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Direitos Difusos Diógenes

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Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE GOIÂNIA, ESTADO DE GOIÁS
(PROCESSO Nº .....)
 O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, por seu Promotor de Justiça do Consumidor que esta subscreve, legitimado pelos arts.129, III, da Constituição Federal, 5°, da Lei n°7.347/85, e 82, I, do Código de Defesa do Consumidor e seguintes do Estatuto da Criança e Adolescente e 1º, 5º e 12º, da lei nº 7.347 de 24 de julho de 1985, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor
AÇÃO CIVIL PÚBLICA, com pedido de liminar, a ser processada em rito ordinário, em face de,
 MTV BRASIL, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º ....., com sede na Rua ....., n.º ....., Bairro ......, Cidade ....., Estado ....., CEP ....., representada neste ato por seu (sua) sócio(a) gerente Sr. (a). ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
Da Legitimidade Ativa do Ministério Público
			O art. 127 da Constituição da República dispõe, in verbis, : “O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem pública, e dos interesses individuais e coletivos” . O artigo 129, por sua vez, estabelece ser atribuição do Ministério Público zelar para que os serviços de relevância pública respeitem os interesses garantidos na Constituição.
			É função do Ministério Público, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, no seu art. 201, VIII: “zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados às crianças e adolescentes, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis.”
			Ao Ministério Público, como guardião da defesa da ordem jurídica e dos interesses indisponíveis da sociedade, compete, portanto, zelar pela fiel observância da Constituição e das leis, defendendo os interesses de crianças e adolescentes, sejam eles individuais, coletivos ou difusos. 
DOS FATOS
 O Procedimento em anexo foi instaurado em face da MTV, com fulcro em noticia de fato no sentido de que a emissora, durante sua programação, rotineira, exige publicidade abusiva; o que foi efetivamente constatado pelo laudo do Instituto de Criminalística da Secretaria de Segurança Publica do Estado de São Paulo, segundo o qual, referida propaganda revela cenas de incitamento à violência.
 Da acurada análise, extrai-se que a empresa veicula publicidade institucional, incidindo em prática comercial abusiva, posto que, de modo subliminar, expões os consumidores a cenas de perversão sexual (sadomasoquismo).
	 É dizer, tal propaganda, no plano consciente, demonstra a imagem de um desenho gráfico com expressões assemelhadas às de um homem, com as pernas flexionadas, em posição similar às imagens representativas de Buddha, contendo, ao fundo da referida projeção, uma espécie de bombardeio de “flshes”, seguido, ao final o logotipo “MTV”. Ocorre que, o manejo da imagem, através da diminuição da velocidade de reprodução, com a utilização da tecla “slow”, se observadas no avanço quadro, revela cenas de perversão sexual, acompanhadas de sons que se mostram inaudíveis.
		À oportunidade, por fim, cumpres salientar que a emissora em questão tem como público-alvo pessoas jovens, cujo interesse por assuntos ligados à sexualidade é bastante significativo.
DO DIREITO
Estabelece a Constituição da República que:
“É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”(Grifo nosso).
			O Estatuto da Criança e do Adolescente por sua vez determina a sociedade, família e Estado o dever também de zelar pelos direitos de crianças e adolescentes, colocando-os a salvo de qualquer forma de ação que lhes cause risco, para tanto basta uma breve leitura do disposto nos arts. 3º, 4º e 5º.
			A integridade física, moral, o respeito e a dignidade de crianças e adolescentes também devem ser protegidos da simples ameaça de lesão, até porque, nesta fase, considerando a condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, a lesão certamente acarreta prejuízo maior. 
“Art. 17 - O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.”
“Art. 18 - É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.”
			Ainda, visando a proteção dos direitos de crianças e adolescentes, determina o Estatuto da Criança e do Adolescente:
“Art. 15 - A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.”
Também A Convenção Americana de Direitos Humanos (adotada e aberta à assinatura na Conferência Especializada Interamericana sobre Direitos Humanos, em San José da Costa Rica, em 22 de novembro de 1969) estabelece, o Direito à integridade pessoal: 1. Toda pessoa tem direito a que se respeite sua integridade física, psíquica e moral.
Sendo que os direitos à vida, à honra, à integridade física, à integridade psíquica, à privacidade, dentre outros, são essencialmente tais, pois, sem eles, não se concretiza a dignidade humana. A cada pessoa não é conferido o poder de dispô-los, sob pena de reduzir sua condição humana; todas as demais pessoas devem abster-se de violá-los.
Silvio de Sávio Veloso estabelece que o Dano moral é o prejuízo que afeta o ânimo psíquico, moral e intelectual da vítima (...) o dano moral abrange também os direitos de personalidade,  direito à imagem, ao nome, à privacidade, ao próprio corpo etc. Por essas premissas, não há que se identificar o dano moral com a dor física ou psíquica. Será moral o dano que ocasiona um distúrbio anormal na vida de um indivíduo; uma inconveniência de comportamento ou, como definimos, um desconforto comportamental a ser examinado em cada caso.
DA LIMINAR (TUTELA ANTECIPADA)
A tutela antecipada, necessidade do pleno exercício do direito de ação, em prol da defesa de toda e qualquer ameaça ou lesão a direito, está estatuído no artigo 273 do Código de Processo Civil e no artigo 84 §3 º do Código de Proteção e Defesa do Consumidor.
Os requisitos da tutela antecipada são a verossimilhança das alegações constantes na inicial e o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação.
A tutela antecipada visa a garantir o resultado efetivo do provimento jurisdicional.
A tutela antecipada é de particular necessidade nas ações relativas à defesa do cidadão, as quais exigem a celeridade e eficiência como condições para o resguardo de tais direitos difusos.
A presente ação possui como objeto obrigações de fazer e não fazer, sendo de tal forma aplicável o artigo 84 do Código de Proteção e Defesa do Consumidor, assim como seus respectivos parágrafos: “Art.84.Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao adimplemento. §3º- Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu.”
DO PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELAEm face da fundamentação supra-exposta, diante da relevância do fundamento da demanda e considerando os sérios prejuízos impostos às crianças e adolescentes em decorrência da veiculação irregular do VÍDEO supracitado, exibido pela Empresa de entretenimento ligada ao Grupo abril, não sendo aconselhável o aguardo de sentença final para o cumprimento da obrigação que resulta cristalina das normas já explicitadas, sob pena das consequências advindas da demora na prestação jurisdicional serem irreparáveis, requer a Procuradoria da República em Minas Gerais: 
 determine V. Exa., sem justificação prévia : que seja concedida a tutela antecipada ao presente pedido, compelindo-se a empresa-ré a obrigação de “excluir” o vídeo supracitado, sob pena de ser cominada multa diária, no valor de R$150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) por vídeo exibido, (considerando-se o notório poder econômico da ré e evitando-se, assim, a inocuidade da medida), a qual se reverterá ao Fundo de que trata a Lei n. 7.347;
 que a empresa-ré seja obrigada a veicular de forma nítida e suficiente para seu correto entendimento, no horário em que o vídeo em questão vinha sendo veiculado até o deferimento da medida em tela, nos próximos 5 (cinco) programas, uma advertência nos seguintes termos: “ O presente quadro não está mais sendo veiculado neste horário, em virtude de decisão da Justiça Estadual, sob o entendimento de que o mesmo é inadequado para menores de 14 anos;
 
 no caso de descumprimento da medida antecipatória, seja determinada a suspensão definitiva do vídeo, diante da infração prevista no art. 254 da Lei 8.069/90, uma vez que sobejamente comprovada a reincidência da ré; 
 a concessão de liminar em relação à tutela antecipada;
 seja determinado à empresa-ré a obrigação de não desgravar o vídeo já veiculados, apresentando-o imediatamente a este Juízo,como prova antecipada.
DO PEDIDO
Tendo em vista todo exposto nesta inicial o Ministério Público do Estado de Goiás, pede a procedência da presente ação, bem como: 
 a citação da ré, na pessoa de seu representante legal, para, querendo, contestar a presente ação, no prazo legal, sob pena de revelia e confissão;
 a procedência do pedido, condenando a ré ao cumprimento das seguintes obrigações: - transmitir o vídeo classificação para maiores de14 anos, em todo o território nacional;
 o deferimento e manutenção da antecipação de tutela requerida, uma vez comprovados o periculum in mora e o fumus boni iuris , e procedência do pedido final, sob pena de responder a ré por multa diária, nos moldes susomencionados e pela penalidade da suspensão da programação pór até 2 dias; 
 seja a ré condenada as todas despesas processuais decorrentes da presente lide; 
10. seja oficiado ao Departamento de Classificação Indicativa do Ministério da Justiça, remetendo-se cópias dos autos para ciência e providências cabíveis.
Dá-se à causa o valor de R$ 1.0000,00 (um milhão de reais)
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
...../...../.....
________________________
...
PROCURADOR A REPÚBLICA

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