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Responsabilidade Social Unidade 4

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U4
Responsabilidade social
e ambiental | UNISUAM 
Objetivo do estudo
Ao final desse tópico você deverá ser capaz de entender o histórico dos 
acontecimentos no mundo que influenciaram as legislações que regem a 
sustentabilidade no Brasil e conhecer as certificações de responsabilidade 
socioambiental que visam proteger o meio ambiente.
Sistema Integrado 
de Gestão Ambiental
Direito Ambiental
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Sistema Integrado de Gestão Ambiental Responsabilidade social e ambiental | UNISUAM 
4 T1 Leis e decretos que regem a sustentabilidade no BrasilNo estudo da Unidade II apresentamos o surgimento e a preocupação com o desenvolvimento 
sustentável a nível global. Essas questões permeiam não só o cenário ambiental como 
também o econômico e, sobretudo, o social. No primeiro tópico desta unidade apresentaremos 
as leis e decretos que regem a sustentabilidade em nosso país.
 
Vamos então continuar nessa caminhada rumo ao desenvolvimento sustentável e a uma 
melhor qualidade de vida?
Não são recentes as preocupações com o meio ambiente. Até a instituição do Governo 
Geral, em 1548, aplicava-se a legislação do Reino, as Ordenações Manuelinas, cujo Livro 
V, no título LXXXIII, proibia a caça de perdizes, lebres e coelhos e no título “C” tipificava 
o corte de árvores frutíferas como crime. Após 1548, o Governo Geral passou a expedir 
regimentos, ordenações, alvarás e outros instrumentos legais, o que marca o nascimento 
do Direito Ambiental.
Veja o quadro a seguir
 Período Ações 
 11 de janeiro de 
1603
Com o domínio espanhol, 
foram aprovadas as Ordenações Filipinas, , que disciplinaram a matéria ambiental. 
Essas ordenações “previam, no Livro V, no título LXXV, pena gravíssima ao agente 
que cortasse árvore ou fruto, sujeitando-o ao açoite e ao degredo para a África por 
quatro anos, se o dano fosse mínimo; caso contrário, o degredo seria para sempre”.
Em 1605: A primeira lei de proteção florestal foi o Regimento do Pau-Brasil, exigia autorização real para o corte dessa árvore.
 Em 13 de 
março de 1797 Uma Carta Régia preocupava-se com a defesa da fauna, das águas e dos solos
. Em 1799 surgiu nosso primeiro Regimento de Cortes de Madeiras, que estabelecia rigorosas regras para a derrubada de árvores.
Em 1802, por recomendação de José Bonifácio, foram baixadas as primeiras instruções para reflorestar a costa brasileira.
Em 1808
foi criado o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, como uma área de preservação 
ambiental, considerada nossa primeira unidade de conservação, destinada a 
preservar espécies e estimular estudos científicos.
Em 9 de abril de 
1809
D. João VI expediu a ordem de, que prometia a liberdade aos escravos que 
denunciassem contrabandistas de pau-brasil,
Em 3 de agosto 
de 1817
decreto que proibia o corte de árvores nas áreas circundantes do Rio Carioca, 
no Rio de Janeiro. Ainda José Bonifácio, nomeado intendente Geral das Minas 
e Metais do Reino, solicitou à Corte o reflorestamento das costas brasileiras, 
sendo atendido.
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Em 17 de julho de 
1822
 
a conselho de José Bonifácio, o Imperador extinguiu o sistema de 
sesmarias, deixando de prevalecer o prestígio dos títulos de propriedade 
em favor da posse e ocupação das terras. A vantagem do sistema, ao 
democratizar o acesso à terra para quantos pretendiam explorá-la, foi 
diminuída pela desvantagem: o posseiro se utilizava do fogo para limpar 
a área e preparar a terra, destruindo os recursos naturais.
Em 1850,
A situação com o advento da Lei 601, a primeira Lei de Terras do Brasil, que 
considerava crime punível com prisão de 2 a 6 meses e multa a derrubada 
de matos ou o ateamento de fogo. Além disso, também estabeleceu a 
responsabilidade por dano ambiental fora do âmbito da legislação civil.
Em 1895
Logo no início da fase republicana, , o Brasil subscreveu o convênio das 
Egretes, em Paris, responsável pela preservação de milhares de garças 
que povoavam rios e lagos da Amazônia. Pelo Decreto 8.843, de 26 de 
junho de 1911, foi criada a primeira reserva fl orestal do Brasil, no antigo 
Território do Acre
Em 28 de 
dezembro de 
1921
Foi criado o Serviço Florestal do Brasil, sucedido pelo Deparamento 
de Recursos Naturais Renováveis, este pelo Instituto Brasileiro de 
Desenvolvimento Florestal – IBDF e, atualmente, pelo Instituto do Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama. No que toca à 
defesa ambiental, surgiram os primeiros códigos de proteção dos recursos 
naturais – fl orestal, de mineração, de águas, de pesca, de proteção à fauna.
Em 1934
O Código Florestal impôs limites ao exercício do direito de propriedade. Até 
então os únicos limites eram os constantes no Código Civil quanto ao 
direito de vizinhança.
Em 4 de 
novembro de 
1971,
A elaboração do I Plano Nacional de Desenvolvimento, aprovado pela 
Lei 5.727, de 4 de novembro de 1971, incluiu entre as suas inovações 
o PIN – Programa de Integração Nacional e o PROTERRA – Programa 
de Redistribuição de Terras e Estímulos à Agro- pecuária do Norte e do 
Nordeste, experiências que se mostraram negativas do ponto de vista 
preservacionista
 Em 4 de 
dezembro de 
1974
elaboração do II Plano Nacional de Desenvolvimento, aprovado pela Lei 
6.151, de 4 de dezembro de 1974, adotando medidas de proteção ao 
meio ambiente.
Em 5 de 
dezembro de 
1979
Veio, em seguida, o III Plano Nacional de Desenvolvimento, aprovado pela 
Resolução nº 1, de, do Congresso Nacional, que trouxe avanços ainda maiores 
para o Direito Ambiental, entre os quais a criação do Conselho Nacional do 
Meio Ambiente – Conama. Também merece referência o estabelecimento da 
responsabilidade objetiva nos casos de danos nucleares (Lei 6.453/77).
Em 31 de 
agosto de 1981
A Lei 6.938, , que estabeleceu a Política Nacional para o Meio Ambiente, com a 
instituição da Polícia Administrativa Ambiental
Em 24 de julho 
de 1985
 Outro passo importante foi a edição da Lei 7.347, , com a instituição da Ação 
Civil Pública, importante instrumento de preservação ambiental. Aqui devemos 
render homenagens ao Ministério Público do Estado de São Paulo.
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A Constituição Federal de 1988 deu um passo gigantesco na evolução do direito brasileiro 
ao dedicar um capítulo específi co ao meio ambiente, inserido no Título VIII – Da Ordem 
Social, considerado um dos mais importantes e avançados da Constituição de 1988. Ela 
toma consciência de que
“a qualidade do meio ambiente se transformara num bem, num patrimônio, num valor mesmo, 
cuja preservação, recuperação e revitalização se tornaram num imperativo do Poder Público, 
para assegurar a saúde, o bem-estar do homem e as condições de seu desenvolvimento. 
Em verdade, para assegurar o direito fundamental à vida”.
As normas constitucionais assumiram a consciência de que o direito à vida, como matriz 
de todos os demais direitos fundamentais do homem, é que há de orientar todas as formas 
de atuação no campo da tutela do meio ambiente. Como bem de uso comum do povo, o 
meio ambiente deve ser defendido e resguardado por todos, sem necessidade de invocar 
a intervenção estatal. 
Na constituição a expressão “meio ambiente ecologicamente equilibrado” implica a proteção 
e restauração dos processos ecológicos essenciais, assim defi nidos pelos cientistas 
especializados na área: preservação da biodiversidade, dos Parques Nacionais, como o 
Parque das Sete Cidades, e de outros espaços territoriais carentes de especial proteção, 
ação preventiva para evitar degradação do meio ambiente, como ocorre na construção de 
grandes obras públicas, como estradas e barragens, a proteção da fauna e da fl ora, sobretudo 
em relação às espécies em perigo de extinção.
A ConstituiçãoFederal dedicou norma específi ca quanto à mineração. Em um país rico em 
minerais em quantidade e diversidade, o desenvolvimento nacional reclama a sua utilização, 
mas, ao mesmo tempo, mostram-se necessárias providências para a salvaguarda da natureza. 
Busca-se o equilíbrio entre dois valores importantes: o desenvolvimento nacional, indicado 
como um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, e a proteção do 
meio ambiente. A exploração mineral acarreta danos à natureza. As minas auríferas utilizam 
o mercúrio, metal pesado e prejudicial às espécies. Daí porque se exige que tal exploração 
obrigue o interessado a promover a recuperação do meio ambiente degradado (§ 2º).
http://www.pensamentoverde.
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lei 9605:
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/leis/L9605.htm
aprofundando
A preocupação com a preservação do meio ambiente, 
restringindo-se o uso dos recursos naturais, levou o poder público 
a considerar patrimônio nacional alguns sistemas ecológicos: 
a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do 
Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira (§4º). Nada 
impede que o legislador inclua outras áreas. Não há no direito 
brasileiro uma defi nição legal de “patrimônio nacional”, mas a 
consequência é clara: autoriza o estabelecimento de restrições 
legais para tornar efetiva a preservação do meio ambiente.
Terras devolutas são terras públicas que poderiam ter sido 
regularmente adquiridas por particulares, que, entretanto, 
deixaram de fazê-lo por falta de interesse ou pelo não 
atendimento de alguma formalidade legal.
A preocupação com os acidentes nucleares, sobretudo depois 
do vazamento ocorrido na usina de Chernobyl, na antiga 
URSS, levou o constituinte a estabelecer a exigência de que 
as novas usinas que vierem a instalar-se deverão aguardar a 
edição de lei para defi nir a sua localização (§ 6º).
Além desses dispositivos, reunidos no capítulo específi co, a 
Constituição Federal também se ocupou do meio ambiente 
em outras passagens: ampliou o objeto da ação popular para 
alcançar os atos lesivos ao meio ambiente (art. 5º, LXXIII); 
ao dispor sobre os princípios gerais da atividade econômica, 
incluiu entre eles a defesa do meio ambiente. 
Como resultado da evolução da legislação ambiental no Brasil, 
em junho de 1992 realizou-se no Rio de Janeiro a Conferência 
das Nações Unidas Sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, 
conhecida como Rio 92, evento de repercussão mundial, da 
qual resultaram cinco documentos:
a) Declaração do Rio de Janeiro (Carta da Terra), com 
27 princípios fundamentais sobre o desenvolvimento 
sustentável; 
b) a Declaração de Princípios sobre Florestas; 
c) a Convenção sobre Biodiversidade, sobre a proteção 
das riquezas biológicas, principalmente fl orestais; 
d) Convenção sobre o Clima, sobre medidas para 
preservação do equilíbrio atmosférico, com o uso de 
tecnologias limpas, e controle da emissão de CO2; 
e) Agenda 21, que é um guia de cooperação internacional 
sobre recursos hídricos, resíduos tóxicos, transferência 
de recursos e tecnologias para os países pobres etc.
Depois da Rio 92, continuaram os atos legislativos 
favorecedores de uma política favorável ao meio ambiente. 
A legislação referente ao Imposto Territorial Rural (Leis 
8.874/94 e 9.393/96) traz incentivo para as áreas de 
preservação fl orestal. Mais tarde, veio a Lei 9.605, de 12 de 
fevereiro de 1998, a Lei dos Crimes Ambientais, que inclusive 
estabelece a responsabilidade penal das pessoas jurídicas.
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Essa breve análise das normas ambientais demonstra que tem sido constante a evolução 
da legislação ambiental em nosso país, buscando a adoção de institutos adequados ao 
estabelecimento de uma política efetiva com vista à preservação dos bens naturais, culturais, 
paisagísticos, históricos, turísticos e outros para o uso desta e das gerações futuras. É 
importante, porém, que sejam assinados convênios entre as unidades federativas e as ONGs 
voltadas para a defesa do meio ambiente, sobretudo na preservação das áreas verdes e 
dos lençóis aquíferos. 
Apesar de toda legislação e da preocupação em preservar o meio ambiente, assusta-nos o 
aumento, a cada dia, de focos de incêndio que destroem florestas, trazendo danos ao meio 
ambiente, à saúde pública e à preservação das espécies animais e vegetais.
T2 Mercado do carbono, ativos e passivos ambientais
Neste tópico vamos discutir o conceito de meio ambiente e, mais uma vez, aprofundar 
os impactos causados nos ambientes naturais em nosso planeta. Além disso, trataremos 
de alguns encontros importantes que ajudaram a fundamentar as discussões acerca da 
emissão de gases tóxicos na atmosfera. Daremos maior ênfase ao mercado de carbono e 
seus preceitos.
Você sabe o que significa meio ambiente?
O termo meio ambiente é considerado, pelo pensamento geral, sinônimo de natureza, 
local a ser apreciado, respeitado e preservado. Porém, é necessário um ponto de vista 
mais profundo sobre esse termo, estabelecer no ser humano a noção de pertencimento ao 
meio ambiente, com o qual possui vínculos naturais para a sua sobrevivência. Por meio da 
natureza, reencontramos nossas origens e identidade cultural e biológica, uma espécie de 
diversidade “biocultural”.
Outra definição sobre o termo meio ambiente o coloca no significado de recurso, de gerador 
de matéria-prima e energia. Nessa segunda definição, a educação ambiental trabalha a 
noção de consumo responsável e solidário, na defesa do acesso às matérias-primas do meio 
ambiente de forma comum para todos.
Na terceira concepção da palavra, meio ambiente, no sentido de ecossistema, é um conjunto 
de realidades ambientais, considerando a diversidade do lugar e sua complexidade. Como 
lugar onde se vive, é referente à vida cotidiana: casa, escola, e trabalho. Como biosfera, 
surge para explicar a interdependência das realidades socioambientais em todo mundo; a 
Terra é a matriz de toda vida.
De acordo com a resolução Conama 306/2002, “meio ambiente é o conjunto de condições, 
leis, influência e interações de ordem física, química, biológica, social, cultural e urbanística, 
que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
No Art. 225 da Constituição Federal há a seguinte frase:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público 
e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e as 
futuras gerações”.
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A sociedade como um todo é responsável pela preservação do meio ambiente; então é 
preciso agir da melhor maneira possível para não modificá-lo de forma negativa, pois isso terá 
consequências para a qualidade de vida da atual e das futuras gerações, entendendo que: 
“o meio ambiente concebido, inicialmente, como as condições físicas e químicas, juntamente 
com os ecossistemas do mundo natural, e que constitui o habitat do homem, também é, por 
outro lado, uma realidade com dimensão do tempo e espaço”.
O espaço ocupado pelo homem está a todo o momento sofrendo modificações relacionadas 
ou impostas pelo próprio homem; elas podem ser danosas ao meio quando não administradas 
corretamente. A crise ecológica revela uma crise ética em nossos dias, uma crise de valores, 
uma crise de relações humanas e de convivência com as demais criaturas. 
Daí a importância da educação ambiental para a responsabilidade e o respeito à vida. Tal 
educação afirma valores e ações que contribuem para a transformaçãohumana e social e 
para a preservação ecológica. Ela estimula a formação de sociedades socialmente justas e 
ecologicamente equilibradas, que conservam relações de interdependência e diversidade.
Essa educação ambiental está diretamente relacionada ao posicionamento das empresas 
em contribuir para o desenvolvimento de tecnologias que diminuam a poluição ambiental. 
O sensível aumento da degradação ambiental no planeta pode tornar-se ameaça endêmica 
ou epidêmica à qualidade de vida humana, principalmente no tocante às mudanças do clima 
mundial. O avanço científico associado às fortes evidências de alterações no clima do planeta 
efetivou uma resposta internacional concreta, que culminou na aprovação da Convenção-
Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (CQMC), durante a Convenção das 
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável, ocorrida no Rio 
de Janeiro em 1992.
A partir dessa Convenção e com objetivo de encontrar saídas para o problema ambiental do 
aquecimento global, diversas conferências têm sido realizadas; a de maior destaque foi a 
COP-3 (Conferência das Partes nº 3), realizada em dezembro de 1997, na cidade de Quioto, 
no Japão, evento que resultou no estabelecimento do Protocolo de Kyoto.
Co2
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Vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=eKDgWlj_Kxk
aprofundando
Contudo, apenas em 16 de fevereiro de 2005 o Protocolo entrou em vigor, 90 dias após sua 
assinatura pelo presidente da Rússia, Vladmir Putin, quando então foi possível cumprir os 
requisitos para tal, ou seja, ter sido ratifi cado por 55 nações-parte que respondam por pelo 
menos 55% das emissões globais, tornado-se norma internacional de observância obrigatória 
pelos países signatários, que são mais de 140 em todo o mundo, correspondendo a 61,6% 
das emissões globais.
O Protocolo de Kyoto, em linhas gerais, tem como objetivo frear a elevação da temperatura do 
planeta, por meio da diminuição da emissão do dióxido de carbono (CO2) e de cinco outros 
gases causadores do efeito estufa, provenientes principalmente da queima de combustíveis 
fósseis e da destruição dos ambientes naturais.
Diante do atual cenário mundial, em que a geração de 
energia é amplamente baseada em petróleo e carvão, esse 
é um árduo desafi o; contudo, é necessário para proteger 
o sistema climático e preservar a sadia qualidade de vida 
para as gerações atuais e futuras. Nesse instrumento foram 
estabelecidas metas específi cas de redução de emissão de 
gases causadores do efeito estufa (GEEs) em pelo menos 
5% em relação aos níveis emitidos pelos países em 1990.
Veja aqui de que maneira cada um dos países cuja conduta se pretende regular através 
desta norma, deverá agir para atingir os objetivos fi rmados.
- formular programas nacionais e regionais adequados para melhorar a qualidade dos fatores 
de emissão, que contenham medidas para mitigar a mudança do clima e medidas para facilitar 
uma adaptação adequada à mudança do clima;
- cooperar na promoção de modalidades efetivas para o desenvolvimento, a aplicação e a 
difusão destes programas e tomar as medidas possíveis para promovê-los;
• facilitar e fi nanciar, conforme o caso, a transferência ou o acesso a tecnologias, know-how, 
práticas e processos ambientalmente seguros relativos à mudança do clima, dentre outras 
práticas previstas no Artigo
10 do Protocolo de Kyoto.
Tais instrumentos têm ainda o propósito de incentivar os países em desenvolvimento a 
alcançar um modelo adequado de desenvolvimento sustentável. São três os mecanismos 
de fl exibilização previstos: 
• Comércio de emissões, realizado entre os países listados em seu Anexo I, de 
maneira que um país que tenha diminuído suas emissões para valor abaixo 
de sua meta transfi ra o excesso de suas reduções para outro país que não 
tenha alcançado tal condição; 
• Mecanismo de desenvolvimento limpo; e 
• Implementação conjunta, ou seja, implantação de projetos de redução de 
emissões de GEEs em países que apresentam metas no âmbito do protocolo.
a geração de energia é amplamente 
baseada em petróleo e carvão
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mudanças climáticas: Mercado do Carbono 
acesse: 
http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/
node/141
Saiba mAIS
http://i1114.photobucket.com/
albums/k536/asboasnovas/
mcarbono03.jpg
A saber, o Artigo 12 do Protocolo de Kyoto prevê um mecanismo 
fl exível, ou seja, uma alternativa ou forma subsidiária para que 
os países do Anexo I que não tenham condições de promover 
a necessária redução de gases em seu território possam 
atingir suas metas de redução de emissão de gases de efeito 
estufa, estimulando ao mesmo tempo o desenvolvimento 
estruturado daqueles países que não tenham atingido níveis 
alarmantes de emissão de poluentes.
Consiste basicamente na utilização das reduções atingidas 
pelos países em desenvolvimento (entre os quais está o 
Brasil) pelos países desenvolvidos para o cumprimento de 
suas metas obrigatórias.
Benefi cia tanto os países desenvolvidos relacionados no 
Anexo I como os países em desenvolvimento, por meio do 
sistema denominado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo 
(MDL); aqui a tentativa de reversão do aquecimento global 
ganha contornos 
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T3 Certificações de Responsabilidade Socioambiental
O conceito de Responsabilidade Social Ambiental (RSA) mostra não apenas o compromisso 
de empresas com pessoas e valores humanos, mas também preocupações verdadeiras 
com o meio ambiente. É fato que as empresas ainda necessitam melhorar sua relação com 
a sociedade de maneira a promover um desenvolvimento baseado na ideia do “triple bottom 
line”, ou seja, calcado em um tripé que envolve o meio ambiente, a economia e o social.
Na intenção de estimular a responsabilidade social empresarial, uma série de instrumentos de 
normas e certificações foram criadas nos últimos anos. O apelo relacionado a esses selos ou 
certificados é de fácil compreensão. Num mundo cada vez mais competitivo, empresas vêm 
vantagens comparativas em adquirir certificações que atestem sua boa prática empresarial, 
dentro de um gerenciamento ético, social e ambiental. 
A pressão por produtos e serviços socialmente corretos faz com que empresas adotem 
processos de reformulação interna para se adequarem às normas impostas pelas entidades 
certificadoras. 
A importância de normas e padrões está principalmente na definição e concordância de termos 
e procedimentos, o que permite uma comparação da empresa com o restante do mercado.
Com relação à responsabilidade social, são três os principais padrões existentes: 
AA1000
SA8000
ISO 26000
Com relação ao meio ambiente, a certificação internacional mais aceita na atualidade é a 
ISO 14000, que atesta a performance ambiental da empresa.su
st
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Vamos conhecer um pouco sobre elas?
Norma AA1000
A norma AA1000 foi lançada em 1999 pelo ISEA (Institute of Social and Ethical Accountability), 
hoje AccountAbility e surgiu como resposta à crescente geração de relatórios de 
sustentabilidade e à necessidade de mecanismos que assegurassem sua confi abilidade, pois 
o principal problema dos relatórios de sustentabilidade é a não obrigatoriedade de auditoria, 
com isso as empresas dispõe para o público as informações que lhe convier.
O termo inglês stakeholder (que poder ser traduzido 
como “parte interessada”) designa uma pessoa, 
grupo ou entidade com legítimos interesses nas 
ações e no desempenho de uma organização e 
cujas decisões e atuações possam afetar, direta 
ou indiretamente, essa mesmaorganização. 
Estão incluídos nos stackeholders os funcionários, 
gestores, proprietários, fornecedores, clientes, 
credores, Estado (enquanto entidade fiscal e 
reguladora), sindicatos e diversas outras pessoas 
ou entidades que se relacionam com a organização.
Você sabia?
Para conhecer um pouco sobre a SA8000 acesse:
http://sa-intl.org/index.cfm?fuseaction=Page.
ViewPage&PageID=937 (em inglês)
http://sa-intl.org/_data/n_0001/resources/live/
SA8000%20Standard%202014.pdf (em inglês)
h t t p : / / w w w. c p f l . c o m . b r / i n s t i t u c i o n a l /
f o r n e c e d o r e s / D o c u m e n t s / N o r m a -
Responsabilidade-Social-SA8000.pdf
Assista ao vídeo e relembre os 9 requisitos da 
SA8000:
https://www.youtube.com/watch?v=T9MEjvl6TWw
aprofundando
Esta norma é um ótimo instrumento de transparência e 
governança corporativa e inclui três princípios: o princípio 
fundamental da Inclusão e os princípios da Relevância e da 
Responsabilidade. 
Numa definição bem simples, sua função é garantir a 
qualidade das informações apresentadas nos relatórios, 
fornecendo mecanismos de avaliação e verificação de 
dados, principalmente para as informações não fi nanceiras. 
É como se fosse uma contabilidade socioambiental. Mas 
na verdade ela é muito mais do que isso. A sua essência 
é fundamentada na aprendizagem e desempenho social, 
ético, ambiental e econômico das empresas, além de apontar 
caminhos estratégicos para a sustentabilidade. Sua forma 
de atuação é baseada no relacionamento das empresas 
com seus stakeholders, procurando incluí-los no processo 
decisório da companhia. Mesmo já existindo há de mais de 
uma década, a AA1000 é muito pouco difundida no Brasil.
Norma ISO 26000
Publicada em novembro de 2010 em Genebra – Suíça 
a Norma Internacional ISO 26000 – Diretrizes sobre 
Responsabilidade Social foi elaborada pelo ISO/TMB 
Working Group on Social Responsability por meio de um 
processo que envolveu cerca de 450 especialistas de 99 
países. Os especialistas vieram de seis diferentes grupos 
de stakeholders - Consumidores, governo, indústria, 
trabalhadores, ONG e serviços/suporte/outros (ABNT, 2010; 
INMETRO, 2012). A participação dos trabalhadores ocorreu 
por meio de especialistas vinculados às centrais sindicais 
de vários países, liderados pela Confederação Sindical 
Internacional (CSI).
O principal objetivo da ISO 26000 é a de orientar as 
organizações na melhor forma de incorporar ações à 
sua gestão, sendo aplicável a todos os tipos e portes de 
organizações (pequenas, médias e grandes) e de todos 
os setores (governo, ONG’s e empresas privadas) e 
visa promover a sensibilização para a Responsabilidade 
Social, por meio da abordagem dos seguintes temas: 
governança organizacional, direitos humanos, práticas 
de t rabalho, meio ambiente, prát icas justas de 
operação, questões do consumidor, envolvimento e 
desenvolvimento da comunidade.
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Esta norma tem a função de ser um guia de Responsabilidade Social, e se expressa no 
desejo e pelo propósito das organizações em incorporarem considerações socioambientais 
em seus processos decisórios e a responsabilizar-se pelos impactos de suas decisões e 
atividades na sociedade e no meio ambiente. 
Isso implica um comportamento ético e transparente que contribua para o desenvolvimento 
sustentável, que esteja em conformidade com as leis aplicáveis e seja consistente com as 
normas internacionais de comportamento. Também implica que a responsabilidade social 
esteja integrada na organização como um todo, e leve em conta os interesses das partes 
interessadas. Todos os temas contêm várias questões e as organizações identificam suas 
particularidades e a implantam por meio do diálogo com as partes interessadas (ABNT, 2010).
Relação entre a organização, suas partes 
interessadas e a sociedade.
Fonte: ISO 26000:2012
Integração da Responsabilidade Social 
por toda organização.
Fonte: ISO 26000:2012
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Na norma, Responsabilidade Social é defi nida como:
“Responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades na 
sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento ético e transparente que:
- contribua para o desenvolvimento sustentável, inclusive a saúde e o bem estar da sociedade;
- leve em consideração as expectativas das partes interessadas;
- esteja em conformidade com a legislação aplicável e seja consistente com as normas 
internacionais de comportamento, e
- esteja integrada em toda a organização e seja praticada em suas relações.”
A norma fornece orientações para todos os tipos de organização, independente de seu porte 
ou localização, sobre:
• Conceitos, termos e defi nições referentes à responsabilidade social;
• Histórico, tendências e características da responsabilidade social;
• Princípios e práticas relativas à responsabilidade social;
• Os temas centrais e as questões referentes à responsabilidade social;
• Integração, implementação e promoção de comportamento socialmente 
responsável em toda a organização e por meio de suas políticas e práticas dentro 
de sua esfera de infl uência;
• Identifi cação e engajamento de partes interessada;
• Comunicação de compromissos, desempenho e outras informações referentes à 
responsabilidade social.
Princípios da responsabilidade social
Ao abordar e praticar a responsabilidade social, o objetivo mais amplo da organização é 
maximizar sua contribuição para o desenvolvimento sustentável. Dentro desse objetivo, 
apesar de não haver uma lista defi nitiva de princípios da responsabilidade social, convém 
que as organizações respeitem os sete princípios descritos abaixo, assim como os princípios 
específi cos de cada tema central (ABNT, 2010).
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1. Accountability: a organização deve se responsabilizar por 
seus impactos na sociedade, economia e meio ambiente;
2. Transparência: agir com transparência nas decisões e 
atividades organizacionais que impactam a sociedade e o 
meio ambiente;
3. Comportamento ético: comportar-se com honestidade, 
equidade e integridade. Adotar e aplicar padrões éticos de 
comportamento de acordo com as atividades organizacionais 
desenvolvidas;
4. Respeito pelos interesses dos stakeholders: identifi car 
todos os stakeholders e respeitar seus direitos legítimos, e 
considerar outros interesses de todos os indivíduos e não 
apenas dos proprietários e acionistas;
5. Respeito pelo estado de direito: cumprir com a legislação 
de todas as jurisdições em que operar, manter-se atualizado 
para estar sempre em conformidade com a lei;
6. Respeito pelas normas internacionais de comportamento: 
em situações em que a legislação não apresentar normas 
de proteção socioambiental adequada, deve-se, no mínimo, 
respeitar as normas internacionais de comportamento. Evitar 
ser cúmplice de atividades que não respeitam as normas 
internacionais de comportamento;
7. Respeito pelos direitos humanos: respeitar e, se possível, 
promover os direitos previstos na Declaração Internacional 
dos Direitos Humanos. Em situações em que os direitos 
humanos não forem protegidos, nunca tirar vantagens e 
respeitar as normas internacionais de comportamento.
Diretrizes da ISO 26000 para uma conduta 
sustentável:
Segundo o Conselho de Justiça do Trabalho, a norma 
tem a proposta de servir como um importante norte para 
as corporações e não como uma certifi cadora e tem sete 
temas centrais:
1) Governança organizacional: Trata de processos e 
estruturas de tomada de decisão, delegação de poder e 
controle. O tema é, ao mesmo tempo, algo sobre o qual 
a organização deve agir e uma forma deincorporar os 
princípios e práticas da responsabilidade social à sua forma 
de atuação cotidiana;
2) Direitos humanos: Inclui due dilligence, situações de risco 
para os DH; como evitar cumplicidade; resolução de queixas; 
discriminação e grupos vulneráveis; direito civis e políticos, 
direitos econômicos, sociais e culturais; princípios e direitos 
fundamentais do trabalho;
o objetivo 
mais amplo da 
organização é 
maximizar sua 
contribuição 
para o 
desenvolvimento 
sustentável
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3) Práticas trabalhistas: Refere-se tanto a emprego direto quanto ao terceirizado e ao trabalho 
autônomo. Inclui emprego e relações do trabalho; condições de trabalho e proteção social; 
diálogo social; saúde e segurança no trabalho; desenvolvimento humano e treinamento no 
local de trabalho;
4) Meio ambiente: Inclui prevenção da poluição; uso sustentável de recursos; mitigação 
e adaptação às mudanças climáticas; proteção do meio ambiente e da biodiversidade e 
restauração de habitats naturais;
5) Práticas leais de operação: Compreende práticas anticorrupção; envolvimento político 
responsável; concorrência leal; promoção da responsabilidade social na cadeia de valor e 
respeito aos direitos de propriedade;
6) Questões dos consumidores: Inclui marketing leal, informações factuais e não tendenciosas 
e práticas contratuais justas; Proteção à saúde e a segurança do consumidor; consumo 
sustentável; atendimento e suporte ao consumidor e solução de reclamações e controvérsias; 
proteção e privacidade dos dados do consumidor; acesso a serviços essenciais e educação 
e conscientização;
7) Envolvimento e desenvolvimento da comunidade: Refere-se ao envolvimento da 
comunidade; educação e cultura; geração de emprego e capacitação; desenvolvimento 
tecnológico e acesso a tecnologias; geração de riqueza e renda; saúde e investimento social.
Os sete temas centrais da ISO 26000
Fonte: ISO 26000:2010
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Para cada tema, são abordadas várias possíveis ações e expectativas relacionadas. A norma 
ainda traz os Princípios da Responsabilidade Social e várias defi nições como: Accountability, 
due diligence (diligência devida), Meio Ambiente, Comportamento ético, Igualdade de gênero, 
Impacto de Normas internacionais de comportamento, Governança organizacional, esfera 
de infl uência, desenvolvimento sustentável etc.
Accountability: condição de responsabilizar-se por decisões e atividades e prestar contas 
destas decisões e atividades aos órgãos de governança de uma organização, a autoridades 
legais e, de modo mais amplo, às partes interessadas da organização.
A due diligence: no contexto da responsabilidade social é um processo abrangente e pró-ativo 
para identifi car impactos sociais, ambientais e econômicos negativos reais e potenciais das 
decisões e atividades de uma organização com o propósito de evitar e mitigar esses impactos.
A ISO 26000 é uma norma de diretrizes e de uso voluntário; não visa nem é apropriada a fi ns 
de certifi cação. Qualquer oferta de certifi cação ou alegação de ser certifi cado pela ABNT NBR 
ISO 26000 constitui em declaração falsa e incompatível com o propósito da norma. Embora 
não seja uma norma de certifi cação, surgiu como um padrão internacional de diretrizes de 
responsabilidade social voltadas para organizações de diferentes portes e natureza (público 
ou privado). Ainda que a norma tenha sido criada por organizações não governamentais, 
integrou, no processo de elaboração, várias partes interessadas – consumidores, empresas, 
governos, organizações não governamentais, trabalhadores, além de organismos de 
normalização e entidades de pesquisa.
Relação da Organização e os 
Princípios da Responsabilidade Social 
relacionando com a Governança 
Organizacional.
Fonte: Deus et al., 2014.
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controle dos 
impactos de 
suas atividades, 
produtos e 
serviços sobre 
o meio ambiente
Leia na íntegra a ISO 26000:2010, acessando:
http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/
sites/default/files/arquivos/[field_generico_
imagens-fi lefi eld-description]_65.pdf
aprofundando
Segundo a norma ISO 26000 os benefícios que a Responsabilidade Social pode trazer para 
a organização são diversos, tais como: 
• Melhorias das práticas de gestão de risco da organização, 
• Estímulo a um processo decisório que leve em conta às expectativas da sociedade, 
• Melhoria da reputação da organização, 
• Geração de inovação, 
• Melhoria da competitividade incluindo acesso a fi nanciamento e status de parceiro 
preferencial, 
• Melhoria do relacionamento da organização com suas partes interessadas,
• Aumento da fidelidade, envolvimento, motivação, participação e moral dos 
empregados, 
• Melhoria da saúde e segurança dos trabalhadores, 
• Efi ciência no uso de recursos, 
• Maior confiabilidade e prevenção ou redução de possíveis conflitos com 
consumidores referentes a produtos ou serviços.
ISO 14000 – A CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL
Organizações de todos os tipos estão cada vez mais 
preocupadas com o atingimento e demonstração de um 
desempenho ambiental correto, por meio do controle dos 
impactos de suas atividades, produtos e serviços sobre o 
meio ambiente, coerente com sua política e seus objetivos 
ambientais. Agem assim dentro de um contexto de legislação 
cada vez mais exigente, do desenvolvimento de políticas 
econômicas e outras medidas visando adotar a proteção 
ao meio ambiente e de uma crescente preocupação 
expressa pelas partes interessadas em relação às questões 
ambientais e ao desenvolvimento sustentável (ABNT, 2004).
A série de normas ISO 14000 correspondem a um Sistema 
de Gestão Ambiental (SGA) editado pela ISO (International 
Organization for Standardization). Esta série de normas 
apresenta diretrizes para Auditorias Ambientais, Avaliação do 
Desempenho Ambiental, Rotulagem Ambiental e Análise do 
Ciclo de Vida dos Produtos. Ou seja, especifi ca os requisitos 
relativos a um sistema de gestão ambiental, de modo a 
permitir que a organização formule políticas e objetivos 
que levem em conta os requisitos legais e as informações 
referentes aos impactos ambientais signifi cativos.
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http://www.furb.br/ecoradar/brasil/1img/img/quadro2.gif
A referida norma compreende o ciclo PDCA:
Criação da Política Ambiental e 
Ciclo PDCA na ISO 14001 (ISO 
14001, 2004)
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Leia a ISO 14001 na íntegra, acessando:
h t t p : / / w w w . l a b o g e f . i e s a . u f g . b r /
l a b o g e f / a r q u i v o s / d o w n l o a d s / n b r -
iso-14001-2004_70357.pdf
aprofundando
Esse ciclo consiste na aplicação das etapas de planejamento, implementação, verifi cação de 
resultados e análise crítica em busca da melhoria contínua do Sistema de Gestão Ambiental (SGA).
As normas de gestão ambiental têm por objetivo prover as organizações de elementos de um 
SGA efi caz que possam ser integrados a outros requisitos da gestão, e auxiliá-las a alcançar 
seus objetivos ambientais e econômicos (ABNT, 2004).
A ISO14001 foi defi nida na Conferência de Estocolmo, em 1972, que resultou no relatório 
intitulado “Nosso Futuro Comum”, quando foi feito um apelo às indústrias para o desenvolvimento 
e adoção de sistemas de gestão que levassem em conta as questões ambientais.
Benefícios da Norma ISO 14001
• Melhorar o relacionamento com todas as partes interessadas (clientes, acionistas, 
ONG’s, fornecedores, governo e funcionários), assegurando o comprometimento com 
uma gestão ambientaldemonstrável;
• Melhorar os processos e a gestão ambiental, reduzindo a quantidade de resíduos e a 
utilização de energia, protegendo a saúde humana e o meio ambiente;
• Fortalecer a imagem e credibilidade da empresa e a participação no mercado, melhorando 
a relação com o público;
• Melhorar a efi ciência, reduzindo os custos de funcionamento da empresa;
• Demonstrar conformidade, ampliando as suas oportunidades de negócios;
• Cumprir as obrigações legais, obtendo maior participação das partes interessadas e a 
confi ança do cliente;
• Preparar para mudança de cenário dos negócios com segurança
• Satisfazer os critérios dos investidores e melhorar o acesso ao capital;
• Maior controle dos riscos com acidentes ambientais.
Como as empresas podem apoiar a certifi cação?
O apoio a norma ISO 14001 pelas empresas podem vir de 
qualquer tipo de divulgação:
• Eventos, Informações e Treinamentos;
• Simpósios, Seminários, Workshops;
• Informações por escrito;
• Reuniões informativas;
• Treinamentos abertos.
A demanda por produtos ambientalmente corretos cresce mundialmente, em especial nos países 
desenvolvidos, onde os consumidores já alcançaram um nível de conscientização sufi ciente para 
torná-los parte atuante dessa internalização, os mesmos expressam a preocupação ambiental 
através do poder de compra, optando cada vez mais por produtos ambientalmente seguros, 
esses consumidores tendem a dispensar produtos e serviços que agridem o meio ambiente. 
O refl exo disso pode ser percebido no desenvolvimento de rótulos ambientais como forma de 
informar aos consumidores sobre as especifi cações ambientais do que eles estão consumindo.
Cada vez mais compradores, principalmente importadores, estão exigindo a certifi cação 
ambiental, nos moldes da ISO 14000, ou mesmo certifi cados ambientais específi cos. Além 
disso, a imagem de empresas ambientalmente saudáveis é mais bem aceita por acionistas, 
consumidores, fornecedores e autoridades públicas.
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T4 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E LICENCIAMENTO AMBIENTAL: GOVERNO, MEIO AMBIENTE E A LEI DE 
CRIMES AMBIENTAIS.
Nos últimos anos, o desenvolvimento econômico decorrente da revolução industrial impediu 
que os problemas ambientais fossem considerados. A poluição e os impactos ambientais 
do desenvolvimento desordenado eram visíveis, mas os benefícios proporcionados pelo 
progresso eram justifi cados como um “mal necessário”.
Foi apenas na década de 1960 que o termo “meio ambiente” foi usado pela primeira vez - 
numa reunião do Clube de Roma, cujo objetivo era a reconstrução dos países no pós-guerra. 
Ali foi estabelecida a polêmica sobre os problemas ambientais.
O direito ambiental pode ser conceituado como:
O conjunto de leis, princípios e políticas publicas que regem a interação 
do homem com o Meio Ambiente para assegurar, através de processo 
participativo, a manutenção de um equilíbrio da Natureza, um ambiente 
ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações 
(SÉGUIN e CARRERA, 1999, p.70).
Inicialmente, as políticas ambientais de praticamente todos os países eram essencialmente 
reativas, buscando reduzir os efeitos da poluição já existente. Com o agravamento da 
deterioração do meio ambiente e a maior conscientização dos problemas em escala global, sob 
a forma de mudanças climáticas, depleção da camada de ozônio, redução da biodiversidade, 
poluição marinha e chuvas ácidas, passaram a ser adotadas medidas de caráter preventivo.
A Lei N.º 6.938 de 31 de agosto de 1981, com base nos incisos VI e VII do Art. 23 e no Art. 
225 da Constituição, estabelece a Política Nacional de Meio ambiente com o objetivo de 
preservar, melhorar e recuperar a qualidade ambiental do país através do SISNAMA (Sistema 
Nacional de Meio Ambiente).
lei nº 6.938:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm
aprofundando
Constituição Federal:
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; 
VII - preservar as fl orestas, a fauna e a fl ora;
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum 
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade 
o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1o. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora 
de signifi cativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que 
se dará publicidade;
Esta lei que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente 
(PNMA), introduziu o conceito de licenciamento ambiental entre 
os instrumentos da política brasileira no setor. Visando um 
melhor entendimento, no seu artigo 30 defi ne os termos: meio 
ambiente, degradação ambiental, poluição, poluidor, e recursos 
ambientais; e em seu artigo 100 torna obrigatória a prévia licença 
ambiental para atividades potencialmente poluidoras.
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Esta lei que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), introduziu o conceito 
de licenciamento ambiental entre os instrumentos da política brasileira no setor. Visando 
um melhor entendimento, no seu artigo 30 defi ne os termos: meio ambiente, degradação 
ambiental, poluição, poluidor, e recursos ambientais; e em seu artigo 100 torna obrigatória a 
prévia licença ambiental para atividades potencialmente poluidoras.
lei nº 6.938/81 na íntegra, acessando:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm
Leia a Resolução CONAMA nº 237/97 na íntegra, 
acessando:
http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res97/
res23797.html
aprofundando
aprofundando
A Política Nacional do Meio Ambiente consagra o importante 
princípio da Responsabilidade do Poluidor. Em questões 
ambientais ela é objetiva, isto é, independente da existência 
de dolo (intenção de causar o dano) ou culpa (negligência, 
imperícia ou imprudência). O poluidor, portanto é 
responsável pelos danos causados ao meio ambiente e a 
terceiros, devendo indenizar ou repará-los, e o Ministério 
Público da União e dos Estados terá legitimidade para 
propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos 
causados ao meio ambiente.
O art. 1º, da Resolução CONAMA nº 237/97, nos dá as 
seguintes defi nições:
Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo 
qual o órgão ambiental competente licencia a localização, 
instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e 
atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas 
efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob 
qualquer forma, possam causar degradação ambiental, 
considerando as disposições legais e regulamentares e as 
normas técnicas aplicáveis ao caso.
Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão 
ambiental competente, estabelece as condições, restrições e 
medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas 
pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, 
instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades 
utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva 
ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer 
forma, possam causar degradação ambiental.
Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos 
relativos aos aspectos ambientais relacionados à 
localização, instalação, operação e ampliação de uma 
atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio 
para a análise da licença requerida, tais como: relatório 
ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório 
ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de 
manejo, plano de recuperação deárea degradada e 
análise preliminar de risco.
Impacto Ambiental Regional: é todo e qualquer impacto 
ambiental que afete diretamente (área de infl uência direta 
do projeto), no todo ou em parte, o território de dois ou 
mais Estados.
22
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Não deixe de ler e consultar as fontes abaixo:
Manual de licenciamento ambiental:
http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/
cart_sebrae.pdf
Cartilha de licenciamento ambiental:
http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/
cart_tcu.PDF
Caderno de Licenciamento Ambiental:
http://www.mma.gov.br/estruturas/dai_pnc/_arquivos/
pnc_caderno_licenciamento_ambiental_01_76.pdf
www.ibama.gov.br
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm
http://www.ibama.gov.br/documentos/cartilha-leis-de-
crimes-ambientais
VÍDEO
Para encerrar esta disciplina, assista ao vídeo abaixo 
e refl ita sobre tudo o que aprendemos.
https://www.youtube.com/watch?v=J0qM8oFeFY0
aprofundando
http://www.metform.com.br/material/meio_ambiente/licenca_ambiental_grande.jpg
Tipos de licença ambientais
O Poder Público, no exercício de sua competência de 
controle, expedirá as seguintes licenças: (art. 19, do Dec. 
Federal nº 99.274/90). 
I - Licença Prévia (LP) – na etapa preliminar do planejamento 
da atividade, requisitos básicos a serem atendidos nas fases 
de localização, instalação e operação, observados os planos 
municipais, estaduais ou federais de uso do solo. 
II - Licença de Instalação (LI) – autorizando o início da 
implantação, de acordo com as especifi cações constantes 
do Projeto Executivo aprovado; e 
III. - Licença de Operação (LO) - autorizado, após as 
verifi cações necessárias, o início da atividade licenciada e o 
funcionamento de seus equipamentos de controle, de acordo 
com o previsto nas Licenças Prévias e de Instalação.
Tanto o IBAMA quanto os órgãos estaduais de meio ambiente 
atuam na fi scalização e na concessão de licença ambiental antes 
da instalação de qualquer empreendimento ou atividade que 
possa vir a poluí-lo ou degradá-lo. O IBAMA atua, principalmente, 
no licenciamento de grandes projetos de infraestrutura que 
envolvam impactos em mais de um estado e nas atividades do 
setor de petróleo e gás da plataforma continental. Os estados 
cuidam dos licenciamentos de menor porte.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ABNT – Associação Brasileira de Normas técnicas. NBR ISO 26000:2010, Diretrizes sobre 
responsabilidade social, Rio de Janeiro, ABNT, 2010.
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ferramentas e aplicações. São Paulo: Atlas, 2009
BERTONCELLO, Silvio Luis Tadeu; CHANG, João Junior A importância da 
Responsabilidade Social Corporativa como fator de diferenciação, FACOM – nº 17 – 1º 
semestre de 2007.
Conselho de Justiça do Trabalho - http://www.csjt.jus.br/iso-26000 acessado em 
03/04/2015
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das barreiras de implementação. Gest. Prod., São Carlos, v. 21, n. 4, p. 793-809, 2014
ETHOS & SEBRAE, Responsabilidade Social para micro e pequenas empresas – Passo a 
Passo, São Paulo, 2003
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Bicentenário, Rio de Janeiro, Elsevier, 2011
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MARQUES, Vera Lúcia Maia, Mulheres e Muçulmanas, Fazendo Gênero 9, Diásporas, 
Diversidades, Deslocamentos, 2010
MCGREW, Anthony. “Globalization and Global Politics” in: Baylis, Smith, Steve & Owens, Patricia 
(Eds.). The Globalization of World Politics. 5th Edition Oxford: Oxford University Press, 2011
RICO, Elizabeth de Mello. “A Responsabilidade Social Empresarial e o Estado, uma aliança 
para o desenvolvimento sustentável”. São Paulo Em Perspectiva, 18(4): 73-82, 2004.
SÉGUIN, Elida; CARRERA, Francisco. Leis dos crimes ambientais. São Paulo: Adcoas, 1999.
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU) / Cartilha de licenciamento ambiental. -- 
Brasília: TCU, Secretaria de Fiscalização de Obras e Patrimônio da União, 2004. 57p.
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