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Apresentação • 9 Como aproveitar ao máximo este livro. 11 I Conhecendo a contabilidade. 17 1.1 Princípios contábeis: breve relato• 20 1.2 Objetivos da contabilidade• 23 1.3 Informações contábeis • 24 1.4 Usuários da informação contábil • 25 1.5 Convergência às Normas Internacionais de Contabilidade• 26 O estudo das co11tas inseridas na contabilidade • 37 2.1 Conceito de contas contábeis • 39 2.2 Ele1nentos, apresentação e funciona1nento de u1na conta• 41 ' 2-3 Teoria das contas• 42 2.4 O mecanismo do débito e do crédito• 45 2-5 As contas Patrimoniais• 46 2.6 As contas de Resultados• 55 2.7 Plano de Contas• 60 J Procedimentos contábeis básicos e tributação • 69 3.1 Escrituração contábil • 71 3.2 Regimes de escrituração contábil • 75 3-3 Lançamentos contábeis • 78 3.4 Operações com mercadorias• 87 3.5 A tributação das empresas • 98 3.6 Noções básicas de folha de paga1nento e encargos• 105 As Demonstrações Contábeis • 115 4.1 Balancete de Verificação (BV) • 118 4.2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) • 121 4.3 Balanço Patrimonial (BP)• 125 4-4 Den1onstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) • 129 4 .5 De1nonstração do Fluxo de Caixa (DFC) • 131 4.6 De1nonstração do Valor Adicionado (OVA)• 135 Sistemas empresariais e processo de gestão. 150 5.1 Conceito de sistemas• 153 5.2 Classificação dos sistemas• 154 5-3 Subsistemas empresariais• 154 5.4 Eficiência e eficácia empresarial• 156 5.5 Conceito de modelo de gestão• 159 5.6 Processo de gestão• 160 5.7 Processo de tomada de decisão• 163 A controladoria e o seu papel de gestão • 173 6.1 Conceito de controladoria como ramo de conhecimento .176 6.2 Conceito de controladoria como órgão administrativo• 177 6 .3 Missão da controladoria • 178 6.4 Funções da controladoria • 180 6.5 Funções do controller .183 6.6 A controladoria na organização• 184 1 Avaliação de desempenho nas organizações. 195 7.1 Conceito de avaliação de desempenho• 198 7.2 Processo de avaliação de desen1penho • 199 7-3 Siste1nas de avaliação de desempenho• 202 7.4 Finalidade da avaliação de desempenho• 209 Estudo de caso. 215 Para concluir ... • 219 Referências • 221 Respostas • 229 Sobre as at1toras • 243 _.. om o intuito de apresentar aos leitores uma maneira simples de ver, fazer e interpretar a contabilidade, procura mos expor didaticamente alguns pontos importantes neste livro. Dessa forma, a presente obra foi dividida em capítulos e também por linha de contabilidade - financeira e gerencial. Os capítulos 1, 2, 3 e 4 seguem a linha financeira, abordando a contabilidade cotidiana na prática. Em seguida, os capítu los 5, 6 e 7 tratan1 da área gerencial, sob o enfoque teórico da controladoria. Essa ordem foi estabelecida com o intuito de apresentar aos leitores o conhecimento e a diferenciação entre as linhas de pesqtlisas contábeis. Nos capítulos em qtie abordamos a parte financeira da con tabilidade, procuramos expressar todo o processo de escritura ção contábil em consonância com as leis e as normas vigentes, lembrando que a legislação sofre constantes mudanças, de modo que devemos estar sempre atentos às alterações, tendo em vista o sett reflexo nas empresas. Os exercícios resolvidos, retirados da prática diária na contabilidade, foram escolhidos para compor esta obra com o intuito de proporcionar ao leitor uma expressão fidedigna das diversas demonstrações contá beis r1ecessárias no cotidiano prático da profissão. Na parte gerencial, buscamos discorrer inicialmente sobre a abordagem sistêmica, considerando que a empresa integra-se constantemente a diversos meios que, acoplados às informa ções financeiras, refletem tanto no modelo de gestão quanto no processo decisório. Inerente a essa discussão, temos a controladoria e os sistemas de controle gerencial, que atuam diretamente na bt1sca da eficácia empresarial, bem como no acompanhamento das tarefas realizadas com o propósito de garantir a sinergia dos resultados. Por fim, discorremos sobre a avaliação de desempenho, que verifica se as atividades empresariais, especificamente o pro cesso de gestão, estão sendo concretizadas - nesse sentido, realiza1n-se feedbacks para constatar se a empresa está atin gindo os resultados esperados. Podemos então dizer que esta obra apresenta diferentes abordagens da contabilidade, sem ter com isso a pretensão de esgotar o assunto, mas sim buscar a reflexão e a compreensão de temas relevantes no tocante à área contábil. Boa leitura! - Este livro traz alguns recursos que visam enriquecer o seu aprendizado, facilitar a compreensão dos conteúdos e tornar a leitura mais dinâmica. São ferramentas projetadas de acordo com a natureza dos temas que vamos examinar. Veja a seguir como esses recursos se encontram distribuídos no decorrer desta obra. - • • • • • • • • • • !11!1 Cont�os do c-.apitulo . • • •• ! i ! i i • P,ineipic» contábe .iS : bfew rclato . • Ob;etivo.s d.Hontabilid;>.de-. • 1nlo11'1\11Çõ� coo1.ibeis. • Usuá.rlosdlt info1m�aocoo1Abit • • Conve,gê:!"lc:bl às Nom,as lnte-t1!oileiOOaisde Ú'.H'll-'bilidadt!. Após o eswdo deste capítulo, você s.er.i capaz de: 1 , entender os pnl'IClpios e os objetivos d;) contabifkiac:k?: 2 , comp14?ender quais são a s inform�ões cont� eos principais usuãrios da informação coot.ibil; 3 , compreender o processo de conW?rgénci.t ãs Nonnas Internacionais de Contabílldade. sobrerudo no que ta.tige ao «ooograma da col'l'YergMdêl. a no,martzaçao da conve,gêneia no &'asll e M especificidades da (OfllAbilidbdt!. \ 1 Conteúdos do capítulo Logo na abertura do capítulo, você fica conhecendo os conteúdos que serão abordados. Após o estudo deste capítulo, você será capaz de: Você também é informado a res- peito das competências que irá desenvolver e dos conhecimen- tos que irá adquirir com o estudo do cap í tulo. Síntese t ·�' 1.. Coosidert 1.1ue ::'I Emprt'S� Fictíd;, Ltda. �pre�•ttou os stguinh.'S fotos c..-.:tnt.íbl•is; • Uma dc..>Sp�s.t de RS 1ó,(l()(M)O, sendo qut.' "J(ft, do p.,ga• mcnto foi real izado à vista e )0% a prazo. • Uma l't'Ccita de Rs 5™)00,oo,. sendo que to% do recd:, j . mento aconteceu d vis ta e gdl4 a prazo. Agora . demons tre a apuração do resultado pelo regime de competência. regime de caixa e regim e misto (regime de caixa para a receita e de competência para a de.<tpes.l). Ae.soluç.ão Tabela J.1 -Resolução do exercício APURAÇÃO 00 RlSULTA,DO so.ooo.o, S,.000.00 sooo.oo ).000.00 I• Síntese Exercícios resolvidos A obra conta também com exercícios seguidos da resolução feita pelo próprio autor, com o objetivo de demonstrar, na prática, a aplicação dos conceitos examinados. Você dispõe, ao final do capítulo, de uma síntese que traz os principais conceitos nele abordados. A rontmladoria., oomo órgão OOministmtivo. por ser uma área rt�a:n1e, ainda 1\ão potiSui uniformidade complet.l nos aspectos reliu:io1\ados bs su.is fon(ões e práticas org: :rnluicionrus. N<'SS(' s..•ntido, compr<'t.·ndt um;.1 áre.a l'm qu 1: -1s dcfinic;õ(·S e as funções básk.,s nc«-ssit-...m ser consolidadas . Com bali(.' nisso, primeirament e asse,..·eran10S que a controladoria pode ser entendid a como ramo de ro 1thecimento e também como órgão administrativo . Como este livro parte de uma abo rda gem emptes::irlal, os .,spt�ctos ª�lui levantados. referem-se à oo,wofodoria oo,no órg:lo .id 1), i n ist r::u )\ro . O (()nlrollrr foi p.irtt do., cô.pul.a .idministrativ. 1 e partidp., ativ amtflt� dvs prôCC'SSOS de plancjamcnto e controk t:mprcsarial. Por tanto, como mjs são, a controladoria busca a sin ergia dos resultados globais d e modo que a efic.ácia empresarial sej a akan çada. • Perguntas & respostas 1 . Expliqve ais origenst ap1 1Ci:ÇôeSdt re<ursos na contabllidM!t. As orig('lti s5o .is «.."Ontas n:pr'-'.s(•nmd.is no P.issiv o , ou Stii.l.. de onde , •e m os re cursos. s e .são recursos próprios ou de te r • reiros que fin anci arão as aplicações. que são as contas repre sent-1da s no Ativo. 2.. O estoque inicial de mercadori as de uma empresa no final de 2014 era de Rs 20.000,00, o estoque final de Rs 40.000.00 e o CMV durante o periodo foi de R.$ 150.ooo,oo. Do total das compra$ efetuadas. 60% foram a prazo. Determine o valor dascomprau prazo. Q.•fV=El•C-EF t 50,ól)(l,OO = Zó.000,.00 • C - 40,0<'><Wô t 50.000,00-= C -20.000,w 150.000,00 + Zó.óoo,oó = e C = 17(),úOO,OO lj'O,OOó.00 • 00% = 102.00Q.OO Perguntas & respostas Nesta seção, o autor responde a dúvidas frequentes relacionadas aos conteúdos do capítulo. Consultando a legislação Consultando a legislação A contabilidade ê regida por uma vasta legislação que engloba a área fi1t anreir-a, a ârea contâbil e a área fiscal. Hoj e em dia, é per1inen1e 1ambém a adequaç�lo às No rmas lntem&eion.ais d a contabilidade. Neste capitulo, u1lli2:a,fü)S basiroo\ente .'I Ld n. 6 .. 10o4h9i6, .-ilti:rad� ptla Lei n., u.6'}8/200'1, pefo �i n .. 11.94.l/2009 e pé- 1.i r('�ntc Lei n . 12.973Í2014, que nor«.•i.i todos os tnl"Canismos oontâbe is Jh,ra que .i coot,,bilidade atinja seus objetivos. Você pode consultar também os textos legais relacionados aos assuntos abordados no capítulo. V,1le sali entar qu e ess as lei s estão referendadas ao fina l da obr a e q\le ,•ocê pode co nsultâ·las a fim de aprimorar os seus conhec-imentos. Questões para revisão Questões para revisão Com estas atividades, você tem a possibilidade de rever os principais conceitos analisados. Ao final do livro, o autor disponibiliza as respostas às questões, a fim de que você possa verificar como está sua aprendizagem. 1 , Os \'<llort':t da s \.'óntas n;:i Tabl'la 3.11 ref(•r(•m.-sc ao s s.1ldos rcgistr,1dos 110 Livro l�.1.zão da empres a Fic tícia Ltda ., em 31/u/un 2, com vistas à apuração do resultado do exercido . Tabela 3-14 -Rol das oontas do b.1lance-te em 31/12/2012. EMPRESA FICT IOA lTO A . CNl'J! oo.000.000/0001 ..01 � tC._IS sobrl' C«npru ..... " fít(t sobrit COMllt.S ..... . , frt<:t sobro Wrldu ..... .. Col\a> """" " f'IS SOblt O f�o,11�10 ...... ,,. S11lu1C1S tõ«kNd� , ..... ., �flt(S .,,. .. 06 �i.,s II R.icof'IEf 1 <4W.O<> .. Compr• dt �tlldoti.ts ,-... ,, f GlS ..... " Con111 MNrlldoti .c '-""'" " fom,m:don:s ), lS-S, ÇO ,, ICMS Sobrt 'ltfl�S- ...... " Juros P�"º' ..... • Allgul� Ali� """ � Ol,lp li(;> l<JS 0tS((ltllllll<'IS ...... " v-end.J dl' Me1C11dot iH n .6.&0,oo No iiw·et1tário te-'llu,do tm 31 de dezembro de 1012.. Vf'rl6· cou•Sé ,, ._.,dsti'ncia de m(·rc.tdórias nO \'tl .lór dt R$ 1.000,-00. Questões para reflexão 1 . R'lbio é�t:lglárk,de oontabHidadeda E,'tlprcsa Fktkl3: lldt\. <' w:rifkot• qu<-, cm t•tt\á das oper; ,çõts dhlr ias <la cmpr('Sa, hOU\ 'I.' a quit.içâo d e uma dívid.i rom d('sconto . CuriOOO. t'.'lé pediu que \'O<:i lhe explicasse es sa t r,msação..cont.1bilmente falando. Como você explkMia? 2.. E.xpliquc a situaçOO líquida quando .i cmpl'\.'Sa apr esenta a equação: ATIVO= PASSIVO-SITUAÇÃO LÍQUIDA. }, Nó ('tM."trr..1m\.'nto do B,,,lin�o Patrimvni ,1� ,1punNc que O r.1ssivo E::dgfrcl é maior que o Ativo. Expl ique a dispo:.;ção dessa situaç.10 liqu id a na estn1tura do Balanço P.itrimonial. 4. ��$(Tl'V<l um a situ ação t:m <1uc dcvcmus d;1ssifi.c ar um bem como i11flt"Slh11mt o , ou seja, co mo adv('�O il .sua ativid ade operacion al . 5. Qu ando os ( ·stoqucs apr<'$\.'nh1r(•m ite ns dNcriora.dos , obsoletos e morosos., ent re outms, e uma b.1ixa ou redução di reta oosseus valores não for pratkâ\·el, de,•e·se constituir uma provisão para r econhecer tal perd a. Expl ique como pode ser a classificação das Cllnln.s qu e s erão mmpont!nles dos Estoques. Questões para reflexão ' Nesta seção, a proposta é levá-lo a refletir criticamente sobre alguns assuntos e a trocar ideias e experiências com seus pares. Saiba mais Você pode consultar as obras indicadas nesta seção para aprofundar sua aprendizagem. Saiba mais Co11.1tftA; H . L; Houk.Nt.\O.\! J(r�10.: . F . SISlem/lS de mensur,1çJo e ll\':<iliat.il, de desempenho ursimiuiciónal.: t'S!udo de casos no setor qu Ím ico no Br .1:-i 1. Reviita Contabilidade & F''""'r,ça"' v . 19, n. 41\ p . 5(1·6.f., �t.'1./d(';; .. 2()()ff. Es!le ar1igo apre�M os resultados. de uma pesquisa 1-«ili· záda ((10\ qul'ltrO gr:i rldes en\prt.�;t.S bras1 k'tir.is do se«>r <.}\1Ími(Q. dcS<n.:v1.•n<lo os seus n:s-p,1.-ctwo:, sish:mas de �nsur�3o é a\1ali.ição de dl"S('mjX'tlhO orga ni zadonaJ. PoRtULIIAI(. H . P(OJ)OSU d e modelagem (C)f\(eitual do ()IJblk YOIIH «Oteco,d «H'I\O ir'IS"llumer.to it1teg,ado ao i:,&antjaMeot\tO estratégi <o de um hospital 1.miveoitirio federal. !:41 í . Disserltlç.lio. {Mestrado em Cóntabilidude)- l)r.:,f;rnnl.:. de P(�G,: 1dua�.3o c:m Cont.ibilicfode, Vnivc::r�id.,de l•c.:dc:-ral dQ P.:1r.1mi, Çuritiba, 2(113- l>i�poniwl <;m: <ltt I JX//www .ppg(ont,1bi lidold('.\1/pr.brJw p•oontc:nt/ \1rlQ.1d$/201.,Y(I;/ OOC)t,pdí> . Acl."SSO em: i ,1 jul. 201_;. Ess;,, pt:Squi�1 objt'.'tiv.- dtse1wolvtr vm m()delo <:C>J•<'titu;;,I ck avali�od<' dt•$cmpcnho com �,S(_" no Puhlk Vulm· Sronwnl {f'VS). que está integrado ao planej amento estratêg:ico do hos pital universitário federal . objeto desse estudo. Estudo de caso Esta seção traz ao seu conhecimento situações que vão aproximar os conteúdos estudados de sua prática profissional. � atentamente o caso• segui, e, na sequéndo, "'"" pond;'t às questões. A fábula dos po,cos assados (Cintra, 1001> "CERTA VEZ, ocorreu um incêndio num bosque 01\de havia algui,$ porcos, que forturi assad0$ ptfo foge,. Os home1,� 11ue :,té tl'\t3o os <:on,Jam <TtlS,. expedl)lentaram a ('arnt 3.SS;)d;) (• <1<:h;:,.ram•na ddi<'i-Osa, J\ part ir d;;,j, tod;;, vi.•z qui.• qu.:·ri;.,m COnt('f porco ass.1do, inccndfav.im um b osqu e O lt'mpo JMSSOU, e o sistem.1 d e assar po«:os continuou basicaffl(>llt(' o mesmo. M as as cois as nem sempre funcionavam bem: às vezes os animais ficavam queimados demais ou pardalmente crus. As cau$as do fracaS$0 dl) sislema, :;egundo os especialista'>, eram stl'ibu idas à indlsciplnla dos IX>l'OOS, que não perma4 né<'fom. Ol\d('- devtdam, ou ti lll.OOnSl.'lnte n.itvrt•',i.'l do fogo. tão difídl d(• con trolar, ou, ;,1ind.i, ils árvor('S, l.'N«.'$$\\1 .imt-ntt • • • • • • • • • • • • • • 1 • • • • • • • • Conteúdos do capítulo • 1 • 1 • • • • • • Princípios contábeis: breve relato. • Objetivos da contabilidade. • Informações contábeis. • Usuários da informação contábil. • • 1 • • 1 • • • • • Convergência às Normas Internacionais de Contabilidade. Após o estudo deste capítulo, você será capaz de: 1. entender os princípios e os objetivos da contabilidade; 2. compreender quais são as informações contábeis e os principais usuários da informação contábil; 3. compreender o processo de convergência às Normas Internacionais de Contabilidade, sobretudo no que tange ao cronograma da convergência, à normatização da convergência no Brasil e às especificidades da contabilidade. e acordo com Hendriksen e Van Breda (2012), desde 1494 o frei Lttca Pacioli já punha em destaque a teoria d.o débito e do crédito, ante a necessidade de controlar os bens, codifi cando o sistema de partidas dobradas num apêndice de um livro publicado em Veneza. Sob uma perspectiva histórica, o homem foi acttmulando riqttezas e surgiu a necessidade de controlar esses bens, logo, a origem da contabilidade está ligada à necessidade de registro da comercialização. Os grandes acontecimentos da história, como o descobri mento da América e a Revolução Industrial, aconteceram em séculos nos qt1ais houve poucos avar1ços na contabilidade. Foi só no século XVIII que surgiram os profissionais de contabi lidade. Em 1880, houve a fundação do Instituto de Contadores registrados da l11glaterra e do País de Gales e, em 1887, a fun dação do Instituto Americano. Ao longo do tempo, a contabilidade passou por diversas 1nt1danças, pois foi ficando cada vez mais forte a necessidad.e de encontrar formas menos complexas de controlar os bens e que oferecessem maior eficiência. Esse objetivo não é algo tão simples de ser alcançado. Mes.mo existindo várias formas de interpretar os fatos contábeis, sabemos que o controle dos bens sob o método das partidas dobradas' perdurou por muito tempo, pois a sua lógica permite a visualização da situação patrimonial e financeira da empresa com bastante clareza. O que hoje existe é uma forma de melhorar e aperfeiçoar as técnicas relacionadas às áreas da contabilidade, tanto que esta é dividida em setores como: público, comercial, industrial, de agro pecuária, bancário, hospitalar, securitário, entre outros; dentro de cada um deles, há outras segmentações, de acordo co1n as necessidades de cada atividade. Essa diversidade necessita de direcionamentos, que se dão por meio de: • Normas: As leis, as regras e os padrões que norteian, as empresas, indicando como devem ser os procedime11tos contábeis. • Princípios: As regras funda1nentais admitidas como bases, ou seja, as formas de condt1ta ou os procedimentos con tábeis a serem seguidos. • Harmonização: A conciliação de diversos pontos de vista para obter a: • padronização -a adoção de um único modelo a seguir; • convergência - o ponto ou o grau no qual diferentes linhas dirigem-se ao 1nesn10 ponto. 1.1 Princípios contábeis: breve relato Na condição de ciência social, a contabilidade conta com princípios contábeis - hoje denominados dessa forma, m.as já foram conhecidos como princípios de contabilidade geralrnente aceitas ou princípios fundamentais da contabilidade -, qt1e são o centro da própria co11tabilidade, ou seja, as regras fundamen tais admitidas como base, validadas para todos os patrimônios. A observância aos princípios contábeis é imprescindível para a contabilidade, ou seja, não podemos fazer contabilidade sem manter uma rigorosa observância a eles. Os princípios são a essência dos conhecimentos, das dou trinas e das teorias que têm o respaldo da maioria dos estu diosos de contabilidade. O conteúdo dos princípios diz res peito à caracterização da entidade e do patrimônio -que por s11a vez são efeitos que refletem no Patrimônio Líquido (PL), quan.do da su.a avaliação e d.o seu reconhecimento. Os objeti vos pragmáticos da contabilidade podem ser caracterizados pela palavra infor1nação. A Resolução CFC n. 750, de 29 de dezembro de 1993 (CFC, 1993), com alterações dadas pela Resolução CFC n. 1.282, de 28 de maio 2010 (CFC, 2010), dispõe sobre os seguintes prü1cípios contábeis: • Princípio da entidade: Existe desde a época do frei Luca Pacioli, que em 1494 indicou que o patrimônio da enti dade ou da empresa não pode ser confundido com o patri mônio dos seus proprietários; sendo assim, deve-se dis tinguir o patrimônio da pessoa física do patrimônio da pessoa jurídica, para evitar problemas fiscais, gere11ciais e também sociais. • Princípio da continuidade: E o pressuposto que diz que a empresa terá continuidade ou estará operacionalizando 110 futuro, ou seja, indica que a empresa não tem prazo fixo de duração; sendo assim, parte-se do pressuposto de que as empresas têm tempo indeterminado de existência. • Princípio da oportunidade: Indica q11e informações con tábeis devem ser íntegras e disponibilizadas em tempo hábil, ou seja, a contabilização deve ser comprovada por meio de docume11tos e no tempo certo. Isso significa dizer que não adianta apenas ter informações fidedignas; elas têm de ser disponibilizadas em tempo hábil. A recíproca é verdadeira: não adianta ter ii1formações no tempo certo se elas não forem fidedignas. De acordo com esse prin cípio, deve haver um equilíbrio entre a integridade e a tempestividade. • Princípio do registro pelo valor original: Indica que os com ponentes do patrimônio devem ser expressos pelo valor da aquisição e em moeda nacio11al (qua11do da con1pra). Essa observação (quando da compra) expressa as varia ções que ocorrem ao longo da vida útil sobre o patrimônio, as quais dependem das seguintes variáveis: • custo corrente - o valor dos Ativos e Passivos, se fossem adquiridos na data ou no período das Demonstrações Contábeis; • valor realizável -valores obtidos pela venda de um Ativo; • valor presente: uma das técnicas de avaliação que podem ser utilizadas para identificar o valor justo; • valor justo -valor pelo qt1al Ativos e Passivos poderiam ser trocados; • atualização monetária -é a correção da desvalorização da moeda, por meio da aplicação de indexadores ou outros elementos capazes de traduzir a variação do valor da moeda em um deter1ninado período. • Princípio da competência: Estabelece quando um determi nado componente deixa de integrar o património para transformar-se em elemento modificador do PL. As recei tas e as despesas são reconhecidas no momento da sua realização, independentemente do prazo para o paga n1ento ou para o recebimento. Esse princípio é o que rege o método das partidas dobradas. • Princípio da prudência: Também conhecido como conser vadorismo, refere-se à adoção dos menores valores para os Ativos e dos maiores valores para os Passivos, desde que estejam em bases conhecidas e aceitas, levando em consideração o princípio da oportunidade. 1.2 Objetivos da contabilidade Segundo a Resolução n . 774 do CFC, de 16 de dezembro de 1994, "a existência de objetivos específicos não é essencial à caracterização de uma ciência, pois, caso o fosse, inexistiria a ciência 'pura', aquela que se concentra tão somente no seu objeto" (CFC, 1995). De acordo com Gelbcke, Iudícibtts e Martins (2007), o obje tivo científico da contabilidade infere-se 11a apresentação cor reta do patrimônio e na compreensão e na análise correta das suas mtttações. Sob uma ótica pragmática, a aplicação da con tabilidade numa determi11ada empresa busca o fornecimento de informações aos usuários sobre aspectos de natureza eco- 11ômica, financeira e física do patrimônio e suas mutações, por meio de registros, demonstrações, análises, diagnósticos e prognósticos que se apresentam em forma de relatórios, pare ceres, notas explicativas, tabelas, planilhas, entre outros. A natureza econômica é utilizada para explicar o processo de formação do resultado, ou seja, as mt1tações tanto quantitativas quanto qualitativas qtte alteram o valor do PL, sejam elas mais ou menos conhecidas, como as receitas e as despesas. Dessa forma, o capital, o patrimônio e os fluxos de receitas e de des pesas são exemplos da dimensão econômica da contabilidade. A natureza financeira evidencia os resultados, o desempenho da gestão e as perspectivas futuras da empresa. O capital de giro e os fluxos de caixa são exemplos da dimensão financeira. A natureza física refere-se às mensurações de natureza física, tais co1no: quantidade gerada de prodt1tos ou de servi ços, número de depositantes em estabelecimentos bancários e outros que possam permitir melhor inferência, por parte do usuário, qua11to à evolução do empreendimento. 1.3 Informações contábeis As i11formações quantitativas da contabilidade devem permitir ao ust1ário da informação compreen.der a situação e a tendência da empresa, com o menor grau de dificuldade possível, para que possa participar do mu11do eco11ômico e também plane ja r as suas próprias operações sem quaisqu.er problemas de interpretação quanto às informações repassadas, por meio de observação, comparação, avaliação e projeção de investimentos. As informações contábeis deve1n observar rigorosamente a aplicabilidade dos princípios de contabilidade, para a sua precisão e para o próprio desenvolvimento de aplicações prá ticas, as quais deverão levar em conta o co11texto econômico, tecnológico, institucional e social em que os procedi1nentos serão aplicados. No que tange às características qualitativas, elas compreen dem: a compreensibilidade, a relevância, a confiabilidade, a comparabilidade, entre outras. Para que essas características possam ser agrupadas nos relatórios contábeis, eles deve1n: • Ser de fácil entendimento pelos ust1ários, ser acess í veis aos leigos e incluir informações relevantes, ainda que co1nplexas. • Ser relevantes às necessidades dos t1suários na tornada de decisões - entende-se como relevantes as informações que podem iI1fluenciar na tomada de decisões. • Ser livres de erros ou vieses relevantes e claros naquilo que propõem representar, devendo observar a primazia da essência sobre a forma, ou seja, a qualidade da infor mação é mais importante do que o obedecimento à lei. Além disso, devem manter a neutralidade, a prudência e a integridade. • Permitir a comparabilidade dos relatórios em períodos st1cessivos ao Io11go do tempo - mudanças de critérios deven1 ser explicitadas aos usuários. • Fornecer informações em momentos oportunos sem a ocorrência de atrasos. 1.4 Usuários da informação contábil A informação contábil das entidades deve ser ampla, fidedigna e suficiente para que seja possível avaliar a situação patri monial da entidade e as mt1tações sofridas pelo seu PL, de modo que seja possível realizar uma previsão para o futuro. Tais características são imprescindíveis, especialmente se considerarmos a diversidade de interesse de t1suários inter nos e de usuários externos. Os usuários internos são os gerentes (administradores) e os inves tidores (sócios ou acionistas), chamados de shareholders, que estão interessados no retorno da empresa, pois aplican1 o dinheiro a fim de obter retorno (lucro) e por isso desejam analisar a rentabi lidade da empresa por meio da informação contábil. Os usuários externos são os d1amados de stakeholders, que são os fornecedores, os bancos, o governo, os empregados, os concorrentes etc., os quais têm interesse em analisar a empresa por diversos moti vos, seja para verificar o grau de risco de inadimplência, seja para verificar a geração de impostos aos cofres públicos, entre outros interesses. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. Figura 1.1 - Usuários da informação contábil 1 nvestidores/ Sócios Bancos/ Financiadores FoN·ro: Adaptado de Marion, 2009, p. 29. 1.5 Convergência às Normas Internacionais de Contabilidade Com o advento da Lei n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007 (Brasil, 2007) - que passou a vigorar em 1Q de janeiro de 2008 e provocou a maior muda11ça da Lei Societária desde 1976 (Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976; Brasil, 1976) -, e da Lei n. 11.941, de 27 de maio de 2009 (Brasil, 2009), que alterou parte da Lei n. 6.404/1976, teve início o processo de convergên cia da contabilidade brasileira às Normas Internacionais de Contabilidade. Nesse processo, houve a segregação das prá ticas contábeis e fiscais no que tange à avaliação patrimonial. As principais razões dessa convergência foram as seguintes: • os sistemas contábeis dos países aderentes à conversão passariam a ter maior facilidade 11as análises comparati vas de resultados financeiros; • em termos de classificação, mensuração e relatórios con tábeis, a convergência às normas supriria os usuários de relatórios contábeis com de1nonstrações mais apropriadas para as decisões econômicas; • haveria redução do tempo relacionado à conversão de demonstrações financeiras de subsidiárias (empresas que, embora controladas ou dirigidas por outras, possuem grande parte ou o total das ações); • facilitaria o ensino da contabilidade no mundo e portanto seria mais fácil transferir colaboradores de diferentes subsidiárias de empresas multinacionais; • proporcionaria urna maior facilidade ao atendimento dos requisitos de diferentes bolsas de valores; • proporcionaria um at1mento de capital por meio de mer cados de capitais estrangeiros; • por fim, melhoraria a transparência. 1.5.1 Cronograma da convergência O Internacional Accot1nting Standards Board (Iasb) é o princi pal órgão normatizador da convergência e emite as lnternational Financial Reporting Standards (IFRS). O objetivo do Iasb é "desenvolver, com base em princípios claramente articulados, tlm conjunto único de pronunciamentos contábeis de alta qua lidade, compreensíveis, exequíveis e aceitáveis globalmente" (IFRS, 2011). Quadro 1.1 - Histórico das Normas Internacionais de Corttabilidade Anos Histórico Foi criado o lnternational Accounting Standards Committee (lasc) com o objetivo de formular e publicar de forma totalmente independente u m novo padrão de normas contábeis internacionais que possa ser mundialmente aceito. O lasc foi criado como uma fundação independente 1973 sem fins lucrativos e com recursos próprios procedentes das contribuições de vários organismos internacionais, assim como das principais firmas de auditoria. Os primeiros pronunciamentos contábeis publicados pelo lasc foram chamados de lnternational Accounting Standard (IAS). Numerosas normas IAS ainda estão vigentes, apesar de terem sofrido alterações ao longo do tempo. O lasc criou o Standing lnterpretations Committee (SIC), um comitê 1997 técnico dentro da estrutura do lasc, responsável pelas publicações de interpretações chamadas SIC, cujo objetivo é responder às dúvidas de interpretações dos usuários. Foi criado o lasb na estrutura do lasc, que assumiu as responsabilidades técnicas deste. A criação do lasb teve como objetivo melhorar a estrutura técnica de formulação e validação dos novos pronunciamentos internacionais a serem emitidos pelo lasb com o novo nome de pronunciamentos lnternational Financial Reporting Standard. O novo nome, que foi escolhido pelo lasb, demonstrou a vontade do comitê de transformar progressivamente os pronunciamentos contábeis anteriores em novos padrões internacionalmente aceitos de reporte financeiro 2001 com a finalidade de responder às expectativas crescentes dos usuários da informação financeira (analistas, investidores, instituições etc. ). Dentre todos, os sistemas alemães e canadenses foram considerados os mais adequados, enquanto os sistemas inglês e americano são os que mais necessitam de adaptações. Em dezembro do mesmo ano, o nome do SIC foi mudado para lnternational Financial Reporting lnterpretations Committee (lfri c), o qual passou a ser responsável pela publicação, a partir de 2002, de todas as interpretações sobre o conjunto de normas internacionais. Em março de 2004, muitas das normas IAS/IFRS foram publicadas pelo lasb, 2004 incluindo a norma IFRS 1, que define os princípios a serem respeitados pelas empresas no processo de conversão e primeira publicação de demonstrações financeiras em IFRS. Desde 1° de janeiro de 2005, todos as empresas europeias abertas 2005 passaram a adotar obrigatoriamente as normas IFRS para publicarem suas demonstrações financeiras consolidadas. 2008 Em 31 de dezembro de 2008, encerrou-se o prazo do período de adaptação. Entraram em vigor as normas e os padrões do IFRS, tornados obrigatórios 2009 para todas empresas de capital aberto e de capital fechado de médio e grande portes. Os bancos passaram a exigir as demonstrações financeiras de acordo com o novo padrão. FONTE: Adaptado de Freire ct ai., 20·12, p. 6-22. 1.5.2 Normatização da convergência no Brasil O processo de convergência no Brasil se deu pelos seguintes passos: a) A Resolução CFC n. 1.055, de 7 de outubro de 2005 (CFC, 2005), criou o Comité de Pronunciamentos Contábeis (CPC). b) A Lei n. 11.638/2007 estende às sociedades de grande porte as disposições relativas à elaboração e à divulgação de de1nonstrações financeiras. c) Com a regulamentação da Lei n. 11.638/2007, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) editou a Instrução CVM 11. 469, de 2 de maio de 2008 (CVM, 2008c). d) Convergência das Normas Contábeis do Sistema Financeiro Nacional às Normas Internacionais (Banco Central do Brasil - BCB). e) Medida Provisória n. 449, de 3 de d.ezembro de 2008, da Secretaria da Receita Federal (Brasil, 2008). f) Edição da Lei n. 11.941/2009, que converteu em lei a MP 11. 449/2008. g) Em janeiro de 2010, foi assinado o Memorando de Entendimento entre o Iasb, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e o Comitê de Pronunciamentos Contábeis(CPC). Esse documento assegura g1te o CPC continuará a emitir as normas brasileiras de contabilidade com base nas 11ormas emitidas pelo Iasb. Quadro 1.2 - Histórico das Normas Internacionais de Contabilidade no Brasil Anos Histórico 1977 Lei n. 6.404/1976. 1981 CFC institui a Resolução n. 750/1981. (conti1111a) • Anos 2005 2007 2009 2010 (Quadro 1.2 - concl11siío) Históríco CFC, por meio da Resolução n. 1.055, de 7 de outubro de 2005 (CFC, 2005), criou o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Lei n. 11.638/2007 -Alteração da Lei n. 6.404/1976. Lei n. 11.941/2009 - Alteração da Lei n. 6,404/1976. Resolução CFC n.1.282/2010. 2014 Lei n. 12.973, de 13 de maio de 2014. FONTE: Adaptado de Freire et ai., 20·12, p . 6-22. A Resolução CFC n. 1.055/2005 criou o CPC e representa a união de esforços e objetivos das entidades qt1e fazem parte do Comitê, quais sejam: • Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca); • Associação dos Analistas Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitai (ApimecNacional); • Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM & FBovespa); • Consell10 Federal de Contabilidade (CFC); • Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon); • Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi). 1.5.3 As especificidades da contabilidade A Junta de Normas Internacionais, ou International Accounting Sta11dards Board (Iasb), preocupada com a convergência das normas no que diz respeito às especificidades de normas entre os diferentes países, afirma em seu framework (estrutura con ceituai básica) estar comprometida "em reduzir tais diferenças buscando harmonizar as regulamentações, normas contábeis e procedimentos relacionados com a preparação e apresentação de den1onstrações contábeis" (IFRS, 2011). As especificidades ou peculiaridad.es dos países adere11- tes às Normas Internacionais de Contabilidade tornam as convergências mais complexas, devendo, antes da conver gência, haver a harmonização e a padronização das 11or1nas. Niyama (2005) assevera que a harmonização permite a apro ximação das normas e práticas de outros países, em busca da preservação das particularidades de cada t1m, o que pos sibilita a reconciliação dos sistemas contábeis com o intuito de melhorar a troca de informações a serem interpretadas e compreendidas. Com a harmonização, obtém-se a padronização, que é a ado ção de um único modelo para diversos países com a finalidade de convergência, que é o ponto ou o grau no qual as diferentes linhas dirigem-se ao mes1no ponto. A Lei n. 11.941/2009, e1n seu art. 15, dispõe sobre o Regime Tributário de Transição (RTT), com o objetivo de normatizar os ajustes necessários para a anulação dos efeitos tributá rios da conversão às Normas Internacionais de Contabilidade; porém, o RTT foi revogado pelo art. 117 da Lei n. 12.973, de 13 de maio de 2014, qt1e entrou em vigor no dia 12 de janeiro de 2015. Conforme deter1nina a Instrução, CVM n. 457, de 13 de jtllho de 2007, e o Comunicado do Banco Central n. 14.259, de 10 de março de 2006 (BCB, 2006), a partir do exercício de 2010, as companhias de capital aberto deverão apresentar demonstra ções financeiras consolidadas. Síntese Os princípios contábeis foram abordados aqui de forma st1cinta, apenas para relatar como a contabilidade se desenvolveu, como consequência da necessidade de controlar os bens, che gando hoje em dia à convergência às Normas Internacionais da Contabilidade. Vimos que o início do registro da história da contabilidade deu-se no século XV, com o frei Luca Pacioli, num livro qt1e tratava da matemática. Uma seção desse livro abordava o sistema de escrituração pelo método das partidas dobradas, que foi o priineiro material publicado a respeito. O objetivo inicial da contabilidade era gerar informações para o conhecimento do proprietário, o dono do capital, que geralmente era o único. As contas eram sigilosas, pois inte ressavam apenas ao proprietário. Hoje, a contabilidade tem informações divididas em aspectos econômicos, financeiros e físicos, as quais interessam a diversos usuários (shareholders e stakeholders). Portanto, é necessária a fidedignidade dos regis tros dos atos e fatos para o levantamento dessas informações por meio de demonstrações, relatórios, pareceres, notas expli cativas etc. A contabilidade passa por mudanças para a convergência às Normas Internacionais da Contabilidade, que geram a expecta tiva de diversas melhorias na área contábil. Para essa conver gência, são necessários diversos mecanismos de regulação. Os profissionais da área estão engajados nesses estudos para adequar as normas à realidade brasileira. Assim, neste capítulo, apresenta1nos um breve relato sobre a contabilidade, mostrando algumas de suas normas, prin cípios, legislações e alterações. Esse breve conteúdo que foi aqui desenvolvido é o mínimo necessário para adentrarmos na contabilidade propriamente dita. Perguntas & respostas ,. Após a leitura deste capítulo, qual é o conceito atribuído à contabilidade? É uma ciência ou uma técnica? É uma ciência que utiliza técnicas para registrar e controlar o patrimônio de entidades, de fins lucrativos ou não, ofere cendo informações sobre a sua composição e as variações ao longo de um período. 2. Vimos um breve relato dos princípios contábeis. Qual é a importância dos princípios contábeis? Se pensarmos no sentido da palavra princípios, estaremos j á responde11do à pergunta. Princípio é aquilo que regula o com portamento ou os atos de alguém - norma ou regra. Se não existissem os princípios, cada empresa adotaria uma forma de contabilizar seus bens, o que inviabilizaria a divulgação da informação necessária. A utilidade, a aplicabilidade e os objetivos devem ser características dos princípios contábeis. Consultando a legislação No Brasil, a contabilid.ade financeira segue basica1nente as diretrizes da Lei n. 6.404/1976, alteradas pela Lei n. 11.638/2007 e pela Lei n. 1 1.941/2009, e pela recente Lei n. 12.973/2014, que ampara os procedimentos contábeis, de 1nodo que a contabi lidade alcance seus objetivos. Salientamos que tais legislações estão referenciadas no final deste livro. Questões para revisão 1. De acordo com o exposto e sob a sua ótica, descreva os be11efícios que a convergência às Narinas Inter11acionais da Contabilidade pode trazer aos países aderentes. 2. Pesquise e descreva a Lei n. 12.973/2014, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2015. 3. Quando tratamos das mutações quantitativas ou qualitativas da contabilidade, que altera1n o valor do Patrimônio Líquido, seja para mais, seja para menos, estamos tratando da: a) natureza física. b) natureza financeira. c) natureza econômica. d) natureza patrimonial. 4. Sobre o princípio da competência, é correto afirmar: a) E co11hecido como conservadorismo. , b) E o princípio que rege o método das partidas dobradas. c) Os compo11entes do patrimônio devem ser expressos pelo valor da aquisição, em moeda nacional. d) E a adoção do menor valor para os Ativos e maior valor para os Passivos. 5. A expressão "O patrimônio da empresa não pode ser con fundido com o patrimônio de seus proprietários" refere- s e ' . ao pr1nc1p10: a) da continuidade. b) da oportunidade. c) da competência. d) da e11tidade. Questões para reflexão 1. Depois da leitura deste capítulo, podemos dizer que a con tabilidade é uma ciência ou uma técn ica? 2. Quais são os principais meios utilizados pela contabilidade para atingir sua finalidade? 3. Você já parou para pensar por que o Patrimônio Líquido é usado como a conta final do Balanço Patrimo11ial? 4. A contabilidade brasileira adota o regime de competência. Porém, se o lançamento for efetuado obedecendo ao regime de caixa, quando o compararmos ao regime de competência para levantamento do Balanço Patrimonial, qual será a con sequência das despesas que não foram pagas 110 exercício? 5. A essência das doutrinas relativas à ciência da contabilidade está nos princípios fundamentais, conforme o entendimento dos profissionais da área. Nesse sentido, qual é a observân cia do princípio da oportunidade? Saiba mais FREIRE, M. D. DE M. et ai. Aderência às normas internacionais de contabilidade pelas empresas brasileiras. Revista de Contabilidade e Organizações, v. 6, n. 15, p. 3-22, 2012. Disponível em: <http://www. rco.usp.br/index.php/rco/article/viewFile/384/236>. Acesso e1n: 14 abr. 2015. Esse artigo discorre sobre a evolt1ção da história da con tabilidade a partir da aderência às Normas Internacionais de Contabilidade. O texto é muito importante para agregar conhecimento profundo, além de auxiliar no entendimento do processo de convergê11cia e harmonização que foram expostos neste capítulo. A abordagem que realizamos nesta obra foi superficial, apenas com o ü1tuito de conhecimento prévio, mas esse assunto pode ser mais profundamente esclarecido com a leitura dessa referência. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Conteúdos do capítulo • • 1 1 • Conceito de contas contábeis. • • • • • • 1 • • 1 1 • • • Elementos, apresentação e funcionamento de uma conta. • Teoria das contas: teoria personalista, teoria materialista e teoria patrimonialista. • O mecanismo do débito e do crédito. • As contas Patrimoniais: Ativo e Passivo. • As contas de Resultado: receitas, custos e despesas. • Plano de contas. Após o estudo deste capítulo, você será capaz de: 1. compreender o conceito, os elementos, a apresentação e o funcionamento de uma conta contábil; 2. entender as diferentes teorias das contas; 3. compreender o funcionamento do mecanismo de débito e de crédito; 4. entender a finalidade das contas Patrimoniais e de Resultado. o sentido literal do termo, contabilidade é a arte de escriturar livros contábeis; ela também pode ser entendida como cálculo. Como ela deriva do termo conta, para poder fazer a contabilidade, precisamos entender essas contas. Sob a ótica co11tábil, vários co11ceitos são atribuídos às contas, palavra que pode ser entendida como um termo técnico que utilizamos para os registros dos fatos patrimoniais, ou seja, toda ocorrência que envolve o patrimônio, as receitas e as des pesas de uma entidade, podendo ainda ser entendida como a representação gráfica dos débitos e dos créditos que qualificam os componentes patrimoniais. 2.1 Conceito de contas contábeis A contabilidade por ações - regida pela Lei 11. 6.404, de 15 de dezembro d.e 1976 (Brasil, 1976), alterada pela Lei n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007 (Brasil, 2007), e Lei n. 11.941, de 27 de maio de 2009 (Brasil, 2009), e pela recente Lei n. 12.973, de 13 de maio de 2014 (Brasil, 2014a) - regulan1enta e norteia toda contabilidade no que diz respeito às diretrizes de apresentação das contas e suas derivações (as diversas demonstrações gera das por n1eio dos registros contábeis), à forma de apresentação das demonstrações e à classificação de cada conta no set1 grupo, além de determinar quais são as demonstrações obrigatórias, entre outras diversas determinações. A Figura 2.1 nos n1ostra algm1s exemplos de contas. Figura 2.1 - Exemplos de contas � Capital Social � Caixa � Duplicatas a receber Contas � Veículos � Empréstimos � Mercadorias � Custo da mercadoria vendida As contas contábeis, segundo a Lei n. 6.404/1976 e suas alte rações mencionadas, são classificadas em gr11pos ou subgn1pos de contas que compõem as demonstrações contábeis. Eis a redação: "Art. 178: No Balanço Patrimonial (BP), as contas serão classificadas segundo os elementos do patri1nônio que regis trem, e agrupadas de modo facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia" (Brasil, 1976). O mesmo artigo dessa lei determina que as "contas sejam dispostas em ordem decrescente do grau de liquidez" (Brasil, 1976), que se refere ao prazo em que elas podem ser transfor madas em caixa (numerários), pois algumas são de liq11idez imediata e outras precisam de tempo para se transformar em liquidez imediata. Por exemplo, a empresa pode ter duplicatas a receber de curto e de longo prazo; se11do assim, no BP, as de curto prazo devem figurar primeiro, pois têm um grau de liquidez maior. 2.2 Elementos, apresentação e funcionamento de uma conta Na contabilidade, os elementos essenciais de uma conta são a nomenclatura da conta, o débito, o crédito, o histórico e o saldo. Os saldos das contas podem se apresentar como: • Devedor: Quando o valor do débito for maior qtie o crédito. • Credor: Quando o valor do débito for menor que o crédito. • Saldo nulo: Quando o débito for igual ao crédito. Nesse mesmo contexto, temos o razonete, gtie é a represen tação gráfica da conta, que chamamos de conta e1n T, na qual o lado esquerdo chama-se débito e o lado direito, crédito. Veja o exemplo na figura a seguir. Figura 2.2 - Razortetes em T Título da conta Débito 1 Crédito D Caixa e 500,00 100,00 Saldo 400,00 Ressaltamos qt1e a representação gráfica utilizada na Figura 2.2 tem como objetivo proporcion ar uma melhor com preensão sobre como funcionam ou se comportam as contas. Devemos sempre ter em mente que o funcionamento das con tas na contabilidade deve ser simples. Para isso, utilizamos o método das partidas dobradas; ou seja, para cada conta devedora, temos uma ou mais contas credoras e vice-versa. O raciocí11io é lógico. Vamos a um exemplo simples para entender como ft1ncio nam as contas: imagine que você tem um valor de R$ 25.000,00 e o usou para comprar um veículo. Veja como é lógico: você ficou sem o dinheiro, mas agora tem um veículo - ou seja, fez uma permuta do dinheiro pelo bem. A contabilidade funciona exatatamente dessa forma. Se essa operação fosse para uma empresa, registraríamos esse fato contábil da seguinte forma: Débito da conta: Caixa Crédito da conta: Veículos Histórico do fato: Pela compra de um veículo em dinheiro. . . . . . • . • . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . E o saldo? Ora, o saldo das contas depende do valor que já estava registrado anteriormente. Vamos supor que não hou vesse nenhun1 veíct1lo registrado na contabilidade e que, para comprar o carro à vista, era preciso qt1e houvesse um saldo 110 Caixa de, no mín imo, R$ 25.000.00. Nesse caso, supondo que o saldo do Caixa fosse R$ 25.500,00, ao fazermos esses lançame11tos, o saldo da conta Veíct1lo ficaria com um débito de R$ 25.000,00 e o saldo da conta Caixa ficaria com um saldo a débito de R$ 500,00. Assim, podemos dizer qt1e os elementos devem compor as contas, a apresentação é como podemos demonstrar grafica mente a conta e o funcionamento é a forn1a como ela é movi mentada. Todos esses aspectos estão relacionados co1n o débito ou o crédito. 2.3 Teoria das contas As diferentes formas de classificação e interpretação das con tas, devido às diversas posições de doutrinadores a respeito, culminaram no surgimento de várias escolas que foram aper feiçoando a ciência co1n a criação de várias teorias, dentre as quais podemos destacar: • Teoria personalista; • Teoria materialista; • Teoria patrimonialista. 2.3.1 Teoria personalista Na teoria personalista, as contas asst1mem a configuração de pessoas em relação ao patrimônio da entidade, ou seja, os débitos efetuados nas contas dessas pessoas representam suas responsabilidade e os créditos, seus direitos em relação ao titular do patrimônio. Podemos citar como exemplo: em rela ção ao património, a conta Caixa é sempre devedora e a conta Duplicatas a pagar é sempre credora. Logo, perante o patrimó nio, as contas que representam os bens e direitos (Ativo) são devedoras e as contas de obrigações e Património Líquido -PL (Passivo) são credoras. Nessa teoria, os tipos de contas são classificados em: • Conta dos proprietários: Contas que representam o PL, incluindo st1as variações, como as receitas e as despesas. Exemplos: Capital Social, Lucros Acumulados, Despesa com Pessoal, Receitas de Serviços etc. • Conta dos agentes consignatários: Contas que representam os bens da empresa, ou seja, consistem nas pessoas (con tas) a quem a entidade confia a guarda dos bens (Ativo). Exemplos: Caixa, Veículos, Imóveis etc. • Conta dos agentes correspondentes: Contas que represen tam os direitos e as obrigações do património perante terceiros que se posicionam como devedores ou credores da entidade. Os clie11tes devem à empresa o valor corres ponde11te a suas compras e os fornecedores são credores da empresa em relação às vendas a prazo. Daí resulta que Clientes é a conta devedora e Fornecedores é a conta credora. 2.3.2 Teoria materialista A teoria materialista é oposta à teoria personalista, pois defende que as contas representam entradas e saídas de valores, e não uma simples relação de débito e crédito entre pessoas (exclui as relações com terceiros). Essa teoria classifica as contas em dois grupos: • Contas Integrais: Contas Ativo e Passivo Exigível. • Contas Diferenciadas: Contas que representam o PL e suas variações, incluindo as contas Receitas e Despesas. 2.3.3 Teoria patrirnonialista Apresenta o PL como o objeto central da contabilidade, segre ga11do as contas que indicam a composição do patrimônio das contas que registram a movimentação (dinâmica) da situação patrimorlial. Essa teoria foi criada em 1926, por Vincenzo Masi, e é a usualmente adotada no Brasil. As contas são classificadas em dois grupos. • Contas Patrimoniais: Englobam as contas Ativo (bens e direi tos), Passivo (obrigações) e PL da entidade. • Contas de Resultados: Englobam as contas Receitas e Despesas (contas que alteram o PL). 2.3.4 Síntese das teorias das contas Vimos aqui três das mais importantes das teorias das contas para que você conhecesse um pouco da origem da classifica ção das contas segundo a contabilidade. Assim, as contas são classificadas em dois grandes grupos: contas Patrimoniais e contas de Resultados. As contas Patri1noniais representam o Ativo, o Passivo Exigível e o PL. Essas contas figurarão no BP da entidade. Já as contas de Resultados representam o registro das variações patrimo11iais e englobam receitas e despesas, servindo tam bém para determinar o resultado do exercício. Essas contas figurarão na Demo11stração de Resultado do Exercício (DRE) da entidade. Figura 2-3 - Discriminação das contas: Patrimoniais e de Resultado Ativo Passivo Patrimônio Líquido Receitas Despesas O mecanismo do débito e do crédito Como vimos anteriormente, o razonete é a representação grá fica da conta e apresenta duas colunas- quando há um débito, registramos o valor correspondente no lado esquerdo do grá fico; quando há um crédito, registramos o valor correspondente no lado direito do gráfico. Portar,to, para m.elhor compreensão do que ocorre quando efetuamos os registros de contas a débito e de contas a crédito, ou seja, para melhor entender o efeito matemático que ocorre nas co11tas, podemos utilizar o esquema do Quadro 2.1. Quadro 2.1 - Explicativo de lançamento das contas e suas A • consequenc1as LADO CONTAS Esquerdo ATIVO Direito PASSIVO Direito PATRIMÓNIO LIQUIDO Direito RECEITAS Esquerdo DESPESAS DÉBITO CRÉDITO SALDO Aumenta Diminui Devedor Diminui Aumenta Credor Diminui Aumenta Credor Diminui Aumenta Credor Aumenta Diminui Devedor 2.5 As contas Patrimoniais A Lei n. 6.404/1976 -alterada pela Lei n. 7.730, de 31 de janeiro de 1989 (Brasil, 1989), Lei n. 11.638/2007 e Lei n. 11.941/2009 -, na seção III (Balanço Patrimonial - Grupo de Contas), art. 178 a 184, dispõe sobre o grupo das contas Ativo, Passivo e PL. Vale comentar que a Lei n. 7.730/1989, em seu art. 29, trata da revogação de todo o art. 185 da Lei n. 6.404/1976, que corres ponde à parte da Correção Monetária de Balanço. As contas Patrin1oniais, como o próprio nome já identifica, são as contas que irão compor o BP. Essa demonstração é obri gatória pela Lei das Sociedades por Ações e suas alterações (Lei n. 6.404/1976). Além de dispor sobre a obrigatoriedade de apresentação das demonstrações financeiras, essa lei também versa sobre as disposições no grtlpO de co11tas, norteando um padrão de apresentação para todas as entidades jurídicas. O BP apresenta as contas de forma sintética, com seus res pectivos saldos findos do período a que se refere na ordem de , maior para o menor grau de liquidez das contas. E composto pelos grupos Ativo, Passivo e PL e tem a finalidade da eviden ciação qualitativa e quantitativa da situação financeira e patri monial após os registros dos fatos patrimoniais escrittlrados na contabilidade, conforme mostra o Quadro 2.2. Quadro 2.2 - Classificação do Ativo e do Passivo ATIVO ATIVO CIRCULANTE Art. 179 da Lei n. 6-404/,976 "1-No ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte." PASSIVO PASSIVO CIRCULANTE Art. 180 da Lei n. 6.404/,976 Obrigações da entidade com liquidação dentro do exercício social seguinte, além é claro, das já vencidas. (co11ti1111n) ATIVO ATIVO NÃO CIRCULANTE Art. 179 da Lei n. 6.404/1976 "li - [ . . . J ativo realizável a L ongo Prazo [ . . . ]; Ili - [ . . . ) investimentos [ . . . ); IV - Ativo Imobilizado [ . . . ]; V - Intangível [ ... ]" Ativo (Quadro 2.2 -co11cfusào) PASSIVO PASSIVO NÃO CIRCULANTE Art. 180 da Lei n. 6-404/1976 Refere-se aos mesmos itens do Passivo Circulante, porém os vencimentos extrapolam o exercício seguinte do balanço. PATRIMÔNIO LÍQUIDO Art. 182 da Lei n. 6-404/76 "A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada. §1° [ ... ] reservas de capital [ . . . ] §2° [ . . . ] §3° [ ... ] ajustes de avaliação patrimonial [ ... ] §4° [ . . . ) reservas de lucros [ . . . ) §5° as ações em tesouraria [ ... )" fo»re: Elaborado com base ern Brasil, 1976. O Ativo compreende os bens e os direitos da entidade. Conforme a Lei n. 6.404/1976 e suas alterações, as contas devem ser dis postas pelo grau de liquidez, ou seja, aqtielas que podem ser transformadas e1n numerários mais rapidamente são as pri meiras que aparecem no BP; portanto, a estrtttu.ra utilizada nas normas brasileiras está mais próxima da estrutura utilizadas nas normas estadunidenses (USGAAP)'. 2.5.1.1 Ativo Circulante O Ativo Circulante compreende as contas qt1e contêm os recur sos financeiros de liquidação imediata ou, em outras palavras, os recursos disponíveis na data de elaboração das demons trações financeiras. Segundo a Lei n. 6.404/1976 e suas altera ções, esses recursos compreendem as disponibilidades - por exemplo, dinheiro em caixa, numerários em conta bancária, aplicações de curtíssimo prazo e numerários em trânsito de qualquer natureza. Os direitos realizáveis {Créditos) são valores a receber de curto prazo, ou seja, os vencíveis até o final do exercício subsequente do encerramento do balanço. Esses direitos podem ser advin dos, por exemplo, da receita de vendas a prazo de mercadorias e/ot1 serviços ou podem ser decorrentes de outras transações que gerem valores a receber. Os estoques também são classif i cados nesse subgrupo, seja de mercadoria para revenda, seja de matérias-primas, produtos e1n elaboração e produtos acabados, conforme a Lei n. 6.404/1976. A NBC - T3 classifica os estoques em subgrupos separados para destacá-los, pois geralmente represe11ta un1 valor signi ficativo do Ativo Circulante. Nos direitos realizáveis, podemos citar as seguintes con tas como exemplos: Duplicatas a receber, Clientes, Estoques, Adiantamento a funcionários, PCLD (Provisão para Créditos de Lig1.lidação Duvidosa) etc. 2-5.1.2 Ativo não Circulante O Ativo não Circulante representa as contas de direitos rea lizáveis que não se enquadram no Ativo Circulante, ou seja, aquelas contas que não têm grau de liqt1idez imediata e, assin,, necessitam de um tempo para serem transformadas em Caixa. Realizável a longo prazo Compreendem as contas que terão prazo de vencimento supe rior ao exercício subsequente do encerramento do balanço. Conforme a Lei n. 6.404/1976, art. 179, estão inclt1ídos: "[ . . . ] dire tores e acionista ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais 11a exploração do objeto da companhia" (Brasil, 1976). Isso significa que, se a companhia tiver objetivos comerciais, conceder empréstimos ou adianta mento em dinheiro a diretor, acio11ista, coligada e controlada, mesmo que o contrato esteja estipulado a curto prazo, ainda assim o valor correspondente deverá ser contabilizado no Ativo não Circulante. Porém, se a con1panhia lhes vender uma mer cadoria a prazo, deverão ser considerados como clientes e clas sificados no Ativo Circulante. Investimentos Os investimentos estão destacados na Lei n. 6.404/1976, art. 179: "[ . . . ] as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo cir culante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa" (Brasil, 1976). Isso quer dizer que Ativos de qttalquer natureza que não pertençam a nenl1um dos outros Ativos (Circulante, Realizável a Longo Prazo, Imobilizado ou Intangível), às participações a título de ações ou às contas com permanência em outras sociedades, são clas sificados como Investimentos. Um exemplo disso seria a aqui sição de um iinóvel adquirido se1n a fin alidade de utilizá-lo para a manutenção das atividades da empresa. I1nobilizado A Lei n. 6.404/1976, art. 179, com a redação da Lei n. 11.638/2007, compreende os bens corpóreos (que são materiais, têm corpo físico) destinados à manutenção das atividades da con1panhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade. Vale lembrar que a referida lei, em consonância aos padrões internacio nais de contabilidade, determina que os bens adquiridos sob a forma de arrendame11to mercantil financeiro sejam registrados da mesma forma que os bens adquiridos por financiamentos, pois, na essência, essa operação representa de fato u1n finan ciamento para a aqtlisição do bem e não um alugue!. Intangível A Lei n. 6.404/1976, art. 179, com a redação da Lei n. 11.638/2007, determina como intangíveis os bens incorpóreos (que não têm corpo físico), como é o caso de marcas e patentes, e dispõe sobre eles com a finalidade de manutenção da atividade da companhia ou quando exercidos com essa finalidade. 2.5.1.3 Critérios de avaliação do Ativo O art. 183 da Lei n. 6.404/1976 - alterada pela Lei n. 11.638/2007 e pela Medida Provisória 449, de 3 de dezembro de 2008 (Brasil, 2008), determina as formas de avaliação do Ativo: Art. 183. [ . . . ] r. as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive deri vativos, e em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circula11te ou no realizável a longo prazo: a. Pelo valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para a venda; e b. Pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atua lizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das aplicações e os direitos e títulos de crédito, mantidas até o vencimento. (Brasil, 1976) Isso significa que os novos critérios estabelecidos (IAS 32, IAS 391 IFRS 71 a Lei n. 11.638/1907 e a Medida Provisória 11. 449/2008) para a classificação e a avaliação das aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, serão ava liados quando destinados à negociação ou disponíveis para venda pelo seu valor justo; quando mantidas até o ,,encimento, pelo custo de aquisição corrigido conforme disposições legais ou contratuais ou pelo ajustado ao valor provável de realiza ção - dos dois, o menor. Sendo assim, podemos estabelecer uma classificação en1 três categorias: • Destinados à negociação - Avaliação pelo valor justo (jair value). • Disponíveis para a venda - Avaliação pelo valor justo (jair value). • Mantidos até o vencimento - Avaliação pelo c11sto de aqu1s1çao. O parágrafo 2º desse mesmo artigo dispõe sobre a redtição do valor dos elementos dos Ativos Imobilizado e Intangível e determina o registro periódico nas contas de: • Depreciação - Quando houver perda do valor d.o bem físico sujeito a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da 11atureza ou obsolescência. • Amortização -Quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou serviços de duração limitada ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado. • Exaustão - Quando corresponder à perda do valor, decorre11te da sua exploração, de direitos cujos objetos sejam rect1rsos minerais ot1 florestais Otl bens aplicados nessa exploração. 2.5.2 Passivo A origem ou fonte dos recursos é representada pelas contas dispostas no grupo do Passivo, ou seja, os recursos que finan ciaram as aplicações da empresa. Em outras palavras, a geração dos fluxos de caixa futuros é realizada pelos recursos consu midos para esse fim, os quais explicam o Passivo da empresa. Dessa forma, o Passivo é uma obrigação presente da enti dade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos futuros. O art. 178 da Lei n. 6.404/76, com redação dada pela Medida Provisória n. 449/2008 (Brasil, 2008), parágrafo 2º, determina que o grupo do Passivo deve ser classificado em: • Passivo Circulante; • Passivo Não Circulante; • Patrimônio Líqtlido (PL). A soma entre as contas Passivo Circulante e Passivo não O Capital Próprio é representado pelas contas do Patrimônio Líquido, e o Capital de Terceiros é representado pelas contas do Exigível. Circulante forma o que chamamos de Exigível; já a soma do Exigível com o PL forn1a o Total. Dentro do Passivo, existem duas fontes de capitais, que são divididas entre Capital Próprio e Capital de Terceiros. 2-5.2.1 Passivo Circ11la11te São as contas qt1e vencem até o final do ano seguinte do encer ramento do BP; ou seja, se o BP for encerrado em 31 de dezem bro de 2014, as contas que vencerão até dia 31 de dezembro de 2015 serão consideradas como Passivo Circulante. Essa classi ficação obedece aos mesmos critérios do Ativo. Os registros das obrigações formalizadas e das não for malizadas devem ser feitos por meio das provisões por valo res estimados, desde que esses valores sejam conhecidos ou mensuráveis. São exemplos de contas classificadas nesse grupo: For11ecedores, Contas a Pagar, Financiamentos a Pagar, Provisão para Férias, Tributos a Pagar etc. 2.5.2.2 Passivo não Circulante O Passivo não Circulante compree11de as contas com venci mentos que excedem ao ano subseque11te do encerramento do balanço; ou seja, se o balanço for encerrado em 31 de dezembro de 2014 e a conta em questão vencer a partir de 2016, ela deve ser considerada como Longo Prazo (LP). O Passivo 11ão Circulante se refere aos mesmo itens do Passivo Circulante, porém com observâ11cia a este prazo. Por exemplo, Fornecedores: LP; Financiamentos a Pagar: LP etc. 2.5.2.3 Patrimônio Líquido (PL) O PL é a origem dos recursos próprios da empresa. Trata-se do valor contábil que, en1 consonância ao princípio contábil da teoria da entidade, pertence literalmente à empresa, ou seja, são os resultados apresentados ao final do período de todas as suas atividades, até que ocorra a distribuição dos dividendos. Mas por que, no BP, o PL está inserido no lado das obrigações? Ora, conforme já dissemos, seguindo o princípio da enti dade, o recurso da empresa não deve ser confundido com o recurso dos proprietários ou acionistas, pois são coisas distin tas. Assim, se o proprietário ou acionista desembolsou recursos para a formação da empresa, esta, como uma entidade distit1ta, tem uma "obrigação" para com seu proprietário, pois, sem o investimento dos proprietários ou acionista, a empresa sim plesmente não existiria. O Quadro 2-3 reflete a equação que define o PL e apresenta o BP, relacionando as contas que fazem parte do PL de forma estruturada, de acordo com a Lei n. 6.404/1976, incluída pela Lei n. 11.941/2009. Quadro 2-3 - Disposição dos grupos das contas no Balanço Patrimonial PATRIMÔNIO lÍQUIDO = BENS + DIREITOS - OBRIGAÇÕES BENS E DIREITOS OBRIGAÇÕES ATIVO CIRCULANTE ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social Reservas de Capital Ajuste de Avaliação Patrimonial Reservas de lucros Ações em Tesourari a Prejuízos Acumulados FoNTE: Brasil, 1976; Brasil, 2009. De acordo com a equação e a estrutura patrimonial apresen tada, os resultados apurados no encerramento do BP são dis tribuídos nas diversas contas que representam o PL. Também observamos que a estrutura patrimonial é separada pelos ele- 1nentos positivos (Ativos - bens e direitos) e pelos elementos negativos (Passivos -obrigações), lembrando a representação do razonete, que é em forma de "T" e serve para demonstrar o equilíbrio entre as contas positivas e as contas negativas - 11a contabilidade, segundo a regra, o total do Ativo deve ser igual ao total do Passivo. Dentre as contas do PL, temos, segundo o art. 182 da Lei n. 6.404/1976, as seg11intes classificações: , • Capital Social: E o valor da aplicação dos sócios ou acio- nistas. O grupo do PL demonstra todos os esforços fina11- ceiros feitos pelos sócios ou acionistas para a existência da entidade. O Capital Social é a quantificação desses esforços, ou seja, quanto cada sócio acionista investiu na empresa. • Reservas de Capital: São os valores oriu11dos de opera ções adversas das atividades 11ormais da empresa, ou seja, valores que não passam pelo resultado da entidade como receitas 011 ganhos. Essa lei traz em seu parágrafo 19 a classificação de quais as operações são consideradas como Reservas de Capital. • Ajuste da Avaliação Patrimonial: A contrapartida de ajuste a valor justo tanto dos elementos do Ativo quanto dos elementos do Passivo será registrada como Ajuste da Avaliação Patrimonial. , • Reservas de Lucros: E a conta que registra os lucros obtidos pela empresa e retidos para a proteção dos direitos tanto dos acionistas quanto dos credores da entidade. • Ações em Tesouraria: Deve figurar no BP como dedução 110 PL que registrar a origem dos recursos aplicados e1n . . - sua aqu1s1çao. • Prejuízos Acumulados: O retorno financeiro de investimen tos dos proprietários ou acio11istas pode apresentar duas situações: Lt1cro (situação positiva) ou Prejuízo (situação negativa). Com a Lei n. 11.638/2007, foi extinta a apresen tação de saldos a título de Lucros Acumulados no BP, ou seja, quando a apuração tiver t1m resultado positivo, ele aparecerá na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), cujos saldos verificados serão alocados 11as contas das reversões das reservas de lucros e para as destina ções dos Lucros de acordo com o item 42 da Deliberação da CVM n. 465, de 20 de fevereiro de 2008 (CVM, 2008b). Quando a apuração tiver um resultado negativo, figurará na conta de Prejuízos Acumulados no BP. 2.6 As contas de Resultados As co11tas de Resultados, formadas pelas contas Receitas, Custos e Despesas, compõem a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). A ordem necessária de apresentação das contas de Resultados na DRE é Receitas, Custos e Despesas, segundo determinação do art. 187 da Lei n. 6.404/1976 (alterada pelas Leis n. 11.638/2007 e n. 11.941/2009), que norteia a classi ficação e o reco11hecimento de receitas e despesas. A formação do resultado é simplesmente a confrontação entre as receitas menos os custos e as despesas, o que pode gerar os resultados do qt1adro a seguir. Quadro 2.4 - Demonstrativo das consequências dos resultados RESULTADO POSITIVO RESULTADO NEGATIVO Receitas 2.000,00 Receitas ( - ) Custos (500,00) { - ) Custos ( - ) Despesas (150,00) (-) Despesas = Lucro 350,00 = Prej uízo RECEITA < CUSTOS+ DESPESAS= RESULTADO NEGATIVO (PREJUÍZO) RECEITA= CUSTOS + DESPESAS= RESULTADO NULO RECEITA > CUSTOS+ DESPESAS= RESULTADO POSITIVO (LUCRO) 2.000,00 (1.200,00) (1.000,00) (200,00) Daí a ünportância de conl1ecermos u1n pouco sobre as recei tas, os custos e as despesas. 2.6.1 Receitas O Comitê de Pront1nciamentos Contáveis (2015a) define receita da seguinte forma: Au1nentos de benefícios econômicos durante o período con tábil, sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos insh·umentos patrimoniais. Com isso, entendemos que as receitas são ingressos de valores provenientes da venda de mercadorias e/ou serviços. As receitas recuperam as despesas, provocam u m aume11to no Ativo e, conseqt1entemente, um aumento também no PL. Por indicarem as origens de recursos, as receitas são sempre creditadas e aprese11tam saldos credores. Figura 2.4 -Razonetes em T D Caixa 1.000,00 1 e D Receita de serviços C 1 1.000,00 Imagine, por exemplo, que uma empresa teve um recebi mento 110 valor de R$ 1.000,00 por serviços prestados. Ao creditar a receita desses serviços, essa ação reflete um aumento do PL, enquanto na conta Caixa reflete um aumento no Ativo. E claro que esses reflexos serão observados quando do encerramento das contas, por meio da apuração do DRE. OBSERVAÇÃO Não confundir receita com recebi1nentos. Um recebimento de uma . . . duplicata não indica receita, pois a duplicada já foi reconhecida antes, quando da realização da venda a prazo. A receita é reco- nhecida no mo1nento da ocorrência, independentemente de seu recebimento ou não. Assim, lembre-se sen,pre de que a obtenção de uma receita provocará sempre um aumento no Patrimônio Líquido. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . As entradas de valores na empresa somente serão consi deradas como receitas se provocarem um aumento no Ativo ou u1na redução no Passivo Exigível e, concomitantemente, se aumentarem o PL. 2.6.2 Custos Os custos são sacrifícios financeiros para a obtenção de u1n determinado bem destinado à comercialização, ou quando o sacrifício ou desembolso relacionar-se à produção, à comercia lização ou à prestação de serviço - ou seja, é um gasto para a colocação do produto no mercado. A Lei n. 6.404/1976 menciona a discriminação da "receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e ser viços vendidos e o lucro bruto" (Brasil, 1976), razão por que há necessidade de discernir entre custos e despesas. São exemplos de custos: os impostos que não forem recuperáveis e os fretes e seguros sobre as compras. Assim como a despesa, o custo também provoca uma dimi ntlição no PL, mas a segregação de custo e de despesa é impres cindível para conhecermos o custo do bem e, assim, seja pos sível determinar diversas variáveis, como estoques, preço de venda do produto etc. Em t1ma ü1dústria, a apuração do custo torna-se um pouco mais complexa, necessitando de um sistema de contabilidade de custo, pois as entradas represe11tam toda produção reali zada no período. Assim, são alocadas as matérias -primas, os materiais indiretos, os gastos gerais de fabricação e a mão de obra direta. 2.6.3 Despesas O Manual de Contabilidade Societária (Gelbcke et. al, 2013, p. 594) conceitua despesas do seguinte modo: As despesas operacionais constituem-se das despesas pagas ou incorridas para vender produtos e administrar a empresa e, dentro do conceito da Lei n. 6.404/76, abrangem também as despesas líquidas para financiar suas operações; os resultados líquidos das atividades acessórias da empresa são ta1nbé1n considerados operacionais. As despesas são os gastos para a manutenção das ativida des da empresa, ou seja, trata-se de qualquer desembolso que provoca uma redução no Ativo Otl aumento no Passivo e que, em qualquer um dos casos, reduz o PL. Por exemplo: salários, fretes, aluguéis, encargos sociais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . OBSERVAÇÃO Não confundir despesas con, pagarnentos. Uma despesa pode ser consumida ou incorrida sem que tenha sido paga. A des pesa é reconhecida no momento da ocorrência, independen temente de seu pagamento ou não. Assim, devemos ter em 1nente que uma despesa resultará sempre numa diminuição do Patrimônio Líquido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A compra de mercadoria para revenda não é considerada despesa - uma vez que é urna conta transitória. No final do exercício, será apurado o Custo da Mercadoria Vendida (CMV). A compra da mercadoria fará parte da apuração desse resu l tado e as mercadorias que não foram vendidas ficarão na conta Estoques. Uma despesa, quando consumida (incorrida) e paga, pro voca uma diminuição do Ativo e, consequentemente, uma dimi nuição no PL. Por exemplo: o pagamento de uma despesa com alugt1el do escritório. Como essa despesa foi paga, observe que houve uma diminuição no Ativo (Caixa) e, por conseguinte, uma diminuição n.o PL, qt1e aparecerá quando h.ouver a apu ração da ORE. Figura 2-5 - Razonetes em T o Caixa e o Despesa com aluguéis e 1.000,00 1.000,00 1 O art. 187 da Lei n. 6.404/1976 determina que a ORE discri minará despesas com vendas; as financeiras; as deduzidas das receitas; as gerais e administrativas; e as operacionais. O obje tivo dessa operação é apurar o lucro ot1 o prejt1ízo operacional da empresa. 2.7 Plano de Contas Para padronizar a disposição das contas utilizadas no desen volvimento da contabilidade das empresas, é preciso utilizar um Plano de Contas, 110 qual estas são agrupadas de acordo com a estrutura do BP. Esse plano, que orienta o registro de todas as operações, não deve ser rígido e inflexível, pois deve permitir as modificações necessárias de acordo com as neces sidades da empresa. O agrupamento das contas deve ser feito em consonância com as determinações da Lei n. 6.404/1976, e a elaboração do Plano de Contas deve ser realizad.a de acordo com a atividade e o tamanl10 da empresa, de forma a utilizar somente as contas - , . . que serao necessar1as ao seu ma11use10. No Quadro 2.5, você pode ver um modelo si1nplificado de um Plano de Contas. Quadro 2.5 - Modelo simplificado de Plano de Contas 1. BALANÇO PATRIMONIAL -ATIVO 1.1 1.1.01 1.1.01.01 1.1.01.02 1.1.01.03 1.1.01.04 1.1.01.05 1.1.01.06 1.1.02 1.2 1.2.01 1.2.01.01 1.2.01.02 1.2.02 1.2.02.01 1.2.02.02 1.2.02.03 1.2.03 1.2.03.01 1.2.03.02 ATIVO CIRCULANTE Disponivel Caixa Bancos com Movimento Bancos com Aplicações Financeiras Duplicatas a Receber ( - ) Provisão para Devedores Duvidosos Títulos a Receber Estoques ATIVO NÃO CIRCULANTE Realizável a Longo Prazo Empréstimos a Coligadas Empréstimos a Controladas Investimentos Aplicações em Cias. Coligadas e Controladas Imóveis para Renda Terrenos Imobilizado Imóveis em uso ( - ) Depreciação Acumulada de Imóveis em Uso (continun) (Quadro 2.5 -co11linunçiio) 1. BALANÇO PATRIMONIAL
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