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AULAS DE SOCIOLOGIA JURIDICA 2o BIMESTRE -Geovane Peixoto

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resumo 2 bimestre 
SOCIOLOGIA DO DIREITO
Surgimento da sociologia do direito
Surgiu no final do século 19 e no inicio do século 20. O estudo da sociologia do direito epistemologicamente (ainda que não fosse chamado de sociologia direito na época) está muito mais próximo do conhecimento filosófico, e não cientifico. Podemos analisar o direito cientificamente, em que construímos dogmaticamente nossas teorias. Mas podemos também analisar o direito epistemologicamente, com estudos sociológicos e filosóficos. 
Os primeiros sociólogos que começaram a incluir o direito em seus estudos sociais foram Durkheim e Webber. Na sua obra, Weber descreve uma longa analise do papel do direito a partir da analise sociológica. Foi o seu trabalho mais contundente no sentido de promover uma analise do direito a partir de uma perspectiva sociológica, e não dogmática em relação ao direito. 
O nascimento da disciplina sociologia do direito de forma concreta, entretanto, surgiu com Carlo Nadi-Greco, em sua obra “Sociologia Jurídica”. Carlo Nadi-Greco foi o fundador da sociologia jurídica, a partir de sua obra que estabeleceu os pilares e fatores da disciplina sociologia jurídica. 
Porém, a obra considerada mais importante para o estudo da sociologia jurídica, foi a obra do Alemão Eugen Ehrlich, “Fundamentos da Sociologia do direito”, já que ele foi na base da sociologia jurídica através de uma analise epistemológica, em que se procurou o fundamento da sociologia do direito. 
Eugen Ehrlich:
Ele sustenta que em uma sociedade existem vários ordenamentos jurídicos, e a partir disso desenvolve métodos de pesquisa que permitissem a analise sociológica desses ordenamentos jurídicos. Queria analisar esses ordenamentos (ordenamento estatal, ordenações sociais, ordenações de instituições como sociedades, organizações... temos ordenações oriundas de contratos... existem vários níveis de ordenamento dentro de uma mesma sociedade, não só ordenamentos referentes ao Estado)
DISCIPLINA SOCIOLOGIA JURÍDICA 
Toda a ideia parte de entender o direito como um fato social, ou como uma função da sociedade. Não há como falar de direito sem falar de sociedade: direito é um fenômeno social. É isso que vai delimitar o surgimento da sociologia do direito.
desenvolvimento de 2 abordagens
A SOCIOLOGIA DO DIREITO & A SOCIOLOGIA NO DIREITO
Exemplo: homicídio. Quem pratica o homicídio, como funciona, quais são as estatísticas?
Sociologia do direito
É uma abordagem positivista, pois ela observa, mas não quer interferir. É uma junção doa pensamentos Weberianos (pesquisador neutro que não interfere) e Kelseniano (pureza do direito).
Considera que a sociologia não pode ter um papel ativo dentro do direito. Pode estudar e criticar o direito, mas não pode interferir. A sociologia é um aplicador neutro.
O interprete do direito deveria apenas estudar o direito e aplicar a lei neutra. O interprete deveria ser neutro e aplicar o direito de forma dogmática, da forma que ele está escrito.
Foca mais na parte EXTERNA, da observação. Pode pesquisar, analisar e criticar, mas não pode, contudo, interferir nas decisões jurídicas, como uma tarefa de um observador NEUTRO do sistema jurídico. Quer gerar ao direito elementos que ajudem o interprete a analisar os fatos sociais, a analisar a sociedade.
No exemplo do homicídio, a sociologia do direito procuraria as estatísticas, o sexo que mais se suicida, a idade media, as motivações, etc. Seria um estudo mais focado, mais observador.
A sociologia do direito, procura estatísticas, busca a pesquisa através de dados. É um estudo mais observador.
Se compara a outras disciplinas, como o conhecimento zetético: filosofia do direito, historia do direito, psicologia do direito. É um conhecimento ZETÉTICO, CRÍTICO.
Sociologia no direito
A sociologia no direito quer intervir. Não é mais uma abordagem positivista, mas EVOLUCIONISTA. Não é só observação, mas tem como finalidade intervir na solução do problema. A sociologia deve intervir na própria aplicação do direito.
Perspectiva interna. A sociologia deve interferir na ELABORAÇÃO, ESTUDO E APLICAÇÃO do direito.
A elaboração e o estudo são mais aceitos, mas a participação da sociologia no momento de aplicação do direito causa muita divergência. Defende que o juiz sempre faz juízo de valor e nunca aplica a lei pura, e isso é polemico. Assim, porque a sociologia jurídica não poderia “influenciar” o aplicador da lei de uma forma humanizada voltada para a sociedade?
A partir da contestação da neutralidade, o que vai ocorrer é: “por que pensar num direito que não permite o dialogo com outras formas de saber?”. O aplicador não é neutro. Temos que permitir que ele use a sociologia como marco para as suas decisões. Vamos acabar com a hipocrisia. Não podemos julgar neutralmente, já que o juiz sempre usa os seus valores jurídicos, então porque não usar o campo de estudos da sociedade (sociologia em si)?
A sociologia no direito é a utilização dos estudos sociológicos no estudo do próprio direito. Requer aplicação, quer que seja mostrado onde é o problema. É a sociologia que passa a ser estudada a partir dos preceitos analisados no estudo da sociologia DO direito.
A matriz evolucionista rompeu com o positivismo uma vez que defendia que o direito sofre a influencia de outras áreas da sociedade, como politica, sociologia, economia, dentre outras coisas.
Contesta a neutralidade do jurista, já que defende que o jurista pode interferir e deve interferir em:
FORMAÇÃO DAS NORMAS
ESTUDOS DOUTRINARIOS
APLICAÇÃO DAS NORMAS
Outras concepções acerca da Sociologia Jurídica/sociologia no direito:
Ponto de vista EXTERNO MODERADO: o sociólogo do direito analisa externamente o que é considerado como “direito” pelo ponto de vista da dogmática jurídica.
→Alguns autores defendem que a sociologia jurídica tem necessariamente 2 aspectos: INTERNO E EXTERNO. 
Ponto de vista DA SEPARAÇÃO E CONCILIAÇÃO DAS ABORDAGENS: reconhece a distinção entre as abordagens externa (sociológica) e interna (jurídica).
A sociologia jurídica precisa definir se a sociologia jurídica é uma matéria de dentro da sociologia ou de dentro do direito? Essa definição é muito importante, pois a sociologia jurídica se difere da sociologia do direito.
Nessa perspectiva, surgem as definições:
-A SOCIOLOGIA DO DIREITO é um ramo da sociologia que tem como objeto de estudo o direito. O sociólogo do direito trabalha dentro da sociologia, tem um objetivo analítico. É uma leitura sociológica do sistema jurídico.
-A SOCIOLOGIA JURÍDICA é responsável pelos estudos sociológicos das NORMAS JURIDICAS, permanece-se, assim, dentro do sistema jurídico e procurando contribuir para a sua melhoria. O sociólogo jurídico é um aplicador, tem como objetivo resolver casos concretos, problemas. 
Muitos autores ainda usam essas duas terminologias como sinônimos, apesar de não serem. 
Nada impede que as duas abordagens sejam conjugadas, mas é importante estabelecer essa distinção, uma vez que a forma de analise dos resultados é DIFERENTE e possui finalidades DISTINTAS.
DEFINIÇÃO DE SOCIOLOGIA JURIDICA NUMA PERSPECTIVA INTERACIONISTA: A sociologia jurídica examina a influencia dos fatores sociais sobre o direito e as incidências deste direito na sociedade, ou seja, os elementos de interdependência entre o social e o jurídico, realizando uma leitura externa do sistema jurídico.
A SOCIOLOGIA JURIDICA EM SI
A sociologia jurídica examina a influencia dos fatores sociais sobre o direito e as influencias do direito na sociedade, ou seja, estuda a relação entre o social e o jurídico. A sociologia jurídica examina as causas e os efeitos das normas jurídicas.
Como já dito, é responsável pelos estudos sociológicos das NORMAS JURIDICAS, permanece-se, assim, dentro do sistema jurídico e procurando contribuir para a sua melhoria. O sociólogo jurídico é um aplicador, tem como objetivo resolver casos concretos, problemas.
A sociologia examina a causa e os efeitos das normas jurídicas. Quer identificar as causas de aplicaçãodas normas jurídicas, e os efeitos sociais da aplicação da norma jurídico.
→A sociologia jurídica deve responder 3 questões:
Porque se cria uma norma ou um sistema jurídico?
Quais são as consequências do direito na vida social?
Qual as causas de “decadência” do direito (por conta do desuso ou da abolição de certas normas).
→O jurista sociólogo (a sociologia jurídica) EXAMINA AS RELAÇÕES ENTRE DIREITO E SOCIEDADE EM 3 MOMENTOS: PRODUÇÃO, APLICAÇÃO E DECADENCIA DA NORMA (inicio, meio e fim).
→Função da Sociologia Jurídica:
I - Sensibilizar e influenciar o processo de elaboração das leis;
II - Proporcionar a melhoria de qualidade do debate dogmático;
III – Auxiliar e qualificar a operacionalização do sistema jurídico na sua aplicação.
observações de NIKLAS LUHMANN
→Podemos dizer, então, que o jurista sociólogo vê o direito “de fora”. Luhmann, entretanto, defende que observação externa não significa necessariamente neutralidade, mas significa que o pesquisador procura olhar o direito por uma outra perspectiva, abandonando a ótica dogmática do jurista. 
→A relação entre direito e sociedade é estabelecida a partir de uma ótica de continência (o direito está contido na sociedade). Dessa forma, o objeto da analise do sociólogo do direito é o modo de atuação do direito na sociedade, ou seja, o exame das relações reciprocas entre o sistema social “global” e o subsistema jurídico.
→Trabalhar o direito não pode ser feito de forma isolada, como defende Kelsen. O direito tem que ser visto dentro de uma sociedade, se relacionando com outros ramos, dialogando com outras áreas.
→O direito é, ao mesmo tempo, parte e produto do meio social. Assim, o objeto da analise sociológica para Luhmann é o direito da sociedade, indicando que o direito é um subsistema do direito da sociedade.
O direito e a sociologia jurídica
O direito nasce no meio social, é criado, interpretado e aplicado por membros da sociedade e persegue finalidades sociais, tentando influenciar comportamentos. 
O direito é, ao mesmo tempo, parte e produto do meio social e é a partir disso que os estudos sociológicos se desenvolvem.
O DIREITO, PARA LUHMANN, É UM SUBSISTEMA DA SOCIEDADE. 
FUNÇÃO DA SOCIOLOGIA JURÍDICA E A EFICACIA DO DIREITO
A sociologia jurídica analisa o processo de criação do direito e sua aplicação na sociedade.
O CAMPO DE ANALISE DA SOCIOLOGIA DO DIREITO REFERE-SE À EFICACIA DAS NORMAS JURIDICAS. 
Somente a sociologia jurídica examina sistematicamente a aplicação pratica, ou seja, a eficácia do direito. Isso é o principal traço do seu trabalho.
A ANALISE DA REPERCUSSÃO DE UMA NORMA JURIDICA FORMALMENTE VALIDA PODE SER FEITA EM TRÊS PERSPECTIVAS:
EFEITOS DA NORMA: qualquer repercussão social ocasionada por uma norma (debates, discussões, pessoas se mudam para burlar ou para não se prejudicar)
EFICACIA DA NORMA: o grau de cumprimento da norma dentro da prática social (respeito social à norma –espontaneo- ou sancionamento decorrente do seu descumprimento –eficacia secundaria-). 
ADEQUAÇÃO INTERNA DA NORMA: capacidade de a norma atingir a finalidade social programada pelo legislador. 
Mas como sabemos a finalidade do legislador? R: toda lei é procedida por um processo legislativo, em que são expostas as expectativas das leis, os debates parlamentares...
a) Efeitos da norma: qualquer repercussão social  ocasionada por uma norma;
b) Eficácia da norma: o grau de cumprimento da norma dentro da prática social (respeito social à norma ou sancionamento decorrente do seu descumprimento). Não existem normas plenamente eficazes; 
c) Adequação interna da norma: Capacidade da norma atingir a finalidade social programada pelo legislador.
Exemplo: Rodízio de carros em São Paulo:
-> Efeito (debates, notícias, aquisição de 2o veículo);
-> Eficácia (cumprimento da norma pelos motoristas);
-> Adequação interna (diminuição da poluição frustrada pela aquisição de um segundo veículo usado).
observações
Não existe norma plenamente eficaz! 
As normas que não produzem efeitos são chamadas “letra morta” ou “direito no papel”. Essas são as normas que não tem eficácia!
O perigo dos levantamentos de dados numéricos e estatísticos para a analise da sociologia jurídica.
Assim, os dados têm que ser comprovados. Dados em si não representam por si NADA. A manipulação que se tem feito em pesquisas de sociologia do direito com dados é imensa. Dados são apresentados, mas não necessariamente são verdadeiros e efetivos.
Pesquisas empíricas baseadas em dados não existe. Os dados são normalmente falsos, simbólicos...
Normas simbólicas: A relevância de normas ineficazes ou inadequadas, que, todavia, têm o papel de transmitir uma mensagem política do legislador (ex: aconteceu com a criação do tipo penal de assédio sexual).
Pode-se falar também de uma adequação externa da norma, a partir da avaliação entre os objetivos do legislador e os resultados obtidos por uma medida de “justiça”.
Analise da eficácia de uma norma juridica
Para estudar o tema da eficácia, o sociólogo do direito faz uma pesquisa para responder a quatro questões:
A norma tem efeitos, eficácia e adequação interna?
Por que a norma tem ou não tem efeitos, eficácia e adequação interna? Quais as razões que levam a isso?
Qual a reação do legislador diante da constatação dos efeitos, eficácia e adequação interna da norma?
Quais são as razões da reação do legislador?
fatores de eficácia de uma norma jurídica
São divididos em: instrumentais e referentes à situação social.
INSTRUMENTAIS:
Dependem dos órgãos de elaboração e aplicação do direito.
Divulgação do conteúdo- educação, publicização e propaganda.
Conhecimento efetivo da norma- depende do item anterior e do grau de instrução da população (relacionado diretamente à educação)
Perfeição técnica da norma- clareza e brevidade na redação, precisão na apresentação do conteúdo e sistematicidade- vide Lei Complementar 95/88- lembrar que direito não é texto.
Elaboração de estudos preparatórios sobre o toma que irá se legislar.
Preparação dos profissionais responsáveis pela aplicação do direito. 
Elaboração de regras adaptadas que estimulam a adesão dos cidadãos à norma- pode se dar pelo oferecimento de vantagens, como pela imposição de sanções não convencionais- ex.1 desconto pelo pagamento antecipado de impostos- ex.2 substituição da pena de multa pela suspensão da carteira de motorista.
Expectativa de consequências negativas- o respeito socialmente gerado pela lei que se sabe será aplicado com a consequente sanção, ou seja, respeito pelo medo da punição.
Referentes à situação social
Fatores ligados às condições de vida da sociedade em determinado momento.
Participação dos cidadãos no processo de elaboração e aplicação das normas- importância da forma e dos modelos democráticos de cada sociedade- lembrar da formatação da “Constituição cidadã de 1988”.
Coesão social- Quanto menos conflitos e quanto mais consenso em uma socirdade, mais forte será o grau de eficácia das normas. 
Adequação da norma à situação política e às relações de força dominantes- ex. as sociedades da Europa ocidental após a segunda guerra e a experiência de bem-estar social garantindo a proteção aos trabalhadores para a reconstrução necessária e posterior ao abandono decorrente da crise econômica e enfraquecimento do movimento sindical (“ventos” do neoliberalismo).
Contemporaneidade das normas com a sociedade- a dificuldade de ideias antigas e fora da realidade.
qual o efeito que o direito tem para mudar o social?
Mudança social
→A realidade não é um estado constante, mas um processo dinâmico, devido a interação de diversos fatores: valores, ideologias, tecnologias, economia, demografia, etc.
→A sociologia parte da premissa que a sociedade se encontra em transformação continua. 
→As mudanças sociais podem ser continuas ou descontinuas, totais ou parciais, lentas ou rápidas, ou seja, ocorrem por diversos fatores e formas.
→As mudanças sociais implicam na alteração da forma como as pessoas trabalham, educam seus filhos,dão sentido à vida, se relacionam com outras pessoas, etc. Em resumo, mudança social significa uma reestruturação das relações sociais.
Duas correntes antagonizaram o estudo das mudanças sociais:
1- Consideram a existência de causas gerais: costumam formular leis de desenvolvimento social (Weber, Durkheim e Marx)
2- Consideram a impossibilidade de se formular teorias gerais, dedicam-se à compreensão dos processos individualizados em suas especificidades e ante sua complexidade, em determinadas áreas.
Direito e sociedade
Existem duas correntes principais:
→ REALISTA: A primeira corrente defende que o direito, como manifestação social, é determinado pelo contexto sociocultural: a sociedade produz o direito que lhe convém.
→ IDEALISTA: Em posição contrária, entende-se que o direito é um fator determinante dos processos sociais. Assim, o direito possui a capacidade de determinar o contexto social, de atuar sobre a realidade e de muda-la.
Chegou-se a uma conclusão de que o direito exerce um duplo papel dentro da sociedade: ativo e passivo. Atua como fator determinante da realidade social, e, ao mesmo tempo, como elemento determinado por essa realidade social.
Relações entre o sistema jurídico e a mudança social
→ A mudança social contínua das regras jurídicas constitui a hipótese fundamental.
→ As mudanças sociais (tecnológicas, demográficas, politicas, econômicas, etc) impactam na mudança e evolução histórica do direito.
construtivismo juridico
Consiste na ideia de que o direito é uma ferramenta que constrói e muda a sociedade.
Existem divergências acerca dessa forma de mudança. Seria o direito limitador ou propulsor demudanças?
Controvérsia entre a forma de influencia do direito na sociedade
CORRENTE 1: A primeira corrente defende que o direito impede a mudança, ante a lentidão do sistema jurídico de identificar ou o seu compromisso político desde os seus fechados centros de poder. O direito funciona como fator negativo de mudança, assume um papel conservador.
CORRENTE 2: A segunda corrente identifica o direito como instrumento eficaz para a consecução das grandes mudanças sociais. As reformas jurídicas são, assim, responsáveis por mudanças sociais, assume o direito um papel progressista.
→ A posição CONCILIADORA das duas anteriores sustenta que: o direito é, em geral, configurado por interesses e necessidades sociais, ou seja, é produto de um contexto sociocultural. Isso não impede que possa haver influência do direito sobre a situação social. Ele exerce, dessa forma um duplo papel na sociedade: ativo (dinâmico) e passivo (estático ou estabilizador).
→ As duas correntes são criticadas. O desenvolvimento da sociologia jurídica demonstra que é necessário diferenciar, segundo o ramo do direito, o problema concreto e a situação social, tendo em mente que a capacidade reformadora do direito é limitada.
A relação entre direito e mudança social:
É preciso observar o seguinte:
O direito é uma variável dependente, ou seja, um fenômeno social que muda historicamente em razão de outros fenômenos. É um produto, por exemplo, de interesses sociais, que dependem das relações de dominação em cada sociedade (econômicos e políticos, mas não se pode descartar a influência de outros fatores: tecnologias, fatores éticos, ideológicos, etc.);
O direito possui uma autonomia relativa, que lhe permite induzir as mudanças sociais. Veja-se, por exemplo, o regime comunista da antiga URSS, que se utilizou do direito para criar a legalidade socialista, radicalmente diversa da forma burguesa (ou feudal?).
→O direito pode servir como instrumento de RECONHECIMENTO (reconhece a nova realidade da mudança), de ANULAÇÃO (opõe-se à mudança), de CANALIZAÇÃO (limita ou altera os efeitos da mudança, mediante reformas que satisfazem parcialmente as reinvindicações sociais) ou de TRANSFORMAÇÃO (provoca a mudança por reformas ou revolução) das tendências de mudança.
-A história ensina que o direito não possui força suficiente para mudar a estrutura de classe social e os fundamentos do sistema econômico, que são suscetíveis de alteração somente por meio de um processo de transformação política. Por isso o problema do esvaziamento da esfera política com o crescimento do “papel” do Poder Judiciário preocupa.
-A aferição do impacto do direito na sociedade é extremamente complexo, e inclui algumas variáveis para aferir o comportamento social, senão vejamos:
Atuação do direito como fator de mudança social
No estudo da atuação do direito como fator de mudança social se destacam:
Intensidade da mudança: dois fatores interferem sobre a intensidade da mudança.
Esses dois fatores são: natureza do sistema jurídico que vai produzir a mudança e a situação politica atual.
a) Quanto mais aberto, flexível e abstrato mais apto a gerar mudanças;
b) Poder político forte e concentrado tende a gerar reformas mais rápidas a partir de reformas jurídicas.
- No contexto das mudanças pelo sistema jurídico (sua aplicação) surge o desenvolvimento de teorias (para modificar a sua aplicação), como o direito alternativo.
DIREITO ALTERNATIVO: 
→ Anos 60 e 70 – Itália – uso alternativo do direito 
→ Consistia na interpretação e aplicação do direito com uma finalidade emancipadora, favorecendo as classes e os grupos sociais mais fracos – Base: solidariedade social. O objetivo central é modificar a sociedade a partir das estruturas formais do direito, sobretudo pela atuação de juízes progressistas.
→ Na América Latina essa ideia foi potencializada. Foi desenvolvida uma concepção de busca de alternativas ao direito estatal. 
-Propuseram um novo sistema jurídico, capaz de responder às verdadeiras necessidades dos países subdesenvolvidos, com uma consequente mudança social pautada em outro direito, derivado dos movimentos sociais contra o opressor sistema estatal.
-Em sua versão mais radical, o direito alternativo apresenta-se como um sistema que se distancia declaradamente das normas estabelecidas pelo Estado. Ele é contra legem, e se pauta na justiça social. 
-É um direito achado, um direito comunitário, vivo, direito de rua.
Esferas de manifestação da mudança: 
INTERNA: Relativa ao direito nacional.
EXTERNA: Relativa ao direito internacional e comparado.
Estratégias de mudança: 
→ As mudanças são mais rápidas, via de regra, no setor de organização do Estado que no setor da economia privada, que sempre apresenta maior resistência, ou no que tange à família, devido a influência de setores ligados à religião.
→ Mudanças no setor privado, todavia, são sempre bem recepcionadas quando introduzem “estímulos” ao mercado (modernização, competitividade, expansão, desenvolvimento, etc.), mas nunca que implique em regulação.

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