Buscar

Direito Civil pres e dec

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Civil 
Prescrição e decadência 
1. Diferença entre prescrição e decadência
A prescrição representa uma sanção pela inércia do titular de um direito violado que consiste na perda da pretensão (possibilidade de fazer valer em juízo o direito violado) ou da exceção (direito de defesa) em razão do decurso de tempo. Tem como fundamento a paz social e a segurança jurídica que ficariam comprometidos caso uma ação tivesse prazo indeterminado para ser ajuizada.
 
A prescrição distingue-se da decadência, porque esta é a perda do direito material, em razão do tempo, eliminando-se, por consequência, o direito de ação e demais pretensões, ao passo que aquela (a prescrição) é a perda da ação e de toda a capacidade defensiva, mantendo-se intacto o direito material. Tanto é que, no Direito Civil, o pagamento de dívida prescrita é válido, pois apesar de haver a prescrição, o direito continua existindo, não podendo ser objeto de restituição, conforme o art. 882 do CC.
Art. 882 do CC - Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível. 
Resumo esquemático:
 
	 
	PRESCRIÇÃO
	DECADÊNCIA
	Direito
Material
	Mantém-se intacto.
	É perdido.
	ação e
 demais pretensões
	São perdidos.
	São perdidos.
 
A decadência pode ser legal (quando o prazo estiver previsto na lei) ou convencional (quando sua previsão decorrer de cláusula pactuada pelas partes em um contrato). Entretanto, a prescrição é sempre legal, pois o prazo prescricional não pode ser pactuado pelas partes (art. 192 do CC).
 
Para o estudo destes dois importantes institutos jurídicos, faz-se necessário distinguirmos duas espécies de direitos: os direitos subjetivos e os direitos potestativos.
 
1) Direitos subjetivos: compreendem os direitos reais (sobre a coisa) e pessoais. O titular de um desses direitos tem a prerrogativa de receber do devedor uma prestação consistente em dar, fazer ou não fazer. Assim, para se obter esses direitos, é preciso uma prestação do sujeito passivo (devedor). 
 
Por conta dessa colaboração necessária do devedor, há possibilidade que tais direitos sejam violados. Quando isso ocorre (violação), surge para o titular uma “pretensão” que representa a possibilidade de o titular exigir a prestação do devedor. Deve-se notar que o direito ao crédito já existia desde o dia em que se convencionou o pagamento ao credor. Entretanto, a pretensão só nasce no dia do vencimento.
 
Ex: se eu compro uma geladeira em uma loja, faço o pagamento por ocasião da compra para que um mês depois o bem seja entregue em minha casa e, após os 30 dias, a geladeira não é entregue, então o meu direito de receber a geladeira foi violado. A partir da violação do meu direito, começa a ser contado um prazo para que eu possa ingressar com uma ação cobrando a geladeira da loja. Após decorrer o prazo previsto em lei (prazo prescricional) para tal, ocorre a prescrição. Caso eu ingresse com uma ação após o prazo prescricional estar vencido, a outra parte, a loja, pode alegar a prescrição em sua defesa e, o próprio juiz, pode alegar a prescrição de ofício.
INÍCIO DO PRAZO PRESCRICIONAL ⇒ com a violação do direito
2) Direitos potestativos: compreendem as hipóteses em que a vontade da pessoa tem o condão de criar ou modificar direitos de outra, independente do querer desta. Ou seja, a manifestação de vontade cria para a outra pessoa um estado de sujeição, criando ou alterando os seus direitos, independente de qualquer prestação ou declaração de vontade da pessoa atingida.
 
Ex: se eu compro um relógio e o vendedor age com dolo por ocasião da venda, então surge para mim o direito ingressar com uma ação para anular essa venda. Neste caso, o vendedor fica sujeito (estado de sujeição) a minha vontade de anular ou não o negócio. O direito de anular a compra e venda corresponde a um direito potestativo.
INÍCIO DO PRAZO DECADENCIAL ⇒ com o surgimento do direito
O Código Civil começa a tratar do assunto no art. 189 do CC.
Art. 189 do CC - Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. 
Após a leitura do dispositivo legal, percebe-se que a prescrição atinge a pretensão, ou seja, a prescrição atinge a possibilidade de fazer valer um direito que foi violado acarretando a perda do direito de ação e de toda a sua capacidade defensiva em razão do decurso de tempo. O direito violado continua existindo, porém deixa de ter proteção jurídica.
 
Conclui-se que os direitos potestativos não geram prescrição, pois não podem ser violados, sujeitando-se apenas à decadência, cujo termo inicial é o prazo fixado pela lei (decadência legal) ou vontade unilateral ou bilateral (decadência convencional).
Pela prescrição se perde o direito de resolver a pendência judicialmente. Todavia, o direito material em si permanece existindo, só que sem proteção jurídica para solucioná-lo. Para exemplificar, temos aquele que paga uma dívida prescrita. Pelo fato da dívida ainda existir, aquele que pagou não pode pedir a restituição do valor.
2. O estudo de prescrição
Nos termos do art. 190 do CC, os prazos para fazer uso da pretensão (possibilidade de fazer valer o direito que foi violado) também são aplicáveis à exceção (possibilidade de defesa).
Art. 190 do CC - A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão. 
A renúncia à prescrição, tratada no art. 191 do CC, é o ato pelo qual o devedor abre mão do direito de argui-la. Percebe-se então que a prescrição não acarreta a perda do direito, mas sim a pretensão de fazer valer o direito violado. É o que ocorre quando alguém paga uma dívida já prescrita, pois a dívida ainda existe, porém o credor não tem proteção jurídica para fazer valer o seu direito.
Art. 191 do CC - A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição. 
Como só se pode renunciar àquilo que se possui, a renúncia à prescrição só pode ocorrer após ela estar consumada, desde que não haja prejuízo de terceiros. São duas as formas de renúncia: expressa ou tácita.
 
a) Renúncia expressa: quando o interessado declara por escrito que não pretende arguir a prescrição.
b) Renúncia tácita: quando o interessado pratica algum ato incompatível com o desejo de alegar a prescrição. É o que ocorre com um pedido de parcelamento de débito.
 
Sobre a possibilidade de se alterar os prazos prescricionais, devemos recorrer ao art. 192 do CC.
Art. 192 do CC - Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes. 
Percebemos que as partes não podem ampliar, suprimir ou reduzir os prazos prescricionais. Ou seja, apenas a lei é capaz de modificá-los. Conclui-se, então, que não existe prescrição “convencional”.
 
Entretanto o mesmo não acontece com a decadência, que pode ser legal (estabelecida por lei) ou convencional (estabelecida por acordo entre as partes).
 
Os artigos 193 e 211 do CC tratam, respectivamente, da fase em que a prescrição e a decadência podem ser alegadas:
Art. 193 do CC - A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita.
Art. 211 do CC - Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação. 
Tanto a prescrição como a decadência podem ser arguidas em qualquer fase do processo, isto é, em contestação, durante os debates na audiência, em razões ou contrarrazões de apelação, na sustentação oral de apelação e em embargos infringentes. Entretanto, não é admissível a alegação em sede de recurso especial ou extraordinário, ou em ação rescisória, se não foi suscitada na instância ordinária por total falta de prequestionamento.
 
Após a revogação do artigo 194 do CC e alteração do artigo 219, § 5º do Código de Processo Civil pela Lei nº 11.280/2006,o juiz deve suprir de ofício a alegação da prescrição em qualquer situação e não apenas quando favorecer absolutamente incapaz, conforme era previsto antes da mudança. Dessa forma, o legislador pretendeu dar um mínimo de celeridade processual fazendo com que o juiz não precise esperar que uma das partes alegue a prescrição podendo intimar o réu (devedor) para que se manifeste quanto à renúncia à prescrição.
Art. 219 § 5º do CPC - O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição. 
Quanto à decadência, se for do tipo legal, deve ser reconhecida de ofício pelo juiz, conforme o artigo 210 do CC; entretanto, no caso da decadência convencional, segundo o artigo 211 do CC, não pode ser reconhecida de ofício pelo juiz.
Art. 210 do CC - Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei.
Art. 211 do CC - Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação. 
Segue quadro resumo:
 
	 
	PRESCRIÇÃO
	DECADÊNCIA LEGAL
	DECADÊNCIA CONVENCIONAL
	 
Reconhecimento de ofício pelo juiz
 
	Deve ocorrer.
(art. 219 § 5º do CPC)
	Deve ocorrer.
(art. 210 do CC)
	Não pode ocorrer.
(art. 211 do CC)
 
Ou seja, apenas a prescrição e a decadência legal devem ser reconhecidas de ofício pelo juiz.
 
Vejamos também o art. 195 do CC:
Art. 195 do CC - Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente. 
Nas palavras da Profa. Maria Helena Diniz: “as pessoas, que a lei priva de administrar os próprios bens, tem ação regressiva contra os seus representantes legais quando estes derem causa à prescrição ou não a alegarem em tempo hábil. Assegura-se, assim, a incolumidade patrimonial dos incapazes, que têm, ainda, mesmo que não houvesse essa disposição, o direito ao ressarcimento dos danos que sofrerem, em razão do disposto nos arts. 186 e 927 do Código Civil, de que o artigo ora comentado é a aplicação”.
 
Sobre o art. 196 do CC:
Art. 196 do CC - A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor. 
Percebemos que a morte não interrompe nem suspende a prescrição, que continua a fluir normalmente contra os herdeiros e legatários (sucessores), a não ser quando presente uma das causas suspensivas previstas nos arts. 197 e 198 do CC.
3. Causas impeditivas, suspensivas e interruptivas da prescrição
Quando um direito subjetivo é violado, surge a pretensão e, a partir daí, começa a correr o prazo prescricional. No entanto, a lei prevê situações em que o prazo sequer inicia sua contagem, ainda que já surgida a pretensão (causas impeditivas) ou que suspendem o curso da prescrição já iniciada (causas suspensivas) ou mesmo fazem com que o prazo reinicie (causas interruptivas).
 
Vejamos o art. 198, I do CC.
Art. 198 do CC Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3º; 
Analisando o dispositivo legal acima de forma combinada com o art. 196 do CC citado anteriormente, temos que, se o titular do direito violado falecer e transmitir tal direito a um absolutamente incapaz (art. 3º do CC), contra esse incapaz não correrá o curso do prazo prescricional enquanto mantiver a situação de incapacidade absoluta. Ou seja, enquanto o absolutamente incapaz (titular do direito violado) não completar 16 (dezesseis) anos, o prazo prescricional não começará a correr.
 
Sobre o incapaz é interessante vermos o quadro a seguir:
 
	Prescrição
	Relativamente incapazes
	Corre o prazo contra ou a favor
	
	Absolutamente incapazes
	Se contra: a prescrição não corre
	
	
	Se a favor: a prescrição corre
 
Se você ainda não entendeu o que é correr contra ou a favor, segue um exemplo: se A deve para B, então o prazo prescricional corre contra B (credor) e a favor de A (devedor).
 
A diferença da causa suspensiva para a causa impeditiva é que na primeira, o prazo prescricional já começou a contar e, por alguma razão, a contagem fica “parada no tempo”, enquanto que, na segunda, o prazo prescricional nem começa a contar. Exemplos:
 
 
As situações que fazem com que o prazo prescricional não corra (fique parado no tempo) estão elencadas nos arts. 197 a 199 do CC, de onde percebemos tratarem de questões individuais, familiares, de parentesco, de amizade e motivos de ordem moral.
Art. 197 do CC - Não corre a prescrição:
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.
Art. 198 do CC - Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3º; (ABSOLUTAMENTE INCAPAZES)
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
Art. 199 do CC - Não corre igualmente a prescrição:
I - pendendo condição suspensiva;
II - não estando vencido o prazo;
III - pendendo ação de evicção. 
Sobre o art. 200 do CC temos:
Art. 200 do CC - Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva. 
O artigo acima prevê que, na pendência de apuração criminal, não corre a prescrição antes do trânsito em julgado da sentença a ser prolatado neste âmbito.
Art. 201 do CC - Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível. 
Pelo art. 201 do CC, se a obrigação for indivisível e solidários forem os credores, caso a prescrição seja suspensa em favor de um dos credores, tal suspensão aproveitará aos demais. Como exemplo, temos “A” que deve um valioso cavalo de raça (obrigação indivisível) para  “B” e “C” (credores solidários). Entretanto, caso “B” se ausente do país a serviço público da União, então contra ele não estará correndo o prazo prescricional (art. 198, II do CC) e, conseqüentemente, não estará correndo o prazo prescricional contra “C”.
 
Entretanto, se a obrigação for divisível e vários forem os credores, ocorrendo em relação a um deles uma causa suspensiva de prescrição, esta aproveitará apenas a ele, não alcançando os outros, para os quais correrá a prescrição sem qualquer solução de continuidade. Nos moldes do exemplo anterior, se “A” estiver devendo R$ 10.000,00 (obrigação divisível) para  “B” e “C” (credores solidários). Entretanto, caso “B” se ausente do país a serviço público da União, então contra ele não estará correndo o prazo prescricional (art. 198, II do CC) mas o prazo prescricional continuará correndo contra “C”.
 
A interrupção do prazo prescricional funciona de forma diferente da suspensão e do impedimento, pois, quando a causa interruptiva cessa, o prazo prescricional volta a correr desde o início. Veja o exemplo a seguir:
 
 
Vejamos o art. 202 do CC.
Art. 202 do CC - A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III - por protesto cambial;
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper. 
Como saber se uma causa é ou não interruptiva?
 
É preciso decorar todas as causas listadas nos arts. 197, 198, 199 e 202 do CC?
 
Para responder essas perguntas, vamos mostrar um pequeno “macete” que pode lhe ajudar muito na hora da prova. Trata-sedo seguinte:
 
- nos arts. 197 e 198 do CC, temos situações relacionadas a uma pessoa (ex: pais e filhos, ausentes do país por serviço público, etc.);
 
- no art. 199 do CC não tem jeito, tem que decorar; e
 
- no art. 202 do CC temos, em regra, atos praticados pelo credor (ex: protesto cambial, constituir em mora o devedor, etc.).
Dessa forma, é possível fazer uma lista resumida das causas que alteram o curso do prazo prescricional. Vamos a ela:
 
	CAUSAS SUSPENSIVAS / IMPEDITIVAS
	CAUSAS INTERRUPTIVAS
	1) situações pessoais;
2) pendendo condição suspensiva;
3) não estando vencido o prazo; e
4) pendendo ação de evicção.
	1)   atos praticados pelo credor.
 
Dando seqüência, temos o art. 204 do CC.
Art. 204 do CC - A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.
§ 1º A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros.
§ 2º A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.
§ 3º A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador. 
Como regra, a interrupção da prescrição é incomunicável e, por isso, não beneficia os outros credores, nem prejudica os demais devedores. As exceções estão listadas nos parágrafos do art. 204 do CC e representam situações de solidariedade entre os credores ou devedores e, também, situações em que o objeto da prestação é indivisível.
4. Os prazos prescricionais
A seguir, temos os prazos prescricionais. Através do art. 205 do CC, percebe-se que, em regra, o prazo prescricional é de 10 anos, admitindo-se, porém, em situações específicas, os prazos de 1, 2, 3, 4 ou 5 anos (art. 206 do CC).
Art. 205 do CC - A prescrição ocorre em {dez anos}, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
Art. 206 do CC - Prescreve:
§ 1º Em {um ano}:
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos;
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo:
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários;
IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembléia que aprovar o laudo;
V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade.
§ 2º Em {dois anos}, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem.
§ 3º Em {três anos}:
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias;
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
V - a pretensão de reparação civil;
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição;
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima;
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembléia geral que dela deva tomar conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação;
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.
§ 4º Em {quatro anos}, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas.
§ 5º Em {cinco anos}:
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular;
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato;
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo. 
Não é comum a banca CESPE/UnB cobrar do candidato a “decoreba” dos prazos prescricionais; entretanto, o mesmo não se pode dizer da banca FCC e CEPERJ.
 
O prazo decadencial, como regra, não pode ser impedido, suspenso ou interrompido (art. 207 do CC), entretanto, no Código Civil poderá ocorrer uma situação de impedimento ou suspensão do prazo decadencial fazendo com que ele não corra contra os absolutamente incapazes. Trata-se de uma exceção à regra (art. 208 do CC).
Art. 207 do CC - Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.
Art. 208 do CC - Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I. 
A única situação no Código Civil onde o curso do prazo decadencial pode ser alterado é no caso de absolutamente incapaz, pois nesta situação o prazo não irá correr.
Apesar da prescrição ser a regra, existem determinadas ações que são imprescritíveis, tais como:
 
1) os direitos da personalidade, como a vida, a honra, o nome, a liberdade, a intimidade, a própria imagem, as obras literárias, artísticas ou científicas, etc., pois não se extinguem pelo seu uso, nem seria possível impor prazos para a sua aquisição ou defesa;
2) o estado da pessoa, como filiação, condição conjugal, cidadania, salvo os direitos patrimoniais dele decorrentes, como o reconhecimento da filiação para receber herança;
3) os bens públicos, por isso, não podem objeto de ação que verse sobre usucapião;
4) o direito de família no que concerne à questão inerente ao direito à pensão alimentícia, à vida conjugal, ao regime de bens; e
5) as nulidade absolutas, por envolverem questões de ordem pública.
 
	TABELA DOS PRINCIPAIS PRAZOS PRESCRICIONAIS
	1
ANO
	pretensão do segurado contra o segurador
pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos
	2 ANOS
	pretensão para haver prestações alimentares (ÚNICA HIPÓTESE)
	3
ANOS
	pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos
pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias
pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa
pretensão de reparação civil
pretensão para haver o pagamento de título de crédito
pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório
	4 
ANOS
	pretensão relativa à tutela (ÚNICA HIPÓTESE)
	5
ANOS
	pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular (se a dívida for verbal, o prazo é de 10 anos)
pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores
pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo

Outros materiais