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Página 1 de 28- 04/08/11 Achados clínicos em dermatologia. Ivan da Costa Barros Rotina recomendada: História clínica - Inspeção geral e específica A HISTÓRIA DERMATOLÓGICA: Associada à somatoscopia e a outros métodos de exame dermatológico, a anamnese contribui sobremaneira na obtenção do diagnóstico das doenças da pele. PROBLEMAS MAIS COMUNS: Anormalidades localizadas interpretadas pelo paciente como de gravidade considerável, como tumorações etc NUNCA DEVEMOS TENTAR ADVINHAR A QUEIXA DE UM PACIENTE. Um jovem portador de acne facial importante pode se queixar de uma micose plantar, ou de intertrigo. Lembrar ainda que erupções generalizadas podem eventualmente acometer anexos como cabelo, unhas e glândulas sudoríparas. Devemos investigar sempre a queixa principal, sua duração, a natureza da lesão inicial e suas alterações evolutivas, os sintomas associados, assim como sua resposta a medicamentos previamente utilizados. Existem antecedente dermatológico ? Dermatite seborrêica na infância (confundidas ou precursoras de psoríase)? alergias ? ; Doenças de outra natureza, como as ocupacionais ou regionais ? Hobbies ? História familiar ?? Ao exame físico procuramos caracterizar: A inspeção: sempre sob luz clara (se possível natural), obrigatoriamente sem a roupa, primeiro com o paciente sentado na mesa de exame clínico, depois de pé para exame do dorso. DISTRIBUIÇÃO DAS LESÕES - SUA MORFOLOGIA (elementar) A COR – UMIDADE – ESPESSURA – SIMETRIA – HIGIENE – TEMPERATURA – TEXTURA – MARGENS - TURGOR – MOBILIDADE A palpação (que nunca deve ser omitida): ESPESSAMENTOS (ausente nas máculas) PRESENÇA DE CÁLCIO OU CISTOS SUBCUTÂNEOS – TEMPERATURA - CROSTAS quando presentes devem ser cuidadosamente removidas o que ajuda a diferencia-las de queratina (QUE É PARTE INTEGRANTE DA LESÃO) ou descamações que devem ser escarificadas para o diagnóstico da psoríase (sinal de Nicolsky ??) Segue: Página 2 de 28- 04/08/11 Caracterize a lesão quanto a: TAMANHO – FORMA – COR – TEXTURA – ELEVAÇAO OU DEPRESSÃO – PEDUNCULAÇÃO – EXSUDAÇÃO – PADRÃO DE DISTRIBUIÇÃO – LOCALIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. CABELO E PELOS COR – DISTRIBUIÇÃO – QUANTIDADE – PALPE A TEXTURA OBSERVE NAS UNHAS : COR – COMPRIMENTO – CONFIGURAÇÃO – SIMETRIA –LIMPEZA – TEXTURA – FIRMEZA UNIFORMIDADE E ADERÊNCIA AO LEITO OBSERVE AINDA NA PARTE LATERAL : HIPEREMIA – EDEMA – DOR – PRESENÇA DE PÚS VERRUGAS, CISTOS OU TUMORES Outras investigações: PESQUISA do Acarus NA ESCABIOSE EXAME COM A LUZ DE WOOD (que detecta vários graus de florescência e pigmentação) BIOPSIA CUTÂNEA (complementada por colorações especiais ou imuno-histoquimica quando necessário ) INTRODUÇÃO: O exame da pele tem sido considerado de grande importância clínica não só pelo seu importante papel fisiológico, que é a comunicação corporal com o mundo exterior, como pela sua importância ao revelar precocemente doenças sistêmicas. Que parte do exame físico pode ser mais fácil que o da pele ? A pele é visível em todas as suas dimensões, pode ser diretamente palpável e é tão fina, que mesmo suas camadas mais profundas estão a apenas alguns milímetros do examinador. Mas, enquanto problemas internos podem evoluir ocultos, os quadros dermatológicos, embora claramente visíveis, podem se exteriorizar de forma amplamente variável dificultando sobremaneira sua análise e interpretação. Vários destes achados podem reconhecidos prontamente (QUADRO 1). Página 3 de 28- 04/08/11 QUADRO 1 :REAÇOES CUTÂNEAS QUE REVELAM PROBLEMAS CLÏNICOS: ACANTOSE NIGRICANS CANCER / DIABETES (MODY) DER,MATOMIOSITE CANCER (Ovários , brônquios) ERITEMA NODOSO DROGAS, GRANULOMATOSES,COLAGENOSES ICTIOSE CANCER NÓDULOS SUBCUTÂNEOS D. REUMATÓIDE , GOTA MIXEDEMA PRETIBIAL HIPERTIREOIDISMO PIODERMA GANCRENOSO COLITE ULCERATIVA LIVEDO RETICULARIS POLIARTERITE NODOSA XANTELASMAS HIPERCOLESTEROLEMIA Síndrome de Peutz-Jeugher, melanomas, mastocitomas, micose fungóide, icterícia, colagenoses entre tantas, são outros exemplos de doenças reconhecidas pelo exame da pele. O nosso objetivo é descrever de forma resumida alguns destes aspectos na prática clínica. Com finalidade didática a pele costuma ser dividida em : - Superfície cutânea propriamente dita - Tecido celular subcutâneo . A. SUPERFÍCIE CUTÂNEA A pele normal tem coloração uniforme (exceto nas regiões pudendas e nas áreas expostas), não apresenta soluções de continuidade, e costuma ser avaliada clinicamente quanto a sua temperatura, umidade, textura, turgor, mobilidade, elasticidade, vascularização e espessura. a) Quanto a sua coloração pode ser classificada como: Página 4 de 28- 04/08/11 Leucodermo: indivíduo de pele de coloração branca. Melanodermo: indivíduo de pele de coloração escura. As anormalidades de coloração, em geral de difícil avaliação em indivíduos de pele escura podem ser divididas basicamente em: 1) Palidez que pode ser: generalizada se decorrente de anemias, estresse físico ou emocional (dor aguda, feocromocitoma e estados de baixo débito cardíaco como síncopes, choque, etc) e localizada ou segmentar que tem como causas principais as isquemias. Assim, uma obstrução arterial poderá, entre outros sintomas e sinais, provocar palidez do membro acometido, tendo em vista a isquemia regional. A arteriosclerose obliterante, síndrome de Raynaud, as arterites de um modo geral, são exemplos de palidez segmentar causada por isquemia.. A palidez deve ser pesquisada nas regiões palmo-plantares (especialmente nos indivíduos de pele escura) e sempre correlacionada com a coloração das mucosas corporais. Assinalamos que os estados anêmicos caracterizam-se por palidez cutâneo-mucosa, enquanto nos quadros de baixo débito cardíaco a palidez é preferencialmente cutânea 2) Vermelhidão: - generalizada (que pode ser constitucional em indivíduos obesos com policitemia relativa em geral hipertensos em uso de diurético = fácies pletórica). Esta vermelhidão generalizada pode ainda ser vista em pacientes com febres exantemáticas, escarlatina, policitemias ou a outras formas de eritrodermias, tais como a síndrome carcinóide , as mastocitoses ou o eritema causado por sol ou ambientes super aquecidos (fornalhas , caldeiras, etc). A distribuição segmentar da vermelhidão pode ser encontrada em duas formas principais: a) Vermelhidão segmentar persistente, comum aos processos inflamatórios com dor e calor locais. Um tipo especial a ser valorizado clinicamente é o eritema palmar que podendo ser constitucional em algumas pessoas em geral Página 5 de 28- 04/08/11 revela quadros metabólicos como o da insuficiência hepática. b) fugaz ou de duração efêmera, o que é visto em pessoas emotivas ou após a ingestão de bebidas alcoólicas O eritema da pele pode ainda ser decorrente de vasodilatação capilar epidérmica o que pode ser visto em algumas doenças exantemáticas como sarampo, rubéola, enteroviroses, mononucleose, SIDA/AIDS, escarlatina, erisipela, na sífilis (roséola sifilítica), febre reumática (eritema marginado), febre tifóide, alergias medicamentosas, e outras septicemias bacterianas especialmente por bactérias gram positivas. 2) Cianose Conceituada como coloração azulada da pele que se relaciona à níveis elevados de hemoglobina reduzida (que está ligada ao hidrogênio) acima de 5g/dl. no sangue circulante. Sofre influência de alguns fatores como : -hematócrito -débito cardíaco / perfusão tissular-cor da pele -temperatura corporal Página 6 de 28- 04/08/11 - Formas clínicas: Clinicamente a cianose deve ser caracterizada como: 1. Cianose central - baixa saturação arterial de O2 PODE SER MISTA ! 2. Cianose periférica - maior extração de O2 ( saturação normal ) 3. Cianose diferencial - quando é vista preferencialmente nos membros inferiores ou superiores Características clínicas da cianose central - com hipoxemia : 1. Generalizada 2. Acometendo mucosas - AVALIAR NA LÍNGUA !!! 3. História de depressão respiratória 4. Pneumopatia ou Tabagismo ? 5. Cardiopatia prévia 6. Época de aparecimento Investigar quanto os seguintes aspectos: A) FLUXO PULMONAR: 1.Aumentado ou hiperfluxo pulmonar encontrado em comunicação intracavitárias com shunt esquerdo - direito, Presença de ventrículo único, Truncus arteriosus, e transposição dos grandes vasos cardíacos 2.Diminuido ou hipofluxo pulmonar: vistos em pacientes com tetralogia de Fallot, estenose pulmonar, hipoplasia ventricular direita, atresia da valva tricúspide etc Página 7 de 28- 04/08/11 B) ÉPOCA DE APARECIMENTO 1.Cianose grave desde o nascimento - Atresia Tricúspide. - Transposição dos grandes vasos. - Atresia pulmonar com hipoplsia de ventriculo direito. 2. Cianose moderada durante a primeira semana de vida (hipofluxo pulmonar é compensado pela patência inicial do ducto arterioso) - Transposição dos grandes vasos- Atresia pulmonar acompanhada de comunicação inter ventricular - Síndrome da angústia respiratória 3.Cianose progressiva - Tetralogia de Fallot - Truncus arteriosus - Drenagem anômala das veias pulmonares 4.Cianose tardia na infância - Síndrome de Eisenmenger nos pacientes com hiperfluxo pulmonar (*) - Insuficiência cardíaca congestiva - Metahemoglobinemia (*) Hipertensão pulmonar secundária a hiperfluxo com inversão do shunt cardíaco da direita para a esquerda. 5. Cianose periférica - sem hipoxemia 1. Não acomete mucosas: DADO MAIS IMPORTANTE para o seu reconhecimento clínico !! 2. Localizada (ou generalizada) 3. Aliviada pelo aquecimento da área acometida pela cianose 4. Saturação normal de oxigênio na hemoglobina circulante 5. Checar sempre a vascularização Página 8 de 28- 04/08/11 Cianose diferencial 1. Nos PÉS - ductus arteriosus (Com complexo de Eisenmenger) 2. Nas MÃOS: - transposição dos grandes vasos e fluxo reverso através do ducto arterioso (que melhora a oxigenação dos membros inferiores) Complicações clínicas esperadas em pacientes com cianose crônica: Baqueteamento digital Policitemia secudária a hipoxemia Embolia paradoxal / abscesso cerebral Retardo mental e do crescimento Distúrbios da coagulação (Htc >60%) “Posição preferencial de cócoras” 4) Icterícia (ver capítulo especializado) As diferentes colorações da pele além de depender de características raciais traduz envolvimento de diferentes mecanismos fisiopatológicos na lesão cutânea: Eritematoso - nos estados acompanhados por intensa dilatação vascular; Carmim nas metahemogobinemias por monóxido de carbono; Marron - na presença de melanina na epiderme ou Amarela quando derivada da coloração do próprio colágeno normal ou pelo acúmulo tissular anormal de bilirrubina ou caroteno. Hipercarotenemia - carotenose (falsa icterícia) coloração amarelada decorrente do abuso de substâncias ou fórmulas vitamínicas ricas em vitamina A (tomate, cenoura, mamão etc). Diferencia-se da icterícia verdadeira por não comprometer as mucosas. Doenças como a de Addison, Hemocromatose (ou “diabetes bronzeado), SIDA / AIDS e a Síndrome de Nelson também são causas desta coloração Página 9 de 28- 04/08/11 pardo-escura. Na hemocromatose a pele torna-se acastanhado-escura e existe infiltração de ferro em outros órgãos vitais como o coração, pâncreas, testículos etc. e) as Intoxicacões a pele de coloração acinzentada pode decorrer da intoxicação pelos sais de prata (ou argiria) Outras doenças em que podemos observar coloração anormal da pele são o albinismo onde a descoloração da pele é devida à ausência congênita do pigmento melanina e que por ser difuso é diferenciado de vitiligo (de distribuição irregular) ou de anemia intensa (AMARELÃO ou necatorose) que se acompanha de palidez mucosa. PRINCIPAIS CAUSAS DE COLORAÇÃO ANORMAL DA PELE: - MARROM D. de Addison hemocromatose porfiria cutânea tarda esclerodermia neurofibromatose - AMARELO icterícia anemia (especialmente perniciosa) carotenemia abuso de quinacrina - CINZENTA depósito de sais de ouro ou ferro (uso via IM) depósito de prata (ARGIRIA) uso crônico de fenotiazina Página 10 de 28- 04/08/11 B) EXAMES DA SUPERFÍCIE DA PELE. Exame da superfície da pele será estudado paralelamente ao conhecimento das lesões elementares da pele e que são: LESÕES ELEMENTARES DA PELE: A- Lesões primárias: Mácula ou mancha; Pápula; Nódulo; Tumor; Vesícula; Bolha; Pústula B- Lesões secundárias: Crosta; Escama; Escoriação; Fissura; Ulceração; Cicatriz; Pigmentação secundária; Liquenificação; Atrofia. LESÕES ELEMENTARES (VER FIGURA ABAIXO) Página 11 de 28- 04/08/11 -PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Mácula ou mancha - área de coloração diferente circundada por pele sem alteração do seu plano ou da sua superfície. Podem ser divididas em: * Hipocrômicas - vitiligo, lepra, ptiriase versicalor, etc. * Hipercrômicas - efélides, manchas hipercrômicas causadas por: Depósitos pigmentares - devido a estase venosa crônica dos membros inferiores, lupus eritematoso (mancha em asa de borboleta na face), cloasma gravídico, irradiações repetidas, manchas hipercrômicas dos processos de cicatrização, nevos pigmentares, etc. Depósitos pigmentares podem ainda ser devido ao acúmulo de melanina ou hemossiderina, conseqüentes a uma série de dermatopatias. O exemplo mais comum é representado pela pigmentação acastanhada (hemossiderina) associada aos processos de estase nevosa crônica dos membros inferiores. Outras formas comuns de pigmentação são as hemorrágicas que dividimos em: * Petéquias - de forma arredondada com até 2 mm de diâmetro vistas na plaquetopenia e anormalidade funcional dos capilares- pesrsistem após a vitro pressão. * Equimoses - em forma de placa, decorre de traumatismos ou deficiências de fatores de coagulação. (Hematomas são volumosas equimoses confluentes que ocupam espaço) * Víbices com forma linear (possuem fisiopatologia semelhante a das petéquias) Outras MANCHAS encontradas na prática clínica são as telangiectasias que representam pequenas dilatações vasculares, observação comum nos membros inferiores de pessoas (especialmente do sexo feminino, multíparas) que são pequenas varizes ; as telangiectasias podem ainda ser encontradas na face anterior do tronco de pacientes com cirrose hepática onde se denominam aranhas vasculares (-”spider nevi”), nas extremidades de pacientes com a doença de Rendu-Osler (telangiectasia hemorrágia familiar) ou com nevos vasculares, etc. Página 12 de 28- 04/08/11 * Pápula - são pequenas lesões (1 mm a 1 cm ), sólidas, delimitadas que fazem relevo; involuindo sem deixar cicatriz. São causas comuns a sifílide papulosa, o líquen plano, as placas de urticária e as lesões de prurigo. O tubérculo é uma lesão que apresenta infiltraçãocelular mais profunda que a pápula, e em geral com maiores dimensões; atinge toda o derme e por isso mesmo, deixa cicatriz quando involui. A lepra, sarcoidose, tuberculose, sífilis tardia entre outras são exemplos a serem considerados em pacientes com esta anormalidade. * Nódulos são formações sólidas que se localizam na hipoderme. São exemplos os nódulos da lepra, tuberculose, eritema nodoso, metástase cutânea carcinomatosa, os nódulos da artrite reumatóide, da febre reumática, etc. Um tipo especial de nódulo é a goma que se acompanha de necrose e ulceração e que ocorrem na sífilis, micoses, etc. * Chamamos PLACA - uma confluência de nódulos ou pápulas. * Tumor - Nódulo acima de 2 cm de diâmetro, classicamente representado pelos lipomas ,epiteliomas, ou doença de Von Recklinghausen que se exterioriza por múltiplos tumores pediculados que se espalham pelo corpo em geral acompanhados por uma mancha de cor “café com leite”. * Vesícula - Elevação circunscrita da pele decorrente da coleção de líquido seroso e de diâmetro entre 1 mm a ½ cm. A varicela e o herpes (nas fases iniciais de evolução), queimaduras são seus exemplos mais comuns. * Bolha - Coleção líquida, serosa intra-epidérmica ou sub-epidérmica acima de ½ cm. Encontrada nas queimaduras, pênfigos, etc. * Pústula - Coleção purulenta encontrada na varíola (já extinta) ou nas piodermites. Na prática diária é comum encontrarmos a associação de lesões elementares como: lesões máculo-pápulosas, vésico-bolhosas, vésico-pápulo-bolhosas, etc. * Crosta - Resíduo proveniente do ressecamento de secreção serosa, sangüínea, purulenta ou mista. Encontrada nas úlceras, feridas e piodermites. Página 13 de 28- 04/08/11 * Escoriação - Arrancamento epidérmico simples. É a lesão deixada pelos arranhões ou ato de coçar o que deve nos levar a considerar nesses pacientes possíveis doenças que possam causar prurido. * CAUSAS DE PRURIDO A-GENERALIZADO: tineas, escabiose, eczemas diversos, liquen plano, miliaria, dermatite herpetiforme, pitiríase rósea ou prurido senil (devido ao ressecamento da pele) B-SECUNDÁRIO A DOENÇAS SISTÊMICAS: na colestase, linfomas, policitemia, deficiência de ferro e na insuficiência renal. C- LOCALIZADO: - palpebral (eczemas, alergias) , - perianal (oxiuríase, hemorróidas, - nas pernas (eczemas), - vulvar (micoses, diabetes) e no couro cabeludo (eczemas e em crianças com pediculose) Fissura - Solução de continuidade da pele ou mucosa comprometendo toda a extensão da camada epitelial. Comum nos eczemas, fissuras dos lábios devidas ao frio, fissuras anais, etc. Ulceração - Perda delimitada de camada epitelial, atingindo camadas mais profundas (derma e submucosa). Deixa cicatriz. São exemplos: cancro, úlcera dos processos de estase venosa crônica dos membros inferiores, proliferações malignas, etc. Denomina-se escara ao ferimento conseqüente a processos abrasivos ou isquêmicos de pacientes acamados, impossibilitados de se locomover adequadamente. * Cicatriz - Reposição de tecido destruído, por tecido fibroso. Página 14 de 28- 04/08/11 Liquenificação Espessamento da pele com exuberância dos acidentes naturais da pele. Comuns nos eczemas de longa duração, linfedemas e neurodermite. * Hiperqueratose - Aumento da espessura da camada córnea da pele, que surge conseqüente a processos traumáticos, na avitaminose A (xerodermia), atrito contínuo (calosidades). * Atrofia Adelgaçamento da pele que pode ser encontrada como seqüela das dermatoses em geral, e na esclerodermia. A pele senil é o exemplo mais objetivo. Nas lesões secundárias as combinações são também comuns, como por exemplo: lesão escamato-crostosa, úlcero-crostosa etc. As avaliações podem ser feitas ainda de acordo com a região acometida – conforme exemplos apresentados a seguir: Página 15 de 28- 04/08/11 Acometimento externo das orelhas Existe lesão fora do pavilhão auricular ?? SIM NÃO Dermatite seborréica Tumefações ? Psoríase Ouvido auriculares Eczema atópico vermelho descamativo ou purulento ?? Pruriginosa Dolorosa Indolores Dermatite de contato - otite externa Dermatite seborreica - mastoidite - abscesso Dermatite atópica - cisto, quelóide Psoríase - condrodermatite Otite externa: nodularis infecciosa viral fúngica Dolorosas tumores malignos (cistos, queloides, nevus verrugas) tumores malignos ( basocelular, escamoso, melanonas etc) Página 16 de 28- 04/08/11 Acometimento das genitálias Bolhas ou úlceras Rash cutaneo-mucoso Primeiro Episódio Exclusivo no pênis Generalizado episódio recorrente Lupus, Sind Behcet balanite psoríase Doloroso Eritema multiforme liquen olano derm. seborreica cancer siifilos secundária escabiose SIM Herpes cancróide Linf. venéreo Herpes zoster Eritema multiforme NÃO Sind. Behcet sífilis primária Escabiose (c/ prurido) cancer Trauma granuloma inguinal Pioderma Página 17 de 28- 04/08/11 Tumores genitais 1- crescimento lento 2. Cresc. recente (ANOS) (DIAS A MESES) Sardas Papulas penianas Múltiplos Únicos Nevi melanocítico Lentigo Cond. acuminado Verrugas Molusco contagioso fibromas SIFILIS ceratose seborreica cancer TEMPERATURA DA PELE. A temperatura da pele deve ser analisada com a face dorsal da mão, e comparando simetricamente cada segmento examinado. AS ALTERAÇÕES DA TEMPERATURA DA PELE SÃO: Hipertermia 1) Generalizada Febre - Que conceituamos como elevação da temperatura corporal, acima de 37,7 graus, que é mediada pela elevação do limiar termoregulatório hipotalâmico ou Hipertermia quando a elevação da temperatura corporal acima do limiar Página 18 de 28- 04/08/11 hipotalâmico é secundária a dissipação de calor insuficiente. Como ocorres no exercício intenso, uso de drogas que inibem a perspiração ou na presença de aumento do calor ambiental. 2) Segmentar __ a hipertermia segmentar geralmente se acompanha de dor, rubor e eventualmente tumor, tendo em vista serem os processos inflamatórios as causas mais freqüentes de hipertermia segmentar. Outros exemplos de hipertermia segmentar são: hipertireoidismo (mãos quentes), cardiopatias hipercinéticas (extremidades), fístulas arteriovenosas (local ou região da fístula), tromboflebites etc. Hipotermia 1) Generalizada nos casos de má perfusão tissular primária (estados de choque) ou secundária a vasoconstrição por ansiedade, frio ambiental etc 2) Segmentar comum nos processos de oclusão arterial. A hipotermia segmentarpode ser encontrada nas síndromes paralíticas. A frialdade das extremidades (mãos e pés) é achado freqüente em pessoas normais (constitucional) e nos indivíduos simpaticotônicos e neuróticos. Existem aparelhos especiais que podem registrar com precisão a temperatura de diversos segmentos do corpo; são os chamados termômetros cutâneos, e que fornecem com alta fidelidade a temperatura cutânea do segmento que interessa investigar. UMIDADE DA PELE. A pele apresenta normalmente certo grau de umidade e oleosidade. Estudaremos separadamente as alterações da secreção líquida e da secreção sebácea. ALTERAÇÕES DA UMIDADE e DA SECREÇÃO SEBÁCEA DA PELE. Página 19 de 28- 04/08/11 1) Hiperidrose __ pode ser fisiológica, após exercícios, emoções, ambientes quentes ou consequência de febres, hipertireoidismo, fístulas arteriovenosas periféricas, dos distúrbios do sistema nervoso autônomo, decorrentes do uso de drogas simpaticomiméticas, de neuroses, de quadros dolorosos excruciantes, de choque enfim com quadros onde existe “hiperatividade simpática’. 2) Hipoidrose / anidrose - que é a diminuição ou ausência da sudorese encontrada na desidratação ou em nuropatias e dermatopatias crônicas, ictiose, esclerodermia, mixedema, avitaminose A, diabete, insuficiência renal crônica, intoxicação pela atropina. Em alguns grupos de pacientes como os idosos, que apresentam certo grau de atrofia das glândulas sudoríparas, esse achado pode ser considerado constitucional. A sudorese pode apresentar variações de coloração. Nos pacientes ictéricos, por exemplo, podemos, às vezes, observar sudorese amarelada. Outros distúrbios do metabolismo pigmentar podem provocar transpiração de coloração variada. O suor de odor forte e desagradável é denominado de bromidrose. Na mucoviscidose, teores de sódio no suor acima de 60 mEq/L possui grande valor para o diagnóstico da doença. Aumento da secreção sebácea, reconhecido pela oleosidade excessiva da pele, é chamado seborréia, condição que, ocasionalmente, pode acompanhar outras alterações da pele que por se acompanharem de prurido e de descamacão, é mais conhecida como dermatite seborréica. A hipoleosidade da pele confere à mesma uma aspereza discreta, anormalidade que será estudada na textura da pele. TEXTURA DA PELE. A textura corresponde à sensação que temos, quando deslizamos a mão levemente sobre a pele, e a encontramos lisa, aveludada, áspera, ou com outra qualquer qualidade contextual. Página 20 de 28- 04/08/11 1) Pele fina __ encontrada nos estados de senilidade, na esclerodermia, em regiões recentemente edemaciadas, no hipertireoidismo etc. 2) Pele áspera __ a pele das mão dos trabalhadores braçais, dos indivíduos que mantêm contato prolongado e permanente com o sol ou ambientes superaquecidos (pescadores, foguistas, etc.), mixedema, dermatoses crônicas, etc. TURGOR E ELASTICIDADE DA PELE. É a propriedade que a pele normal tem de, ao ser pinçada entre dois dedos, apresentar uma consistência tal que, quando desfeita a manobra, volte rapidamente ao lugar primitivo, sem deixar pregas residuais. 1) Aumento do turgor __ encontrado nos edemas, nas pessoas com excesso de panículo adiposo, etc. 2) Diminuição do turgor __ NÃO TRADUZ DESIDRATAÇÃO ! pessoas idosas (fisiológico), e como importante sinal nos estados de desidratação ou não em que ocorre depleção do sódio sérico (Hiponatremia dilucional). A pele normal é móvel em relação aos seus planos mais profundos com os quais entra em contato. A pele é menos móvel ou mesmo imóvel nos edemas, tumores malignos, na esclerodermia e nos locais onde exista retração cicatricial. Aumento da sua mobilidade pode ser vista em pessoas idosas, caquéticas, obesos que perderam quantidade apreciável de peso ou no abdome das multíparas. A pele hiperelástica tem como sua causa clássica as síndromes secundárias ao acometimento do colágeno como a síndrome de Ehlers-Danlos (cútis hiperelástica) ou o pseudoxantoma elástico que a exemplo da primeira é reconhecida pela presença de hiperelasticidade da pele. Página 21 de 28- 04/08/11 ESPESSURA. A espessura da pele está aumentada nos processos que conduzem à hipertrofia e diminuída nos estados atróficos. A pele atrófica caracteriza-se pelo aspecto mais translúcido assim como pela perda das suas dobras naturais. A pele é menos espessa nos velhos, nos recém-natos, na esclerodermia, nos pacientes com linfedema ou mixedema. O aumento da espessura cutânea costuma ser encontrado em processos de regeneração epitelial (cicatrizes) e nas hiperqueratoses. VASCULARIZAÇÃO. Em condições normais, podemos visualizar, a olho nu, relevos e trajetos de vasos de topografia superficial. Estes vasos são sempre mais facilmente visualizados em locais onde a pele é mais fina (lóbulo da orelha, asa do nariz, bolsa escrotal, etc.). As alterações do relevo e do trajeto das veias e das artérias, serão estudadas mais detalhadamente no capítulo do sistema cardiovascular. Página 22 de 28- 04/08/11 Achados físicos observados nos exame das mãos e seu significado clínico - Ivan da Costa Barros Variação no tamanho e forma das mãos DEDOS GRANDES E AMASSADOS: Acromegalia, Gargolismo (D. de Hurler), IRREGULARIDADES GROSSEIRAS DA FORMA E TAMANHO Doença de Paget, Neurofibromatose, Aracnodactilia, Hipoptuitarismo, Eunuquismo Sínd. Ehlers-Danos / pseudoxantoma elástico, Tuberculose, Hábito astênico, Osteogênese imperfeita DEDOS EM SALSICHA Artrite reumatóide, Raquitismo, Granulomas digitais (tuberculose, sífilis), DEDOS FUSIFORMES Fase inicial da Artrite reumatóide, Lúpus eritematoso sistêmico, Psoríase, Rubéola Sarcoidose, Osteoartrite DEDOS EM CONE Obesidade pituitária, Distrofia de Frölich AUMENTO UNILATERAL DA MÃO Aneurisma arteriovenoso, Sindrome de Malffucci MÃOS “QUADRADAS” E SECAS Cretinismo, Mixedema FALANGE DISTAL ÚNICA COM HIPERTROFIA Sarcoidose, Encurtamento do 40 e 50 metacarpianos (bradimetacarpalismo), Pseudohipoparatireoidismo, Pseudo- pseudohipoparatireoidismo Página 23 de 28- 04/08/11 ENCURTAMENTO E CURVATURA DO 50 DEDO (sinal de Du Bois) Mongolismo, “ Problemas comportamentais”, Gargolismo, MÁ-POSIÇÃO E ABDUÇÃO DO 50 DEDO Síndrome de Turner, Sindactilia, Malformação congênita do coração e grandes vasos, Múltiplas deformidades congênitas, Síndrome de Laurence-Moon-Biedl BAQUETEAMENTO DIGITAL Endocardite infecciosa subaguda, Tuberculose pulmonar, Fistula arterio- venosa pulmonar, Abscessos pulmonares, Cistos pulmonares, Enfisema bolhoso, Osteoartropatia hipertrófica pulmonar, Carcinoma broncogênico, Bloqueio alveolocapilar, Fibrose pulmonar, Sarcoidose, Beriliose, Esclerodermia, Asbestose, Cardiopatias congênitas, inflamatória intestinal, Disenterias infecciosas (amebiana, basilar ou parasítica), Cirrose hepática, Mixedema, Policitemia, Infecção urinária crônica (alta ou baixa) - nefrite crônica, Hiperparatireoidismo, Osteoartrites, S. de Reiter, Dermatomiosite, Esclerodermia, Artrite reumatóide, Lupus, Febre reumática Gota, Psoríase, Doença do soro, Edema da mão, Insuficiência cardíaca, Hepatopatia crônica, Nefropatia (nefrite e nefrose), Hemiplegia, Siringomielia, Sindrome da veia cava superior, aneurismas da aorta, costela cenvical, Tumor mediastinal, PANCOAST com compressão vascular, Anasarca, hipoproteinemia, Linfedema pos operatório (mastectomia radical), Paralisia isquêmica (fria,cianótica, edemaciada edormente), Obstrução linfática (linfomas e outras massas axilares), Compressões vasculares (aneurismas, etc), Sind.de Raynaud,Miosite, Efeitos neuromusculares ATROFIA INDOLOR: Esclerose lateral amiotrófica, Atrofia Charcot-Marie-Tooth, Siringomielia, Neurite por hanseníase, Página 24 de 28- 04/08/11 DOLOROSA: Disfunção do nervo radial:( intox pelo chumbo, alcoolismo, polineurite ou trauma) Difteria, poliarterite,neurosífilis e poliomielite), DISFUNÇÃO DO NERVO MEDIANO: Síndrome do tunel do carpo: Artrite reumatóide, Tenossinovite do punho, Amiloidose, Gota, Plasmocitoma, Mixedema, Pós reação anafilática, Síndrome ombro-mão , infarto do miocárdio, Tumor de Pancoast, Tumor cerebral, Senilidade, Hemiplegia, Osteoartrite, Herpes zoster, CONTRATURAS ISQUEMICAS (perda sensitiva dos dedos) Poliarterite nodosa, Polineurite, Carcinoma de pulmão , Doença de Hodgkin, Gravidez, Carcinoma de estômago, Diabetes mellitus, Neurite química (antimonio, benzeno, bismuto, tetracloreto de carbono, metais pesados, álcool, arsenico, chumbo, ouro, emetina), Neuropatia isquêmica, Deficiência de vitamina B TETANIA CARPOPEDAL OU CARPO-DIGITAL Hipoparatireoidismo, Hiperventilação, Uremia, Nefropatias (nefrites ou nefroses) Raquitismo / Osteomalácia, Síndromes disabsortivas, Lactação, Vômitos persistentes, estenose pilórica, Intoxicação por álcalis, morfina, chumbo, alcool Tremor, Parkinsonismo, Atetose, Coreia de Sydenham , Hipoglicemia, Hipertireoidismo, Doença de Wilson, Ansiedade, Esclerose múltipla, Lesão cerebelar, Coma hepático, Frio fadiga, Lesões do núcleo vermelho ALTERAÇÃO DA COR Cianose - F. de Raynaud. Policitemia, Síndromes isquêmicas etc (ver capítulo de cianose) Página 25 de 28- 04/08/11 Palidez - Anemia, insuficiência aórtica, vasoespasmo, ansiedade, tabagismo Rubor - Pelagra, policitemias, eritromelalgia, acrodinia, D. de Swift, leucemia linfocítica Pigmentação sobre as veias do dorso - D. de Hodgkin Melanose difusa - a D. de Addison, melanosarcoma Pigmentação acinzentada - Argiria Palmas amareladas - Anemia perniciosa, carotenose Despigmentação- Vitiligo, pinta, esclerodermia, dermatomiosite, pós- dermatite Manchas purpúricas - de Osler (telangiectasia hemorrágica familiar), D. de Peutz-Jeghers, endocardite infecciosa, púrpura trombocitopênica, ACHADOS DE EXAME FÍSICO NAS MÃOS: Contratura de Dupuytren Diabetes, epilepsia, cirrose, D. de Raynaud, S. escaleno anticus, Pós infarto do miocardio, Siringomielia e em pessoas normais Xantomatose - Hipercolesterolemia, Diabetes mellitus, Pancreatite crônica, Mixedema, D. de Hand-Christian-Schüller, Gaucher e Nieman- Pick Eritema palmar - Cirrose hepática, gravidez, alcoolismo, insuficiência mitral, Artrite reumatóide Policitemia, Diabete mellitus, Tuberculose (acroeritrose), Deficiência de vitamina B, Hiperestrogenismo, Beri- beri, Síndrome ombro-mão, Toxicidade por arsênico e 3 a 5 % das pessoas normais. Dor - Neurites pp. alcoólica, Síndrome do túnel do carpo (nervo mediano), PREGAS PALMARES ANORMAIS Prega única transversa - Mongolismo, esclerodactilia congênita Página 26 de 28- 04/08/11 Prega azulada - Púrpura Prega pálida, brancacenta ou prateada - Anemia com Hb < 7 g%, Prega marron escura - D. de Addison Petéquias - Discrasias sanguíneas, púrpura, endocardite infecciosa, escorbuto, deficiências de vitamina, premenstrual, LESÕES DE JANEWAY NÓDULOS DE OSLER Endocardite infecciosa CALOSIDADES – ocupacional , Dermatomiosite ALTERAÇÕES DA TEMPERATURA DAS MÃOS Aumentada: aneurismas arteriovenosos, hipertireoidismo, febre, estados hipermetabólicos, D. de Paget, Eritromelalgia (cardiopatia hipertensiva, gota, diabetes, artrite reumatóide, policitemia) Diminuida: Choque, hipotireoidismo, oclusão arterial, siringomielia, esclerodermia, dermatomiosite, Lupus, Fen. de Raynaud, Neurastenia, Vasculopatia obstrutiva, acrocianose. PULSOS CAPILARES (pulso de Quincke) insuficiência aórtica, hipertireoidismo, insuficiência cardiaca de alto débito, anemia, febre alta ULCERAS NAS MÃOS: Esclerodermia, esporotricose, antrax, actinomicose, tuberculose, sifilis, coccidioidomicose, tularemia, leishmaniose e blastomicose. Página 27 de 28- 04/08/11 Exemplos de anormalidades dos dedos : Página 28 de 28- 04/08/11 Sem baqueteamento Com baqueteamento digital digital EXEMPLOS DE ANORMALIDADES UNGUEAIS
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