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Plano de Aula: Plano de aula 12 ELETROTERMOFOTOTERAPIA - SDE0530 Título Plano de aula 12 Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 12 Tema Unidade IV: ELETROTERAPIA: Eletroestimulação Funcional: F.E.S. Objetivos Ao final desta aula, o aluno deverá ser capaz de: · Descrever e entender os efeitos fisiológicos e terapêuticos da eletroestimulação funcional; · Descrever as técnicas de aplicação da eletroestimulação funcional; · Descrever as bases funcionais para estimulação funcional; · Entender e realizar as avaliações para aplicação da F.E.S; · Descrever e entender as indicações e contraindicações da FES; · Descrever a aplicação da FES em pacientes hemiparéticos; · Descrever a aplicação da FES em pacientes com sequelas de lesão medular. Estrutura do Conteúdo 4.2.2. Eletroestimulação Funcional (F.E.S.) 4.2.2.1. Conceito Foi descrita como sendo a estimulação de músculos, tanto lisos quanto estriados, que foram privados do controle nervoso, com o objetivo de proporcionar contração muscular que produza um movimento funcionalmente útil. As contrações são obtidas a partir de vários pulsos elétricos de pequena duração, aplicados sob frequência controlada. Esses trens de pulso ou envelopes de pulsos elétricos diferem das formas clássicas de eletroestimulação, em que são empregados pulsos únicos com tempo de duração variável. 4.2.2.2. Bases da excitabilidade Para que se consiga uma contração próxima à fisiológica e que possa gerar movimentos, são necessárias algumas condições para os parâmetros específicos de estimulação: Repouso: período entre dois trens de pulso e deve ser realizado para evitar a fadiga muscular na fase de recondicionamento muscular ou para permitir o controle das contrações musculares e se obter movimentos úteis à locomoção; Ataque / descida: é o tempo que a corrente leva para se estabelecer (ataque) e para cessar (descida) que deve ser de, aproximadamente, dois a três segundos para apresentar características fisiológicas. Intensidade: dentro de certos limites, o aumento da intensidade de corrente corresponde a uma contração muscular mais efetiva, por promover estimulação de fibras nervosas, com limiar de excitação mais alto ou mais distante da estimulação dos eletrodos; porém, a partir de certos valores variáveis de músculo para músculo, se terá uma resposta constante, independentemente do aumento de intensidade. Frequência: dependendo da frequência deste pulso, observa-se, inicialmente, períodos de repouso entre abalos musculares de mesma intensidade. Esta deve ser de, aproximadamente, 60 Hz. Frequências de pulsos elevadas acarretam fadiga muscular e frequências muito baixas não permitem que a contração muscular produza trabalho funcional eficiente. Duração do pulso: provê uma qualidade maior ou menor aos estímulos, pois em virtude da musculatura denervada sofrer aumento da cronaxia, quanto maior for a duração do pulso, maior será a qualidade do estímulo, entretanto pode causar fadiga precoce. Deve ser igual ou maior que 300 ms. Sustentação: é o tempo de contração efetiva. Se a sustentação for muito grande, pode levar à fadiga precoce. 4.2.2.3. Aparelho Portáteis ou clínicos e devem possuir controles de ajustes de intensidade, ataque/descida, frequência de pulsos, duração do pulso, sustentação e repouso. 4.2.2.4. Bases funcionais Para a maior eficácia da utilização da eletroestimulação funcional, é necessária a utilização das bases funcionais, a saber: · Inibição funcional: os reflexos flexores e extensores não podem ser evocados simultaneamente; · Estimulação aferente: estimulação dos nervos sensitivos; · Estimulação eferente: estimulação dos nervos motores; · Princípio da substituição: substituição ortótica. Todas essas bases funcionais têm por objetivo o controle da espasticidade, auxiliar na reorganização da atividade motora, acelerar a recuperação do controle voluntário, restituir, por controle elétrico, movimentos simples e complexos, substituição ortótica e fortalecer a musculatura. 4.2.2.5. C ritério de avaliação dos pacientes Para uma eficácia da técnica, é necessário avaliar a elegibilidade do paciente para a realização da técnica. E para tal, é necessário: a) Avaliação da capacidade de resposta à corrente: estímulo da ordem de décimos de milissegundos são dados para verificação da contração muscular através do estímulo do nervo periférico. Doenças que acometem o neurônio motor inferior não são elegíveis à técnica FES. b) Graduação da espasticidade: por ter objetivos funcionais, para a técnica FES utiliza-se a graduação de espasticidade sobre a função a ser realizada, através da escala de Ashworth modificada: 0 - nenhum aumento no tônus muscular; 1 - leve aumento do tônus muscular, manifestado por uma tensão momentânea ou por resistência mínima, no final da amplitude e movimento articular (ADM), quando a região é movida em flexão ou extensão; 1+ leve aumento do tônus muscular, manifestado por tensão abrupta, seguida de resistência mínima em menos da metade da ADM restante; 2 - aumento mais marcante do tônus muscular, durante a maior parte da ADM, mas a região é movida facilmente; 3 - considerável aumento do tônus muscular, o movimento passivo é difícil; 4 - parte afetada rígida em flexão ou extensão. c) Avaliação das articulações: através da movimentação passiva e quantificada pela goniometria manual. 4.2.2.6. Indicações e contraindicações Indicações: · Facilitação neuromuscular; · Substituição ortótica; · Controle da espasticidade; · Escoliose (adolescentes com escoliose idiopática vêm sendo tratados pela aplicação noturna de FES na convexidade da curva); · Hipotrofia por desuso; · Plegias e paresias; · Órtese para pés dorsiflexores. Contraindicações: · Eixo do marcapasso cardíaco; · Sobre o seio carotídeo; · Sobre área cardíaca; · Espasticidade grave; · Lesão nervosa periférica. 4.2.2.7. F.E.S. em hemiplegia Tem como objetivos o recondicionamento muscular, controle da espasticidade e reorganização do padrão motor, através dos recursos de recondicionamento muscular e recurso ortésio. Recondicionamento muscular: Estimulação dos MMSS: estimular o deltóide (na fase inicial da hemiplegia, visando à prevenção do ombro doloroso, secundário à subluxação paralítica glenoumeral), tríceps braquial (com o objetivo de controlar a espasticidade flexora do cotovelo e a consequente instalação de uma deformidade com este padrão), extensores de punho e dedos (estes movimentos de forma sinérgica permitem melhor adequação funcional da mão, e também a inibição funcional em flexores de punho e dedos). Estimulação dos MMII: estimular de forma a recondicionar três grupos musculares: quadríceps (estimulação do quadríceps, na fase inicial da instalação de hemiplegia, permite reduzir o componente parético da lesão. A espasticidade extensora poderá ser benéfica ao paciente, pois este poderá utilizá-la com objetivos funcionais de ortostatismo e deambulação); dorsiflexores (podem ser evocados por contração evocada rítmica ou contração evocada por disparador); isquiotibiais (com o objetivo de funcionalizar a espasticidade em quadríceps, através da inibição funcional e evitar a hiperextensão de joelho). O FES ainda pode ser utilizado como uso ortésico na hemiplegia (FES de palmilha), frequentemente, e é restrito ao controle da articulação do tornozelo. 4.2.2.8. F.E.S. em lesão medular Pode ser dividido, didaticamente, em fases: a) Fase de recondicionamento muscular: são estimulados o quadríceps (mais importante a ser recondicionado para a função de estabilizar o joelho na posição de extensão para o ortostatismo e para o trabalho de marcha), dorsiflexores (estimulados para evitar o pé equino e funcionalizar a espasticidade dos gastrocnêmios), glúteo máximo (estimulados para prevenção das contraturase deformidades em flexão do quadril) e isquiotibiais (estimulados para funcionalizar a espasticidade em quadríceps e reduzir o posicionamento flexor do joelho). b) Fase de transferência da posição sentado para de pé: o paciente tem de conseguir permanecer em pé apoiado nos MMSS, em pelo menos 15 segundos. Os eletrodos são posicionados no quadríceps; ajusta-se a intensidade de corrente necessária para obter-se uma extensão de joelho eficiente, associada ao impulso dos MMSS. c) Treinamento da postura sentada: após a fase anterior, o paciente é mantido em pé através da emissão de pulsos elétricos contínuos e simultâneos aos dois músculos quadríceps, por períodos progressivos. O objetivo será atingido quando o paciente se apresenta nesta postura por 10 minutos ou mais. d) Treinamento da deambulação – estimulado o quadríceps para estabilizar os joelhos, com auxílio de estabilização do tornozelo e pé, através de calçados com cano alto. Aplicação Prática Teórica · http://www.fafibe.br/revistaonline/arquivos/041-jocimari-eletroestimulacao_funcional_controle_espast.pdf · http://www.ict2008.nit.ufscar.br/cic/uploads/C19/C19-031.pdf · http://www.seufuturonapratica.com.br/intellectus/PDF/13_ART_Fisioterapia.pdf · http://www.fibbauru.br/files/Anne%20Caroline%20de%20Campos%20Martins%20de%20Lima.pdf · http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/eletro/estimulacao_funcional.htm · http://www.fisionet.com.br/abstract/interna.asp?cod=447 · http://www.atlanticaeditora.com.br/revistas/fisioterapia/detalhe.asp?cdc=758 Plano de Aula: Plano de aula 12 ELETROTERMOFOTOTERAPIA - SDE0530
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