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Dependentes químicos: Epidemiologia e tratamentos. Daniel Correia Jr. A dependência química Busca, uso compulsivo e algumas vezes incontrolável de determinada substancia. Causam comportamentos disfuncionais que podem interferir no andamento normal da vida. Princípios de tratamento eficaz Individualizado; Prontamente disponível; Continua avaliação; Realizado de maneira integrada; Terapia comportamental, cognitiva ou psicoterapia; Medicações. Álcool Intoxicação alcoólica aguda; Uso nocivo de álcool; Intoxicação patológica; Síndrome da abstinência de álcool (SAA); Síndrome de dependência de álcool (SDA); Deficiências cognitivas/ demências associadas ao álcool; Alucinose alcoólica/ delirium tremens. Epidemiologia do álcool Tratamento e cuidados de enfermagem: Tiamina; Evitar BZD; Antipsicóticos de alta potencia em casos de agitação psicomotora e heteroagressividade; Abordagem psicossocial (intervenção breve); Decúbito lateral; Hidratação; Ambiente seguro e livre de estímulos; Contenção somente quando necessário; Realizar exame físico; Paciente deve ser orientado quanto à abstinência; Identificar possíveis comorbidades psiquiátricas; O tratamento pode ser ambulatorial, internação domiciliar, hospital-dia e internação em regime fechado Outras drogas: Tabagismo Consumo de qualquer produto derivado do tabaco (cigarro, charuto, narguile). Dificuldade de controle e forte desejo e de consumir a substancia; Tolerância cada vez maior; Abstinência perante ausência da substancia. Abordagem: Orientar pacientes sobre a importância de deixar de fumar, e como fazê-lo. Pode ser de duas formas: Abrupta Gradual - Redução Adiamento A associação do aconselhamento com o tratamento farmacológico é mais eficaz que um dos dois isoladamente; Medicamentoso Nicotínicos: Objetivo: diminuição dos sintomas de abstinência e intensidade da fissura. Adesivos transdermicos, goma, pastilha, inalador, spray e comprimidos sublinguais. Não nicotínicos: Bupropiona, Nortriptilina, Vareniclina, Clonidina. Maconha É a droga ilícita mais utilizada na maioria dos países desenvolvidos. Seu uso pode estar associado a problemas do trato respiratório, danos cognitivos, quadros psicóticos e transtornos de ansiedade. Tratamento e cuidados de enfermagem: Ainda não existem medicamentos eficazes para dependência por cannabis. Dronabinol foi a droga que teve melhores resultados em estudos laboratoriais. Tratamentos ambulatoriais psicossociais/ comportamentais, como o TCC e a entrevista motivacional são eficazes na redução e abstinência de Cannabis; Cocaína e Crack Droga que mais motiva o usuário a buscar tratamento. Efeitos: euforia, estado de alerta, aumento do apetite, ansiedade, aumento do trabalho cardíaco e temperatura, tremores, entre outros. Uso crônico pode gerar: persecutoriedade durante o consumo (nóia), depressão rebote após o uso e fissura. Tratamento e cuidados de enfermagem: Medicamentoso: topiramato, dissulfiram, modafinil e ácido valproico; Tratamento focado tanto na tentativa de controle da dependência quanto em comorbidades psiquiátricas; Psicossocial: estratégias individuais e grupais, com foco na recuperação e reinserção social desses indivíduos. BZD, Hipnóticos e Ansiolíticos O abuso de BZD pode ser dividido em: abuso deliberado por pessoas com dependência química ou abuso por pessoas que iniciam o uso da medicação por indicação terapêutica. A dependência pode ser prevenida através da adesão às recomendações para o curto prazo de prescrição e também por baixas doses Intoxicação É rara em relação a freqüência de uso dessas substancias. Sintomas: depressão do SNC, diminuição de reflexos e confusão mental. Síndrome de abstinência Caracterizada pelos efeitos opostos aos efeitos terapêuticos. Tratamento e cuidados de enfermagem: Medicamento utilizado: Flumazenil EV. Preconiza-se o atendimento de emergência; Monitorar funções vitais; Realizar medidas de suporte geral (hidratação e manutenção das vias aéreas); Esvaziamento gástrico (se possível) Retirada gradual da medicação pode prevenir a síndrome de abstinência. Opióides Substancias derivadas da papoula, com efeitos agonistas ou similares aos da morfina, depressores do SNC. Naturais: ópio, morfina, codeína; Semi-sintéticas: heroína, oxicodona, hidrocodona; Sintéticos: meperidina, fentanil. Abstinência: insônia, bocejos, mialgia, diarréia, náuseas, vômitos, irritabilidade, humor deprimido ou ansioso. Intoxicação: rubor facial, taquicardia, hipotensão, nível de consciência rebaixado, humor disfórico ou eufórico Tratamento e cuidados de enfermagem: Desintoxicação: naloxona, metadona (também usada no tratamento de manutenção); Testes urinários ao longo do tratamento; Programa de manutenção: redução de atividade criminal, redução dos comportamentos de risco, facilita acesso a assistência a saúde. Psicossocial: terapia de grupo e familiar, motivação do usuário para tratamento, prevenção de recaídas, distribuição de metadona e troca de seringas. Anfetaminas e metanfetaminas Oral, inalada, injetada ou fumada; Efeitos comportamentais e neurotóxicos; O Brasil consome cerca de 50% de toda a produção mundial de inibidores do apetite; Prevalência de 0,7% na população brasileira; Metanfetaminas: mais potentes, efeito alucinógeno. Causam euforia, aumento de energia, inibição do apetite, intensificação da sexualidade. Tratamento e cuidados de enfermagem: Intoxicação aguda: anti-hipertensivos e sedativos, reposição de volume e resfriamento corporal; Avaliação clínica e neurológica; Testes urinários; Ambiente calmo; Intervenções cognitivo-comportamentais, psicoeducação, terapia familiar, aconselhamento. Alucinógenos Induzem alterações na percepção, pensamento e sentimento. Naturais: Ayahuasca, beladona, cogumelos alucinógenos, datura, jurema, mandrágora, paricá, sálvia. Apresentam duração mais prolongada. Sintéticos: LSD, DOM, MDA, PCP. Tratamento e cuidados de enfermagem: BZD em quadros ansiosos; BZD e antipsicóticos em quadros de agitação psicomotora ou psicose; Diazepam em quadros convulsivos; Intoxicações com menos de 6 horas fazer lavagem gástrica; Contenção em risco de auto ou heteroagressão; Inalantes Solventes voláteis: butano, propano, acetato de etila,tetracloroetileno (tintas, sprays, removedores); Anestésicos: éter, cloreto de etila; Oxido nitroso: gás ilariante, anestésicos, aerossóis; Voláteis: álcool isopropílico, nitritos de aquila; 4ª classe de drogas de abuso entre os brasileiros; Causam excitação, euforia, alterações audiovisuais; Sintomas desagradaveis: tontura, náuseas, vômitos, tosse, desorientação, cefaléia, etc. Tratamento e cuidados de enfermagem: Antipsicóticos atípicos, anticonvulsivantes; Intoxicação: acompanhamento e cuidados para estabilização das funções vitais; Atentar ao risco de vomito e broncoaspiração; Apoio psicossocial. Considerações finais: O consumo de drogas lícitas e ilícitas vem crescendo a cada dia, principalmente entre a população jovem; É necessário que os serviços executem as politicas publicas de saúde voltadas para usuários de álcool e drogas; O atendimento ao dependente quimico deve ser integral, desde situações emergenciais até o encaminhamento a serviços especializados; Deve-se investir em meios de prevenção, tratamento e recuperação em dependência química. Referências: Dependência química: prevenção, tratamento e políticas públicas/ Alessandra Diehl... [et al] – Porto Alegre: Artmed, 2011. Ministério da saúde: www.saude.gov.br NIDA – National Institute on Drug Abuse: http://www.drugabuse.gov/NIDAHome.html
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