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farmaco aula 16

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Raphael Simões Vieira – Medicina Veterinária 4º período
Sistema adrenérgico
Há dois neurotransmissores: adrenalina e noradrenalina que também são chamados de epinefrina e norepinefrina. A noradrenalina é neurotransmissor do neurônio pós-ganglionar. Há três enzimas para a fabricação da noradrenalina e 4 para a fabricação da adrenalina. Tirosina – dopa – dopamina – noradrenalina. A noradrenalina é sintetizada dentro do axônio. Há duas formas de vesículas: vesícula lábil (de fácil exocitose), e vesículas estáveis (ficam mais distantes da fenda sináptica). A noradrenalina é armazenada com 4 moléculas de ATP, magnésio e uma proteína denominada cromogranina. O transporte para dentro da vesícula, gasta ATP e magnésio: a nor é formada no citosol, precisa entrar para a vesícula. Excesso de nor livre, fora da vesícula, há uma inibição da primeira enzima = se tem nor fora, é porque tem muita dentro das vesículas, não precisa de mais, há inibição de uma enzima.
Exocitose: precisa abrir canais de cálcio. O tempo inteiro há liberação de pequenas quantidades de nor na fenda sináptica para que o receptor se mantenha íntegro. Quando precisa de efeito adrenérgico, há liberação de grande quantidade, estimulando mais os receptores. A metabolização não é tão importante quanto a acetilcolina. Há duas enzimas que metabolizam: MAO (monoamino oxidase), que fica no interior do neurônio, na membrana externa das mitocôndrias. Se começar acumular nor no citoplasma, acaba se encontrando com a MAO, sendo destruída. COMT (catecol ortometil transferase), é a outra enzima, fica também no citosol, mas de células do órgão efetor. Essa enzima não tem tanta importância quanto a MAO, talvez porque ainda não há muito conhecimento sobre ela. Apenas pequena quantidade de nor é destruída, a maior parte é recaptada. Não se pode desperdiçar a nor pronta, gasta-se energia para fabricá-la. A nor que foi liberada na sinapse, a grande maioria é recaptada. Pouca parte é metabolizada pela COMT. 
Há dois tipos de MAO: A e B. Está presente na membrana externa da mitocôndria, neurônio adrenérgico e célula cromafins (presentes na medula da adrenal), fígado, mucosa intestinal e pulmão. A MAO B predomina no SNC. MAO A predomina no SNP. 
A MAO ou a COMT atuando sobre a nor, vai quebrando, sendo que o produto final é o ácido vanil mandélico: VMA, é excretado pela urina. Existe um teste quando há suspeito de tumor de medula de adrenal (feo cromacitoma ? – benigno), pode levar a morte por grandes quantidades de adrenalina. O diagnóstico se faz com a mensuração de VMA na urina. 
Já que a metabolização não é tão importante, pois precisa-se preservar as moléculas de nor, o mais importante é a recaptação. A nor, da fenda sináptica, é recaptada para o citosol, e entra para a vesícula. Se ela não entrar pra vesícula e encontrar a MAO da membrana externa de mitocôndria, ela é metabolizada em VMA, que vai para o sangue, e é excretada via urina. 
Existe um tipo de recaptação extraneuronal. A nor produzida pela adrenal (pouca quantidade de nor, produz mais adrenalina) cai na circulação, podendo ser recaptada por células que não neurônios. Várias células são capazes de recaptá-las, essas células têm enzimas MAO e COMT, quebrando essa nor. Pode ser fígado, coração, etc. Nessas células que não são neurônios, prevalece COMT. Neurônio tem muita MAO, pouquíssimo COMT. Células não neuronais têm muita COMT, pouca MAO. Fígado tem mais ou menos o mesmo tanto. 
O outro transmissor adrenérgico é a adrenalina. A adrenalina só é sintetizada pelas células cromafins da medula da adrenal. Não há síntese de adrenalina pelos neurônios sinápticos, pois eles não tem uma enzima que transforma nor em adrenalina, essa enzima só existe nas células da adrenal. A enzima é feniletanolamina-N-metiltransferase. A nossa adrenal tem nor e adrenalina. 80% é adrenalina, 20% é nor. Isso vale para humanos. Pode ter variação entre essa proporção nas diferenças espécies, sendo sempre a adrenalina em maior quantidade. A exocitose depende de cálcio. A exocitose dela é para a corrente sanguínea, ela é um hormônio, é um neurotransmissor e um hormônio. Circulando, ela encontra os receptores para ativar, ela é recaptada pelo fígado, destruindo ela até VMA, e jogando fora pela urina. 
Em praticamente todos os mamíferos as células cromafins ficam na medula da adrenal. Glicocorticóides, mineralocorticóides e hormônios sexuais são fabricados pela córtex da adrenal. Nas espécies em que há essa diferença entre a córtex e a medula, a concentração de glicocorticóide influencia na concentração da adrenalina. Ele aumenta a síntese da adrenalina, estimula aquela enzima, e aumenta a exocitose da adrenalina. Adrenalina e glicocorticóide são os hormônios do estresse, trabalham em conjunto nas situações de estresse. 
A adrenalina é destruída pelo fígado, não é reutilizada como no caso da nor. Ela só é mobilizada em situações de estresse agudo. No dia a dia nos mantemos com noradrenalina, a adrenalina só é recrutada em situações emergenciais. Contudo, atualmente vivemos sob estresse, há muita adrenalina no sangue = gastrites, hipertensão, insuficiência cardíaca, etc. 
Da mesma forma que a acetilcolina, os neurotransmissores adrenérgicos também atuam em receptores. Há muito mais receptores que no adrenérgico. Existem as subunidades alfa 1, 2 e 3. E cada um tem subdivisões em a, b, c e d, contudo, ainda não há medicamentos que atuam nessas subdivisões, por isso não vamos estudar. Os receptores pré-sinápticos têm como função controlar a exocitose do neurotransmissor, ou aumentando ou diminuindo. Eles interferem na intensidade de exocitose. Há o receptor alfa2 pré-sináptico. Alfa1 é só pós-sináptico, o alfa2 pode ser pós ou pré. Em células como uma plaqueta, tem receptores alfa2, mas não posso chamar de pós ou de pré, pois elas são circulantes, só são ativadas por adrenalina circulante. Há os receptores beta1 pós, beta2 pós e pré e beta3 pós. Há os receptores dopaminérgicos na periferia, sem ter axônio chegando a eles (não se sabe por que). D1 pós sinápticos: coronárias, mesentéricas e renal aferente. Não se acha dopamina circulante, não sabe pq esses receptores existem. D2 é pré-sináptico, só é encontrada em neurônios. Fisiologicamente não são ativados. 
Obs: plaquetas ativadas servem para melhor coagulação sanguínea. Uma pessoa sob estresse tem o sangue mais coagulável. 
ALFA PÓS-SINÁPTICO: 
Alfa1: quando ativado, contrai vaso. Está presente no músculo liso vascular e não vascular. Músculo liso não vascular também contrai. As glândulas salivares produzem dois tipos de saliva: aquosa (digestão) e mucosa (em situações de estresse, impressão de boca seca). Alfa1 estimulado aumenta secreção salivar mucosa. Existem alfa1 no coração, quando ativado continuamente, induz a hipertrofia cardíaca. Alfa1 não é o principal receptor para adrenalina no coração. No olho: aumenta a produção de humor aquoso. Uma das drogas usadas para o tratamento de glaucoma é bloqueador de alfa1. 
Alfa2: contrai músculo liso vascular e induz a agregação plaquetária.
BETA PÓS-SINÁPTICO
Beta1: predomina no coração e aparelho justaglomerular do rim. Está presente também em glândulas salivares. Aumenta secreção salivar mucosa. Aumenta atividade cardíaca, é o principal receptor adrenérgico do coração. Aumenta a freqüência, a força de contração, a condução do estímulo é mais rápido (excitabilidade). 
Beta2: presente em músculo liso vascular e não vascular. Músculo liso de vaso tem receptores alfa1, 2, beta2 além dos receptores muscarínicos. Alfa1 e alfa2 fazem a mesma coisa em vaso, vasoconstrição. Beta2 é o contrário, vasodilatação. No coração a maior população é beta1. Existe também em mastócitos. Reduz a degranulação dos mastócitos, reduz a eliminação de histamina. Em reações alérgicas, é usada adrenalina. Adrenalina é usada em choques anafiláticos. 
Beta3: também está presente no coração. Reduz a atividade cardíaca. Faz o oposto de beta1 e 2. 
PRÉ-SINÁPTICOS
Alfa2: reduz a exocitose de neurotransmissores. Adrenalina atrapalha o processo
digestivo, estimula receptores alfa2, diminui a exocitose de acetilcolina. Por isso que dá sonolência após alimentação. 
Beta2: faz o contrário do alfa2-pré: aumenta a exocitose do neurotransmissor. 
Receptores heterólogos quando estão fora da sua transmissão normal. 
Efeitos metabólicos da adrenalina: não é efeito sobre o órgão (contrai, relaxa), são efeitos metabólicos que a ach não faz. Adrenalina e nor fazem. Aumenta a glicogenólise hepática (aumenta a produção de ATP, glicose jogada no sangue) e muscular. SN é capaz de captar glicose sem precisar de insulina. Aumenta a lipólise, atuando em três receptores: beta1, 2 e 3. Alfa2 diminui lipólise. Uma pessoa faz regime, algumas áreas não queimam gordura. Em alguns lugares, tem mais alfa2, por exemplo nos coxins dos cães, aquela gordura não pode sofrer lipólise. Gorduras abdominais têm mais beta. Locais que queimam gordura rápido, tem mais receptor beta. Locais mais difíceis de perder gordura, têm mais receptores alfa. Clemboterol: agonista beta, estimula a perda de gordura, é utilizada em ração de suínos para diminuir a gordura. Contudo, essa droga também estimula o coração.
Liberação de insulina: beta2 aumenta, alfa2 diminui. Músculo, cérebro e coração têm mais beta2. Músculo e coração têm reservas energéticas, SN não. A liberação de glucagon é aumentada por beta2. É hiperglicemiante. Induz a neoglicogênese. Aumenta a secreção de vasopressina no aparelho justaglomerular = aumento de pressão arterial (beta1), diminui a diurese também. 
Útero não gravídico, predomina alfa1, com adrenalina ele contrai, fica contraído, fica fechado para não contaminação. Durante a gravidez, troca alfa1 por beta2, não contrai, relaxa. Alguns animais não tem esse mecanismo, como ratas, que se passarem por estresse, o útero contrai, abortam. 
No músculo piloeretor há predominância de alfa1. Com a liberação de adrenalina, como no caso de frio, há o arrepio, para manter mais ar próximo ao animal e mantê-lo quente. 
Os músculos radiais da íris têm alfa1, com adrenalina contraem, a pupila dilata. Músculo circular da pupila só tem receptores colinérgicos. Colinérgico assume em situações de calma. Adrenérgico em situações de estresse.

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