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MATERIAIS MECÂNICOS I UNIVERSIDADE DO VALE DOS SINOS Curso de Engenharia Mecânica MATERIAIS MECÂNICOS I Profa. Tatiana Rocha Semestre 2011/2 MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA DOS METAISDOS METAIS 1. Aumento da resistência por adição de elemento de liga (formação de solução sólida ou precipitação de fases) 2. Aumento da resistência por redução do tamanho de grão 3. Aumento da resistência por encruamento RESTAURAÇÃO DAS PROPRIEDADES POR RESTAURAÇÃO DAS PROPRIEDADES POR TRATAMENTO TÉRMICOTRATAMENTO TÉRMICO A. Recuperação B. Recristalização C. Crescimento de Grão 11-- AUMENTO DA RESISTÊNCIA POR ADIÇÃO AUMENTO DA RESISTÊNCIA POR ADIÇÃO DE ELEMENTOS DE LIGA DE ELEMENTOS DE LIGA Endurecimento por solução sólida - é a formação de uma liga com átomos como impurezas que entram como átomos substitucionais ou intersticiais. Metais de alta pureza são quase sempre mais macios e fracos do que materiais ligados. O aumento da concentração da impureza resulta no aumento do limite de escoamento, resistência à tração e dureza. átomo intersticial átomos substitucionais 11-- AUMENTO DA RESISTÊNCIA POR ADIÇÃO AUMENTO DA RESISTÊNCIA POR ADIÇÃO DE ELEMENTOS DE LIGA DE ELEMENTOS DE LIGA Ex: interação de discordâncias em soluções sólidas substitucionais. Quando um átomo de uma impureza está presente, o movimento da discordância fica restringido, ou seja, deve-se fornecer energia adicional para que continue havendo escorregamento. Por isso soluções sólidas de metais são sempre mais resistentes que seus metais puros constituintes. PrecipitadosPrecipitados Elementos como metais e oxigênio, apresentam solubilidade relativamente baixa, o que os torna propensos a formarem aglomerados ou precipitados extremamente pequenos no sólido (geralmente alguns nm), com composições químicas definidas e uniformemente dispersos no interior da 11-- AUMENTO DA RESISTÊNCIA POR ADIÇÃO AUMENTO DA RESISTÊNCIA POR ADIÇÃO DE ELEMENTOS DE LIGA DE ELEMENTOS DE LIGA uniformemente dispersos no interior da matriz original. A formação de um precipitado e a sua estabilidade térmica depende dele alcançar um raio crítico mínimo para crescer. O processo de endurecimento por precipitação ou endurecimento por envelhecimento promove, através deste tratamento térmico o aumento da resistência mecânica do material metálico. Já a redução na resistência e na dureza após longos períodos de tempo é chamada de superenvelhecimento. Imagem MET Al AA6056: CG, ppt e discordâncias. Aumento: (a) 66.000X (b) 200.000X a b PARTÍCULAS DE SEGUNDA FASE PARTÍCULAS DE SEGUNDA FASE MET 200000X - TTMET 115.000X 2 2 -- AUMENTO DA RESISTÊNCIA POR AUMENTO DA RESISTÊNCIA POR DIMINUIÇÃO DO TAMANHO DE GRÃODIMINUIÇÃO DO TAMANHO DE GRÃO • O contorno de grão (CG) funciona como uma barreira para a continuação do movimento das discordâncias devido: – às inúmeras descontinuidades presentes no grão e nos – às inúmeras descontinuidades presentes no grão e nos contornos de grão; – as diferentes orientações presentes (CG de alto ângulo). – a energia interfacial é menor em materiais de grãos grosseiros, pois a área total de CG é menor do que em materiais com grão mais fino. 22-- AUMENTO DA RESISTÊNCIA POR AUMENTO DA RESISTÊNCIA POR DIMINUIÇÃO DO TAMANHO DE GRÃODIMINUIÇÃO DO TAMANHO DE GRÃO Ex: deformação plástica em materiais policristalinos • O contorno de grão interfere no movimento das discordânciasdas discordâncias • Devido as diferentes orientações cristalinas presentes resultantes do grande número de grãos, as direções de escorregamento das discordâncias variam de grão para grão. A direção de escorregamento varia de grão para grão linhas de escorregamento DIREÇÕES DE ESCORREGAMENTO X GRÃODIREÇÕES DE ESCORREGAMENTO X GRÃO 3 3 -- ENCRUAMENTO OU ENDURECIMENTO ENCRUAMENTO OU ENDURECIMENTO PELA DEFORMAÇÃO À FRIOPELA DEFORMAÇÃO À FRIO • É o fenômeno no qual um material endurece devido à deformação plástica (realizado pelo trabalho “à frio”). Alguns metais endurecem por deformação a temp. ambiente; • A medida que se aumenta o encruamento maior é a • A medida que se aumenta o encruamento maior é a força necessária para produzir uma maior deformação. Pois o movimento de uma discordância é impedido pela presença de outras discordâncias. Então, à medida em que a densidade de discordâncias aumenta, a resistência ao movimento de discordância por outras discordâncias se torna mais pronunciada; ENCRUAMENTO OU ENDURECIMENTO PELA ENCRUAMENTO OU ENDURECIMENTO PELA DEFORMAÇÃO À FRIODEFORMAÇÃO À FRIO • O movimento das discordâncias ao longo dos planos de escorregamento e a distorção dos planos resultantes das deformações dos grãos adjacentes tornam desordenada a estrutura cristalina regular inicialmente presente;presente; • O endurecimento por deformação é utilizado comercialmente para melhorar as propriedades mecânicas de metais que não respondem a tratamentos térmicos. • O encruamento pode ser removido por tratamento térmico (recozimento). DEFORMAÇÃO PLÁSTICA E DISCORDÂNCIASDEFORMAÇÃO PLÁSTICA E DISCORDÂNCIAS • Nos sólidos cristalinos a deformação plástica geralmente envolve: – O escorregamento de planos atômicos, – O movimento de discordâncias, – Formação de maclas. • Então, a formação e movimento das discordâncias têm papel • Então, a formação e movimento das discordâncias têm papel fundamental para o aumento da resistência mecânica em muitos materiais. Portanto: A capacidade de um material de se deformar plasticamente depende da capacidade das discordâncias se moverem. O movimento das discordâncias produz a deformação e a recuperação do material. MACLASMACLAS São cristais complexos, formados a partir de um agrupamento de dois cristais gêmeos ou dois semi-cristais. Ex. Linhas de maclas de Mg deformado plasticamente. A imagem não pode ser exibida. Talvez o computador não tenha memória suficiente para abrir a imagem ou talvez ela esteja corrompida. Reinicie o computador e abra o arquivo novamente. Se ainda assim aparecer o x vermelho, poderá ser necessário excluir a imagem e inseri-la novamente. DEFORMAÇÃO PLÁSTICA E DISCORDÂNCIASDEFORMAÇÃO PLÁSTICA E DISCORDÂNCIAS • Discordâncias em cunha movem-se devido à aplicação de uma tensão de cisalhamento perpendicular à linha de discordância. • O movimento das discordâncias pode parar na discordâncias pode parar na superfície do material, no contorno de grão ou num precipitado ou outro defeito. • A deformação plástica corresponde à deformação permanente que resulta principalmente do movimento de discordâncias (em cunha ou em hélice). CARACTERÍSTICAS DAS DISCORDÂNCIAS CARACTERÍSTICAS DAS DISCORDÂNCIAS IMPORTANTES PARA AS PROPRIEDADES MECÂNICASIMPORTANTES PARA AS PROPRIEDADES MECÂNICAS • Quando os metais são deformados plasticamente cerca de 5% da energia é retida internamente, o restante é dissipado na forma de calor. • A maior parte desta energia armazenada está associada com as tensões associadas às discordâncias. • A presença de discordâncias promove uma distorção da rede cristalina de modo que certas regiões sofrem tensões compressivas e outras tensões de tração. GRAU DE DEFORMAÇÃO PLÁSTICA EM GRAU DE DEFORMAÇÃO PLÁSTICA EM TERMOS DE TRABALHO À FRIO (TF)TERMOS DE TRABALHO À FRIO (TF) %TF= A0 - Af x 100 AA0 Onde: A0 é a área original da seção reta que experimenta a deformação e Af é a área após a deformação. ENCRUAMENTO & MICROESTRUTURAENCRUAMENTO & MICROESTRUTURA • Antes da deformação a frio • Depois da deformação a frio A capacidade de um material de se deformar plasticamente está relacionado com a habilidade das discordâncias se movimentarem. RELAÇÃO DEFORMAÇÃO RELAÇÃODEFORMAÇÃO -- DUCTILIDADEDUCTILIDADE Curva 1 Curva 2 ExemploExemplo % Alongamento= (lf-lo/lo)x100 Def. plástica total até a ruptura.Deformação (εε) ) = lf-lo/lo= ∆l/lo 1N/mm2 = 1MPaCurva 1 – antes do encruamento Curva 2 – depois do encruamento VARIAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS VARIAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS EM FUNÇÃO DO ENCRUAMENTOEM FUNÇÃO DO ENCRUAMENTO O encruamento aumenta a resistência a tração O encruamento aumenta a tensão de aumenta a tensão de escoamento O encruamento diminui o alongamento ( ductilidade) VARIAÇÃO DAS PROPRIEDADES EM FUNÇÃO VARIAÇÃO DAS PROPRIEDADES EM FUNÇÃO DO TRABALHO A FRIODO TRABALHO A FRIO RESTAURAÇÃO DAS PROPRIEDADESRESTAURAÇÃO DAS PROPRIEDADES ESTÁGIOS DO TRATAMENTO TÉRMICO DE RECOZIMENTO: A. RecuperaçãoA. Recuperação B. Recristalização C. Crescimento de grão A Recuperação e a Recristalização dependem da energia armazenada durante a deformação a frio. A.A. RECUPERAÇÃORECUPERAÇÃO • É a restauração das propriedades físicas de um material deformado a frio sem alteração microestrutural aparente. Ex. condutividade elétrica aumenta rapidamente ; • Há um alívio das tensões internas armazenadas durante a deformação devido ao movimento das discordâncias resultante da difusão atômica a alta temperatura; • Nesta etapa há certa diminuição do número de discordâncias e a restauração parcial da maleabilidade (menor resistência e a restauração parcial da maleabilidade (menor resistência mecânica e maior ductilidade); • Em temperaturas de cerca de 0,3 – 0,5 Tf, as discordâncias são bastante móveis para formar arranjos regulares (subgrãos); • Em suma, a recuperação a alta temperatura tem por finalidade a movimentação das discordâncias resultantes da deformação plástica, originando subgrãos ou contornos de células. B.B. RECRISTALIZAÇÃORECRISTALIZAÇÃO O processo de recristalização é um realinhamento dos átomos dentro dos cristais que leva ao abaixamento de energia. Amostras recozidas revelam que na região de máxima liberação de energia, há máxima liberação de energia, há liberação de energia simultaneamente com o crescimento de um arranjo totalmente novo dos cristais sem deformação, que crescem à custa dos cristais anteriormente deformados. • Se os metais deformados plasticamente forem submetidos a um aquecimento controlado, este aquecimento fará com que haja um rearranjo dos cristais deformados plasticamente, diminuindo a dureza dos mesmos; B.B. RECRISTALIZAÇÃORECRISTALIZAÇÃO dureza dos mesmos; • O número de discordâncias reduz mais ainda; • As propriedades mecânicas voltam ao seu estado original (correspondente ao material antes de encruado). B.B. RECRISTALIZAÇÃORECRISTALIZAÇÃO Forma-se um novo conjunto de grãos que são equiaxiais Pode-se refinar o grão de uma liga monofásica mediante deformação plástica e recristalização CINÉTICA DE RECRISTALIZAÇÃOCINÉTICA DE RECRISTALIZAÇÃO • Ocorre por processos de nucleação e crescimento de grão; • A temperatura de recristalização é dependente do tempo – quanto maior a temperatura menor o tempo para a recristalização se completar; • A temperatura de recristalização está entre 1/3 e 1/2 da temperatura de fusão. Equação Arrhenius Equação Arrhenius Onde: 1/τ é a velocidade com a qual 50% da estrutura se recristaliza; A é a constante que depende do material; Qr é a energia de ativação para a recristalização; R é a constante dos gases T é a temperatura em K. 1/τ = A.e-Qr/RT Exemplos: • Chumbo - 4°C • Estanho - 4°C • Zinco 10°C • Alumínio de alta pureza 80°C TEMPERATURA DE RECRISTALIZAÇÃOTEMPERATURA DE RECRISTALIZAÇÃO • Alumínio de alta pureza 80°C • Cobre de alta pureza 120°C • Latão 60-40 475°C • Níquel 370°C • Ferro 450°C • Tungstênio 1200°C C.C. CRESCIMENTO DE GRÃOCRESCIMENTO DE GRÃO • Depois da recristalização se o material permanecer por mais tempo em temperaturas elevadas o grão continuará à crescer. • A força responsável pelo crescimento de grão é a diminuição da energia livre resultante da diminuição da energia livre resultante da diminuição da área de CG devido ao aumento do tamanho de grão. • Em geral, quanto maior o tamanho de grão mais mole é o material e menor é sua resistência mecânica. TAMANHO DE GRÃO ASTMTAMANHO DE GRÃO ASTM TG ASTM TG mm ASTM 1 0,254 mm ASTM 2 0,180 mm ASTM 3 0,127 mm ASTM 4 0,0898 mmASTM 4 0,0898 mm ASTM 5 0,064 mm ASTM 6 0,045 mm ASTM 7 0,032 mm ASTM 8 0,0189 mm ASTM 9 0,0159 mm ASTM 10 0,0112 mm MECANISMOS QUE OCORREM EM UM MATERIAL MECANISMOS QUE OCORREM EM UM MATERIAL ENCRUADOENCRUADO Ex: � Recuperação – entre 100 e 200°C. � Recristalização – Ex: Latão 1os núcleos de grãos ocorrem por volta dos 220°C. Grãos recristalizados entre 350 e 500°C. � Crescimento de grão – acima de 500°C. ALTERAÇÕES MICROESTRUTURAISALTERAÇÕES MICROESTRUTURAIS A imagem não pode ser exibida. Talvez o computador não tenha memória suficiente para abrir a imagem ou talvez ela esteja corrompida. Reinicie o computador e abra o arquivo novamente. Se ainda assim aparecer o x vermelho, poderá ser necessário excluir a imagem e inseri-la novamente. A imagem não pode ser exibida. Talvez o computador não tenha memória suficiente para abrir a imagem ou talvez ela esteja corrompida. Reinicie o computador e abra o arquivo novamente. Se ainda assim aparecer o x vermelho, poderá ser necessário excluir a imagem e inseri-la novamente. (b) Mudanças na microestrutura de um aço (a) 40% deformado a frio (b) 440°C, 15min. – finos grãos recristalizados (c) 575 °C, 15min. – grão grande devido ao crescimento de grão (a) (c) VARIAÇÃO DAS PROPRIEDADES EM FUNÇÃO VARIAÇÃO DAS PROPRIEDADES EM FUNÇÃO DO ENCRUAMENTODO ENCRUAMENTO FORMAÇÃO DE FASESFORMAÇÃO DE FASES ⇒ Transformações microestruturais em sólidos (reações no estado sólido) envolvem rearranjo de átomos. A classificação das reações pode ser: → Crescimento de grão: - átomos se movem através do contorno de grão; - não há variação na composição; - não há novos grãos. → Recristalização: - grãos novos ; - não há variação na composição; - não há mudança no tipo de estrutura cristalina. → Solubilização: - desaparecimento de uma fase existente, por solução na fase matriz;matriz; - prevalece difusão atômica. →Precipitação: - separação de uma nova fase a partir de uma solução sólida supersaturada; - prevalece a difusão atômica; → Fase Eutetóide: - decomposição de uma fase (no resfriamento) em duas novas fases; - prevalece a difusão atômica; →Transformação martensítica: - variação alotrópica decorrente do cisalhamento de um ou mais planos cristalinos em relação a planos adjacentes; - sem difusão; Diagrama de Fases de Solução Sólida LimitadaDiagrama de Fases de Solução Sólida LimitadaDIAGRAMA DE FASESDIAGRAMA DE FASES Microestruturas características de diferentes regiões em um diagrama de fases de eutético binário com solução sólida limitada. Fe Diagrama de Fases do Sistema Fe CDiagrama de Fases do Sistema Fe C DIAGRAMA DE FASESDIAGRAMA DE FASES fofosaçosFe Soluções sólidas: Ferro δ: solução sólida de C em FeCCC(máxima solubilidade: 0,034%C a 1493°C) Austenita γ: solução sólida de C em FeCFC(máxima solubilidade: 2,11%C a 1148oC) Diagrama de Fases do Sistema Fe CDiagrama de Fases do Sistema Fe C DIAGRAMA DE FASESDIAGRAMA DE FASES Ferrita α: solução sólida de C em FeCCC(máxima solubilidade: 0,022%C a 727oC) Composto estequiométrico:Cementita Fe3C 93,33%Fe e 6,67%C Fe C Fe3C 55,5 x 3 = 166,5 + 12 = 188,5 %C na Fe3C = 12 / 189,5 * 100 = 6,67 % FERRITA AUSTENITA FORMAS ALOTRÓPICAS DO FERRO Diagrama de Fases do SistemaFe CDiagrama de Fases do Sistema Fe C DIAGRAMA DE FASESDIAGRAMA DE FASES
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