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Direito de Família

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 2 ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE/ MG.
Processo (número)
Requerente
Rosa (Sobrenome)
Requerida
Anita (Sobrenome)
ANITA (SOBRENOME), devidamente qualificada na exordial, vem, por seu advogado que esta subscreve (procuração nos autos), com endereço profissional a (endereço completo), onde recebe intimações e notificações, com o devido respeito, perante VOSSA EXCELÊNCIA, oferecer CONTESTAÇÃO a AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO promovida por ROSA (SOBRENOME), devidamente qualificada nos autos, pelos fatos e fundamentos a seguir delineados.
I – Sinopse da Inicial
A requerente ingressou com Ação de Anulação de Negócio Jurídico referente a Compra e Venda de veículo automotor, alegando, resumidamente, que teria a Requerida simulado uma transação, em conluio com o Sr. João, companheiro da Autora, para prejudicá-la. Segundo aquela, referido bem teria sido adquirido pelo casal em comunhão de esforços e doado a peticionante por ser esta amante daquele, pleiteando, por conseguinte, a anulação do mencionado acordo volitivo. 
II – Preliminar – ausência de citação de litisconsorte passivo necessário
A presente ação tem como objeto a anulação de contrato de compra e venda de veículo automotor firmado entre a contestante e o Sr. João, ex-companheiro da Autora, referente ao automóvel de marca Honda, modelo CR-V, ano 2013, celebrado em 10 de agosto de 2015.
Assim, a base fática desta demanda encerra existência de liame entre os contratantes, daí a necessidade de formar litisconsórcio passivo necessário para o desfecho da causa, posto depender a sua existência da eficácia da coisa julgada.
O ato jurídico que se visa anular foi firmado entre a Requerida e o Sr. João, de forma que a ambos deve ser assegurado o direito de participação no litígio. Porém, como se pode observar na exordial, somente a contestante integra o polo passivo, não tendo a Promovente requerido a citação de seu ex-companheiro para apresentar defesa. Há, então, de se reconhecer que a procedência desta ação implicará, necessariamente, em invasão na esfera jurídica daquele.
Dispõe o artigo 114 do CPC que há litisconsórcio passivo necessário quando, por disposição de lei ou pela natureza da relação jurídica, a eficácia da sentença depender da citação de todos os litisconsortes no processo.
Não formado o litisconsórcio passivo necessário, seja por omissão da parte autora ou por omissão do juiz (que ex officio deveria determinar a emenda à inicial) a sentença carecerá de eficácia, conforme entendimento sedimentado no Superior Tribunal de Justiça:
“A falta de citação do litisconsorte necessário inquina de nulidade, desde a origem, o processo originário, matéria a ser apreciada, inclusive, de ofício”. � 
“O litisconsórcio é necessário quando a eficácia da decisão depender da citação de todos os sujeitos, cujas relações jurídicas são atingidas pela sentença. A ausência de convocação transforma a decisão em inutiliter data”. �
Os mestres Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery lecionam sobre o assunto, in verbis:
“todos os litisconsortes devem ser citados para a ação, sob pena de a sentença ser dada inutilmente (inutililer data), isto é, não produz nenhum efeito, nem para o litisconsorte que efetivamente integrou a relação processual como parte. A sentença dada sem que tenha sido integrado o litisconsórcio necessário, não precisa ser rescindida por ação rescisória, porque é absolutamente ineficaz, sendo desnecessária a sua retirada do mundo jurídico”. �
Ante o exposto, é a presente preliminar para requerer o reconhecimento da ausência de citação de litisconsorte passivo necessário, e por conseqüência, que V. Exa. determine a intimação da Autora para requerer a citação do litisconsorte passivo necessário acima destacado, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito. 
Ultrapassada a preliminar supra é de se ter por inacolhida a pretensão autoral - in meritum causae - pelas razões que se seguem:
III – Mérito
III.1 - Da verdade dos fatos
O objeto da lide é a anulação de contrato de compra e venda do automóvel marca Honda, modelo CR-V, ano 2013, celebrado em 10 de agosto de 2015, ao argumento de que houve simulação e que na verdade o negócio eivado de vício serviu para encobrir uma doação feita pelo antigo companheiro da autora à ré, com quem supostamente mantinha relação extraconjugal. 
A inicial narra que Rosa e João viveram em união estável por oito anos, sendo a mesma dissolvida, em dezembro de 2015, constando da relação de bens que seriam partilhados o citado veículo. 
Todavia, a contestante sequer conhecia o vendedor, Sr. João, anteriormente a celebração do negócio jurídico que se busca a anulação. Esta somente teve contatos com aquele a partir do momento que tomou conhecimento que ele estava interessado na venda do veículo retromencionado.
Ademais, a peticionante efetuou o pagamento da quantia de R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais) pelo aludido bem, valor que foi repassado ao Sr. João e por conseguinte, passou a integrar o seu patrimônio. Desta feita, não a que se falar em simulação, conforme restará comprovado oportunamente. 
III.2 – Dos fundamentos Jurídicos
O Código Civil Brasileiro prevê, em seu art. 104, alguns requisitos para a validade do negócio jurídico. Senão vejamos:
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Segundo os preceitos acima expostos, podemos observar que o negócio jurídico celebrado entre a Contestante e o Sr. João respeitou todos os requisitos exigidos por lei, uma vez que ambos estavam em pleno gozo de suas capacidades jurídicas para a pratica dos atos da vida civil, o objeto do negócio jurídico era perfeitamente lícito, possível e determinado, bem como não existe em nossa legislação qualquer vedação para a prática daquele, não havendo, assim, o que se falar a despeito da validade do mesmo. 
Por sua vez, os artigos 113 e 422 do Código Civil consagram o princípio da boa-fé objetiva, segundo o qual são esperados, por parte dos contratantes, atos que denotem lealdade e respeito típicos do homem comum, conforme a concepção cultural vigente em determinada sociedade. Em outras palavras, o comportamento das pessoas que contratam deve demonstrar eticidade. Por ser objetiva, a boa-fé é avaliada conforme as atitudes tomadas antes, durante a execução e após a extinção dos contratos. Consequentemente, surgem os deveres jurídicos de proteção, entre eles os de lealdade, confiança recíproca e assistência, o que fora perfeitamente respeitado no contrato que se busca a anulação. 
De igual modo, por todo o até aqui explanado, bem como provas acarreadas a presente peça de resistência, não há que se falar na ocorrência de simulação, instituto previsto no art. 167 do vigente Código Civil brasileiro, uma vez que aquele fora realizado de forma clara, transparente, havendo a efetiva transferência do bem para o patrimônio da contestante e o correspondente pagamento do preço ajustado.
Vejamos os dispositivos legais aplicáveis ao caso, in verbis:
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado.
(Grifamos)
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couberintervir.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes.
(Grifamos)
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo.
(Grifamos)
 Ao tratar da simulação, ANA CLARA NOLETO DOS SANTOS BUENO assevera esta como sendo, in verbis:
“É a declaração enganosa da vontade visando produzir efeitos diversos do ostensivamente indicado, com o fim de criar uma aparência de direito, para iludir terceiros ou burlar a lei. É um ato bilateral, em que duas ou mais pessoas fingem a prática de um ato jurídico, como a doação de homem casado à sua amásia através de uma compra e venda simulada. A simulação não será um defeito do ato jurídico se não houver prejuízo a alguém ou violação da lei. (Obra, ano, página)
(Grifamos)
Deste modo, pode-se observar de forma cristalina que o contrato de compra e venda realizado entre a peticionante e o Sr. João teve como objetivo único a compra e venda de veículo automotor, tendo ocorrido efetivamente o que restara previsto no mesmo, ou seja, pagamento do preço e transferência do bem para a acionada. 
IV – Conclusão
Ante o exposto, requer a Promovida a V. Exa.:
Preliminarmente, reconhecer a ausência de citação de litisconsorte passivo necessário e, por conseqüência, determinar a intimação da autora para emendar a inicial, requerendo a citação do litisconsorte passivo necessário acima destacado, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito.
 
b) no mérito, julgar a presente demanda TOTALMENTE IMPROCEDENTE.
c) condenar a autora ao pagamento das custas e honorários sucumbências, de acordo com o artigo 85, §2º do Código de Processo Civil, em 20% sobre o valor da causa.
Protesta por todos os tipos de prova em direito admitidas, em especial, depoimento da Promovente, juntada posterior de documentos e oitiva de testemunhas.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local/data.
	
Advogado/ OAB
� STJ. 3ª TURMA. AgRg no REsp 947545/MG. Rel. Min. Sidnei Beneti. DJe 22.02.2011.
� STJ. 1ª TURMA. EDcl no REsp 883398/MT. Rel. Min. Luiz Fux. DJe 15.12.2010.
� CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, COMENTADO, e Legislação Processual Civil Extravagante em Vigor, 6ª. Edição revista e atualizada de acordo com as leis 10.352 e 10.358/2001, atualização até 15.03.2002, ed. RT, p. 350.

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