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9 Figura 1 – Exemplo de fluxograma para tratamento de fraudes e corrupções: Fonte: Anexo 7 - Referencial de Combate à Fraude e Corrupção (2017). A prevenção, detecção e monitoramento ainda são considerados os melhores mecanismos na mitigação dos riscos inerentes da decorrência de atos lesivos à imagem e reputação das organizações, sejam elas públicas ou privadas. (COIMBRA E MANZI, 2010). 2.3 Governança X Compliance: Governança corporativa consiste em um sistema de integração das organizações, as quais são monitoradas, dirigidas e até mesmo incentivadas, onde se relacionam os sócios, conselhos de administração, diretoria, bem como os órgãos de controle e fiscalização e outros interessados. IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (2015). De acordo com o IBGC (2015, p. 20): “As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a 16 Figura 2: Instrução Fonte: Dados da pesquisa. Conforme a figura nº 2, dos 99 profissionais contábeis, 55 % possuem nível de especialização e dentre esses 55 profissionais especialistas, 32 são Contadores e ou Analistas de Escritórios de Consultoria ou Empresas. Com esta resposta é possível identificar que a metade dos profissionais entrevistados buscaram interesse por algum tipo de especialização em alguma área e atuam como profissionais contábeis. 4.2 Percepção do Conhecimento Nesta segunda etapa, foi realizado estudo dos resultados obtidos relacionados à percepção e conhecimento dos profissionais contábeis sobre o tema Compliance, retratados nas questões nº 2 e 4. A tabela 1 a seguir, ilustra o total de respostas obtidas de profissionais por área de atuação: 18 Tabela 2: Objetivo e importância do Compliance: Fonte: Dados da pesquisa. Do público total entrevistado, 86 % responderam que o objetivo do Compliance é atuar como política interna de uma organização de modo geral, assegurando a perfeita aplicabilidade das leis de conformidade, normas e padrões de ética e moral, 5 % responderam que o objetivo do Compliance é criar regras e possibilitar à gestão o sigilo das informações prestadas; 4 % responderam que é atuar como fiscalizador de uma organização e os 3 % responderam que desconhecem. Desta forma, analisando as respostas obtidas, observou-se que 91,94 % dos 62 profissionais que já ouviram falar do termo Compliance, porém entendem com pouca propriedade, tem um expressivo grau de entendimento sobre o objetivo e a importância do Compliance. A questão de nº 8, conforme apresentado na tabela nº 3, tinha o objetivo de verificar qual o grau de conhecimento dos profissionais contábeis sobre a Lei anticorrupção (Lei 12.846/2013): 19 Tabela 3: Lei anticorrupção (Lei 12.846/2013) Fonte: Dados da pesquisa. Analisando as respostas obtidas foi possível identificar que dos 99 entrevistados, 57 % conhecem de forma mediana a Lei 12.846/2013 – Lei Anticorrupção, já leram, porém superficialmente, apenas por curiosidade, 21 % responderam que possuem pouco conhecimento, não tem interesse pois não está ligado à sua área de atuação, 17 % responderam que tem alto conhecimento, fazem constantes leituras e estão sempre buscando conhecimento e a sua aplicação e 4 % nenhum conhecimento. Dos 57 entrevistados que já leram sobre o tema, porém de forma superficial, 47 responderam de forma satisfatória que conhecem a missão do Compliance como sendo a geração de conteúdo, treinamento, capacitação e incentivo de todas as áreas e instituições para implementar e manter em funcionamento os mecanismos eficazes de combate à corrupção e desvios de conduta. 4.2 Auditoria Interna pode ser confundida com Compliance: Nesta seção, buscou-se averiguar qual o entendimento dos profissionais contábeis com relação a auditoria interna ser confundida com Compliance, conforme ilustra a figura nº 3, questão de nº 9: 20 Figura 3: Auditoria interna e Compliance: Fonte: Dados da pesquisa. Nessa situação, 50 % dos entrevistados responderam que não, pois a auditoria interna é uma atividade independente e objetiva, que tem por finalidade apenas agregar valor à organização, através de trabalhos de avaliação e consultoria e o Compliance avalia se a auditoria está realizando a gestão dos riscos e controles internos efetivamente, identificando oportunidades e recomendando as melhorias necessárias, se inserindo num contexto organizacional rotineiramente e 45 % responderam que sim, pois a auditoria interna também é uma atividade independente que realiza controles periódicos internos com metodologia específica e o Compliance também atua no dia-a-dia e se insere num contexto de cultura organizacional, 3 % que desconhece o assunto e 1 % é a primeira vez que tem conhecimento do assunto. Na análise desta é notável que existiu praticamente uma equiparação nos resultados, constatou-se que a auditoria interna ainda é bastante confundida com o Compliance, pois praticamente a metade dos profissionais que responderam que compreendem que a auditoria interna não pode ser confundida com Compliance também respondeu que sim, que pode ser confundida Neste caso, há que se destacar que os profissionais necessitam, de forma indispensável, buscar o aprofundamento no conhecimento para distinguir e identificar a auditoria e o Compliance dentro das organizações. 21 4.3 Importância da área de Compliance nas organizações: Neste ponto, a questão de nº 10, conforme a figura nº 4, tinha o objetivo de verificar se o profissional contábil entrevistado tinha conhecimento de quais os elementos de denúncia ele utilizaria em sua rotina profissional dentro da sua organização e em um programa de Compliance: Figura 4: Elementos de Denúncia Fonte: Dados da pesquisa. Do total da amostra, 23 % responderam que somente código de conduta, 10 % responderam que somente canal de denúncias, 6 % responderam treinamentos, 2 % nenhum e desconhecem e 58 % dos entrevistados responderam que são todos os elementos (código de conduta e ética, canal de denúncias, treinamentos). Analisando esta questão observou-se satisfatoriamente que a maior parte dos entrevistados utilizaria todos esses canais de denúncia: Código de conduta e ética, canal de denúncias, treinamentos. A questão nº 11, conforme a figura nº 5, tinha o objetivo de verificar se existe a função do Compliance implantada na empresa que os entrevistados atuam: 22 Figura 5: Função Compliance: Fonte: Dados da pesquisa. Na análise desta questão observou-se que dos 99 entrevistados, 79,8 % responderam que não existe a função de Compliance implantada na empresa em que atua. Analisando esta etapa da pesquisa, observou-se que ainda existe um número expressivo de empresas não possuem nenhum programa de Compliance instalado, isso se torna preocupante, visto que dos 79 profissionais, 59 também não divulgam, tão pouco orientam sobre a criação de um programa de Compliance nas empresas que atuam. 4.4 Profissionais que atuaram ou atuam em empresas que estão sendo ou foram investigadas ou condenadas por crimes financeiros ou lavagem de dinheiro: Nesta etapa de estudo, conforme demonstrado na figura nº 6, a questão nº 13 tinha o objetivo de verificar se alguma empresa que o profissional contábil atuou ou atua, já foi investigada e formalmente acusada ou que está sob investigação oficial por parte de autoridade governamental competente por qualquer crime, nos termos daLei nº 12.846/13 (Lei Anticorrupção) ou ainda sob os crimes previstos no Código Penal: 23 Figura 6: Atuantes em empresa investigada: Fonte: Dados da pesquisa. Do total dos entrevistados analisados, 91 responderam que não atuam em nenhuma empresa que esteja sendo investigada ou acusada, ao passo que apenas 5 % já atuaram em empresa que está sob investigação ou foi acusada e menos ainda, cerca de 3 % responderam que atuam em empresa que está sob investigação ou acusada. Analisando esta situação, observou-se que existe um grande percentual de profissionais que ainda não atuaram em nenhuma empresa que tenha sido investigada ou acusada, nesse ponto há que se destacar que apesar do percentual ainda ser alto, 65 destes profissionais não divulgam sobre a importância de criar um departamento de Compliance nas organizações em que atuam, visto que do total de entrevistados, 8 % destes profissionais já atuaram ou atuam em empresa que está sob investigação de crimes nos termos da Lei Anticorrupção. A questão nº 14, conforme a figura nº 7, tinha o objetivo de verificar se alguma empresa que o profissional contábil atuou ou atua, foi condenada por autoridade judicial competente por qualquer tipo de crime financeiro ou sujeita a qualquer mandado ou sentença de bloqueio, confisco ou perda de direito baseada em qualquer violação alegada de quaisquer leis anti- lavagem de dinheiro: 24 Figura 7: Atuantes em empresa condenada: Fonte: Dados da pesquisa. Do total dos profissionais entrevistados, 94 % responderam que nunca atuaram em nenhuma empresa que tenha sido condenada por autoridade judicial competente por qualquer tipo de crime financeiro ou sujeita a qualquer mandado ou sentença de bloqueio, confisco ou perda de direito baseada em qualquer violação alegada de quaisquer leis anti-lavagem de dinheiro, 4 % já atuaram em empresa que foi condenada e 1 %, atua em uma empresa que foi condenada. Nesta situação observou-se que apesar de existir um grande percentual de profissionais que não atuaram em nenhuma empresa que tenha sido condenada, 5 % já atuaram ou atuam em empresa que foi condenada por crimes financeiros ou demais violações da Lei Anticorrupção. Por fim, encerrou-se a análise dos resultados obtidos considerando que a participação dos entrevistados, mostraram que dos entrevistados, 62 % desses profissionais contábeis entrevistados ainda não estão devidamente inteirados sobre o assunto. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O propósito trazido ao longo desta pesquisa, permite destacar algumas considerações importantes, uma delas diz respeito ao conhecimento dos profissionais contábeis acerca da Lei n. 12.846/2013 também conhecida como Lei Anticorrupção ou Lei da Empresa Limpa.
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