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ANALISE DA FUNCIONALIDADE DE IDOSOS 2316-9117-fp-22-02-00161.pdf
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161
Análise da funcionalidade de idosos com osteoartrite
Analysis of functional status of elderly with osteoarthritis
Análisis de la funcionalidad de ancianos con osteoartritis
João Paulo M. Santos1, Rodrigo A. C. Andraus2, Deise A. A. Pires-Oliveira3,4, Marcos T. P. Fernandes5,6, 
Mayra C. Frâncica6, Regina Célia Poli-Frederico3, Karen B. P. Fernandes3,7
Endereço para correspondência: Rodrigo Antonio Carvalho Andraus – Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde – UNOPAR – Rua Marselha, 491 – Jardim Piza 
CEP 86041-140 – Londrina (PR), Brasil – E-mail: rodrigoandraus@gmail.com – Telefone (43) 3371-7990 
Apresentação: ago. 2014 – Aceito para publicação: maio 2015 – Aprovado pelo Comitê de Ética, protocolo nº 135.016.
DOI: 10.590/1809-2950/13922922022015
1Discente, Doutorado, Programa de Pós-Graduação Associado (UEL/UNOPAR) em Ciências da Reabilitação – Londrina (PR), Brasil. 
2Professor Colaborador do Programa de Pós-Graduação Associado (UEL/UNOPAR) em Ciências da Reabilitação – Londrina (PR), 
Brasil. 
3Professor Titular do Programa de Pós-Graduação Associado (UEL/UNOPAR) em Ciências da Reabilitação – Londrina (PR), Brasil. 
4Professor Titular do Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção de Saúde (UNOPAR) – Londrina (PR), Brasil.
5 Médico Associado, Irmandade Santa Casa de Londrina (ISCAL) – Londrina (PR), Brasil. 
6Discente, Mestrado, Programa de Pós-Graduação Associado (UEL/UNOPAR) em Ciências da Reabilitação – Londrina (PR), Brasil.
7Professor Adjunto, Escola de Medicina/Pontifícia Universidade Católica do Paraná – Londrina (PR), Brasil.
RESUMO | O objetivo deste estudo foi analisar a influência do 
gênero, idade e farmacoterapia da osteoartrite (OA) sobre a 
funcionalidade de idosos. Trata-se de um estudo transversal 
com 105 idosos de ambos os gêneros (Idade: 70,73±6,0 anos) 
e portadores de OA de quadril e/ou joelho, confirmado por 
análise radiográfica. A funcionalidade foi avaliada por dois 
instrumentos: Western Ontario and McMaster Universities 
Osteoarthritis Index (WOMAC) e Índice Algofuncional 
de Lequesne. As análises dos dados apresentaram pior 
funcionalidade tanto no questionário Lequesne (p=0,007) 
como no WOMAC (p=0,013) e em seus domínios Intensidade 
da Dor (p=0,013), Rigidez (p=0,032) e Funcionalidade 
(p=0,018). Contudo, não foram verificadas diferenças nos 
instrumentos avaliados quanto a diferentes faixas etárias 
ou comprometimento da articulação segundo alterações 
radiográficas (p>0,05). Foi observado que os medicados 
apresentavam pior funcionalidade em comparação aos 
que não utilizavam medicamentos para OA (Lequesne: 
p=0,005; WOMAC: p=0,008 e domínios: Intensidade da 
Dor: p=0,004; Rigidez: p=0,007 e Funcionalidade: p=0,023). 
No modelo multivariado, foi observado que o gênero e o 
tratamento farmacológico influenciam a funcionalidade de 
idosos portadores de OA (p<0,05), sendo as mulheres e os 
indivíduos medicados os que apresentam pior funcionalidade 
tanto no índice Lequesne quanto WOMAC. Observou-se pior 
funcionalidade em idosas portadoras de OA e que o uso de 
medicamentos para osteoartrite não promoveu melhora na 
condição funcional desses indivíduos.
Descritores | Osteoartrite; Idoso; Pessoas com deficiência; 
Questionários.
161
ABSTRACT | The objective of this study was to analyze the 
influence of gender, age and pharmacological treatment 
for osteoarthritis (OA) on the functional status of physically 
independent elderly. This cross-sectional study involved 105 
elder individuals from both genders (age: 68.80±6.3 years) 
with OA of the hip and / or knee, which was confirmed 
by radiographic analysis. Two specific instruments 
assessed functional status: Western Ontario and McMaster 
Universities Osteoarthritis Index (WOMAC) and Lequesne 
Index. It was observed worse condition in females in 
Lequesne (p=0.007), global WOMAC (p=0.013), as well as 
in its fields: pain intensity (p=0.023), stiffness (p=0.032) 
and functional status (p=0.018). However, considering 
age and radiological status, no differences were observed 
between groups in all variables (p>0.05). It was observed 
that the individuals with pharmacological treatment for OA 
have poor functional status in all functional questionnaires 
(Lequesne, p=0.005; global WOMAC, p=0.008 as well as 
in specific WOMAC fields, such as Pain intensity, p=0.004; 
Stifness, p=0.007; and Functional status p=0.023). At 
multivariate modelo (multiple linear regression), it was 
observed that gender and pharmacological treatment may 
influence the functional status of elderly with OA, whereas 
women and medicated individuals are those showing the 
worse condition both in Lequesne and WOMAC indexes. 
It was observed worse functional status in women with 
osteoarthritis and pharmacological treatment evoked no 
improvement in functional status of these individuals.
Keywords | Osteoarthritis; Elderly; Disable Persons; 
Questionnaires.
Fisioter Pesq. 2015;22(2):161-168
162
RESUMEN | En este estudio se analiza la influencia del género, 
de la edad y del tratamiento farmacológico para la osteoartritis 
(OA) en la funcionalidad de las personas mayores. Se trata 
de un estudio transversal, lo cual 105 personas mayores han 
participado de ambos géneros (Edad: 70,73±6,0 años) con OA 
de cadera y/o rodilla confirmado por el análisis radiográfico. Se 
valoró la funcionalidad bajo dos instrumentos: Western Ontario 
and McMaster Universities Osteoarthritis Index (WOMAC) e 
Índice Algofuncional de Lequesne. En el análisis de datos se 
mostró peor funcionalidad tanto en el cuestionario Lequesne 
(p=0,007) como en el WOMAC (p=0,013) y en sus dominios 
intensidad de dolor (p=0,013), rigidez (p=0,032) y funcionalidad 
(p=0,018). No obstante, no se comprobaron diferencias en 
estos instrumentos en relación a las distintas franjas etarias o 
a la alteración de la articulación, de acuerdo a los indicios en la 
radiografía (p>0,05). Se observó que los que fueron tratados con 
medicamentos para la OA presentaban funcionalidad peor que 
los que no lo utilizaban (Lequesne, p=0,005; WOMAC, p=0,008; 
y dominios: intensidad de dolor, p=0,004; rigidez, p=0,007 y 
funcionalidad p=0,023). En el modelo multivariante, se observó 
que el género y el tratamiento farmacológico influyeron en la 
funcionalidad de las personas mayores con OA (p<0,05), siendo 
las mujeres y los sujetos tratados con medicamentos los que 
más presentaron peor funcionalidad tanto en el índice Lequesne 
como en el WOMAC, lo que muestra que el uso de medicamentos 
no mejoraron la condición funcional de estos.
Palabras clave | Osteoartritis; Personas mayores; Personas 
discapacitadas; Cuestionarios.
INTRODUÇÃO
O processo de envelhecimento é uma realidade 
mundial, que afeta tanto indivíduos de países 
desenvolvidos como países em desenvolvimento. No 
Brasil, entre os anos de 2002 e 2010, foi observado 
aumento de aproximadamente 3 milhões de idosos1. 
O envelhecimento populacional traz novos desafios 
ao sistema de saúde, e idosos portadores de doenças 
crônicas sem controle e tratamento adequado estão mais 
sujeitos a sequelas e incapacidades associadas às doenças. 
A diminuição da qualidade de vida é a consequência final 
de uma cascata de eventos2 que afetam negativamente a 
vida dos indivíduos acometidos, sobrecarregando ainda 
mais os serviços públicos de saúde3. 
A osteoartrite (OA) é uma doença articular 
degenerativa
na qual suas consequências trazem um 
grande impacto socioeconômico. Cerca de 40% dos 
adultos com idade acima de 70 anos apresentam OA, 
e 80% dos que apresentam a doença têm algum tipo 
de limitação de movimento4. Clinicamente, a OA 
apresenta grande variação nos sinais e sintomas, sendo 
os mais frequentes a rigidez, o desconforto e a dor, 
podendo causar deformidades5. 
A maioria dos portadores de OA possui grandes 
alterações em suas atividades de vida diária (AVD) e 
aproximadamente 25% apresentam algum tipo de 
limitação funcional, como rigidez matinal, redução da 
mobilidade articular, crepitações e atrofia muscular5. 
Assim, a OA torna-se causa muito comum de 
incapacidades e configura um grande problema social, 
pois proporciona maior risco de institucionalização e 
altos custos para os serviços de saúde6. 
O estudo da capacidade funcional é necessário para 
auxiliar a independência do indivíduo6, que vem emergindo 
como chave para a avaliação da saúde da população idosa. 
Com a evolução do tratamento farmacológico da OA, 
além dos medicamentos convencionais para tratamento 
sintomático (analgésicos ou anti-inflamátorios), novas 
drogas foram elaboradas, tais como a associação 
Condroitina/Glicosamina, que são capazes de modificar 
a evolução da degeneração articular, retardando assim a 
progressão da doença7. 
Considerando que diferentes tratamentos podem 
desencadear diversas respostas dependendo inicialmente 
das condições de sáude do indivíduo7, não há consenso 
sobre a eficácia clínica dos diferentes tratamentos 
medicamentosos para OA, principalmente em relação 
à sua capacidade de melhorar a funcionalidade dos 
indivíduos acometidos por essa doença. A funcionalidade 
de pacientes portadores de OA geralmente é avaliada 
por meio de questionários, sendo esse método simples 
e capaz de avaliar a opinião do paciente sobre suas 
incapacidades12,13. Nesse contexto, o Western Ontario and 
McMaster Universities Osteoarthritis Index (WOMAC) e 
o Índice Lequesne14,15 são os mais utilizados.
O WOMAC é o questionário mais adequado 
para avaliação de limitações físicas16, avaliando a 
dor, a rigidez articular e a funcionalidade14. É muito 
empregado nos Estados Unidos e Canadá12,14, sendo 
amplamente recomendado pelo Colégio Americano 
de Reumatologia e pela Sociedade de Pesquisa em 
Santos et al. Análise da funcionalidade de idosos com osteoartrite
163
Osteoartrite, inclusive como instrumento para analisar 
dor e incapacidade em ensaios clínicos de pacientes com 
osteoartrite11.
O Índice Lequesne foi desenvolvido na França nos 
anos 1970, e é recomendado internacionalmente pela 
Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Liga 
Europeia de Reumatologia para avaliação das articulações 
do quadril e do joelho15,16. Assim, o objetivo deste estudo 
foi analisar a influência do gênero, idade, índice de massa 
corpórea e farmacoterapia da OA sobre a funcionalidade 
de idosos portadores de OA, por meio de questionários 
do WOMAC e do Índice Algofuncional de Lequesne.
METODOLOGIA
Tipo de estudo
Este estudo caracteriza-se como transversal, 
descritivo e observacional, com amostras provenientes 
de dados secundários do projeto EELO (Estudo 
do Envelhecimento e Longevidade). Neste projeto 
temático, foram avaliados aspectos sociodemográficos e 
condições de saúde da população idosa do município 
de Londrina (PR), Brasil. Esse município de médio 
porte (506.701 habitantes) apresenta uma proporção de 
idosos de 12% em relação à população geral, sendo esse 
índice superior à média nacional e similar à proporção 
de idosos em países desenvolvidos8.
Aspectos éticos
Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética 
em Pesquisa da Universidade (Parecer nº 135.016). 
Os indivíduos selecionados assinaram o Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido, no qual constavam 
informações sobre os procedimentos e objetivos do 
estudo, além dos aspectos legais e éticos.
Critérios de elegibilidade
Os critérios de inclusão no estudo foram: ser idoso 
(idade igual ou superior a 60 anos), pertencer ao projeto 
EELO, ter autorrelato de OA de quadril e/ou joelho 
(que foi confirmado por meio de análise radiográfica 
realizada por médico especialista, segundo os critérios 
descritos por Vasconcelos et al.9 e não estar realizando 
tratamento fisioterapêutico. Os critérios de exclusão 
adotados foram: possuir outras doenças reumáticas, 
osteoporose avançada, artroplastia de quadril ou joelho, 
sequelas de AVE ou doença de Parkinson.
Avaliação da funcionalidade 
Foram utilizados dois instrumentos para avaliar a 
funcionalidade de idosos com OA, ambos recomendados 
internacionalmente pela OMS para a avalição de 
 osteoartrite de joelho e quadril, tanto em pesquisas com 
drogas como em tratamentos não-medicamentosos. 
O questionário WOMAC, que engloba questões 
envolvendo dor, rigidez articular e funcionalidade, onde 
o maior escore representa a pior condição do indivíduo. 
Possui versão traduzida e validada para a língua 
portuguesa e representa o padrão-ouro para avaliação 
de idosos com OA10. O outro instrumento utilizado 
foi o Índice Algofuncional de Lequesne (previamente 
traduzido e validado para língua portuguesa), que contém 
11 questões envolvendo dor, desconforto e limitação 
de função, com foco na limitação na dor e distância de 
caminhada15. 
Avaliação dos resultados radiográficos
Para a análise dos resultados radiográficos foram 
utilizados os critérios de Kellgren e Lawrence17. O grau 
0 significa sem alterações radiográficas, grau I possui 
estreitamento do espaço articular duvidoso e possíveis 
osteófitos na borda, grau II possível estreitamento do 
espaço articular e osteófitos definidos, grau III definido 
estreitamento do espaço articular, múltiplos osteófitos 
moderados, alguma esclerose subcondral e possível 
deformidade do contorno ósseo, e grau IV notável 
estreitamento do espaço articular, severa esclerose 
subcondral, definida deformidade do contorno ósseo 
e presença de grandes osteófitos. Com base nisso, 
os grupos foram recategorizados em: sem alterações 
radiográficas (grau 0), com alterações leves (graus I e II) 
e alterações graves (graus III e IV)18.
Análise estatística
O GraphPad Prism 5.0 foi utilizado para a análise 
estatística dos resultados, tendo sido adotado um 
intervalo de confiança de 95% e nível de significância de 
5% (p<0,05) para todos os testes aplicados. Considerando 
a natureza não paramétrica das variáveis de desfecho 
(WOMAC e Índice AlgoFuncional de Lequesne), foi 
utilizado o teste não-paramétrico de Mann-Whitney 
Fisioter Pesq. 2015;22(2):161-168
164
para a comparação dos grupos em relação ao gênero e 
faixa etária e para a análise da farmacoterapia em relação 
à classificação radiográfica para osteoartrite. Além disso, 
foi realizado um modelo de regressão linear múltipla 
para verificar a influência das variáveis gênero, idade, 
farmacoterapia, IMC e classificação radiográfica sobre 
a funcionalidade. 
RESULTADOS
Caracterização da amostra
Participaram deste estudo 105 idosos com 
autorrelato de OA, sendo 32 homens (30,5%) e 73 
mulheres (69,5%), com média de idade de 70,73±6,0 
anos e índice de massa corpórea de 28,71±5,1. Em 
relação aos resultados radiográficos, 37 (35,2%) 
não apresentavam alterações radiográficas, 45 
(42,9%) apresentavam alterações leves e 17 (16,2%) 
apresentavam alterações graves e em 1 não foi possível 
realizar a classificação, devido à falha no exame 
radiográfico. Em relação à terapia medicamentosa para 
osteoartrite, foi observado que 64 pacientes (61%) não 
estavam utilizando medicamentos para osteoartrite e 
que 41 (39,0%) utilizavam. 
Influência do gênero e idade sobre a 
funcionalidade
Em relação ao gênero, foi observado pior escore de 
funcionalidade
avaliado tanto pelo índice WOMAC 
e Lequesne nas mulheres (p<0,05). Os dados estão 
apresentados na Tabela 1. Quanto à faixa etária, não 
foi observada associação entre idade e funcionalidade 
dos idosos com OA na população estudada (Teste de 
Mann-Whitney, p>0,05). Os dados estão presentes na 
Tabela 2.
Tabela 1. Análise da influência do gênero na capacidade funcional 
de idosos com osteoartrite
Gênero Mediana 1º Quartil 3º Quartil p
W
O
M
A
C 
G
lo
ba
l Masculino 15,50 5,35 38,75 0,013*
Feminino 31,00 15,50 49,00
W
O
M
A
C 
In
te
ns
id
ad
e Masculino 4,50 1,25 6,75 0,023*
Feminino 7,00 2,50 10,00
Gênero Mediana 1º Quartil 3º Quartil p
W
O
M
A
C 
R
ig
id
ez
Masculino 1,00 0,00 3,75 0,032*
Feminino 2,00 1,00 4,00
W
O
M
A
C 
 
Fu
nc
io
na
lid
ad
e Masculino 11,00 3,00 24,75 0,018*
Feminino 23,00 10,00 32,50
Le
qu
es
ne Masculino 8,00 4,00 13,00 0,007*
Feminino 13,00 7,25 17,75
* Estatisticamente significante: Teste de Mann-Whitney
Tabela 2. Análise da influência da faixa etária na capacidade 
funcional de idosos com osteoartrite
Faixa etária Mediana 1º Quartil 3º Quartil p
W
O
M
A
C 
 G
lo
ba
l 60-69 anos
30,00 14,50 43,50 0,394
>70 anos 24,50 8,25 66,06 n.s.
W
O
M
A
C 
 In
te
ns
id
ad
e 60-69 
anos
7,00 4,00 10,00 0,090
>70 anos 5,00 1,25 87,18 n.s.
W
O
M
A
C 
 R
ig
id
ez
60-69 
anos
2,00 0,00 4,00 0,450
>70 anos 1,00 6,25 46,50 n.s.
W
O
M
A
C 
 
Fu
nc
io
na
lid
ad
e 60-69 
anos
22,00 8,00 31,50 0,397
>70 anos 17,50 4,62 9,00 n.s.
Le
qu
es
ne
60-69 
anos
11,00 7,250 17,000 0,944
>70 anos 11,75 35,75 4,00 n.s.
n.s.: estatisticamente não significante
Influência da farmacoterapia da osteoartrite 
sobre a funcionalidade segundo a presença de 
alterações radiográficas
No grupo de pacientes sem alterações radiográficas, 
foram observados melhores resultados no WOMAC 
(p=0,008) e em seus domínios Intensidade (p=0,004), 
Rigidez (p=0,007) e Atividade Física (p=0,023) e 
no Índice Algofuncional de Lequesne (p=0,005) 
Santos et al. Análise da funcionalidade de idosos com osteoartrite
165
Tabela 3. Análise da influência do uso de medicamentos para osteoartrite na capacidade funcional
Resultados Radiográficos Instrumentos Medicação Quartis p
Sem alterações
Lequesne 
Não 5,25 8,00 11,50
0,005*
Sim 10,62 15,25 19,75
WOMAC (Total) 
Não v 21,00 30,00
0,008*
Sim 22,00 42,50 58,00
WOMAC (Intens.) 
Não 1,00 5,00 8,00
0,004*
Sim 6,00 9,50 12,75
WOMAC 
(Rigidez) 
Não 0,50 1,00 2,00
0,007*
Sim 1,25 4,00 5,75
WOMAC (Ativ. Fís.) 
Não 4,50 13,00 21,50 0,023*
Sim 14,75 28,50 44,25
Alterações leves
Lequesne 
Não 6,00 11,50 16,00 0,110
Sim 6,50 20,50 23,75 n.s.
WOMAC (Total) 
Não 10,00 23,00 47,00 0,339
Sim 16,50 42,00 60,50 n.s.
WOMAC (Intens.) 
Não 2,00 5,00 9,00 0,171
Sim 4,00 9,00 13,50 n.s.
WOMAC 
(Rigidez) 
Não 0,00 1,00 4,00 0,517
Sim 0,00 2,00 4,00 n.s.
WOMAC (Ativ. Fís.) 
Não 8,00 16,00 32,00 0,486
Sim 11,50 28,00 38,50 n.s.
Alterações graves 
Lequesne 
Não 6,62 10,25 17,00 0,406
Sim 14,50 16,00 17,50 n.s.
WOMAC (Total) 
Não 9,50 24,00 38,50 0,130.
Sim 31,00 43,00 54,00 n.s
WOMAC (Intens.) 
Não 1,00 4,00 7,25 0,202
Sim 5,00 8,00 10,00 n.s.
WOMAC 
(Rigidez) 
Não 0,75 1,50 4,00 0,190
Sim 0,00 4,00 6,00 n.s.
WOMAC (Ativ. Fís.)
Não 7,75 16,50 30,50 0,187
Sim 21,00 31,00 40,00 n.s.
* Estatisticamente significante: Teste de Kruskal-Wallis 
n.s.: estatisticamente não significante
em indivíduos não medicados, estando esses dados 
apresentados na Tabela 3.
No grupo de pacientes com alterações leves, não foi 
observada influência da farmacoterapia da osteoartrite 
em relação ao WOMAC (p=0,339) e em seus domínios 
Intensidade (p=0,171), Rigidez (p=0,517) e Atividade Física 
(p=0,486). Similarmente, também não foram observadas 
diferenças no Índice Algofuncional de Lequesne (p=0,110). 
Dados semelhantes foram observados no grupo 
de pacientes com alterações radiográficas graves, 
nos quais o tratamento medicamentoso também não 
foi efetivo, pois não foram observadas diferenças 
significativas no WOMAC (p=0,130) e nos 
domínios Intensidade (p=0,202), Rigidez (p=0,190) 
e Atividade Física (p=0,187), assim como no Índice 
Algofuncional de Lequesne (p=0,406).
Associação do gênero, idade, farmacoterapia, IMC 
e classificação radiográfica em relação à funcionalidade
Na análise multivariada (regressão linear múltipla, 
Tabela 4), foi observada associação positiva entre o Índice 
Algofuncional de Lequesne com o modelo composto por 
IMC, gênero, farmacoterapia e classificação radiográfica 
(p=0,004), sendo que a associação dessas variáveis foi 
responsável por 21,8% da variância neste índice (R2). O 
coeficiente de regressão foi estatisticamente significativo 
para a farmacoterapia (Beta ajustado=0,33; p=0,001) 
e gênero (Beta ajustado=0,13; P=0,038). Entretanto, 
para as outras variáveis não se observou significância 
estatística, idade (Beta ajustado=0,04; p=0,977), 
classificação radiográfica (Beta ajustado=0,07; p=0,461) 
e IMC (Beta ajustado=0,132; p=0,227). 
Em relação ao índice WOMAC, observou-se 
associação similar dessas variáveis com o modelo da 
análise multivariada (p=0,002), sendo que elas juntas 
foram responsáveis por 21,6% da variância nesse 
índice (R2). Assim como no Lequesne, o coeficiente de 
Fisioter Pesq. 2015;22(2):161-168
166
da farmacoterapia na melhora funcional de idosos com 
osteoartrite, estando em discordância com o estudo de 
Selvan et al.22, no qual relatou melhora na dor, rigidez 
e função física com o tratamento medicamentoso para 
osteoartrite. A discrepância nesses resultados pode ser 
explicada por diferenças na idade dos pacientes, uma 
vez que Selvan et al.22 trabalhou com adultos e idosos e o 
tratamento medicamentoso utilizado pelos pacientes foi 
a associação da glicosamina com os anti-inflamatórios 
não esteroidais. 
Essa ineficácia terapêutica pode ser compreendida 
pelo caráter multifatorial da patogênese da osteoartrite. 
Vale ressaltar que vários mediadores, como as 
citocinas (IL1-β, TNF-α e IL-6), desempenham 
um papel importante como mediadores do processo 
inflamatório e lesão articular na osteoartrite. Essas 
citocinas são produzidas pelos condrócitos, células 
mononucleares, osteoblastos e tecidos sinoviais, 
induzindo a produção de vários fatores inflamatórios e 
catabólicos23. Contudo, as terapêuticas atuais, como o 
uso de anti-inflamatórios e da associação Condroitina/
Glicosamina, são limitadas e muitas vezes insuficientes 
para impedir o início e principalmente a progressão 
da doença, uma vez que não modulam a liberação ou 
atuação dessas citocinas. 
A capacidade funcional pode ter impacto na vida 
desses idosos, pois a dor prejudica a mobilidade, 
resultando em desvantagem e piora da integração 
social. Ressalta-se que essas incapacidades aumentam 
a ansiedade e o desânimo, podendo culminar no 
aparecimento de depressão24. Dessa forma, o idoso 
passa a ter pior percepção de sua saúde mental, pois 
apresenta dor persistente, podendo desencadear um 
processo depressivo. Nota-se que a relação entre 
incapacidade funcional e depressão pode ser mediada 
pela dor. Dessa forma, a depressão e a ansiedade 
podem intensificar os efeitos da OA por aumentarem 
a dor e as limitações funcionais e diminuírem a adesão 
aos tratamentos medicamentosos25. 
A OMS estima que 25% dos indivíduos acima
de 65 anos sofrem de dor e de incapacidade 
associados à OA. A dor, a inflamação, a degeneração 
e a rigidez articular, concomitantes às deficiências 
musculoesqueléticas presentes nos pacientes com 
OA, promovem incapacidades, principalmente nas 
atividades de subir e descer escadas, permanecer em 
pé, caminhar, agachar, e ajoelhar, além de reduzir a 
força muscular no equilíbrio e coordenação26. Foi 
observado, em revisão sistemática associada a esses 
correlação foi estatisticamente significativo para o gênero 
(Beta ajustado=0,22; p=0,038) e farmacoterapia (Beta 
ajustado=0,334; p=0,001); porém para a classificação 
radiográfica (Beta ajustado=0,076; p=0,461), idade (Beta 
ajustado=0,003; p=0,977) e IMC (Beta ajustado=0,132; 
p=0,227), não foi encontrada correlação observada 
estatisticamente significativa. 
Tabela 4. Análise multivariada dos fatores determinantes da 
funcionalidade em idosos com osteoartrite
Le
qu
es
ne
Variáveis independentes Beta ajustado P
Gênero 0,13 0,004*
Idade 0,04 0,64 n.s.
IMC 0,13 0,22 n.s.
Farmacoterapia para AO 0,33 0,001*
Presença de lesão 
 radiográfica
0,07 0,46 n.s.
W
O
M
A
C
Gênero 0,22 0,04*
Idade 0,003 0,97 n.s.
IMC 0,13 0,22*
Farmacoterapia para AO 0,33 0,001*
Presença de lesão 
radiográfica
0,07 0,46 n.s.
* Estatisticamente significante; Regressão Linear Múltipla 
n.s.: estatisticamente não significante
DISCUSSÃO
Neste estudo, observou-se que o gênero feminino 
apresenta piores indicadores da funcionalidade nos 
questionários WOMAC (Global e Estratificado) e 
Lequesne. Esses dados estão em concordância com 
outros estudos que apontam maior proporção de OA no 
gênero feminino21. Além disso, as mulheres geralmente 
estão mais expostas aos efeitos da degeneração 
articular, uma vez que o desenvolvimento da OA ocorre 
precocemente no gênero feminino18. Esse dado poderia 
ser explicado pelo fato de que as mulheres apresentam 
menor cartilagem articular na porção proximal da tíbia e 
da patela19, o que poderia justificar os altos índices de dor 
nas mulheres com OA20.
Na análise por faixa etária, não foi observada 
 influência da idade sobre a funcionalidade na população 
do estudo. Todavia, existem dados que divergem dessa 
explicação, apresentando correlação positiva entre a 
idade, duração da doença, gravidade e sintomas18. 
Ao analisar a capacidade funcional em relação ao uso 
de farmacoterapia para OA, não foi verificada a eficácia 
Santos et al. Análise da funcionalidade de idosos com osteoartrite
167
resultados, aumento na prevalência de dor na OA de 
joelho nos últimos anos, provavelmente devido às 
maiores demandas mecânicas que os joelhos estão 
expostos27. 
O envelhecimento saudável pode ter importantes 
implicações na vida dos idosos, por estar relacionado 
com a capacidade de ocupar-se com o trabalho 
até idades mais avançadas e/ou com atividades 
agradáveis28.
Evidências mostram que há divergências entre 
o comprometimento funcional e os resultados 
radiográficos. Nesse contexto, enquanto alguns 
estudos relataram associação entre idade, duração da 
doença e os resultados radiográficos, apresentando 
concordâncias entre a dor e a severidade da doença18, 
outros não encontraram relação entre os resultados 
radiográficos e a funcionalidade nos pacientes com 
OA29. Embora os resultados radiográficos apresentem 
correlação com a idade e a duração da doença, a ausência 
de correlação da dor com os resultados radiográficos 
pode ser explicada pelo fato de que possíveis lesões no 
compartimento patelo-femoral e nos tecidos moles 
geralmente não aparecem no exame radiográfico27. 
Como limitações deste estudo, pode-se destacar 
que não foram utilizados testes funcionais para a 
identificação de limitações desses pacientes com OA. 
Além disso, não foi realizado um acompanhamento 
desses pacientes ou análise temporal e, portanto, estudos 
subsequentes são necessários para a confirmação 
das hipóteses descritas. Além disso, o baixo número 
de indivíduos em tratamento com a associação da 
Condroitina e Glicosamina reforça a importância 
de busca por novas abordagens terapêuticas para 
osteoartrite.
Considerando que as alterações radiográficas 
identificadas nem sempre refletem a condição funcional, 
destaca-se que a classificação da severidade da doença 
baseada somente na análise radiográfica poderia 
levar ao uso inadequado da terapia medicamentosa, 
promovendo muitas vezes efeitos indesejados ou 
ineficácia da terapêutica25. 
Nesse contexto, a utilização de questionários 
validados ou testes funcionais deveriam fazer parte 
da avaliação funcional de indivíduos acometidos por 
osteoartrite. Além disso, a inclusão desses indivíduos 
em programas de reabilitação, enfatizando a 
realização de exercícios para a melhora do equilíbrio, 
alongamento e fortalecimentos de grupos musculares 
mais acometidos, poderia ser uma medida viável para 
contribuir com a promoção de saúde de idosos com 
osteoartrite29.
CONCLUSÃO
Observou-se pior funcionalidade em idosas 
portadoras de OA, sendo que o tratamento 
farmacológico não promoveu melhora na condição 
funcional desses indivíduos. Nesse contexto, estudos 
sobre diferentes modalidades terapêuticas para 
melhorar a funcionalidade e qualidade de vida dos 
idosos devem ser incentivados. 
Para avaliar a funcionalidade em mulheres idosas, é 
interessante que pesquisas e intervenções clínicas sejam 
realizadas visando o fortalecimento muscular, equilíbrio 
e flexibilidade, para uma melhora da capacidade 
funcional. 
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ARTIGO SCIELO 1 BVS.rtf
 ARTIGO 1
SCIELO 
Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia
On-line version ISSN 1981-2256
Rev. bras. geriatr. gerontol. vol.17 no.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 2014
http://dx.doi.org/10.1590/S1809-98232014000100013 
ARTIGOS ORIGINAIS
Comparação de dois tratamentos fisioterapêuticos na redução da dor e aumento da autonomia funcional de idosos com gonartrose
Comparison of two physiotherapy treatments in reducing pain and increasing functional autonomy of elderly patients with gonarthrosis
Stela Freitas Raymundo
Antonio Carlos Teixeira Caldas Junior
Adalgisa Maiworm
Samária Ali Cader
1Divisão de Fisioterapia, Policlínica Piquet Carneiro. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil
RESUMO
Objetivo:
Comparar o tratamento da terapia manual, associada ao ultrassom, com o tratamento da cinesioterapia convencional, associada ao laser de arseneto de galium (AsGa), na redução da dor e no aumento da autonomia funcional em idosos com gonartrose.
Métodos:
Estudo clínico, de delineamento quase-experimental. A amostra foi dividida aleatoriamente em dois grupos: grupo experimental 1 (GE1; n=44; idade=68±7,64 anos; índice de massa corporal: 26,77±4,74Kg/m2) - idosos com gonartrose submetidos ao tratamento fisioterapêutico com terapia manual e ultrassom; e grupo experimental 2 (GE2; n=20; idade=70±5,49 anos; índice de massa corporal: 27,11±4,63Kg/m2) - idosos com gonartrose submetidos ao tratamento fisioterápico com cinesioterapia convencional e laserterapia. Foram analisados a autonomia funcional (protocolo do Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para a Maturidade - GDLAM) e o quadro álgico (escala CR10 de Borg). Ambos os GEs participaram de sessões de treinamento com duração de 45 minutos, duas vezes semanais, durante oito semanas consecutivas. O nível de significância foi de p<0,05.
Resultados:
Observou-se melhora da autonomia funcional pela redução significativa do índice de GDLAM (p<0,001) tanto no GE1 (Δ=16,14) quanto no GE2 (Δ=9,32). Semelhantemente, houve diminuição significativa (p<0,001) do nível de dor tanto no GE1 (Δ=5,09) quanto no GE2 (Δ=7,1). O poder do experimento foi de 98%.
Conclusão:
Infere-se, assim, que ambos os tratamentos sugeridos neste estudo são eficazes no aumento da autonomia funcional e na redução do quadro álgico de idosos com gonartrose.
Palavras-Chave: Manipulações Musculoesqueléticas; Terapia por Ultrassom; Atividades Cotidianas; Osteoartrite do Joelho; Envelhecimento
ABSTRACT
Objective:
To compare the treatment of manual therapy associated with ultrasound, and conventional kinesiotherapy associated with gallium arsenide laser (GaAs) in reducing pain and increasing functional autonomy in elderly patients with gonarthrosis.
Methods:
Clinical trial, with quasi-experimental design. The sample was randomly divided into two groups: experimental group 1 (EG1, n=44, age=68±7.64 years, body mass index: 26.77±4.74kg/m2) - patients with gonarthrosis undergoing physical therapy with manual therapy and ultrasound; and experimental group 2 (EG2, n=20, age 70±5.49 years, body mass index: 27.11±4.63kg/m2) - patients with gonarthrosis undergoing physical therapy and laser therapy with conventional kinesiotherapy. We analyzed functional autonomy (Protocol Development Group for Latin American Maturity - GDLAM) and pain symptoms (Borg CR10 scale). Both EGs participated in 45-minute training sessions, twice a week for eight consecutive weeks. The significance level was p<0.05.
Results:
It was observed significant improvement in the reduction of the functional autonomy index GDLAM (p<0.001) in both EG1 (Δ=16.14) and in EG2 (Δ=9.32). Similarly, there was significant decrease (p<0.001) in the level of pain in both EG1 (Δ=5.09) and EG2 (Δ=7.1). The power of the experiment was 98%.
Conclusions:
Both treatments were effective in increasing the functional autonomy and reduction of pain in elderly patients with gonarthrosis.
Key words: Musculoskeletal Manipulations; Ultrasonic Therapy; Activities of Daily Living; Osteoarthritis Knne; Aging
INTRODUÇÃO
A osteoartrose (OA), também chamada de doença articular degenerativa, é uma condição músculo-esquelética importante caracterizada pela perda da cartilagem articular que leva à dor e à perda de função. A articulação mais comumente afetada é o joelho, e a OA do joellho (gonartrose) pode resultar em mudanças que afetam não só tecidos intracapsulares, mas também periarticulares, como ligamentos, cápsulas, tendões e músculos.1 Em um esforço mais recente para definir OA, a European League Against Rheumatism
(EULAR) sugeriu que um diagnóstico clínico confiável de OA do joelho pode ser feito de acordo com três sintomas (dor no joelho persistente, rigidez matinal e função reduzida) e três sinais (crepitação, de circulação restrita e alargamento ósseo).2
O tratamento da gonartrose é dirigido à redução da dor e rigidez nas articulações; manutenção e melhora da mobilidade articular; redução da incapacidade física, a qual limita as atividades da vida diária; melhora da qualidade de vida; limitação da progressão das lesões articulares; educação dos pacientes sobre a natureza da doença e seu tratamento.3
No encontro de 2009 da Osteoarthritis Research Society International (OARSI), diversas terapias não farmacológicas foram incluídas em suas diretrizes para o tratamento de OA de quadril e joelho: acupuntura; terapia manual; fisioterapia; dispositivos (incluindo órteses, calçados, andadores); educação e autocuidado; perda de peso; eletroterapia (TENS, ultrassom e laser); modalidades térmica; cirurgia e reabilitação.4
Em 1992 a Agência para a Política de Saúde e Pesquisa Clínica no Tratamento da Dor recomendou ambas abordagens cognitivo-comportamentais (educação do paciente, simples relaxamento, biofeedback) e agentes terapêuticos e modalidades (calor superficial, frio, massagem, exercícios de imobilidade, eletro-analgesia) como essencial no tratamento da dor aguda.5 Além disso, várias diretrizes para o cuidado da OA, incluindo as do American College of Rheumatology,6 a European League Against Rheumatism,7 Algorithms for the Diagnosis and Management of Musculoskeletal Complaints 8 e Institute for Clinical Systems Improvement 9 recomendam recursos como o uso de gelo, calor e estimulação elétrica.10
A crioterapia envolve a aplicação de frio, utilizando sacos de gelo ou água gelada. O frio penetra nos tecidos moles e, quando aplicado sobre um conjunto, reduz a temperatura intra-articular, atrasando assim a realização de sinais nervosos e reduzindo o fluxo sanguíneo local. Essas mudanças, por sua vez, reduzem o sinal de transmissão de substâncias nocivas de resposta inflamatória e, posteriormente, afetam o nível de perda de sangue, inchaço local e dor percebida.11
A terapia manual, uma das recomendações descritas nas diretrizes da OARSI, é um tratamento físico utilizado pelos fisioterapeutas, quiropráticos, osteopatas e outros profissionais no tratamento da dor músculo-esquelética e deficiência, e inclui massagem terapêutica, mobilização articular e manipulação.12 , 13 Outro tratamento físico é a cinesioterapia, dita convencional, um programa de treinamento cujo foco é melhorar a aptidão global geral, o equilíbrio corporal, a coordenação motora, a flexibilidade, a resistência e a força muscular dos membros inferiores, melhorando a função global e os sintomas de pacientes com OA.14
Neste sentido, esta investigação teve por objetivo comparar o tratamento da terapia manual, associada à utilização do aparelho de ultrassom com o tratamento da cinesioterapia convencional, associada à utilização do aparelho laser de arseneto de galium (AsGa) na redução da dor e aumento da autonomia funcional em idosos com gonartrose.
MATERIAIS E MÉTODOS
Amostra
O presente estudo clínico, de delineamento quase-experimental, teve o universo inicialmente constituído de 73 idosos com gonartrose, de ambos os sexos, encaminhados para a Divisão de Fisioterapia da Policlínica Piquet Carneiro no período de outubro de 2011 a setembro de 2012. A seleção da amostra foi realizada de forma randômica, por sorteio, sendo depurada, obedecendo aos critérios de inclusão e exclusão. Quando o paciente era convocado a iniciar o tratamento, realizava-se o sorteio por meio da retirada de um cartão, podendo este pertencer ao grupo experimental 1 ou 2.
Os voluntários deveriam atender aos critérios de inclusão: capacidade de realizar atividades da vida diária sem auxílio e não praticar outra modalidade de atividade física durante o estudo, de forma regular com controle de carga e intensidade, a fim de não interferir nos resultados. Os critérios de exclusão foram: presença de patologias que pudessem causar limitações físicas, para a realização dos testes de autonomia funcional, ou mentais, para responderem à escala de dor.
Após a depuração dos critérios de inclusão e exclusão, foram excluídos nove sujeitos; assim a amostra final (n=64) foi dividida randomicamente por sorteio, descrito anteriormente, em: grupo experimental (GE) 1, com idosos com gonartrose submetidos ao tratamento fisioterapêutico com terapia manual e ultrassom (GE1; n=44; idade=68±7,64 anos; índice de massa corporal: 26,77±4,74Kg/m2), e grupo experimental 2, com idosos com gonartrose submetidos ao tratamento fisioterapêutico com cinesioterapia convencional e laserterapia (GE2; n=20; idade=70±5,49 anos; índice de massa corporal: 27,11±4,63Kg/m2). Ambos os GEs realizaram seus respectivos protocolos com a frequência de duas vezes por semana, com duração de 45 minutos cada sessão, durante oito semanas.
O presente estudo atendeu às normas para a realização de pesquisa em seres humanos, Resolução nº 196/96, do Conselho Nacional de Saúde, e da Resolução de Helsinki de 2008. O estudo teve seu projeto de pesquisa submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Pedro Ernesto, tendo sido aprovado sob nº CAAE: 0175.0.228.000-11. Todos os participantes do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Procedimentos
Inicialmente, todos os participantes passaram por uma anamnese, constando de questões referentes aos aspectos sociodemográficos (idade; sexo; raça/cor, estado civil, escolaridade, atividade laboral) e aos aspectos de saúde (medicamentos utilizados, presença ou não de doenças pulmonares, auditivos, visuais, diabetes, hipertensão arterial, fraturas, entre outras).
Avaliação do Índice de Massa Corporal
A fim de manter homogeneidade da amostra, foi realizada avaliação da massa corporal e da estatura, para o cálculo do índice de massa corporal15 (balança com estadiômetro Filizola, 2007).
Avaliação da Autonomia Funcional
Avaliada por meio do protocolo do Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para a Maturidade (GDLAM), composto por cinco testes: a) caminhar 10m (C10m) - o participante percorre uma distância de 10m em determinado tempo;16 b) levantar-se da posição sentada (LPS), com os braços cruzados em frente ao corpo - o participante senta-se e levanta-se da cadeira cinco vezes ao comando do avaliador;17 c) levantar-se da posição decúbito ventral (LPDV) - é dado um comando ao participante, que deve levantar-se do chão no menor tempo possível, saindo da posição decúbito ventral para a ortostase;18 d) vestir e tirar uma camiseta (VTC) - ao comando do avaliador, o participante deverá vestir e tirar uma camiseta no menor tempo possível;19 e) levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa (LCLC) - sentado com os pés fora do chão, o participante deve realizar um circuito em formato de triângulo, onde o mesmo contorna os cones dispostos a três metros da cadeira na diagonal direita e esquerda, voltando a sentar-se na mesma cadeira onde iniciou o teste, realizando o circuito duas vezes, no menor tempo possível.20
Após a realização dos testes, os valores são calculados por meio de uma fórmula matemática, para o cálculo do índice geral de GDLAM (IG).21 Cada teste recebe uma classificação que varia de fraco, regular, bom e muito bom (tabela 1).
Tabela 1 Padrão de avaliação da autonomia funcional do protocolo GDLAM. Rio de Janeiro-RJ, 2011-2012. 
Classificação dos testes	C 10M (seg.)	LPS (seg.)	LPDV (seg.)	VTC (seg.)	LCLC (seg.)	IG (escores)
Fraco	+ 7,09	+ 11,19	+ 4,40	+ 13,14	+ 43,00	+ 27,42
Regular	7,09-6,34	11,19-9,55	4,40-3,30	13,14-11,62	43,00-38,69	27,42-24,98
Bom	6,33-5,71	9,54-7,89	3,29-2,63	11,61-10,14	38,68-34,78	24,97-22,66
Muito bom	- 5,71	- 7,89	- 2,63	- 10,14	- 34,78	- 22,66
C10m= caminhar 10m
LPS= levantar-se da posição sentada
LPDV= levantar-se da posição decúbito ventral
VTC=
vestir e tirar uma camiseta
LCLC= levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa
seg.= valores em segundos
IG= índice de GDLAM (valores em escores)
Avaliação da dor
O nível de dor foi avaliado pela escala CR10 de Borg.22
Tratamento fisioterapêutico
Ultrassom associado à terapia manual (Muligan) GE1: quando necessário, antes da utilização da eletroterapia (ultrassom), era aplicada a crioterapia em um período de 20 minutos ao redor da articulação do joelho acometido. A utilização da eletroterapia foi realizada pelo ultrassom, com as seguintes características: forma de onda contínua; feixe ultrassônico, sem ocorrer pausa entre os feixes; dosimetria: média de 1,0 w/cm2 (efeito anti-inflamatório, analgésico, regenerador e restauração óssea), método de deslizamento: transdutor fica em contato direto com a pele, com leve pressão sobre ela; tempo de aplicação de cinco minutos; uma aplicação diária, duas vezes por semana.
O método de terapia manual utilizado, Mulligan, consistiu em restaurar o alinhamento normal ou o trilho do movimento da articulação, com disfunção e, assim, recuperar a artrocinemática normal, resultando no ganho de amplitude de movimento e diminuição da dor; técnica utilizada com carga, sendo feita mobilizações com movimentos ativos ou passivos, que foram sustentados, havendo uma pressão mais intensa no final do arco. Foram realizadas nesses pacientes três séries de dez repetições.
Tratamento fisioterapêutico
Laser associado à cinesioterapia convencional
No GE2, a utilização da eletroterapia foi realizada pelo laser de arseneto de gálium (AsGa), com as seguintes características: forma de onda pulsada; feixe de luz não visível; dosimetria: média de 03 joules/cm² (efeito anti-inflamatório, circulatório, analgésico e regenerador); forma de deposição de energia: pontual; uma aplicação diária, duas vezes por semana; posicionamento da caneta a 90°.
Importante ressaltar que o ambiente deve ser fechado, com pouca luminosidade, baixo índice de reflexão do feixe de luz; ambos (o fisioterapeuta e o paciente) devem estar utilizando óculos específicos de proteção e a caneta deve ser envolvida com a mão. Após a aplicação do laser, antes da cinesioterapia convencional, caso houvesse necessidade, também foi utilizada a aplicação de crioterapia por 20 minutos ao redor do joelho acometido.
A cinesioterapia convencional seguiu o seguinte protocolo: alongamento passivo de toda musculatura de membros inferiores (MmIi); fortalecimento de quadríceps: agachamento uma série de 12 vezes mantendo ângulo de 30° do joelho, extensão de joelhos com caneleira de 1/2 kg no tornozelo (três séries de 12 vezes), em posição sentada na maca e pernas pendentes; fortalecimento de panturrilhas com flexão plantar partindo de ortostatismo (duas séries de 12 vezes); treino de descida e subida da escada de dois degraus (uma série de 15 vezes); treino de equilíbrio unipodal em MmIi no solo; treino de subida e descida na rampa por um minuto com e sem apoio de membros superiores; flexão de quadril em ortostatismo com caneleira de 1/2 kg (uma série de 12 vezes) bipodal.
Na progressão da cinesioterapia: alongamento ativo-passivo de toda musculatura de MmIi; fortalecimento de quadríceps: agachamento duas séries de 12 vezes mantendo ângulo de 30° do joelho, extensão de joelhos com caneleira de 1kg no tornozelo (três séries de 12 vezes), em posição sentada na maca e pernas pendentes; fortalecimento de panturrilhas com flexão plantar partindo de ortostatismo (três séries de 12 vezes); treino de descida e subida da escada de dois degraus (duas séries de 15 vezes); treino de equilíbrio unipodal em MmIi no solo; treino de subida e descida na rampa por um minuto com e sem apoio de membros superiores; flexão de quadril em ortostatismo com caneleira de 1kg (duas séries de 12 vezes) bipodal.
Tratamento estatístico
Os dados do estudo foram tratados pelo programa SPSS 20.0 para Windows e Microsoft Office Excel, versão 2010. Foram empregadas técnicas de estatística descritiva para caracterizar o universo amostral pesquisado. Para a descrição dos dados coletados, foram utilizados a média como medida de localização, e o desvio-padrão como medida de dispersão. Também foi calculado delta absoluto (Δ), por meio da subtração dos resultados da fase pré-teste - pós-teste. Para avaliar a normalidade da amostra, utilizou-se o teste de Shapiro Wilk. Para as comparações intra e intergrupos, foi empregado o teste de ANOVA two-way, seguido do post hoc de Scheffé para identificar as possíveis diferenças. O estudo admitiu o nível de p<0,05 para a significância estatística.
RESULTADOS
Os dados descritivos e a análise de distribuição dos dados do grupo experimental 1 estão expostos na tabela 2. Pode-se observar que não houve distribuição normal nas variáveis LPS, VTC e LCLC.
Tabela 2 Análise descritiva e inferencial de Shapiro Wilk do grupo experimental 1. Rio de Janeiro-RJ, 2011-2012. 
Média	Desvio-padrão	SW
C10m	pré-teste	16,59	4,12	0,144
pós-teste	10,12	2,67	
LPS	pré-teste	24,43	7,10	0,015
pós-teste	15,53	4,98	
LPDV	pré-teste	19,03	5,54	0,152
pós-teste	11,01	4,37	
VTC	pré-teste	19,68	4,15	0,007
pós-teste	13,12	3,19	
LCLC	pré-teste	51,74	12,08	0,002
pós-teste	47,06	11,51	
IG	pré-teste	52,80	7,80	0,196
pós-teste	36,66	6,35	
Borg	pré-teste	7,82	1,30	0,200
pós-teste	2,75	1,18	
C10m= caminhar 10 metros
LPS= levantar da posição sentada
LPDV= levantar da posição de decúbito ventral
VTC= vestir e tirar uma camiseta
LCLC= levantar da cadeira e locomover-se pela casa
IG= índice de GDLAM
SW= p-valor do Shapiro Wilk
A unidade de medida dos testes é segundos
Estão apresentados, na tabela 3, os dados descritivos e a análise de distribuição dos dados do grupo experimental 2. Pode-se observar que, com exceção do LCLC, houve distribuição normal de todas as variáveis.
Tabela 3 Análise descritiva e inferencial de Shapiro Wilk do grupo experimental 2. Rio de Janeiro-RJ, 2011-2012. 
Média	Desvio-padrão	SW
C10m	pré-teste	15,58	2,69	0,153
pós-teste	10,93	1,28	
LPS	pré-teste	22,83	1,42	0,106
pós-teste	18,87	0,45	
LPDV	pré-teste	17,36	1,20	0,498
pós-teste	15,38	0,77	
VTC	pré-teste	18,55	1,53	0,410
pós-teste	14,77	0,62	
LCLC	pré-teste	47,98	4,78	0,031
pós-teste	39,42	3,23	
IG	pré-teste	49,15	3,27	0,196
pós-teste	39,83	2,39	
Borg	pré-teste	7,82	1,30	0,200
pós-teste	2,75	1,18	
C10m= caminhar 10 metros
LPS= levantar da posição sentada
LPDV= levantar da posição de decúbito ventral
VTC= vestir e tirar uma camiseta
LCLC= levantar da cadeira e locomover-se pela casa
IG= índice de GDLAM
SW= p-valor do Shapiro Wilk
A unidade de medida dos testes é segundos
Na figura 1 está representada a comparação intra e intergrupos da autonomia funcional por meio do delta absoluto (Δ= pré-teste - pós-teste). Na comparação intragrupos, pode-se verificar melhora significativa do teste C10m (GE1 e GE2: p<0,001), LPS (GE1: p<0,001), LPDV (GE1: p<0,001), VTC (GE1: p<0,001; GE2: p=0,004) e IG (GE1 e GE2: p<0,001). Na análise intergrupos, houve apenas diferença significativa na variável LPDV (p=0,003), a favor do GE1, na fase pós-teste. Na comparação intergrupos na fase pré-teste, não houve diferença significativa entre os grupos.
Figura 1 Comparação intra e intergrupos da autonomia funcional. Rio de Janeiro-RJ, 2011-2012. *p<0,05 (pré-teste x pós-teste); #p<0,05 (pós-teste GE1 x pós-teste GE2). GE1= grupo experimental 1; GE2= grupo experimental 2; C10m= caminhar 10 metros; LPS= levantar da posição sentada; LPDV= levantar da posição de decúbito ventral; VTC= vestir e tirar uma camiseta; LCLC= levantar da cadeira e locomover-se pela casa; IG= índice de GDLAM. A unidade de medida dos testes é segundos. 
A comparação intra e intergrupos do nível de dor, por meio do delta absoluto, está exposta na figura 2. Na comparação intragrupos, observou-se redução significativa na fase pós-teste (p<0,001). Na análise intergrupos,
não houve diferença significativa na fase pré-teste e nem na pós-teste O poder do experimento encontrado neste estudo foi de 98%.
Figura 2 Comparação intra e intergrupos do nível de dor. Rio de Janeiro-RJ, 2011-2012. *p<0,05 (pré-teste x pós-teste); GE1= grupo experimental 1; GE2= grupo experimental 2. 
DISCUSSÃO
As principais modalidades terapêuticas usadascomumente na prática da fisioterapia são calor, crioterapia, eletroterapia e cinesioterapia.23 O uso dessas técnicas para diminuir a dor e acelerar a cicatrização é uma prática secular que ainda é adequada hoje em dia. Particularmente no espectro da gestão da dor, multiformas de terapia, incluindo educação psicológica do paciente, exercício e atividade física, cinesioterapia, tratamento farmacológico e intervenções cirúrgicas, devem completar um ao outro para o máximo benefício ao paciente.
Na população geriátrica, modalidades físicas, quando prescritas em um programa de terapia, devem ser a base do tratamento da dor e da disfunção física, especialmente quando a causa é uma condição músculo-esquelética. Nos idosos, isto se torna mais relevante uma vez que a dependência exclusiva da farmacoterapia no tratamento da dor e disfunção tem muitas desvantagens.10
Neste sentido, este estudo que objetivou comparar o tratamento da terapia manual associada ao ultrassom, com o tratamento da cinesioterapia convencional associada ao laser de arseneto de galium (AsGa) na redução da dor e aumento da autonomia funcional, observou, em seus resultados, que ambas as terapias foram benéficas, significativamente (p<0,05) na melhora da autonomia funcional e do quadro álgico de idosos com gonartrose.
Na presente pesquisa, foram utilizados dois recursos elétricos em cada um dos grupos: o ultrassom pulsátil e o laser de AsGa. Em uma revisão sistemática de 23 estudos randomizados controlados, o ultrassom foi encontrado para ter efeitos benéficos estatisticamente significativos (p<0,05) no tratamento da epicondilite lateral.24 Em 2003, a colaboração Cochrane realizou uma revisão de ensaios utilizando técnicas de fisioterapia para distúrbios do ombro, que são comuns na população geriátrica, tanto quanto complicações no joelho. Em seus resultados, a terapia com laser de AsGa foi mais eficaz do que o placebo para a capsulite adesiva, e tanto o ultrassom pulsátil como o contínuo apresentaram melhora em comparação com o grupo placebo.25 Tais resultados possuem a mesma tendência daqueles expostos nos achados desta pesquisa.
O estudo de Perlman et al.26 mostrou que a técnica de manipulação foi significativamente melhor do que nenhuma intervenção para a redução da dor e melhora da funcionalidade em indivíduos com leve a moderada osteoartrite do joelho. A dor foi medida em cada 100mm da escala visual analógica (EVA) e a diferença das médias entre os grupos, no intervalo de oito semanas, foi de 20,62 milímetros a favor da terapia manual, resultando num tamanho do efeito de 0,86 [95% CI 0,37;1,36]. Achados semelhantes foram encontrados no estudo de Pollard et al.27 e Hoeksma et al.28 Estes dados corroboram os resultados encontrados pelo GE1, o qual revelou redução significativa (p<0,001) da dor após a aplicação da terapia de Mulligan associado ao ultrassom.
Grande parte dos estudos da mesma natureza do atual utilizou o mesmo período de tempo para a intervenção (oito semanas).29 - 31
A recomendação para encaminhar os pacientes com gonartrose sintomático para a fisioterapia é apoiada pelos resultados de três estudos clínicos randomizados, os quais revelaram, no pós-teste, melhora do quadro álgico, da função física, da qualidade de vida e do Western Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index. Embora a eficácia dos achados, os resultados das investigações de Quilty et al.32 e Bennell et al.33 contrapõem-se aos resultados em relação à melhora do quadro álgico.
A autonomia funcional em idosos, avaliada por meio do protocolo do GDLAM, tem sido reportada em diversos estudos com dança de salão,34 programa de recreação e caminhada,35 treinamento funcional,36 treinamento muscular inspiratório,37 , 38 treinamento de força muscular,39 com programa de atividade física do programa de saúde da família,40 pilates41 e hidroginástica.42 Em todos estes, independentemente do tipo de treinamento ou tratamento realizado, observou-se aumento no índice de GDLAM no pós-teste dos idosos pertencentes ao grupo experimental.
Este estudo teve como limitações a ausência de um grupo controle e um "n amostral" pequeno no grupo experimental 2.
CONCLUSÃO
O presente estudo, com um poder do experimento de 98%, inferiu que em idosos com gonatrose, a cinesioterapia associada à utilização do aparelho laser de arseneto de galium (AsGa) e a terapia manual (Mulligan) associada ao ultrassom pulsátil beneficiam, de forma significativa, o aumento da autonomia funcional e a redução do quadro álgico.
Importante que novos estudos controlados sejam realizados, com uma diversificação de associação de técnicas, a fim de verificar a abrangência de recursos compatíveis com o tratamento da gonartrose, sendo adaptado em cada disponibilidade de ambiente e adaptação do paciente.
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Recebido: 01 de Novembro de 2012; Revisado: 20 de Setembro de 2013; Aceito: 05 de Dezembro de 2013
Correspondência Samária Ali Cader E-mail: samariacader@gmail.com
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OUTRO ARTIGO 2
SCIELO 
Revista Brasileira de Reumatologia
versão impressa ISSN 0482-5004
Rev. Bras. Reumatol. vol.52 no.6 São Paulo nov./dez. 2012
http://dx.doi.org/10.1590/S0482-50042012000600006 
ARTIGO ORIGINAL
Impacto dos exercícios na capacidade funcional e dor em pacientes com osteoartrite de joelhos: ensaio clínico randomizado
 
Aline Mizusaki Imoto de OliveiraI; Maria Stella PeccinII; Kelson Nonato Gomes da SilvaI; Lucas Emmanuel Pedro de Paiva TeixeiraIII; Virgínia Fernandes Moça TrevisaniIV
IDoutor em Ciências, Universidade Federal de São Paulo - Unifesp 
IIDoutora em Ciências, Unifesp; Professora-Adjunta, Unifesp; Pesquisadora do Centro Cochrane do Brasil - Cochrane Collaboration 
IIIDoutor em Ciências, Unifesp; Professor-Adjunto, Universidade Federal do Amazonas - UFAM 
IVDoutora em Reumatologia, Unifesp; Assistente-Doutora da Disciplina de Medicina de Urgência e Medicina Baseada em Evidências, Unifesp; Professora Orientadora da Pós-graduação em Medicina Interna e Terapêutica, Unifesp
Correspondência para
RESUMO
INTRODUÇÃO: A fraqueza muscular, especialmente do quadríceps, é uma das principais repercussões osteomusculares da osteoartrite de joelho, e os exercícios são considerados uma das principais intervenções no tratamento conservador da doença. 
OBJETIVO: Avaliar o efeito do fortalecimento do quadríceps femural na capacidade funcional e nos sintomas relacionados à osteoartrite de joelho utilizando o teste Timed
Up and Go (TUG), o questionário Western Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index (WOMAC) e o Índice de Lequesne. 
MÉTODOS: Foram randomizados 100 pacientes, divididos em dois grupos: 1) Grupo Exercício (n = 50), o qual incluiu bicicleta estacionária, alongamento dos músculos isquiotibiais e fortalecimento do músculo quadríceps, e 2) Grupo Orientação (n = 50), que recebeu um manual de orientações a fim de descrever a osteoartrite de joelho e instruir os pacientes a como ajustar o dia a dia de acordo com os sintomas. Os pacientes foram informados sobre os sinais e sintomas da doença e os cuidados durante as atividades de vida diária. O manual não incluiu orientação de exercícios. 
RESULTADOS: O Grupo Exercício apresentou melhora estatisticamente significante no teste TUG, nos aspectos dor, função e rigidez do questionário WOMAC e no índice Lequesne, quando comparado ao Grupo Orientação. 
CONCLUSÃO: Exercícios para fortalecimento do quadríceps com duração de oito semanas são efetivos na melhora de dor, função e rigidez em pacientes com osteoartrite de joelho.
Palavras-chave: osteoartrite de joelho, osteoartrite, reabilitação, ensaio clínico controlado randomizado.
INTRODUÇÃO
A osteoartrite (OA) é caracterizada por degeneração articular e é a maior causa de dor musculoesquelética crônica e de limitação da mobilidade em pessoas idosas no mundo.1,2 Dentre as doenças reumáticas, a OA representa cerca de 30%–40% das consultas em ambulatórios de reumatologia. Além desse fato, sua importância pode ser demonstrada pelos dados da Previdência Social no Brasil, pois é responsável por 7,5% de todos os afastamentos do trabalho; é a segunda doença entre as que justificam o auxílio-inicial, com 7,5% do total; é a segunda também em relação ao auxílio-doença, com 10,5%; e é a quarta a determinar aposentadoria (6,2%).3
A fraqueza muscular, especialmente do quadríceps, é uma das principais repercussões osteomusculares da OA de joelho.4 O déficit de força na população com OA varia entre 15%–18% em pessoas no início da doença, 24% em pessoas com grau II (segundo classificação de Kellgren & Lawrence) e 38% em pessoas com grau IV.4 Hurley et al.5 sugeriram que mudanças degenerativas na estrutura do joelho com OA podem resultar em informação sensorial alterada de mecanorreceptores da articulação e, assim, reduzir a habilidade de ativar o quadríceps. Com isso, é possível perceber a relevância da fraqueza do quadríceps em pacientes com OA.4
Acredita-se que a fraqueza do quadríceps leve à redução da capacidade funcional, predispondo o joelho a maior dano estrutural, já que esse músculo atua como um absorvedor de choque da articulação do joelho.6 A origem da fraqueza do quadríceps femural em pacientes com OA não é clara. Hurley et al.5 têm demonstrado que alguns pacientes com OA exibem inabilidade de ativar o quadríceps de forma completa, uma condição que pode ser chamada de falha na ativação do quadríceps (FAQ).
Os exercícios são considerados uma das principais intervenções no tratamento conservador para pacientes com OA de joelho.7 Os principais objetivos são: redução da dor, melhora da função e melhora dos aspectos sociais e ocupacionais.8 Doi et al.9 compararam o efeito de exercícios domiciliares para o fortalecimento do quadríceps e o uso de anti-inflamatório não hormonal (AINH) por um período de oito semanas. Não houve diferença na melhora obtida nos dois grupos, segundo a avaliação do Western Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index (WOMAC). Os autores concluíram que os exercícios domiciliares direcionados para o fortalecimento do quadríceps melhoram a OA de joelho não menos que o uso de AINH. Exercícios moderados mostraram ser um bom tratamento não apenas na melhora dos sintomas e da função, mas também no conteúdo de glicosaminoglicanas na cartilagem do joelho em pacientes em alto risco de OA.10
A alta prevalência da OA de joelho e seu impacto na função e na qualidade de vida mostram a importância de pesquisa sobre estratégias de prevenção e de tratamento para essa condição clínica.11 O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do fortalecimento muscular do quadríceps femural na capacidade funcional e na dor de pacientes com OA de joelho.
 
MÉTODOS
O presente estudo foi realizado noAmbulatório de Especialidades de Interlagos, São Paulo, Brasil. Os médicos do Departamento de Reumatologia encaminharam os pacientes para a participação no estudo de acordo com os critérios de inclusão e exclusão. Um estatístico foi o responsável por realizar a alocação dos pacientes em cada grupo por meio de randomização numérica computadorizada. Afim de evitar o viés de seleção, uma terceira pessoa, não envolvida no estudo, numerou e selou os envelopes opacos. Os pacientes foram alocados em dois grupos: 1) Grupo Exercício (GEx), (n = 50); e 2) Grupo Orientação (GO), (n = 50). A medicação dos pacientes foi padronizada e não foi modificada durante o período da pesquisa. O analgésico prescrito foi o paracetamol, e as medicações para o tratamento da OA foram a diacereína e a cloroquina. Todos os pacientes assinaram o termo de consentimento informado para a participação no estudo, que foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de São Paulo (CEP 0141/07).
Tamanho da amostra
O cálculo do tamanho da amostra estabeleceu que uma amostra de 40 sujeitos seria capaz de proporcionar um poder de 80% para detectar uma diferença clínica mínima no teste Timed Up and Go (TUG) de 1 ± 3 segundos. Foi utilizada uma comparação pareada entre os três grupos com nível de significância de 0,05 (teste t de Student) usando ANCOVA. Para minimizar o efeito de possíveis perdas, o presente estudo seguiu o padrão ouro de evidência em reumatologia, alocando 50 pacientes em cada grupo.12
Critérios de inclusão e exclusão
Os critérios de inclusão consistiram em: idade entre 50 e 75 anos; OA grau II ou maior, baseado na classificação radiográfica de Kellgren & Lawrence;13 diagnóstico de OA de joelho de acordo com os critérios estabelecidos pelo American College of Rheumatology. Os critérios de exclusão foram: uso de marcapasso; condições cardíacas instáveis; participante de outro programa de atividade física; incapacidade de pedalar em bicicleta estacionária; incapacidade de deambulação; ter sido submetido a artroplastia de joelho ou quadril; diagnóstico de fibromialgia; epilepsia e local de aplicação com tumor ou lesão cutânea.
Intervenção
Os pacientes de ambos os grupos (GEx e GO) receberam um manual com orientações sobre como não sobrecarregar o joelho em atividades diárias e com instruções para utilizar bolsa de gelo em caso de dor e inflamação, e compressa morna, em caso de dor sem sinais inflamatórios (Figura 1). Vale ressaltar que os pacientes de ambos os grupos foram receitados também quanto ao uso da medicação citada anteriormente.
Grupo Exercício (GEx)
O período de intervenção do GEx foi de oito semanas, em uma frequência semanal de duas vezes. O protocolo de exercício incluiu: aquecimento por 10 minutos em bicicleta estacionária; alongamento dos músculos isquiotibiais com auxílio de uma faixa elástica (três séries de 30 segundos); e três séries de 15 repetições de exercício para extensão de joelho, com intervalo entre as séries de 30-45 segundos. A posição de realização do exercício foi sentada, com o quadril e o joelho em 90º de flexão.
A adequação da carga utilizada no exercício de fortalecimento foi definida com base no teste de 10 repetições máximas em vez do teste de uma repetição máxima, para evitar a possibilidade de lesão causada por uma contração muscular excessiva. Foi utilizada 50%-60% da carga máxima estimada.14
Grupo Orientação (GO)
Os pacientes do GO seguiram o manual de orientação. Por volta da segunda e da sexta semana os pacientes receberam dois telefonemas como forma de estímulo ao seguimento das orientações. Buscou-se explicar o manual de orientação ao paciente de uma forma simples e fácil, para melhor compreensão.
Desfechos primários

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