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acido organico Desmama

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INSTITUTO DE ZOOTECNIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL 
SUSTENTÁVEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUPLEMENTAÇÃO DE ÁCIDOS ORGÂNICOS EM DIETAS PARA 
LEITÕES NA FASE DE CRECHE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Andréia Donizeti Chagas Vilas Boas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nova Odessa 
Janeiro - 2014
 
 
 
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO 
SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO 
AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS 
INSTITUTO DE ZOOTECNIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL 
 
 
 
 
 
 
 
SUPLEMENTAÇÃO DE ÁCIDOS ORGÂNICOS EM DIETAS PARA LEITÕES 
NA FASE DE CRECHE 
 
 
 
 
 
Andréia Donizeti Chagas Vilas Boas 
Orientador: Dr.º Fábio Enrique Lemos Budiño 
Co-orientador: Dr.º Messias Alves Trindade Neto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nova Odessa 
Janeiro - 2014 
Dissertação apresentada ao Programa 
de Pós-graduação do Instituto de 
Zootecnia, APTA/SAA, como parte dos 
requisitos para obtenção do título de 
Mestre em Produção Animal 
Sustentável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha catalográfica elaborada pelo 
Núcleo de Informação e Documentação do Instituto de Zootecnia 
Bibliotecária: Tatiane Helena Borges de Salles CRB 8/8946 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
V697s Vilas Boas, Andréia Donizetti Chagas 
 
 Suplementação de ácidos orgânicos em dietas para leitões na 
fase de creche./ Andréia Donizetti Chagas Vilas Boas. 
Nova Odessa, SP: [s.n.], 2014. 
 69 f.: il. 
 
 Dissertação (Mestrado) – Instituto de Zootecnia. APTA/SAA, 
Nova Odessa. 
 
Orientador: Dr. Fábio Henrique Lemos Budinõ 
Co-orientador: Dr. Messias Alves Trindade Neto 
 
 1. Nutrição Animal. 2. Digestibilidade. 3. Ácidos orgânicos 4. 
Ganho de peso. I. Budinõ, Fábio Henrique Lemos II. Trindade Neto, 
Messias Alves III. Titulo. 
 
 
CDD 636.4085 
 
 
 
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO 
SECRETARIA DA AGRICULTURA E ABASTECIMENTO 
AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS 
INSTITUTO DE ZOOTECNIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL 
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO 
 
 
TÍTULO: SUPLEMENTAÇÃO DE ÁCIDOS ORGÂNICOS EM 
DIETAS PARA LEITÕES NA FASE DE CRECHE 
 
 
ANDRÉIA DONIZETI CHAGAS VILAS BOAS 
 
Orientador: Drº. Fábio Enrique Lemos Budinõ 
 
Co-orientador: Drº. Messias Alves Trindade Neto 
 
Aprovado como parte das exigências para obtenção de título de MESTRE em 
Produção Animal Sustentável, pela Comissão Examinadora: 
Drº. Fábio Enrique Lemos Budinõ (Orientador) 
 
Drª. Kelen Cristiane Zavarize 
BRNova Sistemas Nutricionais 
 
Drª. Keila Maria Roncato Duarte 
Instituto de Zootecnia 
Data da realização: 24 de Janeiro de 2014. 
 
Presidente da Comissão Examinadora 
Prof. Dr. Fábio Enrique Lemos Budinõ (Orientador)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A MINHA FAMÍLIA DEDICO, 
 
 
Aos meus queridos pais, José e Lourdes pelo amor e apoio incondicional. 
Aos meus amados irmãos José Carlos, Cláudio e Adriana por estarem sempre ao 
meu lado, sob qualquer circunstância. 
As minhas cunhadas Gisélia e Polyana, e ao cunhado Rubinho, pelo carinho, 
amizade e apoio. 
A sogra Zilda e aos cunhados Juliana, Sebastian e Gabriel pela amizade e o 
estímulo constante. 
Aos meus sobrinhos Athos, Gabriel, Giovanni, Daniel, Lucas, Lorenzo, Luigi e as 
princesas Larissa, Lorena e Maria Rita, por me encherem de carinho e amor. 
Ao meu filho canino Bob Lee, pelo amor incondicional. 
A Deus por estar sempre presente em minha vida, guiando meus sonhos. 
 
 
 
 
 
 
COM TODO AMOR OFEREÇO, 
 
Ao meu marido Mauro, pelo amor, carinho, dedicação e paciência de sempre, e por 
ser além de meu melhor amigo, meu companheiro de todas as horas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Ao meu orientador Prof.º Dr.º Fábio Enrique Lemos Budiño, pela oportunidade, 
confiança e pela paciência constante. Obrigada por gentilmente compartilhar seus 
conhecimentos. 
 
Ao meu Co-orientador Prof.° Dr.° Messias Alves Trindade Neto da FMVZ-USP, pela 
oportunidade do projeto e pelos conhecimentos transmitidos. 
 
A CAPES pela bolsa de estudos que permitiu minha dedicação exclusiva. 
 
A Empresa Comércio e Indústria Uniquímica Ltda, especialmente à Alessandra 
Schmidt pela oportunidade do projeto de pesquisa e auxílio durante todo 
experimento. 
 
A Prof.ª Dr.ª Keila M. R. Duarte e a Dr.ª Kelen C. Zavarize, primeiramente pela 
atenção e carinho, e também pelas considerações levantadas na defesa que foram 
de total relevância para finalização da dissertação. 
 
Aos Pesquisadores Dr°. Mauro Sartori e Dr. Rosana Possenti, pela participação no 
exame de qualificação e pela significativa contribuição no trabalho. 
 
A funcionária do Instituto de Zootecnia Rosely Bosquero pela ajuda e participação 
fundamental ao experimento. 
 
Aos amigos Renato Monferdini e Júlio Dadalt, e aos pesquisadores Carla Pizzolante 
e Evandro Moraes (APTA), pela ajuda durante o experimento. Vocês foram incríveis! 
 
Ao Marcelo Vinsly da empresa Ceze Rações, por nos ceder gentilmente sua fábrica 
e pela ajuda durante o processo. 
 
As funcionárias do Instituto de Zootecnia Marta Perissinatto (Pós-graduação), e 
Maria Aparecida Cassimiro (Hospedaria), pelo carinho de sempre! 
 
A pesquisadora do Instituto de Zootecnia Drª Ivani Pozar, pelo auxílio com as 
análises estatísticas. 
 
A querida amiga Marisa Manso pela companhia e amizade de sempre, e aos novos 
amigos que fiz no IZ, vocês são especiais! 
 
Ao grande amigo Lauro Lucchesi, por me apresentar ao curso do IZ, e ainda pela 
amizade e parceria de sempre. 
 
E por fim, agradeço a cada um dos 88 leitões utilizados nos experimentos, a eles 
todo o meu respeito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A grandiosidade de uma nação e o seu progresso moral 
podem ser medidos pela forma como os seus animais são 
tratados. 
(Mahatma Gandhi) 
 
 
 
 
O justo olha pela vida dos seus animais. 
(Provérbios 12:10) 
 
 
 
 
 
SUMARIO 
 
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................ viii 
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. ix 
RESUMO ............................................................................................................................... x 
ABSTRACT .......................................................................................................................... xi 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 12 
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................. 14 
2.1 Alterações do Sistema Digestivo de Leitões ao Desmame ......................................... 14 
2.2 Sistema Digestivo dos Leitões .................................................................................... 15 
2.3 Uso de Aditivos Antimicrobianos ................................................................................ 18 
2.4 Ácidos Orgânicos ....................................................................................................... 20 
2.4.1 Características dos Ácidos Orgânicos ..................................................................... 21 
2.4.1.1 Acidificação Gástrica ............................................................................................ 22 
2.4.1.2 CapacidadeTampão dos Ingredientes e B-value ................................................. 23 
2.4.1.3 Efeito Antimicrobiano dos Ácidos Orgânicos ........................................................ 25 
2.4.1.4 Digestibilidade e Retenção de Nutrientes ............................................................. 26 
2.4.2 Acidificantes Utilizados Na Nutrição e Suínos ......................................................... 27 
2.4.2.1 Ácido Fórmico ...................................................................................................... 27 
2.4.2.2 Ácido Lático .......................................................................................................... 28 
2.4.2.3 Ácido Cítrico ......................................................................................................... 29 
2.4.2.4 Estudos com misturas (blends) de ácidos orgânicos ou seus sais. ....................... 29 
2.4.2.5 Ácido Butírico e Butirato de Sódio ........................................................................ 30 
2.4.2.5.1 Acidificação ....................................................................................................... 31 
2.4.2.5.2 Morfologia Intestinal .......................................................................................... 31 
2.4.2.5.3 Microbiota Intestinal ........................................................................................... 34 
2.4.2.5.4 Desempenho ..................................................................................................... 35 
3 MATERIAIS E METODOS ................................................................................................ 36 
3.1 Local .......................................................................................................................... 36 
3.2 Ensaio de Desempenho ............................................................................................ 36 
3.2.1 Delineamento Experimental ..................................................................................... 37 
3.2.2 Rações Experimentais ............................................................................................. 38 
3.2.3 Variáveis Avaliadas ................................................................................................. 42 
3.2.5 Análise Estatística ................................................................................................... 44 
3.3 Ensaio de Digestibilidade ........................................................................................... 44 
3.3.1 Delineamento e Coleta de Excretas ........................................................................ 45 
3.3.2 Análises Estatísticas ................................................................................................ 46 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 47 
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 56 
6 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 57 
 
 
 
 
 
 
 
 
viii 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1. Fórmulas físicas e características químicas de alguns dos ácidos 
orgânicos utilizados como acidificantes em dietas de leitões................................ 
 
22 
Tabela 2. Composição de acidificantes Blend (mistura) e Butirato de sódio 
utilizado nas dietas experimentais.......................................................................... 
 
38 
Tabela 3. Composição centesimal das dietas experimentais, fornecidas na fase 
Pré I (0 a 10 dias) .................................................................................................. 
 
39 
Tabela 4. Composição centesimal das dietas experimentais, fornecidas na fase 
Pré II (10 a 24 dias) ............................................................................................... 
 
40 
Tabela 5. Composição centesimal das dietas experimentais, fornecidas na fase 
Inicial (24 a 45 dias) .............................................................................................. 
 
41 
Tabela 6. Composição nutricional calculada para rações nas fases Pré I (0 a 10 
dias), Pré II (10 a 24 dias) e Inicial (24 a 45 dias )................................................ 
 
42 
Tabela 7. Médias para peso vivo inicial (P1), peso vivo aos 10 dias (P10), peso 
vivos aos 24 dias (P24), peso vivo aos 45 dias (P45), e valores obtidos para 
consumo diário de ração (CDR), ganho de peso diário (GDP) e conversão 
alimentar (CA), para o período de 0 a 45 dias de 
experimento........................................................................................................... 
 
 
 
 
48 
Tabela 8. Coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca (CDMS%), 
da proteína bruta (CDPB%), coeficiente de retenção nitrogênio (%), e valores 
de energia bruta (Kcal/kg), energia digestível (kcal/kg) e energia metabolizável 
(Kcal/Kg) da dieta Pré I para leitões ..................................................................... 
 
 
 
52 
Tabela 9. Coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca (CDMS%), 
da proteína bruta (CDPB%), coeficiente de retenção nitrogênio (%), e valores 
de energia bruta (Kcal/kg), energia digestível (kcal/kg) e energia metabolizável 
(Kcal/Kg) da dieta Pré II para leitões .................................................................... 
 
 
 
52 
Tabela 10. Coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca (CDMS%), 
da proteína bruta (CDPB%), coeficiente de retenção nitrogênio (%), e valores 
de energia bruta (Kcal/kg), energia digestível (kcal/kg) e energia metabolizável 
(Kcal/Kg) da dieta Inicial para leitões .................................................................. 
 
 
 
53 
Tabela 11. Custo por quilograma de ração (R$/kg ração), custo de ração por 
quilograma de peso vivo ganho (R$/kg GP) e índice de eficiência econômica, 
por fase e no período total do experimento ........................................................... 
 
 
54 
 
ix 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1. Animais alojados em baias experimentais do Instituto de Zootecnia, 
Nova Odessa/SP................................................................................................ 
 
37 
Figura 2. Exemplo de características das fezes observadas no experimento: 
fezes duras (escore 1) e fezes líquidas (escore 4) ............................................. 
 
43 
Figura 3. Animais alojados em gaiolas metabólicas durante adaptação........... 45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
x 
 
 
Suplementação de ácidos orgânicos em dietas para leitões na fase de creche. 
 
RESUMO 
 
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da inclusão dietética de ácidos orgânicos 
sobre o desempenho, digestibilidade e viabilidade econômica de leitões na fase de 
creche. Dois experimentos foram conduzidos, onde no ensaio de desempenho 
(experimento 1), foram utilizados 64 leitões híbridos com pesos iniciais médios de 
5,87±0,31kg, em um delineamento em blocos casualizados, para comparar o efeito 
de 4 tratamentos com 8 repetições, sendo dois leitões por baia (macho e fêmea). 
Para o ensaio de digestibilidade (experimento 2), foram utilizados 24 leitões híbridos 
com pesos iniciais médios de 8,21±0,79kg, em um delineamento em blocos 
casualizados, para comparar o efeito de tratamentos com 6 repetições cada. Os 
tratamentos foram: T1 (Controle) - dieta sem acidificantes; T2 (Blend) - controle + 
0,5% do Blend (21% ácido lático, 18% de ácido fórmico e 10% de ácido cítrico); T3 
(Butirato) - controle+ 0,1% de Butirato de Sódio; T4 (Blend + Butirato) - controle + 
0,5% do Blend e + 0,1% de Butirato de Sódio. Não houve efeito dos acidificantes 
(p>0,05) sobre o consumo diário de ração (CDR), ganho de peso diário (GDP), e 
índice de conversão alimentar (CA), nos três períodos estudados (0 a 10, 0 a 24, e 0 
a 45 dias de experimento). Não houve efeito dos ácidos orgânicos (p>0,05), sobre os 
coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca, proteína bruta, energia 
bruta e sobre os valores de energia digestível e metabolizável. Dietas com 
suplementação de butirato de sódio (T3), apresentou melhor vantagem econômica 
apenas para o período de 10 a 24 dias de experimento, no entanto, os acidificantes 
não proporcionaram melhor resultado econômico para as outras fases e também 
para o período total. Assim, em condições experimentais não ficou evidenciado o 
efeito dos aditivos acidificantes como promotores de crescimento para leitões 
desmamados, consumindo dietas complexas altamente digestíveis. 
 
Palavras-chave: acidificantes, suínos, aditivos, desempenho, digestibilidade 
 
 
 
 
 
xi 
 
 
Supplementation of organic acids in diets of weaned piglets 
ABSTRACT 
 
The purpose of this work was to evaluate the effects of dietary supplementation of 
organic acids on performance, digestibility and economical viability of weaning 
piglets. Two experiments were carried which performance trial (assay 1), it was used 
64 piglets with an average weight of 5,87±0,31 kg in a completely randomized block 
design experiment to compare four treatments, with eight replicates of two pigs (male 
and female) per pen. In the digestibility trial (assay 2), it was allocated 24 piglets with 
an average weight of 8,21±0,79 kg in a completely randomized block design 
experiment to compare four treatments with six replicates each. The treatments were: 
T1 (Control) – diet without acidifier; T2 (Blend) - control + 0,5% of Blend ( 21% lactic 
acid, 18% of formic acid and 10% of citric acid); T3 (Butyrate) - control + 0,1% of 
sodium butyrate (coated butyrate) ; T4 (Blend + Butyrate) - control + 0,5% of Blend + 
0,1% of Sodium Butyrate. There were no acidifiers effects (p>0,05) on daily feed 
intake, average daily weight gain and feed conversion over the three experimental 
period (from 0 to 10 days, from 0 to 24 days and from 0 and 45 days). There were no 
significant effects of acidifiers (p>0,05) on apparent digestibility coefficients of dry 
matter, crude protein, gross energy and the values of digestible and metabolizable 
energy. Diets containing sodium butirate (T3) provided best economical results only 
for 10 to 24 days experimental period, however acidifiers did not show economical 
efficiency for the other phases and also for complete period. Therefore, in the 
experimental conditions, there was no evidence of organic acids as grow promoter 
for weaning piglets fed with high digestibility complex diet. 
Keywords: acidifiers, swine, additives, performance, digestibility
 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A produção de suínos no Brasil apresenta importantes índices produtivos. No 
país, em 2012 foram produzidas cerca de 3,49 milhões de toneladas de carne suína, 
e desse total, 581.000 toneladas foram exportadas, configurando o país como o 
quarto maior produtor e exportador mundial de carne suína (ABIPECS, 2013). 
Uma das principais características da suinocultura industrial é a produção 
com alta qualidade e a preços mais competitivos, visto que o consumidor está cada 
vez mais exigente. 
A nutrição passa a ser uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento 
da suinocultura industrial e a expansão da cadeia produtiva nacional. Por 
representar entre 70 a 75% do custo total de produção, os suinocultores buscam 
alternativas no manejo nutricional, para aperfeiçoar os ganhos no sistema de 
produção. 
Dentre as estratégias mais utilizadas na suinocultura industrial está a redução 
do período de aleitamento, visando máxima produtividade com o maior número de 
leitões desmamados/porca/ano. Sabe-se que o desmame de leitões entre 21 e 28 
 
13 
 
dias é uma prática muito comum, e esta fase, assim como os dias subsequentes, 
constitui um período crítico para o desenvolvimento dos leitões. 
O desmame é caracterizado pela alta taxa de mortalidade e outros fatores 
também influenciam diretamente o desempenho de leitões: como separação da mãe, 
formação de novos lotes com outros leitões, mudança de alimentação que 
favorecem o aparecimento de diarréia pós-desmame, que em geral ocorre 
normalmente entre três a dez dias após desmame, que debilita o animal, e pode o 
levá-lo a morte (CORASSA, 2004). 
Sabe-se que nesta fase, o sistema digestivo do leitão é imaturo. O pH no trato 
digestivo de leitões recém-desmamados é alto, quando comparado ao de adultos, o 
que afeta intensamente a fisiologia do animal. 
A digestão dos nutrientes é reduzida pela baixa atividade enzimática no trato 
digestivo, resultando em diarréia osmótica, favorecendo a proliferação de micro-
organismos patogênicos como Escherichia coli e a Salmonella Spp. (MIGUEL, 2008; 
VIOLA et al. 2003), além de alterar morfologicamente a estrutura da mucosa 
intestinal e tornar o animal susceptível a doenças infecciosas (FREITAS, 2005). 
Nesta fase, a simples redução do pH, via secreção gástrica já controlaria o 
desenvolvimento de patógenos. 
Problemas com o pós-desmame podem ser controlados com a utilização de 
aditivos antimicrobianos, como promotores de crescimento. Ácidos orgânicos, seus 
sais, bem como as misturas de dois ou mais ácidos, são utilizados em dietas para 
leitões recém desmamados como alternativas ao uso de antibióticos promotores de 
crescimento, ou ainda associados aos antimicrobianos. 
A suplementação de dietas de leitões desmamados com ácidos orgânicos, 
tem demonstrado importantes ações na redução do pH estomacal, ação bactericida 
e aumento da atividade enzimática com estimulo a secreções pancreáticas, 
reduzindo a frequência de diarréia e melhorando o desempenho de leitões, 
especialmente nas duas primeiras semanas que seguem o desmame (FREITAS, 
2005). 
Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho foi avaliar os efeitos da 
suplementação de ácidos orgânicos em dietas para leitões desmamados, na 
avaliação de desempenho, balanço nutricional e viabilidade econômica. 
 
 
14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
 
2.1 Alterações do Sistema Digestivo de Leitões ao Desmame 
 
A fase pós-desmame caracteriza-se como um grande desafio para o leitão. 
Dependendo dos substratos utilizados na dieta, o sistema enzimático do leitão se 
completa até a oitava semana de idade. No entanto, com a finalidade de aumentar 
os índices produtivos da granja como número de partos/porcas/ano e números de 
leitões desmamados/porca/ano, tem sido comum a desmama precoce com idades 
iguais ou inferiores a 21 dias de idade (SILVA, 2008). 
Dentre as características dos leitões nesta fase estão: a insuficiência das 
enzimas digestivas, a reduzida capacidade de absorção devido a arquitetura dos 
vilos, a secreção gástrica mal desenvolvida e o baixo consumo de ração, fatores que 
limitam o crescimento do animal até a fase de terminação (CORASSA, 2004). 
No período de desmame, o sistema digestivo dos leitões adaptam-se à 
transição entre alimentos líquidos e os sólidos (WANG et al., 2007), e à transição de 
refeições pequenas e frequentes (liberação de nutrientes para o intestino delgado 
 
15 
 
lenta e constante), para refeições maiores e com menor frequência(MCDONALDS 
et al., 2002). 
Outro fator importante nesta fase de desmame é a retirada do leite materno, 
que representa a supressão de fatores de crescimento que auxiliam no 
desenvolvimento e na maturação intestinal (KELLY et al., 1990; MELLOR, 2000), 
além da perda da imunidade passiva conferida pelas imunoglobulinas quando os 
leitões ainda não apresentam seu sistema imune totalmente desenvolvido, 
predispondo-os a doenças entéricas e respiratórias (GASKINS et al., 1995; 
MELLOR, 2000; SILVA, 2009). 
O sistema digestivo dos leitões, desde ao nascimento e até o desmame, é 
adaptado para secretar enzimas que digerem o leite, mas não para alimentos de 
origem vegetal. Assim, a atividade de lactase é alta e das lípases e proteases são 
suficientes para agir sobre a gordura e as proteínas do leite. Imediatamente após o 
desmame, o sistema digestivo do leitão deve-se adaptar à mudança do regime 
alimentar, com a secreção de enzimas especializadas. Entretanto, as atividades das 
enzimas pancreáticas sofrem redução imediatamente após o desmame, tendendo a 
voltar ao padrão normal de desenvolvimento após este período (VIEIRA, 2010). 
Associadas ao processo de desmame, a mucosa intestinal altera-se, 
diminuindo as capacidades digestivas e absortivas do intestino delgado (SILVA, 
2009). Alterações histológicas e bioquímicas ocorrem no intestino delgado, como 
atrofia de vilosidades e hiperplasias de criptas, diminuindo a capacidade digestiva e 
absortiva, estimulando a incidência de diarreia. Quanto mais cedo é realizado o 
desmame, maiores e mais duradouras são estas alterações (HOTZEL, 2004). 
Neste sentido, o desmame precoce pode-se associar a distúrbios 
gastrointestinais e diminuição no crescimento, sendo indicada nesta fase, a 
formulação de dietas de alto valor biológico, a partir do sétimo ou décimo dia após o 
nascimento, onde o consumo de ração precoce pode estimular o desenvolvimento 
do sistema enzimático, favorecendo melhor aproveitamento das dietas (FERREIRA, 
2001). 
 
2.2 Sistema Digestivo dos Leitões 
 
Os suínos são classificados como animais monogástricos possuem estômago 
simples e ceco não funcional, o que lhes confere três características digestivas 
 
16 
 
básicas, como pequena capacidade de armazenamento de nutrientes, baixa 
capacidade de síntese de nutrientes e baixo aproveitamento de fibras (LOVATTO, 
2013). 
No suíno, a digestão realiza-se ao longo de todo o trato gastrointestinal (TGI), 
iniciando-se na boca e ocorrendo também no intestino grosso, porém com maior 
eficiência no intestino delgado. Os movimentos peristálticos têm como funções o 
transporte de materiais ao longo do TGI, a mistura dos sucos digestivos com o 
alimento e proporcionar o contato dos nutrientes digeridos com a membrana da 
mucosa intestinal para sua absorção. Existem diversas secreções que são escoadas 
para o interior do TGI, sendo que muitas destas contêm enzimas que hidrolisam os 
diferentes componentes dos alimentos (MORAIS, 2009). 
Ao nascer, o leitão está apto para digerir as proteínas do leite que sofrem a 
ação da renina, enzima secretada no estômago de leitões jovens. Os níveis de 
proteinases intestinal são baixos até 28 dias de vida do leitão (LOVATTO, 2013). 
O estômago é o local onde se inicia a digestão proteica, devendo apresentar 
pH baixo (2,0 a 3,5), para que ocorra a ativação das proteases gástricas 
(PARTANEN, 2001). O suco gástrico contém água, pepsinogênio, sais inorgânicos, 
mucos, ácido clorídrico e o fator intrínseco que promove a eficiente absorção de 
vitamina B12. 
De maneira geral a presença do alimento aumenta o pH no estomago, e 
através de estímulos nervosos e hormonais, induz a secreção de ácido clorídrico 
(HCl), que reduz o pH, eliminando microrganismos patogênicos, que protege os 
animais contra infecções entéricas, além de estimular a ação de enzimas para 
hidrólise de proteínas e disponibilização de minerais (BRAZ, 2008). 
No caso de leitões, seu estômago produz uma quantidade limitada de ácido 
clorídrico e pepsinogênio, e também produz quimosina, que faz a quebra parcial e a 
aglutinação da caseína do leite. O leite coagula no estômago, e a pequena secreção 
de ácido clorídrico é compensada com a produção de ácido láctico pelos 
Lactobacillus que fermentam a lactose. Isto assegura que o pH decresça aos níveis 
que favorecem a eficiente hidrólise das proteínas e que inibem as bactérias 
patogênicas (MORAIS, 2009). 
A lactose é facilmente hidrolisada por leitões jovens a partir do primeiro dia de 
vida, é o mais importante dissacarídeo presente no leite, além de ser o carboidrato 
 
17 
 
que é prontamente hidrolisado no trato digestivo dos leitões. Em particular é um bom 
nutriente para Lactobacillus que quando presente em grandes quantidades, inibe a 
proliferação da E. coli. Os níveis de lactase em leitões lactentes são elevados nas 
primeiras 3 semanas de vida (LOVATTO, 2013). 
Animais adultos conseguem ajustar o pH gástrico por intermédio da secreção 
de HCl, mas como a fase de desmama é caracterizada pela baixa capacidade 
secretora, o pH neste período é mais alto devido a pequena quantidade de HCl 
produzida. 
O pH elevado, no início da vida é necessário para que as imunoglobulinas 
passem intactas, pois em condições ácidas adequadas, a ação das peptidases 
gástricas é mais intensa. Mas para leitões desmamados, a incapacidade de manter o 
pH gástrico baixo nas primeiras semanas pode estar relacionado ao baixo ganho de 
peso, má absorção de nutrientes e distúrbios intestinais que ocorrem nesta fase 
(BIAGI et al., 2007; BOUDRY et al., 2004). 
Como consequência, o período pós-desmame é caracterizado ainda por 
redução do consumo e redução das taxas de crescimento. As alterações intestinais 
mais frequentes neste período incluem modificações na morfologia das 
vilosidades/criptas e na atividade das enzimas no rebordo das vilosidades, bem 
como, implicações nos patógenos entéricos, que diminuem a atividade das enzimas 
digestivas no intestino (TONEL, 2009; MROZ et al., 2003; PLUSKE et al., 1997). 
 De acordo com HERDT (1999), os enterócitos das criptas têm alta capacidade 
mitótica regenerando com rapidez. À medida que as células das criptas se 
multiplicam, migram até à base das vilosidades e vão empurrando as outras células 
para a extremidade das mesmas. Enquanto migram sofrem uma maturação, de 
células relativamente indiferenciadas, ao nível das criptas, para células 
especializadas de absorção, nas vilosidades. Na extremidade da vilosidade ocorre 
descamação devido à idade das células e à sua exposição ao conteúdo intestinal, 
sendo o que determina o comprimento das vilosidades a relação entre 
descamação/substituição. Em média, o tempo de reposição de um enterócito é de 4 
a 7 dias, variando com a espécie e estado fisiológico (MORAIS, 2009; HERDT, 
1999). 
 No período pós-desmama ocorre normalmente atrofia das vilosidades em 
decorrência do maior aumento na taxa de descamação epitelial por consequência do 
 
18 
 
início do consumo da ração sólida, do baixo consumo de ração, de toxinas 
bacterianas e da adesão de bactérias aos enterócitos (OETTING et al., 2006; CERA 
et al., 1988). 
Nesse processo ocorre o incremento da profundidade da cripta para 
assegurar a adequada taxa de renovação celular e garantir a reposição das perdas 
de células da região apical. Nesse sentido, quanto maior a altura de vilosidades, e 
menor a profundidade das criptas, melhor a absorção de nutrientes e menores as 
perdas energéticas com a renovação celular (OETTING et al., 2006). 
Nesse período também podem ocorrer à colonização da superfície epitelial 
por patógenos, como a Escherichia coli enterotoxigênica, SalmonellaTyphimurium e 
Clostridium spp, provocando diarreias (UTYAMA et al., 2006). 
 
2.3 Uso de Aditivos Antimicrobianos 
 
De acordo com MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
(2009), os aditivos são definidos como produtos destinados à alimentação animal, e 
podem ser: substância, micro-organismo ou produto formulado, que são adicionados 
aos produtos, que podem ou não ter valor nutritivo, melhorar as características dos 
produtos, o desempenho dos animais sadios e atender às necessidades nutricionais 
ou ainda ter efeito anticoccidiano. 
 Dentro da classificação de aditivos, estão os aditivos zootécnicos que incluem 
os ácidos orgânicos, probióticos, prebióticos, simbióticos, nutracêuticos, enzimas e 
os antibióticos promotores de crescimento. 
 Os aditivos antimicrobianos (antibióticos e quimioterápicos) são utilizados 
desde a década de 50 como promotores do crescimento na produção animal 
(OETTING et al., 2006). O uso de antimicrobianos, com função de melhorar o 
desempenho, em dosagens subterapêuticas, agem no controle de doenças 
subclínicas, aumentando a digestibilidade e a absorção de nutrientes e reduzindo o 
“turnover” dos enterócitos, em decorrência da redução da ação de toxinas 
bacterianas (RUTZ e LIMA, 2001). 
O mecanismo de ação dos promotores de crescimento ainda não está 
completamente elucidado, mas sabe-se que sua atuação é na microbiota intestinal, 
provavelmente, inibindo o metabolismo bacteriano e reduzindo a competição entre a 
bactéria e o hospedeiro (FARIA et al., 2009). 
 
19 
 
No entanto, o uso destes medicamentos como promotores de crescimento, 
especialmente os antimicrobianos, preocupa a comunidade científica e a opinião 
pública, devido a possível presença de resíduos em alimentos de origem animal que 
pode prejudicar a saúde do consumidor, e o uso de antimicrobianos nos animais de 
produção, teoricamente pode contribuir para o aumento da incidência/prevalência de 
resistência microbiana na medicina humana (MAPA, 2006). 
Apesar da comprovada capacidade de melhorar o desempenho nos animais, 
como aves e suínos, o uso de antimicrobianos como promotores do crescimento 
está sendo progressivamente restringido. 
A Comunidade Europeia baniu em 2006 o uso de antimicrobianos como 
promotores de crescimento (PENZ JUNIOR et al. 2010; FRANCO, 2009). No Brasil 
foram estruturados dois grupos de pesquisa pelo MAPA em 2004 e 2006, formado 
por especialistas para avaliarem a proibição de moléculas como bacitracina de zinco, 
fosfato de tilosina, avilamicina, monensina, dentre outras. Estes especialistas 
entenderam que estes princípios ativos não deveriam ser excluídos no Brasil, por 
não apresentarem riscos à saúde do homem, conforme os conhecimentos atuais 
sobre a toxicidade e resistência bacteriana (MAPA, 2006). 
No Brasil, o DIPOA (Departamento de Inspeção de Produtos de Origem 
Animal) ligado ao MAPA, é o órgão responsável pela fiscalização das normas 
estabelecidas pelo Codex Alimentarius (2013), que define padrões de qualidade e de 
uso de produtos na produção animal ou no processamento da carne, e quais são os 
limites máximos permitidos e prazos de carência para o seu uso (BRIDI, 2010). 
Alguns indicadores de produção no Brasil têm sugerido que a retirada destas 
moléculas promotoras de crescimento pode aumentar o custo de produção em 
valores significativos, comprometendo o poder de compra das famílias de baixa 
renda na aquisição de alimentos de origem animal (MAPA, 2004). 
Outro ponto importante é que atualmente o MAPA autoriza o uso de aditivos 
promotores de crescimento, desde que o produto esteja devidamente registrado, e o 
seu modo de uso, dosagem e período de carência sejam respeitados. Porém, não 
autoriza o uso de aditivos combinados sem que a associação esteja previamente 
aprovada e registrada, desde a publicação do Oficio Circular 16/2007, que trata dos 
procedimentos para o registro de associação/combinação de aditivos zootécnicos 
 
20 
 
antimicrobianos e de anticoccidianos em produtos destinados à alimentação animal 
(PENZ JUNIOR et al. 2010). 
O uso de antibióticos promotores de crescimento associados era uma prática 
comum nas granjas brasileiras visando o controle de duas categorias de micro-
organismos (Gram+ e Gram-), o que atualmente é proibido pela legislação. Uma 
opção é a escolha de um promotor de crescimento, aliado a outros tipos de aditivos 
zootécnicos (como ácidos orgânicos, probióticos, prébioticos, dentre outros), visando 
a promoção da saúde intestinal e melhoria do desempenho animal. 
 
2.4 Ácidos Orgânicos 
 
Ácidos orgânicos são substâncias que contém uma ou mais carboxilas em 
sua molécula, de estrutura geral R-COOH, gerando grupos ou compostos 
conhecidos como derivados dos ácidos carboxílicos, como os aminoácidos, os 
ácidos graxos, coenzimas e metabólitos intermediários (VIOLA, 2006; SOLOMONS; 
FRYHLE, 2002). Em nutrição animal normalmente referem-se a ácidos fracos de 
cadeia curta, aqueles associados com atividade antimicrobiana, com um a sete 
átomos de carbono na molécula (C1-C7), e que produzem menor quantidade de 
prótons por molécula ao se dissociarem (SINDIRAÇÔES, 2005). 
Estão amplamente distribuídos na natureza como constituintes normais de 
plantas ou tecidos animais e constituintes naturais de diversos alimentos, podendo 
ocorrer no trato digestivo e produtos do metabolismo intermediário de animais 
(PARTANEN et al., 1999; BARBOSA, 2009). Apresentam efeitos fisiológicos 
relacionados com o sistema imune, com o esvaziamento gástrico e motilidade 
intestinal, absorção de minerais e água. São constituintes naturais de diversos 
alimentos, ocorrem no trato digestivo e produtos do metabolismo intermediário dos 
animais (SINDIRAÇÔES, 2005). 
O uso de ácidos orgânicos e seus sais como aditivos não é uma prática 
recente, os efeitos favoráveis em diferentes características como segurança 
alimentar, processos digestivos, desempenho animal e qualidade de produtos são 
conhecidos há longo tempo, e aplicáveis através do uso em diferentes sistemas via 
ração e/ou água de bebida (PARTANEN; MROZ, 1999; TSILOYIANNIS et al. 2001; 
WENK, 2002; BIAGI et al., 2007). 
 
21 
 
A utilização de ácidos orgânicos nas dietas de leitões contribui para a redução 
do pH estomacal, aumenta a atividade de enzimas, melhora a digestibilidade de 
alguns nutrientes e reduz o crescimento de microrganismos (PENZ JUNIOR, 1991; 
BOCKLOR et al., 2007;). 
 
2.4.1 Características dos Ácidos Orgânicos 
 
Os ácidos orgânicos apresentam diferentes formas físicas, os ácidos 
fumárico, cítrico e sórbico estão sob a forma de pó, enquanto o HMTBA (2-hydroxy-
4-methithio butanóico), butírico, fórmico, propiônico e acético são líquidos, onde os 
três últimos devido sua característica corrosiva são de difícil manuseio. 
Uma forma de facilitar seu manuseio é utilizá-los na forma de sais, que estão 
sob a forma de pó, facilitando a sua inclusão na dieta. Além da função ácida, eles 
ainda são fontes de nutrientes como cálcio e sódio (SINDIRAÇÔES, 2005). 
Alguns ácidos orgânicos têm sabor e cheiro fortes, sendo importante observar 
a aceitabilidade de dietas acidificadas. Partanen (2001) cita que em estudo realizado 
com dietas oferecidas aos leitões para livre escolha, uma sem acidificante e a outra 
acidificada com mistura a base de ácido cítrico e fumárico, os animais tiveram 
preferência pelas dietas sem acidificação. Além disso, condições de forte 
acidificação gástrica não são indicadas, pois podem resultar no desenvolvimento de 
úlceras gástricas. 
Algumas propriedades físicas e químicas dos ácidos orgânicos utilizados na 
acidificação de dietas de leitões são apresentados naTabela 1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
Tabela 1. Fórmulas físicas e características químicas de alguns dos ácidos orgânicos utilizados como 
acidificantes em dietas de leitões. 
Ácido Formula MM1 
(g/mol) 
Forma pKa2 
Formico HCOOH 46.03 Líquido 3.75 
Acetico CH3COOH 60.05 Líquido 4.76 
Propionico CH3CH2COOH 74.08 Líquido 4.88 
Butirico CH3CH2CH2COOH 88.12 Líquido 4.82 
Latico CH3CH(OH)COOH 90.08 Líquido 3.83 
Fumarico COOHCH:CHCOOH 116.07 Solido 3.02 / 4.38 
Cítrico COOHCH2C(OH)(COOH) 
CH2COOH 
192.14 Solido 3.13/ 4.76/ 6.40 
1MM – massa molecular expressa em gramas. 
2pKa- constante de dissociação 
Adaptado de Partanen et al., 1999. 
 
 
2.4.1.1 Acidificação Gástrica 
 
As condições de acidificação gástrica são consideradas essenciais para a 
prevenção da sobrevivência de patógenos no estomago para que eles não possam 
ter acesso ao intestino delgado. As doenças podem resultar também do aumento do 
número de bactérias que colonizaram o intestino antes do desmame (PARTANEN, 
2001). 
Os níveis de acidez no trato gastrointestinal estão normalmente entre pH 2-4 
no estômago, elevando-se para pH 5-6 no intestino delgado, e acima de 7 no 
intestino grosso. Valores acima de 6, aumenta a probabilidade de redução da 
eficiência de enzimas e da proliferação de bactérias patogênicas. Ácidos orgânicos 
como propiônico, fórmico, cítrico, lático e fumárico podem ser adicionados a dieta 
auxiliando na resposta caso ocorra o aumento de pH no estomago, principalmente 
em momentos de estresse dos leitões (WHITTEMORE, 1993). 
A manutenção de baixo pH gástrico é essencial a eficiente digestão de 
proteínas. Pepsinogênios são rapidamente ativados em pH 2, e lentamente em pH 4. 
Os produtos finais da digestão da pepsina e o baixo pH da digesta entram no 
duodeno e são envolvidos na estimulação da secreção pancreática de enzimas e 
 
23 
 
bicarbonato, atuando na regulação do esvaziamento gástrico. Condições ácidas são 
necessárias para prevenir a passagem de potenciais microrganismos nocivos para o 
intestino delgado (PARTANEN; MROZ, 1999). 
Outro fator importante na regulação de pH é a capacidade tampão da dieta, 
onde dietas ricas em proteínas e minerais podem resistir a mudanças no pH 
(PARTANEN, 2001). 
Existe dificuldade em demonstrar “in vivo” que dietas com ácidos orgânicos 
reduzem pH. Isso devido a obtenção de dados, como por exemplo, o tempo entre a 
última refeição e o momento da coleta da digesta para medidas de pH, local onde 
são feitas as amostragens e também devido o fato de que as amostras são colhidas, 
em geral, logo após o abate, em animais com mais de 60 dias de idade com sistema 
digestivo já desenvolvido. 
 
2.4.1.2 Capacidade Tampão dos Ingredientes e B-value 
 
 Para maximizar o aproveitamento de nutrientes pelos leitões na fase de 
desmama, outro fator extremamente importante para acidificação do trato digestivo 
além da utilização de ácidos orgânicos, é a escolha adequada de ingredientes com 
menor capacidade tamponante, para favorecer a digestão de nutrientes (BUNZEM, 
2006). 
 A capacidade tamponante (CT) de uma solução é sua resistência à troca de 
pH e tem sido definida em nutrição animal como a capacidade em suspensão 
aquosa de um alimento em permitir a mudança de pH em decorrência da adição de 
uma solução ácida ou básica (BOCKOR et al. 2007). 
Diversos métodos têm sido adotados para medir essa capacidade 
tamponante dos alimentos para animais, também chamado de B-value, valor B ou 
valor tampão, que indica a quantidade de ácido necessária para diminuir o valor do 
pH de dado alimento balanceado. 
Makkink (2002), descreve B-value como a quantidade (mEq) de HCL 1,0 M 
necessária para acidificar um quilograma de alimento até pH 4 ou 5. O método 
usualmente utilizado para suínos é a partir da titulação até o pH 5 de 10 gramas de 
ingrediente suspenso em 90 ml de água destilada. A quantidade de ácido requerida 
(ml) representa a capacidade tampão. 
 
24 
 
Diferentes nutrientes na alimentação animal aumentam a capacidade tampão 
do alimento, fator muito importante na alimentação de leitões. O B-value de um 
alimento é importante, pois pode afetar o curso da digestão. Fornecendo uma ração 
com elevado B-value significa que este pode absorver grandes quantidades de H+ e 
que o pH do estomago e do trato digestivo proximal irão permanecer elevados 
(LEVIC et al., 2005). 
A manutenção do pH gástrico baixo é importante por várias razões. Primeiro, 
a pepsina, enzima proteolítica do estomago só é ativada a um pH baixo (pH 2 a 4). 
Se o pH gástrico permanece alto, altera a degradação de proteínas no estomago, 
afetando não só a facilidade de digestão e utilização de nitrogênio, como também de 
minerais (MAKKINK, 2002; MROZ et al., 1997). Também é essencial para controle 
da população de bactérias patogênicas no estomago, como Salmonella, E. coli e 
espécies de Klebsiella. Já espécies benéficas de bactérias como Bifido e 
Lactobacillus são mais tolerantes a valores mais baixos de pH (LEVIC et al., 2005; 
MAKKINK, 2002). 
No caso de animais jovens como leitões, os valores de B-value elevados 
podem causar problemas à saúde desses animais principalmente devido a menor 
capacidade dos mesmos de secretar ácido gástrico. Os valores ótimos de B-value na 
dieta variam devido a diversos fatores, como ingredientes, espécie animal, nível de 
desenvolvimento, dentre outros. Mas a escolha adequada dos ingredientes e níveis 
de inclusão podem contribuir de maneira significativa no efeito da capacidade 
tamponante. 
Levic et al. (2005), ao avaliarem a capacidade tamponante de 22 ingredientes 
utilizados em rações, verificaram que fontes de proteínas (grão soja, farinha de 
peixe, leite em pó), geralmente possuem elevada capacidade tamponante, e cereais 
(milho, trigo, cevada) possuem baixo valor de B-value. Os suplementos minerais 
possuem valores elevados de B-value, principalmente devido ao carbonato de 
cálcio, normalmente usado como veículo. 
Portanto, dietas com elevadas concentrações de proteínas e minerais tendem 
a ter valores de B-value maiores, e estas características são típicas de dietas para 
leitões jovens, recém desmamados. Aumentar o conteúdo mineral de uma dieta de 
leitões de 0 para 4% promove como resultado o triplo de aumento do valor do B-
value (MAKKINK, 2002). 
 
25 
 
Redução dos níveis de inclusão de ingredientes proteicos e minerais e a 
utilização de estratégias com o uso de aditivos como ácidos orgânicos, contribuem 
para redução do pH gástrico e redução do efeito tampão. A escolha adequada de 
ingredientes da dieta e sua composição é extremamente importante, pois pode 
influenciar inclusive na eficácia dos ácidos orgânicos (PARTANEN et al., 2002). 
A adição de ácidos orgânicos é mais efetiva quando realizada em dietas 
simples, à base de cereais e farelo de soja, que em rações de maior complexidade, 
com proteínas de origem animal e produtos lácteos (SILVA et al. 2008). 
No leitão em fase de desmama, a lactose derivada dos produtos de leite é 
convertida a ácido lático (BOCKOR et al, 2007), criando mudanças desejáveis no 
desenvolvimento gástrico e também reduzindo a eficácia da acidificação 
(PARTANEN, 2001). O uso da lactose e sua fermentação a ácido lático reduz a 
necessidade de acidificação da dieta (PARTANEN e MROZ, 1999; SILVA et al. 
2008). 
 
2.4.1.3 Efeito Antimicrobiano dos Ácidos Orgânicos 
 
Na ração os ácidos orgânicos podem reduzir o crescimento de micro-
organismos pela redução de pH ou por efeito antimicrobiano específico (WENK, 
2002; PARTANEN, 2001). 
Sabe-se que todos os microrganismos tem um pH ótimo de desenvolvimentoe um intervalo de pH onde fora dele fica inviável o crescimento. As bactérias 
entéricas, como Escherichia e Salmonella crescem em pH próximos da neutralidade 
(neutrófilos), devido a natureza logarítmica da escala de pH, uma diminuição de 1 ou 
2 unidades (equivalente a um aumento de 10 ou 100 vezes a concentração de 
prótons), tem um efeito drástico sobre a proliferação destes micro-organismos 
(PALENZUELA, 2000). 
No entanto, sabe-se que algumas bactérias como Escherichia e Salmonella 
têm evoluído com mecanismos complexos contrários que permitem se reproduzirem 
em condições extremamente ácidas (PARTANEN, 2001). Os níveis para eficácia dos 
ácidos orgânicos dependem do tempo de exposição, da concentração do ácido e do 
tipo de ácido utilizado. Bactérias gram-negativas são sensíveis aos acidificantes com 
menos que oito carbonos, enquanto que as gram-positivas mostram-se mais 
 
26 
 
sensíveis com o aumento do comprimento da cadeia e da molécula, tornando-se 
mais lipofílicas. 
A eficácia de um ácido em inibir micro-organismos é dependente do seu valor 
de pKa (relacionado a constante de dissociação de um ácido), que é a capacidade 
de um ácido orgânico estar dissociado em solução aquosa. Portanto, cada ácido 
orgânico tem seu valor de pKa, quando este ácido está presente em uma solução 
aquosa com o mesmo valor em pH, significa que nesse momento 50% desse ácido 
estará dissociado e 50% indissociado, ou seja, as formas ionizadas e não ionizadas 
estão na mesma concentração em equilíbrio. Este conceito de pKa proporciona uma 
medida da força do ácido. Os ácidos fortes tendem a valores próximos a 1, onde a 
maioria dos ácidos orgânicos tem valores entre 3 e 5 (PARTANEN, 2001; 
PALENZUELA, 2000). Ácidos orgânicos com elevado valor de pKa são mais efetivos 
como preservativos e sua eficácia antimicrobiana é geralmente melhorada com o 
aumento do comprimento da cadeia e grau de insaturação (CORASSA, 2004). 
Os ácidos orgânicos indissociados (ou não dissociados), são lipofílicos e 
podem difundir-se passivamente através da parede celular das bactérias 
(PARTANEN, 2001), dissociar-se quando o pH interno é superior a constante de 
dissociação (pKa), e promover a diminuição do pH interno. Os íons de H+ reduzem o 
pH interno, sendo incompatível com bactérias que não toleram um gradiente 
significativo de pH em ambos os lados da membrana. Os prótons são bombeados 
para fora da bactéria, por ação da bomba de ATPase, consumindo energia e 
esgotando completamente a bactéria. A síntese de ácido nucleico é interrompida, 
bloqueando as reações enzimáticas e alterando o transporte através da membrana 
(CHIQUIERI et al., 2009; GAUTHIER, 2005). 
 
2.4.1.4 Digestibilidade e Retenção de Nutrientes 
 
Dietas para leitões suplementadas com uso de ácidos orgânicos podem 
aumentar a digestibilidade total aparente e retenção de nutrientes em dietas para 
leitões (PARTANEN, 2001; PARTANEN; MROZ, 1999). Em particular, os ácidos 
orgânicos exercem uma pequena, mas positiva influência na retenção de proteína 
bruta e energia, locais onde a influência de outros nutrientes são menos 
consistentes. 
 
 
27 
 
 
2.4.2 Acidificantes Utilizados Na Nutrição e Suínos 
 
2.4.2.1 Ácido Fórmico 
 
O ácido fórmico é um líquido transparente, incolor, com odor pungente. 
Ingerido o ácido fórmico é rapidamente absorvido através das membranas das 
mucosas. Na forma indissociada pode rapidamente difundir-se através da 
membrana, onde o mecanismo de absorção é similar a outros ácidos orgânicos de 
cadeia curta. É um efetivo acidulante, mas pode inibir descarboxilases microbianas e 
enzimas como as catalases. A atividade antimicrobiana é primeiramente contra 
leveduras e algumas bactérias, sendo efetivo em pequenas concentrações (21.7 
mM) contra E. coli, e no tratamento de rações contaminadas por Salmonella, mas 
bactérias láticas e fungos são relativamente resistentes ao seu efeito (PARTANEN; 
MROZ, 1999). 
Em um trabalho realizado in vitro, Franco et al. (2004), testaram o efeito da 
adição dos ácidos fórmico, lático e fumárico e suas combinações sobre a população 
microbiana do estomago de leitões desmamados, para diferentes pH (3 e 4). Os 
resultados mostraram que todas as combinações reduziram o número de coliformes 
a menos 102 por ml, independente do pH médio. No entanto, o número de 
Lactobacilos (bactérias benéficas) foram reduzidas para os tratamentos com 
presença de ácido fumárico e intermediário para os tratamentos com os ácidos lático 
e fórmico, em relação ao tratamento sem acidificante. 
Gomes et al. (2007), ao estudarem o efeito do ácido fumárico isoladamente e 
sua combinação com ácido butírico e fórmico em dietas para leitões recém-
desmamados aos 15 dias de idade, verificaram efeito significativo apenas para 
animais tratados com ácido fumárico, e as associações de fumárico (1,0%) e fórmico 
(0,5%) diminuiu o ganho de peso diário dos leitões e, fumárico (1,0%), butírico 
(0,1%) e fórmico (0,5%) causaram prejuízos na altura das vilosidades do duodeno 
nas primeiras três semanas pós-desmame. 
Em um estudo realizado por Corassa et al. (2006), com a inclusão de ácido 
fórmico na dieta de leitões de 21 a 48 dias de idade, verificaram que dietas contendo 
ácido fórmico, devem ser suplementadas com ácido fólico (0,64mg/ kg de ração), 
pois os suínos possuem níveis extremamente baixos da enzima responsável pela 
 
28 
 
oxidação do formiato no fígado, reduzindo as reservas hepáticas de folato e gerando 
deficiência de ácido fólico, e ainda limitando a capacidade de oxidação do formiato. 
De acordo com Partanen e Mroz (1999), certos ácidos como tartárico e 
fórmico tem um sabor e cheiro fortes e um aumento nos níveis de acidificação da 
dieta é geralmente associado com redução na ingestão alimentar, e como reflexo o 
baixo ganho diário. 
 
2.4.2.2 Ácido Lático 
 
O ácido lático é líquido, e tem odor semelhante ao do soro de leite. É 
produzido por muitas espécies de bactérias, principalmente aquelas do gênero 
Lactobacillus, Bifidobacterium, Streptococcus, Pediococcus e Leuconostoc. É um 
constituinte natural de alguns ingredientes e está entre os mais antigos 
conservantes. No estomago e no intestino delgado, o ácido lático é produzido como 
produto final da fermentação de açúcar (PARTANEN; MROZ, 1999). 
Acidificantes de água de bebida ou ração líquida com elevado conteúdo de 
ácido lático pode ser mais efetivo na redução do pH gástrico, pois mais ácido é 
ingerido que na ração seca (PARTANEN, 2001). 
Freitas et al. (2006), ao avaliarem os efeitos da inclusão crescente de 
misturas de ácidos orgânicos a base de ácido lático (além de fórmico, fosfórico e 
acético), concluíram que a utilização de 0,84% de inclusão na dieta proporcionou 
melhor conversão alimentar em leitões no período de 21 a 35 dias, além de melhor 
consistência de fezes e controle de E. coli e Streptococus sp, também na inclusão de 
0,63% no período de 36 a 49 dias. 
Sabe-se que o ácido lático além da atividade antimicrobiana, contribui para 
modificação da microbiota intestinal, mediante a produção de um meio favorável 
para bactérias láticas, promovendo benefícios ao organismo do animal. 
Tsiloyiannis et al. (2001a), avaliaram em leitões o efeito da suplementação de 
ácidos orgânicos na eficácia do controle da síndrome de diarréia pós-desmame, 
causado principalmente pela E.coli. Foram suplementados com os níveis de ácidos: 
lático (1,6%), propiônico (1,0%), fórmico (1,2%), málico (1,2%), cítrico (1,5%) e 
fumárico (1,5%), em comparação ao grupo controle sem antibiótico ou com uso de 
dieta medicada com lincomicina (44ppm) e espectinomicina (44ppm). Em todos os 
parâmetros avaliados, os ácidosorgânicos reduziram a incidência e severidade de 
 
29 
 
diarréia e o desempenho foi significativamente melhor que o grupo controle, sem o 
uso de antibióticos. 
 
2.4.2.3 Ácido Cítrico 
 
O ácido cítrico é produzido por fermentação, apresenta-se cristalino e inodoro, 
com sabor azedo agradável, sendo geralmente menos efetivo como agente 
antimicrobiano que outros ácidos orgânicos, particularmente porque muitos 
microrganismos podem metabolizá-lo e também devido ao baixo pKa (PARTANEN et 
al., 1999). O ácido cítrico é metabolizado através do ciclo do ácido cítrico e pode 
atuar como uma fonte de energia (PARTANEN; MROZ, 1999). 
 O ácido cítrico é disponível comercialmente na forma monohidratado ou 
anidro. Ajuda a preservar a textura, coloração, o aroma e o conteúdo de vitaminas 
dos alimentos, sendo particularmente usual como agente quelante (VIOLA, 2006). 
Em outro estudo, Tsiloyiannis et al. (2001b), ao avaliarem em leitões 
desmamados, a doença do edema causada por E. coli, os animais foram 
suplementados com ácido lático (1,6%), ácido cítrico (1,5%) ou antibiótico 
enrofloxacina (50ppm). Os resultados mostraram que todos os grupos 
suplementados tiveram baixa mortalidade em relação ao grupo controle e 
apresentaram melhor desempenho para crescimento e conversão alimentar. 
 
2.4.2.4 Estudos com misturas (blends) de ácidos orgânicos ou seus sais. 
 
Braz et al. (2011), avaliaram diferentes combinações de acidificantes 
contendo ácido fórmico, fosfórico, lático, e butirato de sódio foram testadas em 
comparação a tratamento com colistina e dieta controle, para leitões desmamados 
em torno de 24 dias. Os resultados mostraram que misturas contendo lático mais 
butirato de sódio proporcionaram melhores resultados para peso aos 14 dias e 
ganho diário de peso e melhor conversão que outros tratamentos, além de 
apresentar menores valores de profundidade de cripta do jejuno e maior relação 
altura de vilosidade:profundidade de cripta do jejuno que outros tratamentos. 
No estudo realizado por Miguel et al. (2011), em rações para leitões 
desmamados aos 21 dias de idade, foram avaliadas a suplementação dos 
acidificantes ácido fumárico, butírico, benzóico e diformiato de potássio em 
 
30 
 
comparação ao tratamento controle sem a presença dos ácidos. Observou-se efeito 
significativo somente para o tratamento com ácido fumárico (1,0%), que propiciou 
aumento no consumo do alimento e ganho de peso. 
Mais estudos ainda precisam ser realizados a respeito da utilização dos 
ácidos orgânicos isolados, combinados e de seus sais. A ação dos ácidos orgânicos 
não está totalmente elucidada, e seus efeitos ainda são bastante contraditórios. 
Chiqquieri et. al. (2009), no estudo com a inclusão de 0,2% de uma mistura de 
ácidos orgânicos constituído de benzóico, fumárico, cítrico e fosfórico em 
comparação ao antibiótico neomicina na dieta de leitões desmamados aos 21 dias 
de idade, não observaram diferença no consumo e na altura de vilosidades, 
podendo estar associado principalmente ao fato dos animais terem sido criados em 
um ambiente de baixo desafio sanitário. 
Quando Silva et al. (2008), avaliaram os efeitos da suplementação dietética 
de maltodextrina em substituição parcial a lactose e de uma mistura de acidificantes 
(propiônico, fórmico, acético, cítrico e fosfórico), sobre o desempenho de leitões 
desmamados aos 21 dias, não verificaram interação e efeito do acidificante sobre o 
desempenho de leitões. No entanto, perceberam um melhor resultado econômico 
das rações testadas com utilização da combinação de maltodextrina e acidificantes. 
Costa et al. (2011) não evidenciaram qualquer efeito significativo sobre o 
desempenho, digestibilidade e pH do conteúdo digestório, para dietas complexas e 
altamente digestivas, com uso de butirato de sódio (1500ppm) e aditivos fitogênicos 
microencapsulados (500ppm), em comparação ao sulfato de colistina (40ppm). 
 
2.4.2.5 Ácido Butírico e Butirato de Sódio 
 
O ácido butírico é um ácido orgânico de cadeia curta, saturado, líquido em 
temperatura ambiente, sendo seu sal solúvel, o butirato de sódio (CH3-(CH2)2-
CO2Na), um pó branco estável até 250°C. Pode ser obtido da fermentação 
microbiana anaeróbica a partir de resíduos endógenos ou dietéticos no intestino 
grosso, como enzimas e descamações do epitélio, oligossacarídeos não digestíveis, 
amidos resistentes e polissacarídeos não amidicos (MAKINSK, 2008). 
De maneira geral o butirato de sódio tem mostrado melhorar o desempenho 
de leitões desmamados (BIAGI et al., 2007; PIVA et al., 2002), fornecendo fonte de 
energia disponível pela fermentação de bactérias, particularmente dos colonócitos 
 
31 
 
(PARTANEN, 2001). Tem também uma importante função regulatória no que se 
refere a proliferação celular, diferenciação, inibição da apoptose, induzindo a 
absorção de água e sódio e ainda modula a microbiota do trato gastrointestinal, 
dependendo da adaptação da bactéria a variações na acidez química (MAZZONI et 
al. 2008, LU et al., 2008; CLAUS et al., 2008; BIAGI et al., 2007). 
O acidificante apresenta efeito na integração do epitélio intestinal e na 
regulação do IGF-I (fator de crescimento semelhante a insulina), e em animais o 
butirato pode aumentar a produção de anticorpos e promover mudanças no 
conteúdo da albumina e da proteína do sangue (LEANDRO, 2010; MAZANILLA et 
al., 2006; JANSSENS et al., 2002). 
A suplementação com butirato promove o aumento da conversão alimentar 
nas primeiras duas semanas pós-desmame, se administrado por seis semanas pós-
desmame pode não afetar o desempenho (MAZZONI et al., 2008). 
 
2.4.2.5.1 Acidificação 
 
Substâncias acidificantes promovem normalmente uma queda do pH na parte 
proximal do estômago, tendo contudo um efeito de menor amplitude na parte distal 
do mesmo (TONEL, 2009). 
No trabalho realizado por Biagi et al., (2007), a introdução de butirato de 
sódio, mostrou um efeito contraditório, visto que não afetou o pH do estômago nem 
do intestino delgado, mas somente o pH do ceco sofreu um aumento, o que 
dificilmente ocorre, pois ácidos orgânicos raramente chegam ao intestino grosso. 
 Durante outro estudo in vitro realizado por Piva et al. (2002), o uso de blends 
(mistura de ácidos orgânicos contendo fumárico, málico, cítrico e fosfórico), 
aumentou a fermentação fecal e reduziu a concentração de amonia. Mostrando que 
ácidos orgânicos podem ter diferentes efeitos na produção cecal de gás e 
concentração de amônia, dependendo da concentração dos ácidos orgânicos e da 
concentração do produto usado na dieta (BIAGI et al., 2007). 
 
2.4.2.5.2 Morfologia Intestinal 
 
No período pós-desmame há normalmente atrofia das vilosidades em 
decorrência da taxa de descamação epitelial por consequência do início do consumo 
 
32 
 
de ração sólida, de toxinas bacterianas e da adesão das bactérias aos enterócitos. O 
aumento da descamação resulta em incremento da profundidade da cripta. Assim, 
quanto maior a altura das vilosidades e menor a profundidade das criptas, melhor a 
absorção de nutrientes e menores as perdas energéticas com o turnover celular 
(OETTING et al.,2006). 
O butirato fornecido no alimento poderá reduzir alguns dos efeitos negativos 
do desmame, providenciando à mucosa ileal e à mucosa da parte posterior do 
intestino, uma fonte preferencial de energia, visto o butirato ser considerado um 
nutriente importante para a integridade do epitélio ao longo do trato gastrointestinal. 
Parece haver uma preferência dos colonócitos para o metabolismo de 
butirato, que contribui diretamente como fonte de energia para estas células, 
podendo representar ate 70% de seu consumo energéticoO suprimento de butirato 
ajuda a manter a integridade da mucosa, desempenhando importante papel na 
manutenção de um fenótipo celular normal e redução do risco de carcinomas 
colonicos (GOMES, 2009; SWANSON; FAHEY, 2007). 
A absorção do butirato é acoplada à reabsorção de sódio e água, e pode, 
assim, proporcionar um efeito antidiarreico. Isso é apoiado por evidências obtidas 
em ratos desnutridos, em que a ausência de produção de butirato induziu a "diarreia 
de inanição" porque a reabsorção de água e sódio foi diminuída. A alimentação dos 
enterócitos e colonócitos pelos ácidos graxos de cadeia curta conduzem a uma 
hipertrofia da mucosa intestinal, aumento de seus peso e superfície, o que otimiza a 
digestibilidade dos nutrientes por uma expansão da sua superfície de absorção 
(BORGES et al. 2011). 
Claus et al. (2007) verificaram que o uso do butirato de cálcio protegido (29 
g/kg) aumentou a capacidade digestiva e de absorção no intestino delgado de 
leitões. O mecanismo provavelmente foi um efeito específico na mitose dos 
enterócitos o qual conduziu ao aumento do tamanho da dobra pela fissão da cripta. 
Lu et al. (2008) com o objetivo de testarem os efeito do uso do butirato de 
sódio no desempenho, morfologia e microflora intestinal de leitões desmamados aos 
21 dias, verificaram que os animais suplementados com 1000 mg/kg de butirato de 
sódio melhoraram o desempenho, com aumento de altura de vilos e da relação 
vila:cripta, além de reduzirem a contagem intestinal de Clostridium e Escherichia coli. 
 
33 
 
De acordo com Manzanilla et al (2006), os enterócitos apresentam uma 
função secretora quando estão na cripta, e uma função de absorção quando migram 
para a vilosidade, o que implica que a absorção líquida no intestino delgado 
depende da razão entre a altura das vilosidades e da profundidade das criptas 
(AV/PC). O decréscimo nesta razão após o desmame prejudica a absorção e 
incrementa o risco de diarreias (PLUSKKE et al., 1997). 
No estudo de Manzanilla et al. (2006) nos animais que ingeriram butirato de 
sódio, ocorreu um decréscimo da relação AV/PC, devido a um aumento da 
profundidade da cripta, no entanto, essa alteração isoladamente não foi considerado 
um fator de risco para os leitões, além disso nos animais suplementados com 
butirato de sódio, os linfócitos interepiteliais (LIE) não sofreram qualquer alteração e 
as células de Goblet aumentaram no íleo, não mostrando um efeito negativo. 
Não está amplamente elucidado se o butirato de sódio pode estimular a 
fisiologia padrão da mucosa gástrica como observado para o colón e a proliferação 
celular do jejuno. Além disso, foi mostrado recentemente que a suplementação com 
butirato de sódio em dietas para leitões muito jovens de 3 a 10 dias de idade pode 
afetar o desenvolvimento da mucosa do jejuno e íleo (MAZZONI et al. 2008). 
Le Gall et al. (2009) verificaram o efeito da administração oral de butirato de 
sódio em leitões, sob os parâmetros de crescimento e maturação do trato 
gastrointestinal, antes (5 a 28 dias de idade) e após o desmame (28 a 40 dias de 
idade). Os resultados mostraram que de maneira geral, a suplementação com 
butirado de sódio foi mais eficiente no período pré-desmama, estimulando o 
crescimento e a ingestão de alimento no pós-desmama, pela redução do 
esvaziamento gástrico e peso da mucosa intestinal e pelo aumento da 
digestibilidade da ração. 
No caso do ensaio de Biagi et al. (2007) o butirato de sódio, não teve um 
efeito significativo na morfologia intestinal, isso pode ter ocorrido devido ao fato da 
concentração de butirato de sódio ao longo do intestino não ter sofrido um aumento, 
sugerindo uma rápida metabolização antes de chegar ao jejuno, e o fato das 
amostras da mucosa intestinal serem colhidas no final do ensaio, somente seis 
semanas após o desmame, logo em leitões com um TGI quase totalmente 
desenvolvido. 
 
34 
 
Fatores como aumento da concentração do acidificante no estômago, 
absorção do acido na parte esofágica, rápida metabolização e conversão do butirato 
para substâncias como o acetato, podem influenciar os resultados no uso do 
acidificante (TONEL, 2009; MAZANILLA et al., 2006). 
 
2.4.2.5.3 Microbiota Intestinal 
 
A microbiota intestinal contribui para a proteção contra os micro-organismos 
patogênicos através da competição pelos locais de ligação ao intestino, da 
regulação da resposta imunitária, competição pelos nutrientes e pela produção de 
substâncias anti-microbianas (tais como bactericidas). Ainda podem criar um 
ambiente restritivo ao crescimento, através da acidificação do meio pela produção de 
ácido láctico e de ácidos graxos de cadeia curta pelo processo de fermentação dos 
Lactobacillus (TONEL, 2009). 
Castillo et al. (2006) observaram que dietas com butirato de sódio promoviam 
uma elevada diversidade na microflora do trato gastrointestinal, em particular nas 
partes caudais do intestino. Biagi et al. (2007), mostraram que o BS influenciou a 
atividade da microflora cecal no estudo in vitro, reduzindo a produção total de gás, 
mas com aumento na concentração de amônia. As bactérias lácticas contabilizadas 
no jejuno, não sofreram qualquer influência por parte do butirato de sódio. As 
concentrações de Enterobecteriaceae e Clostridia no jejuno estavam abaixo do limite 
de detecção e portando não puderam ser determinadas. 
Biagi et al. (2007) ao avaliarem o uso in vitro e in vivo sobre a microbiota, 
desempenho e vilosidades de leitões, verificaram que o uso do butirato de sódio não 
alterou desempenho dos animais, mas utilizando o sistema in vitro, a microbiota do 
ceco foi influenciada. 
No estudo realizado por Mazanilla et al. (2006), suplementando leitões com o 
uso de butirato de sódio ou o antibiótico avilamicina, o perfil bacteriano mostrou 
importantes diferenças entre os tratamentos, promovendo uma elevada 
biodiversidade na microflora do trato gastrointestinal, particularmente na região 
caudal do trato. 
A diversidade microbiana é medida pela quantidade de diferentes 
microrganismos detectados e tem sido proposto como um indicador de estabilidade 
da microbiota intestinal. Uma elevada biodiversidade pode produzir um efeito 
 
35 
 
benéfico no desempenho do animal, pois evita a proliferação de grupos bacterianos 
simples. Este benefício pode ser verificado no estudo de Mazanilla et al. (2006), 
quando o uso do butirato de sódio estimulou a diversidade de microrganismos, 
verificando a importância de diferentes fatores afetando as exigências de energia e 
proteína para o crescimento de leitões precocemente desmamados. 
No estudo realizado com frangos por Hu et al. (2007), para investigar o efeito 
do uso do butirato de sódio no intestino e no desempenho dos animais (nos níveis 
500, 1000, 2000 mg/kg), a suplementação influenciou positivamente a conversão 
alimentar, mas não influenciou a função absortiva do jejuno. A razão altura de 
vilosidade e profundidade de cripta aumentou linearmente, mas a contagem de 
Lactobacillus caiu linearmente com o aumento da inclusão do BS. 
 
2.4.2.5.4 Desempenho 
 
Bosi et al.(2009) ao avaliarem dietas com uso de butirato de sódio livre 
(2g/kg), protegido (0,6 g/kg) ou ainda de uma mistura comercial de butirato de sódio 
protegido (2g/kg) em leitões inoculados ou não com E. coli, verificaram que de um 
modo geral, o crescimento, altura de vilosidade e níveis de sobrevivência foram 
afetados positivamente quando animais foram suplementados. 
Costa et al. (2011), ao avaliarem os efeitos de aditivos fitogênicos e butirato 
de sódio como alternativas aos antimicrobianos promotores de crescimento com uso 
de dietas complexas e altamente digestíveis, sobre o desempenho,digestibilidade, 
pH do conteúdo digestório e frequência de diarreia de leitões recém-desmamados, 
não observaram influencia dos tratamentos sobre o desempenho dos leitões. 
Weber et al. (2007), conduziram dois experimentos para determinar os efeitos 
da suplementação de butirato de sódio no desempenho e na resposta de 
lipossacarídeos para Escherichia coli em leitões desmamados. Os dados indicaram 
que a dieta suplementada com butirato de sódio não melhorou o desempenho dos 
animais, mas pode regular a resposta aos estímulos inflamatórios em leitões 
desmamados. 
 
 
36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 MATERIAIS E METODOS 
 
3.1 Local 
 
Foram conduzidos dois ensaios no Setor de Suinocultura, no Instituto de 
Zootecnia em Nova Odessa/SP. Inicialmente foi conduzido ensaio de Desempenho 
(Ensaio I), entre os dias 21 de Maio de 2012 a 05 de Julho de 2012 e o ensaio de 
Digestibilidade (Ensaio 2), entre os dias 11 de Julho de 2012 a 10 de Agosto de 
2012. 
 
3.2 Ensaio de Desempenho 
 
O ensaio de desempenho foi realizado em galpão de creche, com 2 salas das 
seguintes dimensões: Sala 1 (9,50m x 7,80m); Sala 2 (9,50m x 8,32m). Cada sala 
possuindo 18 baias suspensas, com três fileiras de seis baias cada. 
Foram utilizadas em cada sala 16 baias (2,0 x 1,0 metros cada), suspensas a 
0,83m do chão, equipadas com bandeja de alumínio na parte inferior da baia para 
coletas de sobras de ração. As baias eram equipadas com bebedouro tipo chupeta, 
 
37 
 
ventilação nas laterais do galpão e comedouro com piso de madeira ripado abaixo, 
com pisos vazados de material plástico no restante da baia, visando facilitar a 
limpeza. 
Em cada sala, a temperatura foi controlada através de 2 aparelhos de ar 
condicionado e mantidas com temperatura e umidade, respectivamente: Sala 1, 
temperatura com máxima de 24,3°C e mínima de 20,7°C, umidade mantida entre 
70% e 88%; Sala 2, com temperatura máxima em 29,9°C e mínima 20,9 e umidade 
ente 73% e 88%. 
 
 
 
Figura 1. Animais alojados em baias experimentais do Instituo de Zootecnia, Nova Odessa/SP. 
 
3.2.1 Delineamento Experimental 
 
Foram utilizados 64 leitões híbridos, com idade inicial de 21 dias, 
desmamados e peso médio de 5,87±0,31 kg. O delineamento utilizado foi em blocos 
ao acaso, com 4 tratamentos e oito repetições, onde cada baia (unidade 
experimental), continha dois animais, sendo um macho e uma fêmea. Os blocos 
foram formados de acordo com o peso e sexo dos animais. 
Foram testados quatro tratamentos, sendo um com dieta basal, e o restante 
com utilização de dieta basal e adição dos acidificantes. Para o teste, foram 
utilizados ácidos orgânicos, através de misturas de acidificantes comerciais (blends) 
e acidificante encapsulado, formulados de acordo com a tabela abaixo (Tabela 2). 
 
 
 
 
38 
 
Tabela 2. Composição de acidificantes Blend (mistura) e Butirato de sódio utilizado nas dietas 
experimentais. 
Acidificantes Composição (%) Garantia 
Blend (mistura) Ácido Lático mínimo 21% 
Ácido Fórmico mínimo 18% 
Ácido Cítrico mínimo 10% 
Butirato Butirato de sódio (encapsulado) mínimo 30% 
 
Nas rações experimentais, os produtos avaliados foram adicionados às dietas 
substituindo o caulim. Os tratamentos avaliados foram os seguintes: 
- Tratamento 1(Controle) : dieta basal, sem acidificantes; 
-Tratamento 2 (Blend): dieta basal + 0,5% do Blend (21% ácido lático, 18% de ácido 
fórmico e 10% de ácido cítrico); 
-Tratamento 3 (Butirato): dieta basal + 0,1% de Butirato de Sódio; 
-Tratamento 4 (Blend e Butirato): dieta basal + 0,5% do Blend (21% ácido lático, 
18% de ácido fórmico e 10% de ácido cítrico), + 0,1% de Butirato de Sódio. 
 
3.2.2 Rações Experimentais 
 
Para o estudo, foram utilizados três tipos de rações, de acordo com cada 
fase, sendo a Ração Pré I, de 1 a 10 dias de experimento; Ração Pré II de 10 a 24 
dias de experimento e Ração Inicial, de 24 a 45 dias de experimento. 
 As rações foram formuladas de acordo com exigências nutricionais de 
Rostagno et al. (2005), e as composições das dietas formuladas para as rações Pré 
I, Pré II e Inicial, encontram-se nas Tabelas 3, 4 e 5. A composição nutricional das 
rações estudadas encontra-se na Tabela 6. 
 
 
 
 
 
39 
 
 
Tabela 3. Proporção de ingredientes das dietas experimentais, fornecidas na fase Pré I (0 a 10 dias). 
Descrição 
T1 
Controle 
T2 
Blend 
T3 
Butirato 
T4 Blend + 
Butirato 
Milho grão 7.5 % 33,21 33,21 33,21 33,21 
Soja Farelo (46%) 20,00 20,00 20,00 20,00 
Blend 0,000 0,500 0,000 0,500 
Butirato de Sódio 0,000 0,00 0,100 0,100 
Caulim 0,600 0,100 0,500 0,000 
Arroz Farinha Gelatinizado 10,00 10,00 10,00 10,00 
Plasma Sanguíneo 2,00 2,00 2,00 2,00 
Óleo Soja 1,20 1,20 1,20 1,20 
Leite em Pó Integral 10,00 10,00 10,00 10,00 
Açúcar 4,00 4,00 4,00 4,00 
Soro Leite 16,0 16,60 16,60 16,60 
Fosfato Bicálcico 0,900 0,900 0,900 0,900 
DL-Metionina 0,310 0,310 0,310 0,310 
L-Lisina 78% 0,500 0,500 0,500 0,500 
L-Tryptofano 98% 0,025 0,025 0,025 0,025 
L-Treonina 98% 0,200 0,200 0,200 0,200 
Colina 60% - Cloreto 0,050 0,050 0,050 0,050 
Colistina 80 0,050 0,050 0,050 0,050 
Antioxidante (1) 0,010 0,010 0,010 0,010 
Aromatizante (2) 0,025 0,025 0,025 0,025 
Palatabilizante (3) 0,050 0,050 0,050 0,050 
Sulfato de Cobre 35% 0,075 0,075 0,075 0,075 
PX VIT Pré Inicial (4) 0,100 0,100 0,100 0,100 
PX MIN Pré Inicial (4) 0,100 0,100 0,100 0,100 
TOTAL 100,00 100,00 100,00 100,00 
(1)Produto Comercial Endox 5X; (2) Produto Comercial Cream Sicle; (3) Produto Comercial Powersweet; (4) 
Níveis nutricionais por kg de ração: Vit. A - 10000 UI; Vit. D3 – 1650 UI; Vit. E 60mg; Vit. K – 20 mg; Vit. B1 
– 1,19 mg; Vit.B2 – 4 mg; Vit.B6 – 2,19 mg; Vit. B12 – 22 µg; Ac. Folico – 0,39 mg; Ac. Pantotenico – 18 mg; 
Biotina – 0,15 mg; Niacina - 29,84 mg; Colina – 1113,74mg; Cobre – 273,10 mg; Ferro – 90 mg; Iodo – 1,10mg; 
Manganês – 40,20 mg; Selênio – 0,36 mg; Zinco: 117,8 mg. 
 
40 
 
 
 
Tabela 4. Proporção de ingredientes das dietas experimentais, fornecidas na fase Pré II (10 a 24 dias). 
Descrição 
T1 
Controle 
T2 
Blend 
T3 
Butirato 
T4 Blend + 
Butirato 
Milho grão 7.5 % 50,90 50,90 50,90 50,90 
Soja Farelo (46%) 24,00 24,00 24,00 24,00 
Blend 0,000 0,500 0,000 0,500 
Butirato de Sódio 0,000 0,000 0,100 0,100 
Caulim 0,600 0,100 0,500 0,000 
Plasma Sanguíneo 1,50 1,50 1,50 1,50 
Óleo Soja 1,50 1,50 1,50 1,50 
Açúcar 5,00 5,00 5,00 5,00 
Soro Leite 13,50 13,50 13,50 13,50 
Fosfato Bicálcico 1,40 1,40 1,40 1,40 
Sal Refinado Sem Iodo 0,050 0,050 0,050 0,050 
DL-Metionina 0,250 0,250 0,250 0,250 
L-Lisina 78% 0,670 0,670 0,670 0,670 
L-Tryptofano 98% 0,023 0,023 0,023 0,023 
L-Treonina 98% 0,200 0,200 0,200 0,200 
Colina 60% - Cloreto 0,050 0,050 0,050 0,050 
Colistina 80 0,050 0,050 0,050 0,050 
Antioxidante (1) 0,010 0,010 0,010 0,010 
Aromatizante (2) 0,025 0,025 0,025 0,025 
Palatabilizante (3) 0,050 0,050 0,050 0,050 
Sulfato de Cobre 35% 0,030 0,030 0,030 0,030 
PX VIT Pré Inicial (4) 0,100 0,100 0,100 0,100 
PX MIN Pré Inicial (4) 0,100 0,100 0,100 0,100 
TOTAL 100,00 100,00 100,00 100,00 
(1)Produto Comercial Endox 5X; (2) Produto Comercial Cream Sicle; (3) Produto Comercial Powersweet; (4) 
Níveis nutricionais por kg de ração: Vit. A - 10000 UI; Vit. D3 – 1650 UI; Vit. E 60mg; Vit. K – 20 mg; Vit. B1 
– 1,19 mg; Vit.B2 – 4 mg; Vit.B6 – 2,19 mg; Vit. B12 – 22 µg; Ac.

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