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Resumo das cartas Patrimoniais

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CARTA DE ATENAS DE 1931
Foi elaborada em Outubro de 1931 durante o I Congresso Internacional de Arquitetos e Técnicos em Monumentos que contou com a participação de 120 peritos de 24 países, tendo como temática a longevidade dos monumentos históricos suscetíveis a ameaça externa. Neste encontro se constituiu o primeiro ato normativo internacional exclusivamente dedicado ao patrimônio e incidindo sobre a problemática do restauro de monumentos
Esta Carta discute a racionalização de procedimentos em arquitetura e propõe normas e condutas em relação à preservação e conservação de edificações, para terem caráter internacionais e para garantirem a perpetuação das características históricas e culturais nos monumentos a serem preservados. A Carta recomenda também a adoção de diretrizes de caráter interdisciplinar e a ampla divulgação dessas diretrizes.
Sucintamente, apresentam-se os princípios dos sete artigos da Carta de Atenas:
Sucintamente, apresentam-se os princípios dos sete artigos da Carta de Atenas:
Doutrinas e Princípios Gerais;
Administração e Medidas Legislativas Referentes aos Monumentos Históricos;
Valorização dos Monumentos;
Os Materiais de Restauro;
A deterioração de Monumentos
Técnicas de Conservação;
Conservação de Monumentos e Cooperação Internacional.
Resultado do IV Congresso Internacional de Arquitetura Moderna resultou numa carta onde se definiram os critérios de urbanismo moderno. Destes, destacamos os pontos 65 a 70 por se relacionarem diretamente com o patrimônio arquitetônico.
Resultado do IV Congresso Internacional de Arquitetura Moderna resultou numa carta onde se definiram os critérios de urbanismo moderno. Destes, destacamos os pontos 65 a 70 por se relacionarem diretamente com o patrimônio arquitetônico.
Nesta mesma Carta, registaram-se as medidas a tomar quanto à construção nas zonas envolventes aos monumentos históricos, bem como, estilos e estética(s) para preservar a concepção artística;
Nesta mesma Carta, registaram-se as medidas a tomar quanto à construção nas zonas envolventes aos monumentos históricos, bem como, estilos e estética(s) para preservar a concepção artística;
Os valores arquitetônicos devem ser salvaguardados (edifícios isolados ou conjuntos urbanos).Serão Salvaguardados se constituem a expressão de uma cultura anterior e se correspondem a um interesse geral.
Texto aprovado no II Congresso Internacional de Arquitetos e Técnicos de Monumentos Históricos, em Veneza, no período de 25 a 31 de Maio de 1964.
Texto aprovado no II Congresso Internacional de Arquitetos e Técnicos de Monumentos Históricos, em Veneza, no período de 25 a 31 de Maio de 1964.
O documento começa por definir monumento como sendo não só a criação arquitetônica mas também o meio envolvente, desde que nele estejam contidas manifestações de uma civilização particular ou acontecimento histórico. Refere, também, que na sua conservação e restauro devem ser usadas todas as ciências e técnicas que possam contribuir para o estudo e proteção do patrimônio.
No que diz respeito à Carta de Atenas, principalmente a de 1933, é a preocupação que se tem em relação à arquitetura em um período de grande crescimento urbano. Há ai dois seguimentos diferentes a serem levados em conta: os arquitetos voltados designadamente à ação de conservação do patrimônio arquitetônico e urbano e os domínios voltados às propostas de inovação do chamado Movimento Moderno (na arquitetura e também no urbanismo).
            Foi esse Movimento Moderno, ocorrido no período entre as duas Guerras Mundiais, que potencializou o determinismo e confiança dos arquitetos da época, fazendo com que estes buscassem e procurassem novas tecnologias além de confrontar as necessidades da população em geral. Diane Ghirardo observa que, em meados da década de 1930, a doutrina do Movimento Moderno é reinterpretada como classicismo monumental, especialmente com o patrocínio dos regimes totalitários, percebendo assim a importância dada aos monumentos na Carta.
            O principal objetivo da carta de 1931 é trazer para pauta as principais preocupações encaradas naquele período: os aspectos legais, os técnico-construtivos e os princípios norteadores da ação de conservação. O documento alega a necessidade de concepção e fortalecimento de organizações nacionais e internacionais, de modo operativo e consultivo, voltadas à preservação e restauro do patrimônio. Vale ressaltar a importância dada a preocupação com a legislação de cada país e com a necessidade de se constituir princípios habituais entre os signatários, mesmo que integrados às condições locais, principalmente para assegurar o predomínio do direito coletivo sobre o individual.
            A Carta de 1933 resume a visão do “Urbanismo Racionalista”, tendo como principais aspectos debatidos a necessidade de planejamento regional e infra urbano, a implantação do zoneamento, através da separação de usos em zonas distintas, de modo a evitar o conflito de usos incompatíveis, a submissão da propriedade privada do solo urbano aos interesses coletivos, a verticalização dos edifícios situados em amplas áreas verdes, a industrialização dos componentes e a padronização das construções.
            Segundo o documento o Estado e a administração pública são mecanismos imparciais que, percebendo o bem comum, ajustariam sua ação pela julgada “racionalidade inerente ao conhecimento técnico e científico”. Para o CIAM, a preservação do legado do passado é um tipo de consentimento que se faz à história, tendo uma avaliação altamente seletiva, onde analisa o bem monumental afastado do contexto urbano em que está inserido.
            A principal diferença entre as duas Cartas de Atenas acredito ser os objetivos específicos que cada documento trás. A Carta de 1931 foi criada por profissionais da restauração com o intuito de estabelecer uma orientação. Já a Carta de 1933 trata-se das resoluções de um congresso reunido para debater e impulsionar os novos rumos para a cidade moderna.
 CARTA DE ATENAS
A Carta de Atenas é o manifesto urbanístico resultante do IV Congresso Internacional de Arquitetura Moderna (CIAM), realizado em Atenas em 1933.
O evento, que teve como tema a "cidade funcional", discutiu aspectos da arquitetura contemporânea. Foi dominado pela visão dos franceses e de Le Corbusier em particular, onde, o tópico sobre património histórico foi introduzido por solicitações dos delegados italianos.
O documento final, redigido por Le Corbusier, fruto dessas discussões, define praticamente o conceito de urbanismo moderno, traçando diretrizes e fórmulas que, segundo os seus autores, seriam aplicáveis internacionalmente. A Carta considerava a cidade como um organismo a ser concebido de modo funcional, na qual as necessidades do homem devem estar claramente colocadas e resolvidas.
Desse modo, preconiza a separação das áreas residenciais, de lazer e de trabalho, propondo, em lugar do caráter e da densidade das cidades tradicionais, uma cidade, na qual os edifícios se desenvolvem em altura e inscrevem em áreas verdes, por esse motivo, pouco densas. Tais preceitos influenciaram o desenvolvimento das cidades europeias após a Segunda Guerra Mundial e no Brasil, a criação do Plano Piloto de Brasília por Lúcio Costa. Este é considerado como o mais avançado experimento urbano no mundo que tenha aplicado integralmente todos os princípios da Carta.
Entre outras propostas revolucionárias da Carta está o de que toda a propriedade de todo o solo urbano da cidade pertence à municipalidade, sendo, portanto público.
Define ainda o patrimônio como um testemunho do passado, devendo ser respeitado por seu valor histórico ou sentimental e por sua virtude plástica. Nesse sentido, condena o emprego de estilos do passado, sob o pretexto estético, em construções novas erguidas em zonas históricas, as quais se tornariam falsificadas, ocasionando descrédito aos testemunhos autênticos.CARTA DE VENEZA
Resumo
Os monumentos de um povo, portadores de uma mensagem do passado, são um testemunho vivo das suas tradições seculares. A humanidade tem vindo progressivamente a tomar maior consciência da unidade dos valores humanos e a considerar os monumentos antigos como uma herança comum, assumindo coletivamente a responsabilidade da sua salvaguarda para as gerações futuras e aspirando a transmiti-los com toda a sua riqueza e autenticidade .É essencial que os princípios orientadores da conservação e do restauro de edifícios antigos sejam elaborados e acordados a nível internacional, ficando cada país responsável pela sua aplicação no âmbito específico do seu contexto cultural e das suas tradições. A Carta de Atenas, de 1931, ao expressar pela primeira vez aqueles princípios, contribuiu para o desenvolvimento de um amplo movimento internacional, traduzido na elaboração de vários documentos nacionais, na atividade do ICOM e da UNESCO e na criação, por esta última entidade, de um Centro Internacional para o Estudo da Preservação e do Restauro do Património Cultural.
OUTRO DA CARTA DE VENEZA 1964
Em 1964, no II Congresso Internacional de Arquitetos e Técnicos dos Monumentos Históricos, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) elaborou a Carta de Veneza, com o foco na carência de um plano internacional para conservar e restaurar os bens culturais numa ação interdisciplinar.
Primeiramente, monumento histórico é definido como uma criação isolada, sítio urbano ou rural que testemunha uma civilização particular, evolução significativa ou acontecimento histórico. Posteriormente descreve sua finalidade como sendo a busca de conservação e restauração dos monumentos, visando preservar tanto a obra propriamente dita, quanto o seu testemunho histórico.
Este documento defende que a conservação exige uma manutenção constante, sendo sempre favorecida quando sua destinação é útil para a sociedade, mas vale ressaltar que não podem ocorrer mudanças de disposição ou decoração da construção. Outro ponto levantado é a proibição de deslocamento do monumento, salvo quando sua preservação exige tal ação, ou quando há interesses nacional e internacional.
A restauração é tratada como uma ação de caráter excepcional, tendo por objetivo a conservação e revelação dos valores estéticos e históricos do monumento, se fundamentando essencialmente no respeito ao material original e aos documentos, bem como à época de criação. Como diretriz importante, os elementos que substituírem as partes faltantes devem ser integrados de forma harmoniosa, porém é imprescindível que se distinguem das partes originais a fim de que a restauração não falsifique o objeto em questão (IPHAN – Carta de Veneza, 1964).
CARTA DO RESTAURO - 1972
A Carta do Restauro foi elaborada em 1972 pelo Ministério da Instrução Pública da Itália. São 12 artigos que descrevem diretrizes para intervenções de restauração em todos os tipos de obra de arte, desde monumentos arquitetônicos, pinturas e esculturas a conjunto de edifícios de interesse monumental, histórico ou ambiental, centros históricos, coleções artísticas e jardins de especial importância.
Neste documento, a restauração é definida como qualquer intervenção, não necessariamente direta, a fim de manter em funcionamento, facilitar a leitura e transmitir integralmente as obras anteriormente citadas. São descritas todas as diretrizes, etapas, responsabilidades, trabalhos, técnicas e programas para a preservação e restauração de bens históricos, artísticos e culturais (IPHAN – Carta do Restauro, 1972).
OUTRA DO RESTAURO
A presente Carta foi divulgada em 06 de Abril de 1972 pelo Ministério de Instrução Pública na Itália, através da circular nº 117, com objetivo de assegurar que as intervenções de restauro siga os métodos adequados estabelecidos através de normas e instruções anexas.
No que diz respeito as normas, foram elaborados 12 (doze) artigos falando das diversas áreas do restauro. O documento primeiramente define o que é propício a ser protegido e restaurado. Em seguida, fala dos métodos e regras de como deve acontecer a restauração e conservação, os materiais utilizados. Qualquer intervenção deverá ser analisada e justificado por escrito Registros fotográficos deverão fazer parte antes, durante e após a restauração.
No entanto, as instruções obtidas através dos anexos estão divididos em 4 (quatro) categorias. A primeiro instrução diz respeito a proteção e restauração de objetos ligado a arqueologia, por exemplo os sítios arqueológicos seja eles terrestre ou aquáticos. Para esta categoria é de suma importâncias a preservação destes sítios mencionados.
Entretanto, a categoria de instrução seguinte está relacionada com os critérios das restaurações arquitetônicas, assegurando as essas obras a sua longevidade. Todas as adaptações de uso (elétrico, hidráulica sanitário) deverão ser limitado ao mínino para não descaracterizar a tipologia externa da construção.
Então, as seqüência da próxima categoria fala das instruções para a execução de restauração em pinturas e esculturas, onde se subdividem em dois fatores, que são as operações iniciais.Em seguida, aborda as providências tomadas para execução de restauro em murais.
Por fim, está as instruções de amparo dos centros históricos, mostrando os tipos de intervenções a nível urbanístico, onde comenta a reestruturação urbanística, reordenamento viário e revisão de equipamentos urbanos. Também fala da intervenção edílico, que são os saneamento estático e higiênico dos edifícios, renovação funcional dos elementos internos.
Contudo, todas as obras que tenha valor histórico, artístico, cultural ou ambiental, desde fragmentos do período paleolítico até os grandes monumento arquitetônicos tenha que seguir instruções de restauro e conservação bem definido pelas regimento da carta.
Anexo A - Instruções para a salvaguarda e a restauração dos objetos arqueológicos.
Anexo B - Instruções para os critérios das restaurações arquitetônicas.
Anexo C - Instruções para a execução de restauração pictóricas e escultóricas
Operações preliminares
Providencias que se devem ter presentes na execução de restaurações em pinturas murais
Anexo D - Instruções para tutela dos centros históricos
Os principais tipos de intervenções a nível urbanístico são:
a) Reestruturação urbanística
b) Reordenamento viário
CARTA DE WASHINGTON - 1986
A Carta de Washington foi criada pelo Conselho Internacional dos Monumentos e dos Sítios (ICOMOS), no ano de 1986, em Washington (EUA), é a Carta Internacional para a Salvaguarda das Cidades Históricas. Este documento diz respeito às grandes ou pequenas cidades, centros ou bairros históricos, com seu ambiente natural ou edificado, que expressam valores próprios das civilizações urbanas tradicionais.
Salvaguardar as cidades históricas significa adotar medidas para proteção, conservação e restauro, assim como ao seu desenvolvimento coerente e à sua adaptação harmoniosa à vida contemporânea.
Os valores a preservar são:
• Forma urbana definida pela malha fundiária e pela rede viária;
• As relações entre edifícios, espaços verdes e espaços livres;
• A forma e o aspecto dos edifícios (interior e exterior) definidos pela sua estrutura, volume, estilo, escala, materiais, cor e decoração;
• As relações da cidade com o seu ambiente natural ou criado pelo homem;
• As vocações diversas da cidade adquiridas ao longo da sua história.
Segundo esta Carta, qualquer ataque a estes valores comprometeria a autenticidade da cidade histórica (IPHAN – Carta de Washington, 1986).
c) Revisão de equipamentos urbanos
Os principais tipos de intervenção a nível edílico são:
1) Saneamento estático e higiênico dos edifícios
2) Renovação funcional dos elementos internos
CONFERÊNCIA DE NARA - 1994
A Conferência de Nara, realizada em 1994 no Japão, trata sobre Autenticidade em relação a Convenção do Patrimônio Mundial. Este documento traz o reconhecimento do valor da autenticidade do patrimônio, assunto já comentadoem 1964 na Carta de Veneza, porém, visando estudos científicos, planos de conservação e restauração, etc. (IPHAN – Conferência de Nara, 1994).
OUTRA DE NARA
O principal objetivo da Conferência de Nara é respeitar a conservação e debater como podemos promover uma maior conscientização sobre a diversidade do patrimônio cultural para poder conservá-lo de maneira correta, respeitando o valor social e cultural da sociedade. Este documento foi concebido no espírito da Carta de Veneza – 1964, ampliando a visão sobre os conceitos referente ao que é patrimônio cultura e seus interesses no mundo contemporâneo. Com a globalização a busca por uma maior identidade cultural torna-se uma afirmação do nacionalismo e representação de uma cultura, a conservação e preservação entra para ajudar a conscientizar a população a não perder essa identidade, que é uma fonte muito importante para caracterizar uma cidade.
A responsabilidade pela manutenção do patrimônio, de acordo com a UNESCO, é primeiramente da sociedade onde está inserida e posteriormente daquele que a cuida. Conhecer e saber respeitar os aspectos originais dos bens, assim como as transformações feitas a partir dos anos, constituem o requisito básico para a autenticidade do bem.
A autenticidade é o fator fundamental para os estudos científicos do patrimônio, nos planos de conservação e restauração do bem cultural. O levantamento de dados deve ser realizado valorizando uma grande variedade de pesquisas e fontes de informação. Vários aspectos podem ser considerados nos levantamentos, tais como, forma, materiais, técnicas, localização, entre outros fatores. O emprego desses aspectos permite delinear as especificações do bem cultural.
A cidade de Urussanga, localizada no sul de Santa Catarina, impressiona por suas belezas naturais e por ter um dos maiores conjuntos de arquitetura dos imigrantes italianos no Estado. Os italianos tinham como característica desenvolver suas cidades ao redor da igreja principal, quando chegaram a Urussanga os primeiros imigrantes, em sua grande maioria católicos, começaram a instalar suas residências ao redor da Igreja Nª Sr.ª da Conceição, principal igreja católica do município atualmente.
As primeiras construções datam do ano de 1896-1900 e algumas ainda podem ser vistas ao redor da praça central, em ruas laterais e em comunidades rurais, essas construções receberam reformas durante o passar dos anos e algumas perderam suas principais características dependendo do uso que foi dado a elas. Ao todo o município conta com 18 edificações tombadas pelo IPHAN na zona central e 6 edificações tombadas localizadas na zona rural, além dessas outras residências também possuem características da época de colonização.
Os principais materiais utilizados para a construção das residências eram a pedra e o tijolo, materiais de fácil acesso no entorno, rebocados e posteriormente pintados, madeira e vidro foram utilizados no fechamento de portas e janelas, e os telhados recebiam acabamento de telha cerâmica, esses materiais caracterizam e deixam a arquitetura com uma maior identidade cultural de conjunto. Dentre essas construções, o Sobrado da Família Nichele é uma das principais arquiteturas do conjunto, pois sua implantação está em destaque, localizado no eixo de duas ruas de bastante tráfego essa residência além de ser construída com materiais comuns fez uso do ferro fundido nos acabamentos, dando assim um ar mais sofisticado e diferenciado a construção. Seguindo a instalação típica da época as casas foram implantadas com afastamentos laterais, o que garantia a instalação de aberturas que anteriormente não eram possíveis devido ao alinhamento lateral, e alinhadas frontalmente no lote definindo as calçadas e o traçado urbano.
No ano de 2016, o centro histórico de Urussanga começou a passar por uma reforma urbana. Essa reforma pretende melhorar a qualidade das vias e calçadas, do sistema de iluminação pública, dentre outras reformas que pretendem melhorar a cidade e consequentemente acabam favorecendo a valorização dos patrimônios que estão localizados no seu entorno, podendo assim atrair mais visitantes.
Outro fator importante que pode valorizar o patrimônio material é a grande produção e destaque do vinho que está sendo produzido no município. O vinho Goethe tornou-se patrimônio imaterial da cidade pois ele é feito somente nessa região do país, por isso a cidade ganhou o selo de Vale da Uva Goethe. Muitos visitantes são atraídos para Urussanga nos anos da Festa do Vinho e do Ritorno Alle Origini, duas celebrações culturais que acontece na cidade e valorizam a tradição e cultura italiana. As duas festas têm suas aberturas realizadas na Praça Anita Garibaldi, no centro histórico, isso contribuí para os visitantes conhecerem as residências históricas que ali estão inseridas.
Mesmo com os pontos que podem valorizar as construções históricas da cidade, muito ainda pode ser feito para que os bens ganhem mais destaque e sejam reconhecidos e valorizados pela população local e pelos visitantes. Algumas construções apresentam sinal de abandono, tanto pelos donos quanto pelo município, apresentando sinais de deterioração, a umidade é um dos fatores mais preocupantes pois danifica as paredes e estruturas. Com o novo uso dado ao imóvel alguns perderam suas características básicas, pois utilizam materiais atuais que acabam desvalorizando a arquitetura original.
Com a análise da Conferência de Nara percebe-se que a preservação dos bens deve ser realizada por todos os moradores do município, pela prefeitura e pelos donos, para que o patrimônio continue representando a cultura do município e de seus moradores. É possível incentivar a população a cuidar do seu patrimônio através de informações, aulas, oficinas e divulgações, dessa forma estaremos preservando a cultura e também a história do local, para que as próximas gerações possam ter uma ideia de como eram as construções e costumes em outras épocas. Um povo mal informado não dá valor aos bens que caracterizam suas origens, o novo e moderno acaba sendo mais importante para a população, o que leva ao descaso com as construções mais antigas.
RECOMENDAÇÃO EUROPA - 1995
Elaborada pelo Comitê da Europa em 1995, a Recomendação Europa fala sobre a conservação integrada das áreas de paisagens culturais e indica que os governos adaptem suas políticas com a finalidade de conservar e evoluir com orientação as áreas consideradas de paisagem cultural. Para isso, são propostos 10 artigos que relacionam o campo de aplicação de tal recomendação; objetivos; o processo de identificação e a avaliação das áreas de paisagem natural; níveis de competência e estratégia de ação; estrutura legal ou reguladora; a implementação de políticas de paisagem; proteção legal e conservação das áreas de paisagem cultural, procedimentos específicos de proteção, aplicação de medidas específicas de proteção, medidas específicas para conservação e evolução controlada; informação e incremento da conscientização; treinamento e pesquisa; e cooperação internacional (IPHAN – Recomendação Europa, 1995).

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