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GOVERNOS BRASILEIROS

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Tinha início uma nova etapa da história do Brasil, que, apesar de aspectos econômicos e políticos novos, matinha o populismo de Getúlio Vargas. O mesmo teve sua imagem muito utilizada pelo seu prestígio que ainda existia;
- Este período da história brasileira é chamado de República Liberal-populista. Nas abas ao lado, poderão escolher o governo de cada presidente.
A alternativa parlamentarista
- Após a renúncia de Jânio Quadros, o vice-presidente, João Goulart, não estava no Brasil, mas sim, na República Popular da China. Com isso, o Congresso  Nacional deu o cargo da presidência da República ao presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzili;
- Durante a viagem de Jango, os ministros militares publicaram um comunicado em que vetavam a posse do mesmo, alegando que ele tinha ligações com os comunistas;
- Sob liderança de Lionel Brizola, fortes manifestações se iniciaram pedindo a posse de João Goulart;
- As grandes manifestações, a divisão das forças armadas e as divergências políticas do Congresso Nacional fizeram com que fosse criado um governo parlamentarista, substituindo o presidencialismo. Isso assegurou a posse de Jango.
Governo Café Filho
- O vice-presidente Café Filho assumiu a Presidência, prometendo encaminhar o processo eleitoral marcado para o ano seguinte;
- Foi organizado um Ministério conservador, com predomínio de membros da UDN. Com isso, foi colocada em prática uma política completamente oposta àquela praticada por Getúlio;
- A sociedade brasileira considerava Café Filho como um "corpo estranho" no governo, que era constituído pela aliança PTB-PSD;
- Nas eleições de 1955, foi eleito o candidato do PSD, Juscelino Kubitscheck, e demonstrando a força política do varguismo, João Goulart elegeu-se vice-presidente;
- O deputado federal Carlos Luz e a UDN, que estavam no poder depois da renúncia de Café Filho tentaram impedir a posse da chapa PSD-PTB, entretanto, o ministro da Guerra, marechal Lott, garantiu o acatamento à Constituição e ao direito de posse.
Governo de Jânio Quadros
- Populista de direita, o vencedor das eleições de 1960, Jânio Quadros, caracterizou-se pela retórica de combate à corrupção e à imortalidade;
- Contraditório, moralista e autoritário, Jânio gerou desconfiança na população logo que assumiu o poder. Isto aconteceu por medidas tomadas pelo mesmo que foram consideradas ridículas, como:
Proibição do uso de biquíni;
Combate às brigas de galo;
Proibição de corridas de cavalo em dias úteis;
Censura ao uso de minissaia ou calças compridas pelas mulheres.
- Logo, o partido que o apoiava, a UDN, passou a se opôr aos atos do mesmo;
- No plano econômico, Jânio Quadros fez desastres, como:
Reduzir despesas demitindo funcionários públicos;
Restringiu o crédito ao consumidor;
Cortou subsídios, elevando o custo de vida;
Desvalorizou a moeda em relação ao dólar, provocando a falência de diversas empresas.
- Apesar de anticomunista declarado, Jânio Quadros aproximou-se de países socialistas, ao defender a política externa "independente e neutra". Além disso, o presidente condecorou com a Ordem do Cruzeiro do Sul o ministro de Cuba Ernesto Che Guevara;
- Sem o apoio de nenhum partido e sofrendo com a grande desconfiança das elites e de grupos conservadores, além de não ter a aprovação de camadas populares, Jânio Quadros renuncia ao cargo em agosto de 1961, tendo completado apenas sete meses de governo.
 
Governo de Gaspar Dutra
- Nas eleições presidenciais de 1945, apoiado pelo PTB, o general Gaspar Dutra foi eleito presidente;
- Em 1946 é criada uma nova constituição, que tinha, novamente, o caráter liberal:
Restaurava o cargo de vice-presidente da República;
Instituía o mandato do presidente a cinco anos;
Reafirmava a divisão dos três poderes;
Dava o direito de voto a homens e mulheres maiores de 18 anos, exceto analfabetos e praças militares (soldados, sargentos e subtenentes);
Mantinha a Consolidação das Leis Trabalhistas;
Estabelecia direitos políticos e sociais baseados em princípios liberais;
Instituía o habeas-corpus;
- O presidente Dutra orientou uma abertura política, com aproximação aos Estados Unidos;
Um exemplo de acontecimento por esta abertura foi a importação de muitas televisões para o Brasil, todavia, nesse período ainda não haviam antenas para fazerem as mesmas funcionarem, no Brasil.
- Esta abertura econômica gerou um aumento da dívida externa que havia sido paga por Vargas;
- Criou o Plano Salte ( Saúde, alimentação, transporte e energia), entretanto, este plano não teve os resultados esperados;
- Uma das poucas obras que podem ser destacadas são a pavimentação da Rodovia Rio-São Paulo e a construção da hidrelétrica de Paulo Afonso;
- Em 1950, ano de eleição, notava-se o fortalecimento de grupos nacionalistas, que junto com parte da burguesia industrial e a maioria da classe trabalhadora defendiam o retorno de Getúlio Vargas, para reverter a abertura que chamavam de "entreguismo";
- Getúlio Vargas foi lançado como candidato do PTB.
Governo de João Goulart
- Empossado em setembro de 1961, João Goulart iniciou seu governo em um regime parlamentarista, entretanto, o governo mostrou-se muito frágil;
- Durante o período parlamentarista, movimentos populares ganharam muita força, pois a crise econômica herdada de JK acentuava-se, pelo aumento da dívida externa e enorme inflação;
- A reforma agrária passou a ser algo muito pedido nos novos movimentos;
- No início de 1963, foi realizado um plebiscito para a população decidir sobre o mantimento ou não do parlamentarismo. O "Não" teve mais de cinco vezes o número de votos, chegando ao fim o regime parlamentarista. Assim, se iniciou uma nova fase no governo de João Goulart.
- A primeira medida tomada por Jango, após esta grande mudança, foi a criação do Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social, que tinha como objetivo promover a estabilização da economia;
- A multiplicação dos movimentos populares, liderados pelas forças políticas de esquerda, fizeram com que João Goulart passasse a investir nas reformas de base;
- Em março de 1964, foi realizado um grande comício, conhecido como Comício da Central, em que João Goulart anunciou e assinou dois decretos: o de nacionalização das refinarias de petróleo que ainda não estavam sendo controladas pela Petrobras e a desapropriação de terras, para reforma agrária;
- Iniciou-se assim uma onde de protestos dos conservadores e da classe média, que se uniram para fazer a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, na qual tiveram mais de 500 mil participantes, contra a "ameaça comunista";
- Estimuladas pelas diversas manifestações, as forças armadas armaram um golpe com o apoio dos Estados Unidos. O chefe do Estado-maior do Exército, general Humberto Castello Branco liderava as articulações. Então, na noite de 31 de março de 1964, as tropas do exército se deslocaram para o Rio de Janeiro, onde estava o presidente, executando o golpe militar;
- Este golpe teve apoio da classe média, de latifundiários, de empresários ligados à multinacionais, setores conservadores e da Igreja Católica.
 
Governo de Juscelino Kubitschek
- Juscelino, ex-governador de Minas Gerais propagou durante a campanha eleitoral que faria o país crescer "50 anos em cinco". Com isso, passou a ser considerado o presidente da modernidade, inaugurando a "República Bossa-Nova";
- JK conseguiu encantar as elites, seduzir as camadas médias da sociedade e encher de esperanças os trabalhadores;
- A política econômica foi definida pelo Plano de Metas, o qual possuía metas a serem atingidas nos setores de energia, transporte, indústria, alimentos e educação;
- Podemos destacar como grandes mudanças:
A chegada de indústrias de bens de consumo (como as indústrias automobilísticas, de eletrodomésticos e de higiene e limpeza);
A construção de usinas hidrelétricas (como Furnas e Três Marias);
A construção de mais de 20 mil quilômetros de estradas;
A capital deixou de ser o Rio de Janeiro e virou Brasília.
- O "surto modernizante" foi financiadocom capitais estrangeiros e do Estado;
- Ao mesmo tempo que ampliava a emissão de papel-moeda, o governo concedia muitos incentivos para as empresas, na forma de isenção de impostos, tarifas preferenciais e facilidades em trocas cambiais;
- a Era JF foi um período de realizações modernizantes, entretanto, deve ser vista também como marco de uma nova época, em que o Brasil passou a ter uma grande dependência do capital externo, além de ter se ampliado a exclusão social e regional. O país submeteu-se completamente aos interesses econômicos externos, principalmente dos Estados Unidos;
- A maioria esmagadora da população não foi integrada neste novo modelo socioeconômico que era baseado, principalmente, no consumismo;
- A explosão industrial foi concentrada no Sudeste, onde já haviam maiores ofertas de emprego, melhores condições de saúde, transportes e educação;
- Esses reflexos negativos foram evidentes nas eleições de 1960, quando o candidato da coligação PSD-PTB, general Lott, foi derrotado nas eleições por Jânio Quadros.
Obs: Dizem que a coligação PSD-PTB já imaginava que aconteceria um golpe militar, então fizeram uma campanha muito fraca pelo poder. Entretanto isso não deu certo, pois o golpe militar eclodiu nas mãos de João Goulart, em decorrência da renúncia de Jânio Quadros.
 Segundo governo de Getúlio Vargas
- O retorno de Getúlio Vargas ao poder representou a volta do trabalhismo e do nacionalismo;
- No primeiro ano de mandato, Vargas enviou ao Congresso Nacional um projeto de criação de uma empresa petrolífera estatal ( que viria a ser a Petrobras). Além disso, liberou a organização sindical, com o objetivo de estimular a sindicalização, flexibilizando as leis que regiam relações entre organizações de trabalhadores e o Estado;
- Vargas, logo ao entrar no poder, também criou o Plano Lafer (Plano Nacional de Reaparelhamento Econômico), que tinha o objetivo de nortear as prioridades econômicas do governo;
- Em 1952, foi criado o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico para aumentar a produção, por meio de planos técnicos com o apoio financeiro;
- No mesmo ano, o sistema nacional de geração de energia elétrica foi estatizado e foi criado um decreto que limitou em 10% a remessa de lucros às empresas estrangeiras que estavam no país;
- Em 1953, foi criada a Petrobras, e junto a esta, a Lei dos Lucros Extraordinários, que limitava ainda mais a remessa de lucros. Com isso, o petróleo passou a ser totalmente brasileiro;
- Depois da entrada de Vargas à Presidência, sindicatos buscaram recuperar perdas salariais acumuladas no governo Dutra, com isso ocorreram mais duas Greves Gerais, uma no Rio de Janeiro e outra em São Paulo;
- Cedendo as pressões, Getúlio Vargas aceitou a proposta de João Goulart, ministro do Trabalho, de conceder 100% de aumento para o salário mínimo. Com isso, o empresariado passou a atacar Vargas, acusando-o de aproximação com comunistas e de preparar um golpe de Estado;
- Jornais e emissoras de rádio passaram a servir de meios de difusão de acusações e pensamentos da UDN;
- Uma campanha difamatória foi criada por Carlos Lacerda ( dono do jornal Tribuna da Impresa). Outros grandes opositores foram o jornal O Globo e O Estado de São Paulo;
- Em agosto de 1954, ocorreu então o atentado da ruaToneleros, feito por um pistoleiro, em que Carlos Lacerda saiu levemente ferido, e teve seu amigo, major Rubens Vaz, morto ( não se sabe se foi armado por Vargas). Com isso, as forças de oposição passaram a se organizar para exigir a renúncia ou a deposição do presidente;
- No mesmo mês, foi assinado um manifesto por 27 generais do Exército que exigiam a renúncia imediata do presidente;
- Ao amanhecer do outro dia (24), após uma reunião com ministros, Getúlio Vargas suicidou-se com um tiro no coração;
- A notícia do suicídio causou uma grande comoção e revolta na grande massa da população, que passou a acusar a UDN e outros setores internacionais como causadores da morte do adorado presidente.
 
Será possível ler a carta de Getúlio Vargas, escrita um pouco antes de sua morte, na aba ao lado.
 
Governo de Castello Branco
- Ao assumir o poder, Castello Branco exige o cumprimento da Constituição decretada em 1946, sendo mudada apenas através de atos institucionais;
- Desde este primeiro período da ditadura, já se iniciava a luta armada, influenciada pelos revolucionários cubanos e movimentos armados da América-Latina;
- Apesar de combater a prática de tortura, Castello Branco cria o Serviço Nacional de Informação (SNI), para punir opositores;
- É decretado, no mesmo ano do golpe, o AI-1, dando fim às eleições diretas para a Presidência da República;
- Buscando estabilizar a economia, é lançado o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG): este plano fez um arrocho salarial, um grande corte de investimentos em obras públicas, aumento de impostos e restrição ao crédito;
- Em 1965, é decretado o AI-2, o qual decreta o bipartidarismo, ou seja, só poderiam haver dois partidos, o Aliança Renovadora Nacional (Arena) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), o primeiro era o partido vigente e o segundo, oposição;
- Com isso, Carlos Lacerda, um apoiador do golpe, é marginalizado. Então é criada a Frente Ampla, uma união entre Carlos Lacerda, Juscelino Kubitscheck e João Goulart. Este seria um movimento de oposição;
- No mesmo ano é decretado o AI-3, o qual deu fim às eleições diretas para governador, fazendo assim com que fossem colocados 17 governadores do Arena. Além disso, este Ato Institucional fez com que os prefeitos fossem indicados pelos governadores;
- Apesar de ser dito acima que Castello Branco exigia o cumprimento da Constituição, o mesmo criou o AI-4, em que foi votada uma nova Constituição;
- Em 1967, o presidente general Castello Branco renuncia ao poder, passando-o para seu sucessor, marechal Costa e Silva.
 
Governo de Costa e Silva
- Depois da ocorrência de eleições indiretas, o marechal Costa e Silva assume o poder;
- Logo em que assumiu o poder, foi colocada em vigor a nova Constituição, que tinha sido iniciada no governo de Castello Branca, nesta:
A maior parte das decisões são concentradas no Poder Executivo;
Estabelece as eleições indiretas para presidente, o qual teria mandato de cinco anos;
Proíbe as greves;
Abre espaço para futuras leis de censura;
Estabelece a pena de morte para crimes contra a  segurança nacional.
- Em 1967, Carlos Marighella, do PCB, cria a Ação Libertadora Nacional (ALN);
- Neste período, grupos de esquerda começaram a se radicalizar, fazendo com que houvesse um endurecimento político;
- Se inicia a construção de Obras Faraônicas, como a ponte Rio Niterói e a usina hidrelétrica de Ilha Solteira;
- Em 1968, pela radicalização da oposição, é criado o AI-5, representando o endurecimento do regime. Neste Ato Institucional, foi proibida qualquer manifestação política e foi vetado o habeas corpus para crimes contra a segurança nacional. Este ainda deu totais poderes ao presidente para fechar o congresso, dar fim a mandatos de parlamentares, decretar estado de sítio e julgar crimes políticos;
- Diversas prisões e a criação da nova Constituição passaram a gerar indignação por parte da população brasileira, criando diversos protestos. Podemos dar grande destaque a Passeata dos Cem Mil, organizada pela UNE, na qual era pedido o fim da ditadura militar. Participaram da mesma, diversos políticos, intelectuais, artistas, estudantes e outras partes da sociedade.
- Em 1969, com problemas de saúde, Costa e Silva se afasta do poder.
 Governo de Castello Branco
- Ao assumir o poder, Castello Branco exige o cumprimento da Constituição decretada em 1946, sendo mudada apenas através de atos institucionais;
- Desde este primeiro período da ditadura, já se iniciava a luta armada, influenciada pelos revolucionários cubanos e movimentos armados da América-Latina;
- Apesar de combater a prática de tortura, Castello Branco cria o Serviço Nacional de Informação (SNI), para punir opositores;
- É decretado, no mesmo ano dogolpe, o AI-1, dando fim às eleições diretas para a Presidência da República;
- Buscando estabilizar a economia, é lançado o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG): este plano fez um arrocho salarial, um grande corte de investimentos em obras públicas, aumento de impostos e restrição ao crédito;
- Em 1965, é decretado o AI-2, o qual decreta o bipartidarismo, ou seja, só poderiam haver dois partidos, o Aliança Renovadora Nacional (Arena) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), o primeiro era o partido vigente e o segundo, oposição;
- Com isso, Carlos Lacerda, um apoiador do golpe, é marginalizado. Então é criada a Frente Ampla, uma união entre Carlos Lacerda, Juscelino Kubitscheck e João Goulart. Este seria um movimento de oposição;
- No mesmo ano é decretado o AI-3, o qual deu fim às eleições diretas para governador, fazendo assim com que fossem colocados 17 governadores do Arena. Além disso, este Ato Institucional fez com que os prefeitos fossem indicados pelos governadores;
- Apesar de ser dito acima que Castello Branco exigia o cumprimento da Constituição, o mesmo criou o AI-4, em que foi votada uma nova Constituição;
- Em 1967, o presidente general Castello Branco renuncia ao poder, passando-o para seu sucessor, marechal Costa e Silva.
 
Governo de Médici
- Nas eleições indiretas de 1969, foi eleito Emílio Garrastazu Médici;
- No início de seu governo, o Brasil passava pelo Milagre Econômico, quando o PIB chegou a elevar-se em mais de 13% ao ano, então a mídia ofuscava os diversos problemas entre oposição e ditadura;
- A oposição legal ( MDB), tinha dificuldades para atuar, em decorrência da repressão e da grande evolução econômica;
- A classe média e as classes populares passaram a ser beneficiadas com a expansão do crédito ao consumidor;
- Foram criados o Serviço Nacional de Informações (SNI) e o Departamento de Ordem Política e Social (Dops). Estes serviram para a repressão;
- O governo Médici, em decorrência do AI-5, foi o mais rígido, sendo o que gerou mais mortes e torturas;
- Em 1973 ocorre a Guerra do YomKippur, que teve como consequência a Crise do Petróleo. No governo de JK, as redes marítimas e ferroviárias passaram a ser substituídas pelas rodoviárias, passando a ser necessário o petróleo. Com a elevação do mesmo, o Brasil sofreu muito com a crise;
- Em 1974, se encerra o tempo de governo de Médici, e o general Ernesto Geisel é nomeado presidente da República
Governo Geisel
- O general Geisel assume o poder em plena Crise do Petróleo, quando a ditadura passa a perder todo o apoio popular;
- Houve uma brutal retração do crédito, e alta da inflação, tendo como consequência a indignação da classe média;
- Em 1975, faleceu Wladimir Herzog ( diretor de jornalismo da TV Cultura), vítima de tortura - o Exército dizia que ele se suicidou no interior de uma cela, após ser preso - nas dependências do Doi-Codi ( Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa). A população não acreditou na versão do Exército;
- Em 1976, é decretada a Lei Falcão, a qual proibia o pronunciamento de candidatos em problemas eleitorais de rádio ou televisão. Isto fez com que não fossem difundidas críticas ao regime;
- Mesmo atrapalhado pela Lei Falcão, o MDB conseguiu vencer o pleito, elegendo muitos prefeitos e vereadores;
- No mês de abril de 1977, houve o Pacote de Abril, visando impedir o aumento de representantes oposicionistas. Este pacote:
Aumentou o mandato do presidente para seis anos;
Diminiu proporcionalmente a representação parlamentar em estados mais populosos, onde era maior a força da oposição;
Um terço dos senadores passaram a ser indicados pelo próprio governo.
- O início da divulgação de barbaridades que eram feitas pelo exército, encorajou entidades a lutarem pela redemocratização, convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte, anistia política a presos e exilados e pela volta das eleições diretas. Com isso, a UNE voltou a ser protagonista, além de nascer um novo sindicalismo ( principalmente em São Paulo, tendo como figura importante, Lula);
- Ao final de seu mandato, Giesel revogou o AI-5, entretanto o poder executivo poderia continuar com o direito de decretar estado de sítio;
- Neste período de final de governo, apesar de conseguir uma pequena elevação do PIB, a situação continuava instável economicamente, com uma inflação monstruosa e aumento desenfreado da dívida externa.
 
Governo Figueiredo
- Apesar do passado vinculado a um órgão de repressão ( chefe do SNI no governo Médici), Figueiredo assumiu a Presidência com o objetivo de avançar a abertura política;
- A abertura política foi atrasada pela divergência entre grupos militares e civis, que eram divididos em três: um pretendia flexibilizar o regime de modo rápido; outro de modo "lento e gradual"; e o terceiro ( que era composto pelos "linha dura"), não queria entregar o poder aos civis;
- Logo no início do governo, a situação econômica teve uma queda, com disparada da inflação e da dívida externa. Essa enorme crise aumentou a insatisfação da sociedade e passou a gerar cisões na Arena, adiantando a abertura;
- Em 1979, ocorreu uma grande greve na região do ABC, organizada por metalúrgicos, paralisando mais de 200 mil trabalhadores;
- No mesmo ano, Figueiredo promoveu uma reforma partidária, dando fim ao AI-2. Os dois partidos criados pelo regime militar (Arena e MDB) foram extintos e diversos novos partidos foram criados, como por exemplo: Partido Democrático Social ( Formado pela maior parte dos antigos membros do Arena); além de diversos outros de oposição, como o PMDB, PP, PDT, PTB e PT;
- Em agosto do mesmo ano, foi aprovada a Lei de Anistia, excluindo a condenação, de presos por crimes de terrorismo, assalto, sequestro e atentados pessoais, entretanto, incluia acusados de tortura, assassinato e desaparecimento. Com isso, diversos líderes políticos, intelectuais, artistas e esquerdistas puderam voltar ao Brasil;
- Foi dado fim ao AI-3, marcando eleições regionais para 1982. Com isso, para a oposição ganhar mais poder, dois líderes políticos fundiram o PP ao PMDB: Ulysses Guimarães (PMDB) e Tancredo Neves (PP);
- A oposição conseguiu eleger governadores em 10 estados nas eleições de 1982;
- Com a vitória da oposição e o fim do AI-5, foram mostrados a população os fracassos das políticas econômicas, a inflação e o crescimento da dívida externa, além de denúncias contra militares envolvidos em torturas, assassinatos e escândalos financeiros;
- Em 1980, como tentativa de demonstração de poder, o governo queimou bancas de jornal que vendiam publicações esquerdistas e agrediram diversos políticos de oposição. A ação de maior repercussão foi o Atentado ao Riocentro. Este aconteceu quando mais de 20 mil pessoas assistiam a espetáculos de música em comemoração ao Dia do Trabalho, no Riocentro, que fica localizado no Rio de Janeiro. Os espetáculos iam bem até que explodiu uma bomba em um automóvel que estava no estacionamento, a bomba estava no colo de um sargento do Exército, que foi morto; militares informaram que esta bomba seria de terroristas de esquerda, entretanto, apurando os fatos, foi provado que isso havia sido organizado pelos próprios militares;
- O Atentado ao Riocentro agravou mais a situação da ditadura;
- Nas ruas, iniciaram campanhas formadas pelo movimento conhecido como Diretas Já. O deputado federal de Mato Grosso, Dante de Oliveira, apresentou uma emenda à Constituição, propondo eleições diretas para a Presidência da República em 1984 - ano em que estavam marcadas as eleições indiretas para eleger o sucessor de Figueiredo;
- No ano de 1984, o Congresso Nacional rejeitou a proposta, entretanto, Tancredo Neves se movimentava, tentando sair vencedor das eleições indiretas;
- Por discordâncias dentro do partido, José Sarney e Aureliano Chaves se retiram do PDS e foram o Partido da Frente Liberal (PFL), que passou a ser formado por dissidentes do PDS;
- O PMDB e o PFL se uniram, formando a Aliança Democrática, para enfrentar Paulo Maluf,do PDS. A Aliança indicou Tancredo Neves como candidato à Presidência e José Sarney para vice. Apesar das eleições indiretas, os dois candidatos levaram a campanha para praças públicas, por meio de comícios;
- Em 1985, Tancredo Neves foi eleito presidente da República, pondo fim ao período militar. A posse seria no dia 15 de março de 1985, entretanto, na noite do dia 14 para o 15, Tancredo Neves foi hospitalizado. Com isso, as lideranças políticas decidiram dar o poder a José Sarney. Tancredo Neves faleceu no dia 21 do mesmo mês.
 
 
 Governo Sarney
- Ao entrar no poder, Sarney, que foi ligado a ditadura, teria a dura necessidade de acabar com o autoritarismo do período, promover a redemocratização e tirar o país da crise gerava uma inflação de até 230%;
- Com o objetivo de acelerar a redemocratização, Sarney logo convocou a Assembléia Nacional Constituinte, para ser votada em 1986;
- Ainda no ano de posse, 1985, foram reinstituídas eleições diretas para a Presidência da República, além do voto ter sido estendido a analfabetos;
- Em 1986, foi criado o Plano Cruzado, um plano de estabilização da economia, tinha como principais medidas:
Tabelamento e congelamento anual de preços e dos salários;
Criação de uma nova moeda, o Cruzado, substituindo o Cruzeiro;
- Este plano não deu certo, rapidamente os produtos tabelados começaram a desaparecer dos supermercados;
- Depois, o Brasil tentou voltar ao FMI, com o objetivo de renegociar a dívida externa, entretanto, em 1988, a inflação chegava perto de 1000% ao ano, corroendo a moeda e os salários;
- Em 1988, foi finalmente criada a nova Constituição, com as seguintes inovações:
Mandato de cinco anos para o presidente da República;
Direito de voto para jovens com idade entre 16 e 18 anos;
Direito de greve;
Redução da jornada de trabalho de 48 para 44 horas semanais;
Liberdade sindical;
Fim da censura a órgãos de comunicação e à cultura.
- Em 1989, foi criado um novo plano falho, o Plano Verão, que substituiu o Cruzado pelo Cruzado Novo, determinando novamente o congelamento dos preços. Sendo repetido o erro;
- 1989 foi o ano das primeiras eleições diretas para a Presidência da República, desde a eleição em que Jânio Quadros assumiu o poder. Em meio à "euforia democrática", 21 candidatos tentaram se eleger presidente. Dentre estes grandes nomes, os que mais se destacavam eram: Lula ( por ser um líder sindicalista), Brizola ( pelo seu estilo getulista) e Fernando Collor ( pelo apoio recebido pela Globo, decorrente de sua baixa idade, sendo difundida sua imagem);
- A classe média toda passou a apoiar Collor pelo seu dinamismo e promessas de moralização. O mesmo formou um partido chamado Partido da Reconstrução Nacional (PRN), que era constituído por políticos sem muito prestígio;
- Com todo o apoio da classe média e inferiores, Collor vence as eleições e se torna o novo presidente do Brasil.
Governo Collor
- Logo no dia de sua posse, Collor já anunciou novas medidas, dizendo ser o início de uma grande reforma administrativa. Foram extintos ministérios e empresas estatais, vendidos bens públicos e privatizadas algumas empresas estatais;
- No dia seguinte, foi anunciado o Plano Brasil Novo, depois chamado de Plano Collor, que determinava o confisco de dinheiro, com o bloqueio de mais de dois terços do dinheiro que circulava no país. Isso foi feito porque o governo acreditava que a inflação era gerada pelo excesso de moeda circulante;
- Entre as principais medidas do Plano Collor estão:
Volta do Cruzeiro;
Bloqueio de todos os depósitos em conta corrente ou em caderneta de poupança superiores a 50 mil cruzeiros;
Bloqueio de todas aplicações financeiras;
Congelamento de preços e salários.
- Em fevereiro de 1991, foi feito o Plano Collor II, em que novamente congelou os preços;
- Nas relações externas, há o destaque para a assinatura do Tratado de Assunção, em março de 1991. Este documento criou o Mercosul;
- Ao longo do segundo semestre do mesmo ano, começaram a aparecer denúncias de corrupção entre pessoas próximas ao presidente. Isto fez com que o Congresso Nacional instalasse uma CPI para apurar estas denúncias. Foram quebrados sigilos bancários, fiscal e telefônico de diversas pessoas ligadas ao poder;
- Com o avanço dos trabalhos da CPI, aumentava cada vez mais a indignação da população, se inciando diversas manifestações estudantis por todo o país pedindo a renúncia do presidente. Logo o coro de "Fora Collor" foi difundido também entre os trabalhadores;
- O estilo arrogante e autocrático do presidente fazia com que ele perdesse também o apoio dos parlamentares. Iniciando assim os pedidos de impeachment;
- No final de 1992, foi aprovado pela CPI o relatório, que responsabilizava o presidente pelos escândalos, sendo aberto pelo Congresso Nacional o pedido de impeachment;
- Em 2 de outubro de 1992, antes que o julgamento fosse concluído, Fernando Collor de Mello renunciou ao cargo, logo após ser afastado do mesmo. Dessa maneira humilhante, teve fim a "República de Alagoas".
 
Governo Itamar Franco
- Com a saída de Collor, Itamar Franco assume a Presidência da República interinamente.
- Com o objetivo de modificar o desastre que era a economia neste período, foi indicado para o Ministério da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, que prometia colocar a inflação em 25% ao mês e reorganizar a economia;
- O novo ministro da Economia elaborou um novo plano econômico chamado de Plano Real, que seria feito de maneira lenta;
- No primeiro ano de governo, foi feito um controle de gastos públicos;
- Em 1994, é criada uma nova moeda, o real, que matinha a paridade com o dólar;
- Depois de uma grande elevação de preços ocorrida pelo aumento especulativo feito por empresários, perto do início do Plano Real, a inflação começou a cair;
- Credenciado pelo grande sucesso do Plano Real, FHC foi lançado como candidato à sucessão de Itamar Franco nas eleições de outubro de 1994;
- Fernando Henrique Cardoso venceu facilmente as eleições, logo no primeiro turno.
 
Governo Fernando Henrique Cardoso
- Com o apoio da grande burguesia nacional e internacional, empresários e parte da classe média, FHC venceu facilmente as eleições;
- Ao assumir o poder, tinha como prioridade manter a estabilidade econômica, conseguida com o Plano Real, para isso, o governo fez um aumento das taxas de juros, para deter o consumo e o crédito;
- A elevação dos juros atraiu empresas estrangeiras e investimentos em dólares, que ajudaram no aumento das reservas cambiais brasileiras;
- Para pagar dívidas públicas, foi acelerado o processo de privatização. Grandes empresas estatais, do ramo de telefonia, energia elétrica, transportes e mineração, foram vendidas a grupos privados;
- Os lucros recebidos com a privatização das empresas foram usados para o pagamento de juros da dívida externa, enquanto poderia ser para investimentos internos;
- Por meio de trocas de favores com participantes do Congresso, Fernando Henrique conseguiu fazer reformas constitucionais que, segundo ele, seriam importantes para atrair investimentos estrangeiros. Uma das reformas foi a quebra do monopólio nas áreas de petróleo, telecomunicações, gás e transportes;
- A opinião pública aceitou essas medidas, pensando que essas medidas eram fundamentais para impulsionar o crescimento econômico brasileiro;
- Em 1997, FHC conseguiu a aprovação de uma emenda que possibilitaria a reeleição do presidente para um mandato de mais quatro anos;
- Então, o atual presidente iniciou sua campanha para reeleição, usando a estabilidade econômica como principal ponto. Com uma grande campanha, FHC conseguiu conquistar a população pela queda da inflação, ganhando o apoio também de classes inferiores;
- Com isso, Fernando Henrique Cardoso conseguiu se reeleger. No segundo mandato, enfrentou crises econômicas e políticas;
- Em 1998, a moeda brasileira passou a sofrer um forte ataque especulativo, assim como aconteceu no Méximo, Rússia e Argentina. Este surto especulativo ocorreu pela saída de robilhoões dedólares do país, para outros centros financeiros. Sem reserva suficiente para manter a estabilidade da moeda, foi necessário abandonar a política cambial que mantinha a paridade entre real e dólar. Isto resultou na desvalorização do real, agradando o sistema financeiro e fazendo as bolas reagirem positivamente;
- No ano seguinte, a alta da moeda norte-americana em relação ao real, a elevação das taxas de juros, aumento da dívida pública  e queda da produção decorrente do desemprego, houve uma elevação da inflação. Com isso, o Brasil novamente tentou negociar com o FMI, tendo assim que reduzir os gastos públicos;
- Logo após esta crise gerada pelo ataque especulativo, foram feitas denúncias de que o Banco Central havia beneficiado instituições financeiras com informações sigilosas;
- Em 2001, ocorreu uma grande crise no setor de energia elétrica, que fez com que o governo fizesse planos de racionamento de energia elétrica, para tentar evitar blecautes e "apagões". Para compensar perdas das empresas, o governo aumentou as tarifas sobre a energia elétrica;
- Também apareceram alguns escândalos políticos e financeiros, como por exemplo um desvio de 110 milhões de reais desviados de recursos públicos, em São Paulo;
- Perto das eleições de 2002, a crise econômica, o "apagão" e outros escândalos fizeram com que a popularidade de FHC caísse, aumentando a popularidade de Luiz Inácio Lula da Silva, que tentava pela quarta vez vencer as eleições. Fernando Henrique daria apoio a José Serra, então ministro da saúde;
- A possibilidade da vitória de um candidato da esquerda, assustou as camadas altas da sociedade e vários grupos de financeiros internacionais, com medo de uma nacionalização da economia. Com isso, vários empresários internacionais retiraram seus investimentos do país, gerando uma instabilidade momentânea, entretanto, ao se aproximar de grupos liberais, como o PL, de seu vice, José Alencar, essa instabilidade teve fim;
- No segundo turno das eleições de 2002, Luiz Inácio Lula da Silva venceu as eleições.
 
O Governo Lula
- Para muitos, a posse de Lula em 2003, foi o início de uma nova história do Brasil, pela entrada de, pela primeira vez, um líder da esquerda. Não era esperada uma "revolução", pois as alianças do PT já sinalizavam isso, porém, esperavam maiores investimentos nas classes populares;
- Na sua posse, Lula anunciou como prioridade o Programa Fome Zero, destinando mais de 3 bilhões de dólares para tentar erradicar a fome no Brasil;
- Também em 2003, foi lançado o Programa Primeiro Emprego, o qual abriu mais de 250 mil postos de trabalho para jovens entre 16 e 24 anos de idade, encaminhando outros também para cursos profissionalizantes;
- Foi reaberta a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste ( Sudene) e da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia ( Sudam), estas haviam sido fechadas por Fernando Henrique Cardoso em 2002;
- No ano de 2004, José Dirceu ( então ministro da Casa Civil) teve seu nome vinculado a bingos;
- Neste mesmo ano, Roberto Jefferson, líder do PTB na Câmara dos Deputados foi acusado de cobrar propina a empresários que eram facilitados na contratação de serviços licitados pelos Correios. Isto fez com que nesse ano fosse criada a "CPI dos Correios". Chamado para depor, Roberto Jefferson fez graves acusações ao tesoureiro do PT, Delúbio Soares; esta acusação gerou a "CPI do Mensalão";
- Após todas as denúncias e a crise ocorrida dentro do PT, houve um grande racha no partido, sendo substituída toda a direção;
- Em 2005, José Dirceu, teve seu mandato cassado. Um ano depois, Antonio Palocci, ministro da fazenda renunciou;
- Em relação a economia, o governo Lula adotou o conservadorismo da gestão FHC. A economia se manteve estável . Apesar da taxa básica de juros acima de 15%, isto contribuía para manter a inflação em níveis aceitáveis. Estes altos juros fizeram com que os bancos tivessem lucors jamais vistos no Brasil;
- Enquanto no período do governo FHC, a balança comercial estava deficitária, desde 2005 ocorreram altos superávits;
- Nas eleições de 2006, a oposição se aproveitou dos escândalos para ganhar apoio da população. O mais forte candidato da oposição foi Geraldo Alckmin, do PSDB. Entretanto, Lula conseguiu ser reeleito, tendo então mais quatro anos de mandato;
- No seu segundo mandato, Lula contou com o apoio de doze partidos;
- O ano de 2007 foi marcado pelo crescimento de atividades como a agropecuária, além da construção civil e o setor automotivo. Isto aconteceu pela recuperação da renda da população, que começou a poder consumir mais;
- A crise econômica de 2008, chegou no Brasil apenas no último trimestre do ano, quando ocorreu um aumento do desemprego. Entretanto, a crise chegou de modo fraco no país;
- Após seus dois mandatos, Lula não poderia mais se reeleger, então passou a dar apoio a Dilma Roussef, também do PT nas eleições de 2010. Esta, foi eleita a primeira presidente do Brasil e está com seu mandato vigente no momento
O Governo Dilma - Análise
Dilma Rousseff iniciou o ano sob o clichê “sombra de Lula”, ou seja, a análise de que o peso de Lula constrangeria o seu governo. Aos poucos, porém, foi imprimindo o seu estilo de governar e encerra o seu primeiro ano de mandato com indíces de aprovação superiores aos obtidos por FHC e de Lula em seus respectivos primeiros anos de governo.
Os problemas políticos – sucessivas demissões de ministros e tensões na base aliada – e econômicos – recrudescimento da inflação e crise internacional – não resultaram em graves crises que tenham colocado o seu governo na parede. Ao contrário, com frágil oposição no parlamento e reduzida contestação do movimento social, os maiores problemas de Dilma resumiram-se a sua propria base aliada e as lambanças dos seus ministros.
Nem tudo, entretanto, foi céu de brigadeiro no primeiro ano do governo de Dilma. A conjuntura econômica, agravada pela crise internacional, trouxe dores de cabeça à presidente. A baixa expectativa de crescimento econômico, distante do virtuosismo dos anos antecedentes é, desde já, o principal problema a ser enfrentado em 2012 – é conhecida a lição de que crises econômicas redundam em crises políticas. 
A base e fundação do governo Dilma – e que melhor explica as decisões do seu primeiro ano de mandato – é o modelo neodesenvolvimentista, continuidade do modelo iniciado por Lula. É a partir desse modelo que se compreende, sobretudo, as principais tensões com o movimento social brasileiro. 
No balanço da relação do primeiro ano do governo Dilma Rousseff com o movimento social um paradoxo: melhorou a interlocução, mas não necessariamente a afluxão das reivindicações. Dilma com o seu estilo gerencial, menos político, e arraigada a sua concepção desenvolvimentista nem sempre se sensibilizou pelas demandas apresentadas.
O balanço geral de derrotas e conquistas é feito a partir do ponto de vista que se olha. Há movimentos que veem um saldo positivo na relação com o governo após um ano, outros veem o contrário. Considerando-se, entretanto, os grandes temas postos na agenda social de 2011, o balanço é mais de derrotas do que ganhos.
Na sequência, apresentamos uma síntese dos principais fatos que marcaram as áreas política, econômica e social do primeiro ano do governo Dilma Rousseff e que auxiliam para o balanço do exercício no poder da primeira mulher na presidência da República brasileira.
Economia. Um ano de oscilações entre medidas de cárater liberal e keynesiano
Discurso desenvolvimentista, medidas ortodoxas
Na economia, o primeiro ano do governo Dilma Rousseff não surpreendeu. Assistiu-se a continuidade da macroeconomia do governo anterior – particularmente do segundo mandato de Lula –, ou seja, uma política econômica orientada pela busca do crescimento econômico, atenta, porém, à política fiscal. Pode-se afirmar que amacroeconomia do governo Dilma se orientou pela adoção de medidas heterodoxas entremeada, entretanto, por medidas ortodoxas.
Já nos meses que antecederam a sua posse,Dilma deu sinais de que priorizaria o crescimento econômico, porém sem se descuidar do cumprimento das metas fiscais – superávit primário – e do monitoramento da política cambial. A opção pela não continuidade de Henrique Meirelles no Banco Central e sua substituição por um nome de menor peso político e mais técnico – Alexandre Tombini e as definições pela continuidade de Guido Mantega na Fazenda eLuciano Coutinho no BNDES indicavam que Dilma buscaria o crescimento econômico.
Registre-se que, antes das nomeações dos titulares da área econômica, a boataria era grande de que Dilmamanteria o núcleo econômico “balanceado” de Lula, ou seja, a manutenção do pêndulo entre monetaristas, representado por Meirelles no BC versus os desenvolvimentistas, representado por Mantega na Fazenda. O pêndulo, na composição do ministério de Dilma, mexeu-se para o lado dos desenvolvimentistas. 
Curiosamente, a primeira grande medida de impacto do governo Dilma na área econômica, ainda no mês de janeiro, começo do seu governo, foi de caráter ortodoxo: o aumento da taxa de juros de 10,75% para 11,25%. Na sequência – no mês de fevereiro – mais duas importantes medidas de caráter ortodoxo: a aprovação do valor do salário mínimo de R$ 545,00 e o anúncio do corte de R$ 50 bilhões no orçamento. O objetivo central das medidas: desaquecer a economia que se encontrava em forte expansão e sinalizar para a sociedade que o governo não titubearia em manter o rigor à perseguição das metas fiscais, no caso o controle da inflação.
Ao mesmo tempo a votação do salário mínimo, tema de forte apelo popular, serviu para Dilma testar e medir a fidelidade de sua base de apoio. Foi já nessa época que o ministro do Trabalho Carlos Lupi caiu em desgraça comDilma ao não garantir a votação em bloco dos parlamentares do PDT ao salário mínimo impopular defendido pelo governo. Lupi optou pelo discurso retórico do trabalhismo e postulou autonomia e liberdade para os seus deputados votarem a matéria.
Os três primeiros meses do governo Dilma e suas medidas na área econômica foram suficientes para uma forte polêmica sobre o caráter do seu governo. Esse debate acerca das linhas fundamentais da política econômica do governo da presidente Dilma Rousseff foi tema da revista IHU On-Line n. 356: "A política econômica do governo Dilma. Continuidade ou mudança"? 
Participam do debate economistas e analistas sociais de diferentes vertentes teóricas: Fernando Cardim de Carvalho(UFRJ), Luiz Gonzaga Belluzzo (Unicamp), José Luis Oreiro (UnB), David Kupfer (UFRJ), Reinaldo Gonçalves (UFRJ) eFrancisco de Oliveira (USP). Grosso modo, percebeu-se três vertentes de análise sobre os rumos da economia à época no governo Dilma Rousseff: 
1) Aqueles que consideravam "uma boa supresa" o início do governo Dilma e avaliavam como corretas as medidas adotadas.
2) Aqueles que avaliavam o início do governo como o "mais do mesmo", ou seja, a continuidade de uma política econômica refém dos interesses do capital financeiro e das oligarquias produtivas.
3) E aqueles que viam continuidade em relação ao governo anterior, porém com a introdução de algumas modificações.
A síntese desse debate foi objeto de uma Conjuntura da Semana publicada no mês de março: "A política econômica do governo Dilma Rousseff".
Ficou evidente que a preocupação central do governo Dilma nos primeiros meses foi a preocupação em controlar a inflação. Daí um mal estar e até mesmo um paradoxo que se via no governo nesse período: O crescimento econômico – base ideológica do desenvolvimentismo – permanecia como um mantra, mas as medidas iam na contramão do crescimento ao estimular o desaceleramento da economia com medo do recrudescimento da inflação. O governo justificava as medidas fiscalistas e a decisão de "cortar na carne” como necessárias para se evitar problemas mais a frente.
O aumento no valor do benefício Bolsa Família no mês de março foi uma das poucas medidas que fugiu desse cenário. Com o aumento do Bolsa Família, Dilma procurava fugir, por um lado, da pecha de governo fiscalista, amenizando as repercussões negativas da postura inflexível do governo com o não aumento do salário mínimo e, por outro, cumprir a promessa de "erradicar a miséria" no país.
A centralidade e a preocupação com as políticas fiscais nos primeiros meses do governo Dilma lembraram o início do governo Lula e o que se convencionou chamar de Pós-Consenso de Washington. O fato é que os primeiros meses do governo Dilma, até julho ao menos, foram sobretudo de medidas econômicas que combinaram o receituário ortodoxo com o heterodoxo. 
Crise mundial e desaleração mudam orientação econômica
Foi necessário o agravamento da crise econômica mundial para que o governo passasse a adotar medidas de caráter anticíclicas – de estímulo ao crescimento.
O anúncio de investimentos em infraestrutura, retomada do PAC 2, Programa Brasil Maior, redução da taxa de juros, redução de IPI de bens manufaturados foram, entre outras, medidas voltadas à retomada e aquecimento da economia. Destaque, porém, que mesmo a crise internacional não fez o governo baixar a guarda com a vigilância fiscal, como a decisão em agosto do aumento do superávit primário.
O fato é que na economia em 2011, o governo de Dilma Rousseff combinou medidas ora do receituário (neo)liberal, e ora do receituário keynesiano. O pêndulo oscilou entre políticas de cárater liberal e keynesiana. 
O gargalo da desindustrialização
Um dos problemas na economia que Dilma Rousseff herdou dos governos anteriores é a crescente desindustrialização da economia brasileira. 
O peso da indústria de transformação na economia nacional já foi na ordem de 30% nos anos 1970, hoje está na ordem de 20% nas avaliações mais otimistas. Proporcionalmente ao encolhimento da indústria junto ao PIBbrasileiro, assiste-se ao crescimento da economia baseada em produtos primários, a denominada commoditização ou ainda reprimarização da economia, com o avanço do agronegócio e da mineração. A pauta de exportações brasileira é feita, sobretudo, de produtos básicos, de commodities e mercadorias de baixa tecnologia, por outro lado, cresce a pauta de importação de bens manufaturados.
Economia desindustrializada significa perda de competitividade no mercado internacional. É na indústria de transformação que se desenvolve pesquisa e tecnologia o que possibilita ganhos para o conjunto da economia de um país. Por outro lado, a desindustrialização precariza o mercado de trabalho. Os melhores salários encontram-se na indústria de bens manufaturados, é nesse setor que as categorias de trabalhadores e os seus sindicatos conquistam convenções coletivas mais avançadas, o que "puxa" a pauta de reivindicações do conjunto dos trabalhadores "para cima".
Perda de espaço no competitivo mercado internacional e precarização do mundo do trabalho são resultantes da desindustrialização. A vanguarda do capitalismo mundial situa-se em países de economias industrializadas e hoje, particularmente, naqueles que apostam e desenvolvem pesquisa e tecnologia em produtos da informação.
Com o objetivo de conter o processo de desindustrialização da economia nacional, Dilma anunciou em meados de 2011 o Plano Brasil Maior. O Plano foi anunciado num contexto de forte retomada da crise economica mundial e, sobretudo, pelo efeito devastador do câmbio junto a pauta de exportações/importações do setor industrial.
Uma análise detalhada do Plano Brasil Maior, seus limites e alcances, foi realizada na Conjuntura da Semana do ínicio do mês de agosto: "Brasil Maior. Política industrial e a crise mundial". 
A face desenvolvimentista do governo
Em que pese as oscilações das medidas econômicas adotadas no primeiro ano de governo, não se pode perder de vista o caráter desenvolvimentista do governo de Dilma Rousseff. A presidente Dilma sempre foi vista e classificada como desenvolvimentista, concepção política que defende o protagonismo do Estado como indutor do crescimento econômico. 
Na política, Dilma iniciou a suatrajetória partidária, após sua luta na resistência à ditadura militar, no Partido Democrático Trabalhista (PDT) de Leonel Brizola, uma das maiores referências brasileiras da ideologia do nacional-desenvolvimentismo. 
Por outro lado, na economia, a sua formação acadêmica de economista se deu, sobretudo, na Unicamp, escola reconhecida como tributária do pensamento keynesiano, corrente econômica que defende a intervenção do Estado junto à economia de mercado na correção de distorções.
Dilma Rousseff, portanto, não é neoliberal, defende a ativa partipação e presença do Estado na economia como um agente regulador e indutor do crescimento econômico. É aqui que se explicam os investimentos e subsídios do Estado brasileiro através do seu braço financeiro, o BNDES, a determinados grupos econômicos. 
Nesse sentido, Dilma em 2011 dará sequência ao modelo neodesenvolvimentista iniciado por Lula e que se caracteriza por três vertentes: Estado investidor, Estado financiador e o Estado social. O Estado investidor se caracteriza por um conjunto de grandes obras de infraestrutura financiadas pelo Estado brasileiro para promover o crescimento econômico do país. Ao lado do Estado investidor, tem-se o Estado financiador que se caracteriza pelo fortalecimento de grupos privados de capital nacional em setores estratégicos e, finalmente, o Estado social que age como apaziguador da miséria e da desigualdade social – exemplo maior do Estado Social é o Plano Brasil sem Miséria, lançado em junho pela presidente.
As críticas de parte do movimento social a esse modelo são três: a primeira, de que esse modelo – Estado investidor e financiador – tem favorecido sobretudo o grande capital; segundo, a de que o modelo é tributário de um padrão fordista de desenvolvimento com agravantes para a crise ambiental e, terceiro, que o Estado social de Dilma fomenta mais políticas compensatórias do que emancipatórias.
Lei

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