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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS GEOLOGIA GERAL APLICADA A ENGENHARIA HÍDRICA LUIS EDUARDO A.S. SUZUKI Geologia? Petrologia? Mineralogia? Minerais primários? Minerais secundários? Pedologia? ALGUNS CONCEITOS Geologia (do grego Geo = Terra; logos = ciência) é a ciência da Terra. Petrologia e Mineralogia são ramos da Geologia que estudam respectivamente as rochas e minerais. Os minerais constituem as rochas. No solo há minerais provenientes das rochas (minerais primários) e minerais formados a partir da alteração dos minerais primários (minerais secundários). A Pedologia consiste no estudo do solo (Pedo = solo) e é considerada uma ciência, não sendo portanto um ramo da Geologia. CARACTERÍSTICAS DO GLOBO TERRESTRE A Terra tem forma elipsóide mais achatada nos pólos. O seu raio médio é de 6370 km. O relevo da superfície terrestre mostra um desnível máximo da ordem de 20 km (maior altitude: Monte Everest - 8850 m, e maior depressão: fossa das Filipinas – 11510 m). Considerando-se que os continentes têm uma altitude média de 800 m e os mares uma profundidade média de 3800 m, o desnível médio na crosta terrestre é de apenas 4,6 km. Foto tirada do espaço pela NASA em outubro de 1993, mostra-se as faces norte (lado claro) e sul (lado com sombras) do Everest. O monte Everest é a mais alta montanha da Terra. Está localizado na cordilheira do Himalaia, na fronteira entre a República Popular da China e o Nepal. COMO SURGIU A TERRA? No primeiro dia Deus criou o ceu, a terra, o dia e a noite. No segundo dia as águas. No terceiro criou as árvores frutíferas. No quarto criou-se o sol , a lua e as estrelas. No quinto dia os animais marinhos e selvagens. E no sexto fez os seres humanos. Já no sétimo Deus descansou. O universo surgiu há aproximadamente 15 bilhões de anos, através de uma grande explosão, chamada “Big Bang”. Esta explosão projetou gases em um volume de espaço muito grande. À medida que a temperatura diminuiu, começou a formação de prótons, elétrons e nêutrons, e depois dos átomos dos elementos. Os elementos formados primeiro foram os mais leves, no caso, Hidrogênio e Hélio. Estes dois elementos químicos se formaram rapidamente após o Big Bang, provavelmente nos primeiros 100 segundos (isto é, menos de 2 minutos após o Big Bang). Ao projetar a matéria do universo, a explosão do Big Bang provavelmente provocou um grande momento angular, isto é, produziu “rodamoinhos” que fizeram com que porções de matéria girassem em torno de um centro. Com o esfriamento do universo, esta matéria dispersa se aglomerou em nuvens de gás. Aos poucos, estas nuvens começaram a se adensar até que, a partir de uma certa densidade crítica, o campo gravitacional de seus centros produziram um colapso gravitacional. Este colapso gerou uma quantidade enorme de calor, e assim se formaram as primeiras estrelas. Este calor advém de reações nucleares que ocorrem no núcleo do planeta, e é responsável por um grupo de processos que ocorrem no planeta, chamado de dinâmica interna da Terra. Entre os processos deste grupo estão a formação do magma e suas correntes, o movimento das placas tectônicas, a formação de montanhas, etc. O Sol é a fonte de calor externo, e está envolvida em processos que são conhecidos, em seu conjunto, como dinâmica externa da Terra. POR QUE ENTENDER A DINÂMICA INTERNA E EXTERNA DA TERRA? A dinâmica interna da Terra é importante para se entender a origem dos minerais e das rochas ígneas. A dinâmica externa para se entender o intemperismo, que provoca a alteração das rochas, o transporte e deposição de seus produtos e a formação das rochas sedimentares. Os processos metamórficos (que formam as rochas metamórficas) podem estar relacionados à dinâmica interna e externa da Terra. Os elementos químicos mais abundantes do planeta são: ferro (que pode existir como metal, como óxido, ou silicato, ou sulfeto - hematita, especularira), oxigênio (geralmente, combinado com outros elementos, especialmente com o sílicio), silício, magnésio (geralmente como óxido ou silicato-quartzos), níquel (como liga junto ao ferro, silicato junto ao magnésio, ou sulfeto junto ao ferro-piritas,galena), enxofre (nos sulfetos), cálcio (como óxido ou silicato) e alumínio. Estes oito elementos, juntos, compõem cerca de 90% da massa do nosso planeta. ESTRUTURA INTERNA DA TERRA Núcleo Interno Núcleo Externo Manto Crosta As sondagens profundas realizadas na crosta da Terra atingiram até hoje, no máximo, 12 km. Apesar da marca impressionante, quando comparada com o raio da Terra (6.378 km), ela é desprezível. Assim, a maior parte do conhecimento sobre a estrutura interna da Terra foi indiretamente obtido pelo estudo das ondas de propagação sísmica e de outros processos associados à dinâmica interna, como os produtos ejetados por vulcões durante as erupções. CAMADAS DA TERRA O núcleo é dividido em interno e externo. A distância entre a superfície da Terra e o centro é de 6.400 km. O núcleo interno se estende do centro da Terra até 5.100 km, e o externo de 5.100 a 2.900 km. Acredita-se que o núcleo interno seja constituído por uma liga metálica em estado sólido, provavelmente de ferro-níquel, e sua densidade estimada corresponda à densidade calculada de 11,5 g cm-3, enquanto o núcleo externo deve conter algum outro elemento de peso atômico menor, pois sua densidade é 10 g cm-3. O núcleo externo é líquido. Envolvendo o núcleo está o manto. A descontinuidade de Gutenberg separa estas duas camadas, a aproximadamente 2.900 km de profundidade. O limite superior do manto é definido por outra descontinuidade, a de Mohorovicic (Moho), que a separa do manto. Esta última descontinuidade também é chamada de Moho, e sua profundidade não é constante, sendo de 5 a 10 km nas áreas oceânicas e de 30 a 80 km nas áreas continentais. Por isto, as sondagens para estudo do manto são geralmente realizadas no leito oceânico, apesar das dificuldades de embarcar os equipamentos de sondagem em navios e plataformas. O manto se divide em manto inferior (de 2.900 km a 650 km), manto transicional (de 650 a 400 km) e manto superior (de 400km até a descontinuidade Moho). A densidade do manto superior varia entre 3,2 g cm-3 a 3,7 g cm-3. Esta densidade coincide com as das rochas ultramáficas, ricas em olivinas magnesianas e piroxênios. Entre o Moho e uma profundidade de 400 km observa-se uma diminuição na velocidade das ondas sísmicas, e esta zona foi denominada de zona de baixa velocidade. Acredita-se que as rochas máficas têm sua origem ali, principalmente o peridotito (olivina + piroxênio) e o eclogito (granada + piroxênio). Esta zona de baixa velocidade possui uma pequena quantidade de líquido, em torno de 2% no máximo. Embora pequena, nas condições que dominam esta camada, é suficiente para que seu comportamento seja mais plástico. Esta parte é chamada de astenosfera. Envolvendo o manto encontra-se a crosta. É a camada mais externa da Terra e que pode ser subdividida em dois tipos conforme sua composição química e estrutura: crosta continental e oceânica. A crosta continental é relativamente espessa, de 35 a 70 km de espessura, de densidade relativamente baixa (2,4g/cm3) e de composição relativamente rica em Al e Si, além de Na e K, comparável a dos granitos A crosta oceânica,por sua vez, é bastante fina (de 3 a 12 km de espessura), de densidade um pouco mais elevada (2,7g/cm3) e de composição relativamente mais rica em Mg e Fe comparável a dos basaltos. litosfera: camada mais externa da Terra, de comportamento rígido. Inclui a crosta e a porção superior do manto, até 100km de profundidade. astenosfera: camada situada logo abaixo da litosfera, que se encontra parcialmente fundida (- de 10% de fusão) e apresenta comportamento plástico. Estende-se de 100 a 250km de profundidade, aproximadamente, estando totalmente situada no interior do manto. mesosfera: camada rígida de temperaturas e pressões muito elevadas que compreende o restante do manto, estendendo-se do limite inferior da astenosfera ao limite manto núcleo. núcleo externo: corresponde a porção externa do núcleo que é líquida. Estende-se da profundidade de 2885km (limite manto-núcleo) à 5155km. A distribuição heterogênea de elementos no planeta (evidenciada pela variação da densidade) mostra que o globo terrestre não é homogêneo física e quimicamente. As informações hoje existentes sobre o seu zoneamento interno foram obtidas através da sismologia e da meteorítica, estudo de meteoritos (meteoritos são corpos celestes que atingem a Terra esporadicamente). A sismologia consiste no estudo de terremotos, particularmente do estudo das ondas elásticas produzidas por um terremoto, que se propagam na Terra em todas as direções. A meteorítica fornece informações sobre as geosferas internas da Terra, considerando que os meteoritos sejam pedaços de planetas que iniciaram a sua evolução à mesma época da Terra, mas não a completaram, tendo se desintegrado. Em termos de composição química são reconhecidos os meteoritos metálicos (sideritos e siderólitos), compostos por Fe (~92%) e Ni (~8%), e os meteoritos rochosos (condritos e acondritos), de composição muito similar às rochas terrestres básicas e ultrabásicas. Os primeiros correspondem a 1/3 e os últimos a 2/3 dos meteoritos encontrados na Terra, sugerindo que o núcleo desse proto-planeta era menor que o seu manto, o que é também observado na Terra. TEMPO GEOLÓGICO O conceito de tempo é central para a geologia. A maioria dos processos geológicos que modelam a superfície da Terra e conferem estrutura ao seu interior, operaram ao longo de um tempo muito longo, da ordem de milhões e bilhões de anos. As rochas expostas à superfície são os registros visíveis dos processos geológicos passados. Das relações de tempo e espaço traduzidas pelas rochas, os geólogos construíram a escala de tempo geológico, que é usada para ordenar os eventos geológicos da história da Terra. O tempo geológico é entendido como o tempo decorrido desde a formação da Terra até os nossos dias, isto é, aproximadamente 4,6 bilhões de anos. ERAS GEOLOGICAS As eras geológicas são divisões da escala de tempo geológico que podem ser subdivididos em períodos a fim de se conhecer a longa vida do planeta. As eras são caracterizadas pelas formas em que os continentes e os oceanos se distribuíam e os seres viventes que neles se encontravam. ERAS GEOLÓGICAS • Arqueozóica – Formação dos escudos cristalinos • Proterozóica – Extrusões de Magma originando grandes depósitos de minerais metálicos (Ferro, manganês etc.) • Paleozóica – Grande atividade transformadora da superfície, com o surgimento dos Alpes Escandinavos, Montes Apalaches etc. – Soterramento de florestas – originando jazidas de carvão mineral ERA PALEOZOICA Divide-se em três Períodos : Primário Inferior: Ordoviciano Cambriano ( 490.000 a 600.00 anos) Primário Médio: Siluriano Devoniano (400.000 a 430.000 anos) Primário Superior : Carbonifero Permiano ( 270.000 a 350.000 anos) CARACTERÍSTICAS DO PERIODO PRIMÁRIO INFERIOR Características Gerais : Presença de Rochas Metamórficas e sedimentares. Desenvolvimento da vida principalmente no mar. Aparecimento de invertebrados na Terra e gigantescas florestas. Divisão da Terra em 05 Continentes: Gondwana, Angara, Algonquiana, Terra Escandinava e Terrínia. Grandes movimentos Tectônicos. CARACTERÍSTICAS DOS PERIODOS MÉDIO E SUPERIOR: Características no Brasil : Intensa erosão dos terrenos Brasileiros; Formação das grandes bacias sedimentares; Grandes abalos orogênicos; Formação das jazidas de carvão no sul do Brasil. ERAS GEOLÓGICAS • Mesozóica Grandes derramamentos de lava Sedimentação dos fundos marinhos – originando grande parte das jazidas de petróleo É bastante conhecida como a Idade dos Répteis por causa do aparecimento dos dinossauros neste período, além de moluscos e outros. O clima do planeta neste período era quente, uniforme e tendia para o resfriamento dos pólos. Já se podia observar a formação dos continentes do sul. Divide-se em três Períodos: TRIÁSICO JURÁSSICO CRETÁCIOS CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO TRIASSICO é caracterizado por três tipos de rocha: arenito fluvial vermelho, calcário marinho fossilífero e evaporitos e arenitos continentais. Globalmente o Triássico é identificado pela sua fauna típica. FÓSSEIS DO TRIÁSSICO FÓSSEIS DO TRIÁSSICO CARACTERÍSTICAS DO PERIODO JURÁSSICO Definido pelo geógrafo e naturalista alemão von Humboldt em 1795, o Período Jurássico durou de 205.7 a 142 milhões de anos. O limite inferior é caracterizado pela mudança das condições de sedimentação, que antes eram continentais, e que passaram a ser marinhas, já que o período se inicia com uma grande transgressão, ou seja, o nível dos oceanos sobe, e as águas invadem os continentes, formando grandes mares intracontinentais. FÓSSEIS DO JURÁSSICO CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO CRETÁCEO Em terra os dinossauros ainda eram dominantes, mas igualmente se extinguiram no final do período. Mamíferos e aves ainda são insignificantes em número. Quanto à flora, os angiospermas (plantas com flores) se diversificam e adquirem bastante importância. Nesse período, grande parte da superfície da Terra estava coberta por mares rasos (Europa, Norte da África, Madagascar, norte da Índia, Japão, margem leste da América do Norte, México e leste da América do Sul). No início do Cretáceo haviam quatro grandes áreas de terra bem próximas, e um vasto Oceano Pacífico. Essas massas consistem da América do Sul + África, Índia, América do Norte + Groenlândia + Europa ( também chamada de Laurásia) e Austrália. ERAS GEOLÓGICAS • Cenozóica – Terciário: Formação dos dobramentos modernos: Andes, Alpes, Himalaia – Quaternário: Grandes Glaciações • Contornos dos continentes atuais
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