Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
4 1 – INTRODUÇÃO 1.1 – TEMA O presente trabalho traz como tema a abordagem geral do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, mais precisamente sobre a Atividade de Serviços de Comunicação. As metodologias usadas foram pesquisas em livros didáticos que abordam o assunto, consulta à Constituição da República Federativa do Brasil, sites, artigos e ao RICMS/PA - Regulamento do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços do Estado do Pará. Também e não menos importante, o processo de aprendizado do assunto em questão, contribuindo para o envolvimento e reconhecimento desta futura e honrosa profissão, a fim de formar grandes profissionais, contadores de alto nível, altamente qualificados. 2 – DESENVOLVIMENTO 2.1 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1.1 – Histórico do ICMS Na Constituição de 1934, foi criado o IVC – Imposto sobre Vendas e Consignações. Tinha incidência em toda a cadeia mercantil, incidindo sobre o preço integral. Com a Emenda Constitucional de 18 de dezembro de 1965, foi criado o ICM para a substituição do IVC, pois o ICM seria uma grande evolução levando em conta o imposto criado anteriormente, ao invés de ser cumulativo como o IVC o ICM passaria a incidir apenas sobre o lucro. 5 Em uma breve síntese acerca do advento do ICMS, Eduardo Sabbag (2009, p. 939-940), bem como a legislação reguladora, in litteris: “O ICMS, imposto estadual, sucessor do antigo Imposto de Vendas e Consignações (IVC), foi instituído pela reforma tributária da Emenda Constitucional n. 18/65 e representa cerca de 80% da arrecadação dos Estados. [...] Ademais, é imposto que recebeu um significativo tratamento constitucional – art. 155, § 2º, I ao XII, CF. O tratamento constitucional dado à exação em tela é robustecido pela Lei Complementar n. 87/96, que substituiu o Decreto-lei n. 406/68 e o Convênio ICMS n. 66/88, esmiuçando-lhe a compreensão, devendo tal norma ser observada relativamente aos preceitos que não contrariem a Constituição Federal.” E Aliomar Baleeiro (2010, p. 367), discorda do parecer acima sobre a criação do IVC, visto que a EC n. 18/65, na reforma tributária, apenas modificou o fato gerador do tributo, abaixo transcrito: “A EC 18, pretendendo remediar essa contingência daquela realidade, inventou novas normas e formulou o fato gerador de modo diverso, confundindo quase o imposto de consumo e o IVC. Pela Constituição de 1946, o fato gerador do IVC era o contrato de compra e venda, o negócio jurídico no qual figuravam, como vendedores, os comerciantes e produtores, inclusive industriais, só eles.” Já em 01 de março de 1989 entrou em vigor o atual sistema tributário nacional através da Constituição Federal de 1988, surgiu o ICMS extinguindo os impostos especiais, de incidência única, de competência federal. Eram três os antigos impostos federais de incidência única, estes incidiam sobre os combustíveis e lubrificantes líquidos e gasosos, a energia elétrica e sobre os minerais do todo o país, porém com o nascimento da Constituição Federal de 1988, esses impostos de incidência única foram incorporados ao ICMS. O ICMS é regulamentado pela Lei Complementar 87/1996, a chamada "Lei Kandir". Cada Estado possui autonomia para estabelecer suas próprias regras de cobrança do imposto, respeitando as regras previstas na Lei. O ICMS não é um imposto acumulativo, ele incide sobre cada etapa da circulação de mercadorias separadamente. Em cada uma dessas etapas, deve haver a emissão de nota ou cupom fiscal. Isso é necessário devido ao fato de que esses documentos serão escriturados e serão através deles que o imposto será calculado e arrecadado pelo governo. Na maioria dos casos, as empresas repassam esse imposto ao 6 consumidor, embutindo-o nos preços dos produtos. As mercadorias são tributadas de acordo com sua essencialidade. Assim, para produtos básicos, como o arroz e o feijão, o ICMS cobrado é menor do que no caso de produtos supérfluos, como cigarros e perfumes, por exemplo. No entanto, vale ressaltar que serviços como o de energia elétrica, combustíveis e telefonia, embora sejam necessários para a boa qualidade de vida dos indivíduos, possuem alíquotas altíssimas de ICMS, o que nos faz pensar sobre a regra da essencialidade. Em janeiro de 2016 a Emenda Constitucional 87/2015 entrou em vigor as novas regras de arrecadação do ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação) determinam, portanto que a cobrança deste imposto seja dividida entre Estado de origem e o Estado de destino do produto. No passado, a alíquota a ser paga era definida e ficava integralmente no Estado produtor, quando este enviava o produto para outro Estado, a nota fiscal eletrônica era gerada, impressa em duas vias e adicionada a mercadoria. Então essa nova regra, pretende acabar com a guerra fiscal entre os estados. No entanto, a nova lei acrescentou mais burocracia e em alguns casos haverá o aumento da carga tributária. Como exemplo temos a transação entre os estados de São Paulo com alíquota de 17% e o Maranhão com 17% também, sendo a alíquota interestadual do segundo estado 7%. Calculando, a diferença fica em 10%. A alíquota interestadual ficará integralmente no estado vendedor. E a diferença de 10%, será dividida na proporção de 60% para o estado de origem e 40% para o destinatário. Em concordância com as novas regras, competira ao empresário do Estado de origem da mercadoria e/ou serviço: a) Calcular a diferença entre a alíquota interna e a alíquota do Estado de destino (já que cada Estado tem sua tabela de porcentagem), denominada alíquota interestadual. b) Dividir a diferença entre a alíquota interna e a alíquota interestadual em duas partes: 40% para o Estado de recebedor e 60% para o vendedor. 7 c) Emitir a Guia Nacional de Recolhimento de Tributos Estaduais (GNRE), pagar a alíquota do Estado de destino, anexando o comprovante à nota fiscal do produto e colocá-los junto ao produto que será enviado. A nova Lei trouxe impactos inclusive as empresas enquadradas no Simples Nacional, quais possuem faturamento bruto anual de 3,6 milhões. Antigamente, as empresas do Simples Nacional arrecadavam os tributos de forma unificada através do DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional), onde já estava incluído o ICMS. As empresas devem calcular a diferença de ICMS entre estados e pagar a diferença recolhendo a Guia Nacional de Recolhimento de Tributos Estaduais (GNRE). Ou seja, a tributação ficou ainda mais onerosa, crescendo a burocracia para o aqueles que continuam pagando a tributação existente mensalmente do Simples e mais a diferença de alíquota de ICMS. 2.1.2 – Atividade de Serviços de Comunicação Para que ocorra um processo de comunicação é necessário três elementos essenciais, sendo eles: o emissor (autor), o transmissor (que tem como meios o rádio, a televisão, o jornal etc.) e o receptor (público em geral). A começar do momento em que tal processo passa a ser oneroso, por outra forma, em que o autor passa a cobrar determinado preço pela transmissão da comunicação ao destinatário, surge a prestação de serviços de comunicação, que, desde 1/03/1989, está no campo de incidência do ICMS, de competência dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do art. 155, caput, II, da Constituição Federal/1988, e do art. 34 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. (Constituição Federal/1988, art. 5º, IV e IX, e art. 155, caput, II; Ato das Disposições ConstitucionaisTransitórias, art. 34). O discernimento da expressão ”Comunicação de qualquer natureza”, cuja prestação onerosa é fato gerador do ICMS, tem exemplos reais com base nos Art. 21 e 22 da CF/88 que tratam das competências material e legislativa da União, onde citava em sua redação original os serviços telefônicos, telegráficos (telegrama), de transmissão de dados e outros serviços públicos de telecomunicações, e também os serviços privados de telecomunicações, os serviços postais, bem assim os de radiodifusão sonora e de sons e imagens. 8 A atual redação conforme o art. 21, incisos XI e XII, pela Emenda Constitucional n.º 8, de 1995, não alterou essencialmente a letra original, senão para submeter os serviços de telecomunicação à regulação e a regimes jurídicos diferenciados de prestação (serviços públicos e privados), além de fragmentar da radiodifusão. Portanto deve ser analisada a existência de outras modalidades de serviços de comunicação, por mais que não estejam listados nos dispositivos antes citados da CF/88, como a comunicação visual ("outdoors") e o acesso à Internet, que serão oportunamente abordados. Com finalidade tributária, destaca-se, em razão, o conceito de serviço de comunicação. Este tem como principio a onerosidade. Desse modo, há serviço de comunicação quando o executor (autor), mediante prestação onerosa, mantém interlocutores (emissor/receptor) em contato, por quaisquer meios, inclusive os de geração, emissão, recepção, transmissão, retransmissão, repetição e ampliação de comunicação de qualquer natureza. 2.2 – RESULTADOS 2.2.1 – Legislação Paraense A legislação Paraense prevê no Art 4º, parágrafo 1º do RICMS /PA o conceito de prestação onerosa de serviços de comunicação consiste na colocação à disposição de terceiro, em caráter negocial, em quaisquer meios e modos aptos e necessários à geração, emissão, recepção, transmissão, retransmissão, repetição, ampliação e transferência unilateral ou bilateral de mensagens, símbolos, caracteres, sinais, escritos, 2.2.2 – Modalidades de serviços de comunicação Estão contemplados nesta obrigatoriedade, conforme Nomenclatura definida pela ANATEL os seguintes serviços: a) Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC); 9 b) Serviço Móvel Pessoal (SMP); c) Serviço Móvel Celular (SMC); d) Serviço de Comunicação Multimídia(SCM); e) Serviço Móvel Especializado (SME); f) Serviço Móvel Global por Satélite (SMGS); g) Serviço de distribuição de sinais de televisão e de áudio por assinatura via satélite (DTH); h) Serviço Limitado Especializado (SLE); e i) Serviço de Conexão à Internet (SCI). 2.2.3 – Competência A Constituição Federal de 1988, no Artigo 155, Inciso II estabelece que é de competência dos Estados e Distrito Federal instituir imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias, prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. A Lei Complementar 87/1996, traz a mesma redação, esclarecendo que o ICMS incide sobre prestações onerosas de comunicação, por qualquer meio, inclusive geração, emissão, recepção, transmissão, retransmissão, repetição, ampliação de comunicação de qualquer natureza. 2.2.4 – Não Incidência A hipótese em que não haverá tributação do ICMS é nas prestações de serviço de comunicação qual a atividade trabalhe com as modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita. 2.2.5 – Penalidades 10 Segundo o art 729 do RICMS/PA é característico para os contribuintes que prestam os serviços de comunicação algumas penalidades como: a) deixar de recolher o imposto relativo às prestações de serviços oriundas de outra Unidade da Federação e que não estejam vinculadas a operação ou prestação subsequente, a multa será equivalente a 40% do valor do imposto; b) emitir documento fiscal com preço de serviço acentuadamente inferior ao que alcançaria na mesma época, o serviço similar no mercado do domicílio do emitente sem motivo devidamente justificado, a multa será equivalente a 100% do valor do imposto, calculado sobre a diferença de preço. c) acobertar mais de uma vez, com o mesmo documento fiscal, a prestação de serviço, a multa será equivalente a 210% do valor do imposto. 2.2.6 – Hipótese de incidência e fato gerador Considera-se com base no Art. 155, II CF/88, ocorrido o fato gerador do ICMS a partir do momento das prestações onerosas de serviços de comunicação, feitas por qualquer meio, inclusive a geração, emissão, recepção, transmissão, retransmissão, repetição e ampliação de comunicação de qualquer natureza. Nesse caso quando o serviço for prestado mediante pagamento em ficha, cartão ou assemelhados, considera-se ocorrido o fato gerador do imposto quando do fornecimento desses instrumentos ao usuário. A Lei Complementar nº 87/1996, no seu art. 12, caput, VII, X e XIII, § 1º dispõe que o fato gerador também ocorre no momento: a) do recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado no exterior; e b) da utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação tenha início em outro Estado ou no Distrito Federal e não esteja vinculada a operação ou prestação subsequente (diferencial de alíquotas). Segundo uma das hipóteses de incidência do ICMS e relacionadas no artigo 4º do RICMS/PA é a prestação de serviços de comunicação. Para que haja a incidência do ICMS é necessário que o serviço de comunicação seja oneroso e prestado à terceiros. 11 O momento da ocorrência do fato gerador será nas seguintes hipóteses: a) da prestação onerosa de serviços de comunicação, inclusive a geração, emissão, recepção, transmissão, retransmissão, repetição e ampliação de comunicação de qualquer natureza, feita por qualquer meio ou processo; b) do recebimento pelo destinatário, neste Estado, de serviço iniciado ou prestado no exterior; c) do recebimento no estabelecimento ou domicílio de tomador do serviço prestado por meio de satélite. Na ocasião de o serviço de comunicação for prestado mediante pagamento em ficha, cartão ou assemelhados, ou por qualquer outro instrumento liberatório do serviço, ainda que meio eletrônico de dados, determina-se ocorrido o fato gerador no momento do fornecimento ou disponibilização desses instrumentos pelo prestador. 2.2.7 – Local da Operação e da Prestação De acordo com o art. 155, § 2º, XII, "a", da Constituição Federal/1988 cabe à lei complementar definir os contribuintes do ICMS. Nesse caso o art. 4º, caput, da Lei Complementar nº 87/1996 estabelece que contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que essas operações e prestações se iniciem no exterior. Previsto no art. 11, caput, III, e art. 12, XIII da Lei Complementar nº 87/1996, o local da prestação do serviço, para efeitos de cobrança do imposto e definição do estabelecimento responsável, no caso de prestação onerosa de comunicação, é: a) o da prestação do serviço de radiodifusão sonora e de som e imagem, assim entendido o de geração, emissão, transmissão e retransmissão, repetição, ampliação e recepção; b) o do estabelecimento da concessionária ou permissionária que forneça ficha, cartão, ou assemelhados com os quais o serviço seja pago; 12 c) o do estabelecimento destinatário do serviço, na hipótese e para os efeitos do inciso XIII doart. 12 da Lei Complementar nº 87/1996 (diferencial de alíquotas - veja letra "b" do item 7), e o do estabelecimento ou domicílio do tomador do serviço, quando prestado por meio de satélite; e d) onde seja cobrado o serviço, nos demais casos. O art 18 inciso III parágrafo 5º do RICMS/PA, discrimina que os serviços não medidos, e que envolvam locais situados em Unidades da Federação distintas e cujo preço seja cobrado por períodos definidos, o imposto devido será recolhido em partes iguais para os estados onde estiverem localizados o prestador e o tomador. 2.2.8 – Contribuinte O artigo 14 do RICMS/PA define que contribuinte do imposto é qualquer pessoa física ou jurídica que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, prestações de serviço de comunicação, ainda que essas tenham início no exterior. São considerados contribuintes do imposto: a) a empresa concessionária ou permissionária de serviço público de comunicação; b) qualquer pessoa física ou jurídica que, mesmo sem habitualidade, seja destinatária de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior; c) qualquer pessoa ou entidade arrolada no artigo 14 que, na condição de consumidor final, adquira serviços em operações interestaduais; 2.2.9 – Alíquota Como prevê o Decreto Nº 4.676 de 18 de Junho de 2001, RICMS/PA, Capítulo VII, art 20: “As alíquotas internas são seletivas em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços, na forma seguinte: I - a alíquota de 30% (trinta por cento): b) nas prestações de serviços de comunicação;” Para as 13 prestações de serviços de comunicação, e no caso em que o tomador do serviço esteja localizado em outra UF e não seja contribuinte do ICMS. 2.2.10 – Nota fiscal de serviço de comunicação O RICMS/PA define que o estabelecimento que preste serviço de comunicação deverá utilizar a Nota Fiscal de Serviço de Comunicação, modelo 21, e deverá conter no mínimo as seguintes indicações: - a denominação: "Nota Fiscal de Serviço de Comunicação"; - o número de ordem, a série e subsérie e o número da via; - a natureza da prestação do serviço, acrescida do respectivo código fiscal; - a data da emissão; - a identificação do emitente: o nome, o endereço e os números de inscrição, federal e estadual; - a identificação do destinatário: o nome, o endereço e os números de inscrição, federal e estadual; - a discriminação do serviço prestado, de modo que permita sua perfeita identificação; - o valor do serviço prestado, bem como acréscimos a qualquer título; - o valor total da prestação; - a base de cálculo do ICMS; - a alíquota aplicável; - o valor do ICMS; - a data ou o período da prestação dos serviços; - o nome, o endereço e os números de inscrição, federal e estadual, do impressor da nota, a data e quantidade de impressão, o número de ordem da primeira e da última nota impressa e respectivas série e subsérie, e o número da Autorização para Impressão de Documentos Fiscais; e 14 - a data limite para utilização. 2.2.11 – Base de Cálculo do Imposto Conforme a Lei Complementar nº 87/1996, art. 12, caput, X, art. 13, caput, III, VI e IX, § 3º, e art. 16, a Base de Cálculo é o preço do serviço. Na hipótese de recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado no exterior, a base de cálculo é o valor da prestação, acrescido, se for o caso, de todos os encargos relacionados com a sua utilização. De acordo com o art. 13, parágrafo 1º, inciso I, o valor do imposto integra sua própria base de cálculo. EXEMPLO DE CALCULO DO ICMS Receita Liquida – 100% Alíquota – 30% Forma de Cálculo (100-30) = 70% Receita Liquida – 100.000,00 x 100/70 = 142.857,14 142.857,14 x 30% = 42.857,14 (ICMS) 2.3 – SERVIÇO DE COMUNICAÇÃO MULTIMÍDIA(SCM); Disposto na Resolução nº 614, de 28 de maio de 2013, anexo i, art. 3º Serviços de Comunicação Multimídia:” É um serviço fixo de telecomunicações de interesse coletivo, prestado em âmbito nacional e internacional, no regime privado, que possibilita a oferta de capacidade de transmissão, emissão e recepção de 15 informações multimídia, utilizando quaisquer meios, a assinantes dentro de uma área de prestação de serviço.” Para os Serviços de Comunicação Multimídia (SCM), o RICMS/PA determina que o modelo de documento fiscal a ser emitido é o 21: Nota Fiscal de Serviço de Comunicação, observando uma alíquota de 30% para as operações tributadas internamente. Para os contribuintes enquadrados no Simples Nacional será utilizado o anexo III da Resolução nº. 94/2011 do Comitê Gestor para a apuração do imposto. Desse montante, deve-se excluir a alíquota de ISS e incluir a alíquota de ICMS para a mesma faixa correspondente à apuração no mês. Demonstrativo do Cálculo do ICMS no Serviço de Comunicação Multimídia (SCM) CASO: A empresa ALFA presta serviço de Comunicação Multimídia para empresa BETA no valor de R$420,00, pagamento a vista, ICMS 30%. Portanto, para calcularmos o ICMS temos o seguinte exemplo: Nota Fiscal de Serviço Comunicação/21 Total da NF – R$420,00 • Cálculo do ICMS Preço do serviço X Alíquota = Valor do ICMS da Mercadoria Base de Cálculo do ICMS – R$420,00 Alíquota – 30% Valor do ICMS – R$420,00 X 30% = R$126,00 16 Sobre a Base de Calculo retira-se 30 % para obter o valor do ICMS. • Contabilização D-FORNECEDORES DE SERVIÇO------ 420,00 D- ICMS -------------------------------------- 126,00 C- CAIXA ------------------------------------- 294,00 Hist: Ref a serviço de comunicação tomado no mês de setembro/2017 D- ICMS S/ SERVIÇO --------------------- 126,00 C- ICMS A RECOLHER ------------------- 126,00 Hist: ICMS sobre serviço de comunicação tomado no mês de setembro/2017 3 – DISCUSSÃO Pode-se perceber que o ICMS na Atividade de Comunicação no Estado do Pará tem uma das alíquotas mais altas do Brasil. Mas, sabe-se que a comunicação como, telefone e internet, não deveriam ser considerados supérfluos pois, são serviços essenciais para a população hoje em dia. Hoje, grande parte da população utiliza smartphones, tablets, e até mesmo computador. Cremos que os serviços citados cabem ao gênero de primeira necessidade, pois não se consegue mais ficar sem esse artifício nas residências e empresas. Parece que nos cabe o esforço de um amadurecimento e uma consciência de que todos esses recursos devem atender efetivamente a uma mudança. Somente uma proposta encaminhada ao Governo como uma solicitação para minimizar o tributo, pois senão continuaremos pagando por um serviço essencial, um valor muito mais alto. E que, sai perdendo somo nós. As diferenças de alíquotas existentes no país resultam em distorções incompatíveis com o panorama econômico atual. 17 4 – CONCLUSÃO Com os estudos dirigidos sobre ICMS verificamos que a partir da Lei complementar 87/1996 este imposto consolidou-se como a principal fonte de receita dos estados. Tal tributo objeto do presente trabalho, tem 26 regulamentos diferentes entre si, um para cada unidade da federação, todos com alterações semanais, quando não alterações diárias em sua redação. Este trabalho mostrou o nascimento do ICMS em seu histórico e sua evolução demonstrando as peculiaridade da incidência do ICMS no estado de PA em relação a Prestação de Serviço de Comunicação Multimídia, conforme é regido pelo RICMS/PA - Regulamento do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços do Estado do Pará, especificou-se qual o fato gerador paraa incidência do imposto, como efetuar o calculo, e qual o modelo de Nota fiscal é utilizado, o local da prestação de serviço e as penalidades ao contribuinte por não cumprir com as normas. Observou-se, a alta alíquota cobrada, instituída no Capítulo VII, art 20 – RICMS-PA, não somente no estado do Pará, mas em todo o Brasil como discutimos anteriormente o serviço é considerado Supérfluo por isso a porcentagem é de 30% considerável absurda. 18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALEEIRO, Aliomar. Direito Tributário Brasileiro, Rio de Janeiro: Forense, 2010. 11ª ed., p. 366-434; SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário: ideal para concursos públicos, São Paulo:Saraiva, 2009., 1ª ed., p.; 939-964; BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. Art. 155 § 2º, XII, "a"; Lei Complementar nº 87/1996, art. 4º, caput Disponível em <https://jus.com.br/artigos/32596/icms-imposto-sobre-circulacao-de- mercadorias-e-prestacao-de-servicos > artigo, consultado em 09/09/2017 Disponível em < http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_ leitura &artigo_id=10516 > consultado em 10/09/2017 Disponível em < https://www.valortributario.com.br/tributos/icms/ > consultado em 10/09/2017 Disponível em < https://www.semas.pa.gov.br/wp-content/uploads/2015/11/ legislacao/estadual/dc2001_c4676.pdf > consultado em 12/09/2017 Disponível em < http://livepublish.iob.com.br/abr/abr2010.dll/IC/SP/Conteudo/ SP38_10.pdf > consultado em 13/09/2017 Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9472.htm > consultado em 16/09/2017 Disponível em < http://www.anatel.gov.br/legislacao/resolucoes/2013/465-resolucao- 614 > consultado em 19/09/2017
Compartilhar