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Parasito aula 18

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Raphael Simões Vieira – Medicina Veterinária 4º período
Leishmaniose 
É uma doença negligenciada. Normalmente acomete pessoas da classe baixa. 90% de quem tem leishmaniose vive com menos de 1 dólar por dia. Em alguns países, como na Índia, essa doença não é uma zoonose, e sim uma antroponose, ou seja, só circula entre humanos. 
É um parasito muito parecido com Trypanosoma, filo sarcomastigophora, subfilo mastigophora, ordem kinetoplastida, família trypanosomatidae, gênero Leishmania. É um parasito heteroxênico. 
Tem duas formas evolutivas. Uma forma está no hospedeiro vertebrado (homem e animais), forma amastigota: arredondada, núcleo na periferia, cinetoplasto evidente. Tem uma característica fundamental: é intracelular obrigatório, mas só parasita células do sistema monocítico mononuclear fagocitário (macrófagos, monócitos). A outra forma está presente no hospedeiro invertebrado: promastigotas. Tem flagelo aparente, estão livres ou aderidos à parede intestinal do inseto, é o momento onde o parasito está ativo. 
O hospedeiro invertebrado é o “mosquito palha”. Na verdade não é um mosquito, não faz seu ciclo em água. Não conseguimos controlar esse vetor, pois as formas evolutivas estão espalhadas em ambientes principalmente com material orgânico. O flebotomíneo é do gênero Lutzomyia. É o único vetor de leishmaniose aqui na América. Tem o corpo repleto de cerdas, e as fêmeas são hematófagas, esse sangue é utilizado para fazer a maturação dos ovos e a ovoposição. Os machos não são hematófagos. Elas ovipõe em matéria orgânica. Passa por 4 estágios larvais, todos esses no solo. É muito difícil de localizar as larvas visualmente, no solo. 
O macho tem a parte posterior semelhante a um gancho, é um órgão reprodutor. O aparelho bucal da fêmea é bem robusto. A picada dói. O mosquito não vai direto na vênula, o aparelho bucal desse mosquito não é longo, ele serra a pele, formando um pocinho, onde se acumula sangue. 
Reservatório: uma espécie ou conjunto de espécies que garantem a circulação de um determinado parasito na natureza dentro de um recorte de tempo e espaço. O reservatório é essencial. Com exceção das regiões onde as leishmanioses têm um perfil antroponótico, os homens são considerados hospedeiros acidentais do parasito. 
Na pele há muitos macrófagos, células dendríticas, etc. A forma amastigota para ser transmitida, tem que estar na pele, para que o mosquito consiga sugar. Se não estiver na camada mais superficial da pele, o inseto não consegue pegar esse parasito. Se o inseto sugasse o sangue direto em vênulas, seria muito raro ele pegar o parasito, pois no sangue tem pouquíssimas células mononucleares fagocitárias, a chance seria mínima. 
Pegamos um rato, com formas amastigotas na pele. O inseto vai, ingere macrófagos com as formas amastigotas (vai ingerir sangue, juntamente com células). No intestino do inseto, há uma mudança de condição fisiológica, o pH do intestino desse inseto é mais ácido, há mudança de temperatura (queda de temperatura), mudança de tensão de CO2. Essas formas amastigotas não são capazes de sobreviver no intestino do inseto nessas condições. Essa forma amastigota, para não morrer, muda sua conformação. Aumenta o LPG: lipofosfoglicano, que está presente na superfície do parasito, evita que ele seja digerido pelas enzimas do inseto, se transforma na forma promastigota, flagelada. É importante ter flagelo, pois o bolo alimentar tem movimentação, o inseto vai defecar, se essa Leishmania não tivesse flagelo, ela iria embora junto com as fezes. Pelo flagelo, ela se liga nas vilosidades do intestino. Ela faz divisão binária, ligada à parede do intestino do inseto. Chega um determinado momento que as promastigotas param de dividir, se tornam menores, o flagelo fica maior = promastigota metacíclica, que é a forma infectante. Essas promastigotas metacíclicas vão para o aparelho bucal da fêmea, quando vai se alimentar novamente. A fêmea tenta sugar o sangue mas não consegue, pois há bolos de leishmania. Ela regurgita, as leishmanias saem para o tecido. No pocinho que ela fez, está cheio de células de defesa, a hora que encosta nas células de defesa, as células englobam. Quando é ingerida pelo macrófago, as condições não estão ideais para a forma promastigota. Ela não precisa mais de flagelo, ela se torna oval, o flagelo é internalizado, isso tudo para sobreviver ao ambiente dentro do macrófago. A tendência é o macrófago fagocitar. A leishmania impede a fusão de lisossomos com fagossomos, formando um vacúolo parasitóforo. Ela impede que haja a formação do fagolisossomo. Elas vão se dividindo, o macrófago rompe, cai na circulação. A pele é um dos locais onde há mais macrófagos, é onde há mais leishmania. 
Existem duas formas clínicas características da leishmaniose. Dependendo da espécie da leishmania, da espécie do HI, e da espécie do reservatório, a doença vai se apresentar ou na forma de tegumentar ou na forma visceral.
Leishmaniose Tegumentar
As principais espécies no Brasil: L. braziliensis (responsável por 90% dos casos), amazonensis, guyanensis, etc. Os principais hospedeiros intermediários no Brasil: Lutzomyia intermédia, L. migonei, etc. É um inseto silvestre, se pega em matas. Em cidade não se pega leishmaniose tegumentar. O HI só existe em área silvestre. 
Os reservatórios também são animais silvestres: gambá, tatu, paca, ratos, etc. Há os reservatórios peri-urbanos, como cavalos, que vivem próximos a matas. Outro indivíduo: cães. Em caso de Leishmaniose tegumentar NÃO SE EUTANASIA. Tem que fazer um diagnóstico preciso, para que não dê reação cruzada com leishmaniose visceral. Mesmo se o animal viver em fazenda, a eutanásia não deve ser feita, pois ele é um hospedeiro acidental assim como o homem. As leishmanias ficam na lesão, no máximo em linfonodos. Não vão para órgãos. 
O tratamento do animal é mais tópico, não se usa medicamentos anti-leishmania. Usa-se coleira.
Leishmaniose Visceral
Espécie no Brasil: L. infantum também chamada de L. chagasi. Há só um vetor: Lutzomyia longipalpis (precisa saber, espécie da leishmania e o vetor). 
Ao contrário das outras espécies de Lutzomyia, é um inseto sinantrópico, é adaptado a áreas urbanas. 
Acomete principalmente crianças e idosos, e indivíduos imunossuprimidos (diabéticos, HIV+, etc). uma pessoa saudável pode ser infectado, mas dificilmente vai apresentar sinais clínicos. É uma doença letal se não for diagnosticada rapidamente e tratada. No homem há fim de linha da infecção. No caso de L. infantum, os homens não apresentam muitos parasito na pele, ela se concentra principalmente nas vísceras e medula óssea, o inseto não consegue infectar. O cão tem leishmania espalhada por toda a pele. O homem não transmite para outro inseto, é o fim da linha. 
O cão doméstico é o principal reservatório urbano de L. infantum. Alto parasitismo cutâneo, convívio próximo ao homem. É o alvo estratégico para o controle da leishmaniose. 
Os animais que têm resposta imunológica do tipo Th1, são animais que têm resposta imune boa, não deixa manifestar doença: infecção subclínica. Animal com resposta Th2, que é mais comum em cães, tem apresentação clínica. A maioria dos casos são subclínicos. Algumas raças, parecem ser susceptíveis: boxer, Cocker, rottweiller e pastor. Alguns são menos susceptíveis, como os nossos VL. 
Principais motivos da consulta: animal se alimenta bem, porém apresenta emagrecimento. Lesões de pele que não regridem. Fraqueza e apatia. Vômitos. Pode ter epistaxe. Principais sinais: linfoadenopatia e lesões de pele, mesmo sendo leishmaniose visceral. Unhas grandes, anorexia, caquexia. O exame clínico visual é só para direcionar o clínico! O diagnóstico de leishmaniose tem que ser laboratorial.
Hemograma: anemia discreta, trombocitopenia discreta. Bioquímica: ureia aumentada, hipergamaglobulinemia. 
A partir da suspeita clínica é imperativo a recomendação do uso de coleiras repelentes a base de deltamentrina ou permetrina. 
Testes diagnósticos: sorologia, moleculares, imuno-histoquímica. Sorologia: tem o DPP,que é um teste rápido, e o teste de ELISA. O que deu positivo se confirma com ELISA. Negativo, é realmente negativo. É comum falsos negativos. 
Ver: control of leishmaniases (WHO). Carlos Henrique nery Costa: quanto é efetivo o abate de cães para o controle do calazar zoonótico. 
Medidas de combate ao vetor: inseticidas ambientais, controle do microambiente, controle de matéria orgânica ambiental, plantas repelentes (citronea, neem), repelentes.

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