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AULA 12 HDB 2017.2 Aline

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HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO Semana 12
O Golpe Militar de 1964 e a instalação do regime autoritário.
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O GOVERNO DE JANGO
(1961-1964)
Após a renúncia de Jânio Quadros, ocorrida em 25 de agosto de 1961, os três ministros militares manifestaram-se contra a posse de João Goulart, os três ministros militares manifestaram-se contra a posse de João Goulart devido a suas posições políticas, consideradas de esquerda. Imediatamente, o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, apoiado pelo comandante do III Exército, José Machado Lopes, formou a Cadeia da Legalidade ou Campanha da Legalidade, dispondo-se a lutar pela posse do vice-presidente. Esta posição contou com o apoio de vários oficiais-generais que serviam em outros pontos do país. O impasse foi superado por meio de uma SOLUÇÃO DE COMPROMISSO com a adoção provisória do sistema parlamentarista, com o qual João Goulart iniciou seu governo, em 7 de setembro de 1961.
O GOVERNO DE JANGO
(1961-1964)
Plano trienal: dezembro de 1962 estabelecia regras para o controle do déficit público e diminuir a inflação.
Realizado em 6 de janeiro de 1963, o plebiscito restaurou o presidencialismo. 
Programa de Reforma de Base: reforma agrária, universitária, eleitoral e urbana, nacionalização das empresas estrangeiras e o controle do lucro remetido para o exterior.
Comício de 13 de março de 1964: Estação Central do Brasil (RJ)o presidente assinou publicamente dois decretos:
A encampação de todas as refinarias particulares de petróleo.
Criação da Supra (Superintendência de Reforma Agrária).
Reação: Marcha da Família com Deus pela liberdade.
 25 de março de 1964 – Revolta dos marinheiros. 
Em 31 de março, um golpe militar pôs fim ao governo de Jango.
Presidente João Goulart na Reunião dos Sargentos no dia 30 de março.
OS PRESIDENTES MILITARES
Governo Castello Branco (1964-1967) 
Governo Costa e Silva (1967-1969)
Governo Médici (1969-1974) 
Governo Geisel (1974-1979) 
Governo Figueiredo (1979-1985) 
Os Atos Institucionais
São uma invenção do governo militar que não estava prevista na Constituição de 1946 nem possuía fundamentação jurídica. Justificavam as ações cometidas pelo governo. 
O AI-1 cassar os mandatos de deputados e suspender os direitos políticos de qualquer cidadão por dez anos. Modifica o mandato presidencial.
O AI-2 – Em27 de outubro de 1965, extinguiu todos os partidos políticos. O povo não tinha mais o direito de eleger o presidente, que agora podia decretar estado de sítio por 180 dias sem precisar consultar o Congresso. 
O AI-3 - Em 5 de fevereiro de 1966, acabou com as eleições diretas para governador e prefeito, cargos seriam ocupados por pessoas escolhidas pelos militares. 
O AI-4 - Em 7 de dezembro, convocou o Congresso a discutir, votar e promulgar uma nova Constituição. 
O AI-5 - o mais radical, de 13 de dezembro de 1968. O presidente podia intervir nos estados e nos municípios sem respeitar os limites impostos pela constituição, cassar qualquer mandato eletivo, confiscar os bens de quem ele julgasse que tivesse enriquecido ilicitamente e suspender a garantia de habeas corpus de qualquer um. Naquele mesmo dia, o Congresso entrou em recesso forçoso por tempo indeterminado. Imediatamente, diversos jornalistas e políticos contrários ao governo foram presos, inclusive Juscelino Kubitschek e Carlos Lacerda.
AI 13 e 14 - 05 de setembro de 1969. O AI 13 estabelecia que todos os presos políticos trocados por dignatários seqüestrados seriam banidos do território brasileiro e o AI 14 que tornava as penas de morte, de prisão perpétua e de banimento aplicáveis não somente no caso de guerra externa, mas também nos casos de guerra psicológica, guerra adversa revolucionária ou subversiva.
O AI-17 – Em 14 de outubro de 1969, estabelecia o direito de aposentar militares que atuassem contra a “coesão das forças armadas” . 
O AI 01:
É indispensável fixar o conceito do movimento civil e militar que acaba de abrir ao Brasil uma nova perspectiva sobre o seu futuro. O que houve e continuará a haver neste momento, não só no espírito e no comportamento das classes armadas, como na opinião pública nacional, é uma autêntica revolução.
A revolução se distingue de outros movimentos armados pelo fato de que nela se traduz, não o interesse e a vontade de um grupo, mas o interesse e a vontade da Nação.
O AI 01:
A revolução vitoriosa se investe no exercício do Poder Constituinte. Este se manifesta pela eleição popular ou pela revolução. Esta é a forma mais expressiva e mais radical do Poder Constituinte. Assim, a revolução vitoriosa, como Poder Constituinte, se legitima por si mesma. Ela destitui o governo anterior e tem a capacidade de constituir o novo governo. Nela se contém a força normativa, inerente ao Poder Constituinte. Ela edita normas jurídicas sem que nisto seja limitada pela normatividade anterior à sua vitória. Os Chefes da revolução vitoriosa, graças à ação das Forças Armadas e ao apoio inequívoco da Nação, representam o Povo e em seu nome exercem o Poder Constituinte, de que o Povo é o único titular. O Ato Institucional que é hoje editado pelos Comandantes-em-Chefe do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, em nome da revolução que se tornou vitoriosa com o apoio da Nação na sua quase totalidade, se destina a assegurar ao novo governo a ser instituído, os meios indispensáveis à obra de reconstrução econômica, financeira, política e moral do Brasil, de maneira a poder enfrentar, de modo direto e imediato, os graves e urgentes problemas de que depende a restauração da ordem interna e do prestígio internacional da nossa Pátria. A revolução vitoriosa necessita de se institucionalizar e se apressa pela sua institucionalização a limitar os plenos poderes de que efetivamente dispõe.
Fica, assim, bem claro que a revolução não procura legitimar-se através do Congresso. Este é que recebe deste Ato Institucional, resultante do exercício do Poder Constituinte, inerente a todas as revoluções, a sua legitimação.
AI 01
Em nome da revolução vitoriosa, e no intuito de consolidar a sua vitória, de maneira a assegurar a realização dos seus objetivos e garantir ao País um governo capaz de atender aos anseios do povo brasileiro, o Comando Supremo da Revolução, representado pelos Comandantes-em-Chefe do Exército, da Marinha e da Aeronáutica resolve editar o seguinte.
Art. 2º - A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República, cujos mandatos terminarão em trinta e um (31) de janeiro de 1966, será realizada pela maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, dentro de dois (2) dias, a contar deste Ato, em sessão pública e votação nominal.
§ 1º - Se não for obtido o quorum na primeira votação, outra realizar-se-á no mesmo dia, sendo considerado eleito quem obtiver maioria simples de votos; no caso de empate, prosseguir-se-á na votação até que um dos candidatos obtenha essa maioria.
§ 2º - Para a eleição regulada neste artigo, não haverá inelegibilidades.
Art. 3º - O Presidente da República poderá remeter ao Congresso Nacional projetos de emenda da Constituição.
Parágrafo único - Os projetos de emenda constitucional, enviados pelo Presidente da República, serão apreciados em reunião do Congresso Nacional, dentro de trinta (30) dias, a contar do seu recebimento, em duas sessões, com o intervalo máximo de dez (10) dias, e serão considerados aprovados quando obtiverem, em ambas as votações, a maioria absoluta dos membros das duas Casas do Congresso.
O AI 01
Art. 4º - O Presidente da República poderá enviar ao Congresso Nacional projetos de lei sobre qualquer matéria, os quais deverão ser apreciados dentro de trinta (30) dias, a contar do seu recebimento na Câmara dos Deputados, e de igual prazo no Senado Federal; caso contrário, serão tidos como aprovados.
Parágrafo único - O Presidente da República, se julgar urgente a medida, poderá solicitar que a apreciação do projeto se faça, em trinta (30) dias, em sessão conjunta do Congresso Nacional, na forma prevista neste artigo.
Art. 5º -
Caberá, privativamente, ao Presidente da República a iniciativa dos projetos de lei que criem ou aumentem a despesa pública; não serão admitidas, a esses projetos, em qualquer das Casas do Congresso Nacional, emendas que aumentem a despesa proposta pelo Presidente da República.
Art. 6º - O Presidente da República, em qualquer dos casos previstos na Constituição, poderá decretar o estado de sítio, ou prorrogá-lo, pelo prazo máximo de trinta (30) dias; o seu ato será submetido ao Congresso Nacional, acompanhado de justificação, dentro de quarenta e oito (48) horas.
Art. 7º - Ficam suspensas, por seis (6) meses, as garantias constitucionais ou legais de vitaliciedade e estabilidade.
Art. 10 - No interesse da paz e da honra nacional, e sem as limitações previstas na Constituição, os Comandantes-em-Chefe, que editam o presente Ato, poderão suspender os direitos políticos pelo prazo de dez (10) anos e cassar mandatos legislativos federais, estaduais e municipais, excluída a apreciação judicial desses atos. (Vide Ato Institucional nº 6, de 1969). 10 - No interesse da paz e da honra nacional, e sem as limitações previstas na Constituição, os Comandantes-em-Chefe, que editam o presente Ato, poderão suspender os direitos políticos pelo prazo de dez (10) anos e cassar mandatos legislativos federais, estaduais e municipais, excluída a apreciação judicial desses atos. (Vide Ato Institucional nº 6, de 1969) (Vide Lei Complementar nº 5, de 1970)
Rio de Janeiro-GB, 9 de abril de 1964.
Gen. Ex. ARTHUR DA COSTA E SILVA 
Tem. Brig. FRANCISCO DE ASSIS CORREIA DE MELLO 
Vice-Alm. AUGUSTO HAMANN RADEMAKER GRUNEWALD 
O MOVIMENTO SE DIVIDE
Desde o início do Golpe ficou caracterizada a formação de dois grupos diferentes dentro do movimento, com a ruptura da unidade entre os militares. Eram eles:
Grupo de Sorbonne - grupo que lidera os primeiros momentos do Golpe. Tinha inclinações "democrático-conservadoras", acreditando que seria necessário purificar o país contra as forças populistas e comunistas, para, então, devolver o poder aos civis. 
Linha-Dura - defendia ações duras contra os opositores. Entendiam que a democracia não era algo possível naquele momento histórico. É a mudança de domínio desses grupos que explica as diversas etapas do período da ditadura militar.
AS ASSOCIAÇÕES POLÍTICAS
A partir de 1965 somente era permitida a existência de duas associações políticas nacionais, e nenhuma delas podia usar a palavra “partido”. 
ARENA:
Aliança Renovadora NacionalAliança Renovadora Nacional, base de sustentação civil do regime militar, formada majoritariamente pela União Democrática NacionalAliança Renovadora Nacional, base de sustentação civil do regime militar, formada majoritariamente pela União Democrática Nacional (UDN) e alguns egressos mais conservadores do Partido Social Democrático PSD.
MDB:
Movimento Democrático BrasileiroMovimento Democrático Brasileiro (MDB), que tinha a função de fazer uma oposição "bem-comportada" - porém abrigando os militantes do PCB que estava na ilegalidae.
A Constituição de 1967
A sexta Constituição brasileira foi outorgada em 24 de janeiro de 1967 e posta em vigor em 15 de março do mesmo ano. A forma federalista do Estado foi mantida, todavia com maior expansão da União. 
Mesmo tendo por primeira tarefa a de normalizar a ordem constitucional, também tinha por pretensão institucionalizar e legalizar o regime militar, aumentando a influência do Poder do Executivo sobre o Legislativo e Judiciário.
Na separação dos poderes foi dada maior ênfase ao Executivo que passou a ser eleito indiretamente por um colégio eleitoral.
Alterou-se a estrutura do processo legislativo, surgindo o regime da legislação delegada e dos decretos-leis. ... “A Constituição de 1967 sofreu diversas emendas, porém, diante de diversos atos institucionais e complementares, cogitou-se de uma unificação do seu texto. Até então haviam sido promulgados dezessete atos institucionais e setenta e três atos complementares. 
 
A Constituição de 1967
Conferiu somente ao Executivo o poder de legislar em matéria de segurança e orçamento.
Estabeleceu a pena de morte para crimes de segurança nacional; 
Criação de novos instrumentos legais como os decretos-leis e as leis delegadas.
Restringiu o direito de greve; 
Ampliou o papel da justiça Militar
Em 17.10.1969 foi promulgada a Emenda N.º 1 à Constituição de 1967, combinando com o espírito dos atos institucionais elaborados. Esta Emenda é vista por muitos doutrinadores como uma nova constituição. 
Comparada com a Constituição de 1946 a Constituição de 24 de janeiro de 1967 apresenta graves retrocessos:
a) suprimiu a liberdade de publicação de livros e periódicos ao afirmar que não seriam tolerados os que fossem considerados (a juízo do governo) como de propaganda de subversão da ordem - art. 150 8º);
b) restringiu o direito de reunião facultando à policia o poder de designar o local para ela. 
c) estabeleceu o foro militar para os civis na mesma linha da emenda constitucional ditada pelo Ato institucional n.º 2, art. 122. 1º. 
d) criou a pena de suspensão dos direitos políticos, declarada pelo Supremo Tribunal Federal, para aquele que abusasse dos direitos políticos ou dos direitos de manifestação do pensamento, exercício de trabalho ou profissão, reunião e associação, para atentar contra a ordem democrática ou praticar a corrupção - art. 151. (Essa competência punitiva do Supremo era desconhecida pelo Direito Constitucional brasileiro);
e) manteve todas as punições, exclusões e marginalizações políticas decretadas sob a égide dos Atos Institucionais. (O reencontro do caminho democrático só começou com Anistia, alcançada cm 1 979. Isto porque foi justa mente a Anistia que acabou com os efeitos de todas essas medidas ditatoriais).
O bêbado e o equilibrista
João Bosco e Aldir Blanc
Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos
A lua, tal qual a dona de um bordel
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel
E nuvens, lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco
Louco, o bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Pra noite do Brasil, meu Brasil
Que sonha com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora a nossa pátria, mãe gentil
Choram Marias e Clarices
No solo do Brasil
Mas sei que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança
Dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha
Pode se machucar
Azar, a esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
Tem que continuar
Betinho, irmão do Henfil
Sociólogo, fundador do Movimento Ação da Cidadania contra Fome e a Miséria (1935-1997)
O DIREITO NO BRASIL NO PÓS-SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: O "GOLPE DENTRO DO GOLPE" E A EXACERBAÇÃO AUTORITÁRIA
AI-5 - ANTECEDENTES HISTÓRICOS
No final de 1968, a ditadura enfrentava enorme isolamento. As manifestações estudantis daquele ano haviam reduzido a quase zero o apoio do regime militar na classe média. As greves de Osasco e de Contagem, o Movimento Intersindical contra o Arrocho, sinalizavam a retomada das lutas operárias, enquanto a oposição tornava-se mais crítica. 
1968 “O ano que não acabou” :na Europa multiplicavam-se as manifestações de estudantes lutando por profundas mudanças na sociedade. No Brasil, a chamada “linha dura” passou a defender o fechamento político completo e a agir de forma cada vez mais audaciosa, planejando atentados terroristas, com o objetivo de lançar a culpa na esquerda e forçar o fechamento político (episódio Para-Sar). 
A Revolução na Revolução (1968)
ALN- Aliança de Libertação Nacional. Carlos Mariguella.
MR-08 – Movimento Revolucionário 08 de outubro.
VPR – Vanguarda Popular Revolucionária. Lamarca.
Houve uma grande onda de protestos nas principais cidades do país, a maioria organizada por estudantes. Greves em Osasco (SP) e em Contagem (MG) mexeram com a economia nacional. Formou-se a Frente Ampla, uma aliança entre Jango, Juscelino Kubitschek
e Carlos Lacerda contra o regime. O estudante secundarista Édson Luís morreu no Rio de Janeiro, por causa de um desentendimento em um restaurante, o que originou confrontos entre policiais e estudantes. O movimento estudantil, juntamente com a Igreja e setores da sociedade civil, promoveu a Passeata dos Cem Mil, a maior mobilização pública contra o regime militar.
Depois disso, o deputado Márcio Moreira Alves, do MDB, convocou a população a não participar das festividades do dia 7 de setembro de 1968.
Sob o pretexto de que o deputado Márcio Moreira Alves (MDB-GB) pronunciara um discurso ofensivo ao Exército, exigiu da Câmara licença para que ele fosse processado - na prática, a cassação de seu mandato. Diante da negativa da Câmara, o marechal Costa e Silva editou o AI-5 - o golpe dentro do golpe, o endurecimento da ditadura. Desencadeou-se feroz repressão política em todo o país, com a supressão de todas as liberdades democráticas e a institucionalização da tortura contra os opositores do governo. O Congresso foi fechado e dezenas de parlamentares, cassados. O Supremo Tribunal Federal sofreu intervenção, com o afastamento de vários ministros. A censura instalou-se em todas as redações de jornais.
O AI-05
O Ato Institucional Nº 5, ou simplesmente AI 5, que entrou em vigor em 13 de dezembro de 1968 durante o governo de Costa e Silva (1967-1969), era o mais abrangente e autoritário de todos os outros atos institucionais, e na prática revogou os dispositivos constitucionais de 67, além de reforçar os poderes discricionários do regime militar. A partir desta data, a repressão política não teria mais freios. O AI-5 só foi revogado em 1979, no governo do general Ernesto Geisel.
“São mantidas a Constituição de 24 de janeiro de 1967 e as Constituições Estaduais; 
Art. 2º. O Presidente da República poderá decretar a intervenção nos estados e municípios, sem as limitações previstas na Constituição, suspender os direitos políticos de quaisquer cidadãos pelo prazo de 10 anos e cassar mandatos eletivos federais, estaduais e municipais, e dá outras providências”. 
O AI-05
§ 1º - Decretado o recesso parlamentar, o Poder Executivo correspondente fica autorizado a legislar em todas as matérias e exercer as atribuições previstas nas Constituições ou na Lei Orgânica dos Municípios.
§ 2º - Durante o período de recesso, os Senadores, os Deputados federais, estaduais e os Vereadores só perceberão a parte fixa de seus subsídios.
§ 3º - Em caso de recesso da Câmara Municipal, a fiscalização financeira e orçamentária dos Municípios que não possuam Tribunal de Contas, será exercida pelo do respectivo Estado, estendendo sua ação às funções de auditoria, julgamento das contas dos administradores e demais responsáveis por bens e valores públicos.
Art. 3º - O Presidente da República, no interesse nacional, poderá decretar a intervenção nos Estados e Municípios, sem as limitações previstas na Constituição.
Parágrafo único - Os interventores nos Estados e Municípios serão nomeados pelo Presidente da República e exercerão todas as funções e atribuições que caibam, respectivamente, aos Governadores ou Prefeitos, e gozarão das prerrogativas, vencimentos e vantagens fixados em lei.
Art. 4º - No interesse de preservar a Revolução, o Presidente da República, ouvido o Conselho de Segurança Nacional, e sem as limitações previstas na Constituição, poderá suspender os direitos políticos de quaisquer cidadãos pelo prazo de 10 anos e cassar mandatos eletivos federais, estaduais e municipais.
Parágrafo único - Aos membros dos Legislativos federal, estaduais e municipais, que tiverem seus mandatos cassados, não serão dados substitutos, determinando-se o quorum parlamentar em função dos lugares efetivamente preenchidos.
O AI-05
Art. 5º - A suspensão dos direitos políticos, com base neste Ato, importa, simultaneamente, em: (Vide Ato Institucional nº 6, de 1969)
I - cessação de privilégio de foro por prerrogativa de função;
II - suspensão do direito de votar e de ser votado nas eleições sindicais;
III - proibição de atividades ou manifestação sobre assunto de natureza política;
IV - aplicação, quando necessária, das seguintes medidas de segurança:
a) liberdade vigiada;
b) proibição de freqüentar determinados lugares;
c) domicílio determinado,
Art. 5º § 1º - O ato que decretar a suspensão dos direitos políticos poderá fixar restrições ou proibições relativamente ao exercício de quaisquer outros direitos públicos ou privados. (Vide Ato Institucional nº 6, de 1969)
O Declínio da Luta Armada
Guerrilha do Caparaó (1966-1967).
Guerrilha do Araguaia (1970-1971)- Marabá.
Carlos Marighella morre em 1969.
Lamarca morre em 1971.
CASO CONCRETO
O Jornal do Brasil (na época um dos jornais mais importantes do país) do dia 14 de dezembro de 1968 noticiou sobre o dia anterior, a sexta-feira do dia 13 de dezembro de 1968 os seguintes trechos:
a) Em destaque a manchete da primeira página: ?Governo baixa Ato Institucional e coloca Congresso em recesso por tempo ilimitado.? No centro, logo abaixo, a frase: ?Tradição que se renova?.
b) No lado esquerdo da mesma página, a notícia sobre meteorologia afirmava: ?Tempo negro. Temperatura sufocante. O ar está irrespirável. O país está sendo varrido por fortes ventos. Max: 38º, em Brasília. Mín: 5º nas Laranjeiras.? 
c) À Direita, ainda na primeira página, outra pequena manchete informava: ?Ontem foi o Dia dos Cegos.?
É possível identificar nas três notícias acima que a ausência de liberdade de expressão dos ?Anos de Chumbo? tornaria cada vez mais difícil o trabalho da imprensa nos dias que estariam por vir. 
Neste sentido, pergunta-se:
a) É possível correlacionar a notícia meteorológica com o que significou o AI-5 no contexto político do período? Explique.
b) O que representa a frase ?Tradição que se renova? naquele contexto?
c) A Constituição de um Estado Democrático de Direito pode veicular normas que reproduzam o teor das normas do Ato Institucional nº 5?
Resolva as questões objetivas 1,2 e 4 do capítulo 8 de seu Livro Didático.
EMENDA CONSTITUCIONAL DE 1969
17 de outubro de 1969: A junta militar que governava o país (presidente Costa e Silva no governo entre 1967 e 1969 havia sofrido um derrame), aprova uma Emenda à Constituição de 1967 que restringia ainda mais os direitos fundamentais e para importantes historiadores e constitucionalistas, acabou por estabelecer uma nova Constituição mais adequada à vertente militar de linha-dura. 
O “milagre econômico”
Entre 1968 e 1973 o país experimentou um rápido, desenvolvimento econômico. O PIB cresceu, em termos médios, de 3,7% de 1962 a 1967 para 11,3% nos anos de 1968 a 1974, sendo a indústria o principal responsável por esse boom, expandindo-se a taxas de 12,6% anuais. A inflação atingiu os menores índices desde os anos 50 (Baer, 1996). Porém, a concentração de renda aumentou significativamente em relação aos períodos anteriores. 
O crescimento econômico caracterizou-se pela grande participação do Estado na economia em vários pontos da cadeia produtiva de diversos setores industriais. As estatais de aço, mineração e produtos petroquímicos representavam quase 80% da capacidade geradora de energia do país. 
A gradual distensão do regime
Neste ponto vamos analisar o denominado processo de "distensão", iniciado por Ernesto Geisel e continuado por João Figueiredo, como uma "saída" para que as Forças Armadas se retirassem dignamente do poder. 
Por intermédio da adoção de um conjunto de medidas políticas liberalizantes, cuidadosamente controladas pelo regime, foram tomadas medidas tais como a suspensão parcial da censura prévia aos meios de comunicação e a revogação gradativa de alguns dos mecanismos mais explícitos de coerção legal presentes no conjunto das leis em vigor, que cerceavam as liberdades públicas e democráticas e os direitos individuais e constitucionais.
 
Referências
ANGELOZZI, Gilberto. História do Direito no Brasil. Rio de Janeiro: Freitas Bastos,2009. Capítulo 11.
PEDROSA, Ronaldo Leite.
Direito em História. 6. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris. 2008. (Capítulo XII )
CASTRO, Flávia Lages. História do Direito, Geral e Brasil. 6. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008. (Capítulo XVIII )
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 13.ed. São Paulo: EDUSP, 2008. Capítulo 9.

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