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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA
LETÍCIA BATISTA DE OLIVEIRA
PIM V – Projeto Integrado Muldisciplinar
Curso: Gestão Agronegócio
Cadeias Produtivas I
Movimentação e Armazenagem
Matemática Financeira
GOIANIA
2015
RESUMO
O trabalho classifica e descreve os sistemas de produção, traçando um panorama da evolução da pecuária de corte brasileira nas últimas décadas. Independente do grau de intensidade tecnológica, os sistemas de produção de gado de corte no País são fundamentalmente alicerçados na utilização de pastagens. Entretanto, sistemas mais intensivos, sejam por meio de suplementação alimentar em regime de pasto ou pelo uso de confinamento, têm se tornado cada vez mais importantes nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. Em seguida o aprofundamento no sistema de produção intensivo de bovino de corte em confinamento descrevendo o seu contexto histórico, abrangências deste sistema e concluindo com uma avaliação econômica na atividade de um confinamento situado a 180 km da cidade Goiânia aonde se conclui que essa atividade aplicada aliada ao planejamento e uso sistemas de informática apresenta grande rentabilidade para seu desenvolvimento.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................04
DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DO BOVINO EFETIVO..........................................05
3.CARACTERIZAÇÃO DAS ATIVIDADES E DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO.07
	3.1 CARACTERIZAÇÃO DAS ATIVIDADES.................................................07
3.2 DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO, SEGUNDO REGIME ALIMENTAR......................................................................................................08
4.CONFINAMENTO NO BRASIL................................................................................15
4.1 VANTAGENS DO CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE.........16
4.2 LOCALIZAÇÃO DO CONFINAMENTO...................................................16
4.3 INFRA-ESTRUTURA E DIMENSIONAMENTO DO CONFINAMENTO.............................................................................................17
4.4 ANIMAIS PARA CONFINAMENTO..........................................................18
4.5 NUTRIÇÃO DE BOVINOS PARA ENGORDA E TERMINAÇÃO..........18
	4.6 MANEJO DOS ANIMAIS............................................................................19
4.7 PROBLEMAS DOS ANIMAIS NO CONFINAMENTO.............................20
4.8 FATORES QUE PODEM CONTRIBUIR PARA O SUCESSO DO CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE................................................22
4.9 COMERCIALIZAÇÃO DA CARNE DE BOVINOS..................................22
4.10 CUSTOS DE PRODUÇÃO.........................................................................23
5. ESTÂNCIA SANTA FÉ AVALIAÇÃO ESCONÔMICA DA ATIVIDADE DE CONFINAMENTO.........................................................................................................23
6. CONCLUSÃO.............................................................................................................29
7. REFERENCIAS..........................................................................................................30
1 INTRODUÇÃO
Estando em todos os Estados, do País, a pecuária de corte brasileira apresenta uma ampla gama de sistemas de produção. Estes variam desde uma pecuária extensiva, suportada por pastagens nativas e cultivadas de baixa produtividade e pouco uso de insumos, até uma pecuária dita intensiva, com pastagens de alta produtividade, suplementação alimentar em pasto e confinamento. Entretanto, qualquer que seja o sistema de produção, a atividade caracteriza-se pela predominância de uso de pastagens.
Independente do grau de intensidade dos sistemas, os rebanhos apresentam uma predominância dos genótipos zebuínos, em especial da raça Nelore, nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, e os taurinos predominam na região Sul, destacando-se as raças Hereford, Aberdeen Angus, Simental e Charolês.
A bovinocultura de corte e leite engloba cerca de 225 milhões de hectares e um rebanho da ordem de 195,5 milhões de cabeças, distribuído em 2,7 milhões de propriedades.
Pode esta considerando como uma das cadeias produtivas mais extensas e complexas, a bovinocultura de corte envolve múltiplos atores, desde a indústria de equipamentos e insumos até o consumidor final. Nessa cadeia, tem especial importância o elo central representado pelas fazendas de gado. 
2 DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DO BOVINO EFETIVO
O Brasil está subdivido em cinco grandes regiões geográficas com vinte seis Estados e um Distrito Federal. Os Estados estão subdivididos em microrregiões, as quais totalizam 568 e que serão tomadas como base de agregação de alguns dados neste trabalho. A região Norte, embora ocupando 45% do território do país, é a menos desenvolvida.
O crescimento da bovinocultura brasileira tem se destacado, desde a década passada, acompanhando o aumento das demandas interna e externa por proteína animal. O rebanho apresentou crescimento em 2010, após um período de descarte de matrizes de 2002 a 2006, manteve a tendência de reposição do rebanho do ano anterior. A alta do preço da carne bovina no mercado interno incentivou o consumo de carne de frango e de suíno, de menor custo.
Em seguida podemos observar que na tabela abaixo, encontra-se a distribuição espacial do efetivo bovino brasileiro, observando-se que 70% do rebanho está concentrado nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, que correspondem a 36,4% do território nacional Embora a região Centro-Oeste detenha cerca de 36% do efetivo total, o maior crescimento do rebanho no período de 2000 a 2003 ficou por conta da região Norte, com 38%, seguida da região Centro-Oeste, com 17%. Maiores taxas de crescimento do rebanho nessas duas regiões também foram registradas nas décadas passadas. Isto tem ocorrido em razão das regiões Norte e Centro-Oeste constituírem as áreas de fronteira agrícola brasileira, onde tem havido expansão horizontal das áreas de pastagens.
3 CARACTERIZAÇÃO DAS ATIVIDADES E DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO
3.1 CARACTERIZAÇÃO DAS ATIVIDADES
As atividades econômicas da pecuária de corte são caracterizadas pelas fases de cria, recria e engorda, as quais são desenvolvidas como atividades isoladas ou combinadas de forma a se complementarem, a saber:
• Cria – compõe-se do rebanho de fêmeas em reprodução, podendo estar incluída a recria de fêmeas para reposição, para crescimento do rebanho e para venda. Todos os machos são vendidos imediatamente após a desmama, em geral com 7 a 9 meses de idade. Além dos machos desmamados, são comercializados bezerras desmamadas, novilhas, vacas e touros. Em geral, as bezerras desmamadas e as novilhas jovens (1 a 2 anos) são vendidas para reprodução, enquanto as novilhas de 2 a 3 anos, as vacas e os touros descartados se destinam ao abate.
• Cria e recria – difere da anterior pelo fato de os machos serem retidos até 15 a 18 meses de idade, quando então são comercializados. Estes são comumente denominados garrotes.
• Cria, recria e engorda – considerada como atividade de ciclo completo, assemelha-se às anteriores, porém os machos são vendidos como bois gordos para abate, com idade de 15 a 42 meses, dependendo do sistema de produção em uso.
• Recria e engorda – essa atividade tem início com o bezerro desmamado e termina com o boi gordo. Entretanto, em função da oferta de garrotes de melhor qualidade, também pode começar com esse tipo de animal, o que, associado a uma boa alimentação, reduz o período de recria/engorda. O mesmo ocorre com bezerros desmamados de alta qualidade. Embora essa atividade tenha predominância de machos, verifica-se também a utilização de fêmeas.
• Engorda (terminação) – nas décadas passadas foi exercida pelos chamados “invernistas”. Estes se localizavam em regiões de boas pastagens e aproveitavam a grande oferta de boi magro (24 a 36 meses de idade) da época. Atualmente,encontra-se bastante restrita como atividade isolada, sendo desenvolvida por um número reduzido de pecuaristas que também fazem a terminação de fêmeas. Essa mudança de cenário deve-se à expansão das áreas de pastagens cultivadas em regiões onde tradicionalmente não existiam e, por consequência, à redução da oferta de boi magro.
3.2 DESCRIÇÃO GERAL DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO, SEGUNDO O REGIME ALIMENTAR
A dimensão continental do País, a variedade de ecossistemas e a diversidade socioeconômica das regiões e do universo de produtores fazem com que a pecuária de corte brasileira apresente uma gama considerável de sistemas de produção de carne bovina. Tipificar e descrever toda essa variabilidade, além de extremamente trabalhoso, não faz sentido no contexto deste trabalho, tendo em vista que a transmissibilidade da encefalopatia espongiforme bovina se dá, eminentemente, por meio da alimentação. Por isso, optou-se por classificar e agrupar os sistemas de produção segundo os “regimes alimentares” dos rebanhos predominantes no País. Neste sentido, as seguintes categorias foram consideradas como “pontos de corte”: a) sistema extensivo - regime exclusivo de pastagem; b) sistema semi-intensivo - pastagem mais suplementação em pasto; e c) sistema intensivo - pastagem mais suplementação e confinamento.
Essa abordagem permite, de forma abrangente, diferenciar os sistemas de produção em uso no País, descrevendo os principais componentes de cada grupo. Para facilitar o entendimento, a apresentação inicia-se por uma caracterização geral, seguida de uma descrição detalhada dos alimentos suplementares, seus consumos por categoria animal, épocas de utilização, origem/fonte e formas de produção e aquisição.
Ressalta-se que, independente do grau de intensificação dos sistemas, todos estão sob o controle da defesa e da vigilância sanitária oficial, sob a coordenação nacional do Mapa, e operacionalizada, nos Estados, diretamente, pela Superintendência Federal da Agricultura – SFA – ou pelas Agências Estaduais de Defesa e Vigilância Sanitária, sob a coordenação das SFAs locais. Além disso, à medida que aumenta a intensificação dos sistemas, é crescente a utilização de assistência veterinária no controle sanitário do rebanho.
Sistemas extensivos 
Os sistemas extensivos, neste caso, são caracterizados pela utilização de pastagens nativas e cultivadas como únicas fontes de alimentos energéticos e protéicos. Entretanto, essas pastagens são normalmente deficientes em fósforo, zinco, sódio, cobre, cobalto e iodo, incluindo-se também enxofre e selênio, todos fornecidos via suplementos minerais. Basicamente, as fontes desses elementos são fosfato monocálcico/bicálcico/monoamônico, sulfato ou óxido de zinco, sulfato de cobre, carbonato/cloreto/sulfato ou nitrato de cobalto, iodato de potássio, flor de enxofre e selenito de sódio. 
Esse grupo representa em torno de 80% dos sistemas produtivos de carne bovina brasileira, desenvolvendo atividades de cria a engorda, e apresenta uma alta variação de desempenho. Tal variação é decorrente da interação entre vários fatores, como solo, clima, genótipo e manejo animal, sanidade animal, qualidade e intensidade de utilização das pastagens, além da gestão. Não cabe aqui discutir todos esses fatores, porém julgou-se oportuno diferenciar os sistemas baseados em pastagens nativas daqueles que utilizam pastagens cultivadas.
Pastagens nativas 
As pastagens nativas, que ainda têm expressivo significado econômico para a produção de carne bovina no Brasil, encontram-se localizadas em diferentes ecossistemas das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul. Dada a magnitude da variabilidade na fisionomia e na composição florística entre e dentro dos ecossistemas, as pastagens nativas variam desde um estrato herbáceo com gramíneas e leguminosas até um arbustivo-arbóreo com plantas de médio porte. 
Nas regiões tropicais, onde predominam as pastagens nativas, os sistemas se dedicam quase que exclusivamente à cria, com baixa incidência de recria de machos e nenhuma atividade de engorda. A capacidade de suporte dessas pastagens varia de 0,1 a 0,3 unidade animal/hectare. Consequentemente, os indicadores de desempenho desses sistemas são considerados baixos. 
Nas regiões subtropicais, embora também predomine a cria, há o desenvolvimento das atividades de recria e engorda, por causa de uma melhor qualidade das pastagens nativas e da possibilidade de elas serem combinadas com pastagem cultivada. A capacidade de suporte da pastagem nativa varia de 0,5 a 1 UA/ha, cujo desempenho dos rebanhos nesses sistemas é também considerado baixo.
Pastagens cultivadas 
Os sistemas baseados exclusivamente em pastagens cultivadas desenvolvem as atividades de cria, recria e engorda de forma isolada ou combinada. As combinações, em geral, tendem a completar o ciclo de cria, recria e engorda, à medida que a qualidade das pastagens permite a recria e a engorda dos machos. 
Nas regiões tropicais, convivem sistemas em que as pastagens cultivadas apresentam capacidade de suporte média anual que varia de 0,5 a 2,5 UA/ha. Isto se reflete no ganho de peso vivo que pode variar de 42 a 255 kg/ha/ano; todavia, em pastagens irrigadas, os ganhos podem ser bastante superiores. 
Tal variação é decorrente dos processos tecnológicos adotados no estabelecimento, na manutenção e no manejo das pastagens. A baixa produtividade é representada pelas pastagens degradadas. Estima-se que 80% dos 55 milhões de hectares de pastagens na região brasileira de Cerrados, que respondem por 55% da produção de carne nacional, apresentam algum estádio de degradação (BARCELOS, 1996). Entretanto, essas diferenças tendem a diminuir, à medida que se tem acelerado o processo de recuperação dessas pastagens, iniciado na última década.
Brachiaria e Panicum 
São os principais gêneros das gramíneas que constituem as pastagens cultivadas tropicais. Em uma escala ainda pouco significativa, Stylozanthes e Arachis são os gêneros que compõem as pastagens consorciadas. Tanto as gramíneas quanto as leguminosas são de característica perene. Todavia, nos sistemas de integração lavoura/pecuária, são utilizadas, também, gramíneas de ciclo anual, tais como milheto, aveia e sorgo. 
Nas regiões subtropicais, conforme já mencionado, as pastagens cultivadas são utilizadas, em geral, de forma complementar. Os materiais forrageiros predominantes nas pastagens cultivadas são gramíneas e leguminosas de ciclos anual, bianual e perene, sendo utilizados conforme as estações do ano. A produtividade dessas pastagens também varia em função do estabelecimento e do manejo empregado. As principais gramíneas são azevém, aveia, capim-lanudo e festuca, e as leguminosas são cornichão e trevos.
Sistemas Semi Extensivo
Também apresentam como base alimentar as pastagens (nativas e cultivadas) e os suplementos minerais, acrescidos de suplementos protéicos/energéticos. O objetivo é alcançar uma pecuária de ciclo mais curto, suplementando os animais em suas diversas fases de crescimento (aleitamento, recria e engorda), dependendo das metas de produção de cada sistema. Existe uma diversidade de ingredientes para compor os concentrados, conforme as características regionais. As fontes energéticas mais utilizadas são milho, sorgo, aveia e milheto, e as protéicas são farelos de soja, farelos de algodão, farelos de caroço de algodão, farelos de glúten de milho, grão de soja e ureia. De uso local, estão os diversos subprodutos da agroindústria (farelo de arroz, farelo de trigo, polpa cítrica, polpa de tomate, casquinha de soja) e resíduos (de cervejaria, de fecularia, de secadores de grãos e outros). Entre os aditivos estão liberados os ionóforos (promotores de crescimento) e os probióticos (microorganismos vivos que têm ação nutricional positiva). 
A seguir, apresentam-se as modalidades e as fórmulas de suplementos mais utilizadas nos sistemas semi-intensivos.
Creep feeding 
Consiste em suplementar o bezerro a partir de sessenta dias de idade ou antes, utilizando instalação construída no própriopasto, a qual impede o acesso das vacas ao suplemento. O resultado é um aumento no peso à desmama. Em geral, esse processo está inserido em sistemas mais tecnificados, que desenvolvem as atividades de cria, recria e engorda, e se intensifica quando os(as) bezerros(as) atingem ao redor de três meses de idade. Usualmente, os suplementos (por exemplo 70% de milho triturado, 27% de farelo de soja e 3% de mistura mineral) contêm 80% de nutrientes digestíveis totais – NDT – e 20% de proteína bruta – PB.
 Por questões econômicas, a oferta do suplemento próximo à desmama não deve ultrapassar 1 kg/bezerro/dia.
Sal protéico 
A função desse suplemento é reduzir as perdas de peso, assegurar a mantença ou permitir leves ganhos de peso. O uso do sal protéico (também denominado sal proteinado ou mistura múltipla) caracteriza-se pela baixa oferta diária (1 g/kg de peso vivo/dia), já que ele não visa a atender diretamente as demandas protéicas do bovino em pastejo, mas a deficiência de nitrogênio para as bactérias ruminais. Os bovinos possuem a capacidade de usar, no processo de síntese protéica, não apenas o nitrogênio das fontes naturais de proteína, como os farelos e as forragens, mas também o nitrogênio proveniente de fontes não protéicas, como a ureia. Neste caso, são fornecidas misturas contendo nitrogênio inorgânico (ureia) associado com fontes de proteínas vegetais.
Concentrado 
Sua função é garantir o ganho de peso, independente da época do ano. Nesse caso, as rações são compostas de alimentos energéticos e protéicos nas quais a quantidade oferecida varia de 2 a 12 g/kg de peso vivo/dia, dependendo da meta de ganho de peso. Existem inúmeras fórmulas, onde a quantidade a ser fornecida é definida em função do ganho de peso desejado e da qualidade da pastagem. Dependendo da situação, tais suplementações podem proporcionar ganhos de peso diários da ordem de 250 g a 800 g. As fontes de energia e proteína são de origem vegetal, podendo estar associadas com fontes de nitrogênio inorgânico (ureia).
Sistemas Intensivos
Basicamente, esses sistemas se diferenciam dos semi-intensivos por inserirem a prática de confinamento na terminação de machos. Do mesmo modo que o anterior, são desenvolvidas as atividades de cria, recria e engorda, de recria e engorda ou mesmo de engorda, como uma atividade isolada. Esses sistemas estão quase sempre associados com o uso mais intensivo de pastagens cultivadas. No confinamento, a preocupação é reduzir custos com alimentação, procurando-se usar dietas com relação volumoso: concentrado próxima de 60:40. Entre os alimentos volumosos, predomina o uso de silagem de milho e de sorgo a cana fresca picada e, em menor proporção, as silagens de gramíneas. Dependendo da localização, utiliza o bagaço de cana hidrolisado proveniente das indústrias de açúcar e de álcool.
O concentrado enérgico e protéico é fornecido para proporcionar ganhos de peso diários da ordem de 1,2 a 1,4 kg, com base da composição com 79% a 80% de NDT e 22% a 23% de PB. Alternativamente, pode-se formular com o objetivo de minimizar custos (R$/kg de carne). Nesse caso, ganhos de peso diários tão baixos quanto 0,8 kg ou tão altos quanto 1,6 kg podem ser interessantes, em função do valor relativo entre os concentrados e os volumosos disponíveis. As principais fontes de energia e de proteína são as mesmas descritas no sistema anterior e o consumo de concentrado varia de 3,5 kg a 5 kg/animal/dia, dependendo da relação volumoso: concentrado utilizada. 
Em geral, o confinamento se desenvolve desde um pouco antes do início do período de seca (maio) até um pouco depois do início do período chuvoso (dezembro), ocorrendo casos praticados durante todo o ano. Entretanto, a concentração ocorre de junho a outubro. A duração do confinamento varia de um mínimo de 60 a um máximo de 110 dias, com um período médio em torno de 90 dias. Períodos mais longos (até 240 dias) são praticados nos sistemas que produzem o novilho “superprecoce”, abatido com 13 a 16 meses de idade. No outro extremo encontram-se aqueles sistemas que usam o confinamento para completar o peso de abate e promover o “acabamento” da carcaça (cobertura de gordura). Com exceção dos casos em que é produzido o novilho superprecoce, em geral os animais entram no confinamento com peso de 350 kg e saem com 470 kg, com idade entre 24 e 36 meses.
Quanto à origem dos animais, predominam três tipos de confinadores. O primeiro é aquele que confina os animais produzidos na sua própria fazenda, ou seja, originados de sistemas que desenvolvem cria, recria e engorda. O segundo, é o pecuarista que tem como atividade principal a recria e a engorda de animais adquiridos de terceiros. O terceiro tipo de confinamento é o chamado “boitel”, onde animais de diferentes proprietários são engordados, cabendo ao confinador fornecer as instalações e a alimentação, cobrando em troca a “diária” dos animais até o abate. 
Em lugares onde é desenvolvida a agropecuária extensiva e intensiva, para alcançar uma produtividade razoavelmente satisfatória, é preciso que as condições naturais favoreçam, como chuva, temperatura entre outros, dessa forma qualquer variação climática brusca ocasiona perdas totais ou parciais da produção. 
Na agropecuária intensiva tais fatores não exercem tanta influência, pois são utilizados sistema de irrigação, estufas que controlam temperaturas, na pecuária o gado é confinado, além de muitos outros recursos que amenizam os impactos climáticos, destacando que até mesmo nessa prática os elementos naturais são indispensáveis.
O número de animais por confinamento é bastante variável, dependendo do tipo de empreendimento. Ocorre na faixa de 100 a 3.000 animais, podendo chegar a 15.000, com animais de um mesmo pecuarista. Embora menos frequente, o tipo “boitel” pode atingir até 70.000 animais. Pesquisa recente da Agripoint Consultoria Ltda. revela que os cinquenta maiores confinadores estão localizados nos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais e Paraná (BEEFPOINT, 2005).
Recente pesquisa realizada pela AgriPoint Consultoria Ltda. (BEEFPOINT, 2005) indica que os 50 maiores confinamentos do país alojaram cerca de 666.065 animais, variando de 3.200 a 70.000 animais por unidade, representando um crescimento de 26,95% sobre os dados de 2003. A figura abaixo revela que os maiores confinamentos estavam situados nos Estados de GO, SP, MS, MG, MT e PR, e nos três primeiros se concentraram 83% dos animais alojados. Nessa pesquisa também ficou evidenciado que 84% dos animais confinados ficaram alojados nos confinamentos que comportavam de 3.200 a 20.000 animais.
4 CONFINAMENTO NO BRASIL
Confinamento é o sistema de criação de bovinos em que lotes de animais são encerrados em piquetes ou currais com área restrita, e onde os alimentos e água são fornecidos em cochos. 
O confinamento no Brasil é realizado por agropecuaristas que se animam com as elevações periódicas do preço da arroba na época da entressafra. Com isso procuram tirar o maior preço da carne no mercado, acelerando a finalização dos bovinos para o abate pela técnica do confinamento.
Comumente este sistema é mais utilizado na fase de terminação dos bovinos, muito embora bezerros desmamados, novilhos e novilhas em recria, bois magros e vacas “boiadeiras” (de descarte) possam também ser assim alimentados. Tal prática ocorre normalmente, no Brasil, na época das secas, ou seja, durante a entressafra da produção de carne, visando alcançar melhores preços no pico desta entressafra. 
No Brasil central, bovinos engordados a pasto apresentam bom desenvolvimento na estação das chuvas (ganhos de peso da ordem de 0,5 kg / dia) e fraco desempenho na época seca do ano, quando mantém ou até mesmo perdem peso, devido à baixa produção e qualidade das pastagens. Esta sequência de bons e maus desempenhos geralmente resulta em abate aos 54 meses de idade com um peso médio de 525 kg. 
Algumas práticas como manejo adequado, uso de espécies tolerantes a seca, adubação e irrigação, poderiam aumentara produção das pastagens na seca, mas nunca a níveis que permitissem ganhos de peso semelhantes aos obtidos na estação das águas. Isto se deve ao fato do amadurecimento das plantas, que ocorre durante o período da seca (junho -setembro), resultar em massa verde composta de paredes celulares mais resistentes a degradação ruminal, que, em consequência, reduz a qualidade das forragens. Assim, se há interesse em manter, na seca, ganhos de peso iguais ou superiores aos obtidos nas águas, deve-se fornecer aos animais uma alimentação mais equilibrada do que aquela que o animal obtém no pastejo. O confinamento pode ser utilizado para este propósito. 
Quando se fala em confinamento, é preciso definir claramente o sistema em questão. Diferentes objetivos e disponibilidade de recursos podem determinar inúmeras combinações entre vários tipos de instalações, animais e rações. No caso do Brasil, onde há muita terra, pouco capital, baixo poder aquisitivo e um sistema de classificação de carcaça ainda incipiente, parece mais lógico confinar visando-se a terminação durante a entressafra, utilizando-se instalações simples e práticas e alimentos produzidos na própria fazenda. 
Fatores como disponibilidade de bons animais e alimentos, preços, mercado para o gado confinado e ótima gerência são condições básicas e essenciais para a adoção desse sistema de produção. 
Esta fase da criação pode ser feita pelos próprios proprietários do rebanho ou por produtores comerciais, que são aqueles que recebem animais de proprietários (terceiros), produzem ou adquirem alimentos e os engordam (terminam) em suas instalações. Para tanto participam de sistemas de parcerias, utilizando os mais variados tipos de contratos.
4.1 VANTAGENS DO CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE
A terminação de bovinos em confinamento possui as seguintes vantagens: 
 Aumento da eficiência produtiva do rebanho, por meio da redução da idade ao abate e melhor aproveitamento do animal produzido e capital investido nas fases anteriores (cria-recria); 
 Uso da forragem excedente de verão e liberação de áreas de pastagens para outras categorias durante o período de confinamento; 
 Uso mais eficiente da mão-de-obra, maquinários e insumos; 
 Flexibilidade de produção.
4.2 LOCALIZAÇÃO DO CONFINAMENTO
Considerando ser a alimentação responsável por grande parte dos custos operacionais, é imprescindível que o confinamento esteja localizado em uma área ou região onde está esteja disponível em abundância, principalmente quando o proprietário não produz e depende da compra dos alimentos a serem utilizados. 
A locação do curral na propriedade deverá ser em função de alguns pontos: 
 Evitar áreas próximas a rodovias ou grande movimentação (evita contaminações, furtos e estresse nos animais); 
 Proximidade de fontes de água farta e de boa qualidade; 
 Proximidade de redes de energia elétrica; 
 Piso com declividade mínima de 3% e máxima de 8%, sendo esta apenas recomendada para regiões muito sujeitas a chuvas no período de confinamento; 
 Evitar locais próximos a córregos ou rios, diminuindo assim o impacto ambiental; 
 Evitar áreas com vento canalizado, deixando de molestar moradores de bairros ou mesmo cidades próximas; 
 Escolher áreas bem drenadas, que garantam um piso seco (terrenos arenosos são preferíveis, pois os argilosos exigem obras de drenagem).
4.3 INFRA-ESTRUTURA E DIMENSIONAMENTO DO CONFINAMENTO
Um sistema bem projetado deverá possuir: 
 Centro de manejo dos animais (brete, apartador, balança etc.); 
 Área para produção de alimentos (plantio de milho, sorgo, capineiras, etc.); 
 Silos e ou salas de feno; 
 Área para preparo dos alimentos (galpão com triturador, misturador, balança, picadeiras, etc.); 
 Galpão para máquinas e implementos (trator, carreta, vagão forrageiro, etc.); 
 Currais de engorda; 
 Estrutura para coleta de esterco; 
 Estruturas de conservação do solo e da água (curvas de nível, terraços, etc.), visando a conservação da área e o controle da poluição. É importante ressaltar que as instalações já existentes na propriedade poderão e deverão ser aproveitadas, desde que tenham localização adequada. 
No dimensionamento dos currais de engorda o número de animais que se deseja confinar é fundamental. Os animais deverão estar divididos em lotes e, o tamanho deste está em função da facilidade ou dificuldade de se obter animais homogêneos numa mesma ocasião, pois não se deve incluir animais em lotes já em confinamento. Um lote bastante homogêneo favorece o desempenho e permite a utilização de rações mais apropriadas àqueles animais, possibilitando assim melhor controle da produção.
Quanto à área, geralmente é sugerido de 15 a 30 m2 por animal. Entretanto, em regiões mais secas podem ser usados 12 m2 por animal. Por outro lado, em regiões mais chuvosas, com o intuito de se evitar lama, a qual é muito prejudicial ao desempenho dos animais, podem ser utilizados 50 m2 por animal. Nesse caso, poderão ser feitas calçadas (concreto, cascalho, paralelepípedo, etc.) com 1,8 a 3,0 m ao longo dos cochos. Uma outra opção seria a construção de telhados, com pé direito de 3,0 m.
As cercas deverão ter uma altura mínima de 1,8 m e poderão ser construídas com arame liso, cordoalha, tábuas, etc.
Não é recomendável um lote exceda 100 cabeças / curral. Como regra útil, é recomendado que o tamanho do lote seja compatível com a capacidade de carga dos caminhões de transporte. 
No curral de terminação a céu aberto a parte frontal dos currais ficam os cochos de alimentos e, na parte posterior, as porteiras que se comunicam com o corredor de serviço ou circulação. 
À frente dos cochos fica o corredor de alimentação. Os cochos podem ser de madeira, manilhas, tambores, etc. Sendo móveis, a remoção ao término do confinamento e o abrigo do sol e chuva, aumenta sua longevidade. Visando evitar concorrência na alimentação e estresse, permitindo que todos os animais possam se alimentar simultaneamente, o cocho deverá ter 0,7 m de comprimento para cada animal. 
Os cochos para minerais deverão ser localizados longe dos bebedouros, para evitar aglomeração. São necessários 0,04 m para cada animal.
As instalações deverão ser de baixo custo, funcionais e práticas de modo a facilitar o manejo dos animais, abastecimento e limpeza dos cochos.
4.4 ANIMAIS PARA CONFINAMENTO
A qualidade do bovino produzido no confinamento é dependente das outras fases da produção. Bons produtos de confinamento são animais sadios, fortes, com ossatura robusta, bom desenvolvimento muscular e gordura suficiente para dar sabor à carne e proporcionar boa cobertura de carcaça.
4.5 NUTRIÇÃO DE BOVINOS PARA ENGORDA E TERMINAÇÃO
As exigências nutricionais dos animais variam, principalmente, em função da idade, raça, sexo, nível nutricional e clima. Em nosso meio, nas formulações de rações, são utilizadas frequentemente tabelas provenientes de países de clima temperado, obtidas com base em alimentos e animais diferentes daqueles encontrados por aqui. Há, portanto, urgente necessidade de se determinar as exigências nutricionais para as nossas condições.
A adaptação ao estresse térmico e a outros fatores climáticos tem sido alvo de muito poucos estudos, resultados obtidos em várias partes do mundo têm revelado alterações nas exigências nutricionais entre categorias e raças de animais em diferentes condições de criação. Portanto, é muito importante o estabelecimento das exigências nutricionais para as diferentes raças e, ou, cruzamentos utilizados frequentemente em nosso país e em nossas condições de criação. 
Os resultados de pesquisas em confinamento (TOWNSEND et al., 1988; QUADROS et al., 1990) mostram que a eficiência de transformação do alimento consumido em ganho de peso decresce, à medida que avança a idade dos animais. Considerando o potencial de desempenho dos animais a serem explorados em confinamento, MACEDO et al. (2001) relataram que a utilização de machos não-castrados tem aumentado substancialmente, em virtude do maior ganho de peso, da melhor conversão alimentar, da menorquantidade de gordura visceral, da maior área de olho-de-lombo e da maior porção comestível. Por outro lado, a taxa de abate de fêmeas no Brasil permanece superior a 40% (RESTLE et al., 2001), comprovando a importância desta categoria para a oferta de carne no mercado.
Animais de diferentes raças apresentam variações no metabolismo do jejum, sendo este também influenciado pela idade, sexo, composição corporal, alimentação previamente recebida, local de deposição das reservas de gordura corporal, dentre outros fatores. 
As raças européias possuem maior exigência de energia líquida para manutenção por unidade de tamanho metabólico em relação às indianas, fato este justificado pelo maior tamanho do trato gastrintestinal destes, onde há maior gasto de energia por unidade de peso que no tecido muscular.
À medida que a idade avança, aumenta a exigência de energia e diminui a de proteína para ganho de peso. Animais precoces apresentam maior exigência de energia e menor de proteína para ganho de peso, a um mesmo peso vivo, do que animais tardios.
Animais de diferentes raças, alimentados com a mesma dieta, proporcionaram diferentes exigências energéticas para ganho de peso até os 18 meses de idade, quando foram abatidos.
4.6 MANEJO DOS ANIMAIS
O manejo dos animais para o confinamento, ou no próprio confinamento deve ser feito sempre com calma, de forma a evitar acidentes e estresse. A observação sobre a aparência e comportamento deverá ser sempre constante, pois qualquer alteração poderá ser indicativa de problema. Animais doentes ou problemáticos devem ser imediatamente separados para tratamento e, só deverão retornar ao confinamento e, ao mesmo lote, após total recuperação. 
Vacinação contra Febre Aftosa e controle de endo e ecto parasitas deverá ser efetuada. Todas as operações e práticas de manejo deverão ser realizadas com muito cuidado para que não ocorram edemas e ferimentos que prejudicarão o aproveitamento ou qualidade da carne, especialmente os cortes nobres do traseiro. 
Quanto ao manejo da alimentação, a ração deverá ser fornecida em duas ou três porções diárias, espaçadas convenientemente, não devendo o horário de fornecimento ser alterado durante todo o período do confinamento. 
Para evitar distúrbios digestivos e estresse nos animais, deve haver sempre alimentos nos cochos, que deverão ser limpos diariamente, antes da primeira refeição do dia, evitando assim, a ingestão de resíduos fermentados pelos animais.
Outro aspecto a ser considerado é a adaptação à dieta, principalmente para àqueles animais mantidos anteriormente exclusivamente em pastagens. A adaptação poderá evitar distúrbios digestivos como acidose e timpanismo.
4.7 PROBLEMAS DOS ANIMAIS NO CONFINAMENTO
Os problemas que levam à diminuição do desempenho animal e ou que comprometem a produtividade do sistema, podem ser divididos em aqueles que afetam os animais individualmente (distúrbios metabólicos, doenças e intoxicações) e, aqueles que afetam o lote. Estes últimos são mais difíceis de serem visualizados e por consequência, contabilizados. São aqueles em que não há perda concreta, mas deixa-se de ganhar.
No Brasil, não é comum o fornecimento de dietas de alta concentração energética. Grande parte dos confinamentos realizados aqui são baseados em porcentagens relativamente altas de volumoso, 45 a 70%, e muitos utilizando bagaço de cana-de-açúcar.
O seguinte programa de alimentação é recomendado visando minimizar a ocorrência de acidose: nos 7 a 10 dias iniciais do confinamento, os animais recebem uma dieta com 30 a 40% de volumoso (com base na matéria seca), depois o volumoso é diminuído 10% a cada dois a quatro dias até o nível de concentrado desejado; o sucesso desse programa depende de outros fatores, tais como: frequência de alimentação, tipo e qualidade do volumoso, tipo do grão, processamento do alimento e raça dos animais. 
Quando a ração é fornecida na forma completa, ou seja, volumoso e concentrado misturados, é menor a possibilidade de um consumo excessivo só da porção de grãos. Assim como um maior número de refeições tende a manter uma relação acético:propiônico no rúmen mais favorável. 
Dietas com alto teor de grãos já predispõem a acidose, mas alguns grãos são piores que outros. Trigo é considerado o pior deles; milho também é um grão de alto risco, enquanto cevada é o que menos predispõe a acidose. Processamento por calor e pressão, redução do tamanho da partícula e a ensilagem de grãos na forma úmida aumentam a disponibilidade do amido e, portanto, a propensão à acidose.
Foram realizados vários levantamentos sobre a mortalidade de bovinos confinados. É possível calcular que entre 1990 e 1993, cerca de 17.500 animais morreram de distúrbios metabólicos nos Estados Unidos, de um total de 28,6 milhões de cabeças confinadas, sendo que, 4.200 mortes foram atribuídas ao timpanismo, também chamado de empanzinamento ou meteorismo ruminal.
Para poder prevenir a intoxicação, a ureia deve ser fornecida acompanhada de carboidratos prontamente fermentáveis, em quantidades balanceadas, e introduzida na ração de forma gradual. Em concentrados, a ureia pode ser adicionada entre 1 e 3%, aproximadamente; nos volumosos, 0,5% podendo atingir 1% após adaptação e uso de concentrado; e no sal pode ser administrada de 10 a 50%, com adaptação semanal e em cochos obrigatoriamente cobertos e perfurados na parte inferior. Animais que ficam mais de três dias sem receber ureia devem passar por um novo período de adaptação, visto que a tolerância pelo fígado é perdida rapidamente; animais em jejum, fracos ou com dietas pobres em proteína e energia também são mais suscetíveis.
Outros problemas que podem acometer os bovinos confinados: papilomatose, diarréia, enterotoxemia, tuberculose, cisticercose, helmintoses, sarna, entre outras.
Montas e brigas entre animais podem ocorrer dentro do confinamento, e se frequentes podem trazer prejuízos tanto para os animais dominados, que podem sofrer lesões e traumatismos, quanto para os dominantes, que acabam tendo um gasto energético extra e consequente prejuízo no desempenho. As causas para esses comportamentos anormais não estão bem definidos; sendo que em alguns casos é preciso retirar animais do lote para amenizar o problema. O implante de hormônios pode fazer com que o animal se deixe montar; se a causa for uma doença, o animal deve ser isolado, tratado, e retornado ao mesmo lote depois de curado.
Uma melhor forma de corrigir o vício de monta é passar sobre o corpo do animal que é montado, na região dorso-lombar, alguma substância com odor forte e desagradável, assim, o cheiro faria com que o animal montador deixasse de incomodar. Alguns confinadores têm adotado, com sucesso, a prática de passarem esterco fresco sobre os animais que são montados.
4.8 FATORES QUE PODEM CONTRIBUIR PARA O SUCESSO DO CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE
 Custo das instalações; 
 Preço dos animais a confinar: Os animais representam em torno de 70% dos custos operacionais. Isto significa que pequenas diferenças em seu preço podem determinar grande redução nos custos do empreendimento. Por isso, a habilidade do comprador de gado ou a eficiência do produtor, caso este faça a cria, recria e engorda, podem ser determinantes no sucesso do confinamento. O que torna o confinamento uma atividade rentável é, principalmente, a alta do preço da @ do boi nos meses finais da entressafra (agosto-novembro). Assim sendo, se o preço do boi magro não estiver artificialmente alto no início da entressafra, a transferência destas 13 14 @ para o final da entressafra pode representar o verdadeiro lucro confinador, e não as 2 ou 3 @ obtidas durante o confinamento. O pecuarista que faz a cria, recria e engorda deveria estar atento a este detalhe, pois se o preço do boi magro estiver excessivamente alto, as chances do confinamento dar lucro ficam bastante reduzidas. Neste caso, talvez fosse melhor vender os animais;
 Custo da alimentação: Excluindo os custos com os animais a alimentação representa 70 - 80% dos custos operacionais,devendo, portanto ser cuidadosamente planejada. Grandes acréscimos de peso podem não ser econômicos se conseguidos através de elevadas quantidades de concentrados; 
 Desempenho dos animais: O potencial genético do animal é o principal fator determinante do desempenho.
4.9 COMERCIALIZAÇÃO DA CARNE DE BOVINOS
Com as largas margens de lucro praticadas na pecuária de corte até bem pouco tempo atrás, a comercialização era tratada pela maioria dos pecuaristas de forma até certo ponto displicente. A diminuição destas margens e a tendências de redução nos ganhos patrimoniais tornaram obrigatória um ótima comercialização do rebanho. 
A boa comercialização depende, hoje, de dois fatores básicos: informação e disciplina (planejamento). 
Quanto mais e melhor informado, mais fácil será antecipar as tendências de mercado. As boas informações devem ser entendidas pelo produtor como um insumo tão importante quanto os demais que utiliza no manejo de seu rebanho. 
Sabe-se que o mercado vive entre momentos de euforia e de depressão. É preciso saber lidar com as emoções, planejando a comercialização e seguindo de forma disciplinada o planejamento traçado.
4.10 CUSTOS DE PRODUÇÃO
Custo de produção é a soma dos valores de todos os recursos (insumos) e operações (serviços), utilizados no processo produtivo de certa atividade agrícola. Dados sobre estes custos de produção podem servir para análise da rentabilidade dos recursos empregados numa atividade produtiva, útil no processo de tomada de decisão do produtor.
Devido a uma nova consciência que está se formando e a significativa redução dos custos na informatização, o setor primário da economia brasileira está abrindo as suas portas à revolução da informação. Assim sendo, sistemas de computador estão sendo desenvolvidos com o objetivo de ajudar produtores e gerentes agrícolas no gerenciamento de informações. Devido ao grande número de cálculos e detalhes e a atenção exigida ao se determinar o custo de produção da @ de um sistema de produção de gado de corte, tal trabalho se torna bastante complexo e demorado. Com o objetivo de atenuar tais agravantes, facilitando e agilizando o processo, colocando à disposição do interessado resultados mais rápidos e precisos é que estamos desenvolvendo esta planilha para determinação do custo de produção da @.
O CUSTO-@ fornecerá ao usuário informações referentes a: total das receitas, total dos custos operacionais, total dos custos não operacionais, custo total, margem bruta, margem líquida, lucro, custo operacional, custo não operacional e custo total por @, ponto de equilíbrio do sistema de produção, quantidade total de @ produzida, composição do rebanho, valor total do patrimônio e valor total do rebanho.
O cálculo de custos é uma ferramenta muito empregada e objetiva para servir de base para subsidiar uma decisão gerencial de curto prazo, medir a sustentabilidade de um empreendimento em longo prazo, medir a capacidade de pagamento, definir a viabilidade econômica de uma tecnologia alternativa, subsidiar propostas ou implementar políticas agrícolas, entre outras possibilidades (CANZIANI, 1999).
5 ESTÂNCIA SANTA FÉ AVALIAÇÃO ESCONÔMICA DA ATIVIDADE DE CONFINAMENTO
	Para demonstração dos custos, foi feita uma pesquisa na Estância Santa Fé localizada a 180 km da cidade de Goiânia de proriedade de Ricardo Andrade, ddesenvolve a atividade de Bovinocultura de Corte, abrangendo cria, recria e engorda, capacidade estática para 20 mil animais em uma área de 180 hectares, daqui saem todo ano 35 mil bovinos que vão para frigoríficos da região ganhando uma média 5 a 5,5 arrobas cada um tendo um grande volume de produção. A propriedade possui 70 funcionários, no confinamento são 35 funcionários. a propriedade também está credenciada para exportar para Europa.
A localização o estado de Goiás que está a central, tem várias vantagens como grãos para confinar próximo ao confinamento, clima favorável e tem bastante frigoríficos exportadores, aonde pode optar para vender clientes A,B e C.
O confinamento tem duas épocas chamadas safras ou turnos do boi confinado. O primeiro turno é quando fecha o boi no mês de Abril e no mês de Julho a Agosto faz o abate desse animal. O segundo turno é fechado em agosto até setembro e até dezembro ele já esta abatido, no período de dezembro a abril a estância Malibu continua confinando, porém se diminui os animais ao invés de se colocar 150 animais por curral é colocado apenas 62 a 66 animais por curral, faz-se isso para que se tenha uma pressão menor de pisoteio e ter uma condição melhor para os animais. Sendo esse o período que se confina mais no Brasil (RICARDO ANDRADE).
Além dos animais próprios oferece 03 modalidades de engorda para os produtores:
		- Sendo uma parceria aonde o produtor envia os animais eles são pesados na entrada no balanção da empresa com rendimento de carcaça de 50%, essas arrobas que foram depositadas no confinamento o produtor vai recebê-las no dia do abate no preço combinado no dia do abate. As arrobas ganhas no confinamento serão de propriedade de confinamento, o produtor não tem custos nessa engorda;
		- Pagamento de diárias, o produtor envia os animais e paga uma diária fixa de acordo com o peso de entrada e saída dos animais mediante a uma tabela de preços em função do peso de entrada é estabelecida uma diária que será cobrada na ocasião do abate;
		- Pagamento da comida, o produtor envia os animais e paga um valor por kilo de comida ingerida.
Em todas essas modalidades o acerto é feito no abate é descontado o valor referente a modalidade escolhida na entrada dos animais.
O objetivo abaixo é proposto uma avaliação econômica da atividade no confinamento, os dados são referentes a 2010 fornecidos pelo proprietário, para melhor compreenção dentro da Estância Santa fé temos 03 sistemas de confinamento cada um com as suas particularidades, com isso ficando mais expressivo a comprrenção dos custos de produção.
A maior parte dos custos operacionais da estância Santa Fé está relacionada à compra dos bois (72%) e à dieta (19%). Os valores de máquinas e instalações são referentes às depreciações, portanto não são desembolsados no fluxo de caixa da fazenda ao retirarmos dos custos a compra de bois as proporções se alteram e a dieta terá o maior percentual (61%), seguida das depreciações (13%), mão de obra (7%), combustível (5%), vacina e outros (2%). Sendo assim, o preço de compra dos animais e dos alimentos, além do preço de venda, são de fundamental importância para a viabilidade econômica do confinamento.
Fonte: Estância Santa Fé
A análise econômica é a comparação entre a receita obtida na atividade produtiva com os custos, incluindo, em alguns casos, os riscos, permitindo a verificação de como os recursos empregados no processo produtivo estão sendo remunerados (Reis, 2002). Para se fazer esta comparação, podem ser utilizados os seguintes indicadores: 
 Margem bruta = receitas totais – custos variáveis. 
 Lucro operacional ou Margem líquida = receita total – custos operacionais totais. 
 Lucro total = receita total – custo total.
Ao compararmos os três sistemas de confinamento analisando a viabilidade econômica da terminação de bovinos em confinamento. O sistema 1 era composto por 1189 cabeças, o sistema 2 por 1910 cabeças e o sistema 3 por 666 cabeças. Os custos operacionais variáveis (COV) representaram em todos os sistemas o maior percentual do custo operacional total (COT), com valores de 96,0, 97,9 e 97,3%, respectivamente, para os sistemas 1, 2 e 3. A compra dos animais foi o item que mais influenciou o COT, sendo responsável por mais de 70% em todos os sistemas. O lucro operacional foi positivo nos três sistemas indicando que o confinamento foi uma atividade que conseguiu viabilizar-se e pagar todos os custos operacionais (desembolsos e depreciações). O sistema 2 obteve o melhor resultado econômico que os sistemas 1 e 3, obtendo maior volume de vendas com um menor custo de arroba produzida, apesar do menor preço de venda da arroba entre os três sistemas.Ao considerar os sistemas com uma estratégia para o sistema de produção é que se entende sua função estratégica de antecipação da idade ao abate e intensificação do sistema, aonde o confinamento deve ser encarado como uma alternativa estratégica para aumentar a escala de produção de uma propriedade, reduzir a lotação de pastagens na seca e produzir novilhos precoces.
Abaixo demonstramos os resultados juntos dos 03 sistemas de confinamento aonde registraram elevada rentabilidade de 5,85% ao mês para um confinamento de 95 dias de média com uma dieta de cana de açúcar e ração concentrada (milho, soja grão, farelo de girassol, mineral e ureia). O custo operacional total da arroba produzida foi de R$ 71,36, obtendo um lucro operacional total de R$ 393.064,81, de R$ 23,31 por arroba e de R$ 281,77/animal. Esses resultados são reflexos de um confinamento no ano de 2010, onde ocorreu uma alta de preço de bovinos no Brasil, no período de agosto a novembro, decorrente da baixa oferta de carne no período. O preço médio de compra foi de R$ 79,30 e de venda de R$ 94,67 por arroba, o que, aliado ao custo da arroba produzida de R$ 71,36, fizeram com que a atividade obtivesse um lucro elevado, ou seja, o custo de produção da arroba e o preço de compra foi mais baixo em relação ao preço de venda.
É necessário mensurar e avaliar economicamente o impacto do uso das tecnologias disponíveis para o aumento dos índices zootécnicos e produtivos nas diversas fases do ciclo de produção de bovinos, de acordo com cada sistema em particular, para que possam ser indicada técnica e economicamente as tecnologias. A intensificação está em função do capital disponível para o investimento, o risco e a taxa de retorno de cada situação. O planejamento técnico aliado ao financeiro é uma ferramenta imprescindível para verificar a viabilidade operacional e econômica das estratégias assumidas dentro do sistema e fornecer com maior precisão as informações necessárias para a tomada de decisão.
Diversos fatores influenciam a viabilidade econômica da atividade de confinamento, entre eles, o grupo genético, o sexo, a idade, estrutura corporal, estágio fisiológico, a dieta, dias confinados, preço dos insumos, preço de compra e venda dos animais. A viabilidade econômica do confinamento deve ser analisada com enfoque sistêmico sempre buscando a maximização do lucro da atividade.
6 CONCLUSÃO
Considerando o objetivo deste trabalho, foi possível, por meio da abordagem empregada, caracterizar e classificar os sistemas de produção de gado de corte, segundo o regime alimentar utilizado, bem como situar a estrutura e a operacionalização de abates no país. Estratégias econômicas são, na verdade, estratégias técnicas. A diferença é que o objetivo final, ou seja, o foco das decisões, privilegia os resultados econômicos. A partir daí, constrói-se a estratégia tecnológica da empresa. Para que todo o processo de reduções de custos com a adoção do confinamento realmente transforme-se em realidade, o produtor deve adotar diversas práticas que permita planejar a rotina da empresa e a chegada destes animais de maneira coordenada para serem terminados no cocho.
Sendo assim, a empresa deve ter um excelente planejamento nutricional e controle de ganhos de peso: o empresário deve planejar lotes por épocas de entrada no confinamento, reduzindo custos fixos de produção, ou seja, maior número de “rodadas” na estrutura do confinamento.
Por fim, o confinamento é viável mesmo nas atuais condições de mercado de “fundo do poço”. Não só é viável, como é fundamental para o pecuarista.
No entanto, administrar o processo todo exige muita disciplina e controle de todos as fases da produção animal. Para que estas ações sejam eficazes, a empresa deve trabalhar com um excelente sistema de informações e decisões planejadas e integradas.
7 REFERENCIAS
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PEIXOTO, A.M. O confinamento de bois. 2.ed. Rio de Janeiro: Globo, 1988. 171p.  
BARBOSA, F.A.; GRAÇA, D.S.; ANDRADE, V.J. et al. Análise da viabilidade econômica da terminação de bovinos de corte em confinamento: uma comparação de três sistemas. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 44, Jaboticabal. Anais ... Jaboticabal: SBZ, 2007. CD-ROM.
COSTA, L.B; CERETTA, P.S.; GOLÇALVES, M.B.F. et al. Viabilidade econômica da atividade pecuária em propriedade de ciclo completo: uma simulação. In: IX CONGRESSO INTERNACIONAL DE CUSTOS. Florianópolis: UCLA, 2005.
LOPES, M. A.; CARVALHO, F. M. Custo de produção de gado de corte. Lavras: UFLA. 2002. 47p.
SANTOS, G.J.; MARION, J.C.; SEGATTI, S. Administração de custos na agropecuária. Atlas, São Paulo. 165 p. 2002.
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BARCELOS, A. de O. Sistemas extensivos e semi-extensivos de produção pecuária bovina de corte nos Cerrados. In: SIMPÓSIO SOBRE OS CERRADOS, 8. INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON TROPICAL SAVANAS, 1., 1996, Brasília. Biodiversidade e produção sustentável de alimentos e fibras nos Cerrados. Anais... Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1996. p.130-136.

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