistema nervoso. Estudos e experiências voltadas para a compreensão do funcionamento do cérebro percorreu por longos séculos, gerando grandes descobertas. 
Segundo Bear et. al. (2002), “a história moderna das neurociências ainda está sendo escrita”, e sua finalidade é estudar o funcionamento do sistema nervoso humano. Os estudos em neurociências são divididos em dois tipos: a pesquisa clinica e experimental. As principais especialidades destinadas à neurociência são a neurologia, a psiquiatria, a neurocirurgia e a neuropatologia. 
A neurociência, historicamente é considerada como um ramo da biologia, mas atualmente ela é uma ciência interdisciplinar que contribui com outros campos como a psicologia, educação,  ciência da computação, engenharia, antropologia, linguística, matemática, medicina e disciplinas correlatas. 
Segundo Lent (2004), a concepção da diversidade de metodologias de estudos sobre o cérebro é “acompanhar, em princípio os distintos níveis anatômicos – funcionais que a biologia utiliza para o estudo dos seres vivos”. 
Ventura (2010), ao expressar sobre a neurociência, destaca que a mesma possui uma importante interface com a Psicologia e a define do seguinte modo:
A neurociência compreende o estudo do sistema nervoso e suas ligações com toda a fisiologia do organismo, incluindo a relação entre cérebro e comportamento. O controle neural das funções vegetativas – digestão, circulação, respiração, homeostase, temperatura-, das funções sensoriais e motoras, da locomoção, reprodução, alimentação e ingestão de água, os mecanismos da atenção e memória, aprendizagem, emoção, linguagem e comunicação, são temas de estudo da neurociência. (Ventura, 2010, p.123),
O avanço mais proeminente sobre os estudos e pesquisas do funcionamentodo cérebro se deu através de Alexander Romanovich Luria (1901–1978). Luria desenvolveu um experimento com indivíduos portadores de lesão cerebral, registrando as respectivas lesões cerebrais e as alterações no comportamento, com o objetivo de estudar as bases neurológicas do comportamento. 
As contribuições decorridas das Neurociências foram relevantes para várias áreas e principalmente para a Educação, proporcionando uma compreensão mais eficaz do processo da aprendizagem de um indivíduo.
2.2. Neuropsicopedagogia
De acordo com a Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia – SBNPP (2014), a Neuropsicopedagogia:
É uma ciência transdisciplinar, fundamentada nos conhecimentos da Neurociência aplicada à educação, com interfaces da Pedagogia e Psicologia Cognitiva que tem como objeto formal de estudo a relação entre o funcionamento do sistema nervoso e a aprendizagem humana numa perspectiva de reintegração pessoal, social e educacional. (SBNPP, 2014)
A iniciativa de prover novos conhecimentos na área da Neurociência pertinentes a Educação, observando o comportamento e as emoções na perspectiva da aprendizagem; suscitou o primeiro projeto que envolveu as Neurociências aplicadas à Educação, originando-se a Neuropsicopedagogia, unindo Neurociências, Psicologia e Pedagogia. (SBNPP, 2014).
A Neuropsicopedagogia é uma prática complexa, mas com prospectiva de oferecer grandes benefícios à educação, na intervenção prévia referente aos transtornos de aprendizagem. Na atualidade a Neuropsicopedagogia é concebida como uma prática fundamentada em referenciais teóricos e não uma ciência; assimilada como uma área de estudo da Neurociência. Compreende-se que a área de estudo das neurociências tem por objetivo a apreciação dos processos cognitivos, “para construir os indicadores formais para a intervenção clínica frente aos educandos padrões com baixo desempenho e que apresentam disfunções neurais devido a lesão neurológica de origem genética, congênita ou adquiridas”, conforme Rotta apud Cosenza (2010).
“Área de estudo das neurociências na qual objetiva a análise dos processos cognitivos, potencialidades pessoais e perfil socioeconômico, a fim de contribuir indicadores formais para a intervenção clínica frente aos educadores padrões com baixo desempenho e que apresentam disfunções neural devido à lesão neurológica de origem genética, congênita ou adquirida”. 
Penha Peterli (2016) relata que “a Neuropsicopedagogia junto a Neurociência tem ampliado o número de pesquisas sobre o cérebro e seu desenvolvimento”. 
A autora ainda menciona em seu artigo: 
Entender a conexão cérebro x aprendizagem e suas dificuldades, proposta a partir da neurociência, apresenta-se como um dos assuntos em evidencia e um desafio por considerar a neurociência ser uma ciência nova; assim sendo pode-se dizer que a interface cérebro x aprendizagem necessita de muito investimento e divulgação científica. (Penha Peterli, 2016).
Nos seus estudos Luria (1981) comprova que o comportamento humano, são sistemas funcionais constituídos por uma complexa “constelação dinâmica” de zonas cerebrais, que trabalham de forma coordenada, cada uma contribuindo para o todo. O reconhecimento de que os processos mentais humanos são analisados como sistemas funcionais de alta complexidade, determinou uma ascensão na neuropsicologia. Difundindo a concepção de que o cérebro se organiza em unidades, executando processos como “obter”, “processar”, “armazenar” as informações, e programar, verificar e regular as atividades mentais.
Tabaquim (2003) ressalta a importância de conhecer as estruturas funcionais do cérebro para o processo de aprendizagem, principalmente na intervenção dos distúrbios:
O cérebro é o órgão privilegiado da aprendizagem. Conhecer sua estrutura e funcionamento é fundamental na compreensão das relações dinâmicas e complexas da aprendizagem. Na busca pela compreensão dos processos de aprendizagem e seus distúrbios, é necessário considerar os aspectos neuropsicológicos, pois as manifestações são, em sua maioria, reflexo de funções alteradas. As disfunções podem ocorrer em áreas de input (recepção do estímulo), integração (processamento da informação) e output (expressão da resposta). O cérebro é o sistema integrador, coordenador e regulador entre o meio ambiente e o organismo, entre o comportamento e a aprendizagem. (TABAQUIM, 2003, p.91)
A Neuropsicopedagogia, fundamentada na Neurociência, prossegue acrescentando contribuições científicas importantes para um entendimento mais coerente sobre funcionamento do cérebro no processo da aprendizagem, assimilando que o ser humano percebe o mundo através dos seus sentidos de percepção e sua memória.
Memória é a aquisição, a formação, a conservação e a evocação de informações. A aquisição é também chamada de aprendizagem só se “grava” aquilo que foi aprendido, a evocação é também chamada recordações, lembranças, recuperação. Só lembramos aquilo que gravamos aquilo que foi aprendido. (IZQUIERDO, 2002. p. 9).
De acordo com Fernandez (2010), a contribuição da Neuropsicopedagogia para a aprendizagem se destaca em três pontos esclarecedores: Educação; Psicologia e Neuropsicologia. Educação com a finalidade de proporcionar a instrução, o treinamento e a formação. A Psicologia procura esclarecer os aspectos psicológicos do indivíduo. E, concluindo, a Neuropsicologia com a teoria do cérebro trino; propiciando a teoria das múltiplas inteligências, propostas por Gardner.
O processo de aprendizagem não se restringe apenas na assimilação de conteúdos, esse processo demanda uma rede complexa de operações neurofisiológicas e neuropsicológicas. 
Alvarez e Lemos (2006) explicam que, além destes dois aspectos, a aprendizagem solicita a contribuição do meio ambiente, e devem:
[...] considerar os processos cognitivos internos, isto é, como o indivíduo elabora os estímulos recebidos, sua capacidade de integrar informações e processá-las, formando uma complexa rede de representações mentais, que possibilite a ele resolver situações-problema, adquirir conceitos novos e interpretar símbolos diversos. (Alvarez e Lemos 2006, p. 182).
2.3. Aprendizagem e os transtornos da aprendizagem. 
Na sociedade contemporânea, o baixo índice de rendimentos dos alunos tem gerado muitos questionamentos sobre métodos, estratégias, conteúdos e práticas educativas. A escola como um espaço destinado à aprendizagem, para atender as diversas demandas, vem tentando superar seus desafios buscando alternativas para as questões pedagógicas. Áreas como a Psicologia e a Neurologia, têm contribuindo com estudos e pesquisas para um eficaz entendimento dos processos emocional e cognitivo que envolve uma aprendizagem.
2.3.1. Aprendizagem
Coll et. al. (2000) apud Díaz (2011) constata que “todo universo destas propostas teóricas atualmente são reconhecidas, por sua consistência, cinco teorias resumem todo um espectro epistemológico relacionado com a aprendizagem”:
a) Teoria da aprendizagem por associação tipo comportamentalista; 
b) Teoria verbal significativa da aprendizagem (que eu prefiro denominar “de aprendizagem significativa”); 
c) Teoria cognitiva baseada no processamento da informação; O processo de aprendizagem e seus transtornos - 29 d) Teoria genética da aprendizagem (que eu prefiro denominar “psicogenética”); 
e) Teoria sociocultural da aprendizagem e do ensino (que eu prefiro denominar “sócio-histórica e cultural”). 
(COLL et al., 2000, p. 211 apud DÍAZ, 2011, p. 28/29)
De acordo com Díaz (2011), a teoria da aprendizagem por associação tipo comportamentalista, concebidos por Watson, “parte da associação entre estímulo e resposta onde o estímulo proveniente do meio provoca uma resposta do organismo que, com sua repetição, leva a pessoa a uma associação mental”.
Bock (2005) apud Díaz (2011) define a teoria verbal significativa da aprendizagem [...] “quando um novo conteúdo (ideias ou informações) relaciona-se com conceitos relevantes, claros e disponíveis na estrutura cognitiva, sendo assim, assimilado por ela”.Conforme Lefrancois (2008) a psicologia cognitiva defendida por Bruner, “é o processamento da informação (PI), a representação mental e o processamento da informação, envolvendo a interação entre o ser aprendente e a tarefa”.
Segundo Carmo (2012) a teoria psicogenética da aprendizagem representada por Jean Piaget (1896-1980), Vygotsky (1896-1934), Leontiev (1903-1979), Luria (1902-1977) e Wallon (1879-1962), chamados teóricos interacionistas, “entendem a gênese do comportamento humano na perspectiva interacionista, em que sujeito e objeto interagem em um processo que constrói e reconstrói estruturas cognitivas”.
Campos (1982) considera a aprendizagem “um processo tão importante para sucesso da sobrevivência do homem que foram organizados os meios educacionais e escolas para tornarem as aprendizagens mais eficientes”. Após um estudo detalhado sobre as diversas definições de aprendizagem de diferentes autores, a autora conclui que “a aprendizagem é uma modificação sistemática do comportamento ou da conduta, pelo exercício ou repetição, em função de condições ambientais e condições orgânicas”.
2.3.2. Transtornos da aprendizagem
Os transtornos de aprendizagem são limitações que os alunos apresentam na realização de uma determinada tarefa, não acompanhando o ritmo dos demais. 
Coll et. al. (1995) apud por Díaz (2011) se refere aos distúrbios da aprendizagem, assimilando como “[...] qualquer dificuldade observável enfrentada pelo aluno para acompanhar o ritmo de aprendizagem de seus colegas, da mesma faixa etária seja qual for o determinante desse atraso”. 
Na investigação das causas de fracasso e de evasão escolar, os distúrbios de aprendizagem é o tema mais argumentado, tanto na literatura científica como no âmbito escolar; sendo considerado como a enfermidade do século XX e que prossegue pelo século XXI.
Fonseca (1995) ao relatar sobre as dificuldades de aprendizagem, menciona que:
[...] as teorias das dificuldades de aprendizagem são controversas, conceitualmente confusas e raramente apresentam dados de aplicação educacional imediata. Mesmo com uma grande panorâmica e com um grande potencial de investigação, as teorias das DA continuam a ser muito complexas e muito pouco consistentes (FONSECA, 1995, p.57-58).
Díaz (2011) adverte que os distúrbios da aprendizagem não devem ser tratados de forma generalizada, padronizando suas causas e consequências:
“que existem alterações da aprendizagem devido a afetações do sistema nervoso central, em particular do cérebro, como também existem alterações da aprendizagem que se deve a outras causas, tanto internas como externas, porém, que não comprometem o bem-estar estrutural e fisiológico cerebral; assim, não podemos nos referir a umas e outras de forma similar, indistintamente, igualando suas causas e homogeneizando suas consequências”. (DÍAZ, 2011, p.249)
Saravali (2003) assegura que: “muitos daqueles que têm dificuldade de aprendizagem são erroneamente classificados como tendo baixa inteligência, insolência ou preguiça [...]”.
De acordo com a definição estabelecida no de 1981 pelo National Joint Comitee for Learming Disabilities (Comitê Nacional de Dificuldades de Aprendizagem). Nos Estados Unidos da América:
Segundo Veríssimo et.al., 2007, a definição sobre a deficiência da aprendizagem, adotada pelo National Joint Committee on Learning Disabilities (NJCLD, 1994), e também apreciada por vários autores: 
“Dificuldades de aprendizagem é um termo geral que se refere a um grupo heterogéneo de desordens manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, fala e escrita, raciocínio, ou habilidades matemáticas. Estas desordens são intrínsecas ao indivíduo, presumivelmente devem-se a disfunções do sistema nervoso central e podem ocorrer ao longo da vida. Problemas na autorregulação comportamental, percepção social e interação social podem existir com as dificuldades de aprendizagem mas não constituem por eles próprios uma dificuldade de aprendizagem. Embora as dificuldades de aprendizagem possam ocorrer concomitantemente com outras condições desvantajosas (handicapping) (por exemplo, dificuldades sensoriais, deficiência mental, distúrbios emocionais sérios) ou com influências extrínsecas (tais como diferenças culturais, instrução insuficiente ou inapropriada), elas não são o resultado dessas condições ou influências.” 
(VERÍSSIMO et.al., 2007, p. 51) 
Drouet (2003) relata que os principais fatores causadores das dificuldades de aprendizagem, são provenientes dos aspectos físicos, sensoriais, neurológicos, emocionais, intelectuais ou cognitivos, educacionais e socioeconômicas.
Aspectos físicos: a anomalia permanente do físico e as perturbações temporárias como dores, doenças parasitárias, febres, doenças alérgicas e doenças infantis.
Aspectos sensoriais: alterações dos órgãos dos sentidos.
Aspectos neurológicos: as disfunções cognitivas, como o retardamento mental, lesão cerebral, ausências ou disritmias, disfunção cerebral mínima, genética ou congênita, distúrbios da inteligência, problemas de comportamento. 
A disfunção cerebral mínima acarreta atrasos de várias estruturas, psicomotores, linguísticos, cognitivos, socioemocionais, destacando os distúrbios de aprendizagem escolar, como dislexia disgrafia, disortografia, discalculia.
2.4. A intervenção da Neuropsicopedagogia nas dificuldades de aprendizagem.
A Neuropsicopedagogia como um conhecimento transdisciplinar, fundamentada nos estudos das Neurociências aplicada à educação, considerando os aspectos da Psicologia e da Pedagogia, é um método de apoio para a superação das dificuldades de aprendizagem, através da atuação do neuropsicopedagogo no âmbito escolar. 
Beauclair (2014), ao se referir a Neuropsicopedagogia afirma:
“um novo campo de intervenção e especialização, onde o conhecimento ultrapassa fronteiras e cria, com isso, novas possibilidades de aprender sobre o aprender, ampliando olhares e oportunizando novas formas de interrelacionar informações, conhecimentos e saberes.” 
(BEAUCLAIR, 2014, p. 28). 
O profissional da Neuropsicopedagogia, o neuropsicopedagogo, com um conhecimento dos estudos das Neurociências, tem a compreensão do funcionamento do cérebro e o comportamento humano, com base nas teorias de aprendizagem e nas estratégias para o ensino-aprendizagem.
Segundo a Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia (SBNP), 2016, a atuação do Neuropsicopedagogo na área Institucional, ou de educação especial, de educação inclusiva deve contemplar:
Observação, identificação e análise do ambiente escolar nas questões relacionadas ao desenvolvimento humano do aluno nas áreas motoras, cognitivas e comportamentais;
Criação de estratégias que viabilizem o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem do aluno;
Encaminhamento do aluno a outros profissionais quando o caso for de outra área de atuação/especialização.
De acordo com Hennemann, 2013, o neuropsicopedagogo:
Utiliza-se dos processos de metacognição, o pensar sobre o pensar, fazendo com que o indivíduo entenda o porquê de responder "de tal maneira, tal pergunta", de que forma poderia ter feito melhor, sendo assim, os processos metacognitivos vão além da cognição, uma vez que esta se baseia somente em ensinar o aluno a dar respostas e se possíveis certas. Aliado aos demais profissionais do contexto educativo ele procura transformar “queixas” em pensamentos, criando espaço para a escuta e observação, a partir daí, fazer devolutivas. (HENNEMANN, 2013).
O neuropsicopedagogo através da observação, investigação e após da elaboração da hipótese diagnóstica, deve elaborar uma intervenção apropriada, considerando as peculiaridades de cada aluno, de forma coletiva, envolvendo outros profissionais, como o Neurologista, Psicólogo, Fonoaudiólogo, Nutricionista; com a finalidade de intensificar sua investigação. 
Concluindo o procedimento de investigação e intervenção o Neuropsicopegagógico, desenvolverá o trabalho de acompanhamento do aluno, através de contatos periódicos com o neuroaprendiz; comos pais e a equipe escolar (coordenador e professores)  com o proposito de observar os avanços.
A intervenção Neuropsicopedagogia tem como finalidade o aprimoramento da prática pedagógica e a evolução da criança no seu processo de aprendizagem da criança. 
3. MÉTODOS E MATERIAIS
	A realização desse estudo se deu pela metodologia da revisão de literatura, a qual proporcionou o acesso a diferentes fontes de informação sobre os contextos que nortearam a organização desse trabalho. Através dos procedimentos de busca, seleção e análise de materiais publicados em livros, artigos, dissertações, revistas e disponíveis na web, procedendo à elaboração do trabalho, o qual tem como tema A intervenção da Neuropsicopedagogia nas deficiências da aprendizagem. O primeiro passo foi uma pesquisa online sobre a bibliografia sobre os assuntos, a Neurociências, a Neuropsicopedagogia, conceitos e reflexão sobre a aprendizagem na atual realidade e os transtornos da aprendizagem. O segundo passo foi à leitura e interpretações de obras dos autores mais destacados para o embasamento dos temas desenvolvidos.
A partir dos estudos realizou-se uma reflexão sobre os temas com o objetivo da conclusão dos estudos para a apresentação dos resultados e discussão, da intervenção da Neuropsicopedagogia para a superação dos desafios dos transtornos de aprendizagem.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Atualmente no espaço escolar é comum observarmos crianças sendo considerados como “alunos com deficiências de aprendizagem – DA”, sem que tenha feito uma avaliação por um profissional capacitado. A avaliação por um profissional capacitado é muito importante para que a criança não seja rotulada sem uma razão, sem parâmetros. As consequências de uma criança que apresenta dificuldade de aprendizagem e experimenta o fracasso escolar, são agravantes, levando a criança a ter sentimentos de insegurança, baixa autoestima e complexo de inferioridade. 
É importante e necessária a atuação do neuropsicopegagógico, na escola, para dar uma base de sustentação; orientando os professores, esclarecendo as dúvidas, avaliando os alunos quanto aos distúrbios mais comuns relacionados à aquisição de linguagem e habilidades matemáticas, e as habilidades que a criança precisa ter desenvolvido e recomendando novas alternativas de metodologias de ensino, um acompanhamento diferenciado, com base na literatura da Neurociência, da Psicologia e da Pedagogia; procedimentos que incorporados às práticas pedagógicas vão encontrar um novo caminho para o desenvolvimento da aprendizagem, diminuindo os problemas educacionais.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
 A realização desse estudo proporcionou uma compreensão mais efetiva sobre a aplicação da Neuropsicopedagogia no processo de aprendizagem, através da atuação do neuropsicopegagógico no ambiente escolar.
Diante da complexidade do processo educativo, o qual é destinado a uma heterogeneidade de alunos, cada um com suas características psíquicas, físicas, econômicas, sociais, culturais próprias; torna- se improvável que um único método de ensino atinja a todos, principalmente os alunos que apresentam alguma dificuldade de aprendizagem. 
A Neuropsicopedagogia como um conhecimento transdisciplinar, fundamentada nos estudos das Neurociências aplicada à educação, considerando os aspectos da Psicologia e da Pedagogia, é um método de apoio para a superação das dificuldades de aprendizagem.
A atuação do neuropsicopedagogo, com o conhecimento dos estudos das Neurociências, e com a compreensão do funcionamento do cérebro e o comportamento humano, é fundamental para auxiliar no processo de aprendizagem, atendendo os alunos que apresentam algum transtorno de aprendizagem, através da investigação e elaboração de um diagnóstico; a partir daí apresentar novas alternativas para a ação pedagógica, focando na maneira que o aluno processa a aprendizagem.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ALVAREZ, A.; LEMOS. I.C. Os neurobiomecanismos do aprender: a aplicação de conceitos no dia-a-dia escolar e terapêutico. 2006.
Disponível: http://revistas.unisinos.br/index.php/educacao/article/viewFile/edu.2014.181.02/3987
Acesso: 28/08/2017
BEAR, Mark F. Connors, B.W. Paradiso, M.A. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. Porto Alegre, RS, Artemd, 2002. 
Disponível:
http://www.jvasconcellos.com.br/fat/FAT_BIO/wp-content/uploads/2014/09/Livro-de-Fisiologia-Neuroci%C3%AAncias-Desvendando-o-sistema-nervoso-Bear-M.-F.-Connors-B.-W.-Paradiso-M.-A.pdf.
Acesso: 28/08/2017
BEAUCLAIR, J. Neuropsicopedagogia: inserções no presente, utopias e desejos futuros.
Disponível: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/cotidiano/a-atuacao-do-neuropsicopedagogo-frente-ao-combate-do-insucesso-escolar/67602
Acesso: 08/09/2017
CAMPOS, Dinah Martins de Souza. Psicologia da aprendizagem. 4ª ed. rev. e amplia. Petrópolis. Vozes. 1982
CARMO, Joao dos Santos. Fundamentos Psicológicos da Educação. Série Psicologia em Sala de Aula. 1ª ed. Curitiba. Intersaberes. 2012.
Disponível: https://www.passeidireto.com/arquivo/28084069/livropdf-psicologia-na-educacao.
Acesso: 12/09/2017
DÍAZ. Felix. O processo de aprendizagem e seus transtornos. Salvador. EDUFBA (Universidade Federal da Bahia). 2011. Disponível: http://www.repositorio.ufba.br:8080/ri/bitstream/ri/5190/1/O%20processo%20de%20aprendizagem-repositorio2.pdf . Acesso: 15/09/2017
DROUET, Ruth Caribé da Rocha. Distúrbios da Aprendizagem. 4. ed. São Paulo: Ática, 2003. Disponível: https://pedagogiaaopedaletra.com/resenha-disturbios-da-aprendizagem/. Acesso: 15/09/2017
FERNANDEZ, Ana.C.G. Aportes de La Neuropsicopedagogia a La pedagogia. La visión de Jennifer Delgado em: Desmitificación de La Neuropsicopedagogia. Lic. Psicologia y Pedagogia UPN Colômbia, ASOCOPSIP, 2010. Disponível: http://licenciadospsicologiaypedagogia.blogspot.com.br/2010/02/aportes-de-la-neuropsicopedagogia-la.html. Acesso: 28/08/2017
FONSECA, V da. Introdução às Dificuldades de Aprendizagem. 2. Introdução às Dificuldades de Aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médica. 1995. 
Disponível: file:///C:/Users/Usuario/Downloads/v24n74a05.pdf. Acesso: 13/09/2017
IZQUIERDO, I. . Memória. Porto Alegre: Editora Artes Médicas (ArtMed), 2002. 
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