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U4 Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM Objetivo do estudo Ao final desse tópico você deverá ser capaz de entender o histórico dos acontecimentos no mundo que influenciaram as legislações que regem a sustentabilidade no Brasil e conhecer as certificações de responsabilidade socioambiental que visam proteger o meio ambiente. Sistema Integrado de Gestão Ambiental Direito Ambiental 2 Sistema Integrado de Gestão Ambiental Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM 4 T1 Leis e decretos que regem a sustentabilidade no BrasilNo estudo da Unidade II apresentamos o surgimento e a preocupação com o desenvolvimento sustentável a nível global. Essas questões permeiam não só o cenário ambiental como também o econômico e, sobretudo, o social. No primeiro tópico desta unidade apresentaremos as leis e decretos que regem a sustentabilidade em nosso país. Vamos então continuar nessa caminhada rumo ao desenvolvimento sustentável e a uma melhor qualidade de vida? Não são recentes as preocupações com o meio ambiente. Até a instituição do Governo Geral, em 1548, aplicava-se a legislação do Reino, as Ordenações Manuelinas, cujo Livro V, no título LXXXIII, proibia a caça de perdizes, lebres e coelhos e no título “C” tipificava o corte de árvores frutíferas como crime. Após 1548, o Governo Geral passou a expedir regimentos, ordenações, alvarás e outros instrumentos legais, o que marca o nascimento do Direito Ambiental. Veja o quadro a seguir Período Ações 11 de janeiro de 1603 Com o domínio espanhol, foram aprovadas as Ordenações Filipinas, , que disciplinaram a matéria ambiental. Essas ordenações “previam, no Livro V, no título LXXV, pena gravíssima ao agente que cortasse árvore ou fruto, sujeitando-o ao açoite e ao degredo para a África por quatro anos, se o dano fosse mínimo; caso contrário, o degredo seria para sempre”. Em 1605: A primeira lei de proteção florestal foi o Regimento do Pau-Brasil, exigia autorização real para o corte dessa árvore. Em 13 de março de 1797 Uma Carta Régia preocupava-se com a defesa da fauna, das águas e dos solos . Em 1799 surgiu nosso primeiro Regimento de Cortes de Madeiras, que estabelecia rigorosas regras para a derrubada de árvores. Em 1802, por recomendação de José Bonifácio, foram baixadas as primeiras instruções para reflorestar a costa brasileira. Em 1808 foi criado o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, como uma área de preservação ambiental, considerada nossa primeira unidade de conservação, destinada a preservar espécies e estimular estudos científicos. Em 9 de abril de 1809 D. João VI expediu a ordem de, que prometia a liberdade aos escravos que denunciassem contrabandistas de pau-brasil, Em 3 de agosto de 1817 decreto que proibia o corte de árvores nas áreas circundantes do Rio Carioca, no Rio de Janeiro. Ainda José Bonifácio, nomeado intendente Geral das Minas e Metais do Reino, solicitou à Corte o reflorestamento das costas brasileiras, sendo atendido. 3 Sistema Integrado de Gestão Ambiental Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM Em 17 de julho de 1822 a conselho de José Bonifácio, o Imperador extinguiu o sistema de sesmarias, deixando de prevalecer o prestígio dos títulos de propriedade em favor da posse e ocupação das terras. A vantagem do sistema, ao democratizar o acesso à terra para quantos pretendiam explorá-la, foi diminuída pela desvantagem: o posseiro se utilizava do fogo para limpar a área e preparar a terra, destruindo os recursos naturais. Em 1850, A situação com o advento da Lei 601, a primeira Lei de Terras do Brasil, que considerava crime punível com prisão de 2 a 6 meses e multa a derrubada de matos ou o ateamento de fogo. Além disso, também estabeleceu a responsabilidade por dano ambiental fora do âmbito da legislação civil. Em 1895 Logo no início da fase republicana, , o Brasil subscreveu o convênio das Egretes, em Paris, responsável pela preservação de milhares de garças que povoavam rios e lagos da Amazônia. Pelo Decreto 8.843, de 26 de junho de 1911, foi criada a primeira reserva fl orestal do Brasil, no antigo Território do Acre Em 28 de dezembro de 1921 Foi criado o Serviço Florestal do Brasil, sucedido pelo Deparamento de Recursos Naturais Renováveis, este pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal – IBDF e, atualmente, pelo Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama. No que toca à defesa ambiental, surgiram os primeiros códigos de proteção dos recursos naturais – fl orestal, de mineração, de águas, de pesca, de proteção à fauna. Em 1934 O Código Florestal impôs limites ao exercício do direito de propriedade. Até então os únicos limites eram os constantes no Código Civil quanto ao direito de vizinhança. Em 4 de novembro de 1971, A elaboração do I Plano Nacional de Desenvolvimento, aprovado pela Lei 5.727, de 4 de novembro de 1971, incluiu entre as suas inovações o PIN – Programa de Integração Nacional e o PROTERRA – Programa de Redistribuição de Terras e Estímulos à Agro- pecuária do Norte e do Nordeste, experiências que se mostraram negativas do ponto de vista preservacionista Em 4 de dezembro de 1974 elaboração do II Plano Nacional de Desenvolvimento, aprovado pela Lei 6.151, de 4 de dezembro de 1974, adotando medidas de proteção ao meio ambiente. Em 5 de dezembro de 1979 Veio, em seguida, o III Plano Nacional de Desenvolvimento, aprovado pela Resolução nº 1, de, do Congresso Nacional, que trouxe avanços ainda maiores para o Direito Ambiental, entre os quais a criação do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama. Também merece referência o estabelecimento da responsabilidade objetiva nos casos de danos nucleares (Lei 6.453/77). Em 31 de agosto de 1981 A Lei 6.938, , que estabeleceu a Política Nacional para o Meio Ambiente, com a instituição da Polícia Administrativa Ambiental Em 24 de julho de 1985 Outro passo importante foi a edição da Lei 7.347, , com a instituição da Ação Civil Pública, importante instrumento de preservação ambiental. Aqui devemos render homenagens ao Ministério Público do Estado de São Paulo. 4 Sistema Integrado de Gestão Ambiental Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM A Constituição Federal de 1988 deu um passo gigantesco na evolução do direito brasileiro ao dedicar um capítulo específi co ao meio ambiente, inserido no Título VIII – Da Ordem Social, considerado um dos mais importantes e avançados da Constituição de 1988. Ela toma consciência de que “a qualidade do meio ambiente se transformara num bem, num patrimônio, num valor mesmo, cuja preservação, recuperação e revitalização se tornaram num imperativo do Poder Público, para assegurar a saúde, o bem-estar do homem e as condições de seu desenvolvimento. Em verdade, para assegurar o direito fundamental à vida”. As normas constitucionais assumiram a consciência de que o direito à vida, como matriz de todos os demais direitos fundamentais do homem, é que há de orientar todas as formas de atuação no campo da tutela do meio ambiente. Como bem de uso comum do povo, o meio ambiente deve ser defendido e resguardado por todos, sem necessidade de invocar a intervenção estatal. Na constituição a expressão “meio ambiente ecologicamente equilibrado” implica a proteção e restauração dos processos ecológicos essenciais, assim defi nidos pelos cientistas especializados na área: preservação da biodiversidade, dos Parques Nacionais, como o Parque das Sete Cidades, e de outros espaços territoriais carentes de especial proteção, ação preventiva para evitar degradação do meio ambiente, como ocorre na construção de grandes obras públicas, como estradas e barragens, a proteção da fauna e da fl ora, sobretudo em relação às espécies em perigo de extinção. A ConstituiçãoFederal dedicou norma específi ca quanto à mineração. Em um país rico em minerais em quantidade e diversidade, o desenvolvimento nacional reclama a sua utilização, mas, ao mesmo tempo, mostram-se necessárias providências para a salvaguarda da natureza. Busca-se o equilíbrio entre dois valores importantes: o desenvolvimento nacional, indicado como um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, e a proteção do meio ambiente. A exploração mineral acarreta danos à natureza. As minas auríferas utilizam o mercúrio, metal pesado e prejudicial às espécies. Daí porque se exige que tal exploração obrigue o interessado a promover a recuperação do meio ambiente degradado (§ 2º). http://www.pensamentoverde. c o m . b r / w p - c o n t e n t / uploads/2013/09/mata-de- terra-fi rme.jpg M at a At lâ nt ic a 5 Sistema Integrado de Gestão Ambiental Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM lei 9605: http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/leis/L9605.htm aprofundando A preocupação com a preservação do meio ambiente, restringindo-se o uso dos recursos naturais, levou o poder público a considerar patrimônio nacional alguns sistemas ecológicos: a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira (§4º). Nada impede que o legislador inclua outras áreas. Não há no direito brasileiro uma defi nição legal de “patrimônio nacional”, mas a consequência é clara: autoriza o estabelecimento de restrições legais para tornar efetiva a preservação do meio ambiente. Terras devolutas são terras públicas que poderiam ter sido regularmente adquiridas por particulares, que, entretanto, deixaram de fazê-lo por falta de interesse ou pelo não atendimento de alguma formalidade legal. A preocupação com os acidentes nucleares, sobretudo depois do vazamento ocorrido na usina de Chernobyl, na antiga URSS, levou o constituinte a estabelecer a exigência de que as novas usinas que vierem a instalar-se deverão aguardar a edição de lei para defi nir a sua localização (§ 6º). Além desses dispositivos, reunidos no capítulo específi co, a Constituição Federal também se ocupou do meio ambiente em outras passagens: ampliou o objeto da ação popular para alcançar os atos lesivos ao meio ambiente (art. 5º, LXXIII); ao dispor sobre os princípios gerais da atividade econômica, incluiu entre eles a defesa do meio ambiente. Como resultado da evolução da legislação ambiental no Brasil, em junho de 1992 realizou-se no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas Sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Rio 92, evento de repercussão mundial, da qual resultaram cinco documentos: a) Declaração do Rio de Janeiro (Carta da Terra), com 27 princípios fundamentais sobre o desenvolvimento sustentável; b) a Declaração de Princípios sobre Florestas; c) a Convenção sobre Biodiversidade, sobre a proteção das riquezas biológicas, principalmente fl orestais; d) Convenção sobre o Clima, sobre medidas para preservação do equilíbrio atmosférico, com o uso de tecnologias limpas, e controle da emissão de CO2; e) Agenda 21, que é um guia de cooperação internacional sobre recursos hídricos, resíduos tóxicos, transferência de recursos e tecnologias para os países pobres etc. Depois da Rio 92, continuaram os atos legislativos favorecedores de uma política favorável ao meio ambiente. A legislação referente ao Imposto Territorial Rural (Leis 8.874/94 e 9.393/96) traz incentivo para as áreas de preservação fl orestal. Mais tarde, veio a Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, a Lei dos Crimes Ambientais, que inclusive estabelece a responsabilidade penal das pessoas jurídicas. 6 Sistema Integrado de Gestão Ambiental Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM Essa breve análise das normas ambientais demonstra que tem sido constante a evolução da legislação ambiental em nosso país, buscando a adoção de institutos adequados ao estabelecimento de uma política efetiva com vista à preservação dos bens naturais, culturais, paisagísticos, históricos, turísticos e outros para o uso desta e das gerações futuras. É importante, porém, que sejam assinados convênios entre as unidades federativas e as ONGs voltadas para a defesa do meio ambiente, sobretudo na preservação das áreas verdes e dos lençóis aquíferos. Apesar de toda legislação e da preocupação em preservar o meio ambiente, assusta-nos o aumento, a cada dia, de focos de incêndio que destroem florestas, trazendo danos ao meio ambiente, à saúde pública e à preservação das espécies animais e vegetais. T2 Mercado do carbono, ativos e passivos ambientais Neste tópico vamos discutir o conceito de meio ambiente e, mais uma vez, aprofundar os impactos causados nos ambientes naturais em nosso planeta. Além disso, trataremos de alguns encontros importantes que ajudaram a fundamentar as discussões acerca da emissão de gases tóxicos na atmosfera. Daremos maior ênfase ao mercado de carbono e seus preceitos. Você sabe o que significa meio ambiente? O termo meio ambiente é considerado, pelo pensamento geral, sinônimo de natureza, local a ser apreciado, respeitado e preservado. Porém, é necessário um ponto de vista mais profundo sobre esse termo, estabelecer no ser humano a noção de pertencimento ao meio ambiente, com o qual possui vínculos naturais para a sua sobrevivência. Por meio da natureza, reencontramos nossas origens e identidade cultural e biológica, uma espécie de diversidade “biocultural”. Outra definição sobre o termo meio ambiente o coloca no significado de recurso, de gerador de matéria-prima e energia. Nessa segunda definição, a educação ambiental trabalha a noção de consumo responsável e solidário, na defesa do acesso às matérias-primas do meio ambiente de forma comum para todos. Na terceira concepção da palavra, meio ambiente, no sentido de ecossistema, é um conjunto de realidades ambientais, considerando a diversidade do lugar e sua complexidade. Como lugar onde se vive, é referente à vida cotidiana: casa, escola, e trabalho. Como biosfera, surge para explicar a interdependência das realidades socioambientais em todo mundo; a Terra é a matriz de toda vida. De acordo com a resolução Conama 306/2002, “meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influência e interações de ordem física, química, biológica, social, cultural e urbanística, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. No Art. 225 da Constituição Federal há a seguinte frase: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e as futuras gerações”. 7 Sistema Integrado de Gestão Ambiental Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM A sociedade como um todo é responsável pela preservação do meio ambiente; então é preciso agir da melhor maneira possível para não modificá-lo de forma negativa, pois isso terá consequências para a qualidade de vida da atual e das futuras gerações, entendendo que: “o meio ambiente concebido, inicialmente, como as condições físicas e químicas, juntamente com os ecossistemas do mundo natural, e que constitui o habitat do homem, também é, por outro lado, uma realidade com dimensão do tempo e espaço”. O espaço ocupado pelo homem está a todo o momento sofrendo modificações relacionadas ou impostas pelo próprio homem; elas podem ser danosas ao meio quando não administradas corretamente. A crise ecológica revela uma crise ética em nossos dias, uma crise de valores, uma crise de relações humanas e de convivência com as demais criaturas. Daí a importância da educação ambiental para a responsabilidade e o respeito à vida. Tal educação afirma valores e ações que contribuem para a transformaçãohumana e social e para a preservação ecológica. Ela estimula a formação de sociedades socialmente justas e ecologicamente equilibradas, que conservam relações de interdependência e diversidade. Essa educação ambiental está diretamente relacionada ao posicionamento das empresas em contribuir para o desenvolvimento de tecnologias que diminuam a poluição ambiental. O sensível aumento da degradação ambiental no planeta pode tornar-se ameaça endêmica ou epidêmica à qualidade de vida humana, principalmente no tocante às mudanças do clima mundial. O avanço científico associado às fortes evidências de alterações no clima do planeta efetivou uma resposta internacional concreta, que culminou na aprovação da Convenção- Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (CQMC), durante a Convenção das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável, ocorrida no Rio de Janeiro em 1992. A partir dessa Convenção e com objetivo de encontrar saídas para o problema ambiental do aquecimento global, diversas conferências têm sido realizadas; a de maior destaque foi a COP-3 (Conferência das Partes nº 3), realizada em dezembro de 1997, na cidade de Quioto, no Japão, evento que resultou no estabelecimento do Protocolo de Kyoto. Co2 8 Sistema Integrado de Gestão Ambiental Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=eKDgWlj_Kxk aprofundando Contudo, apenas em 16 de fevereiro de 2005 o Protocolo entrou em vigor, 90 dias após sua assinatura pelo presidente da Rússia, Vladmir Putin, quando então foi possível cumprir os requisitos para tal, ou seja, ter sido ratifi cado por 55 nações-parte que respondam por pelo menos 55% das emissões globais, tornado-se norma internacional de observância obrigatória pelos países signatários, que são mais de 140 em todo o mundo, correspondendo a 61,6% das emissões globais. O Protocolo de Kyoto, em linhas gerais, tem como objetivo frear a elevação da temperatura do planeta, por meio da diminuição da emissão do dióxido de carbono (CO2) e de cinco outros gases causadores do efeito estufa, provenientes principalmente da queima de combustíveis fósseis e da destruição dos ambientes naturais. Diante do atual cenário mundial, em que a geração de energia é amplamente baseada em petróleo e carvão, esse é um árduo desafi o; contudo, é necessário para proteger o sistema climático e preservar a sadia qualidade de vida para as gerações atuais e futuras. Nesse instrumento foram estabelecidas metas específi cas de redução de emissão de gases causadores do efeito estufa (GEEs) em pelo menos 5% em relação aos níveis emitidos pelos países em 1990. Veja aqui de que maneira cada um dos países cuja conduta se pretende regular através desta norma, deverá agir para atingir os objetivos fi rmados. - formular programas nacionais e regionais adequados para melhorar a qualidade dos fatores de emissão, que contenham medidas para mitigar a mudança do clima e medidas para facilitar uma adaptação adequada à mudança do clima; - cooperar na promoção de modalidades efetivas para o desenvolvimento, a aplicação e a difusão destes programas e tomar as medidas possíveis para promovê-los; • facilitar e fi nanciar, conforme o caso, a transferência ou o acesso a tecnologias, know-how, práticas e processos ambientalmente seguros relativos à mudança do clima, dentre outras práticas previstas no Artigo 10 do Protocolo de Kyoto. Tais instrumentos têm ainda o propósito de incentivar os países em desenvolvimento a alcançar um modelo adequado de desenvolvimento sustentável. São três os mecanismos de fl exibilização previstos: • Comércio de emissões, realizado entre os países listados em seu Anexo I, de maneira que um país que tenha diminuído suas emissões para valor abaixo de sua meta transfi ra o excesso de suas reduções para outro país que não tenha alcançado tal condição; • Mecanismo de desenvolvimento limpo; e • Implementação conjunta, ou seja, implantação de projetos de redução de emissões de GEEs em países que apresentam metas no âmbito do protocolo. a geração de energia é amplamente baseada em petróleo e carvão 9 Sistema Integrado de Gestão Ambiental Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM mudanças climáticas: Mercado do Carbono acesse: http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/ node/141 Saiba mAIS http://i1114.photobucket.com/ albums/k536/asboasnovas/ mcarbono03.jpg A saber, o Artigo 12 do Protocolo de Kyoto prevê um mecanismo fl exível, ou seja, uma alternativa ou forma subsidiária para que os países do Anexo I que não tenham condições de promover a necessária redução de gases em seu território possam atingir suas metas de redução de emissão de gases de efeito estufa, estimulando ao mesmo tempo o desenvolvimento estruturado daqueles países que não tenham atingido níveis alarmantes de emissão de poluentes. Consiste basicamente na utilização das reduções atingidas pelos países em desenvolvimento (entre os quais está o Brasil) pelos países desenvolvidos para o cumprimento de suas metas obrigatórias. Benefi cia tanto os países desenvolvidos relacionados no Anexo I como os países em desenvolvimento, por meio do sistema denominado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL); aqui a tentativa de reversão do aquecimento global ganha contornos 10 Sistema Integrado de Gestão Ambiental Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM T3 Certificações de Responsabilidade Socioambiental O conceito de Responsabilidade Social Ambiental (RSA) mostra não apenas o compromisso de empresas com pessoas e valores humanos, mas também preocupações verdadeiras com o meio ambiente. É fato que as empresas ainda necessitam melhorar sua relação com a sociedade de maneira a promover um desenvolvimento baseado na ideia do “triple bottom line”, ou seja, calcado em um tripé que envolve o meio ambiente, a economia e o social. Na intenção de estimular a responsabilidade social empresarial, uma série de instrumentos de normas e certificações foram criadas nos últimos anos. O apelo relacionado a esses selos ou certificados é de fácil compreensão. Num mundo cada vez mais competitivo, empresas vêm vantagens comparativas em adquirir certificações que atestem sua boa prática empresarial, dentro de um gerenciamento ético, social e ambiental. A pressão por produtos e serviços socialmente corretos faz com que empresas adotem processos de reformulação interna para se adequarem às normas impostas pelas entidades certificadoras. A importância de normas e padrões está principalmente na definição e concordância de termos e procedimentos, o que permite uma comparação da empresa com o restante do mercado. Com relação à responsabilidade social, são três os principais padrões existentes: AA1000 SA8000 ISO 26000 Com relação ao meio ambiente, a certificação internacional mais aceita na atualidade é a ISO 14000, que atesta a performance ambiental da empresa.su st en ta bi lid ad e 11 Sistema Integrado de Gestão Ambiental Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM Vamos conhecer um pouco sobre elas? Norma AA1000 A norma AA1000 foi lançada em 1999 pelo ISEA (Institute of Social and Ethical Accountability), hoje AccountAbility e surgiu como resposta à crescente geração de relatórios de sustentabilidade e à necessidade de mecanismos que assegurassem sua confi abilidade, pois o principal problema dos relatórios de sustentabilidade é a não obrigatoriedade de auditoria, com isso as empresas dispõe para o público as informações que lhe convier. O termo inglês stakeholder (que poder ser traduzido como “parte interessada”) designa uma pessoa, grupo ou entidade com legítimos interesses nas ações e no desempenho de uma organização e cujas decisões e atuações possam afetar, direta ou indiretamente, essa mesmaorganização. Estão incluídos nos stackeholders os funcionários, gestores, proprietários, fornecedores, clientes, credores, Estado (enquanto entidade fiscal e reguladora), sindicatos e diversas outras pessoas ou entidades que se relacionam com a organização. Você sabia? Para conhecer um pouco sobre a SA8000 acesse: http://sa-intl.org/index.cfm?fuseaction=Page. ViewPage&PageID=937 (em inglês) http://sa-intl.org/_data/n_0001/resources/live/ SA8000%20Standard%202014.pdf (em inglês) h t t p : / / w w w. c p f l . c o m . b r / i n s t i t u c i o n a l / f o r n e c e d o r e s / D o c u m e n t s / N o r m a - Responsabilidade-Social-SA8000.pdf Assista ao vídeo e relembre os 9 requisitos da SA8000: https://www.youtube.com/watch?v=T9MEjvl6TWw aprofundando Esta norma é um ótimo instrumento de transparência e governança corporativa e inclui três princípios: o princípio fundamental da Inclusão e os princípios da Relevância e da Responsabilidade. Numa definição bem simples, sua função é garantir a qualidade das informações apresentadas nos relatórios, fornecendo mecanismos de avaliação e verificação de dados, principalmente para as informações não fi nanceiras. É como se fosse uma contabilidade socioambiental. Mas na verdade ela é muito mais do que isso. A sua essência é fundamentada na aprendizagem e desempenho social, ético, ambiental e econômico das empresas, além de apontar caminhos estratégicos para a sustentabilidade. Sua forma de atuação é baseada no relacionamento das empresas com seus stakeholders, procurando incluí-los no processo decisório da companhia. Mesmo já existindo há de mais de uma década, a AA1000 é muito pouco difundida no Brasil. Norma ISO 26000 Publicada em novembro de 2010 em Genebra – Suíça a Norma Internacional ISO 26000 – Diretrizes sobre Responsabilidade Social foi elaborada pelo ISO/TMB Working Group on Social Responsability por meio de um processo que envolveu cerca de 450 especialistas de 99 países. Os especialistas vieram de seis diferentes grupos de stakeholders - Consumidores, governo, indústria, trabalhadores, ONG e serviços/suporte/outros (ABNT, 2010; INMETRO, 2012). A participação dos trabalhadores ocorreu por meio de especialistas vinculados às centrais sindicais de vários países, liderados pela Confederação Sindical Internacional (CSI). O principal objetivo da ISO 26000 é a de orientar as organizações na melhor forma de incorporar ações à sua gestão, sendo aplicável a todos os tipos e portes de organizações (pequenas, médias e grandes) e de todos os setores (governo, ONG’s e empresas privadas) e visa promover a sensibilização para a Responsabilidade Social, por meio da abordagem dos seguintes temas: governança organizacional, direitos humanos, práticas de t rabalho, meio ambiente, prát icas justas de operação, questões do consumidor, envolvimento e desenvolvimento da comunidade. 12 Sistema Integrado de Gestão Ambiental Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM Esta norma tem a função de ser um guia de Responsabilidade Social, e se expressa no desejo e pelo propósito das organizações em incorporarem considerações socioambientais em seus processos decisórios e a responsabilizar-se pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente. Isso implica um comportamento ético e transparente que contribua para o desenvolvimento sustentável, que esteja em conformidade com as leis aplicáveis e seja consistente com as normas internacionais de comportamento. Também implica que a responsabilidade social esteja integrada na organização como um todo, e leve em conta os interesses das partes interessadas. Todos os temas contêm várias questões e as organizações identificam suas particularidades e a implantam por meio do diálogo com as partes interessadas (ABNT, 2010). Relação entre a organização, suas partes interessadas e a sociedade. Fonte: ISO 26000:2012 Integração da Responsabilidade Social por toda organização. Fonte: ISO 26000:2012 13 Sistema Integrado de Gestão Ambiental Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM Na norma, Responsabilidade Social é defi nida como: “Responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento ético e transparente que: - contribua para o desenvolvimento sustentável, inclusive a saúde e o bem estar da sociedade; - leve em consideração as expectativas das partes interessadas; - esteja em conformidade com a legislação aplicável e seja consistente com as normas internacionais de comportamento, e - esteja integrada em toda a organização e seja praticada em suas relações.” A norma fornece orientações para todos os tipos de organização, independente de seu porte ou localização, sobre: • Conceitos, termos e defi nições referentes à responsabilidade social; • Histórico, tendências e características da responsabilidade social; • Princípios e práticas relativas à responsabilidade social; • Os temas centrais e as questões referentes à responsabilidade social; • Integração, implementação e promoção de comportamento socialmente responsável em toda a organização e por meio de suas políticas e práticas dentro de sua esfera de infl uência; • Identifi cação e engajamento de partes interessada; • Comunicação de compromissos, desempenho e outras informações referentes à responsabilidade social. Princípios da responsabilidade social Ao abordar e praticar a responsabilidade social, o objetivo mais amplo da organização é maximizar sua contribuição para o desenvolvimento sustentável. Dentro desse objetivo, apesar de não haver uma lista defi nitiva de princípios da responsabilidade social, convém que as organizações respeitem os sete princípios descritos abaixo, assim como os princípios específi cos de cada tema central (ABNT, 2010). 14 Sistema Integrado de Gestão Ambiental Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM 1. Accountability: a organização deve se responsabilizar por seus impactos na sociedade, economia e meio ambiente; 2. Transparência: agir com transparência nas decisões e atividades organizacionais que impactam a sociedade e o meio ambiente; 3. Comportamento ético: comportar-se com honestidade, equidade e integridade. Adotar e aplicar padrões éticos de comportamento de acordo com as atividades organizacionais desenvolvidas; 4. Respeito pelos interesses dos stakeholders: identifi car todos os stakeholders e respeitar seus direitos legítimos, e considerar outros interesses de todos os indivíduos e não apenas dos proprietários e acionistas; 5. Respeito pelo estado de direito: cumprir com a legislação de todas as jurisdições em que operar, manter-se atualizado para estar sempre em conformidade com a lei; 6. Respeito pelas normas internacionais de comportamento: em situações em que a legislação não apresentar normas de proteção socioambiental adequada, deve-se, no mínimo, respeitar as normas internacionais de comportamento. Evitar ser cúmplice de atividades que não respeitam as normas internacionais de comportamento; 7. Respeito pelos direitos humanos: respeitar e, se possível, promover os direitos previstos na Declaração Internacional dos Direitos Humanos. Em situações em que os direitos humanos não forem protegidos, nunca tirar vantagens e respeitar as normas internacionais de comportamento. Diretrizes da ISO 26000 para uma conduta sustentável: Segundo o Conselho de Justiça do Trabalho, a norma tem a proposta de servir como um importante norte para as corporações e não como uma certifi cadora e tem sete temas centrais: 1) Governança organizacional: Trata de processos e estruturas de tomada de decisão, delegação de poder e controle. O tema é, ao mesmo tempo, algo sobre o qual a organização deve agir e uma forma deincorporar os princípios e práticas da responsabilidade social à sua forma de atuação cotidiana; 2) Direitos humanos: Inclui due dilligence, situações de risco para os DH; como evitar cumplicidade; resolução de queixas; discriminação e grupos vulneráveis; direito civis e políticos, direitos econômicos, sociais e culturais; princípios e direitos fundamentais do trabalho; o objetivo mais amplo da organização é maximizar sua contribuição para o desenvolvimento sustentável 15 Sistema Integrado de Gestão Ambiental Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM 3) Práticas trabalhistas: Refere-se tanto a emprego direto quanto ao terceirizado e ao trabalho autônomo. Inclui emprego e relações do trabalho; condições de trabalho e proteção social; diálogo social; saúde e segurança no trabalho; desenvolvimento humano e treinamento no local de trabalho; 4) Meio ambiente: Inclui prevenção da poluição; uso sustentável de recursos; mitigação e adaptação às mudanças climáticas; proteção do meio ambiente e da biodiversidade e restauração de habitats naturais; 5) Práticas leais de operação: Compreende práticas anticorrupção; envolvimento político responsável; concorrência leal; promoção da responsabilidade social na cadeia de valor e respeito aos direitos de propriedade; 6) Questões dos consumidores: Inclui marketing leal, informações factuais e não tendenciosas e práticas contratuais justas; Proteção à saúde e a segurança do consumidor; consumo sustentável; atendimento e suporte ao consumidor e solução de reclamações e controvérsias; proteção e privacidade dos dados do consumidor; acesso a serviços essenciais e educação e conscientização; 7) Envolvimento e desenvolvimento da comunidade: Refere-se ao envolvimento da comunidade; educação e cultura; geração de emprego e capacitação; desenvolvimento tecnológico e acesso a tecnologias; geração de riqueza e renda; saúde e investimento social. Os sete temas centrais da ISO 26000 Fonte: ISO 26000:2010 16 Sistema Integrado de Gestão Ambiental Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM Para cada tema, são abordadas várias possíveis ações e expectativas relacionadas. A norma ainda traz os Princípios da Responsabilidade Social e várias defi nições como: Accountability, due diligence (diligência devida), Meio Ambiente, Comportamento ético, Igualdade de gênero, Impacto de Normas internacionais de comportamento, Governança organizacional, esfera de infl uência, desenvolvimento sustentável etc. Accountability: condição de responsabilizar-se por decisões e atividades e prestar contas destas decisões e atividades aos órgãos de governança de uma organização, a autoridades legais e, de modo mais amplo, às partes interessadas da organização. A due diligence: no contexto da responsabilidade social é um processo abrangente e pró-ativo para identifi car impactos sociais, ambientais e econômicos negativos reais e potenciais das decisões e atividades de uma organização com o propósito de evitar e mitigar esses impactos. A ISO 26000 é uma norma de diretrizes e de uso voluntário; não visa nem é apropriada a fi ns de certifi cação. Qualquer oferta de certifi cação ou alegação de ser certifi cado pela ABNT NBR ISO 26000 constitui em declaração falsa e incompatível com o propósito da norma. Embora não seja uma norma de certifi cação, surgiu como um padrão internacional de diretrizes de responsabilidade social voltadas para organizações de diferentes portes e natureza (público ou privado). Ainda que a norma tenha sido criada por organizações não governamentais, integrou, no processo de elaboração, várias partes interessadas – consumidores, empresas, governos, organizações não governamentais, trabalhadores, além de organismos de normalização e entidades de pesquisa. Relação da Organização e os Princípios da Responsabilidade Social relacionando com a Governança Organizacional. Fonte: Deus et al., 2014. 17 Sistema Integrado de Gestão Ambiental Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM controle dos impactos de suas atividades, produtos e serviços sobre o meio ambiente Leia na íntegra a ISO 26000:2010, acessando: http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/ sites/default/files/arquivos/[field_generico_ imagens-fi lefi eld-description]_65.pdf aprofundando Segundo a norma ISO 26000 os benefícios que a Responsabilidade Social pode trazer para a organização são diversos, tais como: • Melhorias das práticas de gestão de risco da organização, • Estímulo a um processo decisório que leve em conta às expectativas da sociedade, • Melhoria da reputação da organização, • Geração de inovação, • Melhoria da competitividade incluindo acesso a fi nanciamento e status de parceiro preferencial, • Melhoria do relacionamento da organização com suas partes interessadas, • Aumento da fidelidade, envolvimento, motivação, participação e moral dos empregados, • Melhoria da saúde e segurança dos trabalhadores, • Efi ciência no uso de recursos, • Maior confiabilidade e prevenção ou redução de possíveis conflitos com consumidores referentes a produtos ou serviços. ISO 14000 – A CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL Organizações de todos os tipos estão cada vez mais preocupadas com o atingimento e demonstração de um desempenho ambiental correto, por meio do controle dos impactos de suas atividades, produtos e serviços sobre o meio ambiente, coerente com sua política e seus objetivos ambientais. Agem assim dentro de um contexto de legislação cada vez mais exigente, do desenvolvimento de políticas econômicas e outras medidas visando adotar a proteção ao meio ambiente e de uma crescente preocupação expressa pelas partes interessadas em relação às questões ambientais e ao desenvolvimento sustentável (ABNT, 2004). A série de normas ISO 14000 correspondem a um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) editado pela ISO (International Organization for Standardization). Esta série de normas apresenta diretrizes para Auditorias Ambientais, Avaliação do Desempenho Ambiental, Rotulagem Ambiental e Análise do Ciclo de Vida dos Produtos. Ou seja, especifi ca os requisitos relativos a um sistema de gestão ambiental, de modo a permitir que a organização formule políticas e objetivos que levem em conta os requisitos legais e as informações referentes aos impactos ambientais signifi cativos. 18 Sistema Integrado de Gestão Ambiental Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM http://www.furb.br/ecoradar/brasil/1img/img/quadro2.gif A referida norma compreende o ciclo PDCA: Criação da Política Ambiental e Ciclo PDCA na ISO 14001 (ISO 14001, 2004) 19 Sistema Integrado de Gestão Ambiental Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM Leia a ISO 14001 na íntegra, acessando: h t t p : / / w w w . l a b o g e f . i e s a . u f g . b r / l a b o g e f / a r q u i v o s / d o w n l o a d s / n b r - iso-14001-2004_70357.pdf aprofundando Esse ciclo consiste na aplicação das etapas de planejamento, implementação, verifi cação de resultados e análise crítica em busca da melhoria contínua do Sistema de Gestão Ambiental (SGA). As normas de gestão ambiental têm por objetivo prover as organizações de elementos de um SGA efi caz que possam ser integrados a outros requisitos da gestão, e auxiliá-las a alcançar seus objetivos ambientais e econômicos (ABNT, 2004). A ISO14001 foi defi nida na Conferência de Estocolmo, em 1972, que resultou no relatório intitulado “Nosso Futuro Comum”, quando foi feito um apelo às indústrias para o desenvolvimento e adoção de sistemas de gestão que levassem em conta as questões ambientais. Benefícios da Norma ISO 14001 • Melhorar o relacionamento com todas as partes interessadas (clientes, acionistas, ONG’s, fornecedores, governo e funcionários), assegurando o comprometimento com uma gestão ambientaldemonstrável; • Melhorar os processos e a gestão ambiental, reduzindo a quantidade de resíduos e a utilização de energia, protegendo a saúde humana e o meio ambiente; • Fortalecer a imagem e credibilidade da empresa e a participação no mercado, melhorando a relação com o público; • Melhorar a efi ciência, reduzindo os custos de funcionamento da empresa; • Demonstrar conformidade, ampliando as suas oportunidades de negócios; • Cumprir as obrigações legais, obtendo maior participação das partes interessadas e a confi ança do cliente; • Preparar para mudança de cenário dos negócios com segurança • Satisfazer os critérios dos investidores e melhorar o acesso ao capital; • Maior controle dos riscos com acidentes ambientais. Como as empresas podem apoiar a certifi cação? O apoio a norma ISO 14001 pelas empresas podem vir de qualquer tipo de divulgação: • Eventos, Informações e Treinamentos; • Simpósios, Seminários, Workshops; • Informações por escrito; • Reuniões informativas; • Treinamentos abertos. A demanda por produtos ambientalmente corretos cresce mundialmente, em especial nos países desenvolvidos, onde os consumidores já alcançaram um nível de conscientização sufi ciente para torná-los parte atuante dessa internalização, os mesmos expressam a preocupação ambiental através do poder de compra, optando cada vez mais por produtos ambientalmente seguros, esses consumidores tendem a dispensar produtos e serviços que agridem o meio ambiente. O refl exo disso pode ser percebido no desenvolvimento de rótulos ambientais como forma de informar aos consumidores sobre as especifi cações ambientais do que eles estão consumindo. Cada vez mais compradores, principalmente importadores, estão exigindo a certifi cação ambiental, nos moldes da ISO 14000, ou mesmo certifi cados ambientais específi cos. Além disso, a imagem de empresas ambientalmente saudáveis é mais bem aceita por acionistas, consumidores, fornecedores e autoridades públicas. 20 Sistema Integrado de Gestão Ambiental Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM T4 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E LICENCIAMENTO AMBIENTAL: GOVERNO, MEIO AMBIENTE E A LEI DE CRIMES AMBIENTAIS. Nos últimos anos, o desenvolvimento econômico decorrente da revolução industrial impediu que os problemas ambientais fossem considerados. A poluição e os impactos ambientais do desenvolvimento desordenado eram visíveis, mas os benefícios proporcionados pelo progresso eram justifi cados como um “mal necessário”. Foi apenas na década de 1960 que o termo “meio ambiente” foi usado pela primeira vez - numa reunião do Clube de Roma, cujo objetivo era a reconstrução dos países no pós-guerra. Ali foi estabelecida a polêmica sobre os problemas ambientais. O direito ambiental pode ser conceituado como: O conjunto de leis, princípios e políticas publicas que regem a interação do homem com o Meio Ambiente para assegurar, através de processo participativo, a manutenção de um equilíbrio da Natureza, um ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações (SÉGUIN e CARRERA, 1999, p.70). Inicialmente, as políticas ambientais de praticamente todos os países eram essencialmente reativas, buscando reduzir os efeitos da poluição já existente. Com o agravamento da deterioração do meio ambiente e a maior conscientização dos problemas em escala global, sob a forma de mudanças climáticas, depleção da camada de ozônio, redução da biodiversidade, poluição marinha e chuvas ácidas, passaram a ser adotadas medidas de caráter preventivo. A Lei N.º 6.938 de 31 de agosto de 1981, com base nos incisos VI e VII do Art. 23 e no Art. 225 da Constituição, estabelece a Política Nacional de Meio ambiente com o objetivo de preservar, melhorar e recuperar a qualidade ambiental do país através do SISNAMA (Sistema Nacional de Meio Ambiente). lei nº 6.938: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm aprofundando Constituição Federal: Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as fl orestas, a fauna e a fl ora; Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1o. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de signifi cativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; Esta lei que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), introduziu o conceito de licenciamento ambiental entre os instrumentos da política brasileira no setor. Visando um melhor entendimento, no seu artigo 30 defi ne os termos: meio ambiente, degradação ambiental, poluição, poluidor, e recursos ambientais; e em seu artigo 100 torna obrigatória a prévia licença ambiental para atividades potencialmente poluidoras. 21 Sistema Integrado de Gestão Ambiental Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM Esta lei que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), introduziu o conceito de licenciamento ambiental entre os instrumentos da política brasileira no setor. Visando um melhor entendimento, no seu artigo 30 defi ne os termos: meio ambiente, degradação ambiental, poluição, poluidor, e recursos ambientais; e em seu artigo 100 torna obrigatória a prévia licença ambiental para atividades potencialmente poluidoras. lei nº 6.938/81 na íntegra, acessando: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm Leia a Resolução CONAMA nº 237/97 na íntegra, acessando: http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res97/ res23797.html aprofundando aprofundando A Política Nacional do Meio Ambiente consagra o importante princípio da Responsabilidade do Poluidor. Em questões ambientais ela é objetiva, isto é, independente da existência de dolo (intenção de causar o dano) ou culpa (negligência, imperícia ou imprudência). O poluidor, portanto é responsável pelos danos causados ao meio ambiente e a terceiros, devendo indenizar ou repará-los, e o Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente. O art. 1º, da Resolução CONAMA nº 237/97, nos dá as seguintes defi nições: Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso. Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação deárea degradada e análise preliminar de risco. Impacto Ambiental Regional: é todo e qualquer impacto ambiental que afete diretamente (área de infl uência direta do projeto), no todo ou em parte, o território de dois ou mais Estados. 22 Sistema Integrado de Gestão Ambiental Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM Não deixe de ler e consultar as fontes abaixo: Manual de licenciamento ambiental: http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/ cart_sebrae.pdf Cartilha de licenciamento ambiental: http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/ cart_tcu.PDF Caderno de Licenciamento Ambiental: http://www.mma.gov.br/estruturas/dai_pnc/_arquivos/ pnc_caderno_licenciamento_ambiental_01_76.pdf www.ibama.gov.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm http://www.ibama.gov.br/documentos/cartilha-leis-de- crimes-ambientais VÍDEO Para encerrar esta disciplina, assista ao vídeo abaixo e refl ita sobre tudo o que aprendemos. https://www.youtube.com/watch?v=J0qM8oFeFY0 aprofundando http://www.metform.com.br/material/meio_ambiente/licenca_ambiental_grande.jpg Tipos de licença ambientais O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes licenças: (art. 19, do Dec. Federal nº 99.274/90). I - Licença Prévia (LP) – na etapa preliminar do planejamento da atividade, requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, instalação e operação, observados os planos municipais, estaduais ou federais de uso do solo. II - Licença de Instalação (LI) – autorizando o início da implantação, de acordo com as especifi cações constantes do Projeto Executivo aprovado; e III. - Licença de Operação (LO) - autorizado, após as verifi cações necessárias, o início da atividade licenciada e o funcionamento de seus equipamentos de controle, de acordo com o previsto nas Licenças Prévias e de Instalação. Tanto o IBAMA quanto os órgãos estaduais de meio ambiente atuam na fi scalização e na concessão de licença ambiental antes da instalação de qualquer empreendimento ou atividade que possa vir a poluí-lo ou degradá-lo. O IBAMA atua, principalmente, no licenciamento de grandes projetos de infraestrutura que envolvam impactos em mais de um estado e nas atividades do setor de petróleo e gás da plataforma continental. Os estados cuidam dos licenciamentos de menor porte. 23 Sistema Integrado de Gestão Ambiental Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ABNT – Associação Brasileira de Normas técnicas. NBR ISO 26000:2010, Diretrizes sobre responsabilidade social, Rio de Janeiro, ABNT, 2010. ALBUQUERQUE, J. L. Gestão Ambiental e Responsabilidade Social: Conceitos, ferramentas e aplicações. São Paulo: Atlas, 2009 BERTONCELLO, Silvio Luis Tadeu; CHANG, João Junior A importância da Responsabilidade Social Corporativa como fator de diferenciação, FACOM – nº 17 – 1º semestre de 2007. Conselho de Justiça do Trabalho - http://www.csjt.jus.br/iso-26000 acessado em 03/04/2015 DEUS, Rafael Mattos de; Seles, Bruno Michel Roman Pais; Vieira, Karina Rabelo Ogasawara. 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