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Direito Civil BENS

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Direito Civil 
Bens considerados em si mesmos e reciprocamente considerados 
Grupos de bens 
Considera-se bem tudo aquilo que existe no universo e que é útil ao homem.
 
O Código Civil classifica os bens em dois grandes grupos. 
 
O primeiro classifica os bens por si mesmos, não os comparando ou ligando com nenhum outro. É o caso dos bens móveis e imóveis, fungíveis e infungíveis, divisíveis e indivisíveis, dentre outros. 
 
Já o segundo classifica os bens de forma recíproca, fazendo uma comparação entre dois bens. Veja a tabela a seguir:
 
	Bens Considerados em Si Mesmos
	Bens Reciprocamente Considerados
	- móveis e imóveis;
- fungíveis e infungíveis;
- consumíveis e inconsumíveis;
- divisíveis e indivisíveis; e
- singulares e coletivos.
	- principais e acessórios.
Bens móveis e imóveis 
Bens imóveis
Bem imóvel é tudo que se incorpora naturalmente (acessão natural) ou artificialmente (acessão artificial) ao solo. Ou seja, são os bens que não podem ser transportados sem destruição ou diminuição de valor de um lugar para outro.
Art. 79 do CC - São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
Art. 80 do CC - Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II - o direito à sucessão aberta.
Art. 81 do CC. Não perdem o caráter de imóveis:
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. 
No artigos 79, 80 e 81 o Código Civil classifica os bens imóveis em:
 
Bens imóveis por natureza: preliminarmente, consideram-se bens imóveis por natureza o solo e seus acessórios e adjacências, ou seja, tudo aquilo que adere ao solo naturalmente, a exemplo das árvores, frutos e subsolo. Alguns autores entendem que deveria ser bem imóvel por natureza somente o solo; acessórios e adjacências deveriam ser chamados bens imóveis por acessão natural.
 
Bens imóveis por acessão industrial (artificial): é definido como tudo aquilo que resulta do trabalho do homem, tornando-se permanentemente incorporado ao solo. Tem como exemplo as construções e as plantações.
 
Bens imóveis por acessão intelectual (por destinação do proprietário): a lei considera bem imóvel por acessão intelectual aqueles bens móveis que aderem a um bem imóvel pela vontade do dono, para dar maior utilidade ao imóvel ou até mesmo para o seu embelezamento, aformoseamento, a exemplo de um trator comprado para melhor utilização em uma fazenda, pois, enquanto o trator estiver a serviço da fazenda, será considerado como bem imóvel por acessão intelectual. 
 
São aqueles bens móveis incorporados ao bem imóvel pela vontade do dono. Assim como o proprietário imobilizou o bem móvel, ele poderá, conseqüentemente, mobilizá-lo novamente quando não for utilizá-lo mais para aquilo a que se destinava.
 
Bens imóveis por determinação legal: são determinados bens que somente são imóveis porque o legislador resolveu enquadrá-los como tal, para que se possibilite, em regra, maior segurança jurídica nas relações que os envolvam. Podemos citar o direito à sucessão aberta, ainda que o acervo seja composto única e exclusivamente de bens móveis (ex: cinco carros); os direitos reais sobre imóveis e as ações que o asseguram; as apólices da dívida pública, quando oneradas com cláusula de inalienabilidade.
Bens móveis
Determina o artigo 82 do Código serem bens móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia.
Art. 82 do CC - São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. 
Podem ser classificados da seguinte maneira:
 
Bens móveis por natureza: são bens móveis por natureza não só aqueles que têm movimento próprio, como também aqueles que não têm movimento próprio. Subdividem-se em bens móveis propriamente ditos (aqueles que não têm movimento próprio) e bens semoventes (aqueles que têm movimento próprio).
 
Bens móveis por antecipação: aqueles bens imóveis que têm uma finalidade última como móvel. Assim, mesmo temporariamente imóveis não perdem o caráter de bem móvel, em razão de sua finalidade, a exemplo das árvores plantadas para corte.
 
Bens móveis por determinação legal: são alguns bens que a lei considera móveis por determinação legal, e consequentemente, aplicando as disposições sobre bens móveis nas relações que os envolvam. São eles: Os direitos reais sobre objetos móveis e respectivas ações; os direitos de obrigação, e respectivas ações; além dos direitos do autor. Conforme o art. 83 do CC.
Art. 83 do CC - Consideram-se móveis para os efeitos legais:
I - as energias que tenham valor econômico;
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. 
Sobre os navios e aeronaves, apesar de poderem ser dados em hipoteca (instituto característico de bens imóveis), tais bens não perdem a característica de bens móveis.
 
	BENS IMÓVEIS
	BENS MÓVEIS
	- por natureza;
- por acessão industrial ou artificial;
- por acessão intelectual;
- por determinação legal.
	- por natureza;
- por antecipação;
- por determinação legal.
 
Sobre os bens móveis, ainda temos o art. 84 do CC:
Art. 84 do CC - Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. 
Ou seja, se eu compro um conjunto de telhas em uma loja de construção, enquanto eu não empregar as telhas na obra elas serão consideradas bens móveis, porém, após o emprego, serão consideradas bens imóveis por acessão industrial ou artificial. Caso ocorra a demolição da casa, a telha novamente será considerada bem móvel.
Bens fungíveis e infungíveis 
O art. 85 do CC distingue a classificação dos bens móveis em dois tipos:
Art. 85 do CC - São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. 
►Bens fungíveis: são aqueles bens móveis que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, natureza e qualidade.
 
►Bens infungíveis: são os que possuem características especiais que os tornam distintos de outros da mesma espécie e qualidade, não permitindo, dessa forma, a sua substituição.
BENS FUNGÍVEIS - podem ser substituídos.
 
BENS INFUNGÍVEIS - são únicos e, por isso, não podem ser substituídos.
Ressalta-se que, excepcionalmente, bens imóveis podem ser considerados bens fungíveis, a exemplo de várias pessoas proprietárias, em condomínio, de um conjunto de lotes ainda não divididos, ocasião em que cada um é proprietário de um número determinado de lotes, fungíveis, posto que ainda não identificados os seus proprietários.
Bens consumíveis e inconsumíveis 
O art. 86 do CC, trata do bem consumível.
Art. 86 do CC - São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. 
Ou seja, os bens que podem ser usados várias vezes são inconsumíveis e os que podem ser usados apenas uma vez são consumíveis. 
 
Destaca-se o bem destinado à alienação que é consumível de direito, ou seja, o vendedor não pode vender um bem para duas pessoas sob pena de estelionato (art. 171 do CP). Conclui-se que o bem destinado à alienação só pode ser vendido uma vez e, por isso, é consumível.
 
A infungilibilidade e a inconsuntibilidade do bem podem decorrer também da vontade das partes, a exemplo de bens emprestados para ornamentação e posterior devolução, a que a doutrina dá o nome de comodatum ad pompam vel ostentationem. 
 
Como exemplo de fungibilidade e consuntibilidade decorrente da vontade das partes temos o empréstimo de frutas ou garrafas de bebida para a ornamentação de uma festa com posterior devolução das frutas ou garrafas emprestadas.COMODATUM AD POMPAM VEL OSTENTATIONEM ► o bem se torna infungível e inconsumível em decorrência da vontade das partes.
Bens divisíveis e indivisíveis 
Os arts. 87 e 88 do CC classificam os bens em divisíveis e indivisíveis. Interpretando o art. 87 do CC, são divisíveis as coisas que podem ser partidas em porções distintas, formando, cada porção, um todo perfeito. Assim, o bem é divisível quando cada porção continua com as características do todo.
Art. 87 do CC - Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. 
Nos termos do art. 88 do CC, a indivisibilidade pode resultar da natureza, da lei e da vontade das partes:
Art. 88 do CC - Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes. 
- Bem indivisível por natureza: é aquele que, se for dividido, perde a característica do todo, a exemplo de um animal.
 
- Bem indivisível por lei: existem alguns bens que por natureza talvez fossem considerados divisíveis, entretanto a lei os torna indivisíveis.
 
Como exemplo, podemos citar o Estatuto da Terra que, nos casos de área rural, exige que os terrenos rurais tenham, no mínimo, três alqueires. Assim, numa área rural, o terreno de três alqueires torna-se indivisível para evitar que se tenham partes de terra muito pequenas.
 
- Bem indivisível por vontade das partes: há a possibilidade, nos casos de condomínio, das partes convencionarem a indivisibilidade do bem.
 
Veja o gráfico a seguir:
Bens singulares e coletivos 
Os artigos 89, 90 e 91 do CC atribuem características aos bens singulares e coletivos.
Art. 89 do CC - São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais.
Art. 90 do CC - Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias.
Art. 91 do CC - Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico. 
Os bens singulares são considerados na sua individualidade, como é o caso de um livro. Entretanto, quando o livro é observado no conjunto de uma biblioteca, agregado a outros, então temos uma universalidade (bem plural).
 
As universalidades são bens coletivos e se dividem em dois tipos: universalidade de fato (ex: biblioteca) ou universalidade de direito (ex: herança).
Bens principais e acessórios 
Temos também a divisão dos bens em principais e acessórios quando se trata dos bens reciprocamente considerados. 
 
Principais são os que existem em si e por si, abstrata ou concretamente; acessórios são aqueles cuja existência supõe a existência do principal. 
 
Os principais tipos de bens acessórios são:
 
a) frutos: são aqueles bens acessórios produzidos periodicamente pela coisa, cuja percepção e consumo não alteram a substância da coisa principal.
 
Quanto à origem os frutos dividem-se em:
 
- frutos naturais: aqueles produzidos pela força orgânica (ex: bezerro, carneiro, maçã, laranja);
 
- frutos industriais: os produzidos pela arte humana (ex: tecido produzido pelo tear); e
 
- frutos civis: aqueles produzidos pela coisa em razão da cessão remunerada da posse (ex: rendimentos, juros, aluguel).
 
Quanto ao estado, os frutos classificam-se da seguinte forma:
 
- frutos pendentes: enquanto estão unidos à coisa que os produziu;
 
- frutos percebidos ou colhidos: estão separados do bem principal;
 
- frutos estantes: estão separados e armazenados ou acondicionados para venda;
 
- frutos percipiendos: deviam ser, mas não foram colhidos ou percebidos;
 
- frutos consumidos: são aqueles que não mais existem porque foram utilizados.
 
b) produtos: são acessórios que não se produzem com periodicidade e seu consumo altera a substância da coisa principal, reduzindo, portanto, o seu valor. Ex: o petróleo, o ouro, as pedras preciosas, etc.
 
c) pertenças: são bens utilizados com o objetivo de embelezar, melhorar ou conservar a coisa principal, sem ser parte integrante. Ex: o sofá de uma casa.
 
d) benfeitorias: compreendem as obras ou despesas que se fazem em bem móvel ou imóvel para conservá-lo, melhorá-lo ou embelezá-lo. Classificam-se em:
 
- Necessárias: objetiva conservar a coisa ou evitar que ela se deteriore. Ex. substituição de ligamentos podres no telhado.
 
- Úteis: aumentam ou facilitam o uso da coisa. Ex. construção de garagem.
 
- Voluptuárias: as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. Ex. piscina.
 
O assunto é abordado nos arts. 92 a 97 do CC.
Art. 92 do CC - Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
Art. 94 do CC - Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.
Art. 95 do CC - Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico.
Art. 96 do CC - As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
§ 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
§ 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
§ 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
Art. 97 do CC - Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.
Em um negócio jurídico que envolva o bem principal, a regra (art. 94 do CC) é que o bem acessório também esteja envolvido. Porém, essa regra não inclui as pertenças, ou seja, se eu comprar a sua casa e o contrato nada dispuser a respeito, entende-se que o sofá que está na sua sala não faz parte no negócio.
Bens dentro e fora do comércio 
A doutrina divide ainda os bens em dois tipos: bens que integram o comércio e bens que estão fora do comércio.
 
- Bens que integram o comércio: são os bens alienáveis, disponíveis, que se encontram livres de quaisquer restrições que impossibilitem sua transferência ou apropriação, podendo, portanto, passar, gratuita ou onerosamente, de um patrimônio a outro.
 
- Bens que estão fora do comércio: são coisas fora do comércio as insuscetíveis de apropriação, e as legalmente inalienáveis.
 
Tipos de bens inalienáveis.
 
a) Bens inalienáveis por sua natureza: são os bens de uso inexaurível, como o ar, o mar, a luz solar; porém a captação, por meio de aparelhagem, do ar  atmosférico ou da água do mar para extrair certos elementos com o escopo de atender determinadas finalidades, pode ser objeto de comércio.
 
b) Bens legalmente inalienáveis: são os que, apesar de suscetíveis de apropriação pelo homem, têm sua comercialidade excluída pela lei; tais como os bens públicos; os bens das fundações; o terreno onde está edificado em edifício de condomínio por andares; o bem de família; as terras ocupadas pelos índios, etc.
 
c) Bens inalienáveis pela vontade humana: são os que lhes impõe cláusula de inalienabilidade, temporária ou vitalícia, nos casos e formas previstos em lei, por ato inter vivos ou causa mortis. Como exemplo na doação com encargo, onde o doador estabelece cláusula de inalienabilidade, gravando o bem doado, impossibilitando, com efeito, o donatário de transferir o domínio do referido bem.
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Bens Públicos 
Classificados conforme os titulares de seu domínio, os bens se dividem em públicose particulares. O artigo 98 do Código Civil considera públicos os bens que pertencem à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; todos os demais são considerados particulares.
Art. 98 do CC - São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. 
Entretanto, é interessante ressaltarmos o Enunciado 287 da IV Jornada de Direito Civil do CJF:
287 – Art. 98. O critério da classificação de bens indicado no art. 98 do Código Civil não exaure a enumeração dos bens públicos, podendo ainda ser classificado como tal o bem pertencente a pessoa jurídica de direito privado que esteja afetado à prestação de serviços públicos. 
Os bens públicos dividem-se em (art. 99 do CC):
Art. 99 do CC - São bens públicos:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. 
Uso comum do povo: todos aqueles de utilização comum, sem maiores ônus, pela coletividade, a exemplo das estradas, ruas, mares, praças; ressalte-se que é uma enumeração meramente exemplificava.
 
Uso especial: bens destinados ao funcionamento e aprimoramento dos serviços prestados pelo Estado, de utilização, por vezes, concedida aos particulares, em regra mediante contraprestação. Temos como exemplo os edifícios onde funcionam os serviços públicos.
 
Dominicais (ou dominiais): aqueles que pertencem ao domínio privado do poder público, e desde que estejam desafetados de qualquer utilização pública, podem ser alienados, de acordo com as regras previstas para alienação de bens da administração, a exemplo da licitação. São exemplos o terreno baldio e as terras devolutas.
 
Cabe também a análise do art. 103 do CC.
Art. 103 do CC - O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. 
Conclui-se que os bens podem ser utilizados gratuita ou onerosamente, conforme for estabelecido, por lei, pela entidade a cuja administração pertencerem. A regra geral é o seu uso gratuito, dado que são destinados ao serviço do povo ou da comunidade, que para tanto paga uma carga extremamente alta de impostos. Todavia, não perderão a natureza de bens públicos se leis ou regulamentos administrativos condicionarem ou restringirem o seu uso a certos requisitos ou mesmo se instituírem pagamento de retribuição. Por exemplo, pedágio nas estradas, venda de ingresso em museus, para contribuir para sua conservação ou custeio.
 
Os arts. 100 e 101 do CC dispõem que a inalienabilidade, que é peculiar dos bens públicos, somente poderá ser afastada por lei, que por sua vez retira do bem a função pública à qual este se liga. A tal procedimento dá-se o nome de desafetação.
Art. 100 do CC - Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101 do CC - Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei. 
De forma sintética, ocorre a desafetação quando a lei autoriza a venda de um bem público, desligando-o da função pública a que ele serve. Ocorre a afetação quando o bem dominical passa a ser utilizado como bem público.
 
Finalizando o assunto bens temos o art. 102 do CC.
Art. 102 do CC - Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. 
Ou seja, além da inalienabilidade, os bens públicos também são impenhoráveis e imprescritíveis, pois não estão sujeitos a usucapião que é uma espécie de prescrição aquisitiva.
 
	CARACTERÍSTICAS DOS BENS PÚBLICOS
	- INALIENABILIDADE: trata-se de uma característica relativa, pois atinge somente os bens públicos de uso comum do povo e de uso especial;
- IMPENHORABILIDADE: os bens públicos não podem ser dados em garantia; e
- IMPRESCRITIBILIDADE: os bens públicos são insuscetíveis de aquisição por usucapião.
 
As terras devolutas são terrenos públicos, ou seja, propriedades públicas que nunca pertenceram a um particular, mesmo estando ocupadas. Diferenciam-se destes por não estarem sendo aplicadas a algum uso público federal, estadual ou municipal, que não hajam sido legitimamente incorporadas ao domínio privado enquanto que as terras públicas pertencentes ao patrimônio fundiário público são aquelas inscritas e reservadas para um determinado fim.
 
Dessa forma, por não estarem reservadas para um determinado fim, as terras devolutas são bens públicos dominicais.

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