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UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA NÚCLEO DE ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA GNE 244 – Qualidade Ambiental Relatório 03 SÓLIDOS, COR, TURBIDEZ, CONDUTIVIDADE ELÉTRICA, PH, ALCALINIDADE, ACIDEZ, DUREZA, DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO, DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO, NITROGÊNIO TOTAL KJELDAHL, FÓSFORO TOTAL, COLIFORMES TOTAIS, COLIFORMES TERMOTOLERANTES E ÓLEOS E GRAXAS Luana Monteiro da Silva Março/2017 Lavras/MG 1 – INTRODUÇÃO A qualidade da água, tanto para consumo quanto para fins menos nobres, é fator preponderante para a qualidade de vida tanto humana quanto da natureza. Mas é importante deixar claro que lagos de captação de água para usos específicos não se encaixam nas padronizações da Portaria n. 2.914 do Ministério da Saúde, logo precisam de tratamento específico. O mesmo vale para o despejo de águas residuárias provenientes de indústrias e outras alocações, como aviários, laticínios e abatedouros, para que os cursos d’água sejam apropriados para a vida aquática. Várias variáveis são utilizadas para a análise de determinadas amostras. Algumas são descritas neste documento. A cor está relacionada com a refração de comprimentos de ondas incidentes na amostra. Está relacionada com a presença de coloides ou sólidos dissolvidos, chamada cor verdadeira; se houver substâncias suspensas, cor aparente. A sua presença ou quase ausência interfere na preferência dos consumidores, sendo um dos indicadores de água própria para o consumo, mas não é suficiente para atestar sua potabilidade. Pode ser removida pelos processos de floculação e filtração. (RICHTER, 2009) Segundo Richter (2009), turbidez é a dispersão e a absorção de um feixe de luz incidente em uma amostra e está relacionada com a presença de partículas em suspensão provenientes de diversas fontes, como por exemplo, o arraste de partículas de solo, presença de matéria orgânica, microrganismos, algas. Como a cor, é removida também pela floculação, e a filtração, já que o filtro remove as substâncias dissolvidas, menores que as suspensas. Define-se condutividade como a capacidade de determinado material conduzir corrente elétrica (eletricidade), ou seja, a análise quantifica o quanto de energia a amostra consegue transmitir. A condutividade está relacionada com a quantidade de íons presentes, e pode ser removida durante o processo de floculação, onde interage com íons de cargas opostas, anulando-os ou reduzindo sua carga elétrica. (RICHTER, 2009) O pH é um logaritmo negativo que expressa a concentração de íons H+ (hidrogênio) presentes na solução. A escala varia de [1 a 14], quando mais próximo de [1], mais ácido está o meio, ou seja, mais íons H+ estão presentes e menos íons OH- (hidroxila). O contrário é verdadeiro: quanto mais próximo de 14, mais íons OH- estão presentes e menos íons H+, logo o meio está mais básico. O valor do pH igual a 7 é definido como neutro, ou seja, a concentração de íons hidrogênio e íons hidroxila estão iguais. (RICHTER, 2009) A alcalinidade é outro aspecto a ser analisado e consiste na determinação da quantidade de íons necessários para neutralizar íons H+. Alcalinidade é constituída de hidróxidos (OH-), carbonatos (CO32-) e bicarbonatos (HCO3-). A amostra é titulada com ácidos, em aula prática foi titulado com ácido sulfúrico (H2SO4) 0,001M. (SPERLING, 2014). A acidez é o reverso da alcalinidade. Consiste em determinar a quantidade de íons necessários para neutralizar íons OH-. (SPERLING, 2014). Dureza é a medida da concentração de cátions metálicos na amostra. Aliado com altas temperaturas promove a precipitação desses cátions, levando ao bloqueio de secções de tubulações, como as fissuras do chuveiro.(SPERLING, 2014). Com oOxigênio Dissolvido (OD) é possível afirmar se há condições para a vida (aerobiose) ou se há processo de anaerobiose, quando o oxigênio dissolvido é consumido por microrganismos anaeróbicos que competirão com a biota aquática pelo O2. A condição de anaerobiose indica presença significativa de águas residuárias.(SPERLING, 2014). A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) resume-se à quantificação da totalidade de OD a ser consumida pelos microrganismos para que degradem, através de processos bioquímicos, a matéria orgânica. A quantificação é feita pela medição da quantidade de OD existente no primeiro dia e no fim das análises.(SPERLING, 2014). A Demanda Química de Oxigênio (DQO) é a quantificação do OD consumido para degradar a matéria orgânica por meio de oxidação química com o auxilio de um ácido forte. A quantificação é através da absorbância obtida com auxilio de espectrofotômetro.(SPERLING, 2014). O Nitrogênio é, juntamente ao Fósforo, constituinte presente em águas tanto em sua forma periódica quanto em íons variados. Ambos são nutrientes relacionados ao crescimento e proliferação de algas, o último ocorre em casos de alta concentração no meio aquático.(SPERLING, 2014). A análise de coliformes é realizada com o intuito de detectar bactérias do gênero coliformes e sua provável quantidade em 100 mL da amostra. Bactérias desse gênero são encontradas em dejetos fecais de seres humanos e de animais de sangue quente, logo essa análise identifica contaminação fecal através de despejos doméstico-industriais ilegais. (SPERLING, 2014). Os óleos e graxas são substâncias orgânicas de origem mineral, vegetal ou animal,podendoprovocar obstrução em redes coletoras de esgotos e inibição em processos biológicos de tratamento. É importante conhecer as quantidades de óleos e graxas presentes em um efluente, para assim evitar possíveis dificuldades de operação e funcionamento adequado do sistema de tratamento das águas residuais e problemas ambientais em função do seu acúmulo no ambiente. O objetivo deste presente trabalho é avaliar a eficiência da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Universidade Federal de Lavras (UFLA) bem como a adequação à CONAMA nº 430, quanto à qualidade do lançamento; analisando também a qualidade da água do bebedouro coletivo situado no interior do prédio do Núcleo de Engenharia Ambiental e Sanitária; e discutir a condição de classificação do Ribeirão Vermelho. 2 – METODOLOGIA As amostras foram coletadas no Ribeirão Vermelho perto do Ginásio da UFLA; do bebedouro do Prédio da Ambiental, e da entrada e saída da ETE, composta porgradeamento, caixa de gordura, Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente (UASB), Filtro Biológico Aerado Submerso (FBAS), e desinfecção. A eficiência de remoção é calculada pela fórmula (1) abaixo: (1) Onde: E – Eficiência de remoção Co – Concentração afluente do poluente Ce – Concentração efluente do poluente 2.1 – Sólidos: 2.1.1 – Materiais: Kitassato; Funil de buchner; Bomba de vácuo; Balança analítica; Cadinhos de porcelana; Dessecador provido de dessecante com indicador de umidade; Estufa de secagem; Filtros de fibra de vidro; Mufla; Provetas de 50 mL. 2.1.2 – Sólidos Totais (ST): Para determinar a tara do cadinho, colocou-se o cadinho vazio levando-o na mufla a 550º C por 1h. Em seguida deixou-o esfriando em dessecador. Após o esfriamento pesou-o em balança analítica e o manteve em dessecador até o momento de seu uso (P1). Foi transferido para o cadinho 20 mL da amostrada medida em proveta. Posteriormente, transferiu-se o cadinho para a estufa a 103 – 105º C até obter peso constante – 4 horas (P2). O cálculo para obter o valor dos sólidos totais é através da equação (1) dada abaixo: (2) Onde: P1 – Peso seco do cadinho (g) P2 – Peso seco do resíduo + cadinho (g) Va – Volume de amostra (L) 2.1.3 – Sólidos em suspensão total (SST): Para determinar a tara do filtro, colocou-se o filtro em estufa a 103 – 105º C por 1h e o esfriou em dessecador, em seguida pesou-o em balança analítica e mantendo-o em dessecador até o momento de uso (P1). Posteriormente, colocou-se o filtro no funil de Buchner conectado ao Kitassato e ligado à bomba de vácuo. Lavou-se o conjuntocom 3 porções de água deionizada, foi filtrado ao vácuo 20 mL da amostra homogênea medida em proveta, secou-se o filtro em estufa a 103 – 105º C até obter peso constante – 4 horas (P2). O cálculo para obter o valor dos sólidos em suspensão total é dado abaixo: (3) Onde: P1 – Peso seco do filtro (g) P2 – Peso seco do resíduo + filtro (g) Va – Volume de amostra (L) 2.1.4 – Sólidos dissolvidos (SD): Foram obtidos através da seguinte fórmula: (4) Onde: ST – Sólidos Totais (mg/L) SST – Sólidos em suspensão total (mg/L) 2.1.5 – Sólidos totais fixos (SF) e Sólidos totais voláteis (SV): Calcinou-se o resíduo gerado na análise de sólidos totaisa 550º C por 1h. Em seguida, esfriou-se o cadinho em dessecador e, pesou-o assim que atingiu a temperatura ambiente (P3). Os cálculos para obter o valor dos sólidos fixos e voláteis são dados abaixo: (5) (6) Onde: P2 – Peso seco do resíduo + cadinho antes da calcinação (g) P3 – Peso seco do resíduo + cadinho após a calcinação (g) Va – Volume de amostra (L) ST – Sólidos Totais 2.2 – Turbidez: 2.2.1 – Materiais: Turbidímetronefelométrico; Papel absorvente macio; Água destilada. 2.2.2 – Procedimento: Foi verificada a voltagem indicada na placa de características localizada junto ao cabo de força (120 V) e ligou-se somente nesta voltagem. O aparelho foi calibrado conforme instruções no manual. Posteriormente, colocou-se a amostra a ser analisada no tubo, evitando a formação de bolhas, até quase o gargalo. Logo após, fechou-se o tubo e limpou-o com papel absorvente macio. Inseriu-se o tubo na câmara e fechou-o em seguida. Realizou-se a leitura no turbidímetro em UNT. O tubo foi limpo com água destilada. 2.3 – Cor: 2.3.1 – Curva de calibração: Para preparar a solução padrão (500 UC ou UH), dissolveu-se 1, 246 g K2PtCl6 (equivalente a 500 mg Pt) e 1,00 g CoCl2.6H2O (equivalente a 250 mg Co) em água destilada e 100 mL de ácido clorídrico (HCl) concentrado e diluiu-se até 1000mL com água destilada. Foram preparados padrões a partir da solução-padrão, em balões de 50 mL. A absorbância foi lida a 380 nm e a curva de calibração do espectrofotômetro – Cor vs. Absorbância foi traçada. Tabela 1 – Preparação de solução padrão de K2PtCl6 para curva de calibração de cor. UC ABS (nm) 5 0,007 10 0,0145 20 0,0295 30 0,043 40 0,0605 50 0,0755 100 0,150 Figura 1 – Curva de calibração do espectrofotômetro – Cor vs. Absorbância 2.4 – Condutividade Elétrica: 2.4.1 – Materiais: Condutivímetro; Água destilada; Papel absorvente macio. 2.4.2 – Procedimento: Primeiro, ligou-se o condutivímetro no botão liga/desliga por 10 minutos para estabilizar. Em seguida calibrou-se o aparelho. Após lavar e secar o eletrodo introduziu-o dentro do líquido a ser medido. Anotou-se o valor da condutividade do líquido indicado. Por fim, lavou-se o eletrodo com água deionizada e secou-o com papel absorvente macio, retornando-o ao líquido de armazenamento. 2.5 – Potencial Hidrogeniônico (pH): 2.5.1 – Materiais: Peagâmetro; Água destilada; Papel absorvente macio. 2.5.2 – Procedimento: Utilizou-se um peagâmetro previamente calibrado dentro dos padrões do fabricante. Posteriormente, foram feitas as leituras das amostras do ribeirão vermelho, da entrada e da saída da ETE e anotaram-se então os valores das leituras. 2.6 – Alcalinidade: 2.6.1 – Materiais: Proveta; Bureta; Erlenmeyer. 2.6.2 – Reagentes: Indicador fenolftaleína; Indicador alaranjado de metila; Ácido Sulfúrico 0,01 M. 2.6.3 – Procedimento: Com o uso de uma proveta, transferiu-se 100 mL da amostra a um erlenmeyer de 250 mL e 3 gotas de fenolftaleína. Depois foi feita uma prova em branco em outro erlenmeyer contendo água destilada e adicionando-se também 3 gotas de fenolftaleína. Disso, observou-se uma característica incolor, adicionou-se alaranjado de metila, para a titulação com ácido sulfúrico (0,01M). Em seguida, titulou-se até o descoramento do indicador, anotando-se o volume gasto em cada uma das amostras. Feito isso, tomou os valores encontrados e, então, aplicou-se na equação abaixo de forma a obter os valores de alcalinidade para cada uma das amostras. (7) Onde: M – Molaridade do ácido V – Volume de ácido gasto na titulação (mL) Va – Volume de amostra (mL) 2.7 – Acidez: 2.7.1 – Materiais: Proveta; Bureta; Erlenmeyer. 2.7.2 – Reagentes: Indicador fenolftaleína; Hidróxido de Sódio 0,01 M. 2.7.3 – Procedimento: Transferiu-se ao erlenmeyer (de 250 mL) 100 mL da amostra de água, medidos em uma proveta. Em seguida, juntou-se 3 a 4 gotas de fenolftaleína. Titulou-se com hidróxido de sódio 0,01 M até viragem ao róseo anotando os valores encontrados para posteriormente serem utilizados na equação abaixo para determinação da acidez. (8) Onde: M – Molaridade do hidróxido de sódio V – Volume de NaOH gasto na titulação (mL) Va – Volume de amostra (mL) 2.8 – Dureza: 2.8.1 – Materiais: Proveta; Bureta; Erlenmeyer; Pipeta; Pisseta. 2.8.2 – Reagentes: Indicador Negro de Eriocromo; Solução Tampão (pH = 10 ± 0,1) ou Hidróxido de amônio R; Solução do sal dissódico do EDTA 0,01M. 2.8.3 – Procedimento: Transferiu-se 100 mL da amostra de água a um erlenmeyer de 250 mL e foi adicionado 1mL de solução tampão e indicador negro de eriocromo. Em seguida, titulou-se lentamente com a solução do sal dissódico de EDTA, até que a cor vermelha desaparecesse e surja a cor verde. O cálculo para a determinação da dureza é dado abaixo: (9) Onde: M – Molaridade do EDTA V – Volume de EDTA gasto na titulação (mL) Va – Volume de amostra (mL) 2.9 – Oxigênio dissolvido (Método Winkler modificado pela azida): 2.9.1 – Materiais: Frasco de DBO Winkler; Pipeta; Erlenmeyer. 2.9.2 – Reagentes: Solução de Sulfato Manganoso; Solução de Iodeto e Azida; Ácido Sulfúrico Concentrado (PA); Solução de Tissulfato de Sódio. 2.9.3 – Procedimento: No frasco de DBO contendo a amostra, adicionou-se 1 mL da solução de sulfato manganoso e 1 mL da solução de iodeto e azida escorrendo-as pela parede do frasco. O frasco foi fechado com o cuidado de não deixar bolhas de ar em seu interior, e agitado por meio de inversões sucessivas e deixou-se o precipitado sedimentar. Caso o precipitado tivesse uma coloração esbranquiçada, a análise seria finalizada, pois não existe oxigênio dissolvido na amostra.Caso o precipitado apresentasse uma coloração marrom, após a precipitação adicionar-se-ia 1 mL de ácido sulfúrico concentrado (H2SO4) e agitaria por inversão até a sua completa dissolução. Pipetando exatamente 100 mL (com pipeta volumétrica) da solução em um erlenmeyer de 250 mL e seria titulado com solução Na2S2O3 0,0125M, de amarelo para até incolor. 2.10 – Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO): 2.10.1 – Materiais: Bomba de ar comprimido; Estufa incubadora para DBO; Proveta 100 mL; Béquer de 100, 500 mL; Frascos de DBO; Pipeta volumétrica de 100 mL; Erlenmeyer de 250 mL; Pipeta graduada de 2, 5, 10 mL; Bureta de 10 ou 25 mL. 2.10.2 – Reagentes: Solução-tampão de fosfatos; Solução de sulfato de magnésio; Solução de cloreto de cálcio; Solução de cloreto férrico; Solução de ácido sulfúrico 0,5M; Solução de sulfato manganoso; Solução de iodeto-azida; Solução de tissulfato de sódio 0,0125 M. 2.10.3 – Procedimento: O volume total adotado foi de 300 mL. Na preparação foi utilizado um compressor de ar comprimido, para saturar com ar a água destilada de maneira a obter um elevado teor de oxigênio dissolvido, por cerca de trinta minutos. Para cada litro de água, adicionou 1 mL das seguintes soluções: CaCl2,FeCl3, MgSO4 e solução-tampão fosfato. Os três primeiros itens são nutrientes para os microrganismos sobreviverem e poderem degradar a matéria orgânica contida na amostra. As amostras foram diluídas diretamente no frasco de Winkler tendo o máximo cuidado para não formar bolhas no momento da transferência dos líquidos. A leitura de oxigênio dissolvido (OD) do primeiro dia (OD0) foi realizada, e incubou-se a outra série de frasco por (120 ± 2) h a 20°C no escuro por 5 dias. Em seguida, determinou-se a concentração de oxigênio dissolvido, OD5. Na pratica a leitura da DBO5 foi realizada 7 dias após a incubação, obtendo-se o valor da DBO7 que multiplicada por 0,85 (valor de metodologia – fator de correção) obteve-se o valor de DBO5. Cálculo: (10) Onde: DBO5 – DBO dia 5 à 20ºC OD0 – valor de oxigênio dissolvido no dia 0 OD5 – valor de oxigênio dissolvido no dia 5, ou em outro dia multiplicado por fator de correção (Tabela 2). P – fator de diluição = (Vt/Va) [Vt – volume total do frasco = 300mL; Va – volume de amostra] Tabela 2 – Fator de Correção para DBO5 Dias Fator 3 1,360 4 1,133 5 1,000 6 0,907 7 0,850 2.11 – Demanda Química de Oxigênio (DQO): 2.11.1 – Materiais: Pipetas graduadas de 2 a 10 mL; Bombas manuais (pêras); Bloco de aquecimento de alumínio fundido, com orifícios de 45 a 50 mm de profundidade, onde se adaptam os tubas ou ampolas, ou uma estufa com capacidade para operar 150º C e um suporte para os tubos; Frascos para digestão: Tubas de cultura, de borossilicato, de 16 x 100 mm, 20 x 150 mm ou 25 x 140 mm, com tampa rosqueada e septo de teflon (conjunto com o bloco de aquecimento); Espectrofotômetro para 600 nm. 2.11.2 – Procedimento: Colocou-se 2,5mL de amostra em triplicata nos tubos e 1,5 mLdesolução de dicromato de potássio e 3,5 mLdesolução de ácido sulfúrico com sulfato de prata. Os tubos foram firmemente fechados e homogeneizados por inversão. Aquecidos no bloco digestor a 150º C por 2 h e esfriados à temperatura ambiente. Todo o procedimento foi repetido com água deionizada (branco) com volume igual ao da amostra. A leitura dos resultados é feita no espectrofotômetro zerado com o branco preparado. 2.11.3 – Curva de Calibração: Preparou-se pelo menos 12 padrões de solução de biftalato de potássio para valores de DQO de 0 a 900 mg/L e realizou-se a leitura no espectrofotômetro a 600 nm. Tabela 3– Curva de calibração do espectrofotômetro para a determinação da DQO. Curva 1 Curva 2 C (mg/L) ABS (nm) C (mg/L) ABS (nm) 90 0,069 15 0,021 180 0,119 30 0,039 240 0,152 90 0,043 300 0,183 180 0,083 360 0,203 240 0,088 420 0,231 300 0,139 C – concentração; ABS – absorbância. Figura 2 – Curva 1 de calibração do espectrofotômetro. Figura 3 – Curva 2de calibração do espectrofotômetro 2.12 – Nitrogênio Total Kjeldahl: O NTK quantifica o íon amônio (NH4+) e o nitrogênio orgânico. 2.12.1 – Materiais: Destilador de nitrogênio; Balão microkjeldahl; Provetas e pipetas; Erlenmeyers; Balão volumétrico; Béquer; Bloco digestor; Bureta. 2.12.2 – Reagentes: Mistura catalisadora: 0,5g CuSO4 e 0,25g HgSO4; Solução de ácido bórico + indicador; Solução de hidróxido de sódio 40%; Solução digestora; Solução de ácido sulfúrico 2,5 mL; Tampão borato (pH 9,5). 2.12.3 – Procedimento: Foram adicionados 5 mL da amostra (diluída ou não) no balão microkjeldahl; 0,5g de mistura catalisadora (0,25g CuSO4e 0,25g HgSO4); 2,5 mL de ácido sulfúrico concentrado; e homogeneizou-se o conteúdo do balão.Foram aquecidos em uma capela, pois são gerados gases, a 100ºC durante 45min, após aumentou a temperatura para 170ºC por 30min e 250ºC durante 45min, caso não tenha ocorrido a viragem de cor, elevar a temperatura para 370ºC e esperar até que a amostra apresente a cor verde claro/azul. Após esfriarem, o conteúdo foi ser transferido para o aparelho de destilação foi acrescentado 20 mL da solução de hidróxido (40%) na amostra e 3 mL de ácido bórico no erlemeyer. O processo de destilação concluído, a amostra é titulada com H2SO4 0,02M. Cálculo: (11) A – Volume de H2SO4 0,01 Mgasto na titulação da amostra (mL) B – Volume de H2SO4 0,01 M gasto na titulação do branco (mL) N – Normalidade do ácido (0,01 M) Va – Volume de amostra digerida (mL) 2.13 – Fósforo Total: 2.13.1 – Materiais: Pipeta 5 mL; Bloco digestor; Proveta 50 mL; Espectrofotômetro. 2.13.2 – Reagentes: Ácido nítrico; Ácido sulfúrico; Solução trabalho (725 nm) *: pesar 1g de sub-bicarbonato de bismuto, adicionar 140 mL de ácido sulfúrico concentrado em um balão de 1000 mL; dissolver 20g de molibdato de amônio em água destilada e adicionar ao balão, completando-o. 2.13.3 – Procedimento: Pipetou 5 mL da amostra entrada e saída da ETE e 100 mL do rio no tubo micro kjeldahl juntamente com 2,5 mL de ácido nítrico (HNO3) e 0,5 mL de ácido sulfúrico (H2SO4). Foram aquecidos a 100ºC por 1h e a 200ºC até reduzir o volume e ocorrer fumaça branca.Depois de esfriado, transferiu para um balão de 50 mL e completou com água destilada. Retirou-se 5 mL do balão para um tubo de ensaio e o completou com 5 mL de solução trabalho (0,2g de ácido ascórbico dissolver em 100 mL de água destilada e adicionou 25mL da solução 725*). Realizou-se a leitura em espectrofotômetro. 2.13.4 – Curva de calibração: Pesou 4,3943g de KH2PO4 e secou em estufa. Pipetou 10 mL de ácido sulfúrico em balão de 1000 mL e completou com água destilada. Esta solução terá 1000 mg/L de P, diluiu para 10 mg/L. Pipetou-se 1, 2, 3, 4, 5 mL em balões de 50 mL, completou com água destilada e homogeneizou. Pipetou 5 mL de cada balão em um tubo de ensaio, adicionou 5 mL da solução trabalho e realizou a leitura em espectrofotômetro a 725 nm. Tabela 4 – Valores da concentração vs. Absorbância para a determinação do fósforo. C (mg/L) ABS (nm) 0,05 0,004 0,1 0,007 0,5 0,028 1 0,063 2 0,122 3 0,173 5 0,280 7 0,369 10 0,572 C – concentração; ABS – absorbância. Figura 4 – Curva de calibração do espectrofotômetro para a determinação do fósforo. 2.14 – Coliformes Totais e Termotolerantes: 2.14.1 – Materiais: Balança; Agitador; Autoclave que permita a circulação do vapor ao redor do material a ser esterilizado; Incubadora bacteriológica equipada com termostato para operar a 35°C± 0,5°C; Incubadora bacteriológica equipada com termostato para operar a 44,5°C± 0,2°C; Frasco para coleta de amostras: de vidro neutro ou plástico autoclavável atóxico; Pipeta de 5mL; Tubos de Durham: de borossilicato ou vidro neutro, de 9mm de diâmetro e 45mm de comprimento; Tubos de ensaio: de borossilicato ou vidro neutro, de 15 ou 16mm de diâmetro x 150mm de comprimento, e de 18 mm de diâmetro x 180mm de comprimento, com tampas frouxas; Bico de Bunsen ou similar; Estantes para colocação dos tubos de ensaio empregados na análise. 2.14.2 – Reagentes: Preparar a solução de caldo lauril: pesar 17,8g de lauril, adicionar 500mL de água destilada em Becker e agitar por 10 min no agitador magnético; Preparar a solução de peptona: pesar 0,5g de peptona, adicionar 500mL de água destilada; Preparar o caldo EC: pesar 18,5g de EC, adicionar 500mL de água destilada e agitar por 10min em agitador magnético; Inserir os tubos de Durham invertidos nos tubos de ensaio e completar com o caldo lauril e com EC de forma a excedê-los, tampar com algodão e cobrir com papel alumínio em potes de plástico; Autoclavar por 30 min e reservar em refrigerador. Nota: Antes da utilização das soluções-estoque deve-se verificar se não há quaisquer evidências de contaminação microbiana (turbidez, presença de material em suspensão). Em caso afirmativo, essa solução deve ser descartada. 2.14.3 – Procedimento: 2.14.3.1 – Coliformes Totais: Após o preparo das soluções, desinfetou-se a bancada, acendeu-se o bico de Bunsen, coletou-se 4mL da amostra com uma pipeta, destinou-se 1mL para a peptona e os outros 3 mL para 3 tubos de caldo lauril. Procedeu-se assim mais 3 vezes, completando as 3 diluições, ou até quando fosse necessário. Incubou a 35°C± 0,5°C por 2 dias e fez-se a leitura. Os tubos que apresentaram caldo turvo e produção de gás no tubo de Durham são positivos, os demais, negativos. Nota:A escolha da diluição em peptona deve ser feita cuidadosamente pelo analista (com base em sua experiência sobre a provável quantidade de coliformes presentes na amostra ou em dados prévios sobre a mesma), de tal modo que pelo menos um tubo inoculado com o menor volume selecionado forneça resultado negativo. 2.14.3.2 – Coliformes Termotolerantes: Após a leitura dos coliformes totais, desinfetou-se a bancada, acendeu-se o bico de Bunsen, aqueceu-se a alça de platina até avermelhar, imergiu-a no caldo EC para esfriar e, imediatamente após, no tubo com lauril positivo e retornou-a ao tubo com EC. Feito isso no primeiro tubo, retornou-se a alça no fogo e repetiu-se a operação para os próximos tubos de resultado positivo; Incubou a 44,5°C± 0,2°C por mais 2 dias e fez-se a leitura, da mesma forma que foi feito para coliformes totais. 2.14.3.3 – Cálculo do número mais provável (NMP/100mL): A densidade de coliformes é expressa como NMP por 100mL, o qual é obtido através da Tabela a seguir, em que são dados os limites de confiança de 95% para cada valor de NMP determinado. Tabela 5 – TABELA DO NMP (número mais provável) - SÉRIE DE 3 TUBOS Nº significativo NMP/mL Nº significativo NMP/mL Nº significativo NMP/mL 000 0,0 201 1,4 302 6,5 001 0,3 202 2,0 310 4,5 010 0,3 210 1,5 311 7,5 011 0,6 211 2,2 312 11,5 020 0,6 212 3,0 313 16,0 100 0,4 220 2,0 320 9,5 101 0,7 221 3,0 321 15,0 102 1,1 222 3,5 322 20,0 110 0,7 223 4,0 323 30,0 111 1,1 230 3,0 330 25,0 120 1,1 231 3,5 331 45,0 121 1,5 232 4,0 332 110,0 130 1,6 300 2,5 333 +140,0 200 0,9 301 4,0 ******* ****** 2.15 – Óleos e Graxas: 2.15.1 – Materiais: Erlenmeyer; Béquer; Kitassato; Bomba de vácuo; Papel de filtro; Funil de Büchner; Estufa; Balão de fundo chato de 250mL; Dessecador; Aparelho de Soxhlet; Proveta de 200mL; Pérolas de vidro; Aparelho para recuperar o hexano. 2.15.2 – Reagentes: Ácido Clorídrico 50%; Celite ou sílica; Água destilada; Hexano. 2.15.3 – Procedimento: Em um erlenmeyer colocou-se 100mL da amostra e acidificou com 1mL de ácido clorídrico 50% e homogeneizou. Em um béquer, pesou-se 10g de sílica (Celite) para cada erlenmeyer de amostra. Ajustou-se o kitassato na bomba de vácuo, colocou o funil de Büchner e usou um papel de filtro com diâmetro suficiente para permitir a pressão negativa (vácuo). Despejou o celite no funil e lavou com água destilada. Esperou até que a água fosse totalmente filtrada no celite e então despejou a amostra acidificada, esperando-a ser filtrada. Ao término da filtragem, enrolou-se o papel de filtro contendo o celite e a amostra, colocando-o em um cartucho feito de papel de filtro. Em seguida, foi encaminhado à estufa dentro de um béquer e lá foi aquecido por 12 horas. Em um balão de fundo chato, colocaram-se de duas a três pérolas de vidro e levou-o até a estufa por 30 minutos para retirar a umidade. Retirados da estufa e encaminhados ao dessecador, teve seus pesos aferidos (P1). Retirados os cartuchos da estufa, encaminhados ao aparelho de Soxhlet. Nos balões de fundo chato, colocou-se 180mL de hexano e os ajustaram aos aparelhos de Soxhlet. Em seguida, ligou-se o aquecimento e a água de resfriamento. Foram deixados por, no mínimo, 4 horas no refluxo. Após essa etapa, os balões foram colocados no aparelho para recuperar o hexano. Depois de recuperado, colocou o balão na estufa por 30 minutos, depois enviado ao dessecador, e então pesado (P2). 2.15.4 – Cálculo: (12) Onde: P1 – Peso do balão antes P2 – Peso do balão depois do hexano ser recuperado Va – Volume de amostra 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 – Sólidos: Tabela 6 – Dados coletados para a determinação dos sólidos. Sólidos Amostras N° do cadinho Volume (mL) P1 (cadinho) (g) P2 (cadinho + sólidos) (estufa) P3 (cadinho + sólidos) (mufla) Entrada ETE 13 20 25,4463 25,4584 25,4537 20 20 26,0536 26,0651 26,0607 24 20 25,9651 25,9766 25,9711 9 20 26,6884 26,7006 26,6957 17 20 26,5867 26,5983 26,5935 Saída ETE 7 20 24,9404 24,9490 24,9446 25 20 29,5550 29,5647 29,5583 11 20 26,0514 26,0607 26,0570 28 20 24,4319 24,4415 24,4376 Ribeirão 8ª 20 27,2464 27,2486 27,2474 4 20 26,6472 26,6489 26,6481 12 20 26,2150 26,2158 26,2154 6 20 25,1298 25,1306 25,1289 Tabela 7 – Resultados dos sólidos e suas respectivas médias. Amostras ST (mg/L) SF (mg/L) SV (mg/L) Entrada ETE 605 370 235 575 355 220 605 300 305 610 365 245 580 340 240 Média Entrada 595 346 249 Saída ETE 430 210 220 485 165 320 465 280 185 480 285 195 Média Saída 465 235 230 Ribeirão 110 50 60 85 45 40 40 * 20 * 20 * 40 * -0,085 * 85 * Média Ribeirão 97,5 47,5 50 ST – Sólidos Totais; SF – Sólidos Fixos; SV – Sólidos Voláteis. 3.1.1 – Sólidos Totais (ST) Os dados marcados com asterisco (*) na Tabela 7 representam falhas na execução das análises causadas por interferências diversas. Os dados foram desconsiderados no cálculo da média correspondente. Os erros foram verificados pela soma dos SF com SV que deveria retornar os valores de ST. Sólidos Totais não são considerados pela CONAMA 430 como variável de lançamento. 3.2 – Turbidez Tabela 8 – Resultados da turbidez e suas respectivas médias. Turbidez (UNT) Amostras Entrada ETE Saída ETE Ribeirão Vermelho 1 69,6 14,1 12,1 2 74,9 15,5 11,3 3 85,2 15 11,8 4 - 14,4 11,11 5 - 13,8 11,6 6 - 14,6 12,5 Média 76,57 14,57 11,74 Turbidez não é abordada na CONAMA 430 à respeito do lançamento de efluentes, mas em consideração à turbidez afluente, houve boa redução, reduzindo também a chance de esconder microrganismos. 3.3– Cor Tabela 9 – Resultados da cor e suas respectivas médias. Cor (Abs) Amostras Entrada ETE Saída ETE Ribeirão Vermelho 1 0,127 0,134 0,101 2 - 0,135 0,106 3 - 0,142 0,111 4 - 0,132 0,087 5 - 0,145 0,077 6 - 0,135 0,08 Média 0,12 0,13 0,09 Aplicando a média dos valores de cor na equação gerada no gráfico da Figura 1 (acima), foram encontrados valores para cor, dispostos na tabela 10. Tabela 10 – Média dos valores de cor aplicado na equação da Figura 1. Cor (UC) Entrada ETE Saída ETE Ribeirão Vermelho 84,50 91,32 62,51 O valor de cor aparente máximo permitido para abastecimento público é 15 uC. Sendo assim, é necessário tratamento prévio para a destinação ao consumo para águas do Ribeirão. A Resolução CONAMA nº 430/2011 não aborda cor como fator para o lançamento de efluentes. 3.4 – Condutividade Elétrica Tabela 11 – Resultados de Condutividade Elétrica e suas respectivas médias. Condutividade Elétrica (μS.cm-1) Amostras Entrada ETE Saída ETE Ribeirão Vermelho 1 1547,00 996,00 161,8 2 - 1050,00 158,2 Média 1547,00 1023,00 160,00 Segundo Sperling (2014), águas com mais de 1000μS.cm-1 são consideradas poluídas. Sendo assim, a entrada e a saída da ETE são consideradas poluídas. 3.5 – pH Tabela 12 – Resultados do pH e Condutividade Elétrica e suas respectivas médias. Amostras Entrada ETE SaídaETE Ribeirão Vermelho 1 7,82 7,02 7,06 2 - 7,04 6,99 Média 7,82 7,03 7,025 Com relação à Resolução de 2011 do CONAMA, o pH para lançamento de efluentes deve estar entre 5,0 e 9,0; sendo assim a Saída da ETE mostra-se dentro da Resolução. Para a vida aquática, o intervalo é de 6,0 a 9,0; sendo assim, pode-se afirmar que todos os pontos satisfazem quanto ao pH, mas não é fator decisivo quanto a sua real qualidade. 3.6 – Alcalinidade Tabela 13 – Resultado da alcalinidade e sua respectiva média. Amostras Va (mL) M V (mL) Alcalinidade (mg CaCO3/L) Bebedouro 100 0,01 4,5 45 100 0,01 4,6 46 100 0,01 4,6 46 100 0,01 4,2 42 100 0,01 4,1 41 100 0,01 4,1 41 Média - 43,50 Ribeirão 100 0,01 6,8 68 100 0,01 6,5 65 100 0,01 7,1 71 100 0,01 7,1 71 100 0,01 6,6 66 100 0,01 6,3 63 Média - 67,33 Va – volume de amostra; M – molaridade do titulante; V – volume do titulante gasto. A alcalinidade não se enquadra em nenhuma legislação, seja de potabilidade ou emissão de efluentes.Dessa forma é determinada pelo respectivo valor do pH. De acordo com os valores de pH obtidos na Entrada da ETE, saída da mesma e do Ribeirão, pode-se concluir que aalcalinidade está na forma de bicarbonatos (HCO3-). 3.7 – Acidez Tabela 14 – Resultados da acidez e sua respectiva média. Amostras Va (mL) M V (mL) Acidez (mg CaCO3/L) Bebedouro 100 0,0995 1,1 11 100 0,0995 1,0 10 100 0,01 0,75 7,5 100 0,01 0,8 8 100 0,0995 0,9 9 100 0,0995 0,9 9 Média - 9,08 Ribeirão 100 0,01 2,5 25 100 0,01 2,3 23 100 0,01 2,3 23 100 0,01 3,2 32 100 0,01 2,2 22 100 0,01 2,4 24 Média - 24,83 Va – volume de amostra; M – molaridade do titulante; V – volume do titulante gasto. A acidez também não se enquadra em nenhuma legislação, seja de potabilidade, de classificação das águas naturais ou de emissão de efluentes. A classificação da acidez se dá pelo respectivo valor do pH e de acordo com os resultados obtidos de pH da Entrada e Saída da ETE e do Ribeirão pode-se classificar que a acidez apresenta-se na forma de acidez carbônica. 3.8 – Dureza Tabela 15 – Resultado da dureza e sua respectiva média. Amostras Va (mL) M V (mL) Dureza (mg CaCO3/L) Bebedouro 100 0,01 4,2 42 100 0,01 4,1 41 100 0,01 4,4 44 100 0,01 4,3 43 100 0,01 3,8 38 100 0,01 3,7 37 Média - 40,83 Ribeirão 100 0,01 6,1 61 100 0,01 5,6 56 100 0,01 5,5 55 100 0,01 5 50 100 0,01 5,2 52 100 0,01 5 50 Média - 54 Va – volume de amostra; M – molaridade do titulante; V – volume do titulante gasto. A água do bebedouro está em torno de 43 mg CaCO3 sendo classificada, de acordo com Sperling (2014), como água mole ou branda. Com o Ribeirão a média situa-se em torno de 54 mg CaCO3, sendo classificada como água com dureza moderada (entre 50 e 100mg). 3.9 – Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) Tabela 16 – Valores da Demanda Bioquímica de Oxigênio Amostra Va (mL) OD0 (mL) OD7 (mL) P DBO7(mg/L ) DBO5 (mg/L) Média DBO5 Entrada ETE 3 5,2 2,8 100 240,0 204,0 204 3 - 3 100 - - - 10 5,2 - 30 - - - Saída ETE 5 5,7 5,1 60 36,0 30,6 33,15 5 5,9 5,2 60 42,0 35,7 20 6,5 4,6 15 28,5 24,23 24,86 20 6,6 4,6 15 30 25,5 Ribeirão Vermelho 50 6,5 2,6 6 23,4 19,89 19,12 50 6,2 2,6 6 21,6 18,36 150 6 - 2 - - 150 6,1 - 2 - Va – volume de amostra; M – molaridade do titulante; V – volume do titulante gasto; P – fator de diluição calculado. De acordo com CONAMA 430, o valor máximo de DBO5 a 20ºC para efluentes é 120 mg/L, o que retorna eficiência da ETE/UFLA com o lançamento de efluentes em corpo receptor, atendendo à legislação. Ou remoção mínima de 60%, isso quer dizer que a ETE atenderia a resolução se lançasse o efluente com DBO5 até 112,8 mg/L [(282/100)*40], o que enfatiza a eficiência da estação. 3.10 – Demanda Química de Oxigênio (DQO) Tabela 17 – Valores da Demanda Química de Oxigênio Amostra Diluição ABS DQO Leitura Média Entrada Bruto Bruto 0,194 0,199 0,197 341,245ºº 2x 2x 0,115 0,096 0,106 156,06 5x 5x 0,03 0,046 0,038 17,68 10x 10x 0,006 0,006 - - Saída Bruto Bruto 0,013º 0,026 0,026 31,19ººº Rio Bruto 0,009º - - ABS – absorbância. ºNão entra na curva de ABS ººDQO da Entrada: cálculo pela equação da curva 1 ºººDQO da Saída: cálculo pela equação da curva 2 A DQO não é padrão de qualidade de corpos de água, dessa forma não avaliou-se a quantidade de DQO para o Ribeirão Vermelho. De acordo com a Deliberação Normativa COPAM/CERH-MG nº 01 de 2008 para lançamento de efluentes em cursos d'água em Minas Gerais o limite de DQO é de até 180 mg/L ou tratamento com eficiência de redução de DQO em no mínimo 55% para sistemas de esgotos sanitários. Nota-se que a concentração de DQO da saída da ETE (31,19 mg/L) atende aos padrões de lançamento uma eficiência de remoção de 90,83%, como pode ser visto na tabela 17. 3.11 – Nitrogênio Total Kjeldahl Tabela 18 – Valores de Nitrogênio Total Kjeldahl Amostra Va (mL) V Nitrogênio (mg/L) (mL) Média (mL) Branco 5 0,1 0,1 0 Entrada 1 1 25,2 Saída 0,7 0,6 0,8 0,7 16,8 Rio 0,2 0,2 0,1 0,17 1,96 Va – volume de amostra; M – molaridade do titulante; V – volume do titulante gasto. Segundo a Deliberação Normativa COPAM/CERH-MG nº 01 de 2008, para lançamento de efluentes em cursos d'água em Minas Gerais o limite para nitrogênio amoniacal é de 20 mg/L. Dessa forma, o resultado de nitrogênio apresentado na Tabela abaixo referente à entrada e saída da ETE atende a legislação, podendo assim ser lançado ao curso d’água. A quantidade de nitrogênio quantificada na amostra do Ribeirão Vermelho enquadra-se segundo a resolução do CONAMA 357/2005 nos corpos de água de Classe 1 e 2. Como visto na tabela 18. 3.12 – Fósforo Total Tabela 19 – Valores de Fósforo Amostra Va (mL) Vd (mL) ABS (nm) Fósforo (P) (mg/L) Média (mg/L) Entrada da ETE 5 25 0,138 2,433 14,29 0,155 2,738 0,137 2,415 0,194 3,438 0,19 3,367 0,177 3,133 0,164 2,900 0,15 2,649 0,15 2,649 Saída da ETE 5 25 0,118 2,074 10,26 0,100 1,751 0,109 1,913 0,118 2,074 0,128 2,254 0,097 1,697 0,135 2,379 0,129 2,272 Ribeirão Vermelho 100 14 0,014 0,029 0,025 0,011 0,021 0,013 0,026 Va – volume de amostra; Vd – volume de diluição; ABS – absorbância. Os resultados da análise de fósforo encontram-se na tabela abaixo. A concentração de fósforo da entrada e saída da estação, de acordo com Sperling (2005), está dentro da faixa de concentração típica de fósforo em esgoto doméstico bruto, variando de 1 à 5 mg/L de fósforo orgânico.A Resolução do CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005, estabelece condições para lançamento de efluentes em corpos d’agua, entretanto, em relação às formas de fósforo não há padrões de lançamento. Além disso, de acordo com a Resolução do CONAMA nº 430, de 13 de maio de 2011, o órgão ambiental competente poderádefinir padrões específicos para o parâmetro fósforo no caso de lançamentos de efluentes em corpos receptores com registro histórico de floração de cianobactérias, em trechos onde ocorra a captação para abastecimento público. Já com relação os resultados da análise de fósforo do Ribeirão Vermelho o teor de fósforo encontrado não está de acordo com a Resolução nº357, de 17 de Março de 2005 –CONAMA, que estabelece, para ambientes lóticos, um limite de 0,1 mg/L de fósforo, para mananciais de água doce caracterizados como Classe II. 3.13 – Coliformes Totais e Termotolerantes Tabela 20 – Dados de Coliformes Amostra Diluição 0 -1 -2 -3 -4 -5 -6 -7 -8 -9 Entrada ETE CT 3 3 3 3 3 3 3 2 1 0 CTerm 3 3 3 3 3 3 2 1 0 - Saída ETE CT 3 3 3 3 1 0 - - - - CTerm 3 3 3 2 0 - - - - - Rio CT 3 3 3 0 - - - - - - CTerm 3 3 3 0 - - - - - - CT – coliformes totais; CTerm – Coliformes termotolerantes. 3.13.1 – Coliformes Totais Tabela 21 – Resultados Coliformes Totais Amostra Seqüência de Tubos Última Diluição Resultado (NMP/100mL) Entrada ETE 332 10-7 1,1x1011 Saída ETE 331 10-4 4,5x107 Rio 330 10-3 2,5x106 Para o Ministério da Saúde, através da Portaria nº 2,914 de 2011, o valor máximo permitido de coliforme total é de 0 (zero) em 100 mL, ou seja, deve estar ausente. No caso do rio, deve-se empregar tratamento convencional ou avançado antes da disponibilização ao sistema público de abastecimento de água. Esta variável não é citada na Resolução CONAMA nº 430/2011 referente ao lançamento de efluentes. 3.13.2 – Coliformes Termotolerantes Tabela 22 – Resultados Coliformes Termotolerantes Amostra Seqüência de Tubos Última Diluição Resultado (NMP/100mL) Entrada ETE 332 10-6 1,5x109 Saída ETE 332 10-3 1,1x107 Rio 330 10-3 2,5x106 Dentro do grupo de coliformes termotolerantes está a E. coli, para a Portaria nº 2,914 de 2011 do Ministério da Saúde, o valor máximo permitido de coliforme termotolerantes é de 0 (zero) em 100 mL, ou seja, deve estar ausente tanto na água de consumo quando pós-tratamento. No caso do rio, deve-se empregar tratamento convencional ou avançado antes da disponibilização ao sistema público de abastecimento de água. Esta variável não é citada na Resolução CONAMA nº 430/2011 referente ao lançamento de efluentes. 3.14 – Óleos e Graxas Tabela 23 – Dados Óleos e Graxas Amostra Peso 1 (g) Peso 2 (g) Óleos e Graxas (mg/L) Entrada ETE 131,5871 - - 139,7571 139,8297 726 Saída ETE 117,6954 117,7366 412 118,0716 118,1187 471 Rio 112,6479 112,6733 254 Para a Resolução CONAMA nº 430 de 2011, o valor máximo de Óleos e Graxas (substâncias solúveis em hexano) para lançamento é de 100 mg/L. 3.15 – Bebedouro Tabela 24 –Adequação do Bebedouro à Portaria 2.914/11 do Ministério da Saúde Variável Valor Médio Obtido Valor Portaria Alcalinidade (mg/L) 43,50 - Acidez (mg/L) 9,08 - Dureza (mg/L) 54,0 500,0 De acordo com a Portaria MS Nº 2914 de12/12/2011, o valor máximo permitido para a dureza é de 500 mg/L. Como a amostra em questão apresenta dureza igual a 43,83 mg/L, conclui-se que ela é própria para consumo humano segundo essa variável. Seriam necessárias outras análises para inferir sua qualidade segundo a legislação. Alcalinidade e Acidez não são citadas na Portaria do Ministério da Saúde nº 2.914/2011. 3.16 – Eficiência da ETE UFLA Os cálculos foram obtidos através da equação 1. Tabela 25 – Eficiência Média da ETE/UFLA Variável Valor Médio Entrada Valor Médio Saída Eficiência (%) Sólidos Totais 595 465 21,84 Sólidos Fixos 346 235 32,08 Sólidos Voláteis 249 230 7,63 Turbidez 76,567 14,567 80,97 Cor 84,5 91,32 -8,07 Condutividade 1547 996 35,61 DBO 282 85,35 69,73 DQO 340,31 31,19 90,83 NTK 25,2 16,8 33,33 Fósforo Total 25,88 20,5175 20,72 C. Total 15,0x1010 45,0x106 99,97 C. Termotolerantes 15,0x109 110,0x105 99,92 Óleos e Graxas 726 441,5 39,18 A ETE/UFLA não possui, em maioria das variáveis, eficiência considerável. 3.17 – Possível condição do Rio Nota-se que o valor de turbidez encontrado está de acordo com o valor estabelecido pela Resolução nº 357, de 17 de março de 2005 - CONAMA,podendo se encaixarem mananciais de água doce caracterizado como Classe II. O valor da cor encontrado também está de acordo com a Resolução citada acima.A DQO por não ser um padrão de qualidade de corpos de água, não foi avaliada. A quantidade de nitrogênio encontrado também se encontra de acordo com aResolução nº 357, de 17 de março de 2005– CONAMA. Já os valores de fósforo encontrados não estão de acordo com essa Resolução. E por fim, os valores de coliformes totais e termotolerantes encontrados sugerem que para emprego de abastecimento de água é necessário passar por umtratamento convencional ou avançado antes da disponibilização ao sistema público. Tabela 25 –Valores de variáveis de águas doces (CONAMA 357) Variável Valor Médio Obtido Classe Especial I II III IV Sólidos Dissolvidos 67,5 500 500 Turbidez (UNT) 11,74 40 100 100 Cor (UC) 62,51 75 75 x OD (mg/L) 6,2 6 5 4 2 DBO5 (mg/L) 19,12 3 5 10 x Fósforo Total (mg/L) 0,025 0,1 0,05 C. Term. (NMP/100 mL) 2,5x106 1.000 2500 x Óleos e Graxas(mg/L) 254 ausente ausente ausente tolerante Como a maioria das variáveis apontam Classe IV, o OD está acima de 6,0 mg/L como exigido na classe I, a água pode ser usada para abastecimento público, mas antes deve ser tratada em ETA convencional para remoção de cor, matéria orgânica, coliformes e óleos e graxas. 4 – CONCLUSÕES Em relação ao Ribeirão Vermelho, sugere-se tratamento convencional para abastecimento público. A ETE/UFLA não apresenta boa eficiência, assim sugere-se manutenção e avaliação da dosagem dos produtos químicos para melhor desempenho, e renovação da fauna biológica dos reatores aeróbios e anaeróbios. Quanto ao bebedouro, são necessárias análises biológicas, físicas e químicas compatíveis ao exigido pela portaria do Ministério da Saúde. 5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria nº 2914 de 12 de Dezembro de 2011. Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Disponível em: <http://site.sabesp.com.br/uploads/file/asabesp_doctos/kit_arsesp_portaria2914.pdf>. Acesso em: 03 de mar. 2017. CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n° 357/05. Estabelece a classificação das águas doces, salobras e salinas do Território Nacional. Brasília, SEMA, 2005. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf>. Acesso em: 03 de mar. 2017. ______. Resolução nº 430, de 13 de maio de 2011. Dispõe sobre as condições de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução n° 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. 9 p. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=646 >. Acesso em: 03 de mar. 2017. LIBÂNIO, Marcelo. Fundamentos de qualidade e tratamento de água. Campinas, São Paulo: Editora Átomo, 2010. 3 ed. Páginas: 25 – 46. RICHTER, Carlos A.. Água: métodos e tecnologia de tratamento. São Paulo: Blucher, 2009. 1 ed. Páginas: 67 – 79. VON SPERLING, Marcos. Introdução à qualidade de águas e ao tratamento de esgotos. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014. 4 ed. Páginas: 25 – 32,34 – 39, 87 – 99.
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