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PLANOS DA EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA
Profª Francieli Raminelli
 1. Elementos essenciais: estruturais, indispensáveis à existência do
ato. Por exemplo, declaração de vontade nos contratos em geral;
preço, objeto e consentimento na compra e venda. Dividem-se em:
gerais (comum a todos os negócios) e particulares (peculiares a certa
espécie);
 2. Elementos naturais: são os efeitos ou consequências que
decorrem da própria natureza do negócio, ou seja, a norma
determina o que ocorre, caso as partes não estipulem de forma
diversa. Por exemplo: a dívida, salvo estipulação contrária será
quérable, pagamento no domicílio do devedor (art. 327 CC).
 3. Elementos acidentais: as partes podem, facultativamente,
acrescentar no negócio jurídico para modificar alguma de suas
consequências naturais. Por exemplo, termo, encargo, condição,
modo etc.
 1. Existência: Elementos. O fato ingressa no mundo jurídico, o suporte fático tem
todos os elementos.
Por exemplo, um casamento celebrado por um delegado de polícia é inexistente,
pois como requisito de existência do casamento é necessário que o mesmo seja
celebrado por pessoa competente. Assim não se apura validade ou eficácia.
 2. Validade: Requisitos. O ato é perfeito ou tem algum defeito inviabilizante?
Assim, o ato jurídico poderá existir e não ser válido.
 3. Eficácia: Plano em que os atos jurídicos produzem os seus efeitos. Um
negócio jurídico pode ser existente e válido, mas ainda não eficaz porque
depende do implemento de um evento futuro e incerto, por exemplo.
EXISTÊNCIA VALIDADE (art. 
104 CC)
EFICÁCIA
Declaração de 
vontade 
(agente+vontade)
Agente capaz Condição
Idoneidade do 
objeto
Objeto lícito, 
possível e 
determinado
Termo
Finalidade 
Negocial 
Forma prescrita 
ou não defesa em 
lei
Encargo
 1. Declaração de vontade
É o instrumento da manifestação de vontade (a vontade por si só não produz
efeitos jurídicos, o que apenas ocorre quando manifestada), que pode ser
expressa (manifestada por meio da palavra, escrita, mímicas etc.), tácita (do
comportamento do agente se deduz a sua intenção. Ex.: aquisição da
propriedade móvel pela ocupação – art. 1.263 CC) ou presumida (a lei deduz o
resultado de certos comportamentos do agente – Ex.: 322 CC).
 Manifestação tácita, somente se a lei não exigir que seja expressa. Difere da
manifestação presumida.
 - Na maioria dos casos, as declarações de vontades são receptícias, ou seja, é
necessário que uma outra pessoa tenha ciência do fato para que o mesmo
surta efeitos, se assim não for será ineficaz. Ex.: proposta (art. 427). Já a não
receptícia, se perfectibiliza com a manifestação do agente, não necessitando
chegar ao conhecimento de outra pessoa determinada. Ex.: revogação do
testamento.
SILÊNCIO COMO MANIFESTAÇÃO DE VONTADE:
 O silêncio, na maioria dos casos implica em um nada jurídico, visto que
não é uma manifestação de vontade. Porém em determinadas
circunstâncias, ele é relevante para o direito.
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias
ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de
vontade expressa.
O silêncio pode ser entendido como manifestação presumida de vontade
quando a lei conferir a ele tal efeito. Ex.: 1.807 CC – Concedido prazo, não
maior que trinta dias para o herdeiro se manifestar se aceita ou não a
herança e dentro desse prazo não se manifestar, entende-se que a herança
foi aceita. Do mesmo modo é o que ocorre com a doação art. 539 CC.
RESERVA MENTAL
 Conceito: é uma manifestação de vontade não querida em seu conteúdo e,
tampouco, em seu resultado, tendo como único desiderato enganar o
declaratório.
 O manifestante pode agir de má-fé ou boa-fé.
 Se o outro contratante não sabia da verdadeira intenção, ou seja, da reserva
mental, o ato subsiste (reserva mental lícita). Ou seja, reserva mental
desconhecida da outra parte é irrelevante para o direito, considerando-se
somente o que foi declarado.
 Se o outro contratante (declaratório) sabe da verdadeira intenção, o negócio
jurídico será inexistente por ausência de manifestação de vontade (reserva
mental ilícita).
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu
autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou,
salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
 2. Finalidade Negocial
 É o propósito de adquirir, preservar, modificar ou extinguir
direitos
 Se um desses propósitos não estiver presente não se fala em
negócio jurídico (poder de escolha da categoria jurídica),
pode-se falar em ato jurídico em sentido estrito.
 3. Objeto Idôneo
Deve apresentar os requisitos ou qualidades que a lei exige
para que o negócio produza os efeitos desejados.
 Ex: O mútuo somente pode ter por objeto bem fungível; o
comodato bem infungível; a hipoteca bem imóvel, navio ou
avião.
 Se não possuir algum dos requisitos em questão, o negócio será inválido, ou 
seja, será nulo ou anulável.
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
1. Agente Capaz
 Capacidade de intervir em negócios jurídicos como declarante ou
declaratório.
 Capacidade de fato ou de exercício (difere-se da capacidade de direito –
adquirida com o nascimento) – necessária para que a pessoa possa exercer
por si só os atos da vida civil, que se adquire aos 18 anos ou com a
emancipação.
 A incapacidade pode ser de duas espécies:
1.1. Absoluta: art. 3º CC, a pessoa deve ser representada, sob pena de nulidade
do ato.
1.2. Relativa: art. 4º CC, a pessoa deve ser assistida sob pena de anulabilidade
do ato, salvo alguns casos, por exemplo art. 666, que permite que seja
mandatário.
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da
vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os
exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem
exprimir sua vontade;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por
legislação especial.
 A incapacidade relativa não pode ser arguida pela outra parte em seu
proveito próprio e tampouco aproveita aos cointeressados capazes, salvo
se o direito ou a obrigação for indivisível (art. 105 CC).
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser
invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos co-
interessados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do
direito ou da obrigação comum.
2. Objeto lícito, possível, determinado ou determinável
 Objeto imediato é a conduta humana: dar, fazer ou não fazer.
 Objeto mediato: bem ou a prestação.
2.1 Objeto lícito é aquele que não atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes
2.2 Objeto possível (se não for o negócio será nulo): 
 Fisicamente: A impossibilidade deve atingir a todos indistintamente, devendo ser
absoluta. A relativa que atinge o devedor, mas não todas as pessoas
indistintamente, não é obstáculo para a concretização do negócio jurídico.
Também não é causa de nulidade do negócio jurídico quando a impossibilidade do
objeto é momentânea cessando antes do implemento da condição ao qual ele
estava vinculado (art. 106 CC).
 Juridicamente: Quando o ordenamento jurídico proíbe que determinado bem seja 
objeto de negócio jurídico. A diferença é que a ilicitude seria mais ampla, pois 
abarca a moral e os bons costumes.
2.3 Objeto determinado ou determinável (indeterminado relativamente ou suscetível dedeterminação no momento da execução)
 Ex.: compra e venda de coisa incerta, indicada ao menos pelo gênero e quantidade (art.
243 CC) ou venda alternativa, cuja incerteza cessa com a concentração (art. 252 CC).
Se o objeto não for lícito, possível ou determinado, o negócio será nulo (art. 166, II, CC).
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
3. Forma prescrita ou não defesa em lei.
 Regra: livre (consensualismo)
 EXCEÇÃO: Formalismo (art. 107 CC)
 Quando a forma for solene (determinada pela lei): poderá ela ser única, a lei
estabelece uma única forma de realização do ato para que o mesmo seja
válido (ex.: arts. 108, 1.535, 1.964 do CC) ou poderá ela ser múltipla, a lei
permite a formalização do negócio por alguns meios, podendo o interessado
optar por um deles (ex.: arts. 1.609; 842; 62; 1.806, todos do CC)
 A forma pode ser ainda a determinada pelas partes (convencionada pelas
partes): os contratantes podem determinar que o instrumento público seja
essencial para a validade do negócio. Tal possibilidade está prevista no art.
109 CC
 Se houver uma forma prevista em lei e a mesma não for observada o negócio
jurídico será nulo (art. 166, VI);
 Em alguns casos, a lei exige também o registro público, o que confere ao ato
publicidade;
Conceito: são as imperfeições que podem surgir no negócio
jurídico, decorrentes de anomalias na formação da vontade
ou na sua declaração.
A declaração de vontade é requisito de existência do negócio
jurídico. Contudo, para que este seja válido é preciso que a
declaração vontade seja livre e voluntária. Pode ocorrer que
ocorra algum defeito no momento de sua formação ou de sua
declaração em prejuízo do próprio declarante, de terceiro ou
da ordem pública.
Dois tipos de vícios:
1. Vícios de consentimento: erro, dolo, coação, estado de
perigo, lesão.
 Provocam uma manifestação de vontade que não se coaduna
com o íntimo e verdadeiro querer do agente. Há, pois, um
conflito entre a vontade exteriorizada e a real intenção de
quem a exteriorizou.
2. Vícios sociais: fraude contra credores e simulação (ÚNICO
vício que torna o negócio jurídico NULO – art. 167 CC)
Não há conflito entre vontade real e declarada, mas sim a
intenção de prejudicar terceiros ou violar a lei.
1. ERRO
2. DOLO
3. COAÇÃO
4. ESTADO DE PERIGO
5. LESÃO
1. ERRO
 Falsa representação da realidade. Nesse caso, o agente engana-se
sozinho. Quando induzido em erro por outro contratante ou por
terceiro ficará caracterizado o dolo.
Ex.: Pessoa que adquire um relógio dourado supondo ser ouro.
Apenas pode ser anulado o negócio jurídico por ERRO quando este
for SUBSTANCIAL (recai sobre causa determinante, ou seja,
reconhecida a realidade, o negócio não seria celebrado), ESCUSÁVEL
(erro justificável, desculpável, ou seja, é aquele que é de tal monta
que uma pessoa mediana o cometeria. É o contrário do erro grosseiro
ou inescusável) e REAL (causador de prejuízo concreto para o
interessado (R$), ou seja, deve ser palpável, tangível etc.).
Convalescimento do erro: Ocorre quando a pessoa a que a declaração
de vontade se dirige se oferece para executar o negócio de acordo
com aquela intenção do manifestante. Nesse caso o erro deixa de ser
real e, portanto, não é mais anulável (art. 144).
Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico
quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se
dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da
vontade real do manifestante.
* Jurisprudência: A outra parte do negócio pode ser surpreendida com
uma ação anulatória, visto que não concorreu para o erro. Isso porque
a responsabilidade é única daquele que pede a anulação, uma vez que
é o único responsável por sua má destinação. Assim, a jurisprudência,
pautada na boa-fé deve atentar para que aquele que não concorreu
para o erro não pode sofrer dupla penalidade. Ou seja, aquele que
sofreu prejuízo em virtude do erro de outrem pode ser indenizado.
2. DOLO
 É artifício ou expediente astucioso, empregado para INDUZIR alguém
a prática de um ato que o prejudica e beneficia o autor do dolo ou
terceiro, desde que neste caso aquele que se beneficiou tivesse ou
devesse ter conhecimento do dolo.
 Ex.: vendedor que induz o cliente a acreditar que o relógio dourado
é de ouro.
Apenas o dolo principal dá ensejo à anulação do negócio (o negócio
apenas se concretiza porque houve o induzimento malicioso). Além
disso, o dolo deve ser malus, ou seja, deve existir a intenção de
ludibriar o outro contratante (o dolo bônus, por exemplo, papo de
vendedor não vicia o negócio jurídico).
O dolo para anular o negócio jurídico pode ser tanto omissivo
(silêncio intencional) ou comissivo.
3. COAÇÃO
 É toda a AMEAÇA ou PRESSÃO INJUSTA exercida sobre um indivíduo para
força-lo contra a sua vontade a praticar um ato ou realizar um negócio
jurídico. Utiliza-se da violência psicológica para viciar a vontade.
 A coação absoluta ou física ou vis absoluta: não há manifestação de vontade
e, assim, o negócio é inexistente.
 Para que o negócio seja anulável é necessário que a coação seja moral
ou vis compulsiva.
 Exemplo 1 : se não assinar este contrato, você ficará preso nesta casa
ou irei atear fogo na mesma etc.
 Exemplo 2: filho que ameaça suicidar-se se o pai não lhe doar tal
carro, ou ir para a guerra, ou adotar profissão perigosa etc. (verifica-
se, pois, que o mal pode ser em detrimento do próprio coator).
 A coação para anular o negócio jurídico deve ser: GRAVE (análise em relação
ao caso concreto), INJUSTA e incutir ao outro TEMOR de dano IMINENTE;
constituir ameaça à PESSOA, FAMÍLIA (decorrente do casamento e da união
estável e inclui também parentes afins como cunhado, sogro etc.) ou aos seus
bens.
• Dizer respeito à pessoa diversa da família do paciente, o juiz com base no
caso concreto irá decidir se houve ou não coação. Ex.: namorada.
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal
que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e
considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à
família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se
houve coação.
4. ESTADO DE PERIGO
Alguém premido da necessidade de salvar-se ou a pessoa de sua
família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação
excessivamente onerosa.
Art. 156 CC.
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da
necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano
conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do
declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.
 Ex.: comandante de navio, prestes a afundar, que se propõe a pagar qualquer
valor a quem venha a socorrê-lo.
 Ex.: um náufrago que promete pagar a um barco que passa quantia exorbitante se
o levar até a terra.
 Ex.: doente que acometido de grave moléstia concorda com os altos honorários
cobrados pelo cirurgião.
 Ex.: mãe que oferece um valor elevado para quem salvar seu filho do afogamento.
 Ex.: pessoa que se vê compelida a efetuar depósito ou prestar caução ou fiança
em conseguir internação ou atendimento de urgênciaa cônjuge ou parente em
perigo de vida.
 Há no caso um serviço efetivamente prestado que ficará sem o devido
pagamento, não apenas a redução da vantagem aos seus limites normais. Isso
porque um dos requisitos do estado de perigo é que a outra parte tenha
conhecimento de tal circunstância. Ou seja, trata-se de uma sanção para aquele
que agiu de má-fé.
5. LESÃO
 Configura-se quando uma pessoa sob premente necessidade ou por
inexperiência, se obriga a obrigação manifestamente desproporcional ao valor
da prestação oposta.
 CONCEITO: é o prejuízo decorrente da enorme desproporção existente entre as
prestações de um contrato, no momento de sua celebração, determinada pela
premente necessidade ou inexperiência de uma das partes. Art. 157 CC.
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade,
ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente
desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1
o
Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores
vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2
o
Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido
suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a
redução do proveito.
 Ex.: empresário prestes a falir, que toma um empréstimo no banco, em valor
correspondente ao quádruplo do mercado.
 Ex.2: agricultor que em época de seca efetua um valor exorbitante pelo
fornecimento de água.
 Ex.3: Alguém prestes a ser despejado procura um imóvel para abrigar a sua
família e exercer seu negócio profissional, e o proprietário, mesmo não tendo
conhecimento do fato, eleva o preço do aluguel.
 Ex.4: Pessoa que, para evitar a falência, vende imóvel seu a preço inferior ao
de mercado, em razão da falta de disponibilidade líquida para pagar seus
débitos.
 Na lesão não há estado de perigo, ou seja, necessidade de salvar-se, mas a
necessidade em outros termos, econômica.
 A lesão é objetiva, não é necessário que a outra parte saiba da inexperiência ou da
necessidade. Já no estado de perigo é necessário que se saiba que a outra parte
está assumindo vantagem excessivamente onerosa para se salvar.
 O negócio jurídico não será anulado se houver oferecimento de suplementação
suficiente ou a parte favorecida concordar com a redução do proveito. Privilegia-
se, assim, o princípio da conservação dos contratos.
* Assim, o lesionado poderá optar pela anulação ou revisão do pacto, redigindo
pedidos alternativos. Mesmo se o lesado pleitear apenas a anulação, o beneficiário
poderá oferecer suplementação, salvando o pacto.
 Fraude contra credores
 Simulação
 1. FRAUDE CONTRA CREDORES
 Se o devedor DESFALCA consideravelmente e de forma MALICIOSA o
seu patrimônio, a ponto de não mais garantir o pagamento de todas
as suas dívidas, tornando-se INSOLVENTE (passivo superando o ativo)
ou praticado por aquele que já é insolvente, haverá fraude contra
credores. Ou seja, para que se configure a fraude contra credores é
imprescindível que o devedor já seja insolvente ou se torne
insolvente em razão do desfalque patrimonial promovido. Assim, a
fraude contra credores possui 2 elementos:
Objetivo (eventus damni): prejuízo em razão de o devedor ser
insolvente ou reduzido à insolvência (passivo supera o ativo)
 Subjetivo (concililum fraudis ou conluio fraudulento): má-fé do
devedor e do adquirente, não é necessário que haja um pacto entre o
devedor e o terceiro para prejudicar os credores, basta que este saiba
ou devesse saber da situação de insolvência.
 Ex.: Atos de disposição gratuita de bens (renúncia de herança, doação);
 Ex.2: remissão de dívidas (isso porque os crédito ou dívidas ativas que o
credor tem a receber constituem parte de seu patrimônio e se ele os perdoa
esse patrimônio que é garantia dos credores se reduz. Nesse caso, os
credores, invalidam o perdão para que os créditos se reincorporem no ativo
do devedor.)
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão
de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles
reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser
anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus
direitos.
2. SIMULAÇÃO
 É uma declaração falsa da vontade, visando aparentar negócio 
diverso do efetivamente desejado. Ou seja, é aquele que possui 
aparência contrária à realidade. Significa: fingir, enganar.
 Ex.: emissão de títulos de crédito, que não representam qualquer 
negócio, feita pelo marido, em favor de amigo, antes da separação 
judicial para prejudicar a mulher na partilha de bens.
 Ex.2: o devedor que finge vender seus bens para evitar a penhora.
 Ex3.: compra e venda de pai e filho, quando na realidade há um 
contrato de doação, prejudicando a legítima.
A simulação pode ser:
 1. Absoluta: não se queria realizar, de fato, nenhum negócio.
 2. Relativa: As partes elas pretendem realizar um negócio que é prejudicial a 
terceiro ou é contrário a lei, em razão disso (para escondê-lo ou dar-lhe aparência 
diversa) realizam outro negócio.
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se
dissimulou, se válido for na substância e na forma.
§ 1
o
Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas
daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não
verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2
o
Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos
contraentes do negócio jurídico simulado.
 Assim, é composto de 2 negócios:
1. SIMULADO: destinado a enganar, serve apenas para esconder a real intenção
dos contratantes;
2. DISSIMULADO: oculto, mas verdadeiramente desejado.
- Ex.: homem casado que tendo em vista a proibição de doação de bem a
concubina, transfere este a terceiro que transferira a esta.
- Ex.: para burlar o fisco, as partes realizam escritura com preço menor ao real.
• Tanto a simulação absoluta quanto a relativa dão ensejo à nulidade do negócio
jurídico. Contudo, quando for relativa, o negócio jurídico dissimulado
subsistira, desde que válido em sua substância e forma (art. 167 CC).
* Ex.: escritura pública com valor menor que o real, será nulo o valor aparente
subsistindo o valor real.
 São introduzidos facultativamente pela parte, não sendo necessários a 
existência ou validade do negócio jurídico.
 Enquanto que os elementos essenciais dependem da lei, estes dependem 
tão somente da vontade das partes.
 Uma vez estipulados passam a integrar o negócio de forma indissociável.
CONDIÇÃO
 É o evento FUTURO e INCERTO do qual dependerá a eficácia do negócio jurídico.
Da sua implementação depende o nascimento ou a extinção de um negócio
jurídico.
 Ex.: Joana dará R$3.000,00 se o João tirar a nota mais alta da sala de aula.
 Art. 121 CC.
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando 
exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio 
jurídico a evento futuro e incerto.
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à 
ordem pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas se 
incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o 
sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.
 Elementos da condição: EVENTO FUTURO + INCERTO + VOLUNTARIEDADE
• Quando diz respeito a evento que já ocorreu ou está ocorrendo, não se tem
uma condição propriamente dita, mas sim uma “condição” imprópria. Por
exemplo, promete dar-te certa quantia se premiado foi o meu bilhete no
sorteio da loteria que ocorreu ontem. Ou o bilhete não foi premiado e o
negócio é ineficaz ou elefoi premiado e se tem um negócio puro e simples,
sem qualquer condição.
* O evento deve ser incerto para todos, não apenas na mentalidade das partes.
Ou seja, se tem uma incerteza objetiva.
* Alguns atos não admitem condições, dentre eles pode-se citar: casamento,
adoção, emancipação, renúncia e aceitação da herança, a procuração judicial,
existência de pessoa jurídica, fixação de domicilio, direito à vida, à honra etc.
a. Suspensiva
 IMPEDE que o ato produza efeitos até a realização do evento futuro e incerto. Assim,
enquanto não implementada a condição suspensiva, o indivíduo não terá adquirido
o direito a que vida.
 O implemento do evento depende para que o negócio jurídico tenha vida.
 Ex.1: Dar-te-ei este carro se tu se formares em direito. Apenas adquirirá o carro com
a formatura.
 Ex.2: Ex: te dou um carro se você ganhar o jogo de futebol.
 Art. 125 CC.
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição
suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito,
a que ele visa.
 b. Resolutiva
 EXTINGUE os efeitos produzidos pelo negócio com a ocorrência do evento futuro e
incerto.
 Ex.1: constituo uma “mesada” em favor de X, enquanto este estudar. Enquanto ele
estiver estudando, receberá o montante, quando implementada a condição deixará
de receber.
 Ex.2: cedo-lhe esta casa, para que nela resida, enquanto for solteiro;
 O negócio jurídico cessará de ter vida.
 Art. 127 e 128 CC.
 Para alguns a condição seria uma cláusula que subordina a eficácia do negócio
jurídico a evento futuro e incerto. Em suma, alguns a tratam como cláusula e outras
como o próprio evento.
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar,
vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o
direito por ele estabelecido.
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os
efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de
execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em
contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que
compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames
de boa-fé.
2. Termo
 Subordina a eficácia do negócio jurídico a evento FUTURO e CERTO. Há, pois, uma
data certa para iniciar ou extinguir o negócio jurídico.
 Ex.1: um contrato de locação celebrado no dia 20 de um mês para ter vigência no dia
1º do mês seguinte.
 Ex.2: Dar-te-ei um carro no dia do teu aniversário de 18 anos.
 Assim, a obrigação simples existe a partir do momento em que se dá o consentimento
recíproco das partes e a sua execução pode ser exigida imediatamente. Já a obrigação
condicional nasce no momento em que ocorre o evento. E as obrigações a termo, assim
como as obrigações simples, nascem no momento em que ocorre a manifestação de
vontade, porém, diferentemente das obrigações simples a execução fica suspensa ou é
retardada ao momento do evento.
 Aplicam-se ao termo todas as regras atinentes à condição, desde que não contrariem a
sua natureza (art. 135 CC)
 Pode em um mesmo negócio ocorrer a conjugação de um termo e uma condição. Ex.:
Dar-te-ei um carro se te formares em medicina até os 25 anos.
 CLASSIFICAÇÕES:
 Termo certo: sabe-se a data em que o evento ocorrerá. Ex.: Dar-te-ei um veículo
no dia 29 de novembro; dar-te-ei uma bolsa daqui a 6 meses.
 Termo incerto: embora seja inevitável a ocorrência do evento, não se sabe a
data precisa em que o evento ocorrerá. Ex.: tal bem passará a ser de sua
propriedade com a morte de seu proprietário. Embora seja certa a morte, não
se sabe o momento em que ela ocorrerá.
 1. Termo inicial ou suspensivo (dies a quo): aponta quando iniciará o
exercício do direito.
 2. Termo final ou resolutivo (dies ad quem): aponta quando terminará o
exercício do direito. Ex.: locação com prazo de 1 ano.
3. Encargo ou modo
 É uma cláusula acessória às liberalidades (doação, testamento), que adere a estas,
restringindo-as, por meio da imposição de uma obrigação ao beneficiário. Ou seja,
é cláusula imposta nos negócios gratuitos que restringem as vantagens do
beneficiado. É admitido também em declarações unilaterais de vontade, como por
exemplo, promessa de recompensa.
* Não pode ser aposta em negócio a título oneroso, pois equivaleria a uma
contraprestação.
* Ex.: Testamento, concedendo determinado bem a Márcio, desde que o mesmo
cuide o Tobby, animal de estimação do falecido.
* Ex.: doação de um terreno a prefeitura, para que nele seja construída uma creche.
* Ex.: doação de um terreno com a obrigação de que o donatário mensalmente
efetue uma contribuição aos pobres.
* doação de um terreno com a obrigação de que o donatário não destrua a capela.
 O encargo é obrigatório, no caso de inobservância pode ser exigido o seu cumprimento por
meio de ação cominatória (art. 553 CC) ou não sendo o mesmo cumprido, estava em mora
o donatário, a liberalidade poderá ser revogada. Tal se aplica, por analogia, às
liberalidades causa mortis.
 Em regra, o encargo não suspende a aquisição do direito, nem o seu exercício, salvo
quando aposto no negócio como condição suspensiva (art. 136 CC)
* se uma pessoa recebe um terreno como herança, com o encargo de construir um asilo em
tal terreno, a propriedade do terreno é adquirida antes da construção do asilo, pois o
encargo (construção do asilo) não suspende a aquisição do direito (propriedade do terreno).
* se o encargo for ilícito ou impossível a regra é que o mesmo se tem como não escrito,
SALVO se for o motivo determinante (razão principal do negócio) da celebração do negócio,
caso em que este será inválido – art. 137 CC.
* Ex.: se for realizada uma doação para na localidade ser mantida casa de prostituição e este
for o motivo determinante do negócio, todo o negócio restará contaminado, sendo nulo.
Ou seja, deve-se analisar no caso concreto se o encargo é o motivo principal ou secundário
do negócio jurídico. Caso seja principal ocorre invalidade, caso seja secundário, mantém-se
a validade do ato negocial.

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