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1 - Imagem e Imitação

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1 - Imagem e Imitação – Abordar Tópicos
 “instrumento de comunicação, divindade, a imagem confunde-se com o que representa”.
 Qualquer imagem passou a ser manipulável e pode perturbar a distinção entre real e virtual.
 Porteu, na odisséia, era o deus que tinha capacidade de se transformar em qualquer coisa, animal, planta, pessoa, etc.
 O apanhado do termo “imagem” lembra-nos o deus Proteu: parece que a imagem pode ser tudo e seu contrário – visual e material, fabricada e natural, real e virtual, móvel e imóvel, sagrada e profana, antiga e contemporânea, ligada a vida e a morte, analógica, comparativa, convencional, expressiva, comunicativa, construtora e destrutiva, benéfica e ameaçadora.
 As fotografias e o cinema nos acostumaram, e agora achamos que a imitação é quase uma exigência quase necessária do espectador. 
 Os referentes devem ser sempre os mesmos. Entretanto, graças a uma operação discursiva posso alterar a relação com o referente (ex: presidente e filho preso)
 “A imagem não produz o visível; torna-se visível”
 Na cultura ocidental existe uma paixão extremada pela imitação, que pede a cada instante para ser satisfeita.
 A imitação é essencialmente lógica, pois supõe uma transformação segundo um modelo verdadeiro da realidade. 
 Só a forma é real, a realidade sensível que experimentamos é imitação.
 Para Plínio e muitos outros artistas, o máximo de êxito na arte era enganar pássaros. Trata-se de uma ideia plausível, mas errônea. O mais simples esboço de uma vaca pode atrair moscas tsé-tsé. Uma imagem, nesse sentido biológico, não é a imitação da forma exterior, mas a imitação de alguns aspectos relevantes. O homem não está isento dessa reação, visto que estamos predispostos a reconhecer rostos, por exemplo.
 Toda arte é feitura de imagens, e toda feitura de imagens se radica na criação de substitutos. Mesmo o artista de tendência ilusionista deve ter seu ponto de partida baseado no feito-pelo-homem. 
 Uma imagem não existe por si mesma, o que infere que ela se refira a algo exterior a ela e seja, portanto, muito mais um registro da experiência visual do que a criação de um substituto.
 Imagem e cópia foram sinônimos durante muito tempo. 
 A imagem mimética tem a peculiaridade de estabelecer uma série de mecanismos que são ao mesmo tempo forma de exposição e forma de ocultamento. Por isso quando vemos uma imagem realista tendemos a confundi-la com a realidade, e quando nos é pedido que descrevamos uma imagem costumamos a descrever seu conteúdo, ignorando os recursos visuais que a compõem.
 Uma imagem técnica é aquela que foi produzida diretamente por um dispositivo tecnológico. A atual arte eletrônica configura imagens altamente relacionadas com a técnica, essa relação difere da que era estabelecida nas primeiras imagens técnicas, nas quais se tinha a impressão de que a técnica era uma elemento que permitia o contato entre a imagem e a realidade de maneira mais perfeita do que a intervenção humana.
	No século XXI a tecnologia entrou com força total na vida de todos, um das principais características desta se tornou a possibilidade de manipulação de qualquer imagem. Isto remonta um problema de longa data, mas que acabou ganhando novos contornos: a fácil manipulação de imagens fez realidade e pictórico se aproximarem, ainda mais, e fez com que a imitação se tornasse ainda mais comum.
	As novas tecnologias nos acostumaram, a algo que já era comum na verdade, e agora as imitações se tornaram algo corriqueiro em nosso dia a dia, não só isso, mas passamos a achá-la necessária para a construção de uma boa imagem. A verdade é que, há muito tempo, a cultura ocidental endeusa a imitação, para Plínio e outros artistas, inclusive, o máximo do êxito de um pintor seria enganar animais, ou humanos com seus retratos.
	A verdade é que a ideia de imitação é plausível, porém desnecessária, visto que, baseando-se na ideia de imagem conceitual, o menor esboço que trace características notáveis de algo pode tornar-se uma imagem perceptível e passar sua mensagem, mesmo sem a imitação exacerbada. De uma maneira ou outra toda imagem se baseia em algo prévio, portanto, imitação seria apenas a cópia (que até foi praticamente sinônimo de imagem há algum tempo).
	O fato é que, dado o grau de imitação da realidade de algumas imagens, quando nos é pedido para explicarmo-nas costumamos a descrever seu conteúdo, como se este fosse real, ignorando completamente os recursos visuais que a compõem.

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