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1 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ- UEPA 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA 
CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E TECNOLOGIAS – CCNT 
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material didático 
 
 
 
RESÍDUOS SÓLIDOS 
E PERIGOSOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
ELABORAÇÃO: 
 
Prof. Ma. Amanda Estefânia de Melo Ferreira 
 
 
COLABORADOR: 
 
Adriana Hofmann Trevisan 
Discente 7º Semestre de Engenharia Ambiental 
Monitora da Disciplina 
 
 
 
 
 
Altamira - PA 
2014 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1. RESIDOS SÓLIDOS ........................................................................................... 5 
1.1 DEFINIÇÃO ............................................................................................................................ 5 
1.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................................ 5 
1.2.1 Quanto à composição química: ................................................................................... 5 
1.2.2 Quanto às características físicas:................................................................................ 5 
1.2.3 Quanto à origem: .............................................................................................................. 6 
1.2.4 Quanto à biodegradabilidade: ..................................................................................... 6 
1.3 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SEGUNDO A NORMA BRASILEIRA 
(NBR 10.004/2004) ....................................................................................................................... 7 
1.3.1 Definição ............................................................................................................................... 7 
1.3.2 Periculosidade de um Resíduo ..................................................................................... 7 
1.3.3 Toxicidade ............................................................................................................................ 7 
1.3.4 Agente Tóxico ..................................................................................................................... 7 
1.3.5 Toxicidade Aguda ............................................................................................................. 7 
1.3.6 Agente Teratogênico ........................................................................................................ 8 
1.3.7 Agente Mutagênico........................................................................................................... 8 
1.3.8 Agente Carcinogênico ..................................................................................................... 8 
1.3.9 Agente Ecotóxico ............................................................................................................... 8 
1. 3.10 DL50 (oral, ratos) .......................................................................................................... 8 
1.3.11 CL50 (inalação, ratos) .................................................................................................. 8 
1.3.12 DL50 (dérmica, coelhos) .............................................................................................. 8 
1.4 PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO ............................................................................... 8 
1.4.1 Laudo de classificação ....................................................................................................... 9 
1.4.2 Classificação de resíduos................................................................................................ 9 
1.4.3 Resíduos classe I – Perigosos ........................................................................................ 9 
1.4.4 Inflamabilidade ................................................................................................................. 9 
1.4.5 Corrosividade ................................................................................................................... 10 
1.4.6 Reatividade ........................................................................................................................ 10 
1.4.7 Toxicidade .......................................................................................................................... 10 
1.4.8 Patogenicidade ................................................................................................................. 11 
1.4.9 Resíduos classe II - Não perigosos ............................................................................ 12 
1.4.10 Resíduos classe II A - Não inertes .......................................................................... 12 
1.4.11 Resíduos classe II B – Inertes .................................................................................. 12 
1.5 TESTES DE LIXIVIAÇÃO .............................................................................................. 12 
1.5.1 AFNOR X-31-210/92 - Essai de lixiviation ........................................................... 13 
1.5.2 Standard Test Method for Shake Extraction of Mining Waste by the 
Synthetic Precipitation Leaching Procedure - ASTM D 6234/98 ........................... 14 
1.5.3 NBR 10.005/04 (Brasil) – Lixiviação de Resíduos .............................................. 14 
1.5.4 TCLP - Toxicity Characteristic Leaching Procedure ..................................... 15 
1.5.5 Multiple Extraction Procedue (MEP)..................................................................... 17 
1.6 TESTE DE SOLUBILIZAÇÃO....................................................................................... 17 
1.6.1 Aparelhagem..................................................................................................................... 17 
1.6.2 Reagente e materiais ...................................................................................................... 17 
1.6.3 Amostragem de campo ................................................................................................. 18 
1.6.4 Procedimento .................................................................................................................... 18 
1.6.5 Interpretação dos dados ............................................................................................... 18 
2 PROBLAMÁTICA DOS RESÍDUSO SÓLIDOS ........................................... 19 
2.1 PROBLEMAS AMBIENTAIS ........................................................................................ 20 
3 
 
2.1.1 Poluição do solo ............................................................................................................... 21 
2.1.2 Áreas degradas: aspectos gerais do solo ................................................................ 21 
2.1.3 Metais Pesados no Solo ................................................................................................. 22 
2.1.4 Poluição das águas .......................................................................................................... 23 
2.1.5 Indicadores de qualidade de água ............................................................................ 23 
2.1.6 Influência de metais pesados ...................................................................................... 24 
2.2 PROBLEMAS OPERACIONAIS ................................................................................... 26 
2.3 PROBLEMAS SANITÁRIOS.......................................................................................... 27 
2.4 A SITUAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS E SEUS DESAFIOS
 ........................................................................................................................................................... 29 
3 CARATERIZAÇÃO DE RESÍDUOSSÓLIDOS URBANOS ....................... 31 
3.1 CARACTERÍSTICAS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DO BRASIL...................... 31 
3.1.1. Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) ............................................................................ 31 
3.1.2 Coleta de Resíduos de Construção e Demolição (RCD) .................................. 34 
3.1.3 Resíduos de Serviços de Saúde – RSS ..................................................................... 35 
3.1.4 Coleta de RSS Executada pelos Municípios Brasileiros .................................. 35 
3.1.5 Destinação Final dos RSS Coletados pelos Municípios ................................... 36 
3.1.6 Coleta Seletiva e Reciclagem ...................................................................................... 36 
3.2 CARACTERÍSTICAS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NA REGIÃO NORTE ... 37 
3.2.1 Resíduos Sòlidos de Saúde na Região Norte ........................................................ 38 
3.3 METODOLOGIA USADA NA CARACTERIZAÇÃO DE RESÍDUOS 
SÓLIDOS ....................................................................................................................................... 40 
3.3.1 Caracterização quantitativa ....................................................................................... 40 
3.3.2 Caracterização qualitativa .......................................................................................... 41 
3.3.3. Análise e tratamento de dados ................................................................................. 43 
4 GERAÇÃO E COLETA DE RESÍDUOS ........................................................ 43 
4.1 FORMAS DE ACONDICIONAMENTO DE RESÍDUOS SEGUNDO A SUA 
CLASSE ......................................................................................................................................... 44 
5 COLETA E TRANSPORTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES 45 
5.1 COLETA E TRANSPORTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES .... 45 
5.1.2 Definição das etapas....................................................................................................... 46 
5.1.2 Regularidade da coleta domiciliar ........................................................................... 48 
5.1.3 Frequência de coleta ...................................................................................................... 49 
5.1.4 Horários de coleta ........................................................................................................... 49 
5.1.5 Equipamentos de coleta e transporte ...................................................................... 50 
5.1.5 Ferramentas e utensílios utilizados na coleta do lixo domiciliar ................. 52 
5.1.6 Fatores que influenciam no dimensionamento de veículo para coleta 
domiciliar ...................................................................................................................................... 53 
5.1.7 Dimensionamento de itinerários de coleta domiciliar ...................................... 54 
5.1.8 Guarnições de Coleta .................................................................................................... 54 
5.1.9 Equilíbrio dos roteiros .................................................................................................. 54 
5.1.9 Local de início de coleta ............................................................................................... 54 
5.1.10 Verificação da geração do lixo domiciliar .......................................................... 54 
5.1.11 Traçados roteiros de coletas ..................................................................................... 56 
5.1.12 Coleta de lixo em cidades turísticas ...................................................................... 59 
5.1.13 Coleta de resíduos sólidos em favelas ................................................................... 60 
5.1.14 Coleta de resíduos de serviços de saúde .............................................................. 61 
5.1.15 Segregação de resíduos de serviços de saúde .................................................... 61 
5.1.16 Coleta separada de resíduos comuns, infectantes e especiais ..................... 62 
6. DESTINO FINAL DE RESÍDUOS .................................................................. 62 
4 
 
6.1 LIXÃO ..................................................................................................................................... 62 
6.2 ATERROS CONTROLADOS ......................................................................................... 63 
6.3 ATERROS SANITÁRIOS ................................................................................................ 63 
6.3.1 Critérios para a seleção de área para a construção de aterros sanitários 63 
6.3.2 Levantamentos preliminares ...................................................................................... 64 
7. REFERÊNCIAS ................................................................................................ 65 
7.1 REFERÊNCIAS RECOMENDADAS ........................................................................... 66 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1. RESIDOS SÓLIDOS 
 
1.1 DEFINIÇÃO 
Resíduos sólidos são considerados como materiais heterogêneos, (inertes, não inertes e 
orgânicos) resultantes das atividades humanas e da natureza, os quais podem ser parcialmente 
utilizados na reciclagem. Os resíduos sólidos quando descartados incorretamente constituem 
problemas sanitário, ambiental, econômico e estético. Resíduos são resultado de processos de 
diversas atividades da sociedade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, 
agrícola, de serviços e ainda da varrição pública. Os resíduos apresentam-se nos estados 
sólido, gasoso e líquido. 
Ficam incluídos nesta definição tudo o que resta dos sistemas de tratamento de água, 
aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como 
determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública 
de esgotos ou corpos d'água, ou aqueles líquidos que exijam para isto soluções técnicas e 
economicamente viáveis de acordo com a melhor tecnologia disponível. 
 
1.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 
 
1.2.1 Quanto à composição química: 
 
 Orgânico: é composto por pó de café e chá, cabelos, restos de alimentos, cascas e 
bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, ossos, aparas e podas de 
jardim; 
 Inorgânico: composto por produtos manufaturados como plásticos, vidros, borrachas, 
tecidos, metais (alumínio, ferro, etc.), tecidos, isopor, lâmpadas, velas, parafina, cerâmicas, 
porcelana, espumas, cortiças, dentre outros. 
 
1.2.2 Quanto às características físicas: 
 
 Seco: papéis, plásticos, metais, couros tratados, tecidos, vidros, madeiras, guardanapos 
e tolhas de papel, pontas de cigarro, isopor, lâmpadas, parafina, cerâmicas, porcelana, 
espumas, cortiças. 
 Molhado: restos de comida, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, 
alimentos estragados, dentre outros. 
 
Outras características: 
 
 Composição gravimétrica: traduz o percentual de cada componente em relação ao peso 
total do lixo. 
 Peso específico: é o peso dos resíduos em função do volume por eles ocupado, 
expresso em kg/m³. Sua determinação é fundamental para o dimensionamento de 
equipamentos e instalações. 
 Teor de umidade: esta característica tem influência decisiva, principalmente nos 
processos de tratamento e destinação do resíduo. Varia muito em função das estações do ano e 
da incidência de chuvas. 
 Compressividade:também conhecida como grau de compactação, indica a redução de 
volume que uma massa de lixo pode sofrer, quando submetida a uma pressão determinada. A 
compressividade do resíduo situa-se entre 1:3 e 1:4 para uma pressão equivalente a 4 kg/cm
2
. 
Tais valores são utilizados para dimensionamento de equipamentos compactadores. 
 Chorume: substância líquida decorrente da decomposição de material orgânico. 
6 
 
 
1.2.3 Quanto à origem: 
 Domiciliar: originado das residências, constituído por restos de alimentos (tais como 
cascas de frutas, verduras, etc.), produtos deteriorados, jornais, revistas, garrafas, embalagens 
em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade de outros itens. Pode 
conter alguns resíduos tóxicos. 
 Comercial: originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais 
como supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes, dentre outros. 
 Serviços Públicos: originados dos serviços de limpeza urbana, incluindo todos os 
resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, galerias, córregos, restos de podas 
de plantas, limpeza de feiras livres, etc, constituído por restos de vegetais diversos, 
embalagens, etc. 
 Hospitalar: descartados por hospitais, farmácias, clínicas veterinárias (algodão, 
seringas, agulhas, restos de remédios, luvas, curativos, sangue coagulado, órgãos e tecidos 
removidos, meios de cultura e animais utilizados em testes, resina sintética, filmes 
fotográficos de raios X). Em função de suas características, merece um cuidado especial em 
seu acondicionamento, manipulação e disposição final. Deve ser incinerado e os resíduos 
levados para aterro sanitário 
 Portos, Aeroportos, Terminais Rodoviários e Ferroviários: resíduos sépticos, ou seja, 
que contém ou potencialmente podem conter germes patogênicos. Basicamente originam-se 
de material de higiene pessoal e restos de alimentos, que podem hospedar doenças 
provenientes de outras cidades, estados e países. 
 Industrial: originado nas atividades dos diversos ramos da indústria, tais como o 
metalúrgico, o químico, o petroquímico, o de papelaria, da indústria alimentícia. O lixo 
industrial é bastante variado, podendo ser representado por cinzas, lodos, óleos, resíduos 
alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros, 
cerâmicas. Nesta categoria, inclui-se grande quantidade de lixo tóxico. Esse tipo de lixo 
necessita de tratamento especial em função do seu potencial contaminante. 
 Radioativo: resíduos provenientes da atividade nuclear (resíduos de atividades com 
urânio, césio, tório, radônio, cobalto), que devem ser manuseados apenas com equipamentos e 
técnicos adequados. 
 Agrícola: resíduos sólidos das atividades agrícola e pecuária, como embalagens de 
adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de colheita, etc. O lixo proveniente de pesticidas 
também é considerado tóxico e necessita de tratamento especial. 
 Entulho: resíduos da construção civil: demolições e restos de obras, solos de 
escavações. O entulho é geralmente um material inerte, passível de reaproveitamento. 
 Lixo de Fontes Especiais: é aquele que, em função de determinadas características 
peculiares que apresenta, passa a merecer cuidados especiais em seu acondicionamento, 
manipulação e disposição final, como é o caso de alguns resíduos industriais antes 
mencionados, comerciais, hospitalar e radioativo. 
 
1.2.4 Quanto à biodegradabilidade: 
 
 Facilmente degradáveis: é o caso da matéria orgânica presente nos resíduos sólidos de 
origem urbana; 
 Moderadamente degradáveis: são papéis, papelão e material celulósico; 
 Dificilmente degradáveis: são os pedaços de panos, retalhos, aparas e serragens de 
couro, borracha e madeira; 
 Não degradáveis: os vidros, metais, plásticos, pedras, terra, entre outros. 
 
7 
 
Ainda pode-se citar o chorume como é um líquido escuro gerado pela degradação dos 
resíduos em aterros sanitários, podendo ser originário de três diferentes fontes: 
 Da umidade natural do lixo, aumentando no período chuvoso; 
 Da água constituída a matéria orgânica, que escorre durante o processo de 
decomposição; 
 Das bactérias existentes no lixo, que expelem enzimas, enzimas essas que dissolvem a 
matéria orgânica com forma o de líquido. 
 
1.3 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SEGUNDO A NORMA BRASILEIRA (NBR 
10.004/2004) 
 
1.3.1 Definição 
 
São aqueles resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da 
comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de 
varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de 
água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como 
determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede 
pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e 
economicamente inviáveis em face a melhor tecnologia disponível”. 
 
1.3.2 Periculosidade de um Resíduo 
 
Característica apresentada por um resíduo que, em função de suas propriedades físicas, 
químicas ou infecto-contagiosas, pode apresentar: 
 
a) risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus 
índices; 
b) riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada. 
 
1.3.3 Toxicidade 
 
Propriedade potencial que o agente tóxico possui de provocar, em maior ou menor 
grau, um efeito adverso em consequência de sua interação com o organismo. 
 
1.3.4 Agente Tóxico 
 
Qualquer substância ou mistura cuja inalação, ingestão ou absorção cutânea tenha sido 
cientificamente comprovada como tendo efeito adverso (tóxico, carcinogênico, mutagênico, 
teratogênico ou ecotoxicológico). 
 
1.3.5 Toxicidade Aguda 
 
Propriedade potencial que o agente tóxico possui de provocar um efeito adverso grave, 
ou mesmo morte, em consequência de sua interação com o organismo, após exposição a uma 
única dose elevada ou a repetidas doses em curto espaço de tempo. 
 
8 
 
 
 
1.3.6 Agente Teratogênico 
 
Qualquer substância, mistura, organismo, agente físico ou estado de deficiência que, 
estando presente durante a vida embrionária ou fetal, produz uma alteração na estrutura ou 
função do indivíduo dela resultante. 
 
1.3.7 Agente Mutagênico 
 
Qualquer substância, mistura, agente físico ou biológico cuja inalação, ingestão ou 
absorção cutânea possa elevar as taxas espontâneas de danos ao material genético e ainda 
provocar ou aumentar a frequência de defeitos genéticos. 
 
1.3.8 Agente Carcinogênico 
 
Substâncias, misturas, agentes físicos ou biológicos cuja inalação ingestão e absorção 
cutânea possa desenvolver câncer ou aumentar sua freqüência. O câncer é o resultado de 
processo anormal, não controlado da diferenciação e proliferação celular, podendo ser 
iniciado por alteração mutacional. 
 
1.3.9 Agente Ecotóxico 
 
Substâncias ou misturas que apresentem ou possam apresentar riscos para um ou 
vários compartimentos ambientais. 
 
1. 3.10 DL50 (oral, ratos) 
Dose letal para 50% da população dos ratos testados, quando administrada por via oral 
(DL – dose letal). 
1.3.11 CL50 (inalação, ratos) 
Concentração de uma substância que, quando administrada por via respiratória, 
acarreta a morte de 50% da população de ratos exposta (CL – concentração letal). 
1.3.12 DL50 (dérmica, coelhos) 
Dose letal para 50% da população de coelhos testados, quando administrada em 
contato com a pele (DL – dose letal). 
 
1.4 PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO 
 
A classificação de resíduos envolve a identificação do processo ou atividadeque lhes 
deu origem e de seus constituintes e características e a comparação destes constituintes com 
listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido. 
A identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização do resíduo deve ser 
criteriosa e estabelecida de acordo com as matérias-primas, os insumos e o processo que lhe 
deu origem. 
 
NOTA: Outros métodos analíticos, consagrados em nível internacional, podem ser exigidos 
pelo Órgão de Controle Ambiental, dependendo do tipo e complexidade do resíduo, com a 
finalidade de estabelecer seu potencial de risco à saúde humana e ao meio ambiente. 
9 
 
 
1.4.1 Laudo de classificação 
 
O laudo de classificação pode ser baseado exclusivamente na identificação do 
processo produtivo, quando do enquadramento do resíduo nas listagens dos anexos A ou B. 
Deve constar no laudo de classificação a indicação da origem do resíduo, descrição do 
processo de segregação e descrição do critério adotado na escolha de parâmetros analisados, 
quando for o caso, incluindo os laudos de análises laboratoriais. Os laudos devem ser 
elaborados por responsáveis técnicos habilitados. 
 
1.4.2 Classificação de resíduos 
 
Para os efeitos desta Norma, os resíduos são classificados em: 
a) resíduos classe I - Perigosos; 
b) resíduos classe II – Não perigosos; 
– resíduos classe II A – Não inertes. 
– resíduos classe II B – Inertes. 
 
1.4.3 Resíduos classe I – Perigosos 
 
São aqueles que apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente, exigindo 
tratamento e disposição especiais em função de suas características de inflamabilidade, 
corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. 
 
Aqueles que apresentam periculosidade, conforme definido em 1.3.2, ou uma das 
características descritas em 1.4.2.1.1 a 1.4.2.1.5, ou constem nos anexos A ou B da Norma 
ABNT NBR 10004:2004. 
 
NOTA: O gerador de resíduos listados nos anexos A e B pode demonstrar por meio de laudo 
de classificação que seu resíduo em particular não apresenta nenhuma das características de 
periculosidade especificadas nesta Norma. 
 
1.4.4 Inflamabilidade 
 
Um resíduo sólido é caracterizado como inflamável (código de identificação D001), se 
uma amostra representativa dele, obtida conforme a ABNT NBR 10007, apresentar qualquer 
uma das seguintes propriedades: 
 
a) ser líquida e ter ponto de fulgor inferior a 60°C, determinado conforme ABNT NBR 
14598 ou equivalente, excetuando-se as soluções aquosas com menos de 24% de 
álcool em volume; 
b) não ser líquida e ser capaz de, sob condições de temperatura e pressão de 25°C e 0,1 
MPa (1 atm), produzir fogo por fricção, absorção de umidade ou por alterações 
químicas espontâneas e, quando inflamada, queimar vigorosa e persistentemente, 
dificultando a extinção do fogo; 
c) ser um oxidante definido como substância que pode liberar oxigênio e, como 
resultado, estimular a combustão e aumentar a intensidade do fogo em outro material; 
d) ser um gás comprimido inflamável, conforme a Legislação Federal sobre transporte 
de produtos perigosos (Portarianº 204/1997 do Ministério dos Transportes). 
10 
 
 
1.4.5 Corrosividade 
 
Um resíduo é caracterizado como corrosivo (código de identificação D002) se uma 
amostra representativa dele, obtida segundo a ABNT NBR 10007, apresentar uma das 
seguintes propriedades: 
a) ser aquosa e apresentar pH inferior ou igual a 2, ou, superior ou igual a 12,5, ou sua mistura 
com água, na proporção de 1:1 em peso, produzir uma solução que apresente pH inferior a 2 
ou superior ou igual a 12,5; 
b) ser líquida ou, quando misturada em peso equivalente de água, produzir um líquido e 
corroer o aço (COPANT 1020) a uma razão maior que 6,35 mm ao ano, a uma temperatura de 
55°C, de acordo com USEPA SW 846 ou equivalente. 
 
1.4.6 Reatividade 
 
Um resíduo é caracterizado como reativo (código de identificação D003) se uma 
amostra representativa dele, obtida segundo a ABNT NBR 10007, apresentar uma das 
seguintes propriedades: 
 
a) ser normalmente instável e reagir de forma violenta e imediata, sem detonar; 
b) reagir violentamente com a água; 
c) formar misturas potencialmente explosivas com a água; 
d) gerar gases, vapores e fumos tóxicos em quantidades suficientes para provocar danos à 
saúde pública ou ao meio ambiente, quando misturados com a água; 
e) possuir em sua constituição os íons CN ou S2- em concentrações que ultrapassem os 
limites de 250 mg de HCN liberável por quilograma de resíduo ou 500 mg de H2S liberável 
por quilograma de resíduo, de acordo com ensaio estabelecido no USEPA - SW 846; 
f) ser capaz de produzir reação explosiva ou detonante sob a ação de forte estímulo, ação 
catalítica ou temperatura em ambientes confinados; 
g) ser capaz de produzir, prontamente, reação ou decomposição detonante ou explosiva a 
25°C e 
0,1 MPa (1 atm); 
h) ser explosivo, definido como uma substância fabricada para produzir um resultado prático, 
através de explosão ou efeito pirotécnico, esteja ou não esta substância contida em dispositivo 
preparado para este fim. 
 
1.4.7 Toxicidade 
 
Um resíduo é caracterizado como tóxico se uma amostra representativa dele, obtida 
segundo a ABNT NBR 10007, apresentar uma das seguintes propriedades: 
 
a) quando o extrato obtido desta amostra, segundo a ABNT NBR 10005, contiver qualquer 
um dos contaminantes em concentrações superiores aos valores constantes no anexo F. Neste 
caso, o resíduo deve ser caracterizado como tóxico com base no ensaio de lixiviação, com 
código de identificação constante no anexo F; 
11 
 
b) possuir uma ou mais substâncias constantes no anexo C e apresentar toxicidade. Para 
avaliação dessa toxicidade, devem ser considerados os seguintes fatores: 
 Natureza da toxicidade apresentada pelo resíduo; 
 Concentração do constituinte no resíduo; 
 Potencial que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua degradação, tem para 
migrar do resíduo para o ambiente, sob condições impróprias de manuseio; 
 Persistência do constituinte ou qualquer produto tóxico de sua degradação; 
 Potencial que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua degradação, tem para 
degradar-se em constituintes não perigosos, considerando a velocidade em que ocorre a 
degradação; 
 Extensão em que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua degradação, é 
capaz de bioacumulação nos ecossistemas; 
 Efeito nocivo pela presença de agente teratogênico, mutagênico, carcinogênco ou 
ecotóxico, 
 Associados a substâncias isoladamente ou decorrente do sinergismo entre as 
substâncias constituintes do resíduo; 
c) ser constituída por restos de embalagens contaminadas com substâncias constantes nos 
anexos D ou E; 
d) resultar de derramamentos ou de produtos fora de especificação ou do prazo de validade 
que contenham quaisquer substâncias constantes nos anexos D ou E; 
e) ser comprovadamente letal ao homem; 
f) possuir substância em concentração comprovadamente letal ao homem ou estudos do 
resíduo que demonstrem uma DL50 oral para ratos menor que 50 mg/kg ou CL50 inalação 
para ratos menor que 2 mg/L ou uma DL50 dérmica para coelhos menor que 200 mg/kg. 
 
Os códigos destes resíduos são os identificados pelas letras P, U e D, e encontram-se nos 
anexos D, E e F. 
 
1.4.8 Patogenicidade 
 
1. 4.2.1.5.1 Um resíduo é caracterizado como patogênico (código de identificação D004) se 
uma amostra representativa dele, obtida segundo a ABNT NBR 10007, contiver ou se houver 
suspeita de conter, microorganismos patogênicos, proteínas virais, ácido desoxiribonucléico 
(ADN) ou ácido ribonucléico (ARN) recombinantes, organismos geneticamentemodificados, 
plasmídios, cloroplastos, mitocôndrias ou toxinas capazes de produzir doenças em homens, 
animais ou vegetais. 
1.4.2.1.5.2 Os resíduos de serviços de saúde deverão ser classificados conforme ABNT NBR 
12808. Os resíduos gerados nas estações de tratamento de esgotos domésticos e os resíduos 
sólidos domiciliares, excetuando-se os originados na assistência à saúde da pessoa ou animal, 
não serão classificados segundo os critérios de patogenicidade. 
 
12 
 
 
 
1.4.9 Resíduos classe II - Não perigosos 
 
Os códigos para alguns resíduos desta classe encontram-se no anexo H da norma 
ABNT NBR 10004:2004. 
 
1.4.10 Resíduos classe II A - Não inertes 
 
Aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I - Perigosos ou 
de resíduos classe. II B - Inertes, nos termos desta Norma. Os resíduos classe II A – Não 
inertes podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou 
solubilidade em água. 
São os resíduos que não apresentam periculosidade, porém não são inertes; podem ter 
propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. São 
basicamente os resíduos com as características do lixo doméstico. 
Classe II B - Resíduos Inertes: são aqueles que, ao serem submetidos aos testes de 
solubilização (NBR-10.007 da ABNT), não têm nenhum de seus constituintes solubilizados 
em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água. Isto significa que a água 
permanecerá potável quando em contato com o resíduo. Muitos destes resíduos são 
recicláveis. 
 
1.4.11 Resíduos classe II B – Inertes 
 
Quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa, segundo a 
ABNT NBR 10007, e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou 
desionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, não tiverem nenhum de 
seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de 
água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G da norma 
ABNT NBR 10004:2004. 
 
Estes resíduos não se degradam ou não se decompõem quando dispostos no solo (se 
degradam muito lentamente). Estão nesta classificação, por exemplo, os entulhos de 
demolição, pedras e areias retiradas de escavações. 
 
1.5 TESTES DE LIXIVIAÇÃO 
 
A classificação dos resíduos é baseada normalmente na avaliação do comportamento 
deste em contato com um solvente. Assim, a lixiviação é o procedimento mais utilizado para a 
analisar a potencialidade de transferência de matéria para o meio natural. 
Os ensaios de lixiviação são utilizados para determinar ou avaliar a estabilidade 
química dos resíduos, quando em contato com soluções aquosas, permitindo assim verificar o 
grau de imobilização de contaminantes. Encontram-se disponíveis diversos ensaios de 
lixiviação, mas nenhum deles é capaz de reproduzir, isoladamente, todas as condições 
variáveis que se observam na natureza. 
Os ensaios de lixiviação são utilizados tanto para fins científicos, quando se pretende 
determinar o comportamento de uma substância face a fenômenos físico-químicos que 
ocorrem durante uma percolação, como para caracterizar a periculosidade de um resíduo, 
13 
 
visando o controle de resíduos sólidos perigosos. Tal ensaio pode representar vários anos do 
fenômeno natural de lixiviação. O teste de lixiviação é empregado na classificação de 
resíduos sólidos desde que os mesmos não estejam perfeitamente caracterizados como 
resíduos perigosos, segundo as normas adotadas. 
O processo de lixiviação é fundamental para o entendimento de como avaliar a 
periculosidade do resíduo. Se as águas superficiais ou subterrâneas entram em contato com 
um material, cada um de seus constituintes se dissolve a uma taxa finita. Igualmente, muitos 
resíduos ditos impermeáveis como argilas, concreto, tijolos e vidro de qualquer. 
Os resíduos submetidos ao Teste de lixiviação conforme Norma Brasileira NBR 
10.005 – “Lixiviação de Resíduos – Procedimentos”, apresentarem teores de poluentes no 
extrato lixiviado em concentração superior aos padrões constantes da Listagem 7 – Limite 
Máximo no Extrato obtido no Teste de Lixiviação, são classificados como perigosos. Assim 
sendo, o teste de lixiviação se aplica somente àqueles resíduos que apresentam entre seus 
constituintes um ou mais dos elementos e substâncias constante na listagem nº 7 da NBR 
10.004. 
A lixiviabilidade é usualmente avaliada em função da concentração dos contaminantes 
encontrados no lixiviado. A concentração do contaminante, padrão primário de avaliação de 
qualidade da água, é frequentemente utilizada como padrão para o teste de lixiviação. Na 
avaliação da lixiviabilidade do material, é feita uma comparação entre a concentração do 
contaminante no lixiviado e no resíduo bruto. Estes valores indicam a porção de resíduo 
liberada para o meio. Se o tempo de duração do ensaio é conhecido, então é possível 
determinar-se a taxa de lixiviação do resíduo. O ensaio de lixiviação sofre interferência da 
temperatura, do tipo de solução lixiviante, da relação resíduo/lixiviante, do número de 
extrações, da superfície específica do resíduo e do grau de agitação utilizado no ensaio. 
Atualmente uma variada gama de testes de lixiviação é empregada para prever o 
impacto ambiental causado pela disposição de uma matriz contendo resíduo. A escolha entre 
vários tipos de testes de lixiviação é feita conjuntamente entre o órgão ambiental responsável 
e o gerador. Os testes de lixiviação de resíduos mais difundidos são o “Environmental 
Protection Agency’s Extraction Procedure (EP), Toxicity Test”, o “Toxic 
Characterisitics Leaching Procedure” (TCLP) (CHAMIE, 1994). Além destes testes 
americanos, pode-se citar o Essai de lixiviation - AFNOR X-31-210/92 (França) e o teste de 
lixiviação especificados pela norma brasileira NBR 10005 (lixiviação de resíduos sólidos). 
 
1.5.1 AFNOR X-31-210/92 - Essai de lixiviation 
 
Neste teste, a amostra é triturada e passada em peneira de 4 mm. A água deionizada é 
utilizada como líquido lixiviante e a razão líquido/sólido é de 10:1. O agitador recomendado 
pela norma é do tipo “endover end”. A agitação deve ser realizada em 24 horas no caso de 
uma única extração, e em 16 horas no caso de extrações sucessivas (depende do tipo de 
investigação desejada, porém são sugeridas quatro extrações) com intervalos de, no máximo, 
8 horas entre uma e outra extração. O sistema de filtração à vácuo é utilizado para separação 
líquido/sólido. Os lixiviados são amostrados e analisados quanto aos contaminantes de 
interesse originalmente presentes na amostra submetida ao teste. O resultado é dado como no 
teste de lixiviação MEP, ou seja, comparando-se a soma das concentrações determinadas para 
cada elemento com os limites estabelecidos em norma. 
 
14 
 
1.5.2 Standard Test Method for Shake Extraction of Mining Waste by the Synthetic 
Precipitation Leaching Procedure - ASTM D 6234/98 
Este método utiliza-se de uma solução a base de ácido nítrico e ácido sulfúrico. A 
amostra de resíduo deve apresentar granulometria de 9,5 mm e ser agitada a 30 rpm, por 18 h. 
O fluxograma abaixo descreve o procedimento da ASTM D 6234/98 que foi adotado na 
execução dos ensaios em laboratório. 
Figura 01: Esquema de realização do método Standard Test Method for Shake Extraction of Mining Waste by 
the Synthetic Precipitation Leaching Procedure - ASTM D 6234/98. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.5.3 NBR 10.005/04 (Brasil) – Lixiviação de Resíduos 
Consiste em quebrar a amostra sólida (para formas monolíticas utiliza-se o teste de 
integridade estrutural) e passá-la em uma peneira de 9,5 mm. A extração é feita comácido 
acético mantendo-se o pH em 5. O equipamento recomendado para agitação é do tipo “jar 
test” ou qualquer outro tipo de equipamento capaz de inibir a estratificação da amostra. A 
amostra é filtrada em sistema de filtração à vácuo com a utilização de uma membrana de 0,45 
µm. Os lixiviados obtidos são analisados quanto a concentração dos constituintes perigosos de 
interesse e, em seguida, é verificado se os limites estabelecidos em norma foram alcançados 
para que seja realizada a classificação quanto à toxicidade do material ensaiado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
NBR 100g de resíduo de 
granulometria 8,6 mm 
Adicionar água 
deionizada na proporção 
16:1 
Iniciar a agitação: 
Agitador Jar- Test 
Medir o pH 
Controlar o pH em 15, 30 e 60 min 
abaixo de 5, com ácido acético 
Agitar no Jar- Test 
durante 24 h 
Caso o pH seja superior a 5, agitar durante 
4h controlando o pH de hora em hora abaixo 
de 5, com ácido acético 
Passar no filtro 
de 0,45 um 
Adicionar água deionizada 
calculada pela a expressão 
Preservar as 
Amostras 
Figura 02: Esquema de realização do método NBR 10.005/04 (Brasil) – Lixiviação de Resíduos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.5.4 TCLP - Toxicity Characteristic Leaching Procedure 
Neste teste, o resíduo ou o produto é triturado e passado em uma peneira de 9,5 mm. A 
amostra é lixiviada com uma solução diluída de ácido acético usando uma razão 
líquido/sólido de 20:1. O agitador recomendado é do tipo “end-over end” (agitador tipo 
rotativo) e a duração da agitação é definida em 18 horas. A fase sólida é separada da líquida 
por sistema de filtração a vácuo com a utilização de uma membrana de 0,70 µm e os 
constituintes perigosos de interesse são analisados nos lixiviados obtidos. Como na norma 
NBR 10005 as concentrações dos elementos de interesse são comparadas aos limites 
estabelecidos a fim de classificar o material ensaiado quanto à sua toxicidade. 
 
 
 
 
16 
 
Figura 02: Esquema de realização do método TCLP - Toxicity Characteristic Leaching Procedure. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
1.5.5 Multiple Extraction Procedue (MEP) 
Neste teste, a amostra a ser submetida ao teste é inicialmente lixiviada de acordo com o 
Extration Procedure Test (EPT) e são analisados os constituintes perigosos de interesse 
presentes nos lixiviados. Em seguida, as porções sólidas que permaneceram após separação 
líquido/sólido da primeira lixiviação são reextraídas no mínimo oito vezes com solução que 
simula chuva ácida (solução de ácido sulfúrico/ácido nítrico ajustada para pH=3) e os 
contaminantes de interesse são determinados nas soluções lixiviantes. O resultado é dado 
como a soma das concentrações determinadas durante a realização de todo o ensaio (mg/L), 
para cada elemento. Para se avaliar a toxicidade do produto cimentado compara-se este valor 
com os limites estabelecidos em norma 
 
1.6 TESTE DE SOLUBILIZAÇÃO 
 
A Norma Complementar que trata deste assunto é a NBR 10006/2004 – Solubilização de 
resíduos, onde impõem condições para que se possa diferenciar os resíduos da classe IIA e II. 
Esta Norma tem como objetivo fixar os requisitos exigíveis para obtenção de extrato 
solubilizado de resíduos sólidos, visando diferenciar os resíduos classificados na ABNT NBR 
10004 como classe II A - não inertes – e classe II B – inertes. Não se aplicando em resíduos 
no estado líquido. 
 
As normas relacionadas a seguir contêm disposições que, ao serem citadas neste texto, 
constituem prescrições para esta Norma. A edições indicadas estavam em vigor no momento 
desta publicação. Como toda norma está sujeita a revisão, recomenda-se àqueles que realizam 
acordos com base nesta que verifiquem a conveniência de se usarem as edições mais recentes 
das normas citadas a seguir. A ABNT possui a informação das normas em vigor em um dado 
momento: 
 
 ABNT NBR 10004:2004 - Resíduos sólidos - Classificação 
 ABNT NBR 10007:2004 - Amostragem de resíduos sólidos 
 AWWA-APHA-WPCI1) - Standard methods for the examination of water and wastewater 
 USEPA - SW 8461) - Test methods for evaluating solid waste; Physical/Chemical methods 
 
Para realização do teste de solubilização a ABNT NBR 10006/04 estabelece os seguintes 
requisitos: 
 
1.6.1 Aparelhagem 
 
Como aparelhagem deve-se utilizar: 
a) agitador que possa evitar a estratificação da amostra por ocasião da agitação; submeter 
todas as partículas da amostra ao contato com a água e garantir a agitação homogênea durante 
o seu período de funcionamento; 
b) aparelho de filtração que permita a separação de todas as partículas de diâmetro igual ou 
superior a 0,45 μm; 
c) estufa de circulação de ar forçado e exaustão ou estufa a vácuo; 
d) medidor de pH; 
e) balança com resolução de ± 0,01 g. 
 
1.6.2 Reagente e materiais 
 
Como reagente e materiais devem-se utilizar: 
18 
 
a) água destilada e/ou desionizada, isenta de orgânicos; 
b) frasco de 1 500 mL; 
c) membrana filtrante com 0,45 μm de porosidade; 
d) filme de PVC; 
e) peneira com abertura de 9,5 mm. 
 
1.6.3 Amostragem de campo 
 
A amostragem deve ser procedida conforme ABNT NBR 10007. 
 
1.6.4 Procedimento 
 
Deve-se proceder: 
 Secar a amostra a temperatura de até 42°C, utilizando uma estufa com circulação forçada de 
ar e exaustão ou estufa a vácuo, e determinar a percentagem de umidade. 
 Colocar uma amostra representativa de 250 g (base seca) do resíduo em frasco de 1 500 mL. 
NOTA 1: A operação deve ser realizada em duplicata. 
NOTA 2: Pode-se utilizar o resíduo não seco, desde que ele represente 250 g de material 
seco; para isto, fazer a compensação de massa e volume. 
NOTA 3: Se a amostra passar em peneira de malha 9,5 mm, ela estará pronta para a etapa 
de extração; caso contrário, ela deve ser triturada. 
 Adicionar 1 000 mL de água destilada, desionizada e isenta de orgânicos, se a amostra foi 
submetida ao processo de secagem, e agitar a amostra em baixa velocidade, por 5 min; 
 deixar em repouso por 7 dias, em temperatura até 25°C. 
 Filtrar a solução com aparelho de filtração guarnecido com membrana filtrante com 0,45 μm 
de porosidade. 
 Definir o filtrado obtido como sendo o extrato solubilizado. 
 Determinar o pH após a obtenção do extrato solubilizado. 
 Retirar alíquotas e preservá-las de acordo com os parâmetros a analisar, conforme 
estabelecido no Standard methods for the examination of water and wastewater ou USEPA - 
SW 846 - Test methods for evaluating solid waste; Physical/Chemical methods. 
NOTA: No caso de análise de metais, deve ser feita a acidificação numa pequena alíquota. 
Caso ocorra a precipitação, não proceder à acidificação no restante da amostra. Utilizar 
parte do extrato não acidificado e analisar imediatamente. 
 Analisar os parâmetros do extrato solubilizado de acordo com as metodologias descritas no 
Standard methods for the examination of water and wastewater ou USEPA - SW 846 - Test 
methods for evaluating solid waste; Physical/Chemical methods. 
 
1.6.5 Interpretação dos dados 
 
Os dados obtidos no procedimento devem constar em um laudo ou relatório emitido pelo 
laboratório, com as seguintes informações: 
a) teor de umidade, em porcentagem; 
b) pH medido no extrato solubilizado. 
NOTA: Eventuais observações referentes a este procedimento devem constar também no 
relatório. 
Para efeito de classificação de resíduos, comparar os dados obtidos com aqueles constantes no 
anexo G da ABNT NBR 10004:2004. 
 
19 
 
2 PROBLAMÁTICA DOS RESÍDUSOSÓLIDOS 
 
No decorrer dos últimos 30 anos, grande parte dos municípios brasileiros, apresentaram 
uma intensa urbanização, esta decorrente do processo evolutivo industrial e da Massificação 
populacional, provocando com isso, o surgimento de alguns problemas, estes tanto sociais 
como ambientais. 
A degradação do meio ambiente urbano surge na mediada que as cidades começam a 
receber pessoas vindas, principalmente do interior a procura de trabalho e melhores condições 
de vida, provocando um verdadeiro inchaço das cidades, tendo em vista que falta moradia, 
escolas, empregos, saneamento básico, saúde, dentre outros, princípios fundamentais para a 
obtenção de uma sadia qualidade de vida, já que esta está ligada diretamente à qualidade do 
meio ambiente que vivemos. 
As primeiras cidades fizeram seu aparecimento na esteira da Revolução Agrícola ou, 
também, “Revolução Neolítica”, a partir daí, se inicia a prática da agricultura, e graças a isso 
irão surgindo, aos poucos, assentamentos sedentários, e depois as primeiras cidades. Com a 
agricultura tornou-se possível alimentar populações cada vez maiores, gerando-se, inclusive, 
um excedente alimentar. As cidades surgem como resultado de transformações sociais gerais 
– econômicas, tecnológicas, políticas e culturais -, quando, para além de povoados de 
agricultores (ou aldeias), que eram pouco mais que acampamentos permanentes de produtores 
diretos que se tornaram sedentários, surgem assentamentos permanentes maiores e muito mais 
complexos, que vão abrigar uma ampla população de não-produtores. Entretanto, as cidades 
continuaram a transformar-se durante os milênios seguintes ao seu aparecimento, e continuam 
a transformar-se sem cessar. Os processos de industrialização pelo mundo afora, tiveram um 
impacto enorme sobre o tamanho e a complexidade das cidades. 
A urbanização como fenômeno mundial é tanto um fato recente quanto crescente, pois por 
volta de meados do século XIX a população urbana representava 1,7% da população total do 
planeta, atingindo em 1960 (um século depois) 25% e; em 1980 esse número passou para 
41,1%. A evolução da população brasileira, principalmente urbana, ocorreu 
significativamente nos últimos 60 anos. A taxa de urbanização que em 1940 era de apenas 
26.35% atingiu em 1991, 77.13%. Ainda, no período de 1940 a 1980, a população total do 
país triplica (de 41.326.000 para 119.099.000) ao passo que a população urbana multiplica-se 
por sete vezes (de 10.891.000 para 82.013.000 hab.) (PERREIRA, sem data). Atualmente a 
taxa de urbanização no Brasil é de 84,0%. A maior concentração de população urbana foi 
registrada na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, 99,3%. A taxa de urbanização 
fluminense pode ser contrastada com a piauiense, cujo valor é o mais baixo do País: 61,9%. 
Sendo a do Estado do Pará 75,1% (IBGE, 2010). 
 Esse ritmo de crescimento urbano verificado no país após 1950 é justificado a partir da 
Segunda Guerra Mundial é concomitante ao forte crescimento demográfico brasileiro 
registrado nessa época que resultou em grande parte de um decréscimo na mortalidade devido 
aos progressos sanitários, a melhoria relativa nos padrões de vida e à própria urbanização. 
Sendo o processo de urbanização no Brasil é bastante significativo, na medida em que hoje 
cerca de 84% da população está concentrada nas cidades. Este fato provoca diversos 
problemas, como exclusão em relação à moradia, e aos serviços públicos, entre outros. 
Particularmente por ser o capitalismo um modo de produção altamente expropriador e 
desigual, promovendo tanto a apropriação desmedida da natureza como a exploração dos 
indivíduos. 
Com o processo de urbanização desordenado e acelerado vivenciado pelo Brasil nos 
últimos 60 anos, houve uma grande procura por parte da população pelos grandes centros 
urbanos, esta, motivada principalmente pela Revolução Industrial e consequentemente pelo 
avanço do capitalismo. As indústrias se instalaram nas cidades, estimulando o êxodo rural, 
20 
 
expulsando para as cidades milhares de trabalhadores rurais, desterritorializados dos seus 
locais de vida e de trabalho. Como consequência, houve um inchaço populacional e 
crescimento desordenado das cidades, que, em sua maioria, não estavam preparadas para 
suportar a demanda da população que chegava, o que acarretou numa série de problemas 
estruturais, estes de ordem social e ambiental. Somando a todos esses problemas, aparece a 
necessidade de gestão dos resíduos sólidos urbanos, tendo em vista que diferentemente do 
meio natural, a cidade não pode se desfazer dos resíduos gerados por sua população capitalista 
(onde o consumo é cada vez maior), e estes por sua vez, merece, devida atenção dos poderes 
públicos municipais para que os impactos por eles gerados sejam minimizados. 
A geração de resíduos sólidos urbanos é diretamente proporcional ao consumo. Quanto 
mais se consome e quanto mais recursos são utilizados, mais resíduos são produzidos. Estima-
se que a população mundial, hoje com mais de 6 bilhões de habitantes, esteja gerando 30 
milhões de toneladas de resíduos por ano. (IPT/CEMPRE, 2000). Já no Brasil, a geração de 
resíduos cresceu de 213 mil toneladas por dia em 2007 para 273 mil toneladas por dia em 
2013 o que equivale a aproximadamente 1,35 kg de resíduo sólido por pessoa por dia (IBGE, 
2013; CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2013). 
Neste sentido, consumo deve ser considerado um dos grandes causadores da degradação 
ambiental quando não controlada, ou seja, realizada além dos limites da necessidade. Pode 
comprometer seriamente a sustentabilidade, na medida em que se tornem excessivo e 
desnecessário, determinando a extração de mais recursos para atender a demanda (...). 
Percebe-se, portanto, que o problema dos resíduos, considerados qualidade e quantidade, são 
um dos grandes problemas da atualidade e que merecerá especial atenção no futuro. Os 
resíduos por sua vez, provocam impactos tanto de ordem social (acúmulo em vias públicas, a 
má destinação destes resíduos, surgimento de uma população “catadora”, etc.), quanto de 
ordem ambiental (poluição visual, proliferação de macro e micro vetores, poluição do solo, do 
ar, dos lençóis freáticos, etc.). 
 
2.1 PROBLEMAS AMBIENTAIS 
 
As questões ambientais vêm se tornando temas centrais de discussões no Brasil e no 
mundo. Até meados da década de 1980, falava-se muito em preservar a natureza, o meio 
ambiente, porém, tinha-se como foco central, preocupações voltadas para a denominada 
natureza intocada, ou seja, os biomas, as bacias hidrográficas, a fauna e a flora, as paisagens e 
os recursos naturais que compõem o ecossistema e a biodiversidade do Planeta. O meio 
urbano apresenta, há décadas, um intenso crescimento desordenado e acelerado, trazendo 
como consequência, principalmente nos países subdesenvolvidos, um ambiente degradado. 
Sendo assim, a problemática ambiental urbana, explica-se no contexto da cidade na atualidade 
e do próprio modo de produção capitalista; o espaço compreende um conjunto de objetos 
geográficos distribuídos pelo território redescoberto pela problemática ambiental. 
Os seres humanos, ao se concentrarem num determinado espaço físico, aceleram 
inexoravelmente os processos de degradação ambiental. Seguindo esta lógica, a degradação 
ambiental cresce na proporção em que a concentração populacional aumenta. Sendo, impacto 
ambiental, portanto, o processo de mudanças sociais e ecológicas causados por perturbações 
(uma nova ocupação e/ou construção de um objeto novo: uma usina, uma estrada ou uma 
indústria) no ambiente. Diz respeito ainda à evolução conjunta das condições sociais e 
ecológicas estimuladas pelos impulsos das relações entre força externa e interna à unidade 
espaciale ecológica, histórica ou socialmente determinada. É a relação entre sociedade e 
natureza que se transforma diferencialmente e dinamicamente. Os impactos ambientais são 
escritos no tempo e incidem diferentemente, alterando as estruturas das classes sociais e 
reestruturando o espaço. 
21 
 
Impacto ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e/ou 
biológicas do meio ambiente, provocada direta ou indiretamente por atividades humanas que 
podem afetar a saúde, a segurança e/ou a qualidade dos recursos naturais. Quando os impactos 
são negativos, podem conduzir à degradação ambiental. 
A destinação dos resíduos sólidos compreende um problema atual que afeta todas as 
cidades, principalmente nas grandes metrópoles. Embora o chorume e os gases sejam os 
maiores problemas causados pela decomposição do lixo, outros problemas associados com a 
sua disposição podem ser assim compreendidos: poluição do solo e das águas superficiais 
próximas; poluição de águas subterrânea; poluição visual; presença de odores desagradáveis; 
presença de vetores, causando doenças diretamente a catadores; pessoal que trabalha no lixão; 
população do entorno e, indiretamente a população; presença de catadores precariamente 
organizados, inclusive crianças; presença de gases de efeitos: estufa e explosivo, dioxinas e 
furanos devido à queima, intensa degradação da paisagem, riscos de incêndio e a 
desvalorização imobiliária no entorno. 
Em termos ambientais, os lixões agravam a poluição do ar, do solo e das águas, além 
de provocar poluição visual. Nos casos de disposição de pontos de lixo nas encostas é 
possível ainda ocorrer a instabilidade dos taludes pela sobrecarga e absorção temporária da 
água da chuva, provocando deslizamentos. A disposição inadequada dos RSU está 
diretamente relacionada com os problemas causados por estes resíduos no solo, nas águas e no 
ar. 
 
2.1.1 Poluição do solo 
 
Quando dispostos inadequadamente, os RSU podem poluir o solo, alterando as 
características físicas, químicas e biológicas, constituindo-se num problema de ordem estética 
e, mais ainda, numa séria ameaça à saúde pública. Por conter substâncias de alto teor 
energético (metais pesados) e, por oferecer disponibilidade simultânea de água, alimento e 
abrigo, os resíduos se tornam criadouro de vetores de doenças, como roedores, moscas, 
bactérias e vírus. 
2.1.2 Áreas degradas: aspectos gerais do solo 
Degradar o solo significa alterar suas propriedades físicas (estrutura, porosidade, 
compacidade), químicas (pH etc.) e biológicas (microrganismos). Sendo importantes estudos 
ligados à recuperação do solo, pois é ele que sustenta os ecossistemas terrestres e possui 
fragilidade física, química e biológica, com baixa capacidade de formação e regeneração 
(pedogênese), podendo levar milênios para se formar. 
Segundo a NBR 10703 (ABNT, 1989), degradação do solo é a “alteração adversa das 
características do solo em relação aos seus diversos usos possíveis, tanto os estabelecidos em 
planejamento quanto os potenciais”. Segundo Reinert (1998) apud Magalhães (2005), há três 
principais tipos de degradação do solo, sendo elas a degradação física, que se refere às 
condições ligadas à forma e estabilidade da estrutura do solo, a degradação biológica, que está 
relacionada com a redução da matéria orgânica, atividade e diversidade de organismos, e a 
degradação química, que é reflexo da retirada e saída de nutrientes por acúmulo de elementos 
tóxicos e/ou desbalanceados no solo. 
De acordo com Magalhães (2005), a reabilitação de áreas degradadas se fundamenta 
na obrigação de reparar danos causados ao meio ambiente. Esse dano, inclusive em atividades 
exigidas por lei, como por exemplo, a disposição final de RSU, visa, tanto quanto, seja 
possível, repor a área degradada a sua condição anterior. 
22 
 
Para os ADRSU (Aterros de disposição de resíduos Sólidos), há exigências legais 
onde o projeto do sistema de cobertura final deve ser elaborado de forma a minimizar a 
infiltração de água para o interior do aterro, demandar pouca manutenção, não estar sujeita a 
erosão, suportar recalques/assentamento e possuir coeficiente de permeabilidade inferior ao 
solo natural da área do aterro. A vegetação deve ser implantada, uma vez que pode melhorar 
as condições ambientais da área quanto aos aspectos de redução do fenômeno de erosão, 
formação de poeira e transporte de odores (ABNT, 1987). 
Dentro do objetivo de recuperar um solo, o seu processo de manejo deve ser elaborado 
de tal forma a criar condições para que uma área perturbada ou mesmo natural, seja adequada 
aos seus usos. Para determinar a melhor solução técnica é preciso considerar uma série de 
fatores que podem influenciar diretamente e indiretamente o meio, ou seja, sendo um processo 
complexo e específico a cada situação, devendo ser considerados diversos aspectos. No caso 
dos ADRSU, esta recuperação demanda um trabalho intenso, devido à grande variabilidade 
do material existente na cobertura final, uma vez que é constituído de solo, resíduos de 
construção civil e, muitas vezes, do próprio RSU, contribuindo então para dificultar a 
revegetação da área em questão (MAGALHÃES, 2005). 
Em áreas destinadas ao descarte de resíduos sólidos urbanos (RSU) deve-se, antes de 
iniciar a sua deposição, remover em separado o solo e as suas camadas geográficas. Quando a 
capacidade máxima de aterramento da área é atingida e o processo de restauração iniciado, 
aqueles materiais deveriam ser repostos na sequência original, minimizando a infiltração de 
água, além de proporcionar um adequado desenvolvimento da vegetação, reduzindo assim os 
efeitos dos processos erosivos. Contudo, na prática, isto nem sempre é possível de ser 
executado, fato este que aliado à instabilidade dos RSU aterrados, pode impedir uma 
restauração satisfatória daquele ambiente. 
Desta maneira, o monitoramento e avaliação das alterações em características de solos 
construídos sobre aterros de RSU, bem como o seu potencial de uso, podem possibilitar a 
obtenção de parâmetros que permitam estimar o impacto ambiental desta atividade e assim 
propor eventuais ajustes. 
Num programa de recuperação de ambientes degradados, vários tipos de revegetação 
podem ser planejados, dependendo, basicamente, das potencialidades locais e dos objetivos a 
serem atingidos, como exemplo, o uso de espécies vegetais associadas a microrganismo. 
 
2.1.3 Metais Pesados no Solo 
 
Os metais pesados podem ocorrer no solo sob diversas formas: na forma iônica ou 
complexada na solução do solo, como íons trocáveis no material orgânico ou inorgânico de 
troca ativa, como íons mais firmemente presos aos complexos de troca, como íons quelatos 
em complexos orgânicos ou organominerais, incorporados em sesquióxidos precipitados ou 
sais insolúveis, incorporados nos microrganismos e nos seus resíduos biológicos, ou presos 
nas estruturas cristalinas dos minerais primários ou secundários. Sua distribuição é 
influenciada pelas seguintes propriedades do solo: pH, potencial redox, textura, composição 
mineral (conteúdo e tipos de argilas e de óxidos de Fe, Al e Mn), características do perfil, 
Capacidade de Troca Catiônica (CTC), quantidade e tipo de componentes orgânicos no solo e 
na solução, presença de outros metais pesados, temperatura do solo, conteúdo de água e 
outros fatores que afetam a atividade microbiana. Estes fatores que afetam a distribuição dos 
metais pesados no sistema solo controlam sua solubilidade, mobilidade no meio e 
disponibilidade às plantas. 
23 
 
 
2.1.4 Poluição das águas 
Há locais onde são feitas a disposição incorreta de resíduos, que são lançados 
diretamente em corpos hídricos,ou que os lixiviados dessa massa de resíduos, disposta no 
solo, contaminam os cursos d’água. 
Os principais efeitos da presença dos RSU em corpos hídricos são: elevação da 
demanda bioquímica de oxigênio (DBO), redução dos níveis de oxigênio dissolvido, 
formação de correntes ácidas, maior carga de sedimentos, elevada presença de coliformes, 
aumento da turbidez, intoxicação de organismos presentes naquele ecossistema, incluindo o 
homem, quando este utiliza água contaminada para consumo. 
 
2.1.5 Indicadores de qualidade de água 
 
A qualidade da água pode ser representada por meio de diversos indicadores que traduzem 
as suas principais características físicas, químicas e biológicas. Esses indicadores podem ser 
de utilização geral, tanto para caracterizar águas de abastecimento, águas residuárias, 
mananciais e corpos receptores. A seguir apresenta-se a descrição de alguns dos principais 
indicadores para interpretação dos resultados de análise de água: 
 
a) pH 
 
Representa a concentração de íons hidrogênio H, dando uma indicação sobre a condição 
de acidez, neutralidade ou alcalinidade da água. A faixa de variação do pH é de 0 a 14, sendo 
que valores menores que 7 indicam condições de acidez, igual a 7 condição neutra, e, maior 
que 7 condição de alcalinidade. 
 
b) Fósforo 
 
O fósforo é considerado um dos elementos essenciais para o crescimento de protistas, 
plantas e de algas e, quando em elevadas concentrações em lagos e represas, pode conduzir a 
um crescimento exagerado desses organismos (eutrofização). Sua presença como nutriente é 
muito importante para o crescimento e reprodução dos microrganismos que promovem a 
degradação da matéria orgânica. O fósforo se encontra nesses efluentes sob a forma de 
compostos orgânicos, principalmente proteínas e fazendo parte dos compostos minerais 
principalmente nos polifosfatos e ortofosfatos. 
 
 
 
c) Nitrogênio 
 
O nitrogênio pode estar presente nos resíduos orgânicos sob forma orgânica, amoniacal, 
nítrica ou nitrosa. Nitrificação é o processo de oxidação da amônia a nitrato, realizadas por 
bactérias aeróbias quimiossintetizantes que por meio de sua síntese celular liberam energia. A 
amônia ou nitrogênio amoniacal pode ser um constituinte natural de águas superficiais ou 
subterrâneas, proveniente da decomposição da matéria orgânica. 
24 
 
A presença de nitratos indica que a matéria orgânica foi totalmente oxidada. A 
ocorrência natural de nitratos nos mananciais subterrâneos é geralmente baixa e encontra-se 
relacionada à ocorrência de chuva ou à decomposição aeróbia de material orgânico na água. 
Os teores naturais encontrados nas águas subterrâneas do Estado de São Paulo não 
ultrapassam 2,5 mg/L. A partir desse teor, pode-se supor início de contaminação. A presença 
de nitritos indica uma possível contaminação nas proximidades do ponto de coleta. 
 
d) Sólidos presentes na água 
 
Todos os contaminantes da água, com exceção dos gases dissolvidos, contribuem para a 
carga de sólidos. Por esta razão os sólidos são analisados separadamente, antes de se 
apresentar os diversos parâmetros de qualidade de água. Os sólidos podem ser classificados 
de acordo com as suas características físicas, seu tamanho e estado (sólidos em suspensão e 
sólidos dissolvidos), as suas características químicas (sólidos fixos e voláteis). 
 
2.1.6 Influência de metais pesados 
 
A expressão metal pesado é comumente utilizada para designar metais classificados 
como poluentes, englobando um grupo muito heterogêneo de metais, semimetais e mesmo 
não metais, como o selênio. Na lista de metais pesados estão com maior frequência os 
seguintes elementos: cobre, ferro, manganês, molibdênio, zinco, cobalto, níquel, vanádio, 
alumínio, prata, cádmio, cromo, mercúrio e chumbo. Consistem nos metais que têm densidade 
maior que 5 g/cm podem, se presentes em elevadas concentrações, retardar ou inibir o 
processo biológico aeróbio ou anaeróbio e ser tóxico aos organismos vivos. 
Por serem o destino final de muitos produtos e subprodutos industrializados, os aterros 
de resíduos sólidos de origem urbana apresentam vários componentes ricos em metais tóxicos, 
constituindo-se em fonte potencial de risco ambiental. A capacidade de ocasionar dano é 
dependente de características implícitas aos resíduos (composição), assim como da forma de 
seu gerenciamento; sendo ambos os reflexos das diferenças ambientais, culturais, sociais 
educacionais e financeiras existentes no planeta. São muitas e diferentes as situações passíveis 
de serem encontradas, sendo de grande ocorrência a disposição destes resíduos de formas 
inadequadas, muitas vezes associadas à presença de produtos perigosos, que deveriam ser 
coletados e tratados separadamente. 
Metais pesados como chumbo, mercúrio, cádmio, arsênio, cromo, zinco e manganês, 
dentre outros, estão presentes em diversos tipos de resíduos, podendo ser encontrados em: 
lâmpadas, pilhas galvânicas, baterias, restos de tinta, restos de produtos de limpeza, óleos 
lubrificantes usados, solventes, embalagens de aerossóis, componentes eletrônicos, 
descartados isoladamente, resíduos de produtos farmacêuticos, medicamentos com prazos de 
validade vencidos, lataria de alimento, plásticos descartados, dentre outros. 
Nos resíduos sólidos urbanos, a fração matéria orgânica aparece como fonte principal 
dos metais pesados: níquel, mercúrio, cobre, chumbo e zinco; os plásticos aparecem com 
principal fonte de cádmio; o chumbo e o cobre se manifestam em quantidades importantes nos 
metais ferrosos; o papel é uma fonte de chumbo. Ainda estima-se que os teores totais, em 
mg/kg, dos íons de metais pesados nos resíduos sólidos urbanos brasileiros foi a seguinte: 0,2 
de mercúrio, 3,0 de cádmio, 224,5 de chumbo, 316,0 de zinco, 156,0 de cobre, 12,0 de níquel 
e 68,0 de cromo. 
A concentração de metais pesados no ambiente com sua disseminação no solo, água e 
atmosfera tem sido motivo de crescente preocupação no mundo. Os metais pesados podem ser 
25 
 
percolados por meio do chorume, o qual se mistura com a água da chuva e outros líquidos, 
originalmente existentes no lixo, podendo infiltrar-se no solo e atingir o lençol freático, escoar 
para os corpos hídricos, contaminando não somente o solo, como as coleções hídricas – águas 
subterrâneas e superficiais. 
Os metais pesados os quais são incorporados no solo podem seguir diferentes vias de 
fixação, liberação ou transporte. Podendo ficar retidos no solo, seja dissolvidos em solução ou 
fixados por processos de adsorção, complexação e precipitação. Eles também podem ser 
absorvidos pelas plantas e assim serem incorporados às cadeias tróficas, ou, também podem 
passar para a atmosfera por volatilização ou mover-se para águas superficiais e subterrâneas. 
A elevação da concentração de metais como o Ni, Cr, Cu, Pb, Cd e Zn no solo pode 
interferir severamente na vegetação e nas atividades biológicas do solo, como a mineralização 
de materiais orgânicos, amonificação, fixação biológica de N2, nitrificação, dentre outros ou, 
indiretamente, pelos efeitos tóxicos desses metais sobre as plantas, causando decréscimo na 
quantidade de substratos liberados na região rizosférica. 
Os efeitos desses metais dependerão, entretanto, das características do solo, do tipo e 
concentração do metal, do número de metais contaminantes e suas interações nas áreas 
adjacentes. Os metais podem agir diretamente no ciclo dos elementos químicos na natureza e 
também podem influenciar de modo negativo os demais processos com interferência no 
ecossistema, com consequências no meio ambiente e na saúde pública. 
 
A importância dos metais pesados está relacionada com a funçãopotencialmente 
inibidora que podem transmitir para o processo de digestão anaeróbia. Outro aspecto relevante 
é que seu monitoramento, juntamente com outros parâmetros, contribui decisivamente para se 
verificar a influência que os líquidos percolados de um aterro sanitário podem estar exercendo 
sobre a qualidade das águas subterrâneas e do solo. 
 
As principais características de alguns metais, são: 
a) Cádmio (Cd): com densidade 8,6 g/cm é utilizado em indústrias de galvanoplastia, 
na fabricação de baterias, em tubos de televisão, lâmpadas fluorescentes, utilizado, também, 
como pigmento e estabilizador de plásticos polivinílicos. As águas não poluídas contêm 
menos do que 1mg/L de Cd, e no caso de contaminação das águas superficiais, esta se dá por 
descarga de resíduos industriais e lixiviação de aterro sanitário, ou de solos que recebem lodo 
de esgoto. 
b) Chumbo (Pb): com densidade de 11,34 g/cm; é utilizado na fabricação de baterias, 
sendo usado, também, na gasolina, em pigmentos, munição e soldas. O teor de Pb em rios e 
lagos encontra-se na faixa de 1 a 10mg/L, porém valores maiores têm sido registrados onde a 
contaminação tem ocorrido como resultado de atividades industriais. 
c) Cromo (Cr): com densidade de 7,19 g/cm; é utilizado na fabricação de ligas 
metálicas empregadas nas indústrias de transporte, construções e fabricação de maquinários, 
na fabricação de tijolos refratários; utilizado, também, na indústria têxtil, fotográfica e de 
vidros. Os níveis de Cr na água, geralmente, são baixos (9,7g/L), embora níveis maiores já 
tenham sido relatados como consequência do lançamento nos rios de resíduos contendo este 
metal. A forma hexavalente do Cr é reconhecida como carcinogênica, causando câncer no 
trato digestivo e nos pulmões, podendo causar, também, dermatites e úlceras na pele e nas 
narinas. A níveis de 10 mg/kg de peso corporal o Cr
6+
 necrose no fígado, nefrite e morte, e a 
níveis inferiores podem ocorrer irritações na mucosa gastrintestinal. 
d) Níquel (Ni): com densidade de 8,90 g/cm; utilizado na produção de ligas, na 
indústria de galvanoplastia, na fabricação de baterias juntamente com o Cd (baterias Ni-Cd), 
em componentes eletrônicos, produtos de petróleo, pigmentos e como catalisadores para 
26 
 
hidrogenação de gorduras. Problemas significantes de contaminação de águas com Ni estão 
associados com a descarga de efluentes industriais contendo altos níveis desse metal. 
Normalmente os níveis de Ni nas águas superficiais variam entre 5 a 20mg/L. As 
concentrações tóxicas de Ni podem causar muitos efeitos, entre eles, o aumento da interação 
competitiva com cinco elementos essenciais (Ca, Co, Cu, Fe, e Zn) provocando efeitos 
mutagênicos pela ligação do Ni aos ácidos nucléicos, indução de câncer nasal, pulmonar e na 
laringe, indução ao aparecimento de tumores malignos nos rins e também apresentar efeitos 
teratogênicos. 
e) Zinco (Zn): com densidade de 7,14 g/cm galvanização de produtos de ferro; 
utilizado em baterias, fertilizantes, lâmpadas, televisores e aros de rodas; componentes de Zn 
são usados em pinturas, plásticos, borrachas, em alguns cosméticos e produtos farmacêuticos. 
Este material tende a ser menos tóxico que os outros metais pesados, porém, os sintomas de 
toxidade por Zn são vômitos, desidratação, dores de estômago, náuseas, desmaios e 
descoordenação dos músculos. O Zn mostra uma relação fortemente positiva sobre o Cd, a 
hipertensão induzida pelo Cd pode ser reduzida pelo Zn. Problemas ambientais envolvendo os 
recursos hídricos subterrâneos estão muito associados às emissões e/ou manuseio de metais 
pesados, substâncias como hidrocarbonetos e solventes orgânico-sintéticos (principalmente 
clorados), do que propriamente às excessivas cargas orgânicas degradáveis (elevada DQO), 
responsáveis, em geral, por maiores riscos às águas subterrâneas; 
f) Cobre: formam-se complexos com a matéria orgânica que podem ser móveis e 
pouco solúveis. A formação de hidróxidos de Fe e Mn pode também controlar a imobilização 
do Cu. O cobre é um nutriente indispensável às plantas e aos seres humanos quando em 
baixas concentrações, mas adquire propriedades tóxicas quando em concentrações elevadas. 
g) Ferro: a forma reduzida Fe
+2
 é solúvel e móvel; a forma oxidada Fe
+3
 forma 
precipitados relativamente insolúveis com carbonatos e sulfatos Entretanto, quando presente 
em altas concentrações no organismo, pode causar sérios problemas no esôfago e estômago, 
além de eventuais problemas nos pulmões e ser cáustico à pele. 
 
2.2 PROBLEMAS OPERACIONAIS 
 
A Lei Federal nº 11.445/2007, que dispõe sobre as Diretrizes Nacionais para o 
Saneamento Básico e considera no seu 3° artigo como saneamento básico, o conjunto de 
serviços, infraestruturas e instalações operacionais de: a) abastecimento de água potável, b) 
esgotamento sanitário: c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, e d) drenagem e 
manejo das águas pluviais urbanas. 
No que se refere as infraestruturas e atividades operacionais básicas necessárias para o 
manejo adequado de resíduos sólidos destaca-se: conjunto de atividades, infraestruturas e 
instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo 
doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas; 
Sabe-se atualmente que mais de 95% dos municípios Brasileiros não possuem 
infraestrutura operacional necessária para a realização adequada da gestão de Resíduos 
Sólidos, sendo a ausência total de estrutura o principal problema operacional. No entanto, vale 
a pena ressaltar que não existe a falta de política pública, existe a ineficiência de acesso ás 
politicas públicas disponíveis. 
Em 2010, o Governo Federal, via Ministério do Meio Ambiente, a Lei nº 12.305, 
referente à Política Nacional de Resíduos Sólidos que objetiva a prevenção e a redução na 
geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um 
conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos 
resíduos sólidos e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos. Além de estabelecer 
27 
 
metas importantes, como a entrega de plano de ação para a gestão de resíduos sólidos até 
agosto de 2012 - meta não cumprida por mais de 90% dos municípios (MMA, 2012) - 
eliminação das áreas insalubres de disposição de resíduos sólidos e implantação de aterros 
sanitários até 2014, e manejo adequado de resíduos sólidos em totalidade nacional até 2020 
(Lei nº 12.305, 2010). 
Essa lei foi criada com a iniciativa de distribuir os recursos financeiros dos fundo 
nacional entre os Estados e Municípios, exigindo que esses encaminhassem em um prazo de 
24 meses um plano de atuação e gestão de resíduos sólidos a fim de garantir o acesso ao 
recurso. Todavia, cerca de 90% dos municípios não cumpriram com o prazo e tem como 
punição o não acesso aos recursos federais para a gestão de resíduos sólidos sem seus 
territórios. 
Além disso, a PNRS objetiva alcançar o índice de reciclagem de resíduos de 20% em 
2015. Neste sentido, estabelece um modelo tecnológico para a redução da disposição final de 
resíduos que destaca as seguintes ações: incentivo a programas de coleta seletiva; incentivo a 
criação de associações de catadores; fortalecimento das cadeias produtivas e investimentos em 
infraestrutura através da construção de galpões de triagem, centros de reciclagem, aterros 
sanitário, pontos de entregas voluntárias e centros de compostagem (COSTA, 2010). 
 
2.3 PROBLEMAS SANITÁRIOS 
No tocante à questão sanitária, os lixões e áreas insalubres de deposição de resíduos 
sólidos, são ambientes propícios para a proliferação de macro

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