Buscar

LIVRO CONTROLADORIA (1)

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Apresentação • 9 
Como aproveitar ao máximo este livro. 11 
I 
Conhecendo a contabilidade. 17 
1.1 Princípios contábeis: breve relato• 20 
1.2 Objetivos da contabilidade• 23 
1.3 Informações contábeis • 24 
1.4 Usuários da informação contábil • 25 
1.5 Convergência às Normas Internacionais de Contabilidade• 26 
O estudo das co11tas inseridas na contabilidade • 37 
2.1 Conceito de contas contábeis • 39 
2.2 Ele1nentos, apresentação e funciona1nento de u1na conta• 41 
' 
2-3 Teoria das contas• 42 
2.4 O mecanismo do débito e do crédito• 45 
2-5 As contas Patrimoniais• 46 
2.6 As contas de Resultados• 55 
2.7 Plano de Contas• 60 
J 
Procedimentos contábeis básicos e tributação • 69 
3.1 Escrituração contábil • 71 
3.2 Regimes de escrituração contábil • 75 
3-3 Lançamentos contábeis • 78 
3.4 Operações com mercadorias• 87 
3.5 A tributação das empresas • 98 
3.6 Noções básicas de folha de paga1nento e encargos• 105 
As Demonstrações Contábeis • 115 
4.1 Balancete de Verificação (BV) • 118 
4.2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) • 121 
4.3 Balanço Patrimonial (BP)• 125 
4-4 Den1onstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) • 129 
4 .5 De1nonstração do Fluxo de Caixa (DFC) • 131 
4.6 De1nonstração do Valor Adicionado (OVA)• 135 
Sistemas empresariais e processo de gestão. 150 
5.1 Conceito de sistemas• 153 
5.2 Classificação dos sistemas• 154 
5-3 Subsistemas empresariais• 154 
5.4 Eficiência e eficácia empresarial• 156 
5.5 Conceito de modelo de gestão• 159 
5.6 Processo de gestão• 160 
5.7 Processo de tomada de decisão• 163 
A controladoria e o seu papel de gestão • 173 
6.1 Conceito de controladoria como ramo de conhecimento .176 
6.2 Conceito de controladoria como órgão administrativo• 177 
6 .3 Missão da controladoria • 178 
6.4 Funções da controladoria • 180 
6.5 Funções do controller .183 
6.6 A controladoria na organização• 184 
1 
Avaliação de desempenho nas organizações. 195 
7.1 Conceito de avaliação de desempenho• 198 
7.2 Processo de avaliação de desen1penho • 199 
7-3 Siste1nas de avaliação de desempenho• 202 
7.4 Finalidade da avaliação de desempenho• 209 
Estudo de caso. 215 
Para concluir ... • 219 
Referências • 221 
Respostas • 229 
Sobre as at1toras • 243 
_.. om o intuito de apresentar aos leitores uma maneira 
simples de ver, fazer e interpretar a contabilidade, procura­
mos expor didaticamente alguns pontos importantes neste 
livro. Dessa forma, a presente obra foi dividida em capítulos 
e também por linha de contabilidade - financeira e gerencial. 
Os capítulos 1, 2, 3 e 4 seguem a linha financeira, abordando 
a contabilidade cotidiana na prática. Em seguida, os capítu­
los 5, 6 e 7 tratan1 da área gerencial, sob o enfoque teórico da 
controladoria. Essa ordem foi estabelecida com o intuito de 
apresentar aos leitores o conhecimento e a diferenciação entre 
as linhas de pesqtlisas contábeis. 
Nos capítulos em qtie abordamos a parte financeira da con­
tabilidade, procuramos expressar todo o processo de escritura­
ção contábil em consonância com as leis e as normas vigentes, 
lembrando que a legislação sofre constantes mudanças, de 
modo que devemos estar sempre atentos às alterações, tendo 
em vista o sett reflexo nas empresas. Os exercícios resolvidos, 
retirados da prática diária na contabilidade, foram escolhidos 
para compor esta obra com o intuito de proporcionar ao leitor 
uma expressão fidedigna das diversas demonstrações contá­
beis r1ecessárias no cotidiano prático da profissão. 
Na parte gerencial, buscamos discorrer inicialmente sobre a 
abordagem sistêmica, considerando que a empresa integra-se 
constantemente a diversos meios que, acoplados às informa­
ções financeiras, refletem tanto no modelo de gestão quanto 
no processo decisório. Inerente a essa discussão, temos a 
controladoria e os sistemas de controle gerencial, que atuam 
diretamente na bt1sca da eficácia empresarial, bem como no 
acompanhamento das tarefas realizadas com o propósito de 
garantir a sinergia dos resultados. 
Por fim, discorremos sobre a avaliação de desempenho, que 
verifica se as atividades empresariais, especificamente o pro­
cesso de gestão, estão sendo concretizadas - nesse sentido, 
realiza1n-se feedbacks para constatar se a empresa está atin­
gindo os resultados esperados. 
Podemos então dizer que esta obra apresenta diferentes 
abordagens da contabilidade, sem ter com isso a pretensão de 
esgotar o assunto, mas sim buscar a reflexão e a compreensão 
de temas relevantes no tocante à área contábil. 
Boa leitura! 
-
Este livro traz alguns recursos que visam 
enriquecer o seu aprendizado, facilitar 
a compreensão dos conteúdos e tornar 
a leitura mais dinâmica. São ferramentas 
projetadas de acordo com a natureza dos 
temas que vamos examinar. Veja 
a seguir como esses recursos se encontram 
distribuídos no decorrer desta obra. 
-
• • • • • • • • • • 
!11!1 
Cont�os do c-.apitulo 
. ­• • •• ! i ! i i 
• P,ineipic» contábe
.iS : bfew rclato . 
• Ob;etivo.s d.Hontabilid;>.de-. 
• 1nlo11'1\11Çõ� coo1.ibeis. 
• Usuá.rlosdlt info1m�aocoo1Abit 
• 
• Conve,gê:!"lc:bl às Nom,as lnte-t1!oileiOOaisde Ú'.H'll-'bilidadt!. 
Após o eswdo deste capítulo, você s.er.i capaz de: 
1 , entender os pnl'IClpios e os objetivos d;) contabifkiac:k?: 
2 , comp14?ender quais são a s inform�ões cont� eos 
principais usuãrios da informação coot.ibil; 
3 , compreender o processo de conW?rgénci.t ãs Nonnas 
Internacionais de Contabílldade. sobrerudo no que 
ta.tige ao «ooograma da col'l'YergMdêl. a no,martzaçao 
da conve,gêneia no &'asll e M especificidades 
da (OfllAbilidbdt!. 
\ 
1 
Conteúdos do capítulo 
Logo na abertura do capítulo, 
você fica conhecendo 
os conteúdos que 
serão abordados. 
Após o estudo deste capítulo, 
você será capaz de: 
Você também é informado a res-
peito das competências que irá 
desenvolver e dos conhecimen-
tos que irá adquirir com o estudo 
do cap
í
tulo. 
Síntese 
t ·�' 
1.. Coosidert 1.1ue ::'I Emprt'S� Fictíd;, Ltda. �pre�•ttou os 
stguinh.'S fotos c..-.:tnt.íbl•is; 
• Uma dc..>Sp�s.t de RS 1ó,(l()(M)O, sendo qut.' "J(ft, do p.,ga• 
mcnto foi real izado à vista e )0% a prazo. 
• Uma l't'Ccita de Rs 5™)00,oo,. sendo que to% do recd:, j . 
mento aconteceu d vis ta e gdl4 a prazo. 
Agora . demons tre a apuração do resultado pelo regime de 
competência. regime de caixa e regim e misto (regime de 
caixa para a receita e de competência para a de.<tpes.l). 
Ae.soluç.ão 
Tabela J.1 -Resolução do exercício 
APURAÇÃO 00 RlSULTA,DO 
so.ooo.o, S,.000.00 sooo.oo 
).000.00 
I• 
Síntese 
Exercícios resolvidos 
A obra conta também com 
exercícios seguidos da resolução 
feita pelo próprio autor, com o 
objetivo de demonstrar, 
na prática, a aplicação dos 
conceitos examinados. 
Você dispõe, ao final do capítulo, de 
uma síntese que traz os principais 
conceitos nele abordados. 
A rontmladoria., oomo órgão OOministmtivo. por ser uma área 
rt�a:n1e, ainda 1\ão potiSui uniformidade complet.l nos aspectos 
reliu:io1\ados bs su.is fon(ões e práticas org: :rnluicionrus. 
N<'SS(' s..•ntido, compr<'t.·ndt um;.1 áre.a l'm qu 1: -1s dcfinic;õ(·S 
e as funções básk.,s nc«-ssit-...m ser consolidadas . Com bali(.' 
nisso, primeirament e asse,..·eran10S que a controladoria pode 
ser entendid a como ramo de ro 1thecimento e também como 
órgão administrativo . Como este livro parte de uma abo rda­
gem emptes::irlal, os .,spt�ctos ª�lui levantados. referem-se à 
oo,wofodoria oo,no órg:lo .id 1), i n ist r::u )\ro . O (()nlrollrr foi p.irtt 
do., cô.pul.a .idministrativ. 1 e partidp.,
ativ amtflt� dvs prôCC'SSOS 
de plancjamcnto e controk t:mprcsarial. Por tanto, como mjs­
são, a controladoria busca a sin ergia dos resultados globais d e 
modo que a efic.ácia empresarial sej a akan çada. 
• 
Perguntas & respostas 
1 . Expliqve ais origenst ap1 1Ci:ÇôeSdt re<ursos na contabllidM!t. 
As orig('lti s5o .is «.."Ontas n:pr'-'.s(•nmd.is no P.issiv o , ou Stii.l.. 
de onde , •e m os re cursos. s e .são recursos próprios ou de te r • 
reiros que fin anci arão as aplicações. que são as contas repre­
sent-1da s no Ativo. 
2.. O estoque inicial de mercadori as de uma empresa no final 
de 2014 era de Rs 20.000,00, o estoque final de Rs 40.000.00 
e o CMV durante o periodo foi de R.$ 150.ooo,oo. Do total das 
compra$ efetuadas. 60% foram a prazo. Determine o valor 
dascomprau prazo. 
Q.•fV=El•C-EF 
t 50,ól)(l,OO = Zó.000,.00 • C - 40,0<'><Wô 
t 50.000,00-= C -20.000,w 
150.000,00 + Zó.óoo,oó = e 
C = 17(),úOO,OO 
lj'O,OOó.00 • 00% = 102.00Q.OO 
Perguntas & respostas 
Nesta seção, o autor 
responde a dúvidas 
frequentes relacionadas 
aos conteúdos do capítulo. 
Consultando a legislação 
Consultando a legislação 
A contabilidade ê regida por uma vasta legislação que engloba 
a área fi1t anreir-a, a ârea contâbil e a área fiscal. Hoj e em dia, 
é per1inen1e 1ambém a adequaç�lo às No rmas lntem&eion.ais 
d a contabilidade. Neste capitulo, u1lli2:a,fü)S basiroo\ente 
.'I Ld n. 6 .. 10o4h9i6, .-ilti:rad� ptla Lei n., u.6'}8/200'1, pefo �i 
n .. 11.94.l/2009 e pé- 1.i r('�ntc Lei n . 12.973Í2014, que nor«.•i.i 
todos os tnl"Canismos oontâbe is Jh,ra que .i coot,,bilidade atinja 
seus objetivos. 
Você pode consultar também os 
textos legais relacionados aos 
assuntos abordados no capítulo. 
V,1le sali entar qu e ess as lei s estão referendadas ao fina l 
da obr a e q\le ,•ocê pode co nsultâ·las a fim de aprimorar os 
seus conhec-imentos. 
Questões para revisão 
Questões para revisão 
Com estas atividades, você 
tem a possibilidade de rever os 
principais conceitos analisados. 
Ao final do livro, o autor 
disponibiliza as respostas às 
questões, a fim de que você 
possa verificar como está sua 
aprendizagem. 
1 , Os \'<llort':t da s \.'óntas n;:i Tabl'la 3.11 ref(•r(•m.-sc ao s s.1ldos 
rcgistr,1dos 110 Livro l�.1.zão da empres a Fic tícia Ltda ., em 
31/u/un 2, com vistas à apuração do resultado do exercido . 
Tabela 3-14 -Rol das oontas do b.1lance-te em 31/12/2012. 
EMPRESA FICT IOA lTO A . 
CNl'J! oo.000.000/0001 ..01 
� tC._IS sobrl' C«npru ..... " fít(t sobrit COMllt.S ..... 
. , frt<:t sobro Wrldu ..... .. Col\a> """" 
" f'IS SOblt O f�o,11�10 ...... ,,. S11lu1C1S tõ«kNd� , ..... 
., �flt(S .,,. .. 
06 �i.,s II R.icof'IEf 1 <4W.O<> .. Compr• dt �tlldoti.ts ,-... 
,, f GlS ..... 
" Con111 MNrlldoti .c '-""'" 
" fom,m:don:s ), lS-S, ÇO ,, ICMS Sobrt 'ltfl�S- ...... " Juros P�"º' ..... 
• Allgul� Ali� """ 
� Ol,lp li(;> l<JS 0tS((ltllllll<'IS ...... " v-end.J dl' Me1C11dot iH n .6.&0,oo 
No iiw·et1tário te-'llu,do tm 31 de dezembro de 1012.. Vf'rl6· 
cou•Sé ,, ._.,dsti'ncia de m(·rc.tdórias nO \'tl .lór dt R$ 1.000,-00. 
Questões para reflexão 
1 . R'lbio é�t:lglárk,de oontabHidadeda E,'tlprcsa Fktkl3: lldt\. 
<' w:rifkot• qu<-, cm t•tt\á das oper; ,çõts dhlr ias <la cmpr('Sa, 
hOU\ 'I.' a quit.içâo d e uma dívid.i rom d('sconto . CuriOOO. t'.'lé 
pediu que \'O<:i lhe explicasse es sa t r,msação..cont.1bilmente 
falando. Como você explkMia? 
2.. E.xpliquc a situaçOO líquida quando .i cmpl'\.'Sa apr esenta a 
equação: ATIVO= PASSIVO-SITUAÇÃO LÍQUIDA. 
}, Nó ('tM."trr..1m\.'nto do B,,,lin�o Patrimvni ,1� ,1punNc que O 
r.1ssivo E::dgfrcl é maior que o Ativo. Expl ique a dispo:.;ção 
dessa situaç.10 liqu id a na estn1tura do Balanço P.itrimonial. 
4. ��$(Tl'V<l um a situ ação t:m <1uc dcvcmus d;1ssifi.c ar 
um bem como i11flt"Slh11mt o , ou seja, co mo adv('�O il .sua 
ativid ade operacion al . 
5. Qu ando os ( ·stoqucs apr<'$\.'nh1r(•m ite ns dNcriora.dos , 
obsoletos e morosos., ent re outms, e uma b.1ixa ou redução 
di reta oosseus valores não for pratkâ\·el, de,•e·se constituir 
uma provisão para r econhecer tal perd a. Expl ique como 
pode ser a classificação das Cllnln.s qu e s erão mmpont!nles 
dos Estoques. 
Questões para reflexão 
' 
Nesta seção, a proposta é levá-lo a refletir 
criticamente sobre alguns assuntos e a trocar ideias 
e experiências com seus pares. 
Saiba mais 
Você pode consultar as obras 
indicadas nesta seção para 
aprofundar sua aprendizagem. 
Saiba mais 
Co11.1tftA; H . L; Houk.Nt.\O.\! J(r�10.: . F . SISlem/lS de mensur,1çJo e 
ll\':<iliat.il, de desempenho ursimiuiciónal.: t'S!udo de casos no setor 
qu Ím ico no Br .1:-i 1. Reviita Contabilidade & F''""'r,ça"' v . 19, n. 41\ p . 5(1·6.f., 
�t.'1./d(';; .. 2()()ff. 
Es!le ar1igo apre�M os resultados. de uma pesquisa 1-«ili· 
záda ((10\ qul'ltrO gr:i rldes en\prt.�;t.S bras1 k'tir.is do se«>r <.}\1Ími(Q. 
dcS<n.:v1.•n<lo os seus n:s-p,1.-ctwo:, sish:mas de �nsur�3o é 
a\1ali.ição de dl"S('mjX'tlhO orga ni zadonaJ. 
PoRtULIIAI(. H . P(OJ)OSU d e modelagem (C)f\(eitual do ()IJblk YOIIH 
«Oteco,d «H'I\O ir'IS"llumer.to it1teg,ado ao i:,&antjaMeot\tO estratégi <o de 
um hospital 1.miveoitirio federal. !:41 í . Disserltlç.lio. {Mestrado em 
Cóntabilidude)- l)r.:,f;rnnl.:. de P(�G,: 1dua�.3o c:m Cont.ibilicfode, 
Vnivc::r�id.,de l•c.:dc:-ral dQ P.:1r.1mi, Çuritiba, 2(113- l>i�poniwl <;m: 
<ltt I JX//www .ppg(ont,1bi lidold('.\1/pr.brJw p•oontc:nt/ \1rlQ.1d$/201.,Y(I;/ 
OOC)t,pdí> . Acl."SSO em: i ,1 jul. 201_;. 
Ess;,, pt:Squi�1 objt'.'tiv.- dtse1wolvtr vm m()delo <:C>J•<'titu;;,I 
ck avali�od<' dt•$cmpcnho com �,S(_" no Puhlk Vulm· Sronwnl 
{f'VS). que está integrado ao planej amento estratêg:ico do hos­
pital universitário federal . objeto desse estudo. 
Estudo de caso 
Esta seção traz ao seu conhecimento 
situações que vão aproximar os conteúdos 
estudados de sua prática profissional. 
� atentamente o caso• segui, e, na sequéndo, "'"" 
pond;'t às questões. 
A fábula dos po,cos assados (Cintra, 1001> 
"CERTA VEZ, ocorreu um incêndio num bosque 01\de havia 
algui,$ porcos, que forturi assad0$ ptfo foge,. Os home1,� 11ue 
:,té tl'\t3o os <:on,Jam <TtlS,. expedl)lentaram a ('arnt 3.SS;)d;) 
(• <1<:h;:,.ram•na ddi<'i-Osa, J\ part ir d;;,j, tod;;, vi.•z qui.• qu.:·ri;.,m 
COnt('f porco ass.1do, inccndfav.im um b osqu e O lt'mpo JMSSOU, 
e o sistem.1 d e assar po«:os continuou basicaffl(>llt(' o mesmo. 
M as as cois as nem sempre funcionavam bem: às vezes os 
animais ficavam queimados demais ou pardalmente crus. 
As cau$as do fracaS$0 dl) sislema, :;egundo os especialista'>, 
eram stl'ibu idas à indlsciplnla dos IX>l'OOS, que não perma4 
né<'fom. Ol\d('- devtdam, ou ti lll.OOnSl.'lnte n.itvrt•',i.'l do fogo. 
tão difídl d(• con trolar, ou, ;,1ind.i, ils árvor('S, l.'N«.'$$\\1 .imt-ntt 
• • • • • • • • • • 
• 
• 
• • 
1 
• • • • 
• • • • 
Conteúdos do capítulo 
• 
1 
• 
1 • 
• • • • 
• Princípios contábeis: breve relato. 
• Objetivos da contabilidade. 
• Informações contábeis. 
• Usuários da informação contábil. 
• • 
1 • • 1 
• 
• • • 
• Convergência às Normas Internacionais de Contabilidade. 
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de: 
1. entender os princípios e os objetivos da contabilidade; 
2. compreender quais são as informações contábeis e os 
principais usuários da informação contábil; 
3. compreender o processo de convergência às Normas 
Internacionais de Contabilidade, sobretudo no que 
tange ao cronograma da convergência, à normatização 
da convergência no Brasil e às especificidades 
da contabilidade. 
e acordo com Hendriksen e Van Breda (2012), desde 
1494 o frei Lttca Pacioli já punha em destaque
a teoria d.o débito 
e do crédito, ante a necessidade de controlar os bens, codifi­
cando o sistema de partidas dobradas num apêndice de um 
livro publicado em Veneza. Sob uma perspectiva histórica, 
o homem foi acttmulando riqttezas e surgiu a necessidade 
de controlar esses bens, logo, a origem da contabilidade está 
ligada à necessidade de registro da comercialização. 
Os grandes acontecimentos da história, como o descobri­
mento da América e a Revolução Industrial, aconteceram em 
séculos nos qt1ais houve poucos avar1ços na contabilidade. 
Foi só no século XVIII que surgiram os profissionais de contabi­
lidade. Em 1880, houve a fundação do Instituto de Contadores 
registrados da l11glaterra e do País de Gales e, em 1887, a fun­
dação do Instituto Americano. 
Ao longo do tempo, a contabilidade passou por diversas 
1nt1danças, pois foi ficando cada vez mais forte a necessidad.e 
de encontrar formas menos complexas de controlar os bens 
e que oferecessem maior eficiência. Esse objetivo não é algo 
tão simples de ser alcançado. Mes.mo existindo várias formas 
de interpretar os fatos contábeis, sabemos que o controle dos 
bens sob o método das partidas dobradas' perdurou por muito 
tempo, pois a sua lógica permite a visualização da situação 
patrimonial e financeira da empresa com bastante clareza. 
O que hoje existe é uma forma de melhorar e aperfeiçoar as 
técnicas relacionadas às áreas da contabilidade, tanto que esta é 
dividida em setores como: público, comercial, industrial, de agro­
pecuária, bancário, hospitalar, securitário, entre outros; dentro 
de cada um deles, há outras segmentações, de acordo co1n as 
necessidades de cada atividade. 
Essa diversidade necessita de direcionamentos, que se dão 
por meio de: 
• Normas: As leis, as regras e os padrões que norteian, 
as empresas, indicando como devem ser os 
procedime11tos contábeis. 
• Princípios: As regras funda1nentais admitidas como bases, 
ou seja, as formas de condt1ta ou os procedimentos con­
tábeis a serem seguidos. 
• Harmonização: A conciliação de diversos pontos de vista 
para obter a: 
• padronização -a adoção de um único modelo a seguir; 
• convergência - o ponto ou o grau no qual diferentes 
linhas dirigem-se ao 1nesn10 ponto. 
1.1 Princípios contábeis: breve relato 
Na condição de ciência social, a contabilidade conta com 
princípios contábeis - hoje denominados dessa forma, m.as já 
foram conhecidos como princípios de contabilidade geralrnente 
aceitas ou princípios fundamentais da contabilidade -, qt1e são o 
centro da própria co11tabilidade, ou seja, as regras fundamen­
tais admitidas como base, validadas para todos os patrimônios. 
A observância aos princípios contábeis é imprescindível para 
a contabilidade, ou seja, não podemos fazer contabilidade sem 
manter uma rigorosa observância a eles. 
Os princípios são a essência dos conhecimentos, das dou­
trinas e das teorias que têm o respaldo da maioria dos estu­
diosos de contabilidade. O conteúdo dos princípios diz res­
peito à caracterização da entidade e do patrimônio -que por 
s11a vez são efeitos que refletem no Patrimônio Líquido (PL), 
quan.do da su.a avaliação e d.o seu reconhecimento. Os objeti­
vos pragmáticos da contabilidade podem ser caracterizados pela 
palavra infor1nação. 
A Resolução CFC n. 750, de 29 de dezembro de 1993 (CFC, 
1993), com alterações dadas pela Resolução CFC n. 1.282, de 28 
de maio 2010 (CFC, 2010), dispõe sobre os seguintes prü1cípios 
contábeis: 
• Princípio da entidade: Existe desde a época do frei Luca 
Pacioli, que em 1494 indicou que o patrimônio da enti­
dade ou da empresa não pode ser confundido com o patri­
mônio dos seus proprietários; sendo assim, deve-se dis­
tinguir o patrimônio da pessoa física do patrimônio da 
pessoa jurídica, para evitar problemas fiscais, gere11ciais 
e também sociais. 
• Princípio da continuidade: E o pressuposto que diz que a 
empresa terá continuidade ou estará operacionalizando 
110 futuro, ou seja, indica que a empresa não tem prazo 
fixo de duração; sendo assim, parte-se do pressuposto de 
que as empresas têm tempo indeterminado de existência. 
• Princípio da oportunidade: Indica q11e informações con­
tábeis devem ser íntegras e disponibilizadas em tempo 
hábil, ou seja, a contabilização deve ser comprovada por 
meio de docume11tos e no tempo certo. Isso significa dizer 
que não adianta apenas ter informações fidedignas; elas 
têm de ser disponibilizadas em tempo hábil. A recíproca 
é verdadeira: não adianta ter ii1formações no tempo certo 
se elas não forem fidedignas. De acordo com esse prin­
cípio, deve haver um equilíbrio entre a integridade e 
a tempestividade. 
• Princípio do registro pelo valor original: Indica que os com­
ponentes do patrimônio devem ser expressos pelo valor 
da aquisição e em moeda nacio11al (qua11do da con1pra). 
Essa observação (quando da compra) expressa as varia­
ções que ocorrem ao longo da vida útil sobre o patrimônio, 
as quais dependem das seguintes variáveis: 
• custo corrente - o valor dos Ativos e Passivos, se 
fossem adquiridos na data ou no período das 
Demonstrações Contábeis; 
• valor realizável -valores obtidos pela venda de um Ativo; 
• valor presente: uma das técnicas de avaliação que 
podem ser utilizadas para identificar o valor justo; 
• valor justo -valor pelo qt1al Ativos e Passivos poderiam 
ser trocados; 
• atualização monetária -é a correção da desvalorização 
da moeda, por meio da aplicação de indexadores ou 
outros elementos capazes de traduzir a variação do 
valor da moeda em um deter1ninado período. 
• Princípio da competência: Estabelece quando um determi­
nado componente deixa de integrar o património para 
transformar-se em elemento modificador do PL. As recei­
tas e as despesas são reconhecidas no momento da sua 
realização, independentemente do prazo para o paga­
n1ento ou para o recebimento. Esse princípio é o que rege 
o método das partidas dobradas. 
• Princípio da prudência: Também conhecido como conser­
vadorismo, refere-se à adoção dos menores valores para 
os Ativos e dos maiores valores para os Passivos, desde 
que estejam em bases conhecidas e aceitas, levando em 
consideração o princípio da oportunidade. 
1.2 Objetivos da contabilidade 
Segundo a Resolução n . 774 do CFC, de 16 de dezembro de 
1994, "a existência de objetivos específicos não é essencial à 
caracterização de uma ciência, pois, caso o fosse, inexistiria 
a ciência 'pura', aquela que se concentra tão somente no seu 
objeto" (CFC, 1995). 
De acordo com Gelbcke, Iudícibtts e Martins (2007), o obje­
tivo científico da contabilidade infere-se 11a apresentação cor­
reta do patrimônio e na compreensão e na análise correta das 
suas mtttações. Sob uma ótica pragmática, a aplicação da con­
tabilidade numa determi11ada empresa busca o fornecimento 
de informações aos usuários sobre aspectos de natureza eco-
11ômica, financeira e física do patrimônio e suas mutações, por 
meio de registros, demonstrações, análises, diagnósticos e 
prognósticos que se apresentam em forma de relatórios, pare­
ceres, notas explicativas, tabelas, planilhas, entre outros. 
A natureza econômica é utilizada para explicar o processo de 
formação do resultado, ou seja, as mt1tações tanto quantitativas 
quanto qualitativas qtte alteram o valor do PL, sejam elas mais 
ou menos conhecidas, como as receitas e as despesas. Dessa 
forma, o capital, o patrimônio e os fluxos de receitas e de des­
pesas são exemplos da dimensão econômica da contabilidade. 
A natureza financeira evidencia os resultados, o desempenho 
da gestão e as perspectivas futuras da empresa. O capital de 
giro e os fluxos de caixa são exemplos da dimensão financeira. 
A natureza física refere-se às mensurações de natureza 
física,
tais co1no: quantidade gerada de prodt1tos ou de servi­
ços, número de depositantes em estabelecimentos bancários 
e outros que possam permitir melhor inferência, por parte do 
usuário, qua11to à evolução do empreendimento. 
1.3 Informações contábeis 
As i11formações quantitativas da contabilidade devem permitir 
ao ust1ário da informação compreen.der a situação e a tendência 
da empresa, com o menor grau de dificuldade possível, para 
que possa participar do mu11do eco11ômico e também plane­
ja r as suas próprias operações sem quaisqu.er problemas de 
interpretação quanto às informações repassadas, por meio de 
observação, comparação, avaliação e projeção de investimentos. 
As informações contábeis deve1n observar rigorosamente 
a aplicabilidade dos princípios de contabilidade, para a sua 
precisão e para o próprio desenvolvimento de aplicações prá­
ticas, as quais deverão levar em conta o co11texto econômico, 
tecnológico, institucional e social em que os procedi1nentos 
serão aplicados. 
No que tange às características qualitativas, elas compreen­
dem: a compreensibilidade, a relevância, a confiabilidade, 
a comparabilidade, entre outras. 
Para que essas características possam ser agrupadas nos 
relatórios contábeis, eles deve1n: 
• Ser de fácil entendimento pelos ust1ários, ser acess í ­
veis aos leigos e incluir informações relevantes, ainda 
que co1nplexas. 
• Ser relevantes às necessidades dos t1suários na tornada 
de decisões - entende-se como relevantes as informações 
que podem iI1fluenciar na tomada de decisões. 
• Ser livres de erros ou vieses relevantes e claros naquilo 
que propõem representar, devendo observar a primazia 
da essência sobre a forma, ou seja, a qualidade da infor­
mação é mais importante do que o obedecimento à lei. 
Além disso, devem manter a neutralidade, a prudência 
e a integridade. 
• Permitir a comparabilidade dos relatórios em períodos 
st1cessivos ao Io11go do tempo - mudanças de critérios 
deven1 ser explicitadas aos usuários. 
• Fornecer informações em momentos oportunos sem a 
ocorrência de atrasos. 
1.4 Usuários da informação contábil 
A informação contábil das entidades deve ser ampla, fidedigna 
e suficiente para que seja possível avaliar a situação patri­
monial da entidade e as mt1tações sofridas pelo seu PL, de 
modo que seja possível realizar uma previsão para o futuro. 
Tais características são imprescindíveis, especialmente se 
considerarmos a diversidade de interesse de t1suários inter­
nos e de usuários externos. 
Os usuários internos são os gerentes (administradores) e os inves ­
tidores (sócios ou acionistas), chamados de shareholders, que estão 
interessados no retorno da empresa, pois aplican1 o dinheiro a 
fim de obter retorno (lucro) e por isso desejam analisar a rentabi­
lidade da empresa por meio da informação contábil. Os usuários 
externos são os d1amados de stakeholders, que são os fornecedores, 
os bancos, o governo, os empregados, os concorrentes etc., os 
quais têm interesse em analisar a empresa por diversos moti­
vos, seja para verificar o grau de risco de inadimplência, seja 
para verificar a geração de impostos aos cofres públicos, entre 
outros interesses. 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 
Figura 1.1 - Usuários da informação contábil 
1 nvestidores/ 
Sócios 
Bancos/ 
Financiadores 
FoN·ro: Adaptado de Marion, 2009, p. 29. 
1.5 Convergência às Normas Internacionais 
de Contabilidade 
Com o advento da Lei n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007 
(Brasil, 2007) - que passou a vigorar em 1Q de janeiro de 2008 
e provocou a maior muda11ça da Lei Societária desde 1976 
(Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976; Brasil, 1976) -, e da 
Lei n. 11.941, de 27 de maio de 2009 (Brasil, 2009), que alterou 
parte da Lei n. 6.404/1976, teve início o processo de convergên­
cia da contabilidade brasileira às Normas Internacionais de 
Contabilidade. Nesse processo, houve a segregação das prá­
ticas contábeis e fiscais no que tange à avaliação patrimonial. 
As principais razões dessa convergência foram as seguintes: 
• os sistemas contábeis dos países aderentes à conversão 
passariam a ter maior facilidade 11as análises comparati­
vas de resultados financeiros; 
• em termos de classificação, mensuração e relatórios con­
tábeis, a convergência às normas supriria os usuários de 
relatórios contábeis com de1nonstrações mais apropriadas 
para as decisões econômicas; 
• haveria redução do tempo relacionado à conversão de 
demonstrações financeiras de subsidiárias (empresas que, 
embora controladas ou dirigidas por outras, possuem 
grande parte ou o total das ações); 
• facilitaria o ensino da contabilidade no mundo e portanto 
seria mais fácil transferir colaboradores de diferentes 
subsidiárias de empresas multinacionais; 
• proporcionaria urna maior facilidade ao atendimento dos 
requisitos de diferentes bolsas de valores; 
• proporcionaria um at1mento de capital por meio de mer­
cados de capitais estrangeiros; 
• por fim, melhoraria a transparência. 
1.5.1 Cronograma da convergência 
O Internacional Accot1nting Standards Board (Iasb) é o princi­
pal órgão normatizador da convergência e emite as lnternational 
Financial Reporting Standards (IFRS). O objetivo do Iasb é 
"desenvolver, com base em princípios claramente articulados, 
tlm conjunto único de pronunciamentos contábeis de alta qua­
lidade, compreensíveis, exequíveis e aceitáveis globalmente" 
(IFRS, 2011). 
Quadro 1.1 - Histórico das Normas Internacionais 
de Corttabilidade 
Anos Histórico 
Foi criado o lnternational Accounting Standards Committee (lasc) com 
o objetivo de formular e publicar de forma totalmente independente 
u m novo padrão de normas contábeis internacionais que possa ser 
mundialmente aceito. O lasc foi criado como uma fundação independente 
1973 
sem fins lucrativos e com recursos próprios procedentes das contribuições 
de vários organismos internacionais, assim como das principais firmas de 
auditoria. Os primeiros pronunciamentos contábeis publicados pelo lasc 
foram chamados de lnternational Accounting Standard (IAS). Numerosas 
normas IAS ainda estão vigentes, apesar de terem sofrido alterações ao 
longo do tempo. 
O lasc criou o Standing lnterpretations Committee (SIC), um comitê 
1997 
técnico dentro da estrutura do lasc, responsável pelas publicações de 
interpretações chamadas SIC, cujo objetivo é responder às dúvidas de 
interpretações dos usuários. 
Foi criado o lasb na estrutura do lasc, que assumiu as responsabilidades 
técnicas deste. A criação do lasb teve como objetivo melhorar a 
estrutura técnica de formulação e validação dos novos pronunciamentos 
internacionais a serem emitidos pelo lasb com o novo nome de 
pronunciamentos lnternational Financial Reporting Standard. O novo 
nome, que foi escolhido pelo lasb, demonstrou a vontade do comitê de 
transformar progressivamente os pronunciamentos contábeis anteriores 
em novos padrões internacionalmente aceitos de reporte financeiro 
2001 com a finalidade de responder às expectativas crescentes dos usuários 
da informação financeira (analistas, investidores, instituições etc. ). 
Dentre todos, os sistemas alemães e canadenses foram considerados os 
mais adequados, enquanto os sistemas inglês e americano são os que 
mais necessitam de adaptações. Em dezembro do mesmo ano, o nome 
do SIC foi mudado para lnternational Financial Reporting lnterpretations 
Committee (lfri c), o qual passou a ser responsável pela publicação, 
a partir de 2002, de todas as interpretações sobre o conjunto de 
normas internacionais. 
Em março de 2004, muitas das normas IAS/IFRS foram
publicadas pelo lasb, 
2004 
incluindo a norma IFRS 1, que define os princípios a serem respeitados 
pelas empresas no processo de conversão e primeira publicação de 
demonstrações financeiras em IFRS. 
Desde 1° de janeiro de 2005, todos as empresas europeias abertas 
2005 passaram a adotar obrigatoriamente as normas IFRS para publicarem suas 
demonstrações financeiras consolidadas. 
2008 Em 31 de dezembro de 2008, encerrou-se o prazo do período de adaptação. 
Entraram em vigor as normas e os padrões do IFRS, tornados obrigatórios 
2009 
para todas empresas de capital aberto e de capital fechado de médio e 
grande portes. Os bancos passaram a exigir as demonstrações financeiras 
de acordo com o novo padrão. 
FONTE: Adaptado de Freire ct ai., 20·12, p. 6-22. 
1.5.2 Normatização da convergência no Brasil 
O processo de convergência no Brasil se deu pelos seguintes 
passos: 
a) A Resolução CFC n. 1.055, de 7 de outubro de 2005 (CFC, 
2005), criou o Comité de Pronunciamentos Contábeis 
(CPC). 
b) A Lei n. 11.638/2007 estende às sociedades de grande porte 
as disposições relativas à elaboração e à divulgação de 
de1nonstrações financeiras. 
c) Com a regulamentação da Lei n. 11.638/2007, a Comissão 
de Valores Mobiliários (CVM) editou a Instrução CVM 
11. 469, de 2 de maio de 2008 (CVM, 2008c). 
d) Convergência das Normas Contábeis do Sistema 
Financeiro Nacional às Normas Internacionais (Banco 
Central do Brasil - BCB). 
e) Medida Provisória n. 449, de 3 de d.ezembro de 2008, da 
Secretaria da Receita Federal (Brasil, 2008). 
f) Edição da Lei n. 11.941/2009, que converteu em lei a MP 
11. 449/2008. 
g) Em janeiro de 2010, foi assinado o Memorando de 
Entendimento entre o Iasb, o Conselho Federal de 
Contabilidade (CFC) e o Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis(CPC). Esse documento assegura g1te o CPC 
continuará a emitir as normas brasileiras de contabilidade 
com base nas 11ormas emitidas pelo Iasb. 
Quadro 1.2 - Histórico das Normas Internacionais de 
Contabilidade no Brasil 
Anos Histórico 
1977 Lei n. 6.404/1976. 
1981 CFC institui a Resolução n. 750/1981. 
(conti1111a) 
• 
Anos 
2005 
2007 
2009 
2010 
(Quadro 1.2 - concl11siío) 
Históríco 
CFC, por meio da Resolução n. 1.055, de 7 de outubro de 2005 (CFC, 2005), 
criou o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). 
Lei n. 11.638/2007 -Alteração da Lei n. 6.404/1976. 
Lei n. 11.941/2009 - Alteração da Lei n. 6,404/1976. 
Resolução CFC n.1.282/2010. 
2014 Lei n. 12.973, de 13 de maio de 2014. 
FONTE: Adaptado de Freire et ai., 20·12, p . 6-22. 
A Resolução CFC n. 1.055/2005 criou o CPC e representa a 
união de esforços e objetivos das entidades qt1e fazem parte 
do Comitê, quais sejam: 
• Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca); 
• Associação dos Analistas Profissionais de Investimentos 
do Mercado de Capitai (ApimecNacional); 
• Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM & FBovespa); 
• Consell10 Federal de Contabilidade (CFC); 
• Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon); 
• Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e 
Financeiras (Fipecafi). 
1.5.3 As especificidades da contabilidade 
A Junta de Normas Internacionais, ou International Accounting 
Sta11dards Board (Iasb), preocupada com a convergência das 
normas no que diz respeito às especificidades de normas entre 
os diferentes países, afirma em seu framework (estrutura con­
ceituai básica) estar comprometida "em reduzir tais diferenças 
buscando harmonizar as regulamentações, normas contábeis e 
procedimentos relacionados com a preparação e apresentação 
de den1onstrações contábeis" (IFRS, 2011). 
As especificidades ou peculiaridad.es dos países adere11-
tes às Normas Internacionais de Contabilidade tornam as 
convergências mais complexas, devendo, antes da conver­
gência, haver a harmonização e a padronização das 11or1nas. 
Niyama (2005) assevera que a harmonização permite a apro­
ximação das normas e práticas de outros países, em busca 
da preservação das particularidades de cada t1m, o que pos­
sibilita a reconciliação dos sistemas contábeis com o intuito 
de melhorar a troca de informações a serem interpretadas 
e compreendidas. 
Com a harmonização, obtém-se a padronização, que é a ado­
ção de um único modelo para diversos países com a finalidade 
de convergência, que é o ponto ou o grau no qual as diferentes 
linhas dirigem-se ao mes1no ponto. 
A Lei n. 11.941/2009, e1n seu art. 15, dispõe sobre o Regime 
Tributário de Transição (RTT), com o objetivo de normatizar os 
ajustes necessários para a anulação dos efeitos tributá rios da 
conversão às Normas Internacionais de Contabilidade; porém, 
o RTT foi revogado pelo art. 117 da Lei n. 12.973, de 13 de maio 
de 2014, qt1e entrou em vigor no dia 12 de janeiro de 2015. 
Conforme deter1nina a Instrução, CVM n. 457, de 13 de jtllho 
de 2007, e o Comunicado do Banco Central n. 14.259, de 10 de 
março de 2006 (BCB, 2006), a partir do exercício de 2010, as 
companhias de capital aberto deverão apresentar demonstra­
ções financeiras consolidadas. 
Síntese 
Os princípios contábeis foram abordados aqui de forma st1cinta, 
apenas para relatar como a contabilidade se desenvolveu, 
como consequência da necessidade de controlar os bens, che­
gando hoje em dia à convergência às Normas Internacionais 
da Contabilidade. Vimos que o início do registro da história 
da contabilidade deu-se no século XV, com o frei Luca Pacioli, 
num livro qt1e tratava da matemática. Uma seção desse livro 
abordava o sistema de escrituração pelo método das partidas 
dobradas, que foi o priineiro material publicado a respeito. 
O objetivo inicial da contabilidade era gerar informações 
para o conhecimento do proprietário, o dono do capital, que 
geralmente era o único. As contas eram sigilosas, pois inte­
ressavam apenas ao proprietário. Hoje, a contabilidade tem 
informações divididas em aspectos econômicos, financeiros e 
físicos, as quais interessam a diversos usuários (shareholders 
e stakeholders). Portanto, é necessária a fidedignidade dos regis­
tros dos atos e fatos para o levantamento dessas informações 
por meio de demonstrações, relatórios, pareceres, notas expli­
cativas etc. 
A contabilidade passa por mudanças para a convergência às 
Normas Internacionais da Contabilidade, que geram a expecta­
tiva de diversas melhorias na área contábil. Para essa conver­
gência, são necessários diversos mecanismos de regulação. 
Os profissionais da área estão engajados nesses estudos para 
adequar as normas à realidade brasileira. 
Assim, neste capítulo, apresenta1nos um breve relato sobre 
a contabilidade, mostrando algumas de suas normas, prin­
cípios, legislações e alterações. Esse breve conteúdo que foi 
aqui desenvolvido é o mínimo necessário para adentrarmos 
na contabilidade propriamente dita. 
Perguntas & respostas 
,. Após a leitura deste capítulo, qual é o conceito atribuído à 
contabilidade? É uma ciência ou uma técnica? 
É uma ciência que utiliza técnicas para registrar e controlar 
o patrimônio de entidades, de fins lucrativos ou não, ofere­
cendo informações sobre a sua composição e as variações ao 
longo de um período. 
2. Vimos um breve relato dos princípios contábeis. Qual é a 
importância dos princípios contábeis? 
Se pensarmos no sentido da palavra princípios, estaremos j á 
responde11do à pergunta. Princípio é aquilo que regula o com­
portamento ou os atos de alguém - norma ou regra. Se não 
existissem os princípios, cada empresa adotaria uma forma 
de contabilizar seus bens, o que inviabilizaria a divulgação 
da informação necessária. A utilidade, a aplicabilidade e os 
objetivos devem ser características dos princípios contábeis. 
Consultando a legislação 
No Brasil, a contabilid.ade financeira
segue basica1nente as 
diretrizes da Lei n. 6.404/1976, alteradas pela Lei n. 11.638/2007 
e pela Lei n. 1 1.941/2009, e pela recente Lei n. 12.973/2014, que 
ampara os procedimentos contábeis, de 1nodo que a contabi­
lidade alcance seus objetivos. 
Salientamos que tais legislações estão referenciadas no final 
deste livro. 
Questões para revisão 
1. De acordo com o exposto e sob a sua ótica, descreva os 
be11efícios que a convergência às Narinas Inter11acionais da 
Contabilidade pode trazer aos países aderentes. 
2. Pesquise e descreva a Lei n. 12.973/2014, que entrou em vigor 
em 1º de janeiro de 2015. 
3. Quando tratamos das mutações quantitativas ou qualitativas 
da contabilidade, que altera1n o valor do Patrimônio Líquido, 
seja para mais, seja para menos, estamos tratando da: 
a) natureza física. 
b) natureza financeira. 
c) natureza econômica. 
d) natureza patrimonial. 
4. Sobre o princípio da competência, é correto afirmar: 
a) E co11hecido como conservadorismo. 
, b) E o princípio que rege o método das partidas 
dobradas. 
c) Os compo11entes do patrimônio devem ser expressos 
pelo valor da aquisição, em moeda nacional. 
d) E a adoção do menor valor para os Ativos e maior 
valor para os Passivos. 
5. A expressão "O patrimônio da empresa não pode ser con­
fundido com o patrimônio de seus proprietários" refere- s e 
' . ao pr1nc1p10: 
a) da continuidade. 
b) da oportunidade. 
c) da competência. 
d) da e11tidade. 
Questões para reflexão 
1. Depois da leitura deste capítulo, podemos dizer que a con­
tabilidade é uma ciência ou uma técn ica? 
2. Quais são os principais meios utilizados pela contabilidade 
para atingir sua finalidade? 
3. Você já parou para pensar por que o Patrimônio Líquido é 
usado como a conta final do Balanço Patrimo11ial? 
4. A contabilidade brasileira adota o regime de competência. 
Porém, se o lançamento for efetuado obedecendo ao regime 
de caixa, quando o compararmos ao regime de competência 
para levantamento do Balanço Patrimonial, qual será a con­
sequência das despesas que não foram pagas 110 exercício? 
5. A essência das doutrinas relativas à ciência da contabilidade 
está nos princípios fundamentais, conforme o entendimento 
dos profissionais da área. Nesse sentido, qual é a observân­
cia do princípio da oportunidade? 
Saiba mais 
FREIRE, M. D. DE M. et ai. Aderência às normas internacionais de 
contabilidade pelas empresas brasileiras. Revista de Contabilidade e 
Organizações, v. 6, n. 15, p. 3-22, 2012. Disponível em: <http://www. 
rco.usp.br/index.php/rco/article/viewFile/384/236>. Acesso e1n: 
14 abr. 2015. 
Esse artigo discorre sobre a evolt1ção da história da con­
tabilidade a partir da aderência às Normas Internacionais 
de Contabilidade. O texto é muito importante para agregar 
conhecimento profundo, além de auxiliar no entendimento do 
processo de convergê11cia e harmonização que foram expostos 
neste capítulo. A abordagem que realizamos nesta obra foi 
superficial, apenas com o ü1tuito de conhecimento prévio, mas 
esse assunto pode ser mais profundamente esclarecido com a 
leitura dessa referência. 
• • • • • • • • • • 
• 
• 
• • • • • • 
• • • 
Conteúdos do capítulo 
• • 
1 1 
• Conceito de contas contábeis. 
• • • • 
• • 
1 • • 1 
1 
• • 
• Elementos, apresentação e funcionamento de uma conta. 
• Teoria das contas: teoria personalista, teoria materialista e 
teoria patrimonialista. 
• O mecanismo do débito e do crédito. 
• As contas Patrimoniais: Ativo e Passivo. 
• As contas de Resultado: receitas, custos e despesas. 
• Plano de contas. 
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de: 
1. compreender o conceito, os elementos, a apresentação e 
o funcionamento de uma conta contábil; 
2. entender as diferentes teorias das contas; 
3. compreender o funcionamento do mecanismo de débito 
e de crédito; 
4. entender a finalidade das contas Patrimoniais e 
de Resultado. 
o sentido literal do termo, contabilidade é a arte de 
escriturar livros contábeis; ela também pode ser entendida 
como cálculo. Como ela deriva do termo conta, para poder fazer 
a contabilidade, precisamos entender essas contas. 
Sob a ótica co11tábil, vários co11ceitos são atribuídos às contas, 
palavra que pode ser entendida como um termo técnico que 
utilizamos para os registros dos fatos patrimoniais, ou seja, 
toda ocorrência que envolve o patrimônio, as receitas e as des­
pesas de uma entidade, podendo ainda ser entendida como a 
representação gráfica dos débitos e dos créditos que qualificam 
os componentes patrimoniais. 
2.1 Conceito de contas contábeis 
A contabilidade por ações - regida pela Lei 11. 6.404, de 15 de 
dezembro d.e 1976 (Brasil, 1976), alterada pela Lei n. 11.638, de 
28 de dezembro de 2007 (Brasil, 2007), e Lei n. 11.941, de 27 de 
maio de 2009 (Brasil, 2009), e pela recente Lei n. 12.973, de 13 
de maio de 2014 (Brasil, 2014a) - regulan1enta e norteia toda 
contabilidade no que diz respeito às diretrizes de apresentação 
das contas e suas derivações (as diversas demonstrações gera­
das por n1eio dos registros contábeis), à forma de apresentação 
das demonstrações e à classificação de cada conta no set1 grupo, 
além de determinar quais são as demonstrações obrigatórias, 
entre outras diversas determinações. 
A Figura 2.1 nos n1ostra algm1s exemplos de contas. 
Figura 2.1 - Exemplos de contas 
� Capital Social 
� Caixa 
� Duplicatas a receber 
Contas � Veículos 
� Empréstimos 
� Mercadorias 
� Custo da mercadoria vendida 
As contas contábeis, segundo a Lei n. 6.404/1976 e suas alte­
rações mencionadas, são classificadas em gr11pos ou subgn1pos 
de contas que compõem as demonstrações contábeis. Eis a 
redação: "Art. 178: No Balanço Patrimonial (BP), as contas serão 
classificadas segundo os elementos do patri1nônio que regis­
trem, e agrupadas de modo facilitar o conhecimento e a análise 
da situação financeira da companhia" (Brasil, 1976). 
O mesmo artigo dessa lei determina que as "contas sejam 
dispostas em ordem decrescente do grau de liquidez" (Brasil, 
1976), que se refere ao prazo em que elas podem ser transfor­
madas em caixa (numerários), pois algumas são de liq11idez 
imediata e outras precisam de tempo para se transformar em 
liquidez imediata. Por exemplo, a empresa pode ter duplicatas 
a receber de curto e de longo prazo; se11do assim, no BP, as de 
curto prazo devem figurar primeiro, pois têm um grau de 
liquidez maior. 
2.2 Elementos, apresentação e 
funcionamento de uma conta 
Na contabilidade, os elementos essenciais de uma conta são a 
nomenclatura da conta, o débito, o crédito, o histórico e o saldo. 
Os saldos das contas podem se apresentar como: 
• Devedor: Quando o valor do débito for maior qtie o crédito. 
• Credor: Quando o valor do débito for menor que o crédito. 
• Saldo nulo: Quando o débito for igual ao crédito. 
Nesse mesmo contexto, temos o razonete, gtie é a represen­
tação gráfica da conta, que chamamos de conta e1n T, na qual o 
lado esquerdo chama-se débito e o lado direito, crédito. Veja o 
exemplo na figura a seguir. 
Figura 2.2 - Razortetes em T 
Título da conta 
Débito 1 Crédito 
D Caixa e 
500,00 100,00 
Saldo 400,00 
Ressaltamos qt1e a representação gráfica utilizada na 
Figura 2.2 tem como objetivo proporcion ar uma melhor com­
preensão sobre como funcionam ou se comportam as contas. 
Devemos sempre ter em mente que o funcionamento das con­
tas na contabilidade deve ser simples. Para isso, utilizamos o 
método das partidas dobradas; ou seja, para cada conta devedora, 
temos uma ou mais contas credoras e vice-versa. O raciocí11io 
é lógico. 
Vamos a um exemplo simples para entender como ft1ncio­
nam as contas: imagine que você tem
um valor de R$ 25.000,00 
e o usou para comprar um veículo. Veja como é lógico: você 
ficou sem o dinheiro, mas agora tem um veículo - ou seja, fez 
uma permuta do dinheiro pelo bem. A contabilidade funciona 
exatatamente dessa forma. Se essa operação fosse para uma 
empresa, registraríamos esse fato contábil da seguinte forma: 
Débito da conta: Caixa 
Crédito da conta: Veículos 
Histórico do fato: Pela compra de um veículo em dinheiro. 
. 
. 
. 
. 
. • . • 
. • 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
E o saldo? Ora, o saldo das contas depende do valor que já 
estava registrado anteriormente. Vamos supor que não hou­
vesse nenhun1 veíct1lo registrado na contabilidade e que, para 
comprar o carro à vista, era preciso qt1e houvesse um saldo 
110 Caixa de, no mín imo, R$ 25.000.00. Nesse caso, supondo 
que o saldo do Caixa fosse R$ 25.500,00, ao fazermos esses 
lançame11tos, o saldo da conta Veíct1lo ficaria com um débito 
de R$ 25.000,00 e o saldo da conta Caixa ficaria com um saldo 
a débito de R$ 500,00. 
Assim, podemos dizer qt1e os elementos devem compor as 
contas, a apresentação é como podemos demonstrar grafica­
mente a conta e o funcionamento é a forn1a como ela é movi­
mentada. Todos esses aspectos estão relacionados co1n o débito 
ou o crédito. 
2.3 Teoria das contas 
As diferentes formas de classificação e interpretação das con­
tas, devido às diversas posições de doutrinadores a respeito, 
culminaram no surgimento de várias escolas que foram aper­
feiçoando a ciência co1n a criação de várias teorias, dentre as 
quais podemos destacar: 
• Teoria personalista; 
• Teoria materialista; 
• Teoria patrimonialista. 
2.3.1 Teoria personalista 
Na teoria personalista, as contas asst1mem a configuração 
de pessoas em relação ao patrimônio da entidade, ou seja, os 
débitos efetuados nas contas dessas pessoas representam suas 
responsabilidade e os créditos, seus direitos em relação ao 
titular do patrimônio. Podemos citar como exemplo: em rela­
ção ao património, a conta Caixa é sempre devedora e a conta 
Duplicatas a pagar é sempre credora. Logo, perante o patrimó­
nio, as contas que representam os bens e direitos (Ativo) são 
devedoras e as contas de obrigações e Património Líquido -PL 
(Passivo) são credoras. 
Nessa teoria, os tipos de contas são classificados em: 
• Conta dos proprietários: Contas que representam o PL, 
incluindo st1as variações, como as receitas e as despesas. 
Exemplos: Capital Social, Lucros Acumulados, Despesa 
com Pessoal, Receitas de Serviços etc. 
• Conta dos agentes consignatários: Contas que representam 
os bens da empresa, ou seja, consistem nas pessoas (con­
tas) a quem a entidade confia a guarda dos bens (Ativo). 
Exemplos: Caixa, Veículos, Imóveis etc. 
• Conta dos agentes correspondentes: Contas que represen­
tam os direitos e as obrigações do património perante 
terceiros que se posicionam como devedores ou credores 
da entidade. Os clie11tes devem à empresa o valor corres­
ponde11te a suas compras e os fornecedores são credores 
da empresa em relação às vendas a prazo. Daí resulta 
que Clientes é a conta devedora e Fornecedores é a 
conta credora. 
2.3.2 Teoria materialista 
A teoria materialista é oposta à teoria personalista, pois defende 
que as contas representam entradas e saídas de valores, e não 
uma simples relação de débito e crédito entre pessoas (exclui 
as relações com terceiros). 
Essa teoria classifica as contas em dois grupos: 
• Contas Integrais: Contas Ativo e Passivo Exigível. 
• Contas Diferenciadas: Contas que representam o PL e suas 
variações, incluindo as contas Receitas e Despesas. 
2.3.3 Teoria patrirnonialista 
Apresenta o PL como o objeto central da contabilidade, segre­
ga11do as contas que indicam a composição do patrimônio das 
contas que registram a movimentação (dinâmica) da situação 
patrimorlial. Essa teoria foi criada em 1926, por Vincenzo Masi, 
e é a usualmente adotada no Brasil. 
As contas são classificadas em dois grupos. 
• Contas Patrimoniais: Englobam as contas Ativo (bens e direi­
tos), Passivo (obrigações) e PL da entidade. 
• Contas de Resultados: Englobam as contas Receitas e 
Despesas (contas que alteram o PL). 
2.3.4 Síntese das teorias das contas 
Vimos aqui três das mais importantes das teorias das contas 
para que você conhecesse um pouco da origem da classifica­
ção das contas segundo a contabilidade. Assim, as contas são 
classificadas em dois grandes grupos: contas Patrimoniais e 
contas de Resultados. 
As contas Patri1noniais representam o Ativo, o Passivo 
Exigível e o PL. Essas contas figurarão no BP da entidade. Já as 
contas de Resultados representam o registro das variações 
patrimo11iais e englobam receitas e despesas, servindo tam­
bém para determinar o resultado do exercício. Essas contas 
figurarão na Demo11stração de Resultado do Exercício (DRE) 
da entidade. 
Figura 2-3 - Discriminação das contas: Patrimoniais e 
de Resultado 
Ativo 
Passivo 
Patrimônio Líquido 
Receitas 
Despesas 
O mecanismo do débito e do crédito 
Como vimos anteriormente, o razonete é a representação grá­
fica da conta e apresenta duas colunas- quando há um débito, 
registramos o valor correspondente no lado esquerdo do grá­
fico; quando há um crédito, registramos o valor correspondente 
no lado direito do gráfico. 
Portar,to, para m.elhor compreensão do que ocorre quando 
efetuamos os registros de contas a débito e de contas a crédito, 
ou seja, para melhor entender o efeito matemático que ocorre 
nas co11tas, podemos utilizar o esquema do Quadro 2.1. 
Quadro 2.1 - Explicativo de lançamento das contas e suas 
A • consequenc1as 
LADO CONTAS 
Esquerdo ATIVO 
Direito PASSIVO 
Direito 
PATRIMÓNIO 
LIQUIDO 
Direito RECEITAS 
Esquerdo DESPESAS 
DÉBITO CRÉDITO SALDO 
Aumenta Diminui Devedor 
Diminui Aumenta Credor 
Diminui Aumenta Credor 
Diminui Aumenta Credor 
Aumenta Diminui Devedor 
2.5 As contas Patrimoniais 
A Lei n. 6.404/1976 -alterada pela Lei n. 7.730, de 31 de janeiro 
de 1989 (Brasil, 1989), Lei n. 11.638/2007 e Lei n. 11.941/2009 -, 
na seção III (Balanço Patrimonial - Grupo de Contas), art. 178 
a 184, dispõe sobre o grupo das contas Ativo, Passivo e PL. 
Vale comentar que a Lei n. 7.730/1989, em seu art. 29, trata da 
revogação de todo o art. 185 da Lei n. 6.404/1976, que corres­
ponde à parte da Correção Monetária de Balanço. 
As contas Patrin1oniais, como o próprio nome já identifica, 
são as contas que irão compor o BP. Essa demonstração é obri­
gatória pela Lei das Sociedades por Ações e suas alterações 
(Lei n. 6.404/1976). Além de dispor sobre a obrigatoriedade de 
apresentação das demonstrações financeiras, essa lei também 
versa sobre as disposições no grtlpO de co11tas, norteando um 
padrão de apresentação para todas as entidades jurídicas. 
O BP apresenta as contas de forma sintética, com seus res­
pectivos saldos findos do período a que se refere na ordem de 
, 
maior para o menor grau de liquidez das contas. E composto 
pelos grupos Ativo, Passivo e PL e tem a finalidade da eviden­
ciação qualitativa e quantitativa da situação financeira e patri­
monial após os registros dos fatos patrimoniais escrittlrados 
na contabilidade, conforme mostra o Quadro 2.2. 
Quadro 2.2 - Classificação do Ativo e do Passivo 
ATIVO 
ATIVO CIRCULANTE 
Art. 179 da Lei n. 6-404/,976 
"1-No ativo circulante: as 
disponibilidades, os direitos 
realizáveis no curso do exercício social 
subsequente e as aplicações de recursos 
em despesas do exercício seguinte."
PASSIVO 
PASSIVO CIRCULANTE 
Art. 180 da Lei n. 6.404/,976 
Obrigações da entidade com liquidação 
dentro do exercício social seguinte, 
além é claro, das já vencidas. 
(co11ti1111n) 
ATIVO 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 
Art. 179 da Lei n. 6.404/1976 
"li - [ . . . J ativo realizável a L ongo 
Prazo [ . . . ]; Ili - [ . . . ) investimentos [ . . . ); 
IV - Ativo Imobilizado [ . . . ]; 
V - Intangível [ ... ]" 
Ativo 
(Quadro 2.2 -co11cfusào) 
PASSIVO 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
Art. 180 da Lei n. 6-404/1976 
Refere-se aos mesmos itens do Passivo 
Circulante, porém os vencimentos 
extrapolam o exercício seguinte 
do balanço. 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Art. 182 da Lei n. 6-404/76 
"A conta do capital social discriminará 
o montante subscrito e, por dedução, 
a parcela ainda não realizada. §1° [ ... ] 
reservas de capital [ . . . ] §2° [ . . . ] §3° [ ... ] 
ajustes de avaliação patrimonial [ ... ] 
§4° [ . . . ) reservas de lucros [ . . . ) §5° as 
ações em tesouraria [ ... )" 
fo»re: Elaborado com base ern Brasil, 1976. 
O Ativo compreende os bens e os direitos da entidade. Conforme 
a Lei n. 6.404/1976 e suas alterações, as contas devem ser dis­
postas pelo grau de liquidez, ou seja, aqtielas que podem ser 
transformadas e1n numerários mais rapidamente são as pri­
meiras que aparecem no BP; portanto, a estrtttu.ra utilizada nas 
normas brasileiras está mais próxima da estrutura utilizadas 
nas normas estadunidenses (USGAAP)'. 
2.5.1.1 Ativo Circulante 
O Ativo Circulante compreende as contas qt1e contêm os recur­
sos financeiros de liquidação imediata ou, em outras palavras, 
os recursos disponíveis na data de elaboração das demons­
trações financeiras. Segundo a Lei n. 6.404/1976 e suas altera­
ções, esses recursos compreendem as disponibilidades - por 
exemplo, dinheiro em caixa, numerários em conta bancária, 
aplicações de curtíssimo prazo e numerários em trânsito de 
qualquer natureza. 
Os direitos realizáveis {Créditos) são valores a receber de curto 
prazo, ou seja, os vencíveis até o final do exercício subsequente 
do encerramento do balanço. Esses direitos podem ser advin­
dos, por exemplo, da receita de vendas a prazo de mercadorias 
e/ot1 serviços ou podem ser decorrentes de outras transações 
que gerem valores a receber. Os estoques também são classif i ­
cados nesse subgrupo, seja de mercadoria para revenda, seja de 
matérias-primas, produtos e1n elaboração e produtos acabados, 
conforme a Lei n. 6.404/1976. 
A NBC - T3 classifica os estoques em subgrupos separados 
para destacá-los, pois geralmente represe11ta un1 valor signi­
ficativo do Ativo Circulante. 
Nos direitos realizáveis, podemos citar as seguintes con­
tas como exemplos: Duplicatas a receber, Clientes, Estoques, 
Adiantamento a funcionários, PCLD (Provisão para Créditos 
de Lig1.lidação Duvidosa) etc. 
2-5.1.2 Ativo não Circulante 
O Ativo não Circulante representa as contas de direitos rea ­
lizáveis que não se enquadram no Ativo Circulante, ou seja, 
aquelas contas que não têm grau de liqt1idez imediata e, assin,, 
necessitam de um tempo para serem transformadas em Caixa. 
Realizável a longo prazo 
Compreendem as contas que terão prazo de vencimento supe­
rior ao exercício subsequente do encerramento do balanço. 
Conforme a Lei n. 6.404/1976, art. 179, estão inclt1ídos: "[ . . . ] dire­
tores e acionista ou participantes no lucro da companhia, que 
não constituírem negócios usuais 11a exploração do objeto da 
companhia" (Brasil, 1976). Isso significa que, se a companhia 
tiver objetivos comerciais, conceder empréstimos ou adianta­
mento em dinheiro a diretor, acio11ista, coligada e controlada, 
mesmo que o contrato esteja estipulado a curto prazo, ainda 
assim o valor correspondente deverá ser contabilizado no Ativo 
não Circulante. Porém, se a con1panhia lhes vender uma mer­
cadoria a prazo, deverão ser considerados como clientes e clas­
sificados no Ativo Circulante. 
Investimentos 
Os investimentos estão destacados na Lei n. 6.404/1976, art. 179: 
"[ . . . ] as participações permanentes em outras sociedades e os 
direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo cir­
culante, e que não se destinem à manutenção da atividade da 
companhia ou da empresa" (Brasil, 1976). Isso quer dizer que 
Ativos de qttalquer natureza que não pertençam a nenl1um 
dos outros Ativos (Circulante, Realizável a Longo Prazo, 
Imobilizado ou Intangível), às participações a título de ações 
ou às contas com permanência em outras sociedades, são clas­
sificados como Investimentos. Um exemplo disso seria a aqui­
sição de um iinóvel adquirido se1n a fin alidade de utilizá-lo 
para a manutenção das atividades da empresa. 
I1nobilizado 
A Lei n. 6.404/1976, art. 179, com a redação da Lei n. 11.638/2007, 
compreende os bens corpóreos (que são materiais, têm corpo 
físico) destinados à manutenção das atividades da con1panhia 
ou da empresa ou exercidos com essa finalidade. Vale lembrar 
que a referida lei, em consonância aos padrões internacio­
nais de contabilidade, determina que os bens adquiridos sob a 
forma de arrendame11to mercantil financeiro sejam registrados 
da mesma forma que os bens adquiridos por financiamentos, 
pois, na essência, essa operação representa de fato u1n finan­
ciamento para a aqtlisição do bem e não um alugue!. 
Intangível 
A Lei n. 6.404/1976, art. 179, com a redação da Lei n. 11.638/2007, 
determina como intangíveis os bens incorpóreos (que não têm 
corpo físico), como é o caso de marcas e patentes, e dispõe 
sobre eles com a finalidade de manutenção da atividade da 
companhia ou quando exercidos com essa finalidade. 
2.5.1.3 Critérios de avaliação do Ativo 
O art. 183 da Lei n. 6.404/1976 - alterada pela Lei n. 11.638/2007 
e pela Medida Provisória 449, de 3 de dezembro de 2008 (Brasil, 
2008), determina as formas de avaliação do Ativo: 
Art. 183. [ . . . ] 
r. as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive deri­
vativos, e em direitos e títulos de créditos, classificados no 
ativo circula11te ou no realizável a longo prazo: 
a. Pelo valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas 
à negociação ou disponíveis para a venda; e 
b. Pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atua­
lizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado 
ao valor provável de realização, quando este for inferior, 
no caso das aplicações e os direitos e títulos de crédito, 
mantidas até o vencimento. (Brasil, 1976) 
Isso significa que os novos critérios estabelecidos (IAS 32, 
IAS 391 IFRS 71 a Lei n. 11.638/1907 e a Medida Provisória 
11. 449/2008) para a classificação e a avaliação das aplicações 
em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, serão ava­
liados quando destinados à negociação ou disponíveis para 
venda pelo seu valor justo; quando mantidas até o ,,encimento, 
pelo custo de aquisição corrigido conforme disposições legais 
ou contratuais ou pelo ajustado ao valor provável de realiza­
ção - dos dois, o menor. 
Sendo assim, podemos estabelecer uma classificação en1 
três categorias: 
• Destinados à negociação - Avaliação pelo valor justo 
(jair value). 
• Disponíveis para a venda - Avaliação pelo valor justo 
(jair value). 
• Mantidos até o vencimento - Avaliação pelo c11sto de 
aqu1s1çao. 
O parágrafo 2º desse mesmo artigo dispõe sobre a redtição 
do valor dos elementos dos Ativos Imobilizado e Intangível e 
determina o registro periódico nas contas de: 
• Depreciação - Quando houver perda do valor d.o bem 
físico sujeito a desgaste ou perda de utilidade por uso, 
ação da 11atureza ou obsolescência. 
• Amortização -Quando corresponder à perda do valor do 
capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade 
industrial ou comercial
e quaisquer outros com existência 
ou serviços de duração limitada ou cujo objeto sejam bens 
de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado. 
• Exaustão - Quando corresponder à perda do valor, 
decorre11te da sua exploração, de direitos cujos objetos 
sejam rect1rsos minerais ot1 florestais Otl bens aplicados 
nessa exploração. 
2.5.2 Passivo 
A origem ou fonte dos recursos é representada pelas contas 
dispostas no grupo do Passivo, ou seja, os recursos que finan­
ciaram as aplicações da empresa. Em outras palavras, a geração 
dos fluxos de caixa futuros é realizada pelos recursos consu­
midos para esse fim, os quais explicam o Passivo da empresa. 
Dessa forma, o Passivo é uma obrigação presente da enti­
dade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera 
que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar 
benefícios econômicos futuros. 
O art. 178 da Lei n. 6.404/76, com redação dada pela Medida 
Provisória n. 449/2008 (Brasil, 2008), parágrafo 2º, determina 
que o grupo do Passivo deve ser classificado em: 
• Passivo Circulante; 
• Passivo Não Circulante; 
• Patrimônio Líqtlido (PL). 
A soma entre as contas Passivo Circulante e Passivo não 
O Capital Próprio é 
representado pelas contas 
do Patrimônio Líquido, e 
o Capital de Terceiros é 
representado pelas contas 
do Exigível. 
Circulante forma o que chamamos de Exigível; 
já a soma do Exigível com o PL forn1a o Total. 
Dentro do Passivo, existem duas fontes 
de capitais, que são divididas entre Capital 
Próprio e Capital de Terceiros. 
2-5.2.1 Passivo Circ11la11te 
São as contas qt1e vencem até o final do ano seguinte do encer­
ramento do BP; ou seja, se o BP for encerrado em 31 de dezem­
bro de 2014, as contas que vencerão até dia 31 de dezembro de 
2015 serão consideradas como Passivo Circulante. Essa classi­
ficação obedece aos mesmos critérios do Ativo. 
Os registros das obrigações formalizadas e das não for­
malizadas devem ser feitos por meio das provisões por valo­
res estimados, desde que esses valores sejam conhecidos 
ou mensuráveis. São exemplos de contas classificadas nesse 
grupo: For11ecedores, Contas a Pagar, Financiamentos a Pagar, 
Provisão para Férias, Tributos a Pagar etc. 
2.5.2.2 Passivo não Circulante 
O Passivo não Circulante compree11de as contas com venci­
mentos que excedem ao ano subseque11te do encerramento do 
balanço; ou seja, se o balanço for encerrado em 31 de dezembro 
de 2014 e a conta em questão vencer a partir de 2016, ela deve ser 
considerada como Longo Prazo (LP). O Passivo 11ão Circulante 
se refere aos mesmo itens do Passivo Circulante, porém com 
observâ11cia a este prazo. Por exemplo, Fornecedores: LP; 
Financiamentos a Pagar: LP etc. 
2.5.2.3 Patrimônio Líquido (PL) 
O PL é a origem dos recursos próprios da empresa. Trata-se 
do valor contábil que, en1 consonância ao princípio contábil 
da teoria da entidade, pertence literalmente à empresa, ou seja, 
são os resultados apresentados ao final do período de todas as 
suas atividades, até que ocorra a distribuição dos dividendos. 
Mas por que, no BP, o PL está inserido no lado das obrigações? 
Ora, conforme já dissemos, seguindo o princípio da enti­
dade, o recurso da empresa não deve ser confundido com o 
recurso dos proprietários ou acionistas, pois são coisas distin­
tas. Assim, se o proprietário ou acionista desembolsou recursos 
para a formação da empresa, esta, como uma entidade distit1ta, 
tem uma "obrigação" para com seu proprietário, pois, sem o 
investimento dos proprietários ou acionista, a empresa sim­
plesmente não existiria. 
O Quadro 2-3 reflete a equação que define o PL e apresenta 
o BP, relacionando as contas que fazem parte do PL de forma 
estruturada, de acordo com a Lei n. 6.404/1976, incluída pela 
Lei n. 11.941/2009. 
Quadro 2-3 - Disposição dos grupos das contas no 
Balanço Patrimonial 
PATRIMÔNIO lÍQUIDO = BENS + DIREITOS - OBRIGAÇÕES 
BENS E DIREITOS OBRIGAÇÕES 
ATIVO CIRCULANTE 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 
PASSIVO CIRCULANTE 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Capital Social 
Reservas de Capital 
Ajuste de Avaliação Patrimonial 
Reservas de lucros 
Ações em Tesourari a 
Prejuízos Acumulados 
FoNTE: Brasil, 1976; Brasil, 2009. 
De acordo com a equação e a estrutura patrimonial apresen­
tada, os resultados apurados no encerramento do BP são dis­
tribuídos nas diversas contas que representam o PL. Também 
observamos que a estrutura patrimonial é separada pelos ele-
1nentos positivos (Ativos - bens e direitos) e pelos elementos 
negativos (Passivos -obrigações), lembrando a representação 
do razonete, que é em forma de "T" e serve para demonstrar o 
equilíbrio entre as contas positivas e as contas negativas - 11a 
contabilidade, segundo a regra, o total do Ativo deve ser igual 
ao total do Passivo. 
Dentre as contas do PL, temos, segundo o art. 182 da Lei 
n. 6.404/1976, as seg11intes classificações: 
, • Capital Social: E o valor da aplicação dos sócios ou acio-
nistas. O grupo do PL demonstra todos os esforços fina11-
ceiros feitos pelos sócios ou acionistas para a existência 
da entidade. O Capital Social é a quantificação desses 
esforços, ou seja, quanto cada sócio acionista investiu 
na empresa. 
• Reservas de Capital: São os valores oriu11dos de opera­
ções adversas das atividades 11ormais da empresa, ou 
seja, valores que não passam pelo resultado da entidade 
como receitas 011 ganhos. Essa lei traz em seu parágrafo 
19 a classificação de quais as operações são consideradas 
como Reservas de Capital. 
• Ajuste da Avaliação Patrimonial: A contrapartida de ajuste 
a valor justo tanto dos elementos do Ativo quanto dos 
elementos do Passivo será registrada como Ajuste da 
Avaliação Patrimonial. 
, • Reservas de Lucros: E a conta que registra os lucros obtidos 
pela empresa e retidos para a proteção dos direitos tanto 
dos acionistas quanto dos credores da entidade. 
• Ações em Tesouraria: Deve figurar no BP como dedução 
110 PL que registrar a origem dos recursos aplicados e1n 
. . -
sua aqu1s1çao. 
• Prejuízos Acumulados: O retorno financeiro de investimen­
tos dos proprietários ou acio11istas pode apresentar duas 
situações: Lt1cro (situação positiva) ou Prejuízo (situação 
negativa). Com a Lei n. 11.638/2007, foi extinta a apresen­
tação de saldos a título de Lucros Acumulados no BP, 
ou seja, quando a apuração tiver t1m resultado positivo, 
ele aparecerá na Demonstração do Resultado do Exercício 
(DRE), cujos saldos verificados serão alocados 11as contas 
das reversões das reservas de lucros e para as destina­
ções dos Lucros de acordo com o item 42 da Deliberação 
da CVM n. 465, de 20 de fevereiro de 2008 (CVM, 2008b). 
Quando a apuração tiver um resultado negativo, figurará 
na conta de Prejuízos Acumulados no BP. 
2.6 As contas de Resultados 
As co11tas de Resultados, formadas pelas contas Receitas, 
Custos e Despesas, compõem a Demonstração do Resultado 
do Exercício (DRE). A ordem necessária de apresentação das 
contas de Resultados na DRE é Receitas, Custos e Despesas, 
segundo determinação do art. 187 da Lei n. 6.404/1976 (alterada 
pelas Leis n. 11.638/2007 e n. 11.941/2009), que norteia a classi­
ficação e o reco11hecimento de receitas e despesas. 
A formação do resultado é simplesmente a confrontação 
entre as receitas menos os custos e as despesas, o que pode gerar 
os resultados do qt1adro a seguir. 
Quadro 2.4 - Demonstrativo das consequências dos 
resultados 
RESULTADO POSITIVO RESULTADO NEGATIVO 
Receitas 2.000,00 Receitas 
( - ) Custos (500,00) { - ) Custos 
( - ) Despesas (150,00) (-) Despesas 
= Lucro 350,00
= Prej uízo 
RECEITA < CUSTOS+ DESPESAS= RESULTADO NEGATIVO (PREJUÍZO) 
RECEITA= CUSTOS + DESPESAS= RESULTADO NULO 
RECEITA > CUSTOS+ DESPESAS= RESULTADO POSITIVO (LUCRO) 
2.000,00 
(1.200,00) 
(1.000,00) 
(200,00) 
Daí a ünportância de conl1ecermos u1n pouco sobre as recei­
tas, os custos e as despesas. 
2.6.1 Receitas 
O Comitê de Pront1nciamentos Contáveis (2015a) define receita 
da seguinte forma: 
Au1nentos de benefícios econômicos durante o período con­
tábil, sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de 
ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos 
do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados com a 
contribuição dos detentores dos insh·umentos patrimoniais. 
Com isso, entendemos que as receitas são ingressos de 
valores provenientes da venda de mercadorias e/ou serviços. 
As receitas recuperam as despesas, provocam u m aume11to 
no Ativo e, conseqt1entemente, um aumento também no PL. 
Por indicarem as origens de recursos, as receitas são sempre 
creditadas e aprese11tam saldos credores. 
Figura 2.4 -Razonetes em T 
D Caixa 
1.000,00 1 
e D Receita de serviços C 
1 1.000,00 
Imagine, por exemplo, que uma empresa teve um recebi­
mento 110 valor de R$ 1.000,00 por serviços prestados. 
Ao creditar a receita desses serviços, essa ação reflete um 
aumento do PL, enquanto na conta Caixa reflete um aumento 
no Ativo. E claro que esses reflexos serão observados quando 
do encerramento das contas, por meio da apuração do DRE. 
OBSERVAÇÃO 
Não confundir receita com recebi1nentos. Um recebimento de uma 
. . 
. 
duplicata não indica receita, pois a duplicada já foi reconhecida 
antes, quando da realização da venda a prazo. A receita é reco-
nhecida no mo1nento da ocorrência, independentemente de seu 
recebimento ou não. 
Assim, lembre-se sen,pre de que a obtenção de uma receita 
provocará sempre um aumento no Patrimônio Líquido. 
. 
. 
. 
. 
. 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
As entradas de valores na empresa somente serão consi­
deradas como receitas se provocarem um aumento no Ativo 
ou u1na redução no Passivo Exigível e, concomitantemente, 
se aumentarem o PL. 
2.6.2 Custos 
Os custos são sacrifícios financeiros para a obtenção de u1n 
determinado bem destinado à comercialização, ou quando o 
sacrifício ou desembolso relacionar-se à produção, à comercia­
lização ou à prestação de serviço - ou seja, é um gasto para a 
colocação do produto no mercado. 
A Lei n. 6.404/1976 menciona a discriminação da "receita 
líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e ser­
viços vendidos e o lucro bruto" (Brasil, 1976), razão por que há 
necessidade de discernir entre custos e despesas. São exemplos 
de custos: os impostos que não forem recuperáveis e os fretes 
e seguros sobre as compras. 
Assim como a despesa, o custo também provoca uma dimi­
ntlição no PL, mas a segregação de custo e de despesa é impres­
cindível para conhecermos o custo do bem e, assim, seja pos­
sível determinar diversas variáveis, como estoques, preço de 
venda do produto etc. 
Em t1ma ü1dústria, a apuração do custo torna-se um pouco 
mais complexa, necessitando de um sistema de contabilidade 
de custo, pois as entradas represe11tam toda produção reali­
zada no período. Assim, são alocadas as matérias -primas, os 
materiais indiretos, os gastos gerais de fabricação e a mão de 
obra direta. 
2.6.3 Despesas 
O Manual de Contabilidade Societária (Gelbcke et. al, 2013, 
p. 594) conceitua despesas do seguinte modo: 
As despesas operacionais constituem-se das despesas pagas 
ou incorridas para vender produtos e administrar a empresa 
e, dentro do conceito da Lei n. 6.404/76, abrangem também as 
despesas líquidas para financiar suas operações; os resultados 
líquidos das atividades acessórias da empresa são ta1nbé1n 
considerados operacionais. 
As despesas são os gastos para a manutenção das ativida­
des da empresa, ou seja, trata-se de qualquer desembolso que 
provoca uma redução no Ativo Otl aumento no Passivo e que, 
em qualquer um dos casos, reduz o PL. Por exemplo: salários, 
fretes, aluguéis, encargos sociais. 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
. 
OBSERVAÇÃO 
Não confundir despesas con, pagarnentos. Uma despesa pode 
ser consumida ou incorrida sem que tenha sido paga. A des­
pesa é reconhecida no momento da ocorrência, independen­
temente de seu pagamento ou não. Assim, devemos ter em 
1nente que uma despesa resultará sempre numa diminuição do 
Patrimônio Líquido . 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
A compra de mercadoria para revenda não é considerada 
despesa - uma vez que é urna conta transitória. No final do 
exercício, será apurado o Custo da Mercadoria Vendida (CMV). 
A compra da mercadoria fará parte da apuração desse resu l ­
tado e as mercadorias que não foram vendidas ficarão na 
conta Estoques. 
Uma despesa, quando consumida (incorrida) e paga, pro­
voca uma diminuição do Ativo e, consequentemente, uma dimi­
nuição no PL. Por exemplo: o pagamento de uma despesa com 
alugt1el do escritório. Como essa despesa foi paga, observe que 
houve uma diminuição no Ativo (Caixa) e, por conseguinte, 
uma diminuição n.o PL, qt1e aparecerá quando h.ouver a apu­
ração da ORE. 
Figura 2-5 - Razonetes em T 
o Caixa e o Despesa com aluguéis e 
1.000,00 1.000,00 1 
O art. 187 da Lei n. 6.404/1976 determina que a ORE discri­
minará despesas com vendas; as financeiras; as deduzidas das 
receitas; as gerais e administrativas; e as operacionais. O obje­
tivo dessa operação é apurar o lucro ot1 o prejt1ízo operacional 
da empresa. 
2.7 Plano de Contas 
Para padronizar a disposição das contas utilizadas no desen­
volvimento da contabilidade das empresas, é preciso utilizar 
um Plano de Contas, 110 qual estas são agrupadas de acordo 
com a estrutura do BP. Esse plano, que orienta o registro de 
todas as operações, não deve ser rígido e inflexível, pois deve 
permitir as modificações necessárias de acordo com as neces­
sidades da empresa. 
O agrupamento das contas deve ser feito em consonância 
com as determinações da Lei n. 6.404/1976, e a elaboração do 
Plano de Contas deve ser realizad.a de acordo com a atividade 
e o tamanl10 da empresa, de forma a utilizar somente as contas 
- , . . que serao necessar1as ao seu ma11use10. 
No Quadro 2.5, você pode ver um modelo si1nplificado de 
um Plano de Contas. 
Quadro 2.5 - Modelo simplificado de Plano de Contas 
1. BALANÇO PATRIMONIAL -ATIVO 
1.1 
1.1.01 
1.1.01.01 
1.1.01.02 
1.1.01.03 
1.1.01.04 
1.1.01.05 
1.1.01.06 
1.1.02 
1.2 
1.2.01 
1.2.01.01 
1.2.01.02 
1.2.02 
1.2.02.01 
1.2.02.02 
1.2.02.03 
1.2.03 
1.2.03.01 
1.2.03.02 
ATIVO CIRCULANTE 
Disponivel 
Caixa 
Bancos com Movimento 
Bancos com Aplicações Financeiras 
Duplicatas a Receber 
( - ) Provisão para Devedores Duvidosos 
Títulos a Receber 
Estoques 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 
Realizável a Longo Prazo 
Empréstimos a Coligadas 
Empréstimos a Controladas 
Investimentos 
Aplicações em Cias. Coligadas e Controladas 
Imóveis para Renda 
Terrenos 
Imobilizado 
Imóveis em uso 
( - ) Depreciação Acumulada de Imóveis em Uso 
(continun) 
(Quadro 2.5 -co11linunçiio) 
1. BALANÇO PATRIMONIAL

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais