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aula 01 TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO

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Profª Ms Margô Trindade Sartori mtsartori@uol.com.br
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TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO 
 PROFª MARIA ELCI MOREIRA GALVÃO
DIREITO EMPRESARIAL II
Profª Ms Margô Trindade Sartori mtsartori@uol.com.br
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ESTRUTURA DE CONTEÚDO
1.Teoria Geral dos Títulos de Crédito.
1.1. Natureza jurídica; 
2. Noções Históricas - evolução do escambo para o crédito; 
3. Conceitos de Obrigação e de Crédito; 
4. Atributos da Negociabilidade e Executoriedade - art. 585, I, CPC;
5. Conceito - art. 887, Código Civil.
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Histórico - Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
Na antiguidade o comércio ocorria tradicionalmente pelo escambo, isto é, trocava-se mercadoria por mercadoria. Assim, por exemplo um produtor de arroz que desejasse sal, ele precisava encontrar um produtor de sal que precisasse de arroz, e assim por diante. 
Como forma de dinamizar o comércio, alguns bens começaram a ser usados como “moeda” – inicialmente o sal, posteriormente sucedido por metais preciosos, e este, mais adiante, substituído pela moeda-fiduciária de forma imposta pelo estado. 
Com a evolução do comércio, as transações foram tornando-se mais complexas e a moeda já não conseguia atender as necessidades do mercado. Foi então que surgiram os títulos de crédito
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
Histórico. 
Os títulos de crédito tiveram sua origem na Idade Média, provavelmente no século XIII, nasceu a partir das necessidades do trato comercial de obter uma circulação mais rápida que a permitida pela moeda manual. 
Surge, a princípio, como documentos que representavam direitos de crédito, pois só poderiam ser utilizados pelos credores que figuravam nos documentos como seus titulares e, posteriormente passaram a ser transferidos por esses seus titulares a terceiros, os quais, de posse dos documentos, podiam exercer, como proprietários, os direitos mencionados nos papéis. 
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito - Histórico. 
 I) Período italiano (até 1.650) – Durante a Idade Média, o centro das operações mercantis situava-se nas cidades marítimas italianas, onde se realizam as feiras que atraíam os mercadores europeus.
Não havendo uma "moeda" de curso em todas cidades, contudo cada cidade manejava sua própria moeda, porém quem chegava em outra cidade tinha que ter a moeda local, na época não era seguro o transporte de grande quantidades de dinheiro para efetuar as compras, o transporte era rudimentar e não havia estradas, o que potencializava o risco de assaltos. 
Surge então o câmbio trajetício, pelo qual o banqueiro ficava responsável pelo transporte das moedas. 
O banqueiro recebia em sua cidade moeda de certa espécie e obrigava-se a entregar, em outra cidade, ao depositante ou a seu representante, a mesma soma de dinheiro em outra espécie de moeda.
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito - Histórico. 
I) Período italiano – O banqueiro responsável por transportar moeda de uma cidade a outra, por sua conta e risco emitia dois documentos:
a)Cautio – consiste no reconhecimento da dívida por ele contraída e na promessa de entregar o valor equivalente ao acordado na data e local determinado. Nesse procedimento tivemos o nascimento da nota promissória.
b) littera cambii - letra de câmbio – o banqueiro dava ordem a seu correspondente, localizado em outra cidade, que pagasse a quantia ali determinada, ao credor que havia realizado o deposito.
OBS> Ainda não tínhamos, a figura do endosso, os títulos tinham beneficiários únicos e específicos
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito - Histórico 
II) Período francês (1.650 a 1848) – Surge, o endosso, que possibilitava a circulação desses títulos, independente da autorização do sacador, utilizando-se da cláusula à ordem. 
A chamada cláusula à ordem - é a faculdade que tem o titular de um direito de crédito (credor) de transferir esse direito à outra pessoa, juntamente com o documento que o incorpora.
Também estabeleceu-se a comprovação/garantia da existência de fundos para a compensação da carta de crédito junto ao emitente pelo destinatário.
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito - Histórico 
III) Período (germânico) alemão (1.848 a 1930) – Em 1848 tivemos a codificação de normas disciplinadoras cambiais, com viés internacionalizado, com a Ordenação Geral do Direito Cambiário.
Estabeleceu-se a distinção entre a obrigação decorrente da relação causal e a emanada do título, consagrando a independência entre elas, do que decorria a proteção ao terceiro de boa-fé.
A proteção ao terceiro de boa-fé, teve e tem especial atenção da legislação cambiária, pois na medida que se protege o portador do título, incentivar-se, também a circulação do título de crédito.
Houve a consolidação da letra de câmbio, como instrumento de crédito. 
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito - Histórico.
 
IV) Período Moderno - Uniforme (a partir de 1.930) – Se deu a uniformização mundial da legislação cambiária.
Acontece a "Ordenação Geral do Direito Cambiário" que codifica (junta) as diferentes normas especiais sobre letras de câmbio, assim, consolidando-a como instrumento de crédito viabilizador da circulação de direitos 
Período Uniforme - (1930 - ?) - Realização da Convenção de Genebra e aprovação da Lei Uniforme das Cambiais, aplicável às letras de câmbio e notas promissórias. Em 1931 foi aprovado a Lei Uniforme do Cheque
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito - Histórico.
 
ATUALMENTE
A Era do Comércio Eletrônico. Títulos de crédito passam por um importante período de transição.
Letras de câmbio já não são vistas no mercado, e mesmo títulos como o cheque e a nota promissória vão caindo em desuso e dando lugar às transações com os cartões de débito e crédito, os quais já admitem a assinatura eletrônica
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RESUMO DA EVOLUÇÃO
Divide-se em quatro períodos (+ a atualidade). A saber: 
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RESUMO DA EVOLUÇÃO
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 Títulos de Crédito – Histórico - Brasil.
 
Legislação aplicável
O Decreto 2044/1908 foi a primeira legislação brasileira que tratou dos títulos de crédito.
Ela regulamentava apenas a nota promissória e a letra de câmbio, porém servia de base para qualquer título. 
Como os títulos sempre foram muito utilizados no comércio internacional, envolviam personagens de diferentes países. Com isso, em meados do século XX começou uma preocupação entre os países em uniformizar suas legislações sobre títulos de crédito
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Títulos de Crédito – Histórico - Brasil.
 
As ratificações das convenções se deram: 
a) Decreto 57.663/66 – que visou uniformizar a letra de câmbio e nota promissória com a LUG;
b) Decreto 57.595/66 pertinente a convenções sobre o cheque, e que foi revogada pela Lei 7.357/85; e
c)Lei 5.794/68 que regula a duplicata, mas que determina, expressamente no seu art. 25, a utilização subsidiária da LUG
Obs.
Nem todos os dispositivos da LUG entraram em vigor no Brasil, pois foram feitas algumas reservas, ou seja, reservou-se o direito de introduzir, parcialmente, em nosso ordenamento, a LUG, o que nos levou a um sistema híbrido, sendo uma parte regida pelo Decreto 2.044/08, outra pelos Decretos 57.663/66 e pelo Código Civil. 
O STF, decidiu, no julgamento do RE 71.154/PR, que vigiam como leis internas as leis uniformes de Genebra, aplicando-se de forma imediata.
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Títulos de Crédito – Histórico - Brasil.
 
O CC/2002, reservou um dos capítulos para tratar sobre títulos de créditos, entre os arts. 887 a 926, limitou-se a consagrar conceitos, princípios e regras fundamentais, que em sua maior parte, só serão aplicáveis a títulos de créditos criados por lei após a vigência do código civil. 
O art. 903 do CC/02 estabelece que, “salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste código.”
Com a leitura deste artigo temos duas situações:
a)Se a regulamentação de um título de crédito já se encontra estabelecida em lei especial, o código civil somente será aplicado de forma suplementar.
b)Se não houver normas especiais, aplica-se de forma imediata o código civil.
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Títulos de Crédito – Histórico - Brasil.
 
Atualmente, como temos lei especial tratando dos títulos de crédito, aplica-se a lei especial. 
O CÓDIGO CIVIL, só pode ser aplicado, de forma SUBSIDIÁRIA, ou seja, quando não houver lei especial dispondo sobre o tema. 
As principais leis especiais sobre Títulos de Crédito são: 
 LETRA DE CÂMBIO E NOTA PROMISSÓRIA – Decreto 57.663/66 (Lei Uniforme de Genebra) 
 DUPLICATA – Lei 5.474/68 
 CHEQUE – Lei 7.357/85
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
Conceito de Crédito. 
Citando FRAN MARTINS:
 “ O crédito, ou seja, a confiança que uma pessoa inspira a outra de cumprir, no futuro, obrigação atualmente assumida, veio facilitar grandemente as operações comerciais, marcando um passo avantajado para o desenvolvimento das mesmas. 
Citando De Plácido e Silva:
“ aponta que derivado do latim creditum, de credere (confiar, emprestar dinheiro), possui o vocábulo uma ampla significação econômica e um estreito sentido jurídico. Em sua acepção econômica significa a confiança que uma pessoa deposita em outra, a quem entrega coisa sua, para que, em futuro, receba dela coisa equivalente. Juridicamente, significa o direito que tem a pessoa de exigir de outra o cumprimento da obrigação contraída. 
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
Os créditos podem ser classificados em função:
. da sua garantia:
a) crédito real, quando estiver garantido por um determinado bem do devedor (penhor/móveis ou hipoteca/imóveis), ficando esse bem vinculado ao cumprimento da obrigação; 
b) crédito pessoal, quando estiver garantido pela integridade dos bens do devedor (fiança e aval) e não por um bem específico;
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
Os créditos podem ser classificados em função:
. da finalidade de sua utilização: 
crédito para consumo, quando utilizado para satisfação de suas necessidades individuais; 
b) crédito para produção, quando utilizado para produção de determinados bens (comercial, industrial, agrícola, imobiliário, etc...);
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
Os créditos podem ser classificados em função:
.do tempo decorrido entre cumprimento da obrigação atual e da futura: 
a) curto,
b) médio ou 
c) longo prazo;
. do instrumento de sua realização: 
a) título de crédito;
b) contrato (mútuo, venda a prazo, etc...);
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
Os créditos podem ser classificados em função:
.da pessoa que se beneficia do crédito (tomador do crédito):
 a) privado ou 
b) público;
. do local da obtenção do crédito: 
interno ou
externo;
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
Natureza da Obrigação Cambial
Os devedores (sacador, aceitante, endossante ou avalista) de um título de crédito são solidariamente responsáveis pelo pagamento da letra de câmbio (art.47 - LUG). 
Define-se a solidariedade passiva pela existência de mais de um devedor obrigado pela dívida toda, (art.264, CC/02).
Se duas ou mais pessoas são obrigadas perante um sujeito, haverá solidariedade entre elas se o credor puder exigir a totalidade da obrigação de qualquer uma. 
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
Natureza da Obrigação Cambial
O devedor solidário que paga ao credor a totalidade da dívida pode exigir, em regresso, dos demais devedores a quota-parte cabível a cada um (art.283,CC). 
Fabio Ulhoa ressalta a hierarquia existente entre os devedores de um mesmo título de crédito. A lei escolhe um para a situação jurídica de devedor principal, sendo os demais codevedores. 
Ex., de devedores principais: 
na letra de câmbio – o aceitante; na nota promissora e no chegue – o emitente; na duplicata – o sacado. 
O endossante e avalista, em todos os títulos são codevedores.
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
Natureza jurídica dos títulos de crédito: 
Título de Crédito é um título executivo extrajudicial, conforme disposto no art. 585 do CPC, nesse contexto também é denominado como título falimentar, posto que a falência do devedor pode ser decretada com base:
 na impontualidade (art. 94, I, L 11.101/2005); 
na prática de atos de falência (art.94, II,L 11.101/05)
com base na auto-falência (art. 97, I cc art. 105, Lei 11.101/2005)
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
A doutrina cita algumas teorias para determinar as obrigações em um título de crédito:
1. Teoria contratualista: defende que a obrigação assumida no título de crédito seria derivada de um contrato. O emitente de um título de crédito se obriga, em razão de uma relação contratual subjacente. 
Esta teoria é muito criticada, pois, conflita com o princípio da autonomia das obrigações, uma vez que, se a obrigação cambiária surge consubstanciada em um contrato, então, o terceiro que receber o título estará adquirindo direito derivado e não autônomo e original como realmente ocorre.
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
2. Teoria da declaração unilateral de vontade: para esta teoria, a fonte da obrigação cartular não seria um contrato, mas sim, uma declaração unilateral de vontade livre e incondicional do devedor. 
Esta teoria também sofreu inúmeras críticas, pois, o emitente estaria sempre obrigado, ainda que houvesse exceções pessoais, desde que o título tenha sido emitido regularmente.
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
3. Teoria dúplice de Vivante: para esta teoria deve-se analisar a posição do devedor sob duas vertentes: 
a) perante seu credor: o fundamento será o contrato; 
b) perante terceiro de boa-fé: o fundamento será uma declaração unilateral de vontade. 
Desse modo, essa teoria mitiga ambas as anteriores.
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OBRIGAÇÕES NEGOCIAIS DO EMPRESÁRIO
TÍTULO DE CRÉDITO
CONTRATOS
EMPRESÁRIO
TÍT. CRÉDITO
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Diferenças entre a solidariedade civil e a cambiária
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CONCEITO - Títulos de Crédito 
A definição mais corrente para título de crédito é a elaborada pelo jurista italiano Cesare Vivante, o qual define como sendo: "Documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele mencionado.“
Amador Paes de Almeida, a seu turno, apresenta título de crédito como “um instrumento formal que contém obrigação, instrumento esse a que a lei confere direito literal e autônomo”
O CCB/2002, define título de crédito, “Art. 887 documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.”
OBS.: Vivante fala “nele mencionado” e o Código Civil “nele contido”. Embora seja a mesma coisa e soe absurdo, a diferenciação conceitual entre “mencionado e contido” já foi cobrado em prova! 
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Títulos de Crédito 
O título de crédito se distingue dos demais documentos representativos de direitos e obrigações em alguns aspectos:
a) ele se refere unicamente a relações creditícias. Não se documenta num título de crédito nenhuma outra obrigação, de dar, fazer ou não fazer. Apenas o crédito titularizado por um ou mais sujeitos, perante outro ou outros, consta de um instrumento cambial.
A característica de representar exclusivamente direitos creditórios, por si só, não é suficiente para distinguir os títulos de crédito dos demais documentos representativos de obrigação. 
Exemplo: A apólice de seguro, também representa apenas o crédito eventual do segurado ou do terceiro beneficiário, perante a seguradora e não se pode considerar título de crédito. 
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
O título de crédito se distingue dos demais documentos representativos de direitos e obrigações em alguns aspectos:
b) A facilidade na cobrança do crédito em juízo, por que o título de crédito é um título executivo. Ele é definido pela lei processual como título executivo extrajudicial (CPC, art. 585, I); possui executividade, quer dizer, dá ao credor o direito de promover a execução judicial do seu direito. 
A fundamental diferença entre o regime cambiário e o direitos das obrigações está relacionada aos preceitos que facilitam, ao credor, encontrar terceiros interessados em antecipar-lhe o valor da obrigação, em troca da titularidade do crédito. 
Os títulos de crédito têm como características principais, a negociabilidade/circulabilidade (fácil circulação do crédito através do endosso ou da tradição) e a executoriedade.
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
 Características – atributos - dos Títulos de Crédito.
. Negociabilidade. ou circulação, permite que o título de crédito circule de forma simplificada, dando mais certeza e segurança a quem o recebe, o que propicia maior agilidade e facilidade na transmissão do crédito.
A Negociabilidade facilita a circulação do título, nas relações empresariais, que pode circular por endosso ou tradição.
Obs.: Não há obrigatoriedade na circulação de título
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
 Características – atributos - dos Títulos de Crédito
. Executoriedade. Força executiva - atribui a esses títulos a qualidade de título executivo extrajudicial, conforme exposto pelo art. 585, inciso I, do CPC:
Art. 585 - São títulos executivos extrajudiciais: I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; 
Sendo o título de crédito executivo, ele pode ser cobrado diretamente por meio de execução judicial – ação cambial/cobrança sumária – sem a necessidade de ação de conhecimento e todo o seu rito processual de discussão, prova e contraditório, como em outros casos de
cobrança de créditos decorrentes de um contrato.
 
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
 Características dos Títulos de Crédito
Formalismo
O formalismo é uma característica inerente aos títulos de crédito, uma vez que constitui condição para a sua existência, validade e eficácia. Assim, o título de crédito deve preencher certos requisitos formais e obrigatórios estabelecidos em lei, sem os quais estará descaracterizado.
 
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
 A doutrina destaca outras Características como:
DOCUMENTO FORMAL: Precisam observar os requisitos essenciais previstos na legislação cambiária. 
BENS MÓVEIS: A entrega do título é que vai marcar a transferência de titularidade do bem. A posse de boa-fé vale como propriedade
TÍTULOS DE APRESENTAÇÃO: É necessária sua apresentação para o exercício nele contido
TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS: Configuram uma obrigação liquida e certa o que faz que seja de natureza processual abstrata
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
 A doutrina destaca outras Características como:
OBRIGAÇÕES QUESÍVEIS (QUERABLE): Cabe ao credor dirigir-se ao devedor para receber a importância devida, e que a emissão do título e a sua entrega ao credor têm, em regra, natureza pro solvendo (quer dizer que primeiro recebe-se o valor do título, após, dá-se a quitação). 
TÍTULO DE RESGATE: Sua emissão pressupõe futuro pagamento em dinheiro que extinguirá a relação cambiária. Assim, aquele que paga tem o direito de resgatá-lo (pegar de volta). 
TÍTULO DE CIRCULAÇÃO: Sua principal função é fazer o crédito circular. 
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
 Características dos Títulos de Crédito
O título de crédito é um bem móvel, pois a posse do título de crédito equivale à propriedade. Essa natureza móvel facilita a circulação dos títulos de crédito. 
Sendo uma obrigação quesível – o credor tem o dever de buscar o seu crédito junto ao devedor. 
Em toda relação obrigacional, qualquer uma das partes pode tomar a iniciativa para o cumprimento da obrigação, porém nos títulos de créditos essa iniciativa incumbe ao credor.
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
 Características dos Títulos de Crédito
Com a circulação do título de crédito, pode surgir vários coobrigados, os quais serão considerados devedores solidários,(art.47, da LUG). 
O credor pode exigir de qualquer um dos coobrigados o pagamento da integralidade da dívida, é regra da solidariedade cambiária, basta a pessoa lançar sua assinatura no título de crédito para ficar obrigada pela quitação dele, de forma autônoma.
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
 Requisitos dos Títulos de Crédito
Os títulos de crédito são sempre um NEGÓCIO JURÍDICO, por ser uma forma de contrair obrigações e conceder direitos. Portanto, aplica-se aos títulos de crédito os requisitos de validade dos negócios jurídicos previstos no Código Civil:
Agente Capaz: o agente deve ser capaz e legitimado para a prática do negócio jurídico. 
Objeto lícito, possível, determinado ou determinável:
Forma prescrita ou não defesa em lei: No CC/02,
há a previsão de liberdade de forma (art. 107). Quando a lei prescrever determinada forma como requisito de validade, o negócio será solene ou formal.
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
 Requisitos dos Títulos de Crédito
 
Requisitos específicos. 
ASSINATURA DO DEVEDOR: Não é necessário qualificá-lo, basta apenas sua manifestação de vontade que é demonstrada através da assinatura. 
Art. 219, CC. As declarações constantes de documentos assinados presumem-se verdadeiras em relação aos signatários
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
 Requisitos Específicos dos Títulos de Crédito
DATA DE EMISSÃO: O título de crédito deve conter a data da emissão. O STJ segue a tendência de o considerar elemento essencial. 
É à vista o título de crédito que não contenha indicação de vencimento. 
Quando há data de vencimento, a obrigação fica suspensa e somente obrigará o devedor após a data estipulada.
Se não está vencido não pode, por exemplo, ser objeto de execução judicial. 
O credor não é obrigado a receber o pagamento antes do vencimento, porém no vencimento, não pode o credor recusar pagamento, ainda que parcial. 
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
 Requisitos Específicos dos Títulos de Crédito
LOCAL DE EMISSÃO E DE PAGAMENTO: Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no título, o domicílio do emitente. Trata-se de um requisito não essencial.
 A maioria dos doutrinadores entende que no momento da emissão do título, pode até não conter todos os requisitos essenciais, porém no momento da execução do título, estes não podem faltar. 
Esse assunto é inclusive sumulado pelo STF: 
SÚMULA 387: A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto. 
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
Natureza: São títulos executivos extrajudiciais. De acordo com o artigo 585, do CPC.
 Historicamente, nasceram na época do comércio das navegações, e alguns autores discutem se foi a letra de câmbio ( letra de cambio) ou o cheque, os primeiros títulos que surgiram no mercado como um todo. 
São Atributos dos títulos de Crédito: A Negociabilidade e a Executividade ou Executoriedade.
De Vivante, temos o conceito dos Títulos de Crédito: " É o documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo nele mencionado". 
Deste conceito, extraímos os Princípios dos Títulos de Crédito.
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EXERCÍCIO – Aula - 01
01- (Juiz Federal/3ª Região -2006-TRF) segundo a célebre definição de Vivante, título de crédito é:
a)( ) Documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo, nele contido; 
b)( ) Documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele mencionado; 
c)( ) Documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele incorporado 
d)( ) Documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele materializado
02- Não é título de crédito: (OAB-MG-06)
a)( ) A nota promissória vinculada à compra e venda imobiliária
b) ( )A letra de câmbio em contrato bancário
c) ( )A duplicata de prestação de serviços
d) ( ) O boleto bancário
 
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CASO CONCRETO – Aula - 01
01- Augusto e Bernardo, em virtude de dívida contraída por aquele em favor deste, resolveram criar um documento que pudesse representar tal obrigação. Dessa forma, questionam você, famoso advogado dessa área:
1 - De que maneira o título de crédito se distingue dos demais tipos representativos de obrigação, quanto à cobrança e circulação do crédito? 
2-Porque o título de crédito é considerado, fundamentalmente, um título de apresentação?
QUESTÃO OBJETIVA: As principais características de um título de crédito cambial são: 
A) literalidade, forma, causa. 
B) forma, causa, abstração.
C) negociabilidade, autonomia e literalidade.
D) modelo, cártula, autonomia
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OBRIGADA
“ Pequenas oportunidades podem ser o começo de grandes oportunidades”. 
TEMÓSTELES
 
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Direito do Consumidor
Professora Margô Sartori mtsartori@uol.com.br
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