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DEZ Introdução ao Uso do Aço MÓDULO Entender o conceito de valor global da obra e não apenas da estrutura isolada. Conhecer as di- versas variáveis que compõem a composição do custo. Objetivo Relevante para o entendimento do conjunto de conhecimentos aprendidos durante o curso e sua aplicação prática. Relevância COMPARATIVO DE CUSTOS MÓDULO DEZ10 Introdução ao Uso do Aço Parte 1. Introdução 04 Parte 2. Elementos da composição de Custos 05 Parte 4. Dimensionamento Econômico 07 Parte 3. Estudo Comparativo 06 Para saber mais 09 Bibliografia 10 Mensagem Final 09 4 Introdução ao Uso do Aço - Módulo 10 Como você já sabe, construir com uma es- trutura de aço não é o mesmo que com uma estru- tura de concreto. Muitas vezes vê-se o engano de isolar o custo da estrutura de aço na composição de custos e sim- plesmente compará-la ao custo isolado da estrutura de concreto. E então se toma uma decisão por uma tecnologia ou outra. Este não deve ser o enfoque correto. Uma vez que as técnicas envolvidas em cada uma das tecnologias de construção são diferentes, o cor- reto seria fazer uma avaliação global da obra, com seus custos diretos e indiretos, custo de manuten- ção de canteiro, e mesmo avaliação do custo do retorno do investimento. Para que possamos comparar corretamente estru- turas diferentes devemos fazer uma abordagem mais completa, e após a otimização do projeto para cada tipo de material, devemos considerar as vanta- gens técnicas inerentes a cada uma e as conseqüên- cias da escolha de uma tecnologia. Podemos ainda destacar alguns outros fatores que tem impacto no custo global da obra executada em estrutura de aço: • a economia nas instalações, decorrente de uma estrutura mais aberta e mais flexível no seu uso • a economia nos custos de fundação, devido ao menor peso • a economia decorrente de melhor aproveita- mento de áreas rentáveis, devido às menores dimensões dos elementos estruturais • a economia devida à flexibilidade no planeja- mento e execução da obra • a economia no custo do capital e retorno anteci- pado decorrente de um período mais curto de construção Podemos até considerar as futuras alterações do layout e ampliações e ainda o valor residual do aço, com a eventual demolição da construção no futuro, e a reutilização da estrutura, tanto como vigas e pi- lares, como para a venda da sucata. Introdução 5Introdução ao Uso do Aço - Módulo 10 Elementos da composição de Custos 2 Nem sempre a estrutura de aço será a solução mais econômica. Porém quando certas condicionantes estão presentes é quase certo o ganho, como por exemplo: • grandes vãos livres • edifícios de grande altura • necessidade de baixo peso em função de solos ruins • grandes cargas atuantes nas seções transversais dos pilares • necessidade de lay-out interno flexível • possibilidade de alteração da estrutura • prazo reduzido de construção • montagem em praticamente qualquer condição meteorológica • áreas restritas ou canteiros de obras pequenos Além disso, também deve ser levada em consideração à relação do custo da mão de obra e do material, pois à medida que esta aumente, devem ser usados detalhes de montagem mais simples, mesmo que com maior consumo de aço. É claro que o fator de segurança tem que ser sempre considerado, assim como a rigidez da estrutura. O desenvolvimento da tecnologia da construção em aço, com novas teorias e concepções estruturais, novos métodos de análise e o uso de softwares de cálculo, além do desenvolvimento de novos tipos de aços, tem permitido reduzir o peso das estruturas de aço. Ao considerar o uso de estrutura de aço a escolha de certos parâ- metros é fundamental para uma solução econômica, tais como: • Os tipos de pilares • O arranjo e o espaçamento dos pilares • Os vãos das estruturas dos pisos • O contraventamento do edifício • E o tipo e arranjo dos componentes que dão rigidez ao edifício Além destes, e em função do alto grau de industrialização da estru- tura de aço, os demais componentes, como os fechamentos (pisos, paredes internas e externas, coberturas, sistemas de circulação verti- cal, etc.), devem atender a certas condições: • Ter velocidade de montagem compatível com a estrutura • Serem leves, para diminuir o peso do edifício • Serem suficientemente flexíveis para acompanhar as eventuais mudanças de layout, tão comuns nos ambientes empresariais • O contraventamento do edifício • um sistema de proteção contra incêndio econômico Para isso, devemos considerar com cuidado cada projeto comple- mentar para efetivar os ganhos de produtividade da estrutura de aço. Edifício AlfaCon – Barueri 6 Introdução ao Uso do Aço - Módulo 10 Estudo Comparativo 3 Como forma de organizar um estudo comparativo, apresentamos uma tabela com os principais itens que devem ser considerados para uma avaliação econômica de edifícios de andares múltiplos com es- trutura de aço: Itens de custo ou de economia de custo Aço versus Concreto Estrutura de Aço Concreto Pré- moldado Concreto Armado 1. Custos principais totais do edifício 1.1 Estrutura principal 1.2 Outros custos relacionados ao edifício 1.3 Diversos Custos principais totais do edifício 2. Custos relacionados a prazos ou economia de custos durante a construção 2.1 Juros a serem pagos durante a construção 2.2 Aluguel de áreas durante a construção 2.3 Acréscimo de custo de acordo com índices de construção 2.4 Receita decorrente da ocupação antecipada do edifício 2.5 Custos extras relacionados a maior duração da obra 2.6 Diversos Total dos custos ou da economia relacionada ao prazo. 3. Custos ou economia relacionados à estrutura durante a obra 3.1 Maior área útil de piso 3.2 Economia no volume do edifício 3.3 Economia na área de fachadas 3.4 Economia nas instalações 3.5 Economia nas fundações 3.6 Diversos Custo total ou economia relacionada à estrutura 4. Custos ou economia relacionados à estrutura durante a vida útil 4.1 Valor do aluguel de um piso com maior área útil 4.2 Vantagem decorrente de melhores acomodações 4.3 Facilidades de reformas ou ampliações 4.4 Economia na calefação 4.5 Custos relativos a prêmios de seguros 4.6 Manutenção 4.7 Diversos Custo total ou economia durante a vida útil (valor atual) 5. Custos no fim da vida útil (valor atual) 5.1 Custo de demolição e remoção 5.2 Valor da sucata 5.3 Valor residual para outros usos 5.4 Diversos Valor total ou economia no final da vida útil (valor atual) Comparação de custos totais Fonte: Manual Brasileiro para Cálculo de Estruturas Metálicas – Vol. 1 Ed. Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio - 1989 7Introdução ao Uso do Aço - Módulo 10 Dimensionamento Econômico 4 A distribuição porcentual dos custos de uma estrutura de aço esta dividida da seguinte maneira: DetalhamentoProjeto Material e insumos Montagem Transporte Limpeza e pintura Fabricação 2%2% 22% 1% 15% 25% 33% Resumo Materiais (1 + 2 + 3): 34% • Fabricação (4 + 5): 33% • Montagem (6 + 7): 33% Montagem (6 + 7) Materiais (1 + 2 + 3) Fabricação (4+5) 33% 34% Como podemos observar, se considerarmos o custo total de toda a estrutura, o custo do material é freqüentemente inferior ao custo da mão-de-obra, numa proporção de 1/3 e 2/3. Entretanto, se considerarmos apenas os detalhes, o custo da mão- de-obra poderá representar até 90% do custo total. Por isso, um detalhe ou uma estrutura que explore ao máximo a resistência do material e que reduza o peso ao mínimo, porém tenha um custo de execução alto, é freqüentemente mais caro que um projeto menos sofisticado e de fabricação mais simples. •Projeto: 2% • Detalhamento: 2% • Material e insumos: 33% • Fabricação: 25% • Limpeza e pintura: 15% • Transporte: 1 % • Montagem: 22% Portanto, a simplicidade dos detalhes facilita a fabricação e a monta- gem da estrutura e contribui para a redução do custo global. E, com já foi dito, o dimensionamento econômico de uma estrutura de aço é o resultado de um conjunto de fatores, tais como: • materiais da estrutura • tipo de arranjo e espaçamento de pilares • vãos de estruturas de pisos e coberturas • tipos e disposição de contraventamentos • tipos de ligação entre as peças estruturais 8 Introdução ao Uso do Aço - Módulo 10 Elementos simplesmente apoiados, suportando coberturas não deformáveis L/30 a L/40 Elementos simplesmente apoiados, suportando coberturas deformáveis L/40 a L/45 Elementos simplesmente apoiados, suportando pisos L/20 a L/25 Vigas de rolamento, simplesmente apoiadas, para pontes rolantes de capacidade igual ou superior a 25 t. L/ 10 a L/ 15 Vigas de rolamento, simplesmente apoiadas, para pontes rolantes de capacidade inferior a 25 t. L/ 12 a L/ 15 Pilares principais de edifícios industriais L/20 a L/25 Pilares secundários de fachadas (suportando fechamentos) L/ 50 a L/ 60 Treliças de cobertura, com cordas paralelas (L > 20 m) L/ 10 a L/ 12 Tesouras de cobertura (sua maior altura depende da inclinação da cobertura) L/5 a L/6 Fonte: Manual Brasileiro para Cálculo de Estruturas Metálicas – Vol. 1 Ed. Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio – 1989 Ponte JK - Brasilia Mas quando Construir em Aço? O Engenheiro Fernando Ottoboni Pinho, Consultor da Gerdau Açominas, escreveu um interessante artigo onde discute os principais aspectos e problemas que envolvem construir com aço e propõe um método prático de avaliação para estabelecer quando é mais vanta- joso utilizar uma estrutura de aço. Quando Construir em Aço? Um Roteiro para escolha do sistema estrutural mais adequado Autor: Fernando Ottoboni Pinho A pergunta “Quando construir em aço?” é freqüentemente repetida. E as respostas estão quase sempre apoiadas em uma extensa lista de vantagens do uso das estruturas de aço que não fornece infor- mações suficientes para uma avaliação correta da influência de cada uma delas, e em estudos comparativos de custos, que nada mais são que casos particulares, que não podem ser aplicados como regra. Em alguns casos, a simples afirmação de que a estrutura em aço ficaria mais cara encerra uma análise sem maior aprofundamento. Em outras situações, a opção por sistemas ditos convencionais, pelos simples desconhecimento de outros sistemas, mesmo que o resul- tado seja de uma estrutura mais barata, não garante que a decisão tenha sido a mais adequada. A escolha do sistema construtivo não deve ser uma competição en- tre os diferentes tipos de estrutura, mas uma decisão com base nas características de cada sistema. E a decisão de qual é o mais adequa- do, deve passar pela análise do maior número possível de aspectos representativos da obra, priorizando as características mandatórias e também as desejáveis. A Norma Brasileira faz recomendações sobre as dimensões mínimas, em função das deformações, para determinados tipos de elementos estruturais como: a altura de perfis de vigas, pilares ou treliças. Estas alturas estão relacionadas a uma determinada proporção que a altura “d” de um perfil laminado, soldado ou treliçado, deve manter em relação com o vão ou comprimento “L”, entre dois apoios. No quadro a seguir, podemos observar estas proporções, para alguns casos: 9Introdução ao Uso do Aço - Módulo 10 ¨Que tipo de estrutura é mais ad- equada para a minha obra?¨ Para saber mais Recomendamos a leitura de “O Uso do Aço na Arquitetura”, parte 14. Custo das Estruturas, do professor Aloízio Fontana Margarido. Aeroporto Internacional dos Guararapes - Recife Portanto, a pergunta que deve ser feita pelos profissionais, constru- tores ou investidores sem qualquer tendência ou preferência, preo- cupados com o melhor resultado para o conjunto da obra, é: Mensagem Final E assim chegamos ao final do nosso curso de “Introdução ao uso do Aço na Construção”. Gostaríamos de agradecer a sua participação. Esperamos que lhe tenha sido proveitoso, ajudan- do a desmistificar esta tecnologia tão importante, e colocando-a como real opção na concretização de seus projetos. Consideramos que este é apenas o início da es- trada do conhecimento, mas acreditamos que com este curso tenhamos podido colocá-lo(a) no caminho para que possa se aprofundar no estudo da tecnologia da construção em aço. Museu Guggenheim Bilbao - Espanha O CBCA – Centro Brasileiro de Construção em Aço, é um órgão de divulgação de conhecimentos técnicos e continuará ampliando o repertório de publicações e informações a respeito de estruturas de aço e outros produtos de aço para a construção. Visite regularmente o site do CBCA, colocando a URL http://www. cbca-acobrasil.org.br na lista dos seus sites favoritos e acompanhe o que acontece no mundo das construções em aço. E em seu próximo projeto, não esqueça, pense em aço! Um grande abraço e até breve. Arqtº Sidnei Palatnik (Material adicional disponível no curso on-line) (Material adicional disponível no curso on-line) BIBLIOGRAFIA MÓDULO 10 Manual Brasileiro para Cálculo de Estruturas Metálicas – Vol. 1 Ed. Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio - 1989 Edifícios de Múltiplos Andares em Aço Autor: Ildony H. Bellei, Fernando O. Pinho e Mauro O. Pinho Ed. Pini - 2004 O Uso do Aço na Arquitetura Autor: Aloízio Fontana Margarido Ed. CBCA - 2002 Manual Brasileiro para Cálculo de Estruturas Metálicas – Vol. 1 Ed. Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio – 1989
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