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Caso AV2

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Caso prático
“46.ª Vara Cível – processo n° 000.111.222-3 Vistos, etc.
Proposta ação de cobrança, por José Pedro contra João Paulo, com o objetivo de receber R$ 32.000,00 (trinta e dois mil reais), o réu, citado, apresentou tempestiva contestação, aduzindo, em preliminar de ilegitimidade passiva de parte, que ele nada devia, pois não era sua a assinatura no documento juntado pelo autor para fundamentar o pedido inicial. Em réplica, o autor sustentou que a assinatura é do réu e requereu prova pericial. Observo, realmente, que a assinatura aposta no referido documento é completamente diferente da assinatura do réu no instrumento de mandato de fl s., razão pela qual entendo que a primeira é nitidamente falsa. Diante desse fato, desnecessária qualquer prova, acolho a preliminar arguida, extinguindo o processo, sem resolução do mérito, nos termos do artigo 267, VI, do Código de Processo Civil. O Autor arcará com as custas do processo e com o pagamento de honorários sucumbenciais de 10% (dez por cento) do valor da causa. Publique-se e intime-se”.
QUESTÃO: Como Advogado da parte vencida, interponha o recurso cabível, no último dia do prazo, sabendo-se que a decisão foi publicada numa quarta-feira, dia 14.º de novembro dia que antecede feriado estadual , com o fechamento do Fórum, nos dias 15, 16 de novembro, respectivamente quinta e sexta -feira. O recurso deverá indicar, ao final, a data de sua interposição, que deve, necessariamente, corresponder ao último dia de prazo.
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 46ª VARA CIVEL DA COMARCA DE... ESTADO DE...
PROCESSO Nº 000.111.222-3
JOSÉ PEDRO, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da cédula de identidade RG nº..., inscrito no CPF/MF nº..., residente e domiciliado na Rua..., nº..., município..., Estado..., vem, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado, que recebe intimações na..., não conformado com a r. sentença de fls...., prolatada nos autos da Ação de cobrança em epígrafe, que move contra JOÃO PAULO, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da cédula de identidade RG nº..., inscrito no CPF/MF nº..., residente e domiciliado na Rua..., nº..., município..., Estado..., interpor RECURSO DE APELAÇÃO, com fulcro no art. 513 do CPC, conforme razões que seguem anexa.
Requer a atribuição dos regulares efeitos e posterior remessa ao Tribunal de Justiça competente.
Cumpre informar que seguem acostadas as guias referentes ao preparo. 
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local... 03 de dezembro...
Advogado
OAB/UF nº...
RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO
Origem: 46ª VARA CIVEL DA COMARCA DE ... ESTADO DE ....
Apelante: José Pedro
Apelado: João Paulo
Egrégio Tribunal
Colenda Câmara
Nobres Julgadores
I – SÍNTESE DOS FATOS
O apelante ajuizou ação de cobrança para receber a quantia de R$ 32.000,00 devida pelo apelado. Em defesa arguiu ilegitimidade de parte por não ser sua assinatura no documento.
Requereu-se, em réplica, a produção de prova pericial, a qual foi indeferida pelo magistrado sob o argumento de ser completamente diferente a assinatura do apelado no instrumento de mandato do documento que demonstra a existência da dívida.
Ao final foi acolhida a preliminar arguida, extinguindo-se o processo sem resolução do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.
Em que pese o notório conhecimento do juízo a quo, ao julgar o presente caso, não foi aplicado o costumeiro saber que lhe é peculiar, razão pela qual a r. sentença deverá ser anulada, uma vez que, caso seja mantida, causará grandes prejuízos ao apelante.
II – RAZÕES PARA A ANULAÇÃO 
Em que pese a liberdade do juiz para a apreciação das provas produzidas, conforme art. 131 do CPC, o art. 420 do mesmo diploma legal apresenta um rol de situações nas quais o julgador indeferirá a produção de prova pericial, todavia, dentre elas não se amolda o caso em questão, por demandar conhecimento técnico especial.
Nesse sentido, o juízo a quo, ao indeferir a produção da prova pericial e julgar o caso somente pela comparação da assinatura firmada pelo apelado no documento da dívida e na procuração outorgada, extrapolou o limite de sua competência legal, uma vez que o nobre magistrado não possui os conhecimentos técnicos necessários para a realização de uma perícia grafotécnica, a qual demonstrará, por sua vez, a veracidade da assinatura firmada pelo apelado, ocasionando o cerceamento da defesa do apelante.
Assim, por se tratar de conhecimento técnico especial, a produção de prova pericial não poderia ter sido indeferida, razão pela qual a r. sentença deve ser anulada.
II - DO PEDIDO 
Diante do exposto requer-se o conhecimento do presente recurso para, no mérito, dar provimento para anular a decisão recorrida, retornando os autos para o juízo a quo, a fim de se proceder a produção da prova requisitada com a prolação de uma nova sentença, afastando, por conseguinte, o ônus da sucumbência, por ser medida de justiça.
Local..., 03 de dezembro...
Advogado
OAB/UF..., nº...

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