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Introdução A utilização dos cimentos é bem antiga e, ao longo do tempo, este produto foi aperfeiçoado. Os antigos egípcios usavam gesso impuro e calcinado, os gregos e romanos usavam calcário calcinado, e posteriormente aprenderam a misturar cal, água, areia e pedra britada, tijolos ou telhas. Este foi o primeiro concreto da história. Outras culturas, por necessidades especiais, aprenderam a utilizar outras matérias para melhorar a qualidade e a eficiência do concreto, como por exemplo, cinzas vulcânicas e telhas de argila queimadas combinadas com o calcário. Com este cimento, foram construídos diversos monumentos que duraram durante milênios. A tecnologia na composição do cimento continuou avançando durante anos, até que em 1845, por Isaac Johnson, o clínquer (principal componente do cimento atual) foi formado. O cimento então passou a ser obtido pela mistura apropriada de materiais calcários e argilosos, ou outros materiais contendo sílica, alumina ou óxidos de ferro, aquecendo tudo a uma temperatura necessária para a clinquerização e moendo-se o clínquer resultante. Como definição, o cimento é um pó fino com propriedades aglomerantes, aglutinantes ou ligantes, que endurece sob ação da água Fabricação de Cimento. O que e o cimento? O cimento é um dos produtos mais utilizados no mundo. Presente em todo tipo de construção, da mais simples moradia até a mais complexa obra de infraestrutura, do início ao acabamento final. E o componente básico do concreto, que e o material mais consumido no planeta depois da agua. Por definição é um “aglomerante hidráulico resultante da mistura homogênea de clínquer portland, gesso e adições normalizados que são moídos”. A combinação do cimento com materiais de diferentes naturezas como: areia, pedra, cal, entre outros origina na formação de argamassas e concretos. É um produto homogêneo e com processo de produção em evolução no mundo visando maior produtividade e redução de custos Matéria Prima: O processo de fabricação Via Úmida: A matéria prima é moída e homogeneizada dentro da água. Via Seca: A homogeneização se realiza a seco. A primeira é a mais antiga e mais eficaz para obter homogeneização de materiais sólidos. Está em desuso pois requer maior consumo de energia e está sendo substituída por via seca Extração da matéria-prima Britagem Pré-homogeneização e Dosagem Moagem do “cru” Homogeneização Pré-aquecimento Cozedura Resfriamento Moagem e adições Embalagem e Expedição Extração da Matéria-Prima O primeiro passo na produção de cimento é extrair as matérias-primas, calcário e argila, das pedreiras A exploração de pedreiras é feita normalmente a céu aberto e a extração da pedra pode ser mecânico ou com explosivos. Britagem O material, após extração, apresenta-se em blocos, sendo necessário reduzir o seu tamanho a uma granulometria adequada Pré-homogeneização e Dosagem O material britado é transportado para a fábrica e armazenado em silos verticais ou armazéns horizontais. Essa armazenagem pode ser combinada com uma função de pré-homogeneização que consiste em colocar por camadas o calcário e a argila. As matérias-primas selecionadas são depois dosificadas, tendo em consideração a qualidade do produto a obter (clínquer). Essa dosagem é efetuada com base em parâmetros químicos pré-estabelecidos Clínquer 20-25% de argila. 75-80% de calcário Moagem do “Cru” Definida a proporção das matérias-primas, elas são retomadas dos locais de armazenagem e transportadas para moinhos onde se produz o chamado "cru“ (mistura finamente moída). Simultaneamente à moagem ocorre um processo de adição de outros materiais: areia (SiO2), cinzas de pirite (Fe2O3) e bauxite (Al2O3), de forma a obter as quantidades pretendidas dos compostos que constituem o "cru": cálcio, sílica, alumínio e ferro, essenciais na fabricação do cimento. Homogeneização A mistura de “cru”, devidamente dosada e com a finura adequada, deve ter a sua homogeneização assegurada para permitir uma perfeita combinação dos elementos formadores do Clínquer. A homogeneização é executada em silos verticais de grande porte, através de processos pneumáticos e por gravidade. Pré-aquecimentoMistura Crua Gás Antes do “cru” entrar no forno, este será aquecido ao passar pela torre de ciclones, onde é iniciado a fase de pré-aquecimento.400 ºC Na torre dá-se a descarbonatação e inicia-se a pré-calcinação do material Forno 1450 ºC Arrefecimento de Clínquer 900 ºC 150 ºC Temperatura da chama é de 2000 ºC Cozedura Com as transformações físico-químicas ocorridas na torre de ciclones devido às variações térmicas, o "cru" dá lugar à farinha, produto apto para entrar no forno. Ao entrar no forno, a farinha desloca-se lentamente até ao fim deste passando por um processo de clinquerização (1300~1500ºC), resultando no clinquer, produto com aspecto de bolotas escuras. Resfriamento Uma vez cozido, o clínquer sai do forno e segue para o arrefecedor onde sofre uma diminuição brusca de temperatura que lhe confere características importantes do cimento. O calor transportado pelo clínquer é transferido para o ar que é recuperado, melhorando assim o rendimento térmico do processo. Moagem e Adições O cimento resulta da moagem do Clínquer, Gesso e Aditivos (cinzas volantes, escórias de alto forno, filler calcário) que irão dar as características ao cimento. Após a moagem, o cimento produzido é normalmente transportado por via pneumática ou mecânica e armazenado em silos ou armazéns horizontais. Embalagem e Expedição A remessa do cimento ao mercado pode ser feita de duas maneiras: a granel ou em sacos. Na forma de granel é transferido diretamente do silo de armazenagem para caminhões-cisterna, cisternas para transporte ferroviário ou para navios de transporte de cimento. Na forma de saco, o cimento é embalado (através de máquinas ensacadeiras) e depositados em paletes. O cimento estraga? Tipos de Cimento Portland O mercado do Cimento Considerações Finais Na forma de concreto, o cimento torna-se uma pedra artificial, que pode ganhar várias formas e volumes de acordo com as necessidades de cada obra. Graças a estas características, o concreto é o segundo material mais consumido no mundo, superado apenas pela água. Sua importância estende-se às áreas econômica, social e ambiental, e por isso uma boa gestão de processo é necessária para implantação de uma indústria cimenteira, seja no Brasil ou em qualquer lugar do mundo. A função de um engenheiro Químico e de Produção é garantir além da qualidade do produto, um avanço tecnológico que garanta redução dos gastos e consumo de energia, sustentabilidade para a empresa, e ações sociais para conscientização ambiental e esclarecimento de dúvidas. Ambos têm importância fundamental nesse processo, pois atuam juntos, em suas áreas especificas desde o recebimento de matéria prima das minas até a entrega do produto final ao cliente.
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