Parasito aula 14

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Raphael Simões Vieira – Medicina Veterinária 4º período
Echinococcus sp.
É um parasito bem pequeno. Se tiver muito, tem 6 proglótes. A sequencia se mantém: escólex, colo e estróbilo (dividido em proglótides). As proglótides seguem a mesma sequencia: jovens, adultas, gravídicas. A larva recebe o nome de cisto-hidático. 
Faz parte da família Taeniidae. Há quatro espécies, sendo que atualmente mais duas foram agregadas ao gênero Echinococcus. 
Quem tem o verme adulto tem equinocose, a doença é equinococose. Quem tem a larva, tem hidatidose. Aqui, o cão é o hospedeiro definitivo. No caso da hidatidose há como HI pequenos e grandes ruminantes, principalmente ovinos. 
Echinococcus granulosus
Tem como HD canídeos. Tem como HI ovinos, bovinos e o homem acidentalmente. A localização dessas larvas é primeiramente no fígado (60%), pulmões (30%) e SNC (10%). 
É cosmopolita, tem quase no mundo todo. No Brasil, a região sul é considerada endêmica, devido à maior criação de ovinos. Há a tradição de cães de pastoreio. O HD vai se infectar ingerindo as vísceras contendo as larvas. 
Tamanho: de 3-6 milímetros. É constituído de três a seis proglotes. Possui 4 ventosas e rostro com acúleos. Por ser pequeno, cabe totalmente na lâmina, essa é uma das maneiras de diferenciar de T. solium. Escólex de T. solium só tem a cabeça, pois não cabe tudo. 
Os ovos são idênticos com os de tênia, não tem como especificar. Por isso fala-se que os ovos são de tenídeos. 
Tem como hospedeiro definitivo o cão, e HI principalmente ovinos e bovinos. O hospedeiro definitivo tem o parasito adulto no intestino delgado e o intermediário tem a larva no fígado ou pulmão. O homem se comporta como hospedeiro intermediário e por isso o parasito é considerado zoonótico.
O cisto hidático é uma bola (arredondado) e quando o parasito atravessa o intestino e cai na corrente sanguínea, chega ao tecido alvo e se liga ali, com as estruturas de fixação. Como resposta, há produção de uma reação inflamatória, na tentativa de matar o hospedeiro; para isso são enviadas células de defesa, que são aproveitadas em benefício do parasito. A reação tecidual e leucocitária, assim, faz com que haja a formação de uma membrana que envolve aquele indivíduo (embrião), de forma a protegê-lo. O parasito começa, além disso, a secretar antígeno, formando uma outra membrana abaixo da membrana do hospedeiro; a primeira membrana é chamada de adventícia (ocorre em razão da reação leucocitária do hospedeiro); a segunda membrana é denominada anista, a qual serve como barreira defensiva às defesas do hospedeiro.
Embaixo da membrana o parasito secreta antígenos que faz com que cada pedaço da membrana seja capaz de produzir uma unidade que é um pré-parasito. Essa membrana é chamada de membrana prolígera, cada unidade originada é chamada de vesícula prolígera, dentro dessa vesícula, em dentro de cada vesícula, há uma cabeça pré-formada = protoescólex. Cada protoescólex é capaz de originar um parasito novo. As vesículas mais velhas se desfazem e caem dentro do cisto = areia hidática. Envolvendo isso tudo há um líquido protetor = líquido hidático. É como se fosse o útero materno, com membranas, líquidos, etc. 
Quando ocorre esse cisto, fica semelhante a um tumor. Às vezes, se faz uma punção ou uma laparatomia, podendo cortar o cisto, cada protoescólex cai na corrente sanguínea, disseminando o Echinococcus. 
Tecidos parasitados: fígado, pulmão, encéfalo. Crescem bem rapidamente. No homem, o cisto hidático leva a processo de compressão do fígado.
Transmissão: o HD vai adquirir a equinococose pela ingestão de vísceras de HI infectados com cisto hidático. O HI adquire hidatidose ingerindo ovos eliminados pelos cães infectados. O cão, ao rolar no chão, pode se contaminar, crianças passam a mão no cachorro, se infectam. Algumas vezes, as vísceras podem servir como uma forma infectante, mas isso ainda não foi elucidado. 
Ciclo: é muito parecido com o da teníase. Muda-se o HI, o HD e a questão de como é a transmissão (por vísceras). 
Patogenia: no cão, como tem o parasito no intestino, vai ter todas alterações intestinais como: dores abdominais, perda de peso, abdome distendido, etc. A presença do cisto hidático pode levar a alterações, como processos de compressão de vísceras, levando a diversas alterações de acordo com a localização. Pode haver morte, principalmente quando o cisto rompe, podendo levar a reações anafiláticas. 
São parasitos zoonóticos que têm uma importância econômica. Atualmente há muitos casos urbanos, com o êxodo rural. Aqui no Brasil, principalmente no RS. 
No cão o diagnóstico é laboratorial pelo exame de fezes. Entretanto, na hidatidose não há ovos nas fezes, nos animais de produção geralmente o diagnostico é pela necropsia. No homem, PCR, diagnóstico por imagem. 
O tratamento é cirúrgico ou medicamentoso. 
Gênero Dipylidium
Há envolvimento de insetos como HI. Geralmente sempre que há cães infestados com pulgas, tempo depois presença de Dipylidium nas fezes. 
Dipylidium caninum
São os principais cestódeos de cães e gatos. Fica no intestino delgado de cães e gatos. Alguns indivíduos falam que crianças mais novas podem adquirir a dipilidiose. É considerado um cestódeo zoonótico. A criança poderia ser acometida pela mesma forma, através de pulgas. A larva aqui chama larva cisticercóide. Essa larva fica em um HI que são pulgas, ou algumas vezes o piolho de cão. Todas as vezes que houver infestação de pulgas, pode tratar para dipilidiose. 
O parasito é grande, de 20-40cm. A proglote é de fácil reconhecimento pois tem um poro excretor de cada lado, sendo possível visualizar até a olho nu ou com uma lupa. O escólex tem quatro ventosas, possui rostelo com ganchos, mas isso é retrátil. O dipylidium não precisa arrebentar as proglótides, sai pelos poros. Mas pode arrebentar.
O ovo não fica solto como é nos outros parasitos. Ele fica envolto por uma cápsula ovígera, onde há até 20 oncosferas (embrião). Antes, um ovo tinha uma oncosfera, aqui um ovo tem até 20 oncosferas. 
Infecções maciças: irritação de mucosas. Todo cão com dipilidiose apresenta um hábito de arrastar o ânus continuamente. Há outros problemas que também podem levar ao prurido anal. 
Diagnóstico: clínico e laboratorial. Tratamento: praziquantel. 
Cestodeos de equinos
Anoplocephala e Paranoplocephala
Há envolvimento de ácaros de vida livre, principalmente da família Oribatidae. Há envolvimento de um HI que é de difícil combate. A forma larval também é chamada de cisticercoide.
Há cestódeos pequenos, relativos ao tamanho do cavalo: 3 a 8cm. Há 4 apêndices abaixo de cada uma das 4 ventosas. O corpo é largo, estróbilo largo. As proglótides são espessas, longas e achatadas. Os apêndices são como se fosse papos.
Anoplocephala magna
É maior. Tem quase um metro. Não tem apêndice nas ventosas. A A. perfoliata é menor, tem apêndice, proglotes achatadas. 
O ovo é piriforme (formato de pêra). É cercado por um material quitinoso. É possível visualizar o embrião. 
Paranoplocephala mamillana
Tem proglotes mais largas que o escólex. Abaixo das ventosas, há como se fosse cortes, há uma fenda longitudinal. 
Patogenia: pode ter intussuscepção (entrada de uma alça intestinal dentro de outra). Vôlvulo: torção intestinal. Pode levar a rompimento, levando a peritonite.
Cestodeos de ruminantes
Gênero Moniezia com as espécies: Moniezia expansa e Moniezia benedeni. Se houver grande proporção de Moniezia, quer dizer péssimas condições sanitárias. Vem associada com helmintos hematófagos como Haemonchus e Ostertagia. A forma larval é a cisticercóide, que também fica em ácaros. 
Moniezia expansa
Possui quatro ventosas, não tem acúleos. As proglótides são largas, e apresentam dois conjuntos de órgão genitais visíveis na borda lateral de cada segmento. No final de cada proglote, há uma fileira de glândulas = glândulas interproglotidianas. 
Os ovos têm aspecto piriforme, embrião visualizável. 
Moniezia benedeni
Em relação às glândulas interproglotidianas, estão na parte central do segmento.
O ovo
é quadrangular, ao invés de piriforme.