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Formação Profissional-EAD

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FORMAÇÃO PROFISSIONAL – EAD
Mairelise Karine de Oliveira
Silmara Crovador
Silvia Karina de Medeiros Nadolny
Prof. Orientador: Antonio Cesar Ribeiro
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Logística, Comércio Exterior e Marketing (GCO0169) – Metodologia de Pesquisa
19/05/17
RESUMO
A questão da qualificação se coloca em todos os níveis, onde as mudanças econômicas e tecnológicas exigem a formação contínua da força de trabalho. A educação permanente é crucial para a competitividade do indivíduo no mercado. Buscando esse saber teórico e o rompimento de barreiras como distância, o difícil acesso, incompatibilidade de tempo e espaço, surge a EAD como modelo de educação inclusiva e diversificada, demonstrando que os ambientes virtuais de aprendizagem têm contribuído para diminuir o abismo entre a quantidade e a qualificação da mão de obra disponível. 
 
 
Palavras-chave: Qualificação. Formação Profissional. Inclusão Social. 
1 INTRODUÇÃO
Objetivando demonstrar a importância do profissional no mercado competitivo, com base na pesquisa documental em livros e meios eletrônicos, inicialmente se aborda, de modo sucinto, o contexto histórico e conceitual da Formação Profissional 
Evidenciando as dificuldades para a aquisição dessa formação, surge como resposta a EAD, opção já utilizada remotamente, que com todas as vantagens e desvantagens, críticas e desafios apresentados na sequência, evoluiu de um quadro meramente alternativo para um caminho de realidade na inclusão social e democratização do saber. 
Conclui-se que a escassez de mão de obra qualificada e implicações para a competitividade passaram a assumir maior dimensão e o respeito à correlação direta entre qualificação profissional e inclusão social tem como pressuposto básico um bom sistema educacional, definindo a EAD como a revolução do conhecimento e instrumento para adaptar o indivíduo às transformações tecnológicas e organizacionais do mercado.
2 Formação Profissional
Nos primórdios o homem desenvolveu ferramentas para auxiliá-lo na caça, pesca e agricultura, um conhecimento repassado e aprimorado de geração em geração, uma evidência da importância do ensino para o desenvolvimento e evolução do ser humano. No surgimento das cidades, vemos o homem vivendo em sociedade e dividindo as tarefas, surgindo assim as primeiras profissões: lenhadores, ferreiros, padeiros, coureiros, etc., onde cada mestre artesão repassava o seu conhecimento para a formação de um novo profissional. Busca-se aqui uma evidência de como o ensino especializou-se, evoluindo para um ensino profissionalizante.
Mas foi somente com o surgimento da escrita, que o homem passou a registrar e documentar o conhecimento adquirido. Surgem então as escolas e a figura do professor, um profissional que atuará como facilitador para repasse do conhecimento. Atualmente, a quantidade de conhecimento reunida é tão vasta que, são necessários vários anos e vários professores para formar um único profissional em qualquer área de conhecimento. Esse processo todo tem um custo financeiro associado, principalmente, à infraestrutura necessária: escolas, faculdades, universidades, bibliotecas, laboratórios de pesquisa, etc. A exigência de qualificação no mercado só pode ser suprida através da formação contínua e da elevação do nível cultural dos trabalhadores fazendo-se necessário uma redução de custos para ampliar a oferta de conhecimento que encontrou respaldo na evolução tecnológica, que possibilita, através da Internet, a transposição do conhecimento, racionalizando o custo e viabilizando o surgimento de uma nova modalidade de ensino, o ensino a distância.
Formação profissional, segundo WIKIPÉDIA, é o conjunto de atividades que visam a aquisição teórica e/ou prática de conhecimentos, habilidades e atitudes exigidos para o exercício das funções próprias de uma profissão. No seu contexto geral significa a aquisição de conceitos, capacidades, atitudes e formas de comportamento exigidos em qualquer ramo de atividade econômica. É portanto, uma metodologia que não difere da "Educação" no sentido em que se especializa na experiência profissional e é voltada para a aquisição de competências profissionais, não se trata mais de alfabetização, e sim, educar para vida.
O mercado hoje em dia, está buscando trabalhadores que se atualizem, que busquem cursos de aperfeiçoamento profissional, transformando o investimento na formação profissional dos seus quadros uma mais-valia para a própria entidade empregadora. O que todos mais valorizam na formação é a sua aplicabilidade, o seu impacto na organização, nomeadamente na produtividade e a sua adequação à realidade específica de cada empresa. Orçamento insuficiente, falta de disponibilidade de cursos e os horários diversos são as principais razões apontadas para a não realização de formação. A formação pode ser feita de várias formas e tem como objetivo dar a conhecer ou atualizar os conhecimentos do indivíduo acerca de um tema. Inúmeros motivos obrigaram a grande maioria da população a abster-se de uma formação profissional mais gabaritada. Para estreitar essa distância entre “amadores e profissionais” só a excelência de um aprendizado contínuo, de um
aperfeiçoamento pessoal, e é aí que se revela o potencial e excelência do EAD como promotor da socialização do saber.
3 ENSINO A DISTÂNCIA
Ao longo da história, muitos tiveram que optar pelo abandono intelectual em prol da manutenção da subsistência. Para aperfeiçoar-se ou com o intuito de buscar outras fontes de renda, alguns procuravam alternativas capazes de conciliar o tempo e condições financeiras com a dedicação ao estudo. Azevedo & Quelhas (2004, p. 14) observam a existência de uma rede de comunicação a distância a fim de transmitir ensinamentos científicos, filosóficos e evangélicos desde a Antiguidade. Como exemplos, citam os escritos de Platão enviados a seus alunos sob forma de correspondência e cartas de Voltaire a seus alunos conhecidas como “Cartas Filosóficas”. Embora com propósitos e enfoques diferentes dos que reconhecemos hoje, e restrita a um pequeno número de alunos, não podemos negar que talvez a EAD seja uma modalidade educacional muito mais antiga do que imaginamos. Para os brasileiros, a lembrança mais remota desse tipo de metodologia é do Instituto Universal Brasileiro, que enviava o material via correios, o Telecurso 1º ou 2º Grau e outros que via rádio ou televisão difundiam o conhecimento, tornando o estudante um autodidata.	
De acordo com PRETI (1996), a EAD é compreendida como: 
...uma alternativa pedagógica de grande alcance e que deve utilizas e incorporar as tecnologias como meio para alcançar os objetivos das práticas educativas implementadas, tendo sempre em vista as concepções de homem e sociedade assumidas e considerando as necessidades das populações a que se pretende servir(...). Deve ser compreendida como uma prática educativa situada e mediatizada, uma modalidade de se fazer educação, de se democratizar o conhecimento. (PRETI (1996, p.27)
No Brasil, na década de 1990, a EAD é oficializada como “modalidade válida e equivalente para todos os níveis de ensino”, a partir da publicação da lei 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional) em dezembro de 1996. É atribuição do Ministério da Educação (MEC) atender, promover e desenvolver o ensino de qualidade em todas as esferas da educação, abrangendo o ensino fundamental, o ensino médio, cursos profissionalizantes, a educação superior e o ensino a distância (EAD). Destacada as atribuições de regulamentação, através do Decreto 5.622, de 19.12.2005, da Presidência da República, que regulamenta o Art. 80 da Lei 9.394/96, o MEC define que “A Educação a Distância é a modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos”. 
Para PRETI “esta modalidade permite um maior respeito aos ritmos pessoais, às diferenças sociais e culturais, às trajetórias e às histórias de vida individuais, contribuindo no processo de construção da autonomia intelectual e política e no resgate da autoestima pessoal e profissional”. 
KEEGAN (1996, p. 44) busca uma síntese na qual apresenta seis elementos básicos da EAD por ele propostos em 1980:
A separação entre o professor e o aluno, que a distingue da educação presencial;
A influência de uma organização educacional, que a distingue do estudo individual;
O uso de mídia tecnológica, geralmente impressa, para unir professor e aluno e transmitir o conteúdo educacional;
A provisão de comunicação de duas vias de maneira que o aluno possa se beneficiar do diálogo, ou até mesmo iniciá-lo;
A possibilidade de encontros ocasionais tanto para fins didáticos quanto para fins de socialização;
A participação de uma forma industrializada de educação que, se aceita, contém o gênero da separação radical entre a educação a distância e outras formas de educação dentro do espectro educacional.
3.1 TECNOLOGIA
A EAD tem sido ofertada por meio de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), que utilizam diversas ferramentas computacionais capazes atender às mais variadas necessidades das pessoas que demandam esse modo de ensino como ferramenta para inserção e atuação no mercado de trabalho. Como a própria definição do EAD sugere, não existiria o ensino a distância sem a utilização de tecnologia para levar a informação às localidades menores e/ou distantes dos grandes centros urbanos. Podemos relacionar aqui algumas das tecnologias envolvidas:
Desenvolvimento das redes de computadores e o surgimento da Internet;
Barateamento do custo dos computadores e provedores de acesso à Internet e a expansão para as cidades menores;
O surgimento de novas mídias, como: notebooks, tablets e smartphones e a democratização da informática.
A solução adotada quebra um paradigma de séculos, trazendo suas próprias vantagens e desvantagens em relação ao método de ensino presencial ora dominante.
3.2 VANTAGENS
 Na modalidade EAD, os conteúdos publicados na Internet estão disponíveis para qualquer pessoa no planeta que tenha acesso à rede e entenda o idioma em que o conteúdo foi disponibilizado, sendo que um conteúdo pode ser disponibilizado em mais de um idioma simultaneamente.
	O custo de um curso profissionalizante disponibilizado na plataforma EAD é bem mais baixo, se comparado aos cursos presenciais, e o diploma é igualmente reconhecido pelo MEC. Tais características fizeram surgir um novo segmento de mercado e oportunizaram o surgimento de novas instituições de ensino voltadas exclusivamente para a nova plataforma de ensino.
O aluno não tem de se deslocar até o local do curso, que pode ser até em outra cidade, economizando com deslocamento, acomodações e alimentação, podendo estudar no conforto do lar. Também tem autonomia para estudar o horário que quiser, requisito fundamental para quem precisa trabalhar, cuidar dos filhos ou da casa.
 A nova modalidade de ensino é também particularmente importante para promover a inclusão de pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida, possibilitando que tenham acesso de suas próprias casas ao conteúdo, podendo utilizar mouses e teclados adaptados, não dependendo unicamente de instituições de ensino adaptadas às suas necessidades.
3.3 DESVANTAGENS
	Nem todos os cursos são adequados para ensino à distância, podemos ver a ausência de oferta de cursos como medicina, direito e alguns cursos de engenharia. A necessidade de aulas práticas pode inviabilizar dessa forma um curso online. As demais desvantagens citadas são percebidas de forma diferente de pessoa para pessoa, assim sendo nem todas poderão ser tomadas como desvantagens.
	É necessário um alto grau de maturidade e compromisso para estudar sozinho, nem todo aluno tem o comprometimento necessário. A falta de interação direta com outros alunos, visto que o curso acontece em ambiente virtual, causa a perda de motivação e competitividade entre os alunos, comum em cursos presenciais.
	A falta de familiaridade com o ambiente tecnológico e plataforma utilizados pode dificultar o acompanhamento do curso pelo aluno, problemas de acesso à rede e com o sistema operacional podem limitar e impelir o aluno a desistir.
	
3.4 CRÍTICAS E DESAFIOS DO EAD
 Keegan (1996, p. 4), vislumbra a EAD como uma solução para a falta de espaço nos sistemas educacionais e para assegurar o acesso ao ensino superior sem grandes investimentos em construção e manutenção de universidades. Menciona também (idem, p. 29) a maior flexibilidade da aprendizagem, que transfere ao aprendiz as decisões sobre os rumos do estudo, adequando necessidades e realidades pessoais, o que faz dessa característica um dos pilares na defesa da EAD.  Apesar de diversos autores enfatizarem as possibilidades de exercício da autonomia, PRETI afirma que a situação de aprendizagem individual é o “calcanhar de Aquiles” da EAD (PRETI, 2000, p. 125), uma vez que, embora considerada condição sine qua non para o sucesso da aprendizagem
a distância, a responsabilidade da própria formação é uma das grandes dificuldades para muitos alunos de EAD.
BELLONI, no Prefácio da 5ª edição de seu livro, referindo-se às importantes mudanças sociais e políticas ocorridas no Brasil nos últimos anos, afirma que essas alteraram significativamente a situação da educação à distância, que antes era vista como solução paliativa e rejeitada pela maioria dos professores que encaravam essa modalidade de ensino como uma oferta de baixa qualidade e, agora, a EAD, aparece como “caminho incontornável para a ampliação rápida do acesso ao ensino superior, e, principalmente, como uma nova solução da melhoria da qualidade do ensino , no sentido de adequá-lo às exigências e características do século XXI”.
 Quanto a qualidade de ensino, a educação presencial pode ser questionada, com base nos baixos índices de desempenho obtidos no ENEM e IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Discute-se bastante a importância do professor como condutor do conhecimento, aquele que ensina a pensar e desenvolve no estudante o senso crítico. Tais argumentos vêm sendo derrubados justamente pela posição contrária de pessoas que têm visto nas escolas uma fábrica de massa de manobra, que temem os perigos de influência ideológica, o receio de uniformização estética e de empobrecimento cultural pela padronização de fórmulas de doutrinação.
 Em geral, a clientela da educação à distância é adulta e trabalha ou tem o tempo livre muito reduzido. Qualquer que seja o motivo da impossibilidade de frequentar um curso totalmente presencial, transforma o indivíduo em único responsável pelo sucesso ou fracasso de sua própria formação. Quer seja do ponto de vista dos paradigmas econômico ou social, a EAD precisa centrar-se no estudante para responder as perspectivas e exigências do mercado.
“Estudar a distância exige perseverança, autonomia, capacidade de organizar o próprio tempo, habilidade de leitura, escrita e interpretação (mesmo pela Internet) e, cada vez mais frequente, domínio de tecnologia” (NEVES, 2003).
Manter um nível elevado de qualidade de ensino como o de um curso presencial em uma instituição especializada também é um 
desafio para as novas instituições, que necessitam de profissionais capacitados para desenvolver e manter os conteúdos em formatos adequados para as novas mídias.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conhecimento gera impactos em indicadores sociais sendo a educação o principal método de inclusão social. Vive-se em um mundo de transformações, um mundo acelerado com características evolutivas, onde o sucesso pertence àquele que detém um diferencial. A competitividade estabelece que só os mais capacitados se sobressaem. O mundo tem por necessidade contar com profissionais que tenham um perfil de inovação e crescimento, capazes de solucionar problemas, adaptar-se a diversas situações e ter flexibilidade principalmente no seu modo de pensar e agir. O restante terá que se adequar as circunstâncias e consequências dos comuns, dos amadores ou, no máximo, medianos, que têm que se curvar as regras do mercado. 
 A EAD já tem uma grande importância em nosso mundo, mas com o decorrer do tempo será indispensável. Poderá contribuir bastante com os métodos de ensino e a organização do trabalho nos sistemas convencionais. Esta tendência não está distante da nossa realidade, daqui a algum tempo a EAD será implantada definitivamente em todos os campos da educação, seja de forma integral ou mesclada se adequando a cada situação. Conclui-se que apesar de todas as críticas, vantagens e desvantagens dessa modalidade de ensino, o EAD representa a revolução do sistema educacional, por sua capacidade de vencer o grande desafio de promover a igualdade de oportunidades entre as diversas classes sociais a partir da democratização da informação e do conhecimento.
 Será o ensino à distância uma quebra de paradigma, uma disrupção conduzida pela tecnologia que irá mudar a forma como as nossas futuras gerações absorverão todo o conhecimento acumulado? Isso, só o futuro dirá.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, Solange C. de; QUELHAS, Osvaldo Luís G. Uma visão panorâmica da educação a distância no Brasil. In: Tecnologia Educacional, Rio de Janeiro, ano XXXI, n°. 163/166, p. 13- 24, 2003.
BELLONI, Maria Luiza. Educação a distância. 5.ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2005.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em 21 mai. 2017
KEEGAN, Desmond. Foundations of distance education. 3.ed. London: Routledge, 1996.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/institucional/>. Acesso em 21 mai. 2017.
NEVES, Carmem Moreira de. Referenciais de qualidade para cursos a distância. Brasília, 2003. 
PRETI, Oreste. Autonomia do aprendiz na educação a distância: significados e dimensões. In:_____ (org.) Educação a distância: construindo significados. Brasília: Plano, 2000. p. 125-45.
WIKIPÉDIA . Disponível em:< https://pt.wikipedia.org/wiki/Formacao_profissional>. Acesso em 27 abr.2017.

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