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Caderno 2012 Direito Empresarial

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Direito Empresarial 
Prof. Gialluca
5.3 – Empresário casado
Art. 980: O divórcio e o ato de reconciliação devem ser levados a registro no cartório (Registro Público de Empresas Mercantis). 
5.4 - Responsabilidade do Empresário Individual
A responsabilidade do empresário individual é ilimitada em razão do Princípio da Unidade Patrimonial. Isso significa que tanto a pessoa física quanto a jurídica possuem apenas um patrimônio. 
Ex: Empresário individual → pessoa física
Ele tem uma loja de perfumes + bens pessoais (carros, casa na praia, ações) → não é possível a separação de patrimônio. 
Em razão do princípio da unidade patrimonial, o empresário individual que é pessoa natural possui um único patrimônio composto de bens empresariais e bens pessoais. 
Assim, se a atividade empresarial possuir dívidas, estas dívidas poderão recair sobre os bens comerciais e também sobre os bens pessoais. Da mesma forma, se o empresário individual possuir dívidas pessoais, estas dívidas poderão recair sobre os bens pessoais e também sobre os bens empresariais. 
Imagine-se que a loja de perfumes contraiu algumas dívidas. Elas recairão somente sobre os bens empresariais? Não! Elas podem recair sobre os bens patrimoniais e sobre os bens pessoais. 
Mas e se o empresário individual possuir dívidas pessoais? Elas podem recair sobre os bens empresariais? 
A regra é a mesma. 
Exceção: art. 974, §2º do CC/02.
Ex: Menor de 14 anos de idade ganhou do avô uma fazenda (doação). O pai do menor tem um restaurante (é empresário individual). O pai e mãe morrem num acidente. Ele resolveu continuar a atividade do restaurante, mas como não tinha muita experiência, o restaurante começou a ter dívidas. Elas vão recair sobre os bens do restaurante e também sobre os bens pessoais. Mas o CC criou uma regra de proteção do incapaz (blindagem): os bens que o incapaz possuía antes de ser empresário individual não podem responder pela dívida. Detalhe: quando o incapaz vai a juízo pedir autorização para continuar a atividade empresarial, o juiz dá um alvará para que ele possa continuar, mas no alvará deverá constar quais bens ele possuía antes de continuar a empresa.
ATENÇÃO!! Os bens que o incapaz possuía antes de continuar a empresa e passar a ser empresário individual, se constarem no alvará de autorização, não ficarão sujeitos às dívidas empresariais (segundo a doutrina, é um caso de patrimônio de afetação). 
6 – EIRELI
Significa Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. Foi introduzida pela lei 12.441/11, que acrescentou o art. 980-A ao CC e o art. 44, VI, do CC. 
Antes dessa lei, quem quisesse ter uma empresa só tinha duas opções: ser empresário individual (responsabilidade ilimitada) ou fazer uma sociedade limitada (a PJ tem um patrimônio – bens empresariais - e as PF´s terão outro patrimônio – bens pessoais: separação do patrimônio). As dívidas da PJ recairão apenas sobre os bens comerciais, e não sobre os bens pessoais dos sócios. As pessoas costumavam driblar isso colocando esposa como sócia com 1% das cotas.
Assim, para dar uma terceira opção, surgiu a EIRELI, que é uma PJ constituída por apenas um sócio. Assim, por ser uma PJ, as dívidas não recairão sobre os bens pessoais do sócio (há separação de patrimônio). 
6.1 – Conceito:
A EIRELI é uma nova PJ de direito privado constituída por um único titular (Enunciados 467, 468 e 469 do Conselho da Justiça Federal).
Obs: EIRELI é pessoa jurídica, já o empresário individual é pessoa física. 
Obs2: EIRELI tem responsabilidade limitada enquanto que o empresário individual possui responsabilidade ilimitada. 
Os civilistas afirmam que a EIRELI é uma sociedade unipessoal (de uma única pessoa). Mas os empresarialistas afirmam que a sociedade tem que ser pluripessoal (não existe sociedade de um sócio só) e dizem também que a EIRELI não veio para solucionar o problema das sociedades, e sim dos empresários individuais.
6.2 – Responsabilidade:
Somente os bens da EIRELI (pessoa jurídica) é que responderão pelas dívidas contraídas na atividade empresarial. 
As dívidas empresariais não recairão sobre os bens pessoais do titular da EIRELI (neste caso haverá separação de patrimônio). 
6.3 – Formação:
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País.
(...)
§ 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade.
No art. 980-A, o legislador não disse se essa pessoa é natural ou jurídica. Assim, segundo parte da doutrina, pode ser constituída EIRELI tanto por pessoa natural quanto por pessoa jurídica.
De acordo com a instrução normativa nº 117 do DNRC (Departamento Nacional de Registro de Comércio), somente a pessoa natural poderá ser titular de uma EIRELI.
Já no §2º, o legislador disse “pessoa natural”. Assim, somente ela pode constituir EIRELI, pelo que pessoa jurídica não teria essa possibilidade. 
6.4 – Capital mínimo
Credor: prefere ser credor de um empresário individual ou de uma EIRELI? Prefere ser credor de empresário individual, pois além dos bens da sociedade individual, pode atingir também os bens pessoais do empresário individual. Já no caso da EIRELI isso não ocorre, pois não há como atingir os bens pessoais do titular. Assim, logo acabará a figura do empresário individual (todos vão querer constituir EIRELI). 
Para a constituição de uma EIRELI, é necessário um capital mínimo integralizado (pago no ato da constituição) que não poderá ser inferior a 100 vezes o valor do salário mínimo (hoje tem que ter, no mínimo, R$62.200,00). 
Formas de integralização: 
a) em dinheiro;
b) integralização com créditos;
c) integralização com bens (bem móvel ou imóvel).
OBS: Se a pessoa transferir um imóvel como forma de integralização de patrimônio da EIRELI, não incidirá imposto sobre essa transferência (não incidirá ITBI): art. 156, II (define o que é o ITBI) e o art. 156, §2º: o ITBI não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de PJ em realização de capital. 
OBS2: Não é possível a integralização com prestação de serviços (isso fugiria da garantia aos credores). 
6.5 – Limitação de EIRELI por pessoa:
Art. 980-A, §2º:
§ 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade.
De acordo com o art. 980-A, §2º do CC, é admitido apenas uma EIRELI por CPF. 
Obs: O titular da EIRELI está impedido de constituir uma nova EIRELI, mas poderá ser empresário individual ou sócio de uma sociedade empresária. 
6.6 – Administrador:
O administrador poderá ser o titular da EIRELI ou o terceiro contratado. Não precisa ser necessariamente o titular da EIRELI. 
Funcionário público pode ser titular de uma EIRELI?
Obs: O funcionário público não pode ser empresário individual, mas pode ser sócio de uma sociedade, desde que não exerça a administração. 
Se interpretarmos que a EIRELI é uma sociedade unipessoal, o funcionário público poderá ser titular desde que contrate um terceiro para a administração. Porém, a doutrina majoritária entende que a EIRELI é uma nova pessoa jurídica de direito privado e não uma sociedade. Portanto, como ele não será sócio, ante a inexistência de previsão legal, o funcionário público não poderá ser titular de EIRELI. 
6.7 – Aplicação subsidiária (despenca em concurso)
Para a EIRELI, devemos aplicar as regras contidas no art. 980-A do CC/02. Todavia, na omissão deste artigo, devemos aplicar as regras de sociedade limitada. 
Art. 980-A, §6º:
§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas.
6.8 – Cabe desconsideração da personalidade jurídicada EIRELI?
Se é pessoa jurídica, então cabe desconsideração. 
Na EIRELI caberá, sim, a desconsideração da personalidade jurídica se presente um dos motivos elencados no art. 50 do CC. 
Foi justamente por esse motivo que o art. 980-A, §4º foi vetado, pois sua redação causaria divergências quanto à possibilidade da desconsideração. 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
6.9 – Transformação
Hoje é possível uma pessoa que é empresária individual, transformar-se em EIRELI. O mesmo ocorre com a sociedade (aquela fraudulenta, em que coloca a esposa com 1% da sociedade), mas aqui há um problema: há dois sócios (mesmo que um seja laranja). Assim, para que isso ocorra, um dos sócios tem que sair da sociedade e, posteriormente, pode transformar-se em EIRELI. O inverso também pode: se for EIRELI pode transformar-se em empresa individual ou sociedade empresária.
Obs: art. 1033, IV, CC diz que depois que uma sociedade é constituída, se um sócio morre, a sociedade passa a se chamar “unipessoal”, mas só pelo prazo de 180 dias. Se isso não acontecer em 180 dias, há três opções:
a) dissolução total (encerramento da sociedade);
b) transformar a sociedade na figura do empresário individual (o que ocorria na maioria das vezes, antes da existência da EIRELI)
c) transformar a sociedade em EIRELI.
Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:
I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado;
II - o consenso unânime dos sócios;
III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado;
IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias;
V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua titularidade, requeira, no Registro Público de Empresas Mercantis, a transformação do registro da sociedade para empresário individual ou para empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI), observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código.
7 – Obrigações empresariais (Sociedade empresária/Empresário/EIRELI)
7.1 – Registro 
É uma obrigação e deverá ser feito na Junta Comercial (art. 967, CC).
a) Competência:
SINREM (Sistema Nacional de Registros de Empresas Mercantis) tem dois órgãos:
DNRC (Departamento Nacional de Registro de Comércio) é federal e tem duas funções: i) é órgão normatizador e normatiza sobre os registros das empresas; ii) é órgão fiscalizador;
Junta Comercial: é órgão estadual e executor dos registros públicos das firmas individuais e sociedades empresárias. 
STF: RE 199793/RS: Hoje há dois tipos de subordinação da Junta Comercial: a administrativa e a técnica. Assim, no âmbito administrativo, a JC está subordinada ao Estado. Já no âmbito técnico, a JC está subordinada ao DNRC, que é órgão federal. Então, a competência para julgar mandado de segurança contra ato do presidente da JC sobre exigências descabidas para registro de EIRELI, será da Justiça Federal. 
b) Consequências da ausência de registro:
Não poderá pedir falência de terceiro;
Não poderá pedir recuperação judicial; 
Tratando-se de sociedade ou EIRELI, a responsabilidade do sócio ou do titular será ilimitada;
Não poderá participar de licitação.
c) Natureza Jurídica:
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
O registro é mera condição de regularidade (natureza declaratória), pois para ser empresário basta cumprir os requisitos do art. 966. 
Obs1: O registro não é requisito para caracterização do empresário/sociedade empresária/EIRELI, mas sim para sua regularização. 
Obs2: O empresário que não tem registro não deixa de ser empresário, porém será um empresário irregular (aplica-se tanto para a sociedade empresária quanto para a EIRELI). 
EXCEÇÃO: art. 971, CC/02. Trata do empresário rural ou da sociedade rural ou da EIRELI rural. 
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.
Para a atividade rural, o registro é facultativo. 
Em que pese o art. 971 do CC tratar o registro como facultativo, a lei somente considera o empresário rural como empresário propriamente dito (sociedade e EIRELI) se fizerem o devido registro na Junta Comercial. 
Em outras palavras, as regras do direito empresarial somente serão aplicáveis ao empresário rural que tiver registro na Junta Comercial. Portanto, neste caso o registro tem natureza constitutiva. 
d) Registro lato sensu: Art. 82 da Lei 8934/94
Envolve três atos: 
i) matrícula: auxiliares do comércio (leiloeiro, tradutor e intérprete juramentado);
ii) arquivamento: registro dos atos constitutivos, modificativos e extintivos relacionados ao empresário/sociedade empresária/EIRELI;
iii) autenticação: atos de escrituração do empresário (ex: livros, atas de assembleia, de reunião, etc).
Aula do dia 30.05.12
7.2 – Escrituração dos livros empresariais
a) Classificação dos livros:
*Obrigatório comum. Ex: Livro diário (art. 1180, CC)
 Especial. Ex: Livro de registro de duplicata
Obs: O livro diário poderá ser substituído por fichas em caso de escrituração mecanizada ou eletrônica 
*Facultativo: Ex: Conta corrente/razão
b) Consequências da ausência de escrituração dos livros
A princípio, não haverá nenhuma consequência grave (no âmbito empresarial). 
No entanto, caso tenha:
falência decretada Ocorrerá:
recuperação judicial concedida Crime falimentar: art. 178 da Lei 11.101/05
recuperação extrajudicial homologada
Obs: Deixar de escriturar é crime falimentar (escriturar com falhas não é). 
c) Dispensado da escrituração dos livros:
Art. 1179, §2º, CC: Pequeno empresário. 
Lei Complementar 123/06 → sofreu recente alteração da LC 139/11 (art.3º): 
	Microempresa (ME) 
Status (classificação)
	Empresa de Pequeno Porte (EPP)
	Pequeno Empresário
	Empresário Individual
Sociedade Empresária
EIRELI
Sociedade Simples
	Empresário Individual
Sociedade Empresária
EIRELI
Sociedade Simples
	Empresário Individual (Microempreendedor Individual)
	Receita bruta anual igual ou inferior a R$360.000,00
	Receita bruta anual superior a R$360.000,00 e igual ou inferior a R$3.600.000,00.
	Receita bruta anual igual ou inferior a R$60.000,00
	Tem que escriturar os livros
	Tem que escriturar os livros
	Está dispensado de escriturar os livros 
Diferença entre ME e EPP: receita bruta anual.
Microempreendedor Individual não pratica crime falimentar pela ausência de escrituração, pois não é obrigado a escriturar os livros. 
d) Princípio da Sigilosidade dos livros: (e não publicidade)
Sigilosidade: art. 1190, CC/02. 
Art. 1.190. Ressalvados os casos previstosem lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei.
Exceções:
a) Exibição total de livros (art. 1191, CC). Casos possíveis:
1º: sociedade;
2º: sucessão;
3º: administração ou gestão à conta de outrem;
4º: falência
Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de escrituração quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em caso de falência.
b) Exibição parcial: é possível em qualquer ação judicial.
Art. 1193, CC: a regra de sigilosidade não se aplica às autoridades fazendárias quando do exercício da fiscalização do pagamento de impostos. 
Súmula 439, STF: “Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação”. 
e) Consequências da não apresentação dos livros:
Cabe ordem de busca e apreensão dos livros (art. 1192, CC). 
Os fatos narrados que estão diretamente relacionados à prova dos livros serão reputados como verdadeiros (presunção relativa)
Art. 1.192. Recusada a apresentação dos livros, nos casos do artigo antecedente, serão apreendidos judicialmente e, no do seu § 1o, ter-se-á como verdadeiro o alegado pela parte contrária para se provar pelos livros.
Parágrafo único. A confissão resultante da recusa pode ser elidida por prova documental em contrário.
Art. 104, § único da Lei 11.101/05: se o falido se recusar a entregar os livros no cartório, ele pratica o crime de desobediência. 
f) Falsificação de livros comerciais é crime de falsificação de documento público, previsto no art. 297, § 2º do CP. 
O empresário X, com medo da fiscalização, falsifica o livro diário (livro obrigatório). Qual crime ele comete?
Art. 298, CP (falsificação de documento particular). Art. 297, CP (falsificação de documento público). §2º: Os livros mercantis/empresariais estão equiparados a documentos públicos. Assim, ele pratica crime de falsificação de documento público.
7.3 – Realização de balanços
Anualmente:
Balanços Patrimonial (1188, CC) → apura o ativo e o passivo
 Resultado econômico (1189, CC) → apura o resultado (lucros e perdas)
7.4 – Manter em boa guarda a escrituração. Art. 1194, CC. 
Art. 1.194. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados.
Aula do dia – 20.06.12
8 – NOME EMPRESARIAL
8.1) Características:
a) Art. 1164, CC: é Inalienável 
Obs: Nome empresarial Firma
 ou
 Denominação
Ex: Alexandre Gialluca e Renato Brasileiro Lanches: inalienável
 Ki Fome Lanchonete Ltda: a doutrina vem aceitando a alienação da denominação nesses casos. 
O prejudicado pode, a qualquer tempo, pedir a anulação da inscrição do nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato. Art. 1167, CC. Ex: João tem um restaurante chamado “X”, registrado desde 1990. Descobre, em 2010, que José registrou no ano de 2000 um restaurante em outra cidade também chamado “X”. João não precisa se preocupar com prazo prescricional e pode, portanto, pedir o cancelamento do registro de José a qualquer tempo.
***
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
Art. 1142 a 1149, CC. 
Também chamado de Estabelecimento Comercial e Fundo de Comércio. 
1 – CONCEITO: É o complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, sociedade empresária ou EIRELI. 
 Bens materiais/corpóreos: móveis, maquinários, equipamentos, mercadoria, imóvel, veículos, etc.
Bens incorpóreos/imateriais: ponto comercial, marca, patente
Obs1: Imóvel não é estabelecimento, mas sim um elemento integrante do estabelecimento.
Obs2: O estabelecimento é imprescindível para a realização da atividade empresarial (não tem como desenvolver a atividade empresarial sem esse conjunto de bens). 
Ex: Empresa BMX Bicicletas tinha dois imóveis. Imóvel I: sede da empresa de bicicletas. Imóvel II: alugado, e o dinheiro do aluguel era utilizado para comprar mercadorias para a fábrica. Pergunta: o imóvel II integra o conceito de estabelecimento? Não. 
Obs3: Só compõe o conceito de estabelecimento os bens que estão diretamente relacionados à atividade empresarial. 
Nem sempre o patrimônio é igual a estabelecimento. O patrimônio é composto por estabelecimento + imóvel e ações. 
Obs4: Estabelecimento é uma reunião de bens com organização. 
Ex de estabelecimento: farmácia, locadora, padaria. 
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.
2 – NATUREZA JURÍDICA
Art. 1143, CC: estabelecimento como objeto unitário de direitos.
Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza.
Pode vender, arrendar, etc. 
Universalidade de direito: bens reunidos/agrupados por vontade da lei. Ex: herança, massa falida. Assim, o estabelecimento não é uma universalidade de direito, mas sim uma universalidade de fato. 
3 – TRESPASSE
Palavra de origem portuguesa. 
Conceito: é o nome que se dá para o contrato de compra e venda de estabelecimento empresarial. 
3.1) Trespasse é diferente de cessão de cotas. 
Ex: Padaria que chama “Ki Pão Panificadora Ltda”. Tem 2 unidades: unidade I no centro e unidade II no shopping. Resolve vender a unidade II para a “Padaria Real Ltda”. Esse contrato se chama trespasse. 
No trespasse haverá a transferência da titularidade do estabelecimento. 
A Padaria Ki Pão tem 2 sócios: Alfredo, com 30% das cotas, e Manuel, com 70% da cotas. Manuel não tem mais interesse na sociedade e a Padaria Real Ltda adquiriu as cotas do Manuel, que deixa de ser sócio, passando a Padaria Real Ltda a ser sócia no lugar dele. Esse contrato é chamado de Contrato de Cessão do Cotas Sociais. 
Na cessão de cotas não haverá transferência da titularidade do estabelecimento, mas sim, uma modificação/alteração do quadro social. 
3.2) Formalidades
Adquirente
 Entre o adquirente e o alienante o contrato é plenamente válido.
Alienante
 Mas para que o contrato seja válido para terceiros, deve-se observar as formalidade do art. 1144, CC, quais sejam: averbação na junta comercial e publicação na Imprensa Oficial. 
Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial.
Súmula 451, STJ: É legítima a penhora da sede do estabelecimento comercial. 
Obs: No entanto, para o STJ, é pacífico que a penhora do estabelecimento é medida excepcional. 
A penhora relaciona-se a todo o complexo de bens, e não apenas ao imóvel. 
3.3) Eficácia do contrato de trespasse
Ex: Ki Pão Ltda tem duas unidades (centro e shopping). A unidade I está avaliada em R$1 milhão e a unidade II está avaliada em R$500 mil. Problema: a Ki Pão Ltda possui dívidas que chegam a R$700 mil. Pergunta: se a Ki Pão vender a unidade II e quiser manter a unidade I, ela tem que consultar os seus credores? Não, pois o patrimônio que permanece com ela (unidade I) é suficiente para o pagamento da dívida. 
Mas e se ela quiser vender a unidade I, tem que perguntar aos credores? 
Art. 1145, CC: ou ela vai pagar todos os credores, ou então ela vai precisar do consentimentode todos os credores. 
Tem que notificar os credores e eles têm que se manifestar em 30 dias. Se não se manifestarem, é concordância tácita. 
Se o alienante não respeitar esses requisitos (pagar todos os credores ou tiver o consentimento deles), o contrato será ineficaz. 
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.
Se o alienante vender os bens sem ficar com bens suficientes para solver a dívida, o credor pode pedir a falência dele. Lei 11.101, art. 94, III, “c”. 
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;
3.4) Responsabilidade por dívidas anteriores
Art. 1146, CC: O adquirente responde desde que as dívidas estejam regularmente contabilizadas. 
Responde desde que não sejam dívidas trabalhistas (art. 10 e 448, CLT) nem dívidas tributárias (133, CTN). 
E o alienante, responde? Sim, de forma solidária e pelo prazo de 1 ano. 
Obs: não confundir com cessão de cotas, em que o cedente responde pelo prazo de 2 anos (art. 1003, §único, CC). 
Conta o prazo de 1 ano a partir da dívida. Tem que analisar se a dívida é vencida ou vincenda. Se for vencida, conta a partir da publicação. Se for vincenda, conta a partir da data do vencimento. 
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.
3.5) Concorrência 
Em um primeiro momento quem define se é possível ou não a concorrência é o contrato de trespasse. 
Na omissão do contrato, deverá ser aplicada a regra do art. 1.147 do CC: até 5 anos da venda não pode fazer concorrência. 
Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência.
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato.
#A regra do art. 1147, CC viola a livre concorrência? 
R: A previsão do art. 1147 não reflete limitação à liberdade de concorrência, pelo contrário, é a expressão de um dever de concorrência leal. 
3.6) Sub-rogação dos contratos de exploração do estabelecimento
Art. 1148, CC: quando o adquirente compra o estabelecimento, automaticamente os contratos de fornecimento serão transferidos para ele. 
Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante.
Informativo 0465 do STJ: haverá transferência automática de todos os contratos, exceto o de locação. 
Art. 13 da Lei 8245/91 (lei de locação). 
 
Art. 13. A cessão da locação, a sublocação e o empréstimo do imóvel, total ou parcialmente, dependem do consentimento prévio e escrito do locador.
3.7) A clientela é elemento integrante do estabelecimento?
A clientela não é objeto de direito. Clientela é mera situação de fato. Não é elemento integrante do estabelecimento.
3.8) O que é aviamento ou “good will”?
É o potencial de lucratividade do estabelecimento. Ex: restaurante com o melhor sushi man do Brasil. 
O valor final da compra é o valor do estabelecimento mais o potencial de lucratividade. 
Obs: o aviamento não é elemento integrante, mas sim, um atributo, uma qualidade do estabelecimento. 
Prof. Oscar Barreto Filho: “O aviamento existe no estabelecimento, como a beleza, a saúde ou a honradez existem na pessoa humana, a velocidade no automóvel, a fertilidade no solo, constituindo qualidades incindíveis dos entes a que se referem. O aviamento não existe como elemento separado do estabelecimento, e, portanto, não pode constituir em si e por si objeto autônomo de direito, suscetível de ser alienado, ou dado em garantia.”
3.9) Título de estabelecimento é diferente de nome empresarial
Nome empresarial é elemento de identificação da pessoa física ou jurídica. 
Título de estabelecimento é o apelido comercial dado para um estabelecimento (nome fantasia).
Ex: Globex Atividades Domésticas S/A → nome empresarial. Ponto Frio → nome fantasia. 
Ex2: Companhia Brasileira de Distribuição → nome empresarial. Pão de Açúcar → nome fantasia. 
Ex3: Maurício Gomes e Ana Maria Petrosa Posto de Gasolina Ltda → nome empresarial. Esquinão → título de estabelecimento (nome fantasia). 
Marca: identifica um produto ou um serviço.
Ex: Hypermarcas S/A é o nome empresarial. Tem esse nome porque a pessoa jurídica possui várias marcas: avanço, doril, lisador, epocler, biorene, etc. 
Ex2: Alpargatas São Paulo S/A: tem a rainha, topper, mizzuno, havaianas, etc. 
Ex3: Renata Franca e Francisco Lima Sorveteria Ltda → nome empresarial. Beijo Gelado → título do estabelecimento (nome empresarial). Lá vende o Panegel© → marca.
4 - PONTO COMERCIAL
4.1) Conceito: é o local no qual o empresário ou sociedade empresária realiza a sua atividade empresarial. 
4.2) Proteção do ponto empresarial
O ponto empresarial é protegido pela ação renovatória, cuja finalidade é a renovação compulsória do contrato de locação empresarial. 
4.3) Requisitos: são cumulativos (Lei 8245/91, art. 51)
a) contrato escrito e com prazo determinado +
b) o contrato ou a soma ininterrupta dos contratos tem que totalizar o prazo de 5 anos (no mínimo);
c) é necessário que o locatário esteja explorando o mesmo ramo de atividade nos últimos 5 anos (a ideia da lei é proteger o ponto comercial). 
4.4) Sublocação:
Locador
Locatário
 Anuência do 
 Locador
Sublocatário
Em questão de renovatória, na dúvida, procurar a opção que proteja o ponto comercial. No caso ilustrado, cabe ação renovatória e quem vai ajuizar é o sublocatário. 
4.5) Prazo
Art. 51, §5º. 
 Início Início-renovatória
| | | Fim
 1 ano 6 meses
Art. 51, “caput”: se o contrato é de 3 anos, o juiz manda renovar por mais 3 anos. Se o contrato é de 10 anos, o juiz deveria mandar renovar por mais 10 anos, mas o STJ diz que o teto máximo é de 5 anos. 
4.6) Exceção de retomada
Matéria de defesa alegada em contestação (e não em reconvenção) → arts. 52 c/c 72. Hipóteses:
a) Reforma solicitada pelo Poder Público que implique em radical transformação do imóvel. 
b) Reforma no imóvel solicitada pelo próprio locador, que resulte em sua valorização. 
c) Proposta insuficiente. 
d) Proposta melhor de terceiro (apresentar documento com firma reconhecida com a proposta do terceiro). 
Ideia da lei: o próximo locatário não pode se aproveitar das instalações e clientela formada pelo locatário anterior. Caso contrário, este deverá receber uma indenização. 
e) Uso próprio
f) Transferência de estabelecimento existente há mais de 1 ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente. 
Letras “e” e “f” são questões comuns em magistratura estadual. 
#Cabe renovatória mesmo em locação de lojas de shopping center. Mas o shopping pode apresentar exceção de retomada? 
Art. 52, §2º da Lei 8245/91. Sim, mas apenas pelas letras “a” a “d”, ou seja, não pode alegaruso próprio nem transferência de estabelecimento existente há mais de 1 ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente. 
PROPRIEDADE INTELECTUAL = Propriedade Industrial + Direito Autoral
 (Lei 9279/96)
PROPRIEDADE INDUSTRIAL
1)Finalidade da lei 9.279/96:
Garantir exclusividade de uso: incentivar tecnologia, pesquisa, desenvolvimento tecnológico. De quais bens?
2) Bens protegidos pela lei de propriedade industrial:
 Patente I – invenção: 20 anos → improrrogável
M – modelo de utilidade: 15 anos
 Registro D – desenho industrial: 10 anos 
M – marca ℗: 10 anos → prorrogável
Repressão à falsa indicação geográfica.
Repressão à concorrência desleal.
Tanto a patente quanto o registro são feitos no INPI: Instituto Nacional de Propriedade Industrial.
Prazos: 
a) invenção e modelo de utilidade: 20 e 15 anos a partir da data do depósito.
b) desenho industrial e marca: 10 anos da data da concessão. 
A patente é improrrogável (invenção e modelo de utilidade). 
O registro é prorrogável. Prorrogação do registro:
Desenho industrial: prorrogável por 3 vezes. Cada prorrogação se dá por 5 anos. 
Marca: não tem limite de prorrogação. Cada vez que prorroga é por 10 anos. 
3) Bens patenteáveis:
3.1) Invenção
Nem a lei nem a doutrina conceituam invenção. Apenas apresentam seu requisitos.
a) Requisitos:
I – novidade: é aquilo que não está compreendido no estado da técnica.
II – atividade inventiva: sempre que para um especialista no assunto não decorra de maneira óbvia ou evidente do estado da técnica (olha qual é o estágio atual da técnica: aquilo está na atualidade? Não, é novo: então tem atividade inventiva). 
III – aplicação industrial: só será considerado invenção aquilo que puder ser industrializado (aquilo que tiver aplicação industrial). 
IV – não pode ter impedimento legal (observar art. 18, I e II): 
tudo que for resultante de transformação do núcleo atômico não poderá ser patenteado;
seres vivos, no todo ou em parte, não podem ser objeto de patente, exceto os microrganismos transgênicos.
Não se considera invenção:
descobertas, teoria científicas e métodos;
esquemas, planos ou métodos contábeis financeiros ou educativos;
obras literárias, artísticas ou arquitetônicas;
programa de computador;
regras de jogo;
métodos ou técnicas operatórias ou cirúrgicas.
b) Licença compulsória (art. 71)
Emergência nacional ou interesse público. 
Características:
I – não tem exclusividade;
II – temporária;
III – não pode causar prejuízo ao titular (tem que pagar royalties ao titular). 
Ex: Dec. 6108/2007 (“quebra de patente”).
3.2) Modelo de utilidade
a) Conceito: é o objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação. 
Ex: haste flexível de óculos que adapta os óculos melhor à cabeça. 
4) Bens registráveis
4.1) Desenho industrial
a) Conceito: é a forma plástica ornamental de um objeto ou um conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado ao produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial. 
Parte da doutrina chama o desenho industrial de elemento fútil, pois só se preocupa com a parte externa do produto (estética) e não com a sua utilidade. 
4.2) Marca
a) Conceito: é o sinal distintivo visualmente perceptível não compreendido nas proibições legais. 
Isso significa que, no Brasil, não se pode registrar sinal sonoro (só se registra aquilo que se vê). 
b) Requisitos: 
I – novidade relativa: Princípio da especificidade. 
Classificação do INPI: se tiver uma água mineral com o sinal sol e outra marca de água mineral quiser registrar esse mesmo sinal, não pode. Porém, se for uma outra empresa de bebida alcoólica, pode. Ex: veja: revista; veja: desinfetante.
II – não colidência com marca notória. 
Obs: marca notória é a marca internacionalmente reconhecida, de popularidade internacional. Ex: Ferrari, Honda, Apple. 
O Brasil é signatário da Convenção da União de Paris que, no seu art. 6º, determina que o país que assina esse tratado tem que proteger a marca notória, ainda que ela não tenha sido registrada no país. Ideia: proteger o consumidor para evitar que ele seja induzido a erro. 
A proteção da marca notória se dá dentro do ramo de atividade em que é conhecida.
*Marca notória é diferente de marca de alto renome*.
	Marca notória
	Marca de alto renome
	Reconhecimento internacional.
Proteção dentro do ramo de atividade específico. 
Não precisa de registro para ser protegida.
	INPI → classificação
Proteção em todos os ramos de atividade. 
Ex: Natura (não é internacional, mas é de alto renome). 
Só vai ter proteção se tiver registro no INPI.
 
III – não ter impedimento legal
Art. 124 da lei traz casos de impedimento legal de registro: 
brasão, emblemas, bandeira e monumento nacional ou estrangeiro não podem ser registrados como marcas;
marca não pode ter falsa indicação geográfica. Ex: chocolate fabricado em Santo André/SP não pode ser chamado de Gramado. 
c) Espécies de marca:
I – Produto ou serviço: ex. Fanta, Sukita, Schincariol, Del Rey, Dolly, etc.
II – Marca coletiva: a marca faz parte de uma associação coletiva (ex: fabricantes de café).
III – Marca de certificação: é aquela usada para atestar a conformidade de um produto ou serviço com determinadas normas ou especificações técnicas. Ex: ISO 9001, INMETRO.
5) Formas de extinção da propriedade industrial
a) Decurso do prazo de vigência.
b) Renúncia do titular.
c) Falta de pagamento das retribuições estabelecidas na lei. 
d) Caducidade (falta de uso por mais de 5 anos)
e) Inobservância ao art. 217 da lei: se o titular da propriedade industrial não tiver domicílio no país, terá que nomear procurador com residência no país e com poderes específicos para representa-lo nos âmbitos administrativo e industrial. Se não nomear procurador perderá a propriedade industrial. 
Conjunto de
bens

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