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Raphael Simões Vieira – Medicina Veterinária 4º período
Leptospirose
É uma doença endêmica no Brasil. Está relacionada principalmente a episódios de inundação (enchentes) e relacionado ao rato, que é o maior reservatório na natureza das leptospiras. Recebe outros nomes como doença ou síndrome de Weil, febre dos pântanos, etc. 
É uma doença que vai se manifestar com febre, tem um início abrupto. Pode evoluir desde uma doença praticamente assintomática até casos de morte. É uma doença de alta letalidade nos casos graves. É uma doença mais relacionada a populações com condições precárias de infraestrutura. Qualquer contato com a urina de animais reservatórios ou portadores podem levar à infecção.
Os cães também têm papel na infecção de humanos. É uma doença bacteriana. Nos animais de produção, além dos sintomas comuns, há a leptospirose causando aborto. É mais usual a vacinação de grandes do que em pets, principalmente em regiões endêmicas. Todos os animais vacinados continuam portadores, só os sintomas são abrandados. 
O agente etiológico da leptospirose é a Leptospira spp. A espécie L. interrogans é uma das mais importantes. 
Qualquer sorovar pode causar doença. No homem, os mais graves são: icterohaemorrhagiae e copenhageni. Sorovar: é uma classificação, olhar. 
Favorecem persistência de focos, tornando essa doença endêmica: elevado grau de variação antigênica (sorovares), capacidade de sobreviver no ambiente, até 180 dias (precisa de água, solo úmido, pH neutro ou alcalino). Há uma ampla variedade de animais susceptíveis que podem hospedar o microrganismo. 
A infecção via oral é muito complicada, já que o microrganismo não sobrevive ao pH ácido estomacal, precisaria penetrar pela mucosa.
Os homens são hospedeiros acidentais e terminais da leptospira. Os agentes mais importantes são os ratos, dentre eles: Rattus norvegicus (rato de esgoto, é o principal, são excelentes nadadores), Rattus rattus (presente em fazendas, paióis) e Mus musculus (é o camundongo, é menos espertos, mais curiosos). Ratos andando à luz do dia, ou há superpopulação, ou o rato está envenenado (alto risco para cães). Ratos praticamente não enxergam, por isso andam colados na parede, para prenderem seu odor e depois saberem o caminho de volta. 
Há como reservatórios caninos, suínos,, bovinos, equinos, ovinos e caprinos. Acredita-se que há mais de 150 espécies que são susceptíveis à leptospira. Água, solo e alimentos são veículos para a leptospira.
Há uma multiplicação ativa das leptospiras nos túbulos renais dos ratos, saindo na urina. Há penetração ativa pela pele, vai ocorrer na pele com lesões, pele íntegra imersa por longos períodos (em caso de enchentes, pessoas ficam muito tempo imersas), mucosas de olhos, nariz e boca (mais difícil, pois tem que ter um tempo mínimo de contato). Há um elo hídrico na transmissão da leptospirose. 
Há outras formas raras, mas possíveis: contanto com sangue, cotnato com tecidos e órgãos de animais altamente infectados (principalmente os rins), acidentes em laboratórios, ingestão de água ou alimentos contaminados. 
A leptospira é sensível à dissecação e à luz ultravioleta. 
A fonte principal de infecção é urina de ratos, veiculada por água de enchentes e inundações, água ou alma de esgoto, terrenos baldios. 
Transmissibilidade: animais infectados podem eliminar a leptospira pela urina por meses, anos ou por toda a vida. O tempo de excreção pela urina varia de acordo com a espécie hospedeira e sorovar que acometeu essa infecção. 
De 1-30 dias após a infecção, pode ser assintomática, ou com pequenas manifestações clínicas. 85% dos casos ela vai se tornar autolimitada e vai desaparecer em poucos dias sem complicações. Pode aparecer: febra alta, dor de cabeça e no corpo (principalmente em panturrilhas*), olhos vermelhos, tosse, cansaço, calafrios, náuseas, diarreia, etc. Pode evoluir para icterícia, hemorragias, complicações renais, torpor, coma e morte. As complicações renais estão muito relacionadas com leptospira.
As manifestações clínicas são muito variáveis. Pode ser assintomática, subclínica, graves, ou fulminantes (sintomas aparecem muito rapidamente, a morte acontece em menos de 24h). Didaticamente, em humanos, há a divisão em fase precoce e fase tardia. 
Fase subclínica: acontece em 85 a 90% das fases clínicas. A doença é subnotificada pois o tratamento é sintomático. Nesse caso a notificação da doença é muito baixa, pois os sintomas são muito leves. Há dificuldade no diagnóstico, pois há suspeita de dengue, e outras doenças. 
Na forma mais clássica, ocorre a síndrome de Weil, com icterícia rubínica, insuficiência renal aguda e hemorragias. Há destruição em massa de hemácias, por isso a icterícia. 
Na fase tardia, pode ter insuficiência renal aguda, insuficiência renal oligúrica, necrose tubular aguda. Há espoliação de potássio e retenção de sódio. Após a necrose, se o individuo não morrer, ele vai ter que fazer hemodiálise.
Outras manifestações graves menos comum: miocardite (arritmias e distúrbios eletrolíticos), pancreatite, anemia, distúrbios neurológicos (acúmulo de tóxicos, falta de potássio), irritação meníngea (meningite asséptica). 
Fulminantes: insuficiência respiratória, síndromes da hemorragia pulmonar aguda, a morte ocorre em períodos curtos. 
Com o tratamento, vai demorar de 1-2 meses para eliminar o microrganismo. A icterícia pode durar por semanas. A fase de excreção da leptospira, mesmo com o uso de antibióticos, pode ocorrer de uma semana a vários meses. 
A distribuição é universal. Endêmica em períodos chuvosos, saneamento inadequado, ocorre mais em locais com baixo nível sócio-econômico. Em países mais desenvolvidos, a infecção está relacionada com animais de estimação, atividades recreativas, etc.
Profissionais em risco: limpeza e desentupimento de esgotos, garis, veterinários, magarefes, laboratoristas, etc. 
De 2000 a 2012 houveram mais de 47 mil casos. A letalidade média foi de 10%. Mais de 80% dos acometidos são homens (provavelmente por causa das profissões – desencanadores, garis, veterinários de grandes). Mais de 54% ocorreu em área urbana. 
Não há vacina para humanos disponíveis, somente para animais. A vacina não tira a capacidade do animal se infectar, mas sim ter os sintomas clínicos. 
O diagnóstico é difícil, baseado em evidências e histórico. Para exames laboratoriais: isolamento e identificação, é específico mas é de baixa sensibilidade. SAM é o padrão ouro. Presença de IgM pelo ELISA. Teste de PCR. Histopatologia e imuhistoquimica em animais mortos. 
Prevenção: saneamento ambiental, controle roedores, educação sanitária da população, orientação para a população em situações de risco (enchentes), coleta de lixo, drenagem nas áreas urbanas.
 A leptospira é sensível aos desinfetantes comuns como hipoclorito de sódio a 2,5% (água sanitária). Pode haver infecção do sêmen, já que ele passa pelo canal comum ao urinário (importante em animais de produção). 
O tratamento em humanos: doxiciclina (mais usada), amoxacilina. Em cães, penicilina, ampicilina, amoxicilina, doxiciclina. 
(A história dos ratos  Anthony Barnett)

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