Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Controle Motor Prof. Sandra Chaves Controle Motor É a capacidade de regular ou orientar os mecanismos essenciais para o movimento O movimento emerge da interação entre três fatores: - Indivíduo - Tarefa - Ambiente Controle Motor O movimento é específico à tarefa e restrito pelo ambiente Capacidade funcional é determinada pela habilidade de uma pessoa de cumprir as demandas da tarefa por meio de uma interação com o ambiente Controle Motor O movimento surge da interação entre processos múltiplos como a percepção, cognição e ação. Controle Motor Teorias do controle motor - Descrevem pontos de vista referentes a como o movimento é controlado - Um grupo de idéias abstratas sobre o controle do movimento - Não existe uma teoria do controle motor que seja aceita universalmente Teorias do Controle Motor Teoria do Reflexo - Charles Sherrington (1906) – neurofisiologista - Reflexos eram os blocos que construíam o comportamento complexo - Reflexos funcionavam juntos ou em sequência para cumprir um objetivo comum Teorias do Controle Motor Teoria do Reflexo - Estrutura básica de um reflexo: receptor, condutor e um efetor(arco reflexo) Teorias do Controle Motor Teoria do Reflexo - Exemplo: Sapo capturando e comendo uma mosca - Estímulo (o ato de vê-la) - Resposta (impulso da língua para capturar a mosca) Contato da mosca sobre a língua fechamento reflexo da boca e deglutição reflexa Teorias do Controle Motor Teoria do Reflexo Cadeia de reflexos Estímulo resposta resposta (estímulo) (estímulo) Teorias do Controle Motor Teoria do Reflexo - Limitações: 1. não explica os movimentos voluntários e espontâneos 2. não explica movimentos na ausência de estímulo sensorial 3. não explica os movimentos rápidos 4. não consegue explicar o fato de que um único estímulo pode resultar em respostas variadas 5. não explica a capacidade de produzir movimentos novos Teorias do Controle Motor Teoria do Reflexo - Implicações clínicas: 1. As estratégias clínicas projetadas para testar os reflexos devem permitir que os terapeutas façam uma previsão da função 2. Os comportamentos do movimento de um paciente seriam interpretados levando-se em conta a presença ou a ausência dos reflexos de controle 3. Enfatizar a capacidade do movimento normal Teorias do Controle Motor Teoria Hierárquica - Hughlings Jackson (1920) - médico inglês - Organização do SNC em níveis de controle: Superior: áreas de associação Médio: córtex motor Inferior: sistema espinhal Teorias do Controle Motor Teoria Hierárquica - Controle organizacional, que ocorre de cima para baixo - O nível mais alto exerce um controle sobre o nível abaixo dele (hierarquia vertical) - Não existe controle de baixo para cima Teorias do Controle Motor Teoria Hierárquica - Os centros superiores estão sempre encarregados dos inferiores Teorias do Controle Motor Teoria Hierárquica - Os reflexos controlados pelos níveis inferiores da hierarquia neural encontram-se presentes apenas quando os centros corticais estão danificados - Os centros superiores normalmente inibem os centros de reflexo inferiores Teorias do Controle Motor Teoria Hierárquica - Desenvolvimento da mobilidade humana: 1- Surgimento e desaparecimento de uma progressão de reflexos 2- Patologia cerebral pode resultar na persistência dos reflexos primitivos Teorias do Controle Motor - Teoria Reflexa/Hierárquica - 1938 Stephan Weisz: propôs uma relação entre o amadurecimento desses reflexos e a capacidade da criança de sentar-se, levantar-se e andar - Surge a Teoria Reflexa/Hierárquica: controle motor emerge de reflexos contidos em níveis hierarquicamente organizados do SNC Teorias do Controle Motor - Teoria Reflexa/Hierárquica - Limitações: pisar em um prego- afastamento imediato da perna (controle de baixo para cima - dominância de um comportamento reflexo) - Cuidado: suposições que todos os comportamentos de nível baixo são primitivos, imaturos e não-adaptativos, e os de nível alto (cortical) são maduros, adaptativos e apropriados Teorias do Controle Motor - Teoria Neuromaturacional do desenvolvimento - Gesell (1940) propõe a teoria neuromaturacional do desenvolvimento, onde atribuiu o desenvolvimento motor normal ao aumento da corticalização do SNC, resultando na emergência de níveis superiores de controle sobre os reflexos de nível inferior Teorias do Controle Motor - Teoria Neuromaturacional do desenvolvimento - Limitações: maturação do SNC é o principal agente da alteração no desenvolvimento e minimiza a importância das mudanças musculoesqueléticas durante o movimento. Teorias do Controle Motor - Conceitos correntes em relação ao controle hierárquico 1- O controle hierárquico do SN reconhece o fato de que cada nível do sistema pode agir sobre outros níveis (superiores e inferiores), dependendo da tarefa 2- Os reflexos não são considerados a única determinação do controle motor, mas apenas um dos vários processos importantes para a produção e o controle do movimento Teorias do Controle Motor - Implicações clínicas - “Quando a influência dos centros superiores sofre uma interferência temporária ou permanente, os reflexos normais tornam-se exagerados e os patológicos surgem” (Brunnstrom, 1970) - “ A liberação das respostas motoras integradas em níveis inferiores, por causa da restrição das influências dos centros superiores, leva a uma atividade reflexa postural anormal” (Berta Bobath, 1965) Teorias do Controle Motor - Teoria dos Sistemas Nicolai Bernstein (1900) Cientista russo - Controle neural do movimento - Impossível: controle neural do movimento sem o conhecimento das características do sistema que está se movimentando e das forças internas e externas que agem sobre o corpo Teorias do Controle Motor - Teoria dos Sistemas Corpo como um sistema mecânico com massa, submetido a forças externas (como a gravidade) e a forças internas (incluindo a inércia e as forças dependentes do movimento) Mesmo comando central: movimentos bem diferentes e diferentes comandos podem resultar no mesmo movimento Teorias do Controle Motor - Teoria dos Sistemas Corpo como um sistema: temos graus de liberdade (articulações) controlados por um mecanismo hierárquico: níveis superiores do SN ativam os níveis inferiores que por sua vez ativam as sinergias (grupos de músculos) para agir juntos como uma unidade Sinergias controlam o problema dos graus de liberdade, restringindo certos músculos para que trabalhem juntos como uma unidade Teorias do Controle Motor - Teoria dos Sistemas É a mais ampla das abordagens: SN, músculos, sistema esquelético, forças da gravidade e inércia Limitações: superficial nas relações do organismo com o ambiente Teorias do Controle Motor - Teoria dos Sistemas Implicações clínicas: - Entender o corpo como um sistema mecânico - O movimento não é determinado apenas pelas respostas do SN, mas também pelo sistema musculoesquelético - Déficit do SNC: examinar a contribuição dos comprometimentos no sistema musculoesquelético para a perda geral do controle motor Teorias do Controle Motor - Teoria dos SistemasImplicações clínicas: - A perda da mobilidade a longo prazo pode afetar o sistema musculoesquelético - Deve-se considerar os comprometimentos interligados nos sistemas musculoesquelético e neuromuscular que restringem a capacidade de movimento do paciente Teorias do Controle Motor - Teoria da acão dinâmica Como os padrões e a organização que observamos no mundo são formadas por suas desordenadas partes componentes? EX: células do coração trabalham juntas para formar o batimento cardíaco Teorias do Controle Motor - Teoria da acão dinâmica Fenômeno: músculo cardíaco, formação de nuvens, mudança de estado físico da água: princípio da auto-organização Princípio da auto-organização: partes individuais de um sistema, quando reunidas, se comportam coletivamente de forma ordenada Descarta a noção do programador central (superior) Teorias do Controle Motor - Teoria da acão dinâmica Parâmetro de controle: variável que regula as alterações no comportamento de todo sistema Ex: animal caminha, trota, galopa Parâmetro de controle: velocidade - Eliminou a ênfase da noção de comandos vindos do SNC para o controle do movimento e buscou explicações físicas para contribuir para as características do movimento
Compartilhar