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MATERIAIS MECÂNICOS I UNIVERSIDADE DO VALE DOS SINOS Curso de Engenharia Mecânica MATERIAIS MECÂNICOS I Deformação dos Metais Profa. Tatiana Rocha DEFORMAÇÃODEFORMAÇÃO DEFORMAÇÕES ELASTICAS E PLASTICASDEFORMAÇÕES ELASTICAS E PLASTICAS Mudança na forma e dimensões, por ação de forças aplicadas por processos mecânicos ou decorrência de fenômenos físico-químicos (mudança de sistema cristalino, ou alotropia). As deformações podem apresentar três estágios: 1) Deformação elástica 2) Deformação plástica 3) Fratura Ocorrem deslocamentos dos átomos no reticulado cristalino de suas posições de equilíbrio, por ação de forças, de tal modo que, quando cessada esta ação, os átomos retornam às suas posições primitivas. A deformação elástica precede a deformação plástica. Ela se caracteriza por ser reversível e não residual. Quando um metal é solicitado por uma dada carga aplicada. Ele sofre deformação ao ser removida a carga, esta deformação cessa e o metal volta às suas dimensões originais. Neste caso ele sofreu somente deformações elásticas, sem nenhum resíduo de deformação plástica (permanente). DEFORMAÇÃO ELÁSTICADEFORMAÇÃO ELÁSTICA nenhum resíduo de deformação plástica (permanente). Representação plana É o resultado do deslocamento permanente dos átomos, portanto, a deformação não desaparece quando a tensão é removida. • Os materiais podem ser solicitados por tensões de compressão, tração ou de cisalhamento. Deformação PlásticaDeformação Plástica tração ou de cisalhamento. • Como a maioria dos metais são menos resistentes ao cisalhamento que à tração e compressão, pode-se dizer que os metais se deformam pelo cisalhamento plástico ou pelo escorregamento de um plano cristalino em relação ao outro. • Em uma escala microscópica a deformação plástica é o resultado do movimento dos átomos devido à tensão aplicada. Durante este processo ligações são quebradas e outras refeitas. • O escorregamento de planos atômicos envolve o movimento de discordâncias. DEFORMAÇÃO PLÁSTICADEFORMAÇÃO PLÁSTICA Um mecanismo que permite o escorregamento de planos atômicos é o do movimento de discordâncias. (veja a figura a seguir para uma exemplificação através da analogia com o movimento de uma centopéia). Quando os átomos se deslocam de suas posições de equilíbrio em configuração geométrica, não permitindo os seus retornos às posições iniciais, dizemos que houve deformação plástica do material. A deformação plástica é permanente e não reversível. A deformação plástica se dá pelo escorregamento de um plano cristalino em relação aos demais devido a ação de relação aos demais devido a ação de esforços de cisalhamento Normas técnicas mais comuns: • ASTM: American Society for Testing and Materials – www.astm.org • ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas PROPRIEDADES MECÂNICASPROPRIEDADES MECÂNICAS • ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas – www.abnt.org.br • DIN: Deutsches Institut für Normung – www.din.de σ = F/Ao Kgf/m2, Pa ou N/m2 Força ou carga Área inicial da seção reta transversal Conceitos de Tensão (Conceitos de Tensão (σσ) e Deformação () e Deformação (εε)) TENSÃOTENSÃO Como efeito da aplicação de uma tensão tem-se a deformação (variação dimensional). ε= lf-lo/lo= ∆l/lo DEFORMAÇÃODEFORMAÇÃO lf= comprimento final lo= comprimento inicial Deformação Elástica • Prescede à deformação plástica • É reversível • Desaparece quando a tensão é removida • É praticamente proporcional à tensão aplicada (obedece a lei Deformação Plástica • É provocada por tensões que ultrapassam o limite de elasticidade • É irreversível porque é resultado do deslocamento permanente dos átomos e portanto não tensão aplicada (obedece a lei de Hooke - σσ = E εε) átomos e portanto não desaparece quando a tensão é removida Elástica Plástica Ensaio de Tração Tensão X Deformação • Tensão (σ) (Stress) – Resistência externa de um corpo à uma força externa aplicada sobre ele, por unidade de área. – kgf/mm2 ou N/mm2 ou MPa. Tração • Deformação (ε) (Strain) – Com a aplicação da tensão a barra sofre uma deformação, mudando o comprimento de l0. Compressão E= σσ/ / εε =Kgf/mm=Kgf/mm22 • É o quociente entre a tensão Lei de Hooke: σσ = E εε Módulo de Elasticidade ou Módulo de YoungMódulo de Elasticidade ou Módulo de Young • É o quociente entre a tensão aplicada e a deformação elástica resultante. •Está relacionado com a rigidez do material ou à resist. à deformação elástica • Está relacionado diretamente com as forças das ligações interatômicas P A lei de Hooke só é válida até este ponto Tg α= E α Fonte: Eleani Maria da Costa - PUCRS Quanto maior o módulo de elasticidade mais rígido é o Quanto maior o módulo de elasticidade mais rígido é o material ou menor é a sua deformação elástica quando material ou menor é a sua deformação elástica quando aplicada uma dada tensãoaplicada uma dada tensão MÓDULO DE ELASTICIDADE [E] GPa 106 Psi Módulo de Elasticidade ou Módulo de YoungMódulo de Elasticidade ou Módulo de Young dF da Ligação forte GPa 10 Psi Magnésio 45 6.5 AlumÍnio 69 10 Latão 97 14 Titânio 107 15.5 Cobre 110 16 Níquel 207 30 Aço 207 30 Tungstênio 407 59 1 GPa = 1000MPa = N/mm2 Ligação fraca Diferentes somatório de forças na ligação entre dois elementos, obtendo-se diferentes E. Limite de EscoamentoLimite de Escoamento Quando não observa-se nitidamente o fenômeno de escoamento, a tensão de escoamento (σy) corresponde à tensão necessária para promover uma deformação permanente de 0,2% ou outro valor especificado Escoamento Limite de Escoamento Fonte figura: Prof. Sidnei Paciornik PUC-Rio Limite de Proporcionalidade Não ocorre escoamento propriamente dito Limite de EscoamentoLimite de Escoamento 4Tensão máxima escoamento ruptura 4Deformação elástica Ensaio de Tração Ensaio de Tração 4Deformação elástica plástica 4Ductilidade 4Tenacidade 4Resiliência 4Curva de engenharia e verdadeira Ductilidade CurvaCurva TensãoTensão x x DeformaçãoDeformação • Exemplo de curva obtida após ensaio de tração. • Ilustração dos estágios de deformação elástico – plástica até a ruptura. Curvas Tensão x Deformação Curvas Tensão x Deformação (a) é uma curva típica para aços de alta resistência, (b) para aços de baixo / médio carbono, (c) para ferro fundido cinzento, (d) para materiais bastante maleáveis como cobre. EncruamentoEncruamento É o endurecimento por deformação a frio. Com a deformação a frio os grãos se deformam, modificando a textura do material. Isto pode ser percebido em uma seção metalográfica. Neste caso o metal é dito encruado. Ocorre o escorregamento de planos no interior dos grãos (cristais), isto provoca uma desordem na estrutura cristalina regular nos planos próximos ao do escorregamento. Isto faz com que os escorregamentos posteriores sejam dificultados e resulta em aumento de dureza. Com o aumento da dureza, se elevam o limite de escoamento e o limite de resistência. Por outro lado, diminui a ductilidade, pois uma parte da elongação é “consumida” pelo Por outro lado, diminui a ductilidade, pois uma parte da elongação é “consumida” pelo escorregamento primário. O encruamento aumenta mais o limite de escoamento do que o limite de resistência, e ambos tendem ao limite de ruptura, quando se aumenta a deformação a frio (temperatura normal ou abaixo da temp de recristalização como será visto mais adiante). O encruamento pode, ainda, causar um aumento da resistência elétrica e uma diminuição da resistência a corrosão em meios agressivos Trabalho a frio versus propriedades mecânicas. Trabalho a frio versus propriedades mecânicas.– Corresponde à elongação total do material devido à deformação plástica. – % elongação = ((lf-lo)/lo) x 100. Ductilidade Tenacidade • Capacidade do material de absorver energia até sua ruptura. • Material tenaz deve apresentar resistência e ductilidade. Materiais dúcteis são mais tenazes que os frágeis Deformação T e n s ã o Resiliência • É a capacidade de um material de absorver energia quando deformado elasticamente liberando esta energia quando descarregado. • Módulo de resiliência (Ur): é a energia de deformação pela energia de deformação pela unidade de volume necessária para deformar um material até a tensão de escoamento. • A quantificação de Ur é dada pelo trabalho útil realizado, isto é, da área sob a curva tensão- deformação calculada da origem até o limite de proporcionalidade. Tensão de Escoamento Efeito da Temperatura Efeito da temperatura – AISI 1020 FRATURAFRATURA Quando os átomos são deslocados por forças que se sobreponham às ligações interatômicas, resulta a ruptura do metal, após passar pelos estágios prévios de deformação elástica e plástica. Podemos ter 2 tipos de fratura:Podemos ter 2 tipos de fratura: Frágil e dúctil A fratura frágil não produz deformação plástica, logo, requer menor quantidade de energia do que fratura dúctil, pois a fratura dúctil produz discordâncias e outras imperfeições no interior dos cristais (grãos). FRATURAFRATURA Mecanismos de fratura frágil Clivagem. A clivagem é um mecanismo de fratura frágil. A fratura usualmente caminha entre planos cristalinos adjacentes, em especial, aqueles com poucas ligações interatômica. É associado a fratura frágil. Fratura intergranular. A fratura intergranular, também é Fratura intergranular. A fratura intergranular, também é um mecanismo de fratura frágil. A fratura caminha pelos contornos de grão do material. Um material normalmente dúctil pode apresentar uma fratura frágil através deste mecanismo, quando os contornos de grão se encontram “fragilizados” de alguma maneira (p.ex. precipitação de uma fase frágil no contorno de grão devido a um tratamento térmico incorreto). RESISTÊNCIA AO IMPACTORESISTÊNCIA AO IMPACTO É a tenacidade para aplicações dinâmicas, este valor é mais importante que o limite de resistência. Ela depende da velocidade de aplicação da carga e da temperatura, bem como da concentração de tensões. Quando há um impacto, há um pequeno intervalo de tempo disponível para uma deformação plástica uniforme. Assim, a deformação pode exceder localmente, o limite de resistência, iniciando uma trinca. Uma vez iniciada, a trinca origina uma concentração de tensões. Como resultado a trinca se trinca origina uma concentração de tensões. Como resultado a trinca se propaga até a ruptura completa. Com menores velocidades de aplicação da carga ou mais altas temperaturas há uma mudança no comportamento e o material se torna mais dúctil. Isto ocorre devido a uma diminuição na resistência ao cisalhamento do material. Temperatura de transição para a fratura. Quando há passagem de fratura frágil para dúctil, dependendo da temperatura. RECOZIMENTO DE MATERIAL ENCRUADORECOZIMENTO DE MATERIAL ENCRUADO Períodos típicos: O metal encruado apresenta um estado de instabilidade termodinâmica. Se este metal for aquecido à temperaturas crescentes, inicialmente, os átomos em posições mais instáveis procurarão, em decorrência da maior mobilidade atômica oriunda desta temperatura, uma posição de maior equilíbrio. Com o aumento da temperatura, estes átomos tenderão a se reorganizarem, restaurando o reticulado inerente ao metal; haverá um processo de recristalização, derivado destes núcleos iniciais da processo de recristalização, derivado destes núcleos iniciais da reorganização dos átomos, com subseqüente desenvolvimento de “novos grãos”, segundo o sistema cristalino característico do material. Este período de recristalização se realiza em determinadas faixas de temperaturas de aquecimento, dependendo do grau de deformação prévia do metal e do tempo de manutenção na temperatura. Finalmente, para temperaturas superiores à de recristalização, os novos grão tenderão a crescer, desenvolvendo-se com absorção dos grão menores, originando um período de crescimento de grão. RECOZIMENTO DE MATERIAL ENCRUADORECOZIMENTO DE MATERIAL ENCRUADO Podemos, portanto, distinguir três períodos típicos no processo de recozimento: 1)Recuperação ou 1)Recuperação ou alívio de tensões 2)Recristalização 3) Crescimento de grão. A figura apresenta as mudanças na microestrutura de um latão previamente encruado em função do tempo. Inicialmente na foto (a) são vistas traços dos planos de escorregamento no interior dos grãos. Pode-se ver na seqüência a recristalização e o crescimento dos grãos. Os processos de encruamento, vistos anteriormente, e de recozimento são utilizados nas etapas de fabricação para alterar as propriedades do material, nas várias etapas de fabricação, como exemplifica a figura 18 para na fabricação de uma cápsula de cartucho. Os processo de conformação mecânica envolvendo deformações plásticas, são divididos em: Conformação por trabalho a frio, quando é realizado abaixo da temperatura de recristalização do material, ou seja não ocorre o processo de recozimento e o material sofre encruamento Conformação a quente, quando é realizado acima da temperatura de recristalização do material, ocorre o recozimento.
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