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Senso-percepção (estesia) e suas alterações 
Os sentidos: Visuais, Táteis, Auditivos, Olfativos, Gustativos, Proprioceptivos e Cenestésicos (sensações do corpo próprio), 
Cinestésicos (sensações de movimento e equilíbrio).
: fenômeno gerado por estímulos físicos, químicos ou biológicos, originados fora ou dentro do organismo, que produzem alterações nos órgãos receptores, estimulando-os.
Percepção: Transformação do estímulo sensorial em fenômeno perceptivo consciente. O elemento da senso-percepção é a imagem perceptiva real (diferente das imagens imaginativas, da memória, etc.), a imagem perceptiva é nítida, estável e completa.
Alterações da Senso-Percepção (estesia):
1- Alterações Quantitativas – as imagens perceptivas tem uma intensidade anormal, para mais ou para menos.
1.1 Hiperestesia – a percepção está anormalmente aumentada, um ruído parece um estrondo, as cores torna-se mais vivas, intensas, o cheiro fica mais apurado(ex: na pele de um cão). 
Pode ocorrer em casos de intoxicação por alucinógenos, algumas formas de epilepsia, na esquizofrenia aguda e alguns quadros maníacos.
1.2 Hipoestesia – a percepção está baixa, (ex: paciente deprimido) o mundo é percebido como mais escuro, as cores tornam-se mais pálida, sem brilho, os alimentos não tem sabor, os odores perdem sua intensidade.
1.3 Anestesia (desestesia) – paciente histérica não sente uma parte do corpo. Ex: Anestesia Proprioceptiva – A Dama sem corpo. 
1.4 Analgesia – ausência da sensação de dor.
2 - Alterações Qualitativas – compreendem as ilusões, as alucinações e as alucinoses. 
2.1 Ilusão – é a percepção deformada, alterada, de um objeto real e presente. Pode ser visual, auditiva, olfativa, etc., ocorrendo em três condições:
Nos estados de rebaixamento do nível de consciência: quando por turvação da consciência a percepção torna-se imprecisa, os estímulos são percebidos de forma deformada.
Nos estados de fadiga grave ou de inatenção marcante: ocorrem ilusões transitórias e sem muita importância clínica.
Nas alterações do humor e dos afetos: o afeto deforma o processo de senso-percepção, gerando ilusões catatímicas. 
.2 Alucinação – É a percepção clara e definida de um objeto (voz, ruído, imagem) sem a presença do objeto estimulante real. A pessoa acredita que o conteúdo perceptivo é real.
2.3 - Alucinose – o paciente percebe tal alucinação como estranha a sua pessoa, se distância do sintoma, é um fenômeno “periférico ao eu”.
. 22.1 - Tipos de alucinações: 
Alucinações audioverbais – O paciente escuta vozes sem qualquer estímulo real.
Alucinações Visuais – Visões nítidas experimentada na ausência de estímulos visuais, cores, pontos, objetos, pessoas (vivas ou mortas), caveiras, demônios, santos, fantasmas, etc.
Alucinações Táteis – O paciente sente espetadas, choques, insetos correndo sobre sua pele, etc.
Alucinações olfativas e gustativas – o paciente sente o cheiro de coisas podres, fezes, venenos, ou outros específicos (ex: aura epilética).
Alucinações Cenestésicas – sensação alterada nas vísceras e orgãos.
Alucinações Cinestésicas – sensação alterada de movimentos do corpo, sente pernas encolhendo, mãos se mexendo, etc. 
2.2.2 - Exemplos de alucinações nos diferentes transtornos mentais:
a) ESQUIZOFRENIA
A esquizofrenia de tipo paranóide (onde há maior estruturação psíquica e um delírio minimamente sistematizado) apresenta um conjunto estável de alucinações auditivas verbais. 
Todos os tipos de alucinação podem estar presentes em qualquer sub-tipo de esquizofrenia.
As vozes estão relacionadas com as perturbações delirantes do pensamento e seu conteúdo é sempre negativo: vozes que comentam os atos da pessoa, a injuriam, ameaçam , dão ordens, etc.
Os pacientes vivem essas vozes como uma interferência alheia ao próprio eu, elas são atribuídas a perseguidores.
As vozes sempre são dirigidas à pessoa que as alucina.
Os pacientes discutem ou se defendem das vozes quando possível, por vezes o caráter imperativo das vozes não deixa outra saída além da obediência.
As sonorizações do pensamento (ouvir os próprios pensamentos como se viessem do exterior, como eco, ou como se alguém os repetisse em voz alta) são comuns.
Há também a alucinação de “vozes dialogantes”, que conversam entre si, sobre o paciente ou não. Às vezes as vozes discutem sua vida, algumas condenam sua conduta, lhe atacam e outras lhe saem em defesa.
Algumas vezes estão presentes alucinações auditivas de ruídos, rumores ou vozes sem sentido, mas sempre esses sons são ameaçadores e dirigidos à pessoa.
As esquizofrenias de tipo desorganizada e catatônica costumam apresentar mais as alucinações cenestésicas. 
EXEMPLOS CLÍNICOS:
1 - Um paciente internado, com várias tentativas de suicídio e delírio paranóico, ouve vozes que vêm de Deus e lhe são dirigidas: “Pedro, senta a bunda nessa pedra”; “Pedro tu és a pedra sob a qual edificarei a minha igreja”; “Pedro, apascenta as minhas ovelhas”. Não apenas vozes, mas também ruídos como o trovão são tomados como vindo de Deus de forma ameaçadora e dirigida à sua pessoa: “ouvi o trovão de Deus”.
2 - Um outro paciente, deitado em sua cama ouvia um barulho estranho e ameaçador que acaba reconhecendo como um barulho de serrote; era a criatura que o perseguia ameaçando-o de cortá-lo em pedaços.
3 - Uma paciente ouvia vozes que lhe ordenavam ações e ela se via obrigada a obedecer automaticamente: Bate, come, anda, etc.
4 - Uma paciente solteira, após ter um filho cujo pai não assumiu e lhe trouxe várias dificuldades no relacionamento com sua família, estava andando na rua quando ouve alguém dizer: “Essa mulher teve um filho!” (o tom da afirmação era acusatório).
5 - Um paciente ouvia a mãe sussurrar na cozinha, enquanto ele tentava descansar em seu quarto: “viadinho”.
6 - O paciente R sentia o pescoço se transformando em massa plástica e derretendo, fruto de um remédio que lhe deram para matá-lo.
7 - Um paciente reclamava de sentir as veias correrem dentro de seu corpo.
8 - O paciente M. sentia os órgãos apodrecerem, o estômago ao avesso e os olhos embaçados de sujeira. Chegou a tomar desinfetante e outros produtos tóxicos para tentar contornar seu mal-estar, assim como pingar água sanitária nos olhos para clareá-los.
9- Um paciente dizia que lhe jogavam descargas de fluidos para causar-lhe mal-estar. As descargas eram acompanhadas de vozes que diziam: “se você contar alguma coisa diremos que está maluco”.
10 - Um paciente diz não poder ir para casa devido ao cheiro horroroso dos piolhos das galinhas de um aviário localizado há um quarteirão de distância. Outra diz que não podia ficar em casa por causa das emanações de gás que deixavam um cheiro horrível, insuportável. Quando reclamava, seus parentes diziam que estava louca.
b – TRANTORNOS DO HUMOR OU AFETIVOS.
Alucinações são mais raras, já as ilusões são mais freqüentes.
c – EPILEPSIA
Há a presença de alucinações dotadas de vivacidade e nitidez, sempre angustiantes.
As mais comuns são as visuais, sendo seguidas pelas auditivas e por fim as cenestésicas.
Há a presença de auras: certos equívocos sensoriais que se dão no início da crise. Podem ser fenômenos elementares como cores, ou até visões complexas assim como sons e vozes. O característico das auras é que, para cada doente, elas apresentam sempre o mesmo conteúdo.
Em alguns pacientes há crises epiléticas parciais que se configuram por estados alucinatórios que podem durar horas ou dias e deixam os pacientes inquietos, angustiados ou ameaçados. São muito comuns as alucinações visuais em tons de vermelho, sangue, chamas, etc. É comum a presença de reações violentas em respostas a essas alucinações. Esses estados são seguidos de amnésia.
d– DELIRIUNS FEBRIS, e outros estados associados a diminuição do grau de consciência.
Nesses estados predominam as visões variadas e de tonalidade afetiva variável também. Quanto maior é a obnubilação da consciência, mais predominam os fenômenos visuais. Alguns enfermostambém apresentam
alucinações auditivas elementares, ruídos, toques de campainha etc.
e - TRANSTORNOS MENTAIS ALCOÓLICOS
- Na embriagues patológica predominam as alucinações visuais e táteis.
- Na abstinência alcoólica são comuns as alucinações visuais de cenas fantásticas, sendo comum alucinar pequenos animais, insetos, pessoas, se movimentando rapidamente. Às vezes o próprio ambiente se transforma, paredes se encurvam, teto rebaixa, chão oscila, etc.
-Há também a alucinose alcoólica: presença de alucinações verbais auditivas dotadas de nitidez, muito angustiantes, mas o paciente permanece lúcido, orientado e com crítica em relação às alucinações.
f – DROGAS ALUCINÓGENAS e COCAÏNA
As drogas alucinógenas produzem alucinações visuais notáveis por sua variedade, sensorialidade, riqueza de colorido, etc. Já a intoxicação por cocaína pode resultar em alucinações táteis ou de contato, combinadas com visuais. É comum os pacientes sentirem e verem pequenos insetos caminhando sobre a sua pele.

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