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CONTABILIDADE GERENCIAL Professor Me. Silvio César de Castro GRADUAÇÃO Unicesumar Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Direção de Operações Chrystiano Mincoff Direção de Mercado Hilton Pereira Direção de Relacionamento Alessandra Baron Direção Pedagógica Kátia Coelho Coordenação de Pós-Graduação, Extensão e Produção de Materiais Renato Dutra Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nalva Aparecida da Rosa Moura Design Educacional Nádila de Almeida Toledo Camila Zaguini Silva Fernando Henrique Mendes Rossana Costa Giani Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Editoração André Morais de Freitas Humberto Garcia da Silva Revisão Textual Jaquelina Kutsunugi, Keren Pardini, Maria Fernanda Canova Vasconcelos, Nayara Valenciano, Rhaysa Ricci Correa e Susana Inácio Ilustração Robson Yuiti Saito C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância: Contabilidade Gerencial. Silvio César de Castro. Maringá - PR, 2014. 172 p. “Graduação - EaD”. 1. Contabilidade 2. Gerencial. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 657 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos fará grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar – assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi- tário Cesumar busca a integração do ensino-pes- quisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci- ência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al- meja ser reconhecido como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quan- do investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequente- mente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa- zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa- tível com os desafios que surgem no mundo contem- porâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó- gica e encontram-se integrados à proposta pedagó- gica, contribuindo no processo educacional, comple- mentando sua formação profissional, desenvolvendo competências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inse- ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproxi- mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi- bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pes- soal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cres- cimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda- gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi- bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en- quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus- sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. Professor Me. Silvio César de Castro Possui graduação em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá (1998), pós-graduação em MBA-Finanças pela Unicesumar - Centro Universitário Cesumar (2000) e mestrado em Administração com concentração em Gestão de Negócios pela Universidade Estadual de Maringá (2006). A U TO RE S Seja bem-vindo(a)! Olá, prezado(a) acadêmico(a)! Seja bem-vindo(a) ao livro de Contabilidade Gerencial. Pelo fato deste livro ter sido organizado especialmente para o seu estudo, procuro aqui mostrar qual é a melhor maneira para estudá-lo, e desta forma lhe proporcionar maior aproveitamento. Eu sou o professor Me. Silvio César de Castro, trabalho junto à Unicesumar no ensino da contabilidade há mais de dez anos e fiquei imensamente feliz em poder construir este material para nossos alunos. Essa satisfação se dá tendo em vista que com isso tive a liberdade de incorporar todos os aspectos que acredito serem importantes aos nossos acadêmicos em relação ao ensino da contabilidade. Agora faço um breve relato, para facilitar o entendimento da obra por você, acadêmi- co(a) leitor(a). Na unidade I, chamada Da Contabilidade: Aspectos Introdutórios e Patrimônio Contábil, procurei introduzir os aspectos básicos e conceituais da contabilidade geral, focando sua função principal, que é evidenciar a informação necessária para a tomada de deci- são, ou seja, para a gestão do negócio. Por isso, iniciei o assunto com o tópico Contabili- dade e seu posicionamento científico, demonstrando que a contabilidade é uma ciência social com objeto de estudo e objetivos próprios, assim como mencionamos o seu cam- po de atuação. Trabalhamos também nas questões com os princípios contábeis, dando foco ao regime da competência. Foram tratados também os aspectos relacionados aos atributos da informação contábil, que podem inclusive ser ampliados a qualquer tipo de informação utilizada para a tomada de decisão. Ou seja, a Informação Contábil, elencan- do os usuários e os principais atributos da informação contábil. Em relação ao Patrimônio Contábil, inserimos subsídios relacionados ao objeto de estu- do da contabilidade, o patrimônio. Dessa forma, iniciamos primeiramente com a defini- ção e conceitos do Patrimônio Contábil, que se refere ao patrimônio da própria empresa dividido em bens, direitos e obrigações. Junto a isso, será discorrido de forma introdutó- ria aquilo que será foco da próxima unidade, ou seja, o Balanço Patrimonial. Portanto, nosso propósito nessa unidade é que você compreenda as bases da contabili- dade e a sua função de apoio à gestão.Na unidade II, denominada de Balanço Patrimonial e Demonstrativo de Resultado do Exercício, serão apresentados os dois principais relatórios da contabilidade. Primeira- mente, explicarei de forma detalhada, porém simples e bem ilustrada, como é constitu- ído o balanço patrimonial de uma entidade por meio de seus respectivos grupos: Ativo e Passivo. Os prazos de classificação e sua estrutura de apresentação e também apro- fundaremos nos subgrupos que compõem os grupos do Ativo e do Passivo, focando na liquidez e nos prazos. Será apresentado um importante aspecto, o das origens e aplicações de recursos, de- monstrando de onde vêm e onde são utilizados os recursos das entidades, os quais são a base e princípio do Balanço Patrimonial. Utilizamos também a metodologia de ba- APRESENTAÇÃO CONTABILIDADE GERENCIAL APRESENTAÇÃO 8 - 9 lanços sucessivos com o propósito de evidenciar a você como se forma o balanço patrimonial de uma empresa e sua variação após qualquer evento ou fato ocorrido na empresa. Em relação ao Demonstrativo de Resultado do Exercício, poderemos verificar que a finalidade principal é demonstrar o lucro ou prejuízo que a empresa auferiu em um determinado período. Neste ponto, falamos também sobre Receitas, Despesas, Custos e Impostos e a consequente formação do resultado da empresa. O propósito da apuração do resultado está ligado à eficiência econômica da empre- sa, por isso, esta demonstração não tem finalidade financeira, ou seja, compor um fluxo de caixa, das entradas e saídas de dinheiro no período. Desta forma, essa unidade tem o objetivo de fazer com que você compreenda a importância, a estrutura e os itens que compõem esses dois importantes relatórios oferecidos pela contabilidade. Na unidade III, chamada de Ativo Permanente: Imobilizado, nos aprofundaremos em um dos grupos do Ativo do Balanço Patrimonial, que contém os bens que têm a finalidade de gerar receitas futuras. É o grupo que compõe os bens físicos da em- presa: imóveis, veículos, equipamentos, maquinários, benfeitorias, ou seja, a infraes- trutura da entidade. A finalidade deste aprofundamento é entendermos um pouco dos ajustes que a contabilidade faz ao patrimônio, especificamente, as perdas de valor decorridas por uso, obsolescência ou ação da natureza. Discorremos sobre os conceitos da Amortização em geral, os cálculos para chegar a estes valores e os percentuais definidos na legislação fiscal sobre os limites para estas reduções, que têm como contrapartida reduzir o resultado, ou seja, são custos ou despesas. Citamos exemplos para a depreciação, exaustão e amortização, e seus respectivos cálculos. Atrelado a isto, também investimos um espaço para falar sobre o controle de bens, que são formulários destinados a descrever a “vida” destes, desde sua aquisição, amortização e venda, se for o caso. Na unidade IV, Contabilidade de Custos: Controles Gerenciais, é tratado de um as- sunto importantíssimo para a Contabilidade Gerencial, devido à sua respectiva im- portância para a gestão de um negócio, que é a conhecimento dos elementos que compõem o custo de produtos e serviços. A grande importância deste assunto está no fato de que custos estão diretamente relacionados a gastos na produção, que por sua vez, influenciam a apuração da mar- gem bruta do produto. Abordamos nessa unidade itens como terminologias, classificação e os elementos/ APRESENTAÇÃO 8 - 9 insumos que são considerados custos. A unidade V apresenta um tema muito discutido na gestão de custos das empresas, pois a maior dificuldade quando se fala em acumular custos a um produto é o rateio dos custos indiretos, ou seja, aqueles que não têm uma relação diretamente pro- porcional à produção. Aí entram os critérios de rateio. Veremos instrumentos que auxiliarão na tomada de decisão no que se refere à produção e ao produto. Conhe- ceremos, também, a formação da margem de contribuição, isto é, o quanto cada produto contribui para que a empresa possa arcar com os seus gastos fixos. Na sequência, entenderemos como encontramos o ponto de equilíbrio. Você já pa- rou para pensar em qual fase de um mês, ou em qual mês (no caso especifico da agricultura e pecuária) o empresário sabe que sua empresa tem condições de pagar seus gastos fixos, e daí o que vier é lucro? Vamos conhecer também os pontos de equilíbrio contábil, financeiro e econômico, que têm o mesmo princípio, mas peculiaridades distintas. Bom, é isso, caro(a) acadêmico(a)! Esperamos que esta iniciação ao conhecimento da contabilidade seja de grande valia para sua vida profissional. Qualquer dúvida, estarei à disposição juntamente com nossa equipe. 10 - 11 SUMÁRIO 10 - 11 UNIDADE I CONTABILIDADE: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS 17 Introdução 18 Objetivos, Objeto e Campo de Atuação da Contabilidade 28 Usuários da Informação Contábil 30 Atributos da Informação Contábil 33 Patrimônio Contábil 37 Considerações Finais UNIDADE II BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO 47 Introdução 48 Balanço Patrimonial 49 Ativo 49 Passivo 49 Patrimônio Líquido 51 PL=Ativo-Passivo Exigível 52 Prazos no Balanço Patrimonial 54 Origens E Aplicações 56 Balanço Patrimonial: Grupo de Contas 56 Estrutura Patrimonial 57 Ativo SUMÁRIO 12 - 13 58 Ativo Circulante 59 Ativo não Circulante 61 Passivo 63 Contas Dedutivas, Redutoras ou Retificadoras 66 Balanços Sucessivos 68 Apresentação da Metodologia 70 Introdução 71 Demonstrativo de Resultado do Exercício 71 Custos 72 Despesas 76 Forma de Preparação do DRE 80 Comentários Sobre os Itens que Compõem a DRE 88 Considerações Finais UNIDADE III ATIVO PERMANENTE: IMOBILIZADO 101 Introdução 102 Ativo Permanente 102 Depreciação 108 Exaustão 109 Controle de Bens 114 Considerações Finais SUMÁRIO 12 - 13 UNIDADE IV CONTABILIDADE DE CUSTOS: CONTROLES GERENCIAIS 121 Introdução 121 Conceitos e Terminologias Utilizadas na Contabilidade de Custos 122 Gastos 125 Investimentos 125 Receitas 126 Perdas 126 Desembolso 126 Classificação dos Gastos 127 Gastos Fixos (Despesas / Custos Fixos) 129 Gastos Variáveis (Despesas / Custos Variáveis) 130 Gastos Diretos (Despesas / Custos Diretos) 132 Gastos Indiretos (Despesas / Custos Indiretos) 133 Elementos de Custos 134 Matéria-Prima/Materiais 134 Mão de Obra 137 Custos Indiretos de Fabricação 137 Considerações Finais SUMÁRIO 14 - PB UNIDADE V CONTABILIDADE DE CUSTOS: ASPECTOS DECISÓRIAIS 143 Introdução 143 Rateio dos Custos Indiretos de Fabricação – CIFS 146 Métodos de Custeio 147 Custeio por Absorção 152 Custeio Variável 156 Margem de Contribuição 159 Ponto de Equilíbrio 160 Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) 161 Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) 162 Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) 165 Considerações Finais 169 Conclusão 171 Referências U N ID A D E I Professor Me. Silvio César de Castro CONTABILIDADE: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS Objetivos de Aprendizagem ■ Conhecer a Contabilidade por meio do seu posicionamento científico. ■ Averiguar os objetivos, objeto e campo de atuação da Contabilidade. ■ Distinguir os Usuários da Contabilidade. ■ Tomar conhecimento dos Atributos da Informação Contábil. ■ Identificar o Conceito de Patrimônio Contábil. ■ Averiguar os itens do Ativo: bens direitos. ■ Averiguar os itens do Passivo ou obrigações. ■ Conhecer o Patrimônio Líquido. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Reconhecer a Contabilidade como ciência social ■ Conhecer o objetivo da Contabilidade e sua abrangência■ Identificar os usuários da Contabilidade e os atributos da informação contábil ■ Compreender os elementos que compõem o patrimônio contábil ■ Classificar os itens entre ativo, passivo e patrimônio líquido 16 - 17 INTRODUÇÃO Tem-se percebido que a maioria das pessoas que nunca tiveram contato com a literatura a respeito da Contabilidade julga-a como uma ciência exata. No entanto, tendo a contabilidade objeto próprio de estudo – o patrimônio das entidades (pes- soas físicas e jurídicas), que o examina de forma mais intensa qualitativamente, buscando descrever e explicar as mutações patrimoniais, do que quantitativa- mente, faz com a mesma seja considerada como uma ciência social. Nesse sentido, esta unidade tratará dos objetivos, objeto e campo de atuação da contabilidade, bem como dos seus princípios, que são regidos pelo Conselho Federal de Contabilidade. É de suma importância também o conhecimento dos atributos da informa- ção contábil, bem como dos tipos de usuários da informação contábil e o foco que cada um deles tem em relação à demanda de informações que a contabili- dade proporciona. Por fim, teremos a apresentação de como se constitui o patrimônio contábil, com ênfase na origem a aplicações de recursos de uma organização. ©shutterstock 16 - 17 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 18 - 19 CONTABILIDADE: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I OBJETIVOS, OBJETO E CAMPO DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE A Contabilidade é conside- rada um sistema com objetivo de fornecer informações a uma gama de usuários. As informações são elaboradas com base no objeto de estudo da Contabilidade, ou seja, o patrimônio das entidades. Em relação ao patrimônio, que será objeto de estudo mais adiante, pode-se informar A Resolução 750/93 do Conselho Federal de Contabilidade, em seu apêndi- ce, descreve que: Contabilidade possui objeto próprio – o Patrimônio das Entidades – e consis- te em conhecimentos obtidos por metodologia racional, com as condições de generalidade, certeza e busca das causas, em nível qualitativo semelhan- te às demais ciências sociais. A Resolução alicerça-se na premissa de que a Contabilidade é uma Ciência Social com plena fundamentação epistemoló- gica. Por consequência, todas as demais classificações – método, conjunto de procedimentos, técnica, sistema, arte, para citarmos as mais correntes – referem-se a simples facetas ou aspectos da contabilidade, usualmente concernentes à sua aplicação prática, na solução de questões concretas. O patrimônio também é objeto de outras ciências sociais – por exemplo, da Economia, da Administração e do Direito – que, entretanto, o estudam sob ângulos diversos daquele da contabilidade, que o estuda nos seus aspec- tos quantitativos e qualitativos. A contabilidade busca, primordialmente, apreender, no sentido mais amplo possível, e entender as mutações sofridas pelo patrimônio, tendo em mira, muitas vezes, uma visão prospectiva de possíveis variações. As mutações tanto podem decorrer da ação do homem, quanto, embora quase sempre secundariamente, dos efeitos da natureza sobre o patrimônio. ©shutterstock 18 - 19 Objetivos, Objeto e Campo de Atuação da Contabilidade Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . por hora que são os bens os diretos e as obrigações de cunho financeiro, ou seja, mensuráveis em moeda corrente, das entidades (FIPECAFI, 2000). Essas informações a respeito do patrimônio são disponibilizadas em forma de relatórios/demonstrações, impressas ou não, podendo ser analisadas pelos usuá- rios sob a ótica financeira, econômica e de produtividade, entre outros aspectos da entidade em questão, e têm como objetivo a tomada de decisões (FIPECAFI, 2000). Nesse contexto, a Contabilidade Gerencial é um dos segmentos da contabili- dade geral ou financeira que se relaciona mais ao registro, controle e gerenciamento do patrimônio das organizações. A contabilidade gerencial visa avaliar financei- ramente a empresa, controlar e levantar custos, orçamentos, ou seja, de forma geral, tem um enfoque voltado para a emissão de relatórios gerenciais. Os seguin- tes aspectos organizacionais são englobados pela contabilidade gerencial: ■ Contabilidade de Custos Industriais. ■ Sistema Orçamentário. ■ Fluxos de Caixa e Orçamentos de caixa da empresa. ■ Avaliação financeira e de resultados segmentada. Auxiliar a gerência na tomada de decisões é o objetivo principal da contabilidade gerencial. A identificação dos fatos contábeis e sua quantificação para estabelecer as diretrizes a serem adotadas pelos administradores devem acompanhar passo a passo o cotidiano empresarial. Nesse sentido, compete ao contador gerencial evidenciar aquilo que é relevante ou irrelevante para ser objeto de análise, aliás, a simples aglomeração de dados é algo extremamente simples de se obter através dos atuais sistemas de informações computacionais. A relevância da contabilidade gerencial reside na identificação daquilo que realmente vai fazer a diferença nas decisões das empresas, por exemplo: fabricar um bem ou adquirir de terceiros, deixar de produzir uma linha de produtos, terceirizar, enfim, cabe ao contador atuar para subsidiar o modelo para a decisão entre diferentes linhas de ação. Nesse sentido, os campos de atuação da Contabilidade são [...] entidades econômico-administrativos, assim chamadas aquelas que, para atingirem seu objetivo, seja econômico ou social, utilizam bens patrimoniais e necessitam de um órgão administrativo, que pra- 20 - 21 CONTABILIDADE: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I tica atos de natureza econômica necessários aos seus fins (SILVÉRIO VICECONTI, 2000, p.2). Ou seja, podem ser organizações, associações, pessoas físicas, o Estado (prefeituras, por exemplo) etc, que possuem algum patrimônio e o utilizam economicamente no mercado em que atuam para atingir seus objetivos. De acordo com Marion(2009), todas as pessoas que tenham a necessidade de informações contábeis, ou quando se fala contabilidade é para essa ou outra pessoa, temos uma entidade contábil. Isso pode ocorrer para pessoas físicas ou jurídicas (organizações). Diante do exposto, pode-se afirmar que os objetivos da contabilidade são: ■ Proceder ao registro da estrutura societária da organização, bem como alterações futuras. ■ Registrar, analisar e controlar o patrimônio das entidades. ■ Gerar informações para tomada de decisão da administração. ■ Gerar informações para terceiros com vínculo de interesse para com o empreendimento (acionistas, investidores, fornecedores, governo etc.). Silva(2002) afirma que a Contabilidade pode ser estudada de modo geral (para todas as empresas) ou em particular (aplicada em certo ramo de atividade ou setor da economia). Assim, no estudo da Contabilidade, pode-se enfocar, den- tre outros, os seguintes ramos: ■ Contabilidade Comercial e de Serviços. ■ Contabilidade Industrial ■ Contabilidade Bancária. ■ Contabilidade Hospitalar. ■ Contabilidade Pública. ■ Contabilidade Agropecuária. ■ Contabilidade Securitária. ■ Contabilidade de Transporte (rodoviário, marítimo, aéreo). ■ Contabilidade das Pessoas Físicas e Atividade Rural. 20 - 21 Objetivos, Objeto e Campo de Atuação da Contabilidade Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt. 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . ■ Contabilidade de Autônomos. Nesse ponto, é importante relatar que a contabilidade, independentemente de sua aplicação e especialização, é regida por meio de princípios. A resolução do Conselho Federal de Contabilidade nº750 de 29/12/1993, atualizada pela Resolução CFC 1.282/2010, dispõe sobre tais princípios. RESOLUÇÃO CFC Nº 750/93 DE 29 DE DEZEMBRO DE 1993 DISPÕE SOBRE OS PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE (PC). (Redação dada pela Re- solução CFC nº. 1282/10). O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições le- gais e regimentais, CONSIDERANDO a necessidade de prover fundamentação apropriada para interpretação e aplicação das Normas Brasileiras de Contabilida- de, (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10). RESOLVE: CAPÍTULO I DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA Art. 1º. Constituem PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE (PC) os enunciados por esta Resolução. § 1º. A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Conta- bilidade (NBC). § 2º. Na aplicação dos Princípios de Contabilidade há situações concretas e a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10). CAPÍTULO II DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO Art. 2º. Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predo- minante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patri- mônio das entidades. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10). Art. 3º São Princípios de Contabilidade: (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10): 22 - 23 CONTABILIDADE: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I I) o da ENTIDADE; II) o da CONTINUIDADE; III) o da OPORTUNIDADE; IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; (Revogado pela Resolução CFC nº. 1282/10); VI) o da COMPETÊNCIA; e VII) o da PRUDÊNCIA. SEÇÃO I O PRINCÍPIO DA ENTIDADE Art. 4º. O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Con- tabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independente- mente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. SEÇÃO II O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE Art. 5º. O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10). SEÇÃO III O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apre- sentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na di- vulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10). 22 - 23 Objetivos, Objeto e Campo de Atuação da Contabilidade Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . SEÇÃO IV O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL Art. 7º. O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componen- tes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. § 1º. As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pa- gos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componen- tes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos se- guintes fatores: a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equiva- lentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os pas- sivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não des- contados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não des- contados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obriga- ções no curso normal das operações da Entidade; c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade; d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liqui- dado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favo- recimentos; e e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamen- to da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. 24 - 25 CONTABILIDADE: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I § 2º. São resultantes da adoção da atualização monetária: I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não represen- ta unidade constante em termos do poder aquisitivo; II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10). (O artigo 8º, seu § único, e os incisos I, II e III,que tratavam do Princípio da Atuali- zação Monetária, foram revogados pela Resolução CFC nº. 1282/10). SEÇÃO VI - O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA Art. 9º. O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independen- temente do recebimento ou pagamento. Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. (Redação dada pela Resolu- ção CFC nº. 1282/10). SEÇÃO VII - O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresen- tem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimo- niais que alterem o patrimônio líquido. Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superes- timados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10). 24 - 25 Objetivos, Objeto e Campo de Atuação da Contabilidade Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Art. 11. A inobservância dos Princípios de Contabilidade constitui infração nas alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do Decreto-Lei n.º 9.295, de 27 de maio de 1946 e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10). Art. 12. Revogada a Resolução CFC n.º 530/81, esta Resolução entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 1994. Brasília, 29 de dezembro de 1993. Contador IVAN CARLOS GATTI Publicada no Diário Oficial da União de 31.12.1993. Quadro1: Resolução CFC 750/93 - Princípios de Contabilidade Fonte: Brasil (1993) A resolução CFC 750/93 apresenta do princípio da competência como sendo o utilizado pela contabilidade, tendo em vista que existe também o regime de caixa. A seguir, vamos trabalhar um pouco com as diferenças práticas desses dois regi- mes. Isso é de extrema importância no estudo da contabilidade. Mesmo porque os relatórios contábeis são apresentados com base no regime de competência, logo, não podem ser confundidos com o regime de caixa. a. Regime de competência: As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultanea- mente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. b. Regime de caixa: É o regime contábil que apropria as receitas e despesas no período de seu recebimento ou pagamento (embolso ou desembolso), respectivamente, independentemente do momento em que são realizadas. A despesa só é considerada no regime de caixa quando for paga, independente do momento que esta foi realizada. O que se considera aqui é o momento do pagamento, da saída do dinheiro do caixa ou conta bancária. Exemplo: Vamos supor que a assinatura semestral de um jornal custou $ 120,00 e esta quantia foi paga para a editora em quatro vezes sem juros de $ 30,00. No regime 26 - 27 CONTABILIDADE: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I de caixa, especificamente no fluxo de caixa, os valores pagos serão considerados e agendados no momento em que ocorrerá seu pagamento, ou seja, $ 30,00 por mês. Já no regime de competência, a despesa deverá ser apropriada $ 20,00 por mês perfazendo um total de $ 120,00 (período seis meses de assinatura), inde- pendente de como ela foi paga. JunMaiAbrMarFevJan Veja como ficaria o lançamento dessa transação pelo regime de caixa: $ 0$ 0$ 30$ 30$ 30$ 30 Veja como ficaria o lançamento dessa transação pelo regime de competência: $ 20$ 20$ 20$ 20$ 20$ 20 A receita só é considerada no regime de caixa quando for recebida, indepen- dente do momento que esta foi realizada. O que considera aqui é o momento que foi recebida e não o momento em que foi efetuado o negócio e emitido a nota fiscal de venda. Lembrando, a contabilidade trabalha com o regime de competência. Havendo a venda de um bem para pagamento futuro, ou seja, uma venda a prazo, no regime de caixa a receita só será considerada quando for recebida, ou seja, no dia que a parcela correspondente for quitada pelo cliente. Esse agenda- mento do recebimento da parcela será efetuado junto ao fluxo de caixa. Já no regime de competência, a receita é considerada receita ganha no momento da negociação, ou seja, o total da emissão da nota fiscal de venda, independente do momento que será paga. Exemplo: Na venda de mercadorias a prazo no mês de janeiro no valor de $ 200,00, sendo o recebimento em quatro parcelas iguais de $ 50,00, sendo uma parcela àvista e as demais três parcelas nos próximos meses, veja como ficaria: 26 - 27 Objetivos, Objeto e Campo de Atuação da Contabilidade Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . JunMaiAbrMarFevJan Lançamento dessa transação pelo regime de caixa: $ 0$ 0$ 50$ 50$ 50$ 50 Lançamento dessa transação pelo regime de competência: $ 0$ 0$ 0$ 0$ 0$ 200 Veja que nesse caso da venda, como supostamente a mercadoria sai da empresa no momento da venda, ou seja, ela deixa o patrimônio da empresa, ela é contabilizada em sua totalidade no primeiro mês. Resumindo: • Independente do fato gerador, ou negociação. Interessa saber quando do recebimento ou pagamento (embolso/desembolso) • Efetuado pelo Fluxo de caixa Regime de caixa • Independente do Recebimento ou pagamento. O que interessa é quando foi efetuada a negociação. O que é considerado é o quando ocorreu o fato gerador, emissor de notas �scais • Efetuado pelo DRE-Demonstrativo de Resultado Regime de competência Figura 1: Regime de caixa X Regime de competência Fonte: O autor ©shutterstock 28 - 29 CONTABILIDADE: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL Anteriormente foi informado que as informações contábeis são destinadas aos usuários para tomada de decisões. Os usuários [...] compreendem todas as pessoas físicas e jurídicas que, direta ou indiretamente, tenham interesse na avaliação da situação e do desen- volvimento da entidade, como titulares (empresas individuais), sócios acionistas, administradores, governo (fisco), fornecedores, bancos etc. (SILVA, 2002, p.3). No entanto, verifica-se que pode existir uma variedade de usuários com necessi- dades de informações específicas. Nessa variedade, existem dois grupos distintos: internos e externos. A Resolução 750/93 do Conselho Federal de Contabilidade conceitua: Os usuários internos incluem os administradores de todos os níveis, que usualmente se valem de informações mais aprofundadas e espe- cíficas acerca da Entidade, notadamente aquelas relativas ao seu ciclo operacional. Segundo Miranda, 2002 usuários internos são todas as pessoas ou grupos de pessoas relacionadas com a empresa e que têm facilidade de acesso às informa- ções contábeis, tais como: 28 - 29 Usuários da Informação Contábil Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . ■ Gerentes:para a tomada de decisões. ■ Funcionários: com interesse em pleitear melhorias. ■ Diretoria: para a execução de planejamentos organizacionais. O usuário interno principal da informação contábil é a alta administração, que pela proximidade à Contabilidade, pode solicitar a elaboração de relatórios e demonstrativos de acordo com suas necessidades específicas, auxiliando-lhes na gestão do negócio. Os relatórios específicos podem, além de abranger quais- quer áreas de informação (fluxo financeiro, disponibilidades, contas a pagar, contas a receber, aplicações financeiras, compra e vendas no dia ou no período e os gastos gerais de funcionamento), ser elaborados diariamente ou em curtos períodos de tempo (semana, quinzena, mês etc.), de acordo com as necessida- des administrativas. Os usuários externos concentram suas atenções, de forma geral, em aspec- tos mais genéricos, expressos nas demonstrações contábeis. Para Miranda (2002), os usuários externos são todas as pessoas ou grupos de pessoas sem facilidade de acesso direto às informações, mas que as recebem de publicações das demonstrações pela entidade, tais como: ■ Bancos: interessados nas demonstrações financeiras a fim de analisar a concessão de financiamentos e medir a capacidade de retorno do capi- tal emprestado. ■ Concorrentes: interessados em conhecer a situação da empresa para poder atuar no mercado. ■ Governo: que necessita obter informações sobre as receitas e as despe- sas para poder atuar sobre o resultado operacional no que concerne a sua parcela de tributação. ■ Fornecedores: interessados em conhecer a situação da entidade para poder continuar ou não as transações comerciais com a entidade, além de medir a garantia de recebimento futuro. ■ Clientes: interessados em medir a integridade da entidade e a garantia de que seu pedido será atendido nas suas especificações e no tempo acordado. ©shutterstock 30 - 31 CONTABILIDADE: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I ATRIBUTOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL Como a Resolução Nº 785/95 do Conselho Federal de Contabilidade, que aprova a NBC T 1 (Normas Brasileiras de Contabilidade – Técnicas) – Características da Informação Contábil, descreve de forma completa sobre os seus atributos e características, a mesma encontra-se reproduzida em parte a seguir: DOS ATRIBUTOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL 1.3.1 – A informação contábil deve ser, em geral e antes de tudo, veraz e equitativa, de forma a satisfazer as necessidades comuns a um grande número de diferentes usuários, não podendo privilegiar deliberadamente a nenhum deles, considerado o fato de que os interesses destes nem sem- pre são coincidentes. 1.3.2 – A informação contábil, em especial aquela contida nas demons- trações contábeis, notadamente as previstas em legislação, deve propiciar revelação suficiente sobre a entidade, de modo a facilitar a concretização dos propósitos do usuário, revestindo-se de atributos, entre os quais, são indispensáveis os seguintes: 30 - 31 Atributos da Informação Contábil Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . ■ confiabilidade; ■ tempestividade; ■ compreensibilidade; e ■ comparabilidade. 1.4 – DA CONFIABILIDADE 1.4.1 – A confiabilidade é atributo que faz com que o usuário aceite a informação contábil e a utilize como base de decisões, configurando, pois, elemento essencial na relação entre aquele e a própria informação. 1.4.2 – A confiabilidade da informação fundamenta-se na veracidade, completeza e pertinência do seu conteúdo. § 1º A veracidade exige que as informações contábeis não contenham erros ou vieses, e sejam elaboradas em rigorosa consonância com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, na ausência de norma específica, com as técnicas e procedimentos res- paldados na ciência da contabilidade, nos limites de certeza e previsão por ela possibilitados. § 2º A completeza diz respeito ao fato de a informação compreender todos os elementos relevantes e significativos sobre o que pretende revelar ou divulgar, como transações, previsões, análises, demonstrações, juízos ou outros elementos. § 3º A pertinência requer que seu conteúdo esteja de acordo com a res- pectiva denominação ou título. 1.5 – DA TEMPESTIVIDADE 1.5.1 – A tempestividade refere-se ao fato de que a informação contábil deve chegar ao conhecimento do usuário em tempo hábil, a fim de que este possa utilizá-la para seus fins. 1.5.2 – Nas informações preparadas e divulgadas sistematicamente, como as demonstrações contábeis, a periodicidade deve ser mantida. Quando por qualquer motivo, inclusive de natureza legal, a periodicidade for alte- rada o ato e suas razões devem ser divulgados junto à própria informação. 1.6 – DA COMPREENSIBILIDADE 1.6.1 – A informação contábil deve ser exposta da forma mais compre- ensível possível ao usuário que se destine. 32 - 33 CONTABILIDADE: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I § 1º A compreensibilidade presume que o usuário disponha de conhe- cimentos de Contabilidade e dos negócios e atividades da entidade, em nível que o habilite ao entendimento das informações colocadas à sua disposição, desde que se proponha a analisá-las, pelo tempo e com a pro- fundidade necessários. § 2º A eventual dificuldade ou mesmo a impossibilidade de entendi- mento suficiente das informações contábeis por algum usuário jamais será motivo para a sua não-divulgação. 1.6.2 – A compreensibilidade concerne à clareza e objetividade com que a informação contábil é divulgada, abrangendo desde elementos de natu- reza formal, como a organização espacial e recursos gráficos empregados, até a redação e técnica de exposição utilizadas. § 1º A organização espacial, os recursos gráficos e as técnicas de exposi- ção devem promover o entendimento integral da informação contábil, sobrepondo-se, pois, a quaisquer outros elementos, inclusive de natu- reza estética. § 2º As informações contábeis devem ser expressas no idioma nacio- nal, sendo admitido o uso de palavras em língua estrangeira somente no caso de manifesta inexistência de palavra com significado idêntico na língua portuguesa. 1.7 – DA COMPARABILIDADE 1.7.1 – A comparabilidade deve possibilitar ao usuário o conhecimento da evolução entre determinada informação ao longo do tempo, numa mesma entidade ou em diversas Entidades, ou a situação destas num momento dado, com vista a possibilitar-se o conhecimento das suas posições relativas. 1.7.2 – A concretização da comparabilidade depende da conservação dos aspectos substantivos e formais das informações. Parágrafo único – A manutenção da comparabilidade não deverá consti- tuir elemento impeditivo da evolução qualitativa da informação contábil. ©shutterstock 32 - 33 Patrimônio Contábil Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . PATRIMÔNIO CONTÁBIL Dando continuidade ao que foi verificado na unidade anterior, onde foi definido como objeto de estudo da contabilidade o patrimônio das entidades, essa uni- dade tem como objetivo explorar de forma mais aprofundada o que compõe o patrimônio. Segundo Miranda (2002, p. 19), o patrimônio “é o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados a uma pessoa física ou jurídica, com finalidade definida e mensurável economicamente”. Isso será verificado com o auxílio de exemplos que possam tratar do assunto com uma maiorproximidade da prá- tica das entidades no dia a dia. Diante do balanço patrimonial, o lado esquerdo acomoda o conjunto de bens e direitos pertencentes a uma entidade, e o lado direito inclui as obrigações a serem pagas por essa entidade. BENS Segundo Ferrari (2001), bens representam tudo o que pode ser avaliado econo- micamente e que satisfaça necessidades humanas/corporativas. Pode-se classificar os bens em: ■ Tangíveis, corpóreos, concretos ou materiais. ■ Intangíveis, incorpóreos, abstratos ou imateriais. 34 - 35 CONTABILIDADE: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Bens Tangíveis, Corpóreos, Concretos ou Materiais: Têm existência física; existem como coisa ou objeto. Exemplos: ■ Numerários: dinheiro. ■ Mercadorias em estoque, produtos, materiais de consumo. ■ Fixos ou imobilizados (representam os bens duráveis, com vida útil supe- rior a um ano): imóveis, veículos, máquinas, instalações, equipamentos, móveis e utensílios etc. ■ De renda: não destinados aos objetivos da empresa (imóveis destinados à renda ou aluguel). ■ De consumo (não duráveis ou que são gastos ou consumidos no processo produtivo); depois de consumidos, representam despesas: combustíveis e lubrificantes, material de escritório, material de limpeza etc. Bens Intangíveis, Incorpóreos, Abstratos ou Imateriais Não possuem existência física, porém representam uma aplicação de recursos imprescindível aos objetivos da entidade cujo valor reside em direitos de pro- priedade que são legalmente conferidos aos seus possuidores, como marcas e patentes, fórmulas ou processos de fabricação, direitos autorais, autorizações ou concessões, ponto comercial, fundo de comércio, benfeitorias em prédios de terceiros, pesquisa e desenvolvimento de produtos, custo de projetos técnicos, despesas pré-operacionais, pré-industriais, de organização, reorganização, rees- truturação ou remodelação de empresas etc. (FERRARI, 2001). Bens Móveis São os bens que fazem parte do patrimônio das entidades que se movem ou podem mover-se, todos os objetos materiais que podem se transportar ou mudar sua localização sem perder as características e direitos a eles inerentes. Bens Imóveis São aqueles bens que fazem parte do patrimônio das entidades que se não movem, são de forma geral inertes, imutáveis. Bem que não é móvel, como terrenos, pré- dios, edifícios, casas etc. 34 - 35 Patrimônio Contábil Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . DIREITOS São valores a serem recebidos de terceiros, por vendas a prazo ou valores de pro- priedade da empresa que se encontram em posse de terceiros. A tendência é de que os valores correspondentes aos direitos se tornem bens. Exemplos: Títulos a receber, clientes, contas a receber, notas promissórias a receber, dinheiro depositado no banco, aplicações financeiras, adiantamento a funcio- nários, empréstimos a sócios etc. Propriedade Fávero et al. (1997) esclarecem que, para ter propriedade, é necessário possuir o legítimo poder de decisão sobre o destino do objeto. Nem sempre para ser o pro- prietário é necessário ter a posse. Um arrendamento mercantil (Leasing) de uma máquina ou veículo, pelo qual a empresa pagará aluguel mensal, não se caracteriza como ativo, embora o bem esteja dentro da empresa (posse e não propriedade). Avaliável em Dinheiro O mesmo autor afirma que qualquer bem ou direito dever ser mensurável em dinheiro para poder ser considerado como ativo de uma empresa. Ludícibus e Marion (2000) colocam que um dos itens mais significativos que normalmente não é contabilizado como ativo, pois não tem um valor objetivo, é o que denominamos de Goodwill (traduzido para o português como Fundo de Comércio, Aviamentos e Mais Valia). Para eles, inicialmente pode-se dizer que goodwill é o valor a maior, um ágio, de uma empresa em virtude de bons serviços prestados; da imagem/reputação; dos consumidores conquistados ao longo dos anos etc. Esses aspectos considerados positivos, e outros, no momento de se ava- liar uma empresa, podem representar montantes algumas vezes maiores que seu ativo tangível, no entanto, não existe a possibilidade de ser realizar uma avalia- ção precisa dado o seu subjetivismo, assim sendo, o goodwill não é demonstrado. Benefícios Presentes ou Futuros Fávero et al .(1997) afirmam que é necessário que o bem ou direito tenham a capa- cidade de trazer benefícios presentes ou futuros para a empresa, ou seja, tenham a 36 - 37 CONTABILIDADE: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I potencialidade de geração de caixa. Se a empresa possuir um “título a receber” de uma empresa falida, não teremos mais um ativo, pois não existe mais a possibili- dade de convertê-lo em dinheiro, não trazendo benefício algum para sua portadora. OBRIGAÇÕES Segundo Miranda (2002, p. 18), as obrigações “constituem-se em ato da pessoa ou empresa dispor de algum bem ou serviço e que em troca destes originam um compromisso futuro de pagamento, representado por um documento, como as duplicatas a pagar”. São dívidas ou compromissos de qualquer espécie ou natu- reza assumidos perante terceiros ou bens de terceiros que se encontram em posse da entidade. Exemplos: financiamentos, empréstimos bancários, salários a pagar, impos- tos a pagar etc. PATRIMÔNIO LÍQUIDO O patrimônio líquido é constituído pela soma dos bens mais os direitos menos as obrigações, ou seja, (pl=bens+direitos-obrigações). Como o próprio nome sugere, patrimônio líquido significa a fatia de recursos que é da própria enti- dade, pois se somar o que ela possui (bens) mais o montante do que tem para receber (direitos) e efetuar a quitação do que ela deve (obrigações), o que resta é o líquido (patrimônio líquido). Exemplo: Se uma empresa possui em bens: $ 50.000; direitos: $ 60.000 e em obriga- ções $ 40.000, seu patrimônio líquido será: PL= 50.000+60.000-40.000 PL = 70.000 A contabilidade é vista no Brasil, de forma geral, como uma ferramenta para tomada de decisões? 36 - 37 Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar da maioria das pessoas que nunca tiveram contato com a Contabilidade pensarem, ela não uma ciência exata, mas sim social, e tem como objeto de estudo o patrimônio das entidades. Lembrando que o patrimônio é tudo aquilo que pode ser mensurado financeiramente nas entidades/empresas, tais como esto- ques, veículos, contas a pagar, contas a receber, dinheiro no banco e em caixa etc. A contabilidade é regida por uma série de princípios que foram normatiza- dos pelo Conselho Federal de Contabilidade. O objetivo da contabilidade é gerar informações para a tomada de decisões por parte dos usuários, que podem ser internos e externos. No que tange a infor- mação gerada, essa requer os seguintes atributos: confiabilidade; tempestividade; compreensibilidade; e comparabilidade. Por meio do quadro abaixo, pode-se verificar os conceitos trabalhados a res- peito do patrimônio contábil. Inicialmente uma indicação das origens e aplicações dos recursos, isso significa que todos os recursos que a entidade possui vêm das origens (passivo e patrimônio líquido). Quando pensamos dessa forma, é pos- sível perceber que o passivo da empresa é apenas um registro de quem forneceu os recursos para a empresa. É similar quando se compra algo e vem com uma etiqueta de sua procedência. As origens (passivoe patrimônio líquido) represen- tam a etiqueta e não o bem, o bem se encontra no ativo (aplicações). Por meio do quadro abaixo é possível também observar alguns exemplos de bens, direi- tos, obrigações e do patrimônio líquido. ATIVO Aplicações PASSIVO Origens Aplicações Origens BENS Estoques Caixa Veículos Edi�cações Marcas e Patentes Instalações DIREITOS Duplicatas a Receber Impostos a Recuperar Adiantamento a funcionários Banco conta movimento Aplicação �nanceiras BENS + DIREITOS - OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS = PATRIMÔNIO LÍQUIDO Se rá R ec la m an do Ca pi ta l d e T er ce iro s OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS Fornecedores Financiamentos Empréstimos Bancários Funcionários a Papar Impostos a pagar NÃ O se rá R ec la m an do Ca pi ta l P ró pr io PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social Lucro/prejuízo acumulado 38 - 39 1. Responda: a. Quais os objetivos da contabilidade? b. Qual é o objeto de estudo da contabilidade? c. As informações contábeis são disponibilizadas aos usuários de que forma, e podem ser analisadas sob qual ótica? d. Qual o campo de atuação da contabilidade? e. O que é entidade? Como podem ser classificadas? f. Por que a contabilidade é considerada uma Ciência Social? g. O que são usuários internos e externos? h. Descreva quais os atributos da informação contábil, segundo a Resolução CFC Nº 785/95. i. O que significa veracidade em termos de atributo da informação contábil? j. Qual o significado de completeza em relação à informação contábil? k. De forma geral, os escritórios de contabilidade têm prestado serviços volta- dos à tomada de decisão por parte dos usuários? l. Qual a solução para os microempresários que não possuem condições finan- ceiras para manter um contabilista em seu negócio? m. Os relatórios contábeis gerados por empresas terceirizadas atendem aos atri- butos da informação contábil? n. Os atributos da informação contábil são mais relevantes para os usuários inter- nos ou externos? Por quê? Qual o conceito de Patrimônio? o. O que são bens? Cite 5 exemplos de bens. p. Qual a diferença entre bens móveis e bens imóveis. q. Qual a diferença entre bens materiais e imateriais. r. O que se entende por Direitos? O que se entende por Obrigações? s. No senso comum, patrimônio pode ser entendido como? t. Contabilmente, como é composto o patrimônio? 38 - 39 u. Riqueza líquida de uma empresa é medida de que forma? v. Quando os Bens + Direitos forem menores que as Obrigações, como é consi- derada a situação da empresa? w. Como pode ser definido o patrimônio líquido? x. Se uma empresa possui em bens e direitos $ 30.000 e em obrigações a pagar $ 20.000, sua situação líquida (patrimônio Líquido) será de quanto? y. Em determinado mês, uma empresa comprou mercadorias a prazo de $ 8.000 e as vendeu, a vista, pelo valor de $ 20.000. Em princípio, pode-se afirmar que o Patrimônio Líquido aumentou em quanto? 2. Relacione a coluna da esquerda com a da direita: a. Direitos ( ) Veículos b. Bens Materiais ( ) Duplicatas a Receber c. Bens Imateriais ( ) Fornecedores d. Obrigações ( ) Marcas e Patentes 3. Assinale a alternativa que contém apenas Direitos e Bens: a. Fornecedores, Duplicatas a Receber, Dinheiro. b. Móveis, Adiantamento a Funcionários, Estoque de mercadorias. c. Fornecedores, Salários a Pagar, Impostos a Pagar. 4. Complete: a. Os elementos que devem ser representados do lado esquerdo do gráfico representativo do Patrimônio são os _____________ e os ______________________. b. Os elementos que devem ser representados do lado direito do gráfico re- presentativo do Patrimônio são as ___________________________. 5. A Cia Densada apresentava em 25/05/2007 o seguinte conjunto de bens, direitos e obrigações: ■ Banco Conta corrente $ 50.000 ■ Aplicações financeiras $ 45.800 ■ Títulos a pagar $ 20.000 ■ Estoques $ 58.400 40 - 41 ■ Veículos $ 145.000 ■ Empréstimos a pagar $ 60.000 ■ Prédios $ 960.000 ■ Fornecedores $ 115.000 ■ Salários a pagar $ 63.000 Pede-se: a. O total dos bens. b. O total de direitos. c. O total de obrigações. 6. Relacione a coluna da esquerda com a da direita: a. Direitos ( ) Adiantamento de Clientes b. Bens Materiais ( ) Empréstimo a sócios c. Bens Imateriais ( ) Dinheiro em caixa d. Obrigações ( ) Marcas e patentes 7. Assinale a alternativa que contém apenas Obrigações: a. Fornecedores, Duplicatas a Receber, Dinheiro. b. Móveis, Clientes, Fornecedores. c. Fornecedores, Salários a Pagar, Impostos a Pagar. 8. O aspecto qualitativo consiste em _______________________________ os Bens, Direitos e Obrigações. O aspecto quantitativo consiste em ___________________________ aos Bens, Direitos e Obrigações os seus respec- tivos _____________________. 9. Coloque V se a afirmativa for verdadeira e F se for falsa: ( ) Elementos positivos são as Obrigações. ( ) Elementos positivos são os Bens e as Obrigações. ( ) Elementos positivos são os Bens e os Direitos. ( ) Ativo é composto por Bens e por Obrigações. 10. Coloque V se a afirmativa for verdadeira e F se for falsa: ( ) A Situação Líquida Patrimonial é igual à soma dos Bens com os Direitos. ( ) A Situação Líquida Patrimonial será sempre negativa. 40 - 41 ( ) A Situação Líquida Patrimonial é igual à soma dos Bens e Direitos menos as obrigações exigíveis. 11. Qual a equação que representa a o patrimônio líquido? 12. Separe as contas abaixo em Bens, Direitos e Obrigações e informe qual o patri- mônio líquido. Caixa 3.000,00 Veículos 3.000,00 Móveis e utens. 2.000,00 Duplicatas a pg. 24.000,00 Máquinas 10.000,00 Ordenados a pg. 2.000,00 Promissórias a pg. 2.000,00 Duplicatas a receber 7.000,00 Impostos a pg 4.000,00 Títulos a receber 5.000,00 Aluguéis a receber 500,00 13. Cia. Comercial Vision: Adiantamento de clientes $ 5.000 Adiantamentos a funcionários $ 1.500 Adiantamentos a terceiros $ 3.000 Bancos Conta Movimento $ 17.000 Caixa $ 12.000 Cofins a recolher $ 900 Dividendos a pagar $ 12.000 Duplicatas a pagar $ 23.000 Duplicatas a receber $ 39.000 Financiamentos $ 7.000 Gratificações a empregados a pagar $ 2.000 ICMS a recolher $ 1.200 42 - 43 Imóveis $ 87.000 Imposto de Renda a Pagar $ 18.000 Impostos a recuperar $ 1.000 Instalações $ 13.000 Marcas, Patentes industriais $ 18.000 Mercadorias $ 23.000 PIS a recolher $ 800 Terrenos $ 50.000 Títulos a receber $ 15.000 Utilidades e serviços a pagar $ 3.500 Com base nos valores anteriores, informe: a. O total dos bens. b. O total de direitos. c. O total de obrigações. d. O patrimônio líquido. e. O total de bens móveis. f. O total de bens imóveis. 14. Classifique as contas abaixo em Bens, Direitos ou Obrigações: Veículos 100.000,00 Móveis e utensílios 50.000,00 Prédios 400.000,00 Contas a pagar 5.000,00 Impostos a pagar 12.000,00 Dinheiro em Caixa 2.500,00 Bancos conta corrente 4.000,00 Duplicatas a receber 80.000,00 Nota promissória a receber 14.500,00 Impostos a recuperar 2.000,00 Fornecedores a pagar 45.000,00 42 - 43 Adiantamento a funcionários 2.500,00 Ordenados e salários a pagar 3.000,00 Empréstimos e financiamentos a pagar 20.000,00 Empréstimos e financiamentos após 360 dias 40.000,00 Duplicatas a receber após 360 dias 12.000,00 Títulos a pagar 10.000,00 Instalações 10.000,00 Estoque de mercadorias para revenda 60.000,00 Máquinas 50.000,00 Com base nos valores anteriores, determine: a. O total dos bens. b. O totalde direitos. c. O total de obrigações. d. O patrimônio líquido. e. O total de bens móveis. f. O total de bens imóveis. MATERIAL COMPLEMENTAR Caro(a) aluno(a), este vídeo mostra a questão dos bens, direitos e obrigações: <http://www.youtube.com/watch?v=EyAaG1B1iXk>. Este vídeo apresenta os usuários da informação contábil: <http://www.youtube.com/watch?v=NBzn-Hftrx8>. Este vídeo apresenta questões relacionadas aos objetivos da contabilidade: <http://www.youtube.com/watch?v=w1EOtXgc4QU>. Acesse a homepage e veja como ela apresenta um conjunto de termos que são utilizados na contabilidade. A contabilidade utiliza termos que são inerentes a ela, assim como existem termos que são inerentes a outras áreas, como a medicina, por exemplo. Conhecê-los e saber o que significam ajuda muito a entender melhor a contabilidade. Fonte: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/glossario.htm>. Contabilidade Básica. 7ª. Edição MARION, José Carlos Editora: ATLAS Ano: 2004 Sinopse: Marion apresenta os objetivos da contabilidade, relacionados com os usuários da informação contábil e a natureza das informações geradas pela contabilidade e do seu relacionamento com outras ciências sociais. Além de uma visão clara e objetiva a respeito do patrimônio, objeto de estudo da contabilidade, apresenta também o conceito de patrimônio líquido, utilizando-se de exemplos de empresas fictícias com a finalidade de facilitar o aprendizado a respeito dos aspectos que envolvem o patrimônio contábil. U N ID A D E II Professor Me. Silvio César de Castro BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO Objetivos de Aprendizagem ■ Tratar de alguns aspectos introdutórios sobre os relatórios dessa unidade. ■ Evidenciar os itens do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. ■ Visualizar os recursos patrimoniais por meio das Origens e Aplicações. ■ Verificar a técnica de aprendizado denominada de Balanços sucessivos. ■ Apresentar o funcionamento do DRE: Demonstrativo de Resultado do Exercício. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ A importância do Balanço Patrimonial ■ A composição do ativo, passivo e patrimônio líquido ■ Obter compreensão sobre receitas e despesas ■ Compreender os itens que compõem o DRE ■ De que forma os recursos ingressam nas entidades ■ Compreender as variações patrimoniais por meio de balanços sucessivos 46 - 47 INTRODUÇÃO A unidade anterior trabalhou com os elementos organizacionais que fazem parte do patrimônio contábil. Foi possível verificar que o patrimônio, no sentido contá- bil, inclui as obrigações das entidades, diferentemente do entendimento do senso comum, onde erroneamente patrimônio diz respeito apenas às posses mensurá- veis financeiramente de posse das entidades. Foi possível também identificar o patrimônio líquido, onde as obrigações são deduzidas dos bens e direitos. Nessa unidade será apresentado, talvez, o mais conhe- cido e importante relatório da contabilidade para as entidades, o balanço patrimonial. Ou seja, a demonstração que expõe, em dado momento, a posição financeira dos elementos que compõem o patrimônio (bens, direitos, obrigações e patri- mônio líquido), devidamente valorados, denomina-se Balanço Patrimonial, se o período corresponder ao exercício social da empresa, ou Balancete Patrimonial, se for mensal (MARION, 2004). A Demonstração do Resultado do Exercício evidencia de uma forma estrutu- rada os componentes que provocaram a alteração na situação líquida patrimonial (patrimônio líquido) em determinado período. Ela é elaborada seguindo o princípio de confrontação das receitas com as despesas. Como o próprio nome diz, este relatório evidencia (demonstra) o resultado (lucro ou prejuízo) que a empresa obteve num determinado período (ano, semestre, bimestre, mês). Por ©shutterstock 46 - 47 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 48 - 49 BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II isso, trata-se da demonstração que torna evidente o lucro ou prejuízo da enti- dade em questão, em um determinado período. Se as despesas forem maior que as receitas, o resultado será prejuízo. Contrariamente, se as receitas forem maior que as despesas, o resultado será lucro no período. Segundo Iudícibus e outros (2009), a apresentação da DRE é de forma dedu- tiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas até que seja encontrado o lucro ou prejuízo. BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO, PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO O Balanço Patrimonial expõe os seus componentes em agrupamentos de Ativo, Passivo Exigível e Patrimônio Líquido, de forma a permitir o reconhecimento do capital acumulado dos proprietários e de sua variação, de um período para outro. O Balanço Patrimonial reflete a posição financeira em determinado momento de uma empresa (FIPECAFI, 2000). Ferrari (2001) afirma que obter dados do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, analisar suas variações durante determinado período de tempo, por meio da veri- ficação direta dos registros contábeis, é tarefa trabalhosa. Mesmo nas pequenas empresas, podem ocorrer, diariamente, inúmeras operações e seus registros con- tábeis contêm grande número de particularidades. Daí a necessidade de resumir e apresentar os dados de forma adequada que permita às pessoas interessadas conhecer a situação patrimonial da empresa e as variações ocorridas durante certo período de tempo. De forma geral, o Balanço Patrimonial é um quadro (mapa, gráfico etc.) onde é demonstrada a situação econômica/financeira da empresa na data a que o balanço diz respeito. O balanço avalia a riqueza, isto é, o valor da empresa, mas não demonstra o seu resultado, apenas o apresenta em valor total, sendo a sua demonstração feita em outro documento chamado “demonstração de resultados”. O balanço é composto por duas partes, que se encontram sempre em equilíbrio. 48 - 49 Ativo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . O Ativo é igual ao Passivo mais o Patrimônio Líquido. Como já foi apresentado anteriormente, o Balanço Patrimonial abriga no seu lado esquerdo os bens e direitos e do lado direito as obrigações e o patrimônio líquido. BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO Lado Esquerdo – Bens e Direitos Lado Direito – Obrigações e o Capital investido pelos sócios Tabela 1: Balança Patrimonial Fonte: O autor ATIVO De acordo com Miranda (2002, p. 17), “o ativo representa a parte dos valores positivos do patrimônio, tudo aquilo que a entidade possui ou que ela tem a rece- ber de terceiros. Abrange o conjunto de bens e direitos da entidade”. PASSIVO O passivo representa todas as obrigações financeiras que uma empresa possui com terceiros, provenientes de transações passadas, realizadas com data de ven- cimento e beneficiário certo e conhecido. Todos os itens do passivo representam os valores negativos do patrimônio (FERRARI, 2001). PATRIMÔNIO LÍQUIDO O patrimônio líquido é a diferença entre os valores positivos do ativo (bens e direitos) e os valores negativos do passivo (obrigações) de uma entidade em um determinado momento. É a parte do balanço que representa o capital investido pelos sócios e está graficamente localizada no seu lado direito (MARION, 2004). © sh ut te rs to ck 50 - 51 BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRATIVO DE RESULTADODO EXERCÍCIO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II ATIVO BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO BENS OBRIGAÇÕES Estoques Fornecedores Máquinas, Imóveis, Veículos Salários a pagar Dinheiro Empréstimos e Financiamentos DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Duplicatas a receber Capital Social Banco conta movimento Lucro/Prejuízo acumulado Tabela 2: Balanço Patrimonial Fonte: O autor Silva (2002) descreve que o Balanço Patrimonial é uma demonstração que relata os bens e direitos (Ativo), e as obrigações e a par- ticipação dos acionistas (Passivo) da empresa, dando, dessa forma, ao leitor, a posição patrimonial e financeira da empresa. O termo balanço tem a ver com balança, pois os dois lados, ativo e passivo, devem estar em harmonia, ou seja, equilibrados com os mes- mos valores totais. Nesse sentido, esse aspecto é chamado de Equilíbrio Patrimonial, de onde resulta a seguinte equação patrimonial: ATIVO=PASSIVO EXIGÍVEL + PATRIMÔNIO LÍQUIDO Ao final de um período, quando comparamos os valores do Ativo com os do Passivo, podemos obter três situações. Pode-se afirmar então, que a riqueza líquida ou patrimônio líquido da empresa pode ser medido pela seguinte equação: PASSIVO+ P.L. 50 - 51 PL=Ativo-Passivo Exigível Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . PL=ATIVO-PASSIVO EXIGÍVEL A entidade pode apresentar três situações patrimoniais: a. PL > ATIVO - PASSIVO EXIGÍVEL à essa situação nos proporciona uma situação líquida positiva, pois os valores componentes do Ativo per- mitem solver as obrigações e ainda apresentam saldo. Exemplo: Ativo: $ 100.000 Passivo Exigível: 70.000 PL= 100.000-70.000 = 30.000 b. PL < ATIVO - PASSÍVEL EXIGÍVEL à essa situação nos proporciona uma situação líquida negativa, pois os valores componentes do Ativo NÃO são suficientes para cobrir as obrigações. Quando ocorre essa situação, contabilmente dizemos que a empresa apresenta um Passivo a Descoberto. Exemplo: Ativo: $ 70.000 Passivo Exigível: 90.000 PL=70.000-90.000 = (20.000) c. PL = ATIVO – PASSÍVEL EXIGÍVEL à essa situação nos proporciona uma situação líquida nula, pois os valores do Ativo cobrem tão somente o montante das obrigações, não apresentando saldo positivo ou negativo. Exemplo: Ativo: $ 100.000 52 - 53 BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II Passivo Exigível: 100.000 PL=100.000-100.000 = 0 ( zero) PRAZOS NO BALANÇO PATRIMONIAL Iudícibus e Marion (2000) esclarecem que em contabilidade, Curto Prazo sig- nifica normalmente o período de até um ano. Para facilitar a interpretação e análise do balanço, existe uma preocupação constante em estabelecer uma ade- quada distribuição de contas. Para tanto, duas regras básicas orientam a distribuição de contas no Balanço Patrimonial: Prazo: em contabilidade CURTO PRAZO significa normalmente o período de até um ano. Grau de Liquidez decrescente: os itens de maior liquidez são classificados em primeiro plano. Os de menor liquidez aparecem em último lugar. Por exemplo, entre três contas: Estoque disponível e Duplicatas a Receber, o mais líquido é o disponível (1O lugar); em segundo lugar, recebe-se mais rapidamente as dupli- catas do que os estoques (estes possuem uma liquidez mais lenta – 3º lugar). Assim, pode-se relacionar tudo aquilo que a empresa receberá no Curto Prazo (aquilo que será transformado em dinheiro) confrontando com tudo aquilo que será pago no Curto Prazo: ATIVO PASSIVO Itens que já são dinheiro ou que serão transformados em dinheiro rapida- mente (Curto Prazo). Todas as contas que serão pagas rapi- damente, no Curto Prazo, ou até 1 ano. Como essas contas recebidas e pagas rapidamente se renovam constante- mente (estão sempre girando), foi dado o nome de Circulante (corrente), tanto para o Ativo como para o Passivo. 52 - 53 Prazos no Balanço Patrimonial Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . O grupo seguinte seria o das contas que a empresa espera muito tempo para receber (Ativo), confrontando com as contas que se demora muito para pagar (Passivo). Que são denominados de Longo Prazo. ATIVO PASSIVO Circulante Recebe-se rapidamente Recebe-se lentamente, no Longo Prazo Circulante Paga-se rapidamente Demora-se muito tempo para pagar Caso a empresa tenha de esperar mais de um ano para receber, pode-se denomi- nar esse grupo de Realizável a Longo Prazo. E, por outro lado, se o período para pagar é superior a um ano, denomina-se um Exigível a Longo Prazo. Assim, no Passivo, existem compromissos que se pagam relativamente rápido (menos de um ano) e compromissos demorarão mais de um ano para se pagar (exigível a longo prazo). E o terceiro grupo será de contas que não serão pagas enquanto a empresa estiver em atividade (IUDÍCIBUS; MARION, 2000). Esses autores com- plementam o que é o caso do Patrimônio Líquido: enquanto a empresa estiver em um processo de continuidade, não precisa pagar (não exigível) aos seus donos. Iudícibus e Marion (2000) afirmam que no Ativo, o que se recebe de forma mais rápida encontra-se em primeiro lugar (circulante), posteriormente, vem o que demorar mais tempo para receber. Nesta sequência, em terceiro lugar, vem o grupo dos itens que a empresa não receberá, pois não estão à venda, mas des- tinados ao uso e à renda (permanente). Esses itens permanecem muito tempo dentro da empresa, daí serem chamados de permanentes. ATIVO (APLICAÇÕES) PASSIVO (ORIGENS) Circulante Circulante Já é dinheiro disponível (caixa ou banco ou aplicação financeira) recursos para o desenvolvimento das atividades da empresa (estoques de mercadorias para revenda, matérias primas, produtos acabados etc.). Ou será recebido em até um ano os direitos (duplicatas e títulos a receber, impostos a recuperar etc.). Obrigações da empresa que serão reclamadas até o prazo de um ano. Geralmente corresponde a pagamen- tos a serem efetuados (fornecedores, empréstimos bancários, impostos a pagar etc.) 54 - 55 BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II ATIVO (APLICAÇÕES) PASSIVO (ORIGENS) Não Circulante Não Circulante Serão recebido após um ano os direitos (duplicatas e títulos a receber, impos- tos a recuperar etc.). Ou ainda, os itens que compõem o subgrupo do imobilizado geralmente não se vendem, são os itens que fazem parte da infraestrutura da empresa (imóveis, máquinas, equipamentos, veículos etc.). Obrigações da empresa que serão reclamadas após um ano. Geralmente correspondem a pagamentos a serem efetuados (fornecedores, empréstimos bancários, impostos a pagar etc.) Patrimônio Líquido Não precisa pagar enquanto a empre- sa estiver em continuidade, trata-se dos recursos próprios, consistindo no investimento inicial efetuado pelos sócios e resultados obtidos com as atividades da empresa. Não é exigível, ou seja, não precisa pagar. Quadro 3: Balanço Patrimonial - Prazos Fonte: O autor ORIGENS E APLICAÇÕES No desempenho de suas atividades, as pessoas jurídicas podem contar com recur- sos provenientes de duas origens ou fontes: Recursos próprios: (capital dos sócios + lucro) = (patrimônio líquido) ou recursos de terceiros: (fornecedores, instituições
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