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Patologia aula 4

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Raphael Simões Vieira – Medicina Veterinária 4º período
Patologia – aula 4
Alterações cadavéricas: (não cai em provas teóricas, somente práticas)
Definição: alterações cadavéricas são a soma das alterações que acontecem após a morte absoluta do animal (parada cardíaca, respiratória e do SN do animal); na veterinária determinamos a morte absoluta verificando batimentos cardíacos; 
Importância: dar diagnóstico de que o animal morreu; devemos saber distinguir o que aconteceu enquanto o animal estava vivo, e as alterações que ocorreram depois; as alterações cadavéricas mascaram porque o animal morreu; as alterações me indicam o grau de preservação daquele animal; quando ele está bem preservado, a maioria das alterações ocorreram na vida = importante para o diagnóstico; na medicina humana é muito importante para definir o tempo de morte; a preservação do animal é extremamente variável, de acordo com fatores que influenciam; a questão de definir o tempo de morte é muito difícil na veterinária; 
Processos determinantes: o animal morreu (parada respiratória, cardíaca, cessou função cerebral); no infarto, à partir do momento que o sangue não circula mais, todos os outros tecidos vão ter hipóxia, falta de nutrientes, e acúmulo de catabólitos; o primeiro aspecto: as células não morrem instantaneamente todas elas; vai acontecer sequencialmente; os neurônios são as células que morrem primeiro; depois as células cardíacas; quem dura mais são as células do tecido conjuntivo, células ósseas (osteócitos), são células que são menos sensíveis à hipóxia; 
Após a morte, instalam mecanismos que levam a alterações cadavéricas; autólise: enzimas lisossômicas digerem a própria célula, degradam proteínas, gorduras, açúcares; heterólise: a lise acontece por outra origem, não da própria célula, acontece principalmente por outras bactérias, bactérias do meio (saprófitas), um importante local de chegada das bactérias é do intestino, ocorre a putrefação do cadáver; putrefação = quebra dos produtos nitrogenados do animal; autodigestão = enzimas digestivas começam a se difundir e digerir os próprios tecidos (principalmente no estômago); 
Fatores que influenciam: os processos descritos anteriormente acontecem de modo mais rápido ou mais lento; 
Temperatura: é fundamental, a temperatura elevada favorece a proliferação de bactérias, acelera a autólise, acelera a ação enzimática; a temperatura próxima a 0 graus leva a uma melhor conservação; as câmaras frias servem para retardar a autólise ao máximo; a autólise é tolerada até determinados limites (carne maturada, já está pré digerido); o que não pode acontecer na carne de consumo, de maneira alguma, é a heterólise (pois houve contaminação bacteriana); o grande problema do congelamento, é que a água que está dentro da célula congela, forma cristais de gelo, rompendo as células, não sendo ideal para o exame patológico; a temperatura ideal é próxima de 0, para tais exames; 
Tamanho do animal: animal pequeno, em pouco tempo vai chegar à temperatura ambiente; se a temperatura externa estiver mais quente, ele vai esquentar, se estiver mais fria, vai esfriar; animais de grande porte retêm temperatura mais tempo (como bovinos), havendo alterações mais rapidamente;
Estado de nutrição: um animal muito gordo retém mais calor, vai ter alterações cadavéricas mais rapidamente; um animal caquético, suas células tem poucas reservas, suas células vão morrer mais rapidamente; em um animal bem nutrido as células vivem por um tempo um pouco mais prolongado; 
Causa mortis: o que causou a morte desse animal? Algumas doenças fazem com que o animal gaste muito ATP, elevando sua temperatura; tétano: o animal gasta mais ATP, esse animal é bem mais quente, ele tem alterações cadavéricas mais precoces por causa da temperatura; animais que fizeram muito exercício antes de morrer (como animais que são presas), faz com que o animal esquente e tenha alterações precoces;
Cobertura tegumentar: se o animal tem pêlos longos, curtos; se o animal for muito peludo, vai resfriar mais lentamente, sofre alterações cadavéricas mais precoces; 
Algor mortis / frigidez cadavérica: é o resfriamento do animal; o animal morreu, ele irá resfriar; geralmente o animal vive em lugares onde a temperatura é mais baixa, logo, ele resfria; acredita-se que a temperatura de resfriamento é de 1 grau por hora (muito variável); geralmente parasitos abandonam o animal na hora da morte;
Hipostase cadavérica (ver dicionário / importante!): é a descida do sangue, dentro dos vasos, para as porções inferiores do animal, por gravidade; normalmente é em decúbito lateral; acontece geralmente em todos os cadáveres; a parte do animal que está em decúbito está mais avermelhado; o encéfalo, pulmão, rim, do lado do decúbito, ficam mais avermelhados; a cor vermelha, que é característica da hipostase, também é a cor da inflamação e da hemorragia; desce o sangue DENTRO DO VASO, ele não sai de dentro do vaso; se o animal ficou morto 1h, já consegue perceber; a hipóstase se acentua com o passar das horas; 
Livor mortis: é conseqüência da hipóstase cadavérica; o sangue, às vezes nas porções mais baixa do cadáver se acumula, são poças de sangue que dão coloração azulada nos pontos mais baixos (cor azulada, pois é um sangue com pouco oxigênio); quando se aperta com o dedo, a mancha “foge”, muda de local; no começo, se eu virar o animal, muda o livor mortis e a hipóstase, após um tempo não tem como mais, pois o sangue coagula; o livor mortis ocorre também dentro dos vasos; é mais visível em humanos, pois geralmente os animais são mais peludos, e podem ter a pele mais espessa; 
Pallor mortis: é a palidez cadavérica; parou a circulação, o indivíduo fica mais pálido; é bem mais visível em seres humanos; 
Rigor mortis / rigidez cadavérica: rigidez de musculatura; se instala algumas horas após a morte; normalmente acomete primeiramente a musculatura da cabeça, vai indo caudalmente; actina e miosina se deslizam e fazem a contração muscular, precisa de ATP para esse deslizamento, quando acaba o ATP ela enrijece = rigor mortis; musculatura lisa também sofre rigor mortis; o rigor mortis ocorre por 24h, mais ou menos, após isso acaba a rigidez, por degradação da actina e miosina (autólise); se eu abro um animal e ele está mole, ou ele ainda não entrou em rigor mortis, ou já passou do rigor mortis; como eu sei se ele não entrou, ou já passou? Tenho que observar as demais alterações, quando sai do rigor, há outras alterações, pois já tem mais tempo que o animal está morto; na musculatura do coração há a rigidez cadavérica também; o coração esquerdo é mais espesso, com a rigidez, expulsa um pouco do sangue do coração esquerdo; a tendência é encontrar mais sangue no coração direito; algumas doenças alteram isso muito; tétano, animal que correu muito, animal que teve convulsão, eles entram em rigor mortis muito rapidamente; miopatia de captura: comum em cervídeos, eles correm muito, são presa; em estudos, pode ocorrer do animal correr muito para não ser capturado, o animal morre pelo esforço, tem rigor mortis instantâneo; como é mais rápido o rigor, ele sai do rigor mais rapidamente também;
Dessecação: conjuntivas, tecido nasal, córnea, são mais secos, o líquido que estava lá evapora; em locais mais quentes, a dessecação é maior;
Opacidade de córnea: animais congelados podem apresentar, a córnea fica opaca, se descongelar, volta ao aspecto normal; tem que tomar cuidado para não confundir com catarata; (olhar pq acontece);
Coagulação do sangue: assim que o animal morreu, para a circulação do sangue, e ativa-se a cascata de coagulação; vou ver coágulos nos grandes vasos e no coração; elemento básico do coágulo: fibrina, que é amarelada; a hemostasia (parada do sangramento no caso de um corte) se dá também pela formação do coágulo, mas é por aglomeração de plaquetas; coágulo = é conseqüência da cascata da coagulação, tem fibrinogênio circulando, ele sofre a cascata de coagulação, até se tornar fibrina, que é um gel amarelado; o coágulo, normalmente é avermelhado,pois há hemácias presas a ele = coágulo cruórico, é aquele avermelhado; coágulo amarelado = coágulo lardáceo, é aquele onde não há hemácias; pode haver coágulos que são tem um pouco dos dois = coágulos mistos; no animal morto, posso encontrar os 3 tipos de coágulos; na maioria das espécies, é mais normal encontrar coágulos vermelhos, com exceção do eqüino, onde se encontra coágulos lardáceos ou mistos; no eqüino, os elementos figurados se sedimentam muito rápido, a velocidade de sedimentação do hematócrito é muito rápida; quando forma o coágulo no animal, já teve a sedimentação das hemácias, formando o coágulo lardáceo; algumas doenças, especialmente processos inflamatórios crônicos, podem acelerar a velocidade da sedimentação do sangue dos animais; encontrar um coágulo misto ou lardáceo em um cão sugere que ele passou por processo inflamatório; o coágulo tem que ser distinguido dos trombos, que podem ser encontrados nos vasos sanguíneos e/ou coração; os trombos tendem a estar aderidos de forma mais forte à parede do vaso ou do coração, enquanto o coágulo é removido mais facilmente, não tem tanta aderência; 
Embebição hemoglobínica: “ensopou” os tecidos com hemoglobina; o indivíduo morre, para a circulação do sangue, começa a sofre autólise; no processo de autólise / heterólise, as hemácias sofrem lise (hemólise), dentro dos vasos sanguíneos; com isso, a hemoglobina das hemácias começa a se difundir, começa a embeber os tecidos vizinhos; embebe primeiramente o endotélio vascular, que normalmente é branco, fica avermelhando; depois, a hemoglobina ultrapassa os vasos e embebeda os outros tecidos vizinhos; é possível ver com mais clareza, nos pulmões, no omento, na gordura, tudo vai ficando avermelhado em função da embebição; isso atrapalha o diagnostico de hemorragias, processos inflamatórios, que são mascarados pela embebição hemoglobínica; quando os tecidos estão muito embebidos posso dizer que a conservação do animal está em estado ruim (é cobrado a obs do estado de conservação animal nas aulas práticas);
Embebição biliar: os tecidos vão ser embebidos de bile; essa embebição vem da vesícula biliar; morrem as células da vesícula biliar, a bili consegue se difundir para os tecidos vizinhos; dá uma coloração amarela esverdeada aos tecidos;
Meteorismo post mortem / timpanismo cadavérico: está associado à produção de gás; é um acúmulo de gás que acontece com a morte do animal; eructar = arrotar; o animal fica inchado, o animal pode explodir, o que segura um pouco é a pele, mas por dentro ele explode; há uma pressão intra-abdominal muito grande, pressiona-se os tecidos; tenho que saber distinguir se o timpanismo aconteceu post mortem ou antes da morte; o animal tem um aumento abdominal de volume muito grande; antes da morte, há circulação do sangue, há os efeitos de uma dilatação sobre os tecidos, o sangue vai parar de circular primeiro nas veias, haverá acúmulos de sangue em alguns locais, e daquele local pra frente não há sangue nenhum (congestão); a congestão não acontece no indivíduo morto, pois não está havendo circulação sanguínea; às vezes, no timpanismo ante mortem, pode ter rompimento do diafragma, vai ter hemorragia; se houver rompimento do diafragma post mortem, não vai ter hemorragia; se houver meteorismo ante mortem, terão várias alterações circulatórias; pode haver rompimento de rúmen, no animal vivo ele vai se mexer, o conteúdo vai se espalhar muito; no animal morto não vai espalhar tanto; 
Deslocamento, torção e ruptura de vísceras: o animal morreu; enquanto a musculatura está viva, ela ainda pode ter contrações involuntárias; o acúmulo de gás não se restringe ao rúmen, pode se acumular nos intestinos; conforme o gás vai se acumulando, o intestino pode se deslocar, sofrer torção, ou até romper vísceras; mas tudo isso pode acontecer também em vida; se aconteceu antes da morte, no local da torção, haverá reação inflamatória, coloração diferente; se aconteceu após a morte, vai estar da mesma cor da outra parte não torcida; o timpanismo cadavérico ocorre mais em cavidade abdominal;
Focos pálidos no fígado: o fígado tem uma coloração vinhosa (cor vinho tinto), às vezes se vê na superfície manchas mais claras, pode ocorrer por compressão após a morte, ficando com menos sangue naquelas áreas; em algumas situações, podem se ver áreas pálidas arredondadas, podendo ser por infecção bacteriana post mortem; foco pálido, em animal em vida, pode ser local de infecção; se o animal morreu, ele não vai ter reação inflamatória com leucócitos, se o animal estava vivo, vai ter reação inflamatória no local;
Pseudoprolapso retal: animais em vida podem ter prolapso de reto; cão com parvo, a estimulação intestinal pode fazer com que haja a saída da ampola retal; pseudo = falso, aconteceu o prolapso depois que o animal morreu; pode ocorrer pelo timpanismo, a pressão intra abdominal expulsa o reto; um animal que teve o prolapso em vida, tem uma congestão muito grande, incha, o sangue não consegue retornar; no pseudoprolapso não ocorre congestão, pois só ocorre no animal em vida; 
Pseudomelanose: é uma alteração cadavérica ainda mais adiantada; é facilmente reconhecível; quando vejo, posso ter certeza de que o animal já está em um estado de conservação ruim; tecido subcutâneo, ou até mesmo a pele e músculo, da região abdominal, fica com coloração esverdeada; isso ocorre pois bactérias produzem ácido sulfídrico (H2S), essas bactérias são do trato gastrointestinal, estão invadindo os tecidos; ao mesmo tempo, está ocorrendo a hemólise, com a saída da hemoglobina, a hemoglobina mais o ácido sulfídrico se combinam e originam a cor esverdeada; a região abdominal fica esverdeada; 
Enfisema cadavérico: enfisema, está associado com presença de gás; um animal com enfisema cadavérico já está muito alterado, péssimo estado de conservação; nesse ponto, muitos diagnósticos se perdem;
Maceração: é uma alteração também já bem adiantada, quando as mucosas começam a se desprender, soltar tiras; isso é por ação de bactérias, sucos gástricos, que vão liberando a mucosa;
Coliquação: quando a autólise chegou a tal nível que os tecidos ficam moles, órgãos como fígado, baço, vão perdendo a consistência, perdem estrutura, devido ao estado avançado de autólise;
Redução esquelética: todos os tecidos já sofreram autólise, heterólise de bactérias, só sobraram ossos;

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